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Semana-e-1-fase-do-Modernismo-SLIDE

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Semana de Arte Moderna/ Primeira Fase do Modernismo
Centro de Ensino Médio 02 de Ceilândia
Professora Sônia A. Souza Cotrim
professorasonia.com.br
Língua Portuguesa – Literatura Brasileira
Índice
O Brasil de 1922 a 1930
A Semana - Documentação
O modernismo dos anos 1920
A geração dos anos 1920
Antecedentes da Semana
A Semana de Arte Moderna
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"O Homem Amarelo", de Anita Malfatti, 1915. 
Óleo sobre tela, 61 x 51 cm. 
Coleção Mário de Andrade do Instituto de Estudos Brasileiros – USP-SP. 
A Semana de Arte Moderna
 As manifestações modernistas ocorreram principalmente nas artes plásticas e na 
literatura, mas também houve presença da música e até mesmo da arquitetura.
 A Semana de Arte Moderna é considerada o marco do modernismo no Brasil.
 Os modernistas buscavam uma identidade nacional para as artes brasileiras,
influenciados pelos movimentos de vanguarda europeia: expressionismo, cubismo,
futurismo e surrealismo.
 As manifestações se relacionavam com as transformações políticas, econômicas e 
sociais do período.
“O passado é lição para se meditar, não para reproduzir.”
ANDRADE, Mário de. Prefácio interessantíssimo. Pauliceia desvairada.
Vejamos alguns dos principais artistas 
da Semana de Arte Moderna:
 Anita Malfatti
 Di Cavalcanti
• Artes Plásticas:
 Vicente do Rego Monteiro
 Victor Brecheret
• Música:
 O maestro Heitor Villa-Lobos
• Literatura:
 Mário de Andrade
 Oswald de Andrade
 Manuel Bandeira 
A Semana de Arte Moderna
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"Mulheres, Flores e Arara”, de Emiliano Di Cavalcanti, 
1966. Óleo sobre tela de c.i.d. 140 x cm 
A Semana de Arte Moderna
Não foi por acaso que a Semana de Arte Moderna aconteceu em São Paulo, no 
Teatro Municipal, em fevereiro de 1922. 
1922
Comemoração do primeiro centenário da
Independência do Brasil.
Teatro Municipal
Inaugurado em 1911, idealizado para as grandes
apresentações de Ópera, era orgulho da elite
paulistana. Considerado pelos modernistas o melhor
local dentro da cidade de São Paulo para realização
do evento.
São Paulo
Para os modernistas, apenas São Paulo reunia as
condições para sediar a Semana. Pela diversidade
de raças, crenças e classes sociais de sua
população era o palco ideal para o evento que
mostrava uma arte inovadora, que rompia com as
estruturas do passado.
Segundo Mário de Andrade, “São Paulo estava, ao
mesmo tempo, pela sua atualidade comercial e sua
industrialização, em contato mais espiritual e mais
técnico com a atualidade do mundo”.
No Brasil, em 1922, a Semana de Arte Moderna levou ao
Teatro Municipal de São Paulo artistas plásticos, arquitetos,
escritores, compositores e intérpretes para mostrar seus
trabalhos, os quais foram recebidos, ao mesmo tempo, debaixo
de palmas e vaias. A Semana de Arte Moderna foi o grande
acontecimento cultural do período, que lançou as bases para a
busca de uma forma de expressão tipicamente brasileira.
Semana de Arte Moderna
13, 15 e 17/ fevereiro/1922
Embora as primeiras manifestações modernistas já 
viessem surgindo em São Paulo desde 1911, é somente 
na década de 20, principalmente a partir da Semana de 
Arte Moderna que o Modernismo se difunde e se 
solidifica em nosso país.
Antecedentes da Semana de Arte Moderna 1
“Nós não sabíamos o que queríamos, mas 
sabíamos o que não queríamos(...) o nosso 
sentido era especificamente destruidor.”
1911- Oswald de Andrade funda o semanário
humorístico O Pirralho, que circulou até 1917,
contando entre seus colaboradores com um
excelente desenhista, Di Cavalcante.
Antecedentes da Semana de Arte Moderna 2
1912- Oswald de Andrade retorna de sua primeira viagem à
Europa trazendo em sua bagagem as ideias do
Futurismo de Marinetti.
1913- Lasar Segall (pintor russo) realiza sua primeira
mostra no Brasil, apresentando telas claramente
expressionistas. Apesar de trazer para o país um dos
importantes movimentos da Vanguarda Europeia, Lasar
Segall não alcançou grande repercussão nos meios
artísticos.
Antecedentes da Semana de Arte Moderna 3
O bananal
Lasar Segall
A Família
Lasar Segall
Antecedentes da Semana de Arte 
Moderna 4
1914- Primeira exposição de Anita
Malfatti.
1915- Ano considerado marco inicial do
Modernismo em Portugal, com a
publicação da revista Orpheu.
- Juó Bananére publica paródia ao poema
“Ouvir estrelas” de Olavo Bilac.
Uvi Strella
Che scuitá strella, né meia strella!
Vucê stá maluco! e io ti diró intanto,
Chi p'ra iscuitalas moltas veiz livanto,
I vô dá una spiada na gianella.
I passo as notte acunversáno c'oella,
Inguanto che as otra lá d'un canto
Stó mi spiano. I o sol come un briglianto
Nasce. Oglio p'ru çeu: — Cadê strella?!
"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo 
Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto, 
Que, para ouvi-las muita vez desperto 
E abro as janelas, pálido de espanto... 
E conversamos toda noite, enquanto 
A Via Láctea, como um pálio aberto, 
Cintila. E, ao vir o sol, saudoso e em pranto, 
Inda as procuro pelo céu deserto
Direis intó: — Ó migno inlustre amigo!
O chi é chi as strellas ti dizia
Quano illas viéro acunversá contigo?
E io ti diró: — Studi p'ra intedela,
Pois só chi giá studô Astrolomia
É capaiz de intendê ista strella.
Paródia do soneto "XIII", da série Via-Láctea, 
do livro POESIAS (1888), de Olavo Bilac
Direis agora: "Tresloucado amigo! 
Que conversas com elas? Que sentido 
Tem o que dizes, quando não estão contigo?" 
E eu vos direi: "Amai para entendê-las! 
Pois só quem ama pode ter ouvido 
Capaz de ouvir e de entender estrelas". 
Soneto "XIII", da série Via-Láctea, do livro POESIAS (1888), de 
Olavo Bilac
Os Antecedentes da Semana
Mário de Andrade afirmava que a Semana de Arte Moderna abriu na verdade a
segunda fase do modernismo, que foi de 1922 a 1930. Para o autor, o Modernismo
no Brasil teve início em 1917 com a exposição da pintura de Anita Malfatti.
Para entender melhor o período que antecede a Semana, veremos a seguir uma
breve retrospectiva dos três anos anteriores:
 1917:
• Oswald de Andrade conhece Mário de Andrade.
• Mário de Andrade, com o pseudônimo de Mário Sobral,
publica o poema regionalista Juca Mulato.
• O Pirralho, semanário humorístico dirigido por Oswald
de Andrade, publica a primeira versão de Memórias
sentimentais de João Miramar, com ilustrações de Di
Cavalcanti.
• Di Cavalcante realiza sua exposição de caricaturas.
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• É inaugurada em São Paulo a rumorosa exposição
de Anita Malfatti.
• O Jornal Estado de São Paulo publica o polêmico
artigo “Paranoia ou mistificação? A propósito da
Exposição Malfatti”, assinado por Monteiro Lobato.
• Os jovens artistas de São Paulo, liderados por Mário
de Andrade e Oswald de Andrade, unem-se em
defesa de Anita e da arte moderna.
Os Antecedentes da Semana
"A Boba", de Anita Malfatti, 1917. 
Óleo sobre tela, 61 x 50,6 cm. Museu de Arte 
Contemporânea, São Paulo-SP. 
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de 
São Paulo (MAC-USP). 
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Exposição de Anita Malfatti
Em 1917, depois de estudar na Europa e
nos Estados Unidos, Anita Malfatti retorna
ao Brasil e realiza uma mostra de seus
quadros em São Paulo. Com uma técnica de
vanguarda, a sua pintura surpreende o
público, acostumado com o realismo
acadêmico, trivial e sem ousadia.
Mas, em geral, as reações são favoráveis até
que Monteiro Lobato, crítico de artes de O
Estado de São Paulo, escreve um artigo feroz
intitulado Paranoia ou mistificação, no qual
acusa toda a Arte moderna.
A estudante 
russa
O homem 
amarelo
Paranoia ou Mistificação
“Há duas espécies de artistas. Uma composta
dos que veem normalmente as coisas(..) A
outra espécie é formada pelos que veem
anormalmente a naturezae interpretam-na à
luz de teorias efêmeras, sob a sugestão
estrábica de escolas rebeldes, surgidas cá e lá
como furúnculos da cultura excessiva. (...)
Embora eles se deem como novos, precursores de uma
arte a vir, nada é mais velho do que a arte anormal ou
teratológica: nasceu com a paranoia e com a
mistificação.(...) Estas considerações são provocadas pela
exposição da Sra. Malfatti onde se notam
acentuadíssimas tendências para uma atitude estética
forçada no sentido das extravagâncias de Picasso e
companhia.”
Monteiro Lobato
A reação da elite paulistana, que confiava cegamente nas
opiniões e gostos pessoais do autor de Urupês, é imediata:
escândalo, quadros devolvidos, uma tentativa de agressão à
pintora, a mostra fechada antes do tempo.
Jovens "futuristas" brasileiros se unem em torno de um ideal
comum: destruir as manifestações artísticas que remontavam ao
século XIX, especificamente, no caso da literatura, o
Parnasianismo.
exposição de Anita Malfatti
+
“Paranoia ou Mistificação” 
= 
estopim
 1919:
• Guilherme de Almeida publica Messidor.
• Manuel Bandeira publica Carnaval.
 1921:
• Manifesto do Trianon: primeira manifestação artística do 
grupo que no ano seguinte faria a Semana de Arte 
Moderna.
• Mário de Andrade escreve os poemas de Pauliceia 
Desvairada.
• Mário de Andrade publica uma série de artigos críticos 
sobre os poetas parnasianos, que ainda dominavam o 
ambiente literário, eram os chamados Mestres do passado. 
Nesses artigos entre outras ironias afirma:
Os Antecedentes da Semana
BRITO, Mário da Silva. História do Modernismo Bras.: antecedentes da Semana de Arte 
Moderna. 4.ed. Rio de Janeiro: Civilização Bras., 1974.
Malditos para sempre os Mestres do
Passado! Que a simples recordação de um
de vós escravize os espíritos no amor
incondicional pela Forma! Que o Brasil seja
infeliz porque vos criou! Que o universo se
desmantele porque vos comportou!
E que não fique nada! nada! nada!
• Em novembro de 1921 acontece a exposição de 
Di Cavalcanti, Fantoches da meia-noite. O pintor 
conhece Graça Aranha, durante a mostra, e 
nessa mesma ocasião surge a ideia de realizar a 
Semana de Arte Moderna.
Os Antecedentes da Semana
A Semana - documentação
Capa do catálogo da exposição de artes 
plásticas da Semana, desenho assinado por Di 
Cavalcanti.
 A Semana de Arte Moderna foi amplamente divulgada pela imprensa.
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Páginas internas do catálogo da 
exposição da Semana de Arte 
Moderna de 1922, com a relação dos 
artistas e obras apresentadas, 
realizada em São Paulo. fac-símile 
Brecheret, Anita Malfatti, Di 
Cavalcanti, Vicente do Rego 
Monteiro, e outros mencionados 
13/02/22- segunda-feira
Casa cheia, abertura oficial do
evento.
Espalhadas pelo saguão do
Teatro Municipal de São Paulo,
várias pinturas e esculturas
provocam reações de espanto e
repúdio por parte do público.
O espetáculo tem início com a
confusa conferência de Graça
Aranha, intitulada "A emoção
estética da Arte Moderna".
Tudo transcorreu em certa
calma neste dia .
Imagem: Programa da semana de arte moderna de1922 / Autor 
Desconhecido / http://www.febf.uerj.br/pesquisa/semana_22.html
15/02/22 -quarta-feira
Guiomar Novais era para ser a grande atração da
noite. Contra a vontade dos demais artistas
modernistas, aproveitou um intervalo do espetáculo
para tocar alguns clássicos consagrados, iniciativa
aplaudida pelo público. Mas a "atração" dessa noite
foi a palestra de Menotti del Picchia sobre a arte
estética.
Menotti apresenta os novos escritores dos novos
tempos e surgem vaias e barulhos diversos (miados,
latidos, grunhidos…) que se alternam e confundem
com aplausos. Quando Ronald de Carvalho lê o
poema intitulado ”Os Sapos”, de Manuel Bandeira
(poema criticando abertamente o parnasianismo e
seus adeptos). O público faz coro atrapalhando a
leitura do texto.
A noite acaba em algazarra.
Os sapos
Enfunando os papos,
Saem da penumbra,
Aos pulos, os sapos.
A luz os deslumbra.
Em ronco que aterra,
Berra o sapo-boi:
- "Meu pai foi à guerra!"
- "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!".
O sapo-tanoeiro,
Parnasiano aguado,
Diz: - "Meu cancioneiro
É bem martelado.
Vede como primo
Em comer os hiatos!
Que arte! E nunca rimo
Os termos cognatos.
O meu verso é bom
Frumento sem joio.
Faço rimas com
Consoantes de apoio.
Vai por cinquenta anos
Que lhes dei a norma:
Reduzi sem danos
A fôrmas a forma.
Clame a saparia
Em críticas céticas:
Não há mais poesia,
Mas há artes poéticas..."
Urra o sapo-boi:
- "Meu pai foi rei!"- "Foi!"
- "Não foi!" - "Foi!" - "Não 
foi!".
Brada em um assomo
O sapo-tanoeiro:
- A grande arte é como
Lavor de joalheiro.
Ou bem de estatuário.
Tudo quanto é belo,
Tudo quanto é vário,
Canta no martelo".
Outros, sapos-pipas
(Um mal em si cabe),
Falam pelas tripas,
- "Sei!" - "Não sabe!" -
"Sabe!".
Longe dessa grita,
Lá onde mais densa
A noite infinita
Veste a sombra imensa;
Lá, fugido ao mundo,
Sem glória, sem fé,
No perau profundo
E solitário, é
Que soluças tu,
Transido de frio,
Sapo-cururu
Da beira do rio...
Manuel Bandeira
17/02/22 - sexta-feira 
O dia mais tranquilo da semana,
apresentações musicais de Villa-Lobos,
com participação de vários músicos.
O público em número reduzido,
portava-se com mais respeito, até
que Villa-Lobos entra de casaca, mas
com um pé calçado com um sapato, e
outro com chinelo; o público interpreta
a atitude como futurista e desrespeitosa
e vaia o artista impiedosamente. Mais
tarde, o maestro explicaria que não se
tratava de modismo e, sim, de um calo
inflamado.
Imagem: Cartaz da Semana de Arte Moderna / Autor Desconhecido / 
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Arte-moderna-8.jpg
1º - Representou a confluência das várias tendências de
renovação que vinham ocorrendo na arte e na cultura
brasileira antes de 22 e cujo objetivo era combater a arte
tradicional.
2º - Conseguiu chamar a atenção dos meios artísticos de todo
o país e, ao mesmo tempo, aproximar os artistas com
ideias modernistas que até então se encontravam
dispersos.
3º - Permitiu a troca de ideias e de técnicas, o que ampliaria
os diversos ramos artísticos e os atualizaria em relação ao
que se fazia na Europa.
Após a Semana de Arte Moderna, o Modernismo passa a
viver sua “fase heroica”, isto é a fase de divulgação das
ideias modernistas em todo o país e de aprofundamento das
questões estética.
Duas tendências 
= 
destruição e construção
O pescador
Tarsila do Amaral/ 1925
A tela mostra o 
interesse da arte 
brasileira dos anos 
20 em captar os 
temas e o colorido 
da paisagem 
brasileira. 
Contexto Histórico
 1922 – Fundação do Partido Comunista brasileiro. 
 Eleição presidencial
Artur Bernardes (São Paulo e Minas Gerais)
x 
Nilo Peçanha (Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul)
 Revolta dos militares do Forte de Copacabana
 Coluna Prestes
 Getúlio Vargas
As revistas e os manifestos
 KLAXON
• Primeiro periódico modernista.
• Fruto das agitações de 1921 e da Semana de 
Arte Moderna de 1922.
• Circulou de maio de 1922 a janeiro de 1923.
• Anunciava a modernidade do século XX.
Klaxon cogita principalmente de arte. Mas quer
representar a época de 1920 em diante. Por isso é
polimorfo, onipresente, inquieto, cômico, irritante,
contraditório, invejado, insultado, feliz.
Revista Klaxon. Edição fac-similar. São Paulo: Livraria Martins/Secretaria da
Cultura, Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo, 1976.
O Modernismo dos anos 1920
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 Manifesto da Poesia Pau-Brasil
• Escrito por Oswald de Andrade.
• Inicialmente publicado no jornal Correio da 
Manhã, em 18 de março de 1924.
• Em 1925, uma forma reduzida e alterada do 
texto, abriu o livro de poesias Pau-Brasil.
• Proposta de uma literatura vinculada à 
realidade brasileira, a partir da redescoberta 
do Brasil.
“A poesia existe nos fatos. Os 
casebres de açafrão e de ocre nos 
verdes da Favela, sob o azul 
cabralino, são fatos estéticos.
A Poesia para os poetas. Alegria 
dos quenão sabem e descobrem.”
ANDRADE, Oswald de. A utopia antropofágica.
São Paulo: Globo, Secretaria do Estado da Cultura, 
1990.
O Modernismo dos anos 1920
As revistas e os manifestos
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"Pau Brasil", livro com ilustrações de Tarsila do 
Amaral para o marido, Oswald de Andrade, que faz 
parte da exposição "Da Antropofagia a Brasília-Brasil, 
1920 a 1950", na FAAP-SP. 
 Outras Revistas
• De setembro de 1927 a janeiro de 1928, Revista Verde de Cataguazes – Minas Gerais.
• Em 1924, Revista Estética – Rio de Janeiro.
• Em 1926, Revista Terra Roxa e Outras Terras – São Paulo.
• Em 1927, Revista Festa – Rio De Janeiro.
As revistas e os manifestos
O Modernismo dos anos 1920
Manifesto Regionalista de 1926
Através do Centro Regionalista do Nordeste, lança-se o Manifesto, que procura
desenvolver o sentimento de unidade do Nordeste dentro dos valores modernistas.
Tinha como proposta trabalhar em prol dos interesses da região nos seus aspectos
diversos: sociais, econômicos e culturais. Década de 30 - regionalismo nordestino resulta
em brilhantes obras literárias com nomes que vão de Graciliano Ramos, José
Lins do Rego, José Américo de Almeida, Raquel de Queiroz e Jorge Amado (romance) a
João Cabral de Melo Neto (poesia).
A orgia intelectual – revistas e manifestos
 Verde-Amarelismo
• Grupo formado por Plínio Salgado, Menotti del Picchia, Guilherme de Almeida e 
Cassiano Ricardo, em 1926.
• Era contra o nacionalismo Pau-Brasil, de Oswald de Andrade.
• Apresentava a proposta de um nacionalismo primitivista, ufanista, identificado com o fascismo.
• Idolatra o Tupi.
• Elege a anta como símbolo nacional, por conta disso também fica conhecido como “Escola 
da Anta”.
• Oswald contra-ataca, primeiro em 1927 com o artigo Antologia, depois em 1928 com o 
Manifesto Antropófago.
• Em 1929, o grupo verde-amarelista também publica um manifesto, intitulado “Nhengaçu 
Verde-Amarelo - Manifesto do Verde-Amarelismo ou da Escola da Anta”.
O Modernismo dos anos 1920
As revistas e os manifestos
 Revista de Antropofagia
• Teve duas fases (ou “dentições”, segundo os antropófagos):
• Surgiu como uma nova etapa do nacionalismo Pau-Brasil.
• Resposta ao grupo verde-amarelista.
1ª: publicada entre maio de 1928 a fevereiro de 1929.
2ª: Apareceu semanalmente no jornal Diário de São Paulo, 
de março a agosto de 1929.
Principais representantes antropófagos:
 Oswald de Andrade, Raul Bopp, Geraldo Ferraz, 
Oswald Costa, Tarsila do Amaral e a jovem Patrícia 
Galvão, a Pagu.
As revistas e os manifestos
O Modernismo dos anos 1920
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Capa da edição fac-similar reunindo os 16 números 
da Revista de Antropofagia, lançada em 1977 pela 
Metal Leve, SP. 
A antropofagia: a deglutição cultural
Movimento antropofágico que surgiu como uma nova etapa do
nacionalismo Pau-Brasil e como resposta ao grupo verde-amarelista,
que criara a Escola da Anta.
Lançado em 1928 é o mais radical de todos os movimentos de todo o
período.
Devoração simbólica da cultura estrangeira, aproveitando suas
inovações artísticas, porém sem a perda da nossa própria identidade
cultural.
Abaporu 1928
Tarsila do Amaral
Antropofagia
1929
Tarsila do Amaral
Características Gerais do Primeiro Momento Modernista
 Rompimento com todas as estruturas do passado; caráter anárquico e forte sentido
destruidor.
 No final da década de 1920, a postura nacionalista apresenta duas vertentes distintas: de um
lado um nacionalismo crítico, consciente, de denúncia da realidade brasileira, politicamente
identificado com as esquerdas; de outro, um nacionalismo ufanista, utópico, exagerado,
identificado com as correntes políticas de extrema direita.
 O nacionalismo se manifesta em suas múltiplas facetas: uma volta às origens, a pesquisa de
fontes quinhentistas, a procura de uma “língua brasileira” (a língua falada pelo povo nas
ruas), a valorização do índio verdadeiramente brasileiro.
 Paródias: tentativa de repensar a história e a literatura brasileiras.
O Modernismo dos anos 1920
Características Gerais do Primeiro Momento Modernista
 Rompimento com todas as estruturas do passado; caráter anárquico e forte sentido
destruidor.
 No final da década de 1920, a postura nacionalista apresenta duas vertentes distintas: de um
lado um nacionalismo crítico, consciente, de denúncia da realidade brasileira, politicamente
identificado com as esquerdas; de outro, um nacionalismo ufanista, utópico, exagerado,
identificado com as correntes políticas de extrema direita.
 O nacionalismo se manifesta em suas múltiplas facetas: uma volta às origens, a pesquisa de
fontes quinhentistas, a procura de uma “língua brasileira” (a língua falada pelo povo nas
ruas), a valorização do índio verdadeiramente brasileiro.
 Paródias: tentativa de repensar a história e a literatura brasileiras.
O Modernismo dos anos 1920
Características Gerais do Primeiro Momento Modernista
 Rompimento com todas as estruturas do passado; caráter anárquico e forte sentido
destruidor.
 No final da década de 1920, a postura nacionalista apresenta duas vertentes distintas: de um
lado um nacionalismo crítico, consciente, de denúncia da realidade brasileira, politicamente
identificado com as esquerdas; de outro, um nacionalismo ufanista, utópico, exagerado,
identificado com as correntes políticas de extrema direita.
 O nacionalismo se manifesta em suas múltiplas facetas: uma volta às origens, a pesquisa de
fontes quinhentistas, a procura de uma “língua brasileira” (a língua falada pelo povo nas
ruas), a valorização do índio verdadeiramente brasileiro.
 Paródias: tentativa de repensar a história e a literatura brasileiras.
O Modernismo dos anos 1920
Características Gerais do Primeiro Momento Modernista
 Rompimento com todas as estruturas do passado; caráter anárquico e forte sentido
destruidor.
 No final da década de 1920, a postura nacionalista apresenta duas vertentes distintas: de um
lado um nacionalismo crítico, consciente, de denúncia da realidade brasileira, politicamente
identificado com as esquerdas; de outro, um nacionalismo ufanista, utópico, exagerado,
identificado com as correntes políticas de extrema direita.
 O nacionalismo se manifesta em suas múltiplas facetas: uma volta às origens, a pesquisa de
fontes quinhentistas, a procura de uma “língua brasileira” (a língua falada pelo povo nas
ruas), a valorização do índio verdadeiramente brasileiro.
 Paródias: tentativa de repensar a história e a literatura brasileiras.
O Modernismo dos anos 1920
Representantes
Mário de Andrade
Oswald de Andrade
Manuel Bandeira
 Antônio de Alcântara Machado
Guilherme de Almeida
 Raul Bopp
 Ronald de Carvalho
Menotti del Picchia
Oswald de Andrade
José Oswald de Sousa Andrade
1890 –1954 
Figura fundamental dos
principais acontecimentos da
vida cultural brasileira da
primeira metade do século XX.
Oswald de Andrade:
“Como poucos, eu amei a palavra liberdade e por 
ela briguei.”
 José Oswald de Souza Andrade (1890-1954)
 Foi figura fundamental dos principais 
acontecimentos da vida cultural brasileira na 
metade do século XX.
 Polêmico, irônico, gozador. 
 Foi idealizador dos principais manifestos 
modernistas. 
A geração dos anos 1920
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"Manifesto Antropófago" escrito por Oswald de Andrade, inspirado 
no quadro "Abaporu", de Tarsila do Amaral. Revista de 
Antropofagia, ano I, n. 1, São Paulo, maio de 1928. In. Mestres 
do Modernismo/coord. Editorial e introdução de Maria Alice Milliet; 
textos de Marcelo Mattos Araújo, Paulina Nemirowsky, Fernando 
Xavier Ferreira e outros. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de 
São Paulo: Fundação José e Paulina Nemirowsky e Pinacoteca do 
Estado, 2005. Pág. 226. 
48
Oswald de Andrade:
 A obra de Oswald apresenta um nacionalismo que busca
as origens semperder a visão crítica da realidade
brasileira.
 Utiliza a paródia como forma de repensar a literatura.
 Valoriza o falar cotidiano, numa busca do que seria a
língua brasileira.
 Critica a sociedade burguesa capitalista, notadamente nas
obras produzidas após 1930, como o romance Serafim
Ponte Grande e a peça O rei da vela.
Características:
 Inovou a poesia com seus pequenos poemas, em que
sempre haviam um forte apelo visual, criando os
chamados “poemas pílulas”.
 Seus romances quebram com toda a estrutura dos
romances tradicionais.
Oferta
Quem sabe
Se algum dia
Traria
O elevador
Até aqui
O teu amor
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A geração dos anos 1920
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Capa do livro "Serafim Ponte Grande", de Oswald de 
Andrade, publicado em 1933. 
Poesia
 Influência das Vanguardas Europeias
 Exploração crítica e bem-humorada da história, da
cultura e da realidade brasileiras.
 Antropofagia
Erro de Português
Quando o português chegou
Debaixo de uma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena! 
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português. 
Pronominais
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro
brasil
O Zé Pereira chegou de caravela
E preguntou pro guarani da mata virgem
— Sois cristão?
— Não. Sou bravo, sou forte, sou filho da Morte
Teterê Tetê Quizá Quizá Quecê!
Lá longe a onça resmungava Uu! ua! uu!
O negro zonzo saído da fornalha
Tomou a palavra e respondeu
— Sim pela graça de Deus
Canhém Babá Canhém Babá Cum Cum!
E fizeram o Carnaval 
Prosa de ficção
Memórias Sentimentais de João Miramar
Serafim Ponte Grande
Texto experimental
Técnicas de composição cubista
Invenção verbal
Capítulos curtíssimos
Paródia
Linguagem telegráfica
Teatro
O rei da vela
Em 1937 publicou-se O rei da vela, peça que
focaliza a sociedade brasileira dos anos 30. Pelo seu
caráter pouco convencional, só foi levada a cena
trinta anos depois, integrando o movimento
tropicalista.
Mário de Andrade
Mário Raul de Morais Andrade
1893 –1945
Intensa atividade ligada à 
cultura
Mário de Andrade:
“Minha obra badala assim: Brasileiros, chegou a hora de realizar o Brasil.”
 Mário Raul de Morais Andrade (1893-1945).
 Chamado “papa do modernismo”.
 Estreia em 1917 com Há uma gota de sangue em cada
poema, sob o impacto da Primeira Guerra Mundial; são
poemas que refletem influência parnasiana.
 A adesão absoluta aos padrões modernos se manifesta em
Pauliceia Desvairada, com poemas inspirados na cidade
de São Paulo.
 Em 1928, lança a prosa antropofágica Macunaíma, em
um estilo muito pessoal, que é um marco no modernismo
e na literatura brasileira.
A geração dos anos 1920
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Mário de Andrade
Características:
 A poesia de Mário de Andrade tem
caráter revolucionário, que rompe
com todas as estruturas do passado.
 Em toda a sua obra, o autor lutou por
uma língua brasileira, que estivesse
mais próxima do falar do povo.
 Valorizava os brasileirismos e o folclore,
como bem atestam os livros Clã do
jabuti e Remate de males.
 Suas poesias, romances e contos
revestem-se de uma nítida crítica
social, tendo como alvo a alta
burguesia e a aristocracia.
Poema de abertura do livro Pauliceia Desvairada:
Inspiração
São Paulo! comoção de minha vida...
Os meus amores são flores feitas de original...
Arlequinal!...Traje de losangos...Cinza e ouro...
Luz e bruma...Forno e inverno morno...
Elegâncias sutis sem escândalos, sem ciúmes...
Perfumes de paris...Arys!
Bofetadas líricas no Trianon... Algodoal!...
São Paulo! comoção de minha vida...
Galicismo a berrar nos desertos da América!
ANDRADE, Mário de. Poesias completas. São Paulo: Círculo do livro, 1976. 
A geração dos anos 1920
Moça linda bem tratada
Moça linda bem tratada,
Três séculos de família,
Burra como uma porta:
Um amor.
Grã-fino do despudor,
Esporte, ignorância e sexo,
Burro como uma porta:
Um coió.
Mulher gordaça, filó
De ouro por todos os poros
Burra como uma porta:
Paciência...
Plutocrata sem consciência,
Nada porta, terremoto
Que a porta do pobre arromba:
Uma bomba.
ANDRADE, Mário de. Poesias completas.
São Paulo: Círculo do Livro, 1976
O Modernismo dos anos 1920
Macunaíma 
o herói sem nenhum caráter
 Criação de uma língua literária nacional
 Intensa investigação da realidade e da cultura nacional
 Anti-herói
 Síntese do povo brasileiro
“No fundo do mato-virgem nasceu
Macunaíma, herói de nossa gente. Era preto
retinto e filho do medo da noite. Houve um
momento em que o silêncio foi tão grande
escutando o murmurejo do Uraricoera, que
a índia tapanhumas pariu uma criança feia.
Essa criança é que chamaram de
Macunaíma.”
É assim que nosso herói nos é apresentado pelo
narrador em terceira pessoa: uma criança feia, filho
do medo e da noite.
Observe a caracterização do "herói", tão diferente daquela
pretendida, por exemplo, pelo romântico Alencar em O Guarani
(Peri).
"Já na meninice fez coisas de sarapantar. De primeiro
passou mais de seis anos não falando. Si o incitavam a
falar exclamava:
- Ai que preguiça!
Nada mais dizia; trepado num jirau de paxiúba,
olhando o trabalho dos outros e dos irmãos ( Maanape,
bem velhinho e Jiguê, na força de homem). Seu único
divertimento era "decepar cabeça de saúva."
Observe aqui como o autor aproveita na
narrativa os ditos populares:
"Vivia deitado mas si punha os olhos em
dinheiro, "Macunaíma dandava pra ganhar
vintém."
E ainda:
"As mulheres se riam muito simpatizadas,
falando que "espinho que pinica, de pequeno
já traz ponta."
Gostava de tomar banho no rio, com a família. e mergulhava dando
beliscões nas mulheres nuas; quando visitava a maloca,"Macunaíma
punha as mãos nas graças dela", se alguma cunhatã se aproximasse
dele para acarinhá-lo.
O caráter libidinoso do herói começa a se revelar aí. Mais uma vez você
pode compará-lo a Peri, de O Guarani: no livro de Alencar, o herói é
construído sob o signo da Beleza, Bondade, Justiça, Fidelidade; aqui, nosso
herói vai se revelando aos poucos: preguiçoso, mentiroso contumaz,
libidinoso. Enfim: "um herói sem nenhum caráter".
"Quando era pra dormir trepava no macuru
pequeninho sempre se esquecendo de mijar.
Como a rede da mãe estava por debaixo do
berço, o herói mijava quente na velha,
espantando os mosquitos bem. Então
adormecia sonhando palavras-feias,
imoralidades estrambólicas e dava patadas no
ar."
Outro aspecto que deve ser notado é sobre a linguagem. Verifique que
as palavras usadas pertencem ao uso cotidiano, à linguagem coloquial:
"E pediu pra mãe que largasse da mandioca ralando na
cevadeira e levasse ele passear no mato. A mãe não quis
porque não podia largar da mandioca não."
"Sofará aguentou a sova sem falar um isto. "
 PERSONAGENS: Macunaíma - é a personagem central do
livro – "o herói sem nenhum caráter". Fugindo à etimologia
do nome Macunaíma: " o grande mau“; podemos afirmar que
o herói é múltiplo: "encarna uma enorme variedade de
personagens, ora boas, ora más, ora ingênuas; quase sempre
ingênuas." Isto porque o herói reúne em si várias figuras da
mitologia indígena que Mário de Andrade soube sintetizar em
uma só personagem; Maanape; Jiguê; Sofará; Iriqui; Ci;
Capei; Piaimã; Vei; Ceiuci.
 ASPECTOS TEMÁTICOS MARCANTES:
 COMPLEXO RACIAL: O herói índio, nasce preto retinto. Esse
complexo racial da nossa formação fica claro mesmo é na
passagem do poço encantado em que Mário de Andrade reúne
os três tipos fundamentais da formação da raça brasileira: o
índio, o negro e o branco.
 APATIA – “- Ai! que preguiça!...”
 LÍNGUA: O Modernismo fez uma verdadeira revolução na
língua literária. Os modernistas aproximam-na do povo,
incorporando a ela os modismos brasileiros e o português do
jeito que o brasileiro fala.
 MUIRAQUITÃ - A muiraquitã é um amuleto que se associa à
vida primitiva de Macunaíma, antes do contato com a
civilização.Pode-se dizer que a muiraquitã se associa à ideia
de pureza e inocência. Com a perda do amuleto, Macunaíma
vai-se civilizando e “sifilizando": contrai as doenças da
civilização, conforme constata e registra na sua carta as
icamiabas.
 PIAIMÃ - O gigante Piaimã, por outro lado, representa bem o
elemento estrangeiro, civilizado e superior, que vai dominando
a pobre nação, subdesenvolvida e fraca. Somente com muita
artimanha, o herói consegue enganá-lo e vencê-lo, na ficção
de Mário de Andrade.
Manuel Bandeira
Manuel Carneiro de Sousa 
Bandeira Filho
1886 –1968 
Tuberculoso
Autor de “Os sapos”
Manuel Bandeira:
“Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.”
 Manuel Carneiro de Souza Bandeira Filho (1886-1968).
 Aos 18 anos contraiu tuberculose, doença que o
acompanhou por toda a vida, afirmava que era “um tísico
profissional”. Desenganado pelos médicos, viveu para as
letras e preparando-se para a morte.
 Sua obra inicialmente foi influenciada por parnasianos e
simbolistas.
 Bandeira inicia sua produção modernista com a 
publicação dos livros Carnaval, em 1919, O ritmo 
dissoluto, em 1924.
 Em 1930 publicou Libertinagem, uma das obras mais
importantes da literatura brasileira, na qual estão alguns
de seus mais famosos poemas, como Poética,
Pneumotórax, Evocação do Recife e Irene no Céu.
A geração dos anos 1920
Poeta Manuel Bandeira tocando violão 
Fonte: Enciclopédia Ilustrada do Brasil –
Vol.5, p. 1452. Bloch Editores.
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Manuel Bandeira
Características de sua obra:
 Liberdade de conteúdo e forma.
 Buscou na própria vida inspiração para 
seus grandes temas:
De um lado Do outro
A família A rua por onde transitavam os 
mendigos
A morte As prostitutas
A infância no Recife Os meninos carvoeiros
O Rio Capibaribe Os carregadores de feira-livre
 Valorização do português falado no Brasil.
 A tristeza e a alegria dos homens.
 Idealização de um mundo melhor.
 Humor.
 Ceticismo.
 Ironia.
Irene no céu
Irene preta
Irene boa
Irene sempre de bom humor
Imagino Irene entrando no céu:
-Licença, meu branco!
E São Pedro, bonachão:
-Entra, Irene. Você não precisa pedir licença.
Manuel Bandeira
A geração dos anos 1920
Poema Tirado de uma notícia de jornal
João Gostoso era carregador de feira-livre e morava no 
morro da 
Babilônia num barracão sem número 
Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro 
Bebeu 
Cantou 
Dançou 
Depois se atirou na Lagoa Rodrigo de Freitas e morreu 
afogado.
Características
 Integração das formas da língua coloquial à
linguagem poética da primeira geração do
Modernismo brasileiro
 Clássico entre os modernistas
 Dizer coisas importantes de forma simples, clara,
mas nunca banal
 Não se subordinou a formas literárias fixas
Momento num café
Quando o enterro passou 
Os homens que se achavam no café 
Tiraram o chapéu maquinalmente 
Saudavam o morto distraídos 
Estavam todos voltados para a vida 
Absortos na vida. 
Um no entanto se descobriu num gesto longo e demorado 
Olhando o esquife longamente 
Este sabia que a vida é uma agitação feroz e sem finalidade 
Que a vida é traição 
E saudava a matéria que passava 
Liberta para sempre da alma extinta. 
Manuel Bandeira
O Bicho
Vi ontem um bicho 
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.
Manuel Bandeira
Vou-me Embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconsequente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que eu nunca tive
Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada
Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro 
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas 
Para a gente namorar
E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der 
Vontade de me matar
- Lá sou amigo do rei -
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Antônio de Alcântara Machado
Antônio de Alcântara Machado
1901 –1935
Não participou da SAM
Procurava renovar a literatura brasileira
Jornalismo
Prosa de ficção
Alcântara Machado: retratos da São Paulo Macarrônica
 Antônio de Alcântara Machado (1901-1935).
 Participou da primeira “dentição” da Revista de Antropofagia.
 Teve seu nome consagrado com a publicação dos livros de
contos Brás, Bexiga e Barra Funda (1927) e Laranja
da China (1928).
Características:
 A característica mais marcante de sua obra está no retrato,
ao mesmo tempo crítico, anedótico, apaixonado, mas
sobretudo humano, que faz da cidade de São Paulo e de seu
povo, com particular atenção para os imigrantes italianos,
quer os moradores de bairros mais pobres, quer os que se
vão aburguesando.
 Narrado no dialeto paulistano, ou “português-macarrônico”.
Delírio futebolístico no Parque Antártica
Camisas verdes e calções negros corriam pulavam, chocavam-se,
embaralhavam-se, caíam, contorcionavam-se, esfalfavam-se, brigavam.
Por causa da bola de couro amarelo que não parava, que não parava um
minuto, um segundo. Não parava.
- Neco! Neco!
Parecia um louco. Driblou. Escorregou. Driblou. Correu. Parou. Chutou.
- Gooool! Gooool!
Alcântara Machado
A geração dos anos 1920
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Capa do livro "Novelas Paulistanas" de Antônio de 
Alcântara Machado. Neste exemplar estão reunidos 
os contos: “Brás, Bexiga e Barra Funda”, “Laranja da 
China” (1928), e alguns contos avulsos.
Características
Retrata a cidade de São Paulo e o seu povo
(imigração italiana), moradores de bairros mais
pobres e os que vão se aburguesando) com um ar
crítico, anedótico, apaixonado, mas sobretudo
humano, numa linguagem intitulada como
“português macarrônico”.
Apesar de escrever artigos sobre cultura para o Jornal do
Comércio, só tomou contato direto com os modernistas em
1925.
Participou ativamente da primeira “dentição” da Revista
Antropofagia.
Obras:
Pathê-Baby (crônicas - sua estreia literária)
Brás, Bexiga e Barra Funda
Laranja da China
Brás, Bexiga e Barra Funda
 onze contos caracterizados como notícias
 linguagem concisa
 flashes cinematográficos
 personagens ítalo-brasileiras
 costumes de imigrantes italianos que influenciarão a cultura
paulistana
 narrativa isenta de descrições

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