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Resenha - Casa grande e senzala

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Universidade Estadual do Maranhão
Centro de Ciências sociais aplicadas
Curso de Ciências sociais
Disciplina: Antropologia Afro-brasileira
Professor: 
Aluna: 
FREYRE, Gilberto. Casa-Grande & Senzala: Formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal. 51 ed. São Paulo: Global, 2006.
Capítulo I: Características gerais da colonização portuguesa do Brasil: formação de uma sociedade agrária, escravocrata e híbrida 
Nesse capítulo, Gilberto Freyre fez uma análise dos fatores que possibilitaram a colonização portuguesa no Brasil, que nos permite tratar da organização econômica, civil e política da sociedade brasileira que se dá somente após 1532, tendo como pilares principais a agricultura e a estabilidade patriarcal da família.
Tudo gira em torno da família de característica patriarcal, escravista e aristocrática ''a unidade produtiva, o capital que desbrava o solo, instala as fazendas, compram escravos, bois, ferramentas, a força social que se desdobra em política”. O patriarca colonizador detém o controle sobre seus familiares, escravos e outros elementos que estão sobre o seu domínio em suas terras aonde a força de trabalho é exclusivamente escrava. 
Neste período houve a relação entre primeiros portugueses com as índias que eram vistas com exuberância pelos olhos europeus, que favoreceu e possibilitou a povoação do Brasil de forma mais rápida, tendo em vista que a população de Portugal era insuficiente para tal objetivo. O português possuía características culturais que foram assimiladas através de vários séculos de lutas com os mouros, e que tais características foram fundamentais para a realização da colonização. Mesmo encontrando algumas dificuldades, como enchentes e secas, insetos, dentre outros, os portugueses conseguiram se adaptar relativamente bem no Brasil, pois adaptou os conhecimentos indígenas a respeito da culinária e outros fatores conforme às suas necessidades, além de que o clima de Portugal era equivalente ao da África, que por sua vez tinha semelhanças com clima do Brasil colônia. 
A família no Brasil colônia foi um fator muito importante para a colonização, pois deu base a amplas funções sociais e econômicas, exercendo livremente a oligarquia e o nepotismo que se opuseram a intervenção dos jesuítas, que tentavam a qualquer custo “domesticar” os indígenas, impedindo os portugueses de operar via exploração estável, agrícola e do povoamento regular, já que o colono era livre para escolher sua mulher entre a dezenas de índias, resultando portanto em um povoamento doméstico, independente da religião imposta pelos jesuítas. 
A unificação do território nacional se deu através da língua e da religião, considerada o ponto unificador da sociedade, que muitas vezes foi conseguida à força. No Brasil não havia pureza de raças, uma vez que havia grande necessidade de ocupação territorial e colonização, se dando através da miscibilização, pois havia pouca gente no Brasil. Essa miscibilização pode ser confundida com sifilização, em termos de Brasil no período colonial, devido aos altos índices da doença no país com a chegada dos colonizadores, que trouxeram a doença ao Brasil. A facilidade de miscibilidade do colonizador português foi explicada por Gilberto Freyre pelo fato do povo português ser um povo indefinido entra a Europa e a África, posto que Portugal foi invadida e dominada por mouros. Essa indefinição gerou o hibridismo português, que contribuiu em larga escala para a adaptação e colonização portuguesa do Brasil. 
Pode se concluir que um dos principais fatores da permanência do português no Brasil para a realização da colonização foi a sua capacidade de adaptação e mobilidade, pois apesar das enormes dificuldades impostas, este conseguiu sobreviver, colonizar e unificar essa enorme colônia em condições adversas. 
Capítulo II: O indígena na formação da família brasileira 
Nesse capítulo, Freyre fala sobre o papel dos indígenas na formação social brasileira que permite ter sua tese apoiada na miscigenação. A miscigenação continua central, mas, neste capítulo, assume caráter de verdadeira “intoxicação sexual”, que, segundo Freyre, teria caracterizado o primeiro século da colonização.
 A relação dos portugueses com os índios no Brasil foi o que podemos chamar de mais branda do que o ocorrido nas colônias espanholas. Isso mais pela necessidade portuguesa de povoar o país e utilizá-los como escravos em plantações, onde a exploração do trabalho se diferenciava da exploração para o extrativismo preferido na colonização espanhol. O extermínio dos índios não se deu de forma tão brutal quanto o extermínio à espanhola. Ficou escondido na reviravolta cultural que sofreram os índios no Brasil. Seja pelas mãos dos senhores de engenho, ou pelos jesuítas, seus costumes foram sendo reduzidos, batiam de frente com os costumes europeus que tentava se implantar aqui, acarretando no extermínio da população e da cultura indígena. Era o choque do imperialismo português com o comunismo indígena. 
Os jesuítas foram os que melhor conseguiram estabelecer relações com os índios nessa época. Essas relações eram dificultadas pelo enorme número de tribos, costumes e idiomas presentes no Brasil naquela época. Pra facilitar a comunicação o tupi-guarani foi o artifício utilizado para a unificação da identidade indígena pelos jesuítas. 
A cultura indígena era muito rica. A parte religiosa dessa cultura era cheia de magia e ritos, que muitas vezes os padres não aceitavam e proibiam-nos. Mesmo quando catequizados, os índios não perderam alguns de seus traços fundamentais. É o caso da relação de íntima religiosidade entre as pessoas e os santos. 
Os índios de sexo masculino foram praticamente inúteis na formação social brasileira, porque, provindos de povos nômades, e não tendo hábito de trabalho, que era realizado pelas índias, não se sujeitaram ou, melhor, não tiveram competência para serem escravos; já as mulheres índias foram muito úteis como procriadoras caboclas. Oferecidas, “de pernas abertas” para o colonizador português, supriram o grande problema da colonização: a falta de mulheres brancas. Assim, a mulher índia foi a base da família brasileira, enquanto o índio foi praticamente insignificante nesse primeiro momento da colonização.
O trabalho agrícola em uma aldeia indígena era, geralmente, realizado por mulheres, enquanto os homens eram responsáveis pela caça. Os índios viviam de forma sedentária. Com a chegada e ocupação dos portugueses, foram muito importantes nas bandeiras e na defesa do território nacional de embarcações piratas, por exemplo. Os índios conheciam bem o território e facilitava assim a exploração nacional. Porém, pelo fato de os índios brasileiros serem nômades, não se adaptaram à agricultura de monocultura. 
Com a chegada dos portugueses, vieram também as doenças. A mortalidade infantil cresceu, e a sífilis também. A higiene do índio também foi drasticamente reduzida, ou pelo menos convertida a padrões ultramarinos. Persiste até hoje o conhecimento médico indígena, dos chazinhos e das ervas “milagrosas”, chegando a ser considerado superior ao dos médicos lusos e dominadores da ciência. 
Foram várias as contribuições indígenas na cultura e colonização brasileira. Dentre elas podemos destacar a higiene e a dieta indígena, com peixes e frutas, que persistem até hoje.

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