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CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
TEORIAS DO ESTADO
ANÁLISE SOBRE A TEORIA AMPLIADA DE GRAMSCI E SUA VISÃO SOBRE O ESTADO
DOCENTE: 
DISCENTE: 
LICENCIATURA EM CIÊNCIAS SOCIAIS, 4º PERÍODO
SÃO LUÍS, MARANHÃO, 01 DE NOVEMBRO DE 2017
GRAMSCI E O ESTADO
ANÁLISE FEITA POR BIANCA ESTEFANNY PEREIRA FEITOSA
ESTUDANTE DE CIÊNCIAS SOCIAIS DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO
ANÁLISE INICIAL, PARTE I – INTRODUÇÃO
A partir da primeira introdução sobre o conceito de politica, o autor traz, em Gramsci, uma reflexão profunda acerca do desenvolvimento das classes trabalhadoras, bem como o desenvolvimento da consciência de classe que, em linhas gerais, estagnou-se não pela ação direta da classe burguesa propriamente dita, mas pelo papel desenhado pelo Estado-burguês (ou o Estado em conjunto com a burguesia). Desse modo, foi inspirado na sua experiência durante o surgimento da Itália Fascista de Benito Mussolini que Antonio Gramsci desenvolveu um trabalho onde descreveu de forma prática e precisa a dominação das classes dominantes sobre a classe trabalhadora e como essas classes obtiveram consentimento para manter seu status quo.
ANÁLISE, PARTE II – DA SOCIEDADE CIVIL E A QUESTÃO DA HEGEMONIA
Para Gramsci, o conceito de sociedade civil está além das premissas que determinam o contrato social baseado nas teorias dos notórios contratualistas que explicam a transição do homem em estado de natureza para o estado civil, ou estado de civilidade, ou civilização. Dentro deste contexto de sociedade civil, Gramsci aplica o conceito de superestrutura à sociedade trazendo a ideia de que as relações sociais eram influenciadas pela classe dominante, pregando princípios ideológicos de cunho capitalista, valores e normas burguesas que tirava da classe trabalhadora a “autoconsciência”, formando, assim, a hegemonia.
Foi adotando princípios marxistas para o desenvolvimento de sua tese sobre a hegemonia burguesa na sociedade civil que Gramsci levou em conta os princípios supraditos que influenciavam as classes subalternas a ‘aceitar’ a dominação, impedindo, assim, a conscientização de classe e, por conseguinte, a transformação social de todas as classes trabalhadoras. Para uma compreensão direta e sem interpretações de terceiros, vamos nos ater à seguinte citação de Karl Marx e Friedrich Engels em ‘A Ideologia Alemã’: 
“(...) Em primeiro lugar, ele transforma o Estado numa pessoa, “o poderoso”. Ele entende e distorce, ao estilo pequeno-burguês alemão, o fato de a classe dominante constituir o seu domínio comum como poder público, como Estado, no sentido de que “o Estado” se constitui como terceira força contra essa classe dominante e absorve em si mesmo todo o poder que tem em relação a ela.”.
A Ideologia Alemã, p. 343, 344.
Destarte, de maneira mais sintética e cristalina, a vontade coletiva enquanto liderança do povo para a sua emancipação é um aspecto central para Gramsci. Aqui nota-se a importância dada à questão do ‘consentimento’ e da força enquanto parte do caráter educativo da política para a sua tese ampliada do Estado, onde pressupõe a existência de duas esferas:
i. A sociedade política: onde estaria o poder repressivo dos dominantes;
ii. A sociedade civil: constituídas pelas associações ‘privadas’, que é onde há a persuasão e o consenso, onde a dominação se expressa sob a forma de hegemonia.
A ampla visão e análise de Gramsci sobre o Estado traz à luz a ideia de um Estado representante exclusivo da burguesia, e identifica-os como reais detentores do aparato estatal, estratégicos que percebem e assimilam não somente a importância da sociedade política para legitimá-los, como também a sociedade civil propriamente dita.
Assim sendo, torna-se ainda mais compreensível e clara a crítica de Gramsci quanto à questão paradoxal do Estado-burguês, uma vez que a burguesia e/ou classe dominante se utiliza do aparato estatal tanto para ‘suprimir a si mesmo’ quanto para fortalecer e manter seu status quo, hegemonizando o pensamento da sociedade civil (das classes dominadas) como um todo de acordo com seus interesses particulares.
Desse modo, para reverter esse processo, Gramsci propusera que a ação para acabar ou combater o domínio das classes dominantes deveria ser não só através da participação política, mas principalmente cultural, utilizando-se de um viés de ‘cultura x cultura’, por assim dizer. A destruição de uma cultura onde as classes trabalhadoras (classes dominadas) abririam mão da subserviência ‘consentida’ para a instalação de uma cultura de autoconsciência acerca da sua participação nos processos de produção, onde ‘uma maioria trabalha para sustentar a hegemônica cultura burguesa de uma minoria’, e, por fim, tornar o Estado como um educador, a fim de impedir a hegemonia burguesa.
ANÁLISE, PARTE III – DO PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO RADICAL
A respeito do processo de transformação radical, Gramsci destaca três fatores importantes que podem viabilizar o poder das classes subservientes, bem como enfatiza como tais crises podem ser úteis até mesmo ao desmantelamento da classe dominante, dentre esses fatores destacamos:
i. A crise de hegemonia: Gramsci se aproveita de forma inteligente em sua análise para mostrar que em um determinado período de tempo há divergências a ponto de criar dentro dos partidos políticos detentores do tanto da influencia político-cultural quanto do próprio aparato estatal uma rachadura que viria a refletir de maneira negativa tanto politicamente quanto socialmente, fazendo, assim, um típico modus operandi onde as classes dominantes se separam o que, por conseguinte, enfraquece seu poder e dá a oportunidade às classes subservientes de agir em prol de seus objetivos. Por outro lado, a crise hegemônica poderia não vir necessariamente através das divergências e conflitos internos entre os detentores do ‘poder’, mas sim de crises econômicas que viriam a desestabilizar o aparato estatal-burguês, obrigando-os a realizar reformas impopulares para a estabilização socioeconômica. Desse modo, as medidas impopulares serviriam como gatilho para a derrubada e a consequente destruição dos que dominam o hegemônico aparato estatal-burguês.
ii. A guerra de posição: Tratando-se da guerra de posição, Gramsci destacou esse tópico em subtópicos que aqui serão sintetizados. No que tange ao primeiro, trata-se, de forma genérica e clara, de uma revolta armada incorporando todo o espírito ideológico proletário contra o capitalismo e a forma de dominação socioeconômica, sociopolítico e sociocultural por parte da classe burguesa detentora do aparelho estatal. Um ataque frontal ao Estado. Haveria de ter, dentro dos Partidos Comunistas de cada nação, uma organização prévia de como o sistema socialista poderia ser ordenado dentro de cada contexto político. A segunda seria se utilizar da mesma estratégia que o Estado-burguês se utiliza para hegemonizar a sociedade civil. Uma contra-hegemonia seria criada e estabelecida por uma ‘sociedade civil organizada de trabalhadores’ a fim de confrontar todo o perfil ideológico estabelecido pelo Estado, dessa maneira, seria travado uma batalha cultural entre classes dominantes e dominadas, e, uma vez o proletário assumindo o controle do Estado, uma nova hegemonia seria estabelecida, a hegemonia proletária. O terceiro objeto de guerra de posição seria ‘consciência’ do proletário, Gramsci enfatiza a questão da consciência e, em sua tese, estimula que proletários busquem obter os mesmos direitos que a classe dominante, de modo que não haja supressão a nenhuma das partes, mas sim que ambos estejam em pé de igualdade, o que também inclui a participação da classe proletária no aparato estatal, de maneira que o trabalhador perceba em si que seus interesses são tão importantes e necessários quanto os de uma classe sustentada por ele próprio e, a partir disso, todos os que compartilharem da mesma experiência, estejam aptos e dispostos a organizar uma contra-ideologia que os tirem da posição em que se encontram. Por fim, o quarto e último fator destacado por Gramsci é a deque os Partidos Políticos Revolucionários possuam em seu seio seus próprios ‘organismos hegemônicos’, ou em outras palavras, seus próprios intelectuais. Proletários organizados entre si e conscientes de quem são e de onde pertencem que servirão de apoio para unir a classe subserviente e conscientizá-las. É, portanto, a função do partido político a de educar, criar meios para organizar a classe trabalhadora e torna-la capaz de lutar pela tomada de controle do aparato estatal. Vale lembrar que é dentro dos Partidos Políticos Revolucionários onde as ideias e ideais são difundidos a fim de criar uma homogeneidade, uma unidade de pensamento de maneira que tanto os próprios trabalhadores quanto os partidos se fortaleçam ideologicamente, buscando a indestrutibilidade.
iii. O papel dos intelectuais: Gramsci utiliza-se da ideia de que, de maneira genérica, os intelectuais são os precursores da hegemonia em um determinado grupo social, são os principais responsáveis pela disseminação ideológica para a dominação político-social e socioeconômica. A partir disso, a posição de intelectual traz consigo uma posição superior em relação às outras classes sociais. Esses intelectuais poderiam não apenas ser escritores, cientistas e etc. como também qualquer um que tivesse capacidade técnica de organização social e, como pensantes, líderes nascentes daquele grupo social a que pertencem, esses destacados, dentro do pensamento de Gramsci trazido pelo autor, seriam chamados intelectuais orgânicos. Esses intelectuais orgânicos são, de certo modo, diferenciados como supracitado, por pertencerem à classe originária de modo que a hegemonia se realize como concreta, uma vez que estes mesmos intelectuais são os que possuem a capacidade “para dirigir as ideias e aspirações da classe à qual pertencem organicamente”. Destarte, para a criação e a formação de um partido político indestrutível, segundo o autor, Antônio Gramsci pregava a ideia de que todos os homens são filósofos e/ou intelectuais, de que houvesse a fusão e a unificação de intelectuais tradicionais e orgânicos, de modo que essa ideia transcendesse o meio organizacional de influencia político-social a fim de que toda a classe trabalhadora/proletária também se visse dentro deste ideal de intelectualidade construído para hegemonizar toda uma sociedade e suas classes sociais. 
Por fim, a teoria do Estado em Gramsci vem da noção marxista de uma superestrutura e sistema político-jurídico enraizado no conflito de classes. Apesar da sua concordância parcial com a teoria marxista, a ideia de hegemonia trazida por Gramsci em sua teoria, enfatiza que não precisaria se utilizar da força coercitiva do poder estatal para dominá-la posteriormente, mas sim da força massiva da classe trabalhadora que, de dominada, viria a “dominar” aceitando para si um sistema político-social e econômico que, em linhas gerais, representaria todos os seus anseios e aspirações, de modo a reconstruir uma nova era social de novas crenças, valores sociais, culturais e morais, aspectos estes de um Estado que reflete o que Gramsci tinha para si mesmo, como educador que era segundo o próprio autor.
ANÁLISE FINAL, PARTE IV – DA CONCLUSÃO
Observamos nesta análise meramente simplista os principais aspectos e linha de pensamento de Gramsci, bem como suas notáveis ideias que influenciadas por Karl Marx foram tão importantes quanto o próprio, e são até hoje. Ressaltamos aqui a questão cultural e hegemônica do Estado-burguês estabelecida não só naquela época, como também nesta, e fazendo uma breve análise e reflexão em comparação aos dias de hoje, os acontecimentos descritos por Gramsci ainda em seu período, se apresentam de forma estritamente semelhante hoje, o que nos leva a refletir ainda acerca do real papel do Estado, da sociedade civil e da sociedade política e que tipos de mudanças benéficas tiveram ao longo de todo este período de estudos e grandes reflexões filosóficas.

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