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PROJETO TCC DESCRIMINALIZACAO E LEGALIZACAO DO ABORTO NO BRASIL

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FACULDADE POLITÉCNICA DE CAMPINAS 
 
 
 
 
 
 
MARCELO WARNER SGROTT 
 
 
 
 
 
 
 
ABORTO NO BRASIL: 
 
DESCRIMINALIZAÇÃO E LEGALIZAÇÃO DO ABORTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAMPINAS 
2020 
 
MARCELO WARNER SGROTT 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABORTO NO BRASIL: 
 
DESCRIMINALIZAÇÃO E LEGALIZAÇÃO DO ABORTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Projeto de Pesquisa apresentado ao Curso de 
Bacharelado em Direito da Faculdade Politécnica de 
Campinas – POLICAMP, como requisito parcial de 
para a conclusão da disciplina de TCC, sob a 
orientação da Profª. Ms. Flavia Antunes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAMPINAS 
2020 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
1 APRESENTAÇÃO........................................................................................... 04 
2 INTRODUÇÃO................................................................................................. 04 
3 REFERENCIAL TEORICO............................................................................... 09 
4 HIPOTESES..................................................................................................... 15 
5 JUSTIFICATIVA.............................................................................................. . 16 
6 OBJETIVOS..................................................................................................... 17 
6.1 OBJETIVO GERAL....................................................................................... 17 
6.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS......................................................................... 17 
7 METODOLOGIA............................................................................................... 18 
8 CRONOGRAMA............................................................................................... 20 
9 REFERÊNCIAS ............................................................................................... 21 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1) APRESENTAÇÃO 
 
O tema principal pesquisado é o aborto e a descriminalização e a legalização no Brasil, 
um assunto que traz muitos debates junto a sociedade e ao pais tais como, morais, 
religiosos, biológicos, médicos, jurídicos, éticos, dentre outros de perspectiva de 
essência humana. Nesse dilema, as interpretações são ambíguas entre o direito da 
livre escolha da mulher e a proteção da vida do feto, sendo os direitos confrontados. 
O objetivo da pesquisa é buscar conhecimentos e reflexões sobre as consequências 
da prática de aborto ilegal e as práticas de aborto ilegal, onde as estatísticas revelam 
que milhares de mulheres perderam suas vidas após terem sido submetidas aos 
métodos inadequados em clínicas clandestinas, mal assistidas pelo estado e sem 
conhecimento do estado. 
A pesquisa nos mostra a realidade que atinge todas as classes sociais, 
independentemente do nível cultural, social, religioso e econômico. Onde é percebido 
que as mulheres expostas ao nível maior de pobreza, baixo poder econômico, negras, 
de regiões distantes, sem recursos, menos assistidas e analfabetas são as principais 
vítimas dos procedimentos inseguros de aborto, ocorrendo sério risco de morte 
durante e após aborto. 
Ao analisar e realizar este trabalho de pesquisa tivemos como objetivo principal de 
traçar os dados reais do quantitativo de mulheres vítimas do aborto ilegal, pois a partir 
desse método, é possível descrever a gravidade e a evidencia de observar os 
problemas resultantes da clandestinidade abortiva. 
O trabalho de pesquisa foi feito com o intuito de organizar, verificar e ter as 
informações necessárias para podermos ter um maior nível de informações sobre 
quais tipos, formas entre outros processos de aborto legal e ilegal que ocorrem no 
Brasil. 
Em um levantamento histórico acerca do aborto no Brasil, demonstrou diversidade 
cultural e de crença no decorrer das gerações, mostrando que o aborto sempre foi 
controverso, em virtude da defesa do direito à vida do feto e da liberdade da mulher 
em poder dispor de seu próprio corpo em lados diferentes. 
5 
 
Abordamos os conceitos e modalidades de aborto ilegal, onde conforme discriminado 
no Código Penal. Os artigos 124, 125, 126 e 127 dispõem que o aborto provocado 
pela gestante ou com o consentimento dela é caracterizado como crime doloso. Já no 
artigo 128, I e II, traz as hipóteses de excludente de ilicitude, chamadas pelos 
doutrinadores de aborto terapêutico e aborto sentimental, que só poderão ocorrer se 
houver risco de morte para a gestante e nos casos de gravidez resultante de estupro, 
violência sexual e para o caso de feto anencéfalo que possuem amparo legal, definido 
pelo STF (2012?). 
Também não podemos deixar de destacar a interferência das instituições religiosas, 
independentes se forem são católicas, crentes, protestantes. As igrejas e crenças 
religiosas tem como fundamento garantir o direito à vida, declarando seus ideais de 
moral, de ética e de costumes, não dando liberdade de escolha a mulher. 
Ainda em nosso trabalho de pesquisa foram verificadas as normas, regulamentações 
e os artigos penais vigentes no Brasil. Desta forma podemos fazer várias 
comparações através de estudos de pesquisas e identificar a grande mortalidade de 
mulheres no Brasil e no mundo através da realização de aborto ilegais onde mais de 
90% acontecessem as mortes em países em desenvolvimento ou subdesenvolvidos. 
Com isso podemos comparar que para os países onde tem normas e leis legais para 
o aborto principalmente em países desenvolvidos a taxa de mortalidade e baixíssima, 
devido a utilização de médicos capacitados, clinicas e hospitais estarem equipados e 
protegido, acompanhado e assistido pelo estado durante e após o aborto legal. 
Neste trabalho de pesquisa também verificamos e vamos relatar as consequências do 
aborto clandestino. As complicações que ocorrem de várias formas na paciente, como 
as principais: infecção, hemorragia, perfuração do útero, intoxicação sanguínea, dores 
abdominais, traumatismo na vagina, sangramento, má formação física e psíquica do 
bebê, depressão da gestante, efeitos psicológicos muito fortes de culpa da paciente, 
tétano, esterilidade, além de muitos óbitos. 
E durante o nosso trabalho também não podemos deixar de relatar a omissão do 
estado a seletividade do sistema penal. O estado adota mecanismos que privilegiam 
pessoas de maior nível cultural e socioeconômico, não cumprindo as penas quando 
julgadas pelos seus atos lesivos. Por outro lado, as mulheres pobres e sem instrução 
6 
 
que praticam aborto são tratadas como criminosas sem contar que podem ficar 
estéreis para o resto da vida. 
Muitas mulheres quando necessitam de realizar um aborto clandestino buscam 
medicamentos perigosos podendo ter complicações para a vida toda. No Brasil temos 
um número expressivo de abortos ilegais, principalmente em regiões mais distantes e 
remotas do pais. 
Existem também muitas clinicas ilegais que praticam estes atos de aborto 
comprometendo a vida da mulher e em alguns casos levando até a morte. No brasil a 
igreja se opõe ao contrário do aborto, não dando chance a mulher de livre escolha 
devido ao conservadorismo. Mesmo garantido em nossa Constituição Federal e a 
laicidade do estado, somente em três casos pode-se praticar o aborto legalmente, 
sendo nos casos de violência sexual, criança com anencefalia fetal ou mesmo quando 
a vida da gestante corre sério risco, este último decidido pelo STF (ADPF54). 
Caso fosse regularizado o aborto, várias mulheres deixariam de morrer e evitariam 
clinicas clandestinas, praticariam tratamento seguro, autorizado e assistido pelo 
estado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
2) INTRODUÇÃO 
 
A prática do aborto sempre foi um tema muito polêmico e muito controvertido. 
Grande parte da sociedade ainda não conseguiu entender e assimilar as justificativas 
para esta tomada de decisão por parte da mulher, dos pais ou mesmo dos médicos.Daí o assunto causa desconforto na sociedade. É um assunto remoto, mas que, de 
tempos em tempos ressurge discutindo situações que estremecem os meios sociais. 
 
Em recente decisão o Supremo Tribunal Federal (STF) admitiu a realização de 
interrupção de gestação de feto anencéfalo (2012?). O posicionamento dos ministros 
e a votação geraram intensa polêmica em todo o país, movimentando diferenciados 
setores da sociedade, trazendo à tona, muito além de toda a questão jurídica, 
implicações religiosas, morais, sociológica e de diversas outras ordens. 
 
O panorama de intenso debate e o incomodo de pontos de vista conflitivos, 
amplamente cobertos pela mídia e seguidos de perto pelos distintos segmentos 
religiosos, tornaram a questão penal, mesmo submersa em meio a um emaranhado 
de argumentos de outras ordens, o foco do olhar nacional. 
 
A interrupção de uma gestação põe em evidência e em cheque as crenças e 
dogmas individuais e um alto nível de comoção é provocado normalmente. É nesse 
sentido, de ordem de pensamento, que se pretende organizar esta pesquisa e 
contribuir com estas linhas de entendimento da questão. Esta é a motivação para a 
realização da pesquisa, já que é um assunto polêmico, que traz à tona um 
emaranhado de sentimentos. 
 
A chamada anencefalia é uma grave malformação fetal que resulta da falha de 
fechamento do tubo neural (a estrutura que dá origem ao cérebro e a medula 
espinhal), levando à ausência de cérebro, calota craniana e couro cabeludo. A junção 
desses problemas impede qualquer possibilidade de o bebê sobreviver, conforme 
definição do Conselho Federal de Medicina (CFM). 
 
No Brasil é altíssimo o índice de fetos anencéfalos, como resultado de cada 
700 crianças nascidas, uma é anencéfala (não possui cérebro). O dado foi 
8 
 
apresentado pelo professor da Universidade de São Paulo Thomaz Gollop, durante a 
conferência Aborto e Tortura: o caso da anencefalia em 03/11/2009. A questão da 
autorização do aborto pela justiça sempre causou grande repercussão na sociedade, 
por ser um assunto que envolve a vida humana, religião e liberdade. 
 
Pelo Código Penal, o aborto é crime em todos os casos, exceto se houver 
estupro, violência sexual ou risco de morte da mãe. Como o texto não trata de 
anencefalia, há anos juízes e tribunais têm decidido caso a caso sobre a interrupção 
da gravidez, em muitos deles, concedendo os pedidos. Em outros, a ação perdeu o 
objeto em razão da demora, quando o processo chegava às mãos do juiz, o parto já 
havia ocorrido. 
 
Sabendo-se que o direito precisa de razão e não emoção, como lidar com a 
emoção e a dor tendo como parâmetro o desenvolvimento social do indivíduo sem 
interferências e intervenção. 
 
Esta pesquisa visa esclarecer a seguinte questão: Em que medida a 
legalização do aborto de fetos anencéfalos e a descriminalização do aborto está em 
concordância com os anseios da sociedade brasileira? 
 
 
9 
 
3) REFERENCIAL TEÓRICO: 
 
O direito à vida é um direito fundamental ao ser humano, podemos dizer que é um 
super direito, pois todos os demais direitos dependem dele para se concretizar, assim 
sem o direito à vida, não haveria os relativos a liberdade, a intimidade, direito de ir e 
vir, etc. O direito à vida assim como os demais direitos, são garantidos aos brasileiros 
assim como dos estrangeiros residentes no Brasil e está prevista na Constituição 
Federal do Brasil de 1988 em seu artigo 5º: “Todos são iguais perante a lei, sem 
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros 
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida” Sabemos que todos os direitos 
são invioláveis; não existe direito passível de violação. 
 
Mas a Constituição Federal fez questão de frisar a inviolabilidade do direito à vida 
exatamente por se tratar de direito fundamental. Importante lembrar que a 
Constituição Federal é a Lei Maior do país, à qual devem se reportar todas as demais 
leis. Além disso, os direitos previstos no artigo 5º da Constituição Federal são 
“cláusulas pétreas”, isto é, são direitos que não podem ser suprimidos da Constituição, 
nem mesmo por emenda constitucional. Assim observa-se o dever e a preocupação 
do Estado de assegurar o Direito a vida, defendendo-o de forma geral, dentre elas a 
uterina. Não só a Constituição Federal do Brasil declara a inviolabilidade do direito à 
vida, como também acordos internacionais sobre Direitos Humanos que o Brasil 
assinou afirmam ser a vida inviolável. 
 
O principal desses acordos é a Convenção Internacional dos Direitos Humanos, que 
em seu artigo 4º Decreto 678/1992 prevê: “Toda pessoa tem o direito de que se 
respeite sua vida. Esse direito deve ser protegido pela lei, em geral, desde o momento 
da concepção. Ninguém pode ser privado da vida arbitraria” 
 
A convenção Internacional dos Direitos Humanos entrou para o Ordenamento Jurídico 
Brasileiro através do Decreto 678/1992 e tem status de norma constitucional, vale 
dizer, deve ser observado pela legislação infraconstitucional. É baseado nesse dado 
científico acerca do início da vida que o a Convenção Internacional dos Direitos 
Humanos afirma que a vida deve ser protegida desde a concepção. 
 
10 
 
O aborto de anencéfalos e a legalização do aborto é um assunto que gera muita 
polêmica com repercussão na sociedade em geral. 
 
Este trabalho visa esclarecer os pontos de vista de médicos, religiosos, magistrados, 
da sociedade e principalmente da mulher, pois são diversos os pensamentos e ideias 
defendendo ou condenando o aborto. 
 
É preciso um amplo debate, sem paixões, sem crenças um debate amadurecido, 
analisando o problema sobre vários aspectos, não só o aspecto legalista, mas os 
fatores de ordem estruturais e psicológicos da mulher e também para os futuros 
atendimentos a gestante, caso um dia venha a ser aprovado, ter uma infraestrutura 
melhorada a fim de evitar a morte da gestante durante e após o aborto. 
 
Muitas pessoas com base em argumentos religiosos escolhem ignorar o fato de que 
o aborto de anencéfalos é, afinal, uma questão de saúde pública. Impor a obrigação 
de gerar um filho já sabendo que são inexistentes suas chances de sobrevivência 
após o parto, o que é cientificamente comprovado, em muitos casos a mulheres que 
não tem condições físicas, psicológicas, econômicas ou de qualquer natureza de 
manter uma gestação. 
 
Vale lembrar que este individuo caso sobreviva será sempre uma pessoa que 
necessita cuidados especiais, bem como remédios orientações, acompanhamentos 
que de um modo ou de outro será pago pela sociedade e por todos nos. 
 
Todos esses fatores citados acima nos levam ao entendimento de que muito se tem 
a discutir em relação ao aborto de fetos anencéfalos e também a legalização do 
aborto, em uma sociedade relativamente nova onde os valores morais estão em 
constantes mudanças e o sentimento conservador está aos poucos sendo substituído 
pelo bom senso, essa pesquisa se faz necessária para a formulação de uma síntese 
a respeito do tema. Onde podemos em um futuro próximo discutir e aprovar os valores, 
conceitos e ideologias com a razão e sem a emoção, com o fortalecimento de uma 
nação e principalmente a vida da mulher e da gestante. 
 
11 
 
Segundo Lins, o patriarcal e um sistema bem voltado e baseado no poder do pai, com 
isso os descendentes e parentes próximos seguem esta linha masculina, com isso a 
mulher segue subordinada ao homem e sendo considerada inferior a ele. Esta 
ideologia de patriarca tem muita relação com a divisão da humanidade demonstrando 
a forma que homens e mulheres vivem. Com isso para se manter a mulher sobre 
domínio do homem ao longo da história ocorreu o controle de fecundidade e a divisão 
sexual do trabalho, determinando as tarefas e o lugar social da mulher. 
Beauvoir (2009, p. 22) explica a condição da mulher: 
 
O homem que constitui a mulher como um Outro encontrará,nela, 
profundas cumplicidades. Assim, a mulher não se reivindica como 
sujeito porque não possui os meios concretos para tanto, porque sente 
o laço necessário que a prende ao homem sem reclamar a 
reciprocidade dele, e porque, muitas vezes, se compraz no seu lugar 
de outro. 
 
Para SaffiotI (2015) o feminismo e visto sobre a perspectiva marxista onde se 
denomina feminismo materialista. Já o patriarcado consiste de um sistema de 
denominação e exploração onde as mulheres em uma relação desigual permanece 
subordinada aos homens. Com isso não se trata como conceito, mas como relação 
de gênero e conceito. Mesmo nos dias de hoje percebe-se que o patriarcado este 
presente, primeiramente pela tutela do pai e depois pelo marido, que vê como um 
contrato sexual possui direitos sore a mulher. 
 
Para Cisne (2013) pela visão marxista as relações sociais de sexo estabelecidas na 
sociedade patriarcal apenas conceito de gênero, haja vista o conceito de gênero que 
se remete uma vez que adentra as dimensões de classe e raça. Devemos pensar na 
mulher como sujeito, uma vez que se encontra inserida além das relações de gênero. 
Cisne (2013, p.7) esclarece: 
 
Cremos, então, que gênero dificulta a compreensão da problemática 
que envolve as relações sociais de sexo. A começar pela ocultação que 
muitas vezes promove ao sujeito político mulher, especialmente, 
quando não é utilizado de forma associada ao patriarcado e/ou a 
categoria mulher, a qual os “estudos de gênero”, substituiu em grande 
medida. Isso provoca um sério problema político em termos de 
12 
 
desdobramentos para o feminismo, afinal, não podemos, em nenhuma 
situação, ocultar o seu sujeito político central: a mulher, sem o qual o 
movimento feminista perde o seu sentido e dilui o seu propósito. 
 
Desta forma ao utilizarmos o patriarcado estamos nos referindo a relações de 
denominação que os homens têm sobre as mulheres, incluindo a opressão e a 
exploração sobre seu corpo. Ao contrário da categoria de gênero o patriarcado deseja 
as desigualdades existentes na sociedade, nas relações entre homens mulheres, 
sociais e de sexo. (CISNE, 2013). 
 
No Brasil não foi diferente e uma das principais reivindicações feministas era o direito 
ao voto, sendo o nome conhecido na época na luta feminista de Bertha Luz, que 
estudou no exterior e quando retornou ao pais em 1910 começou a luta pelo voto, 
porem as mulheres brasileiras so tiveram voz ao voto em 1932 após promulgação do 
Código Eleitoral Brasileiro. Neste mesmo movimento foram unindo outras classes 
operarias da época que seguiram com força até 1930 depois perdendo força. 
(PINTO,2010). 
 
Segundo Lucena (2012, p.2): 
 
Os anos 1930 e 1940 representaram um momento de refluxo na orga- 
nização das mulheres, já que algumas reivindicações haviam sido 
formalmente atendidas, como o direito de votar e ser votada, ingresso 
nas instituições escolares e participação no mercado de trabalho. Este 
recuo também pode ter sido consequência da ascensão do nazi-
fascismo, em que reprimia quaisquer outras formas de contestação 
social. Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, passou-se a 
valorizar a participação da mulher no mercado de trabalho, por 
necessidade econômica daquele momento histórico. Era necessário 
liberar a mão-de-obra masculina para que os homens pudessem seguir 
para as frentes de batalha. No entanto, com o fim da guerra e o retorno 
da força de trabalho masculina, passou a preponderar novamente uma 
ideologia que valorizava a diferenciação de papéis por sexo, atribuindo 
à condição feminina o espaço doméstico como forma de justificar a 
retirada da mulher do mercado de trabalho, para que cedesse seus 
lugares aos homens. 
13 
 
Conforme entendimento de Manuel Sabino Pontes, com anencefalia o feto fica 
comprometido, pois não há estruturas cerebrais, notadamente “provoca a ausência de 
todas as funções superiores do sistema nervoso central”. Ou seja, a consciência, 
cognição, percepção, comunicação, efetividade nunca se desenvolverão no nascituro. 
Nesse contexto, o feto anencefálico não tem nenhuma possibilidade de vida, 
mantendo apenas uma sobrevida de preservação de funções vegetativas com tempo 
indeterminado de sobrevivência (PONTES, 2005, p. 03). 
 
O entendimento de Paulo César Busato diz que se onde há cessação da atividade 
cerebral não há vida, não há objeto jurídico. Não havendo objeto não há proteção 
jurídica justificada. Como tal, não pode existir responsabilidade penal. Deduz-se, pois, 
que a expulsão do ventre do feto anencéfalo é um indiferente penal. (BUSATO, 2005, 
p. 386). 
 
Anelise Tessaro (2008, p. 113) afirma que: (...) referindo-se aos casos de fetos 
portadores de anencefalia, acrania ou em que o encéfalo não se formou, e fazendo 
um paralelo com a Lei 9.434/97 (que dispõe sobre a retirada de órgãos, tecidos e 
partes do corpo para fins de transplante e tratamento), conclui-se que estes fetos 
estão juridicamente mortos, uma vez que o conceito de morte encefálica corresponde 
ao diagnóstico morte. Se este dado autoriza a interrupção de emprego de recursos 
para o suporte de funções vegetativas e permite a retirada de órgãos e tecidos do 
doador, porque não autorizar a interrupção da gestação, uma vez que é a própria 
gestante maior interessada nesse procedimento, quem suporta e garante as funções 
vitais do feto. 
 
A palavra aborto provém do latim ab-ortus, ou seja, “privação do nascimento”. 
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), abortamento é “a morte do 
embrião ou feto antes que seu peso ultrapasse 500g, atingido antes das primeiras 22 
semanas de gravidez”. Por tratar-se de tema polêmico, houve a necessidade de 
aperfeiçoarem-se os conceitos, utilizando termos menos pejorativos e menos 
agressivos. Dessa forma, o conceito majoritário entre os doutrinadores a respeito do 
aborto é a “cessação da gravidez, antes do tempo normal, causando a morte do feto” 
(NUCCI, 2010). 
 
 
14 
 
Outros doutrinadores conceituam o referido tema. Prado (2011, p.111). Postula que: 
 
(...) entende se por aborto (de ab-ortus: privação do nascimento) a 
interrupção voluntária da gravidez, com a destruição do produto da 
concepção. É a morte do ovo (até três semanas de gestação), embrião 
(de três semanas a três meses) ou feto (após três meses), não 
implicando necessariamente sua expulsão. O delito pressupõe gravidez 
em curso, sendo que a morte do feto deve ser consequência direta das 
manobras abortivas realizadas ou da própria imaturidade do feto para 
sobreviver, quando sua expulsão for praticada prematuramente por 
aquelas manobras. O estágio da evolução do ser humano em formação 
não importa para a caracterização do delito de aborto. 
 
Prado confirma a concepção anterior e acrescenta, de forma mais detalhada, as 
características do ato de abortar. Já Mirabete (2008, p. 25) faz uma diferenciação entre 
os termos abortamento e aborto de uma forma um pouco mais aprofundada: 
 
(...) preferem alguns o termo abortamento para a designação do ato de 
abortar, uma vez que a palavra se referiria apenas ao produto da 
interrupção da gravidez. Outros entendem que o termo legal – aborto – 
é melhor, quer porque está no gênio da língua dar preferência às formas 
contraídas, quer porque é o termo de uso corrente, tanto na linguagem 
popular como na erudita, quer, por fim, porque nas demais línguas 
neolatinas, com exceção do francês, diz aborto. 
 
 
15 
 
4) HIPÓTESES 
 
 Diante da investigação, pesquisas e consequente reunião de dados, pensa-se 
chegar às seguintes conclusões: 
a) Apesar de ser um tema muito debatido, ainda existem lacunas a se pensar 
e analisar, já que a decisão do STF ainda é desconhecida, na sua essência e 
detalhamento, por parte da sociedade, igrejas templos religiosos e principalmente o 
papel da gestante, que sofre além do físico o de psicossocial. 
b) As características da anencefalia, causas, como equando é possível o 
diagnóstico, os riscos de uma gravidez com estas características e o que se faz na 
prática quando há o diagnóstico são outros aspectos muitas vezes desconhecidos. 
Que devemos fazer? Como podemos ajudar a gestante? 
c) Ao definir a linha histórica e causal, um estudo sobre o aborto e a 
descriminalização do aborto, especialmente sobre a anencefalia, e a sua 
permissibilidade no mundo será realizado. A visão de médicos ginecologistas-
obstétricos e da sociedade serão analisadas através de dados de pesquisas 
realizadas por órgãos de relevância na área da pesquisa empírica e de enquetes 
realizadas por diferentes meios de comunicação. A visão religiosa sobre o assunto 
também será apresentada para que se tenha equilíbrio em relação aos 
posicionamentos. Provavelmente, nos casos estudados, mesmo as pessoas mais 
ligadas em ritos religiosos, culturais, entre outros, após conhecimento sobre o assunto 
serão a favor da decisão tomada pelo STF. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
5) JUSTIFICATIVA 
As discussões existentes em torno da ilegalidade da prática abortiva de fetos é 
que não possuem viabilidade de vida extrauterina, pelo fato de serem anencefálicos, 
têm gerado grande polêmica na sociedade brasileira há anos. 
 
Um dos maiores e mais antigo problema tutelado pela Ciência Jurídica, o direito 
à vida, foi o que despertou o interesse para o desenvolvimento desse estudo. Direito 
esse que se tornou novamente debate quando a evolução do tempo se tornou capaz 
de diagnosticar precocemente durante a gestação a anomalia de anencefalia no feto. 
Recentemente voltou à tona a problemática onde não se encontrou outra opção, a não 
ser buscar auxílio ao Supremo Tribunal Federal (STF), que decidiu sobre a legalização 
e a antecipação do parto em casos de fetos anencefálicos. 
 
A relevância da pesquisa está exatamente neste ponto da história jurídica. A 
evidência dos pormenores da gestação, da legalização do aborto e a opinião de 
especialistas no assunto e de religiosos podem trazer maior conhecimento e 
conscientização das possíveis consequências físicas e emocionais para a mulher e 
para a família neste processo. 
 
 
17 
 
6) OBJETIVOS 
 
6.1 Objetivo geral 
Pesquisar em que medida a legalização do aborto de fetos anencéfalos, legalização 
do aborto e da descriminalização do aborto está em concordância com os anseios da 
sociedade brasileira. 
 
6.2 Objetivos específicos 
a) Estudar a história do aborto e os diferentes tipos de aborto 
praticados no Brasil. 
b) Descrever a orientação social e a punibilidade do aborto para 
abortos, acidental, natural ou espontâneos, frequente, induzido, 
completo, criminal, induzido legalmente, oculto, nestes contextos. 
c) Identificar as características do aborto de crianças com defeitos 
físicos e da anencefalia estabelecendo a diferença. 
d) Estudar os posicionamentos médicos, religiosos, a ação do 
estado e sociais sobre a questão e fazer uma análise tendo como 
parâmetro o posicionamento jurídico. 
e) Realizar uma análise de dados obtidos sore abortos 
anencéfalos e outros tipos de aborto através da internet. 
f) Dimensionar os dados das enquetes realizadas por blogs, 
jornais, sites oficiais e não oficiais sobre o nível de aceitação 
pelos brasileiros do aborto de anencéfalos e induzidos. 
g) Revisar qualitativamente o de material de pesquisa catalogado 
e analisado para uma melhor analise final 
 
 
 
 
18 
 
7) METODOLOGIA: 
A pesquisa a ser realizada neste trabalho pode é classificada quanto à natureza como 
pesquisa básica, pois objetiva gerar conhecimentos novos úteis para o avanço da 
ciência sem aplicação prática prevista e envolve verdades, futuros debates da 
sociedade e interesses universais. 
 
Nesta forma de abordagem do problema a pesquisa se classificará como qualitativa 
por utilizar conteúdos já publicados para a análise do problema e futuros debates junto 
a sociedade. 
 
Quanto aos objetivos será uma pesquisa exploratória porque envolve levantamento 
bibliográfico, análise de exemplos que estimulem a compreensão e explicativa porque 
visa a identificar os fatores que determinam ou contribuem para a ocorrência do 
problema e a situação atual. 
 
Enquanto procedimento, este trabalho realizar-se-á por meio da pesquisa 
bibliográfica, pois será desenvolvida a partir de materiais publicados em livros, artigos, 
dissertações, teses e atualmente na internet. 
 
A pesquisa utilizar-se-á das seguintes práticas: 
a) Elaboração do plano de trabalho que contenha uma proposta 
de abordagem realista e exequível da temática, valorizando: 
conceito, palavras-chaves, ideias principais, o problema da 
pesquisa, os objetivos e a hipótese; 
b) Busca de autores entre os relacionados para a exploração mais 
profunda; 
c) Ficha de leituras que deverão constar dados da ficha técnica 
do livro ou demais fontes, uma resenha pessoal abordando o 
aspecto e informações do livro que tenham relação com o 
trabalho em questão, depois listar as páginas que trazem citações 
interessantes para serem transcritas no relatório da pesquisa. 
 
19 
 
Quanto à metodologia o trabalho em mãos faz a opção pelo método hipotético-
dedutivo. Esta opção se justifica porque o método escolhido permite ao pesquisador 
propor uma hipótese e parte, por meio da dedução, para a sua comprovação ou não. 
 
Estas ferramentas permitem uma pesquisa bem detalhada sobre o tema proposto. O 
material documentado, bem como, as respectivas análises serão organizadas em 
relatórios de pesquisa componente do estudo monográfico que se pretende construir 
para o próximo estágio e o TCC. 
 
 
 
 
20 
 
8) CRONOGRAMA: 
 
 Prazo 1 Prazo 2 Prazo 3 Prazo 4 
Definição do Tema, Delimitação e Justificativa 14/05/2020 
Objetivos, Tipo de Pesquisa, Metodologia 14/05/2020 
Referencial Teórico (escolher mínimo 5) 14/05/2020 
Elaboração do Projeto 08/06/2020 
Estruturação Final e entrega do Projeto (ABNT) 24/06/2020 24/11/2020 
*Levantamento Bibliográfico ampliado 2021/1 
*Análise dos dados e informações 2021/1 
*Redação dos Capítulos e discussão reflexiva 2021/1 
*Redação Final e Estruturação pela ABNT 2021/1 
*Entrega do TCC 2021/1 
*Apresentação e defesa do TCC para Banca 2021/1 
 
*Futuras Apresentações 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
9) REFERÊNCIAS 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14724 – Informação e 
documentação – Trabalhos Acadêmicos – Apresentação. Rio de janeiro, 2011. 
 
GOLLOP, T. Dossiê Pluralidade: Ciência. In: ANIS. Anencefalia: pensamento 
brasileiro em sua pluralidade. Brasília: LetrasLivres, 2004. 
 
MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de direito penal, v.2: parte especial. 28. ed. rev. 
e atual. São Paulo: Atlas, 2011. 
 
NUCCI, Guilherme de Souza. Código penal comentado. 10. ed. rev., atual. e ampl. 
São Paulo: Revista dos Tribunais, 2010. 
 
PRADO, Luiz Regis. Curso de direito penal brasileiro, v.2: parte especial, arts. 121 
a 249. 9.ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011. 
 
JULGAMENTO no STF sobre aborto de anencéfalos divide opiniões.Jornal do Brasil 
digital de 10 de abril de 2012. Disponível em: 
http://www.ibope.com.br/calandraWeb/servlet/CalandraRedirect?temp=6&proj=Portal
IBOPE&pub=T&nome=impressao&db=caldb&docid=342D168B0C147DA3832574F2
004AA988. Acesso em 20 de maio de 2017 
 
TESSARO, Analise. Aborto Seletivo. 2. Ed. Curitiba: Juruá, 2008. 
 
 
CRISPIM, Mirian Cristina Generoso Ribeiro. A dignidade da pessoa humana da 
gestante e o problema dos fetos anencefálicos. Disponível em: 
<http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/2325/A-dignidade-da-pessoa-humana-da-
gestante-e-o-problema-dos-fetos-anencefalicos>. Acesso em 24 de mai. de 2012. 
 
LARA, André Martins; WILHELMS, Fernando Rigobello. Existe aborto de 
anencéfalos 
 
SAFFIOTI, Heleieth I. B. Gênero, patriarcado, violência.2ºed. São Paulo: 
Fundação Perseu Abramo, 2015. 
 
 
 
 
22 
 
SANTOS et al. Criminalização do aborto no Brasil e implicações à saúde 
pública. [Internet]. Rev. bioét. (Impr.). 2013.;21 (3). p. 494-508. Disponível em: 
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1983- 
80422013000300014>. Acesso em 1 abril 2016 
 
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil: 
promulgada em 5 de outubro de 1988. 4 ed. São Paulo: Saraiva,1990

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