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AUTO LESÃO EM ADOLESCENTES

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AUTOLESÃO: UM ESTUDO SOBRE A AUTOMUTILAÇÃO NA ADOLESCÊNCIA1
Jeysson Ricardo Fernandes da Cunha (Docente/FQM) – jeyssonrf10@gmail.com2 Andréia Guilherme de Almeida (Psicologia/FQM) –andreiaalmeidapsico@bol.com.br3 Rosana Cristina Alves de Lima (Psicologia/FQM) –rosanna.crystyna@gmail.com4
RESUMO
Este estudo trata-se de uma revisão bibliográfica de produções cientificas relacionada á temática sobre automutilação na adolescência. Parte do princípio de compreender o comportamento de automutilação, acarretados pelas dores psíquicas que geram sentimentos negativos. Este estudo objetiva analisar os fatores que corroboram para o comportamento de auto dano, tem como aporte teórico artigos, teses e dissertações sobre a temática. Têm como base os estudos de Garreto (2015), Bernardes (2015), Giusti (2013), Castilho; Pinto; Gouveia; Bento (2017), Oliveira (2016), Rodrigues (2015), Siqueira e Silva (2017), Cardoso (2015) e a American Psychiatric Association (2015). Optou-se por uma pesquisa de revisão bibliográfica de cunho qualitativo. Para a produção de dados foram utilizadas as plataformas de buscas de teses, dissertações e artigos do Banco Biblioteca Digital Brasileira e teses e dissertações (BDTD), Banco e teses e dissertações da CAPES e Google Acadêmico, a partir dos critérios de esquematização, identificação, analise critica e exclusão de produções sendo analisados por meio da análise compreensiva. Os dados revelam que a automutilação é um comportamento cada vez mais frequente entre os adolescentes em busca do alivio psíquico.
Palavras-chave: Automutilação. Conflitos emocionais. Alivio psíquico.
ABSTRACT
This study is a bibliographical review of scientific productions related to the topic of self- mutilation in adolescence. Part of the principle of understanding the behavior of self- mutilation, caused by the psychic pains that generate negative feelings. This study aims to analyze the factors that corroborate the behavior of self harm, has as a theoretical contribution articles, theses and dissertations on the subject. It is based on the studies of Garreto (2015), Bernardes (2015), Giusti (2013), Castilho; Pinto; Gouveia; Bento (2017), Oliveira (2016), Rodrigues (2015), Siqueira e Silva (2017), Cardoso (2015) and the American Psychiatric Association (2015). We chose a qualitative bibliographic review research. For the production of data the research platforms were used, dissertations and articles of the Brazilian Digital Library and theses and dissertations (BDTD), Bank and theses and dissertations of CAPES and Google Academic, based on the schematization, identification, critical analysis and exclusion of productions being analyzed through the comprehensive analysis. The data reveal that self-mutilation is an increasingly frequent behavior among adolescents in search of psychic relief.
Keywords: Self-mutilation. Emotional conflicts. Psychic reliel
1 Artigo da linha de estudos sobre Politicas e Práticas na Promoção da Saúde Bio-Fisico-Psico-Social, como requisito avaliativo do Trabalho de Conclusão de Bacharel em Psicologia da Faculdade de Quatro Marcos-MT.
2 Professor-Orientador: Docente Mestre em Educação do Curso de Psicologia da Faculdade de Quatro Marcos- FQM.
3 Acadêmica do curso de Bacharel em Psicologia Faculdade de Quatro Marcos-FQM.
4 Acadêmica do curso de Bacharel em Psicologia Faculdade de Quatro Marcos-FQM.
INTRODUÇÃO
Este estudo trata-se de uma revisão bibliográfica a cerca do tema automutilação na adolescência. A temática a ser estudada sobre o comportamento de automutilação é de suma importância para apresentar os principais conceitos que contextualiza o que vem a ser o mesmo, podendo assim, agregar um maior conhecimento para as pessoas sobre os fenômenos que a desencadeiam, proporcionando um melhor entendimento do por que alguns adolescentes optam por se auto ferir.
A automutilação é classificada pelo Manual Diagnóstico e estatístico de transtornos mentais, como um comportamento de autolesão ao próprio corpo sem nenhuma intensão suicida, ou seja, o mesmo é uma forma de sinalizar o sofrimento psíquico ao qual o individuo esta vivenciando (DSM 5, 2014).
A partir deste conceito podemos observar que o sofrimento psíquico, leva o individuo a procurar por formas as quais podem lhe proporcionar um alivio, mesmo que seja momentaneamente, assim como a automutilação proporciona.
Na adolescência com a transição da fase infantil para adulta acaba também por vir a incompreensão de novos sentimentos. A desestrutura emocional faz com que os mesmo se sintam perdidos e com as mudanças que ocorrem nos vários contextos de suas vidas, um turbilhão de sentimentos vem a se manifestar e entre eles estão também os negativos, aos quais a falta de maturidade emocional de lidar com os mesmo pode proporcionar a esses indivíduos a optar por práticas de comportamento automutilativo, como uma forma de escapar de suas dores e incompreensões emocionais.
Portanto a pesquisa tem por problemática entender os fatores que corroboram para o desencadeamento da automutilação na fase adolescente, e as expectativas que os mesmos tendem a ter com a execução da prática.
O aporte teórico deste estudo constitui na pesquisa de artigos, teses e dissertações cientificas. Para tanto, a metodologia adotada para o desenvolver desta pesquisa é de caráter Bibliográfico qualitativo através do descritor “automutilação adolescência” nos Bancos Biblioteca Digital Brasileira e teses e dissertações (BDTD)5, Banco de teses e dissertações CAPES6 e Google Acadêmico7.
Desta forma, pode-se compreender que a pesquisa bibliográfica abrange uma gama de bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo, que pode ser, segundo Lakatos e Marconi (2010), publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, monografias, dissertações, teses. Ao se realizar uma exploração acerca da temática pode se constatar que a mesma ainda requer estudos mais aprofundados sobre o referido assunto e as implicações para a vida do indivíduo em sofrimento adepto da pratica.
1. ADOLESCÊNCIA E CONFLITOS EMOCIONAIS
5 Disponível em: http://bdtd.ibict.br
6 Disponível em: http://bancodeteses.capes.gov.br/banco-teses/#!/
7 Disponível em: https://scholar.google.com.br/
A adolescência é uma fase de transição da infância para vida adulta, em que o adolescente tem que lidar com mudanças físicas e psicológicas. É importante afirmar que há distinção entre o período da adolescência e a ocorrência da puberdade. A puberdade é um acontecimento de ordem biológica e global, a adolescência ela se dá de forma subjetiva atrás de uma construção social e cultural. Conforme o estatuto da criança e do adolescente a lei
8.069 é considera crianças aquele cidadão que tem até 12 anos incompletos, indivíduos com idade 12 a 18 considera o período da adolescência (ECA, 1990).
A adolescência é uma fase que necessita que o individuo tenha relacionamentos seguros, principalmente no âmbito familiar, pois reflete positivamente na sua construção de identidade, estabilidade emocional diminuindo a probabilidade de desencadear patologias (SCHNIDER et al, 2007 apud RODRIGUES, 2015, p. 04)
Entende-se que na adolescência, existe a necessidade de ter relacionamentos seguros, principalmente dentro do contexto familiar, que proporcione estabilidade emocional, pois são aspectos que contribuem positivamente no processo de construção de identidade.
O autor enfatiza que adolescência é considerada uma fase de longa espera, onde o individuo não é reconhecido como uma criança e nem como adulto, pois, apresenta amadurecimento, invisibilidade e insegurança tornam-se traços da adolescência. (SILVA, 2016)
Vale ressaltar que a fase da adolescência é considera um período de invisibilidade absoluta, já não pode ser considerado como criança amada e protegida, nem é reconhecido como adulto, o que se apresenta a eles, é um espelho vazio. A insegurança se torna o traço próprio da adolescência.
2. AUTOMUTILAÇÃO E OS FENÔMENOS QUE Á IMPULSIONA
Os fenômenos que desencadeiam a automutilação na adolescência estão correlacionadosao nível de auto criticismo do individuo em seu ego, distorção interna e baixa estima. Nesta fase em que adolescente passa por um período de invisibilidade social, a autolesão é uma forma encontrada pelo mesmo de interagir com o mundo, dar visibilidade ao sofrimento psíquico. Outro aspecto que deve ser considerado de grande relevância dentro do comportamento do auto dano é o funcionamento familiar, a ausência da figura materna ou paterna podendo ser um fator contributivo para o auto dano. A automutilação é definida como um comportamento de autolesão sem nenhuma intenção consciente suicida são comportamentos que podem ocorrer até 50 ações executadas em uma mesma pessoa tornando
se assim uma pratica repetitiva, se manifesta na adolescência por volta dos 13 a 14 anos podendo persistir por muitos anos). Dentro do Manual Diagnostico anuncia que:
A característica essencial da autolesão não suicida é o comportamento repetido do próprio individuo de infligir lesões superficiais, embora dolorosas, à superfície do seu corpo. Em geral o proposito é reduzir emoções negativas, como tensão, ansiedade e autocensura e/ou resolver uma dificuldade interpessoal. Em alguns casos, a lesão é concebida como uma autopunição merecida. O individuo frequentemente relatará uma sensação imediata de alivio que ocorre durante o processo (DSM 5, 2014, p. 804).
Desta forma, é possível compreender que “Especificamente, hipotetizamos que os adolescentes com auto dano apresentem níveis mais elevados de auto criticismo do que os adolescentes sem auto dano e os adolescentes normais”. (GOVEIA, et al 2017, p. 339). Percebe-se que o comportamento de automutilação é mais prevalente em adolescentes que adota uma conduta mais autocritica, autopunitiva, do que aqueles indivíduos que não procede com tanta rigidez.
Os comportamentos mais persistentes dentro da automutilação é aqueles que envolvem autolesão sem intensão consciente suicida. A forma mais constante utilizada como alivio psíquicos são cortes superficial na pele, aranhões, bater partes do corpo, queimaduras ou mordidas (GUISTI, 2013, p.1).
Portanto o comportamento de autolesão na adolescência, não é nada mais que uma via de escape, onde o indivíduo sente a necessidade de se ferir, cortando a própria pele para aliviar as dores emocionais,
Os adolescentes quando aderi á autolesão torna-se uma pratica física sem intenção suicida, tornando cada vez mais recorrentes como via de expressão da dor maior que é psíquica (OLIVEIRA, 2014, p. 177).
Podemos perceber como também afirma Garreto (2015) que o período da adolescência vem acompanhado com fortes transformações, tanto físicas como emocionais. E para esses adolescentes o grande desafio é lidar com todas essas mudanças e turbilhões de sentimentos, assim, um adolescente que esta em sofrimento e confusão emocional e que se sujeita a tal pratica de comportamento, esta nada mais do que a procura de saber lidar com esses sentimentos negativos que permeiam de forma intensa seu emocional e que não sabem como prosseguir diante dos mesmos.
Portanto, considera-se, a adolescência em si como uma fase complexa, onde ocorrem mudanças físicas e psicológicas. Nesta fase vários fatores podem impulsionar a
automutilação, distorções negativas sobre si mesmo e dificuldades interpessoais, como uma forma de aliviar essas emoções.
O Manual Diagnostico (DSM-5) enfatiza que o comportamento da autolesão pode ser aderido pelo indivíduo de duas formas: a primeira seria o reforço positivo que pode ser adotado na adolescência, por ter nível elevado de auto criticismo, optam pela automutilação, seria uma maneira de atrair a atenção das pessoas, dar visibilidade ao sofrimento psíquico, meio de expressar frustração. A segunda maneira encontrada para obter o reforço negativo, o individuo pode aderir o comportamento do auto dano como meio de regular emoções, aliviar sentimentos, pensamentos ruins, ou esquiva de ideação suicida (DSM- 5, 2014, p.803).
Porem mediante conflitos emocionais, o adolescente pode optar pela automutilação para obter reforços, que podem ser considerados positivos, pois seria uma forma de chamar atenção de familiares, trazendo à tona a dor psicológica, aquilo que não conseguem verbalizar. Dentro do reforço negativo o adolescente tem a prática do comportamento de auto dano, como regulador de emoções indesejáveis.
2.1 Automutilações como “alivio psíquico”
A automutilação vai muito além de cortes físicos na pele, a mesma é usada como um meio que possibilita ao adolescente se libertar temporariamente de suas angustias internas, mas o grande problema é que quanto mais os adeptos á práticas a utilizam para obter o alivio esperado, mais necessidade eles sentem de se automutilar. Ao se depararem com a volta de suas angustias acabam por repetirem o processo, procurando o alívio que almejam.
Como afirma Athayde et al (2005 apud BERNARDES 2015) quando um adolescente se automutila, tenta transferir sua dor interna para o externo, auto ferindo-se fisicamente, tornando suas angústia visíveis.
Quando um adolescente chega ao ponto de escolher por esta prática, demonstram que suas aflições já estão o sufocando de tal forma ,que ele procura a maneira mais conveniente para conseguir expressar suas dores internas as transcrevendo para pele, como se fosse um grito, sinalizando que algo esta em desacordo.
O comportamento automutilante vem acompanhado de uma carga de sentimentos, ao mesmo tempo em que ele proporciona o alívio das dores emocionais, pode gerar sentimentos como culpa e vergonha pelo uso da pratica acarretando novos sentimentos que geram sofrimento (GIUSTI, 2013).
Garreto (2015) afirma que os sentimentos negativos é uma das razões para os indivíduos adentrarem no comportamento de se automutilar, na tentativa de sanar as angustias.
Observa-se que geralmente os adolescentes que automutilam-se usam a prática como uma motivação para conseguir sanar seus sentimentos negativos, sentimentos esses que os levam a terem sensações e pensamentos pessimistas diante de situações aos quais estão inseridos, como não consegue lidar com os sentimentos a forma encontrada é através da automutilação, mesmo que maléfica, lhes concedem um efeito de anestesia momentânea ao se cortar tentando parar os sentimentos negativos que parecem corroer o emocional dos mesmos, sendo cada vez mais angustiantes as tentativas frustradas feitas através da automutilação em busca do alivio.
De acordo com GIUSTE (2013), a sensação de alivío propiciado pelo comportamento de automutilação pode percorrer durante algum período, como: dias, horas ou raramente semanas, porém, mesmo sentindo o alivio, os sentimentos que ocasionaram a automutilação sempre retornam.
Portanto, podemos observar que o comportamento de automutilação esta consequentemente ligada às emoções negativas, onde tais indivíduos, na extrema angústia, buscam através de tal conduta se libertar, mesmo que momentaneamente de suas amarras emocionais, trazendo o que é interno para o externo, tornando assim visível seus desacordos emocionais.
3. METODOLOGIA DE PESQUISA
Para este estudo, utilizou-se, como metodologia, a perspectiva de pesquisa bibliográfica de caráter qualitativo, tendo como fontes de busca, os seguintes acervos: Biblioteca Digital Brasileira e teses e dissertações (BDTD); Banco e teses e dissertações da CAPES; e Google Acadêmico.
Por metodologia científica, compreende-se, como uma disciplina que “se relaciona com a epistemologia e consiste em estudar e avaliar os vários métodos disponíveis, identificando suas limitações ou não em nível das implicações de suas utilidades”. Barros e Lehfeld (2000, p.1).
O esquadrinhamento concerniu-se através de plataformas digitais como: sites, artigos científicos, bancos de teses e dissertações, onde se desenvolveu uma analise critica de tais
pesquisas bibliográficas, atentando-se, para a interlocução entre os autores, aos quais se buscou estudos específicos referentes ao comportamento da automutilação em adolescentes.
Neste prisma, adotou-se como critério de pesquisa o descritor: automutilaçãoadolescência. Para o prosseguimento das observações e análise de estudos de artigos, teses e dissertações, foram estabelecidos os seguintes parâmetros:
· Esquematização de produção a partir do descritor “Automutilação Adolescência” das primeiras 10 páginas de busca;
· Identificação das produções a serem empregadas na evolução do artigo;
· Analise critica dos referenciais bibliográficos congruentes com á proposta do desenvolvimento da pesquisa;
· Exclusão das produções das quais foram incongruentes com a temática a abordada.
Após o levantamento dos dados, os mesmos foram submetidos à análise compreensiva buscando um suporte bibliográfico para que assim fossem retiradas as informações necessárias e condizentes de acordo com as propostas de trabalho a ser realizadas.
4. DESCRIÇÃO E ANÁLISE DE DADOS
A partir do descritor utilizado para o levantamento de produções nas plataformas selecionadas, resultou no seguinte: Biblioteca Digital Brasileira BDTD, foram encontrado seis estudos dos quais apenas dois são condizentes.
Na Banca de Teses e Dissertação CAPES foram obtidos os seguintes resultados 6097 estudos, somente um torna coerente. Nas buscas que foram feitas no Google Acadêmico, os resultados obtidos, foram aproximadamente 2.510 artigos dos quais 05 se encaixam no panorama da pesquisa, conforme tabela 1.
Tabela 1 - Levantamento bibliográfico
	Banca
	Ano
	
	Autor
	Titulo
	Universidade
	Descritor: Automutilação Adolescência
	
BDTD
	
2015
	
Mestrado
	
Suela Maiara Bernardes
	
Torna-(In) Visível Um Estudo na Rede de Atenção Psicossocial De Adolescentes que se Automutilam.
	Universidade Federal de Santa Catarina
	
BDTD
	
2015
	
Mestrado
	
Anna Karla Rabelo Garreto
	O desempenho Executivo em Pacientes que Apresentam Automutilação.
	
Universidade de São Paulo
	
Capes
	
2013
	
Doutorado
	
Jacqueline Suzie Guiste
	Automutilação: Característica Clinica e comparação com Pacientes com Transtorno Obsessivo_ Compulsivo
	
Universidade de São Paulo
	
Google Acadêmicos
	
2017
	
Graduação
	
Alessandra Cardoso Siqueira Michelle Fernanda de Arruda Silva
	
O Perfil de Adolescentes com Comportamentos de Autolesão Identificados nas Escolas Estaduais em Rolim de Moura
	
Faculdade Farol
	
Google Acadêmicos
	
2016
	
Pós Graduação
	
Tainá Almeida de Oliveira
	
Automutilação do Corpo Entre Adolescentes: Um Sintoma Social ou Alerta de Transtorno Mental?
	
Faculdade Baiana de Medicina
	
Google Acadêmicos
	
2015
	
Mestrado
	
Joana dos Reis Rodriguês
	
Funcionamento Familiar e Percepção de Rejeição Paterna: Influência na Ocorrência de Comportamentos Autolesivos na Adolescência.
	Ispa Instituto Universitários das ciências psicológicas, Sociais e da Vida.
	
Google Acadêmicos
	
2015
	
Pós Graduação
	
Bruno Cavaignac Campos Cardoso
	
A Escarificação na Adolescência: A Problemática do Eu-Pele A partir do Método Rorschach.
	
Universidade de Brasilia.
	
Google Acadêmicos
	
2017
	
Artigo
	
Paula Castilho, José Pinto Gouveia Elisabete Bento.
	
Auto- criticismo, Vergonha Interna e Dissociação: a sua Contribuição para a patoplastia do Auto Dano em Adolescentes.
	
Faculdade de Psicologia da Universidade Coimbra.
Fonte: dados da pesquisa.
Bernardes (2015) enfatiza que a automutilação é uma forma encontrada na adolescência para dar visibilidade ao sofrimento psíquico. Cita que adolescência é fase onde
perde contato com o mundo, sente vulnerável diante dos grupos sociais, ambiente familiar. Na busca de visibilidade à sua dor psicológica o adolescente vê a automutilação como forma de alivio.
GARRETO, (2015) traz a discurso sobre automutilação na adolescência como um mecanismo adotado para aliviar sofrimento psíquico. Enfrentar adversidades, interromper emoções negativas. A forma mais recorrente adotado por adolescente é o corte na pele. Em 10% dos casos o comportamento da autolesão pode permanecer até a vida adulta com maior gravidade acompanhada por transtorno psiquiátrico. Quanto á predominância o sexo feminino é o mais suscetível.
GUISTE, (2013) faz um levantamento sobre o respectivo assunto chegando à conclusão que a pratica do auto dano pode ter recorrência de 50 ações praticada por uma mesma pessoa. Dentre as maneiras mais frequente da pratica da autolesão estão: cortar, aranhar, queimar, ato de si jogar contra paredes que podem trazer alivio dos sentimentos negativos, como raiva, perca de controle, a culpa, a rejeição e o abandono. Diferentemente de quem comete o suicídio, é por o fim no sofrimento, e emoções negativas. A pesquisa de SIQUEIRA, SILVA (2017), destaca a adolescência como período de mudanças físicas, psicológicas e sociais. Considera-se uma fase de transição na qual a passagem pode ser harmônica ou conflituosa, tudo dependerá do ambiente onde sujeito está inserido. A autolesão pode ser uma forma de expressar sentimentos negativos, dores psíquicas, aliviar sensação de vazio, pode ser frequentes na adolescência como meio de alivio psicológico. A pesquisa de OLIVEIRA (2016), busca compreender a automutilação na adolescência, e a distinção entre comportamento patológico, por um, que é adotado como modelo social. A automutilação é um comportamento que tem crescido entre jovens e adolescentes. Em pesquisas paralelas realizadas em rede virtuais, (blogs e Facebook), onde há várias comunidades de adolescentes que são adepto a autolesão, sendo reforço á outros adolescentes aderir a pratica, como forma de expressar aquilo que não é dito.
RODRIGUES (2016) apresenta em sua pesquisa a importância da figura paterna durante o período da adolescência, quando o individuo vive em um ambiente familiar desestruturado e com rejeição paterna, ao tomar consciência, haverá maior probabilidade de aderir o comportamento da automutilação.
CARDOSO (2015) investiga os limites da escarificação na adolescência e a forma que o adolescente encara a fase. O autor considera-se uma fase de luto para o individuo pela perca do corpo infantil, e redefiniçao da imagem, formação do seu eu.
GOVEIA, BENTO (2017) Relatam que o auto criticismo na adolescência tem uma relação estreita do “eu, parte do eu de acusações, sentimentos negativos, sensação de vazio”.
4.1 Análise dos dados
Através da metodologia de pesquisa bibliográfica de caráter qualitativo, pode se obter um suporte sobre o referido assunto a ser trabalhado, que propiciou um grande embasamento para o desenvolvimento deste artigo.
(GARRETO, 2015) afirma que os trabalhos consultados proporcionou uma vasta gama de conhecimento em relação ao assunto de automutilação na adolescência, ofertando entender melhor os sentimentos que levam tais indivíduos a optarem pelo comportamento, como uma válvula de escape em relação aos sentimentos negativos.
Através do estudo podemos melhor compreender as características do comportamento e procurar desenvolver estudos mais aprofundados, para assim, conseguir auxiliar a população do quão o assunto é merecedor de atenção, buscando levar a merecida preocupação que o comportamento necessita.
Através da análise dos trabalhos pode-se observar quanto o sofrimento emocional pode chegar a bases extremas levando o adolescente a escolher se automutilar como se fosse a melhor saída para fugir do sentimento que esta vivenciando.
Pode-se também observar que os adolescentes em sofrimentos psíquicos, acabam por passarem por sofrimentos ainda mais extremos, pois, além de utilizarem a prática para escapar de suas dores emocionais, os mesmos ainda passam por incompreensões, como: julgamentos, gerando um sentimento de culpa, quais são embasados em uma percepção de que os mesmos somente querem chamar a atenção.
Pode-se compreender que o assunto sobre a automutilação carece de maior visibilidade e estudos que aprofundem mais nos aspectos emocionais dos sujeitos, para que assim as pessoas consigam tomar consciência do quanto se carece de atenção o assunto e como as dores emocionais são uma completude na vida de um sujeito e as consequências que podem gerar.
Verifica-se que a automutilação muitas vezes é vista pelas pessoas desconhecedorasdo sofrimento emocional como uma forma de chamar a atenção, porém, são indícios de um sofrimento psíquico que já não se mantem somente armazenado cognitivamente, já esta relacionado com a extrema dor e a necessidade de colocar essa dor de alguma forma para fora de si, e o caminho encontrado é o da autolesão.
Através das análises dos estudos pode compreender que a automutilação esta ligada a condição de querer de alguma forma se libertar da extrema angustia e tristeza sentida, ocasionada por algum tipo de contexto ao qual o individuo está inserido.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo partiu da metodologia bibliográfica e corroborou para compreender melhor os aspectos que levam um individuo a se automutilar e entender o quanto podem ser grande as angústias sentidas pelo individuo que auto se fere. Desta forma, tornou-se possível responder á problemática de pesquisa que suscitou este estudo: entender os fatores que corroboram para o desencadeamento da automutilação na fase adolescente, e as expectativas que os mesmos tendem a ter com a execução da prática.
De modo geral, pode-se observar que o ato de se automutilar acarreta um alívio para os indivíduos, mesmo que seja momentâneo, pois, neste momento o adolescente procura transferir sua dor emocional para sua pele, com a intenção de obter um alivio de suas dores psíquicas
Podemos também perceber o quanto este assunto relacionado com os aspectos emocionais tem carência de estudo, pois, procurar entender os aspectos emocionais que induzem os indivíduos a procurarem por atos tão radicais para se aliviarem, somente alerta, como os sentimentos possui uma parte fundamental na vida de um ser humano.
Portanto concluímos que a necessidade de se expandir informações relacionadas ao tema é grande e também muito útil, fazendo com que as pessoas possam compreender melhor o sofrimento dos indivíduos e ate mesmo procurar oferecer ajuda necessária, pois, a automutilação permeia muito além de um comportamento de somente ferir-se, mais sim a forma de tentar transcrever sentimentos muitas vezes incompreendidos pelos próprios indivíduos e no caso dos adolescentes podemos constatar que com a confusão da transição da fase infantil para a adulta fica muito mais difícil, conseguir lidar com sentimentos negativos, ficando os mesmo sempre a mercê das escolhas mais dolorosas.
REFERÊNCIAS
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