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INFECÇÃO DE VIAS AÉREAS SUPERIORES (IVAS) Conceitos • Vias aéreas superiores – cavidade nasal, faringe, laringe • Resfriado x Gripe • Rinite Do brônquio pra baixo é vias aéreas inferiores! RESFRIADO é uma doença localizada das vias áreas superiores especificamente nariz, que pode causar LEVES sintomas sistêmicos (mal estar, febre...) → ninguém morre GRIPE – é uma doença sistêmica potencialmente grave, que pode matar, causada pelo vírus influenza → consequências graves RINITE: inflamação da mucosa nasal que causa tosse, espirro, prurido, espirro, obstrução nasal → tem alérgica (etiologia atópica), viral (etiologia infecciosa - manifestação clássica do resfriado comum), pode ser uma rinite por inflamação química Resfriado Comum • Doença benigna autolimitada • Síndrome clínica – resfriado comum é diagnóstico sindrômico ➢ Grupo de doenças benignas autolimitadas; ➢ Vários tipos de vírus • Doença aguda mais comum do mundo • Adultos: 2-3x • Crianças: 5-7x/ano • Fardo econômico Etiologia • Mais de 200 vírus responsáveis pelo resfriado comum • Rinovírus (cerca de 100 subtipos) 30-50% dos casos • Coronavírus 10-15% (não é o SARS-COV2 é o Coronavírus normal, mas o SARS-COV2 pode causar um resfriado comum também) • Influenza e parainfluenza também podem fazer • Mesma clínica – não é possível diferenciar (é um diagnóstico sindrômico) Transmissão • Contato com as mãos da pessoa infectada • Pequenas gotículas (espirros e tosse) • Grandes gotículas (contatos interpessoal) • Superfícies contaminadas • LAVAR AS MÃOS, COBRIR BOCA E NARIZ AO ESPIRRAR/TOSSIR Fatores de risco tanto para transmissão quanto para desenvolver a doença • Exposição a crianças que vão pra creches/escolinhas • Estresse psicológico – imunidade baixa maiores chances de fazer a doença • Sedentarismo • Pouco sono • Doenças crônicas – principalmente as respiratórias • Desnutrição • Imunossupressão • Tabagismo Tudo depende da conversa que o sistema imunológico tem com o vírus, se o sistema imune não reagir, talvez ele passasse batido mas geralmente a conclusão é que é melhor o vírus ir embora, então temos um “clearance viral” com poucos sintomas! Manifestações clínicas • Resposta imunológica • Rinite e congestão nasal • Odinofagia, tosse, mal estar leve • Conjuntivite • Pode ter um certo grau de anosmia mas seria por conta da rinite, não pela ação celular do vírus • Febre é incomum em adultos, se ele faz febre alta pensamos em gripe, pneumonia, coronavirus, faringite... Febre de 38,5º C não faz parte da clínica de resfriado comum Evolução típica • Prurido nasal e rinorréia – hialina ou purulenta – não ajuda → ser verde, ser amarela não significa que é bactéria • Espirros, mal estar, cefaleia • Tosse ➢ Pode ser produtiva (secreção de via aérea alta) ➢ Sem creptos – via respiratória alta, resfriado comum não pega via área respiratória baixa não pega alvéolo • Se febre, febre baixa • Incubação 24-72 horas • Duração 3 a 10 dias • Pode durar mais se comorbidades – asma, tabagismo Rinofaringite – nariz mais + faringe → faringite → pode ser gripe e uma evolução do resfriado comum, se pega faringe não é só resfriado comum Diagnóstico • Clínico • História + exame físico – conjuntivite, edema de mucosa nasal, congestão nasal, enantema em orofaringe • Não necessita de exames complementares – radiologia, culturas → antes do COVID não precisava descobrir qual é o vírus, mas atualmente faz-se o teste de COVID-19 pra quem tem sintoma de resfriado comum, RT- PCR para SARS-COV2 → afastar COVID-19 Diagnóstico diferencial • Rinite alérgica: tosse, dor de garganta • Faringite: odinofagia mais intensa, costuma poupar nariz e começa com dor de garganta → resfriado comum tem um leve acometimento de faringe de forma secundária • Sinusite: sintomas adicionais • Gripe: febre mais alta, maior acometimento do estado geral, cefaleia, mialgia Se eu falo que o paciente tem síndrome gripal, não é a síndrome de resfriado comum, ele tem sintomas sistêmicos, febre maior, mialgia além dos sintomas de resfriado, mas é comum ouvir falar que o paciente tem síndrome gripal quando é uma síndrome de resfriado comum Complicações • Sinusite • Comprometimento do trato respiratório inferior • Otite – OBSTRUÇÃO DA TROMPA • Exacerbação de asma, DPOC Se o vírus inflamou mucosa, pode pegar os seios da face e fazer uma sinusite, pode descer e fazer uma pneumonia, esse vírus pode por causar edema, obstruir a trompa auditiva e levar a otite bacteriana... o vírus pode exacerbar asma, DPOC, não é por que o resfriado comum é uma doença autolimitada que não vai criar problemas sérios pro paciente. Tratamento • Doença auto-limitada • Sintomas leves – pode não ser necessária terapia, só aumentaria chances de efeito colateral • Orientar o paciente – retorno se não houver melhora no tempo porém se o paciente está com sintoma que está incomodando você trata • Analgesia - dor: paracetamol, dipirona, AINEs • Associação de anti-histamínicos e descongestionantes – melhor do que cada componente isoladamente • Cromoglicato sódico – spray nasal • Xaropes, spray nasal, solução salina, expectorantes – benefício incerto • Antibióticos, antivirais, vitaminas – sem beneficio (vitamina C só vai produzir uma urina cheia de vitamina C, já que você não está com déficit seu corpo nem vai absorver) O que temos que lembrar: diferenciação entre resfriado X gripe, que tem vários vírus que pode causar, é uma síndrome clínica e o fato que é uma doença autolimitada Sinusite/Rinossinusite • Inflamação na cavidade nasal e seios paranasais → pegou seios da face estamos falando de sinusite e não resfriado comum • Doença comum por ano 1 em cada 7 adultos • Causa mais comum: VIRUS – geralmente em associação com resfriado comum, é uma complicação do resfriado ➢ 95% dos casos de sinusite é de origem viral, o que significa que esses pacientes com sinusite aguda não tem indicação de ATB • Principal desafio: diferenciar de infecção bacteriana e NÃO COLOCAR ATB • Aguda < 4 semanas de evolução – pode ser viral, bacteriana não complicada e bacteriana complicada • Subaguda: 4-12 semanas • Crônica > 12 semanas • Recorrente: 4 ou mais episódios de aguda/ano Fatores de risco • Idosos (faixa etária mais acometida: 45-64 anos) • Tabagismo • Viagem aérea • Exposição de mudanças atmosféricas • Natação • Asma e alergias respiratórias • Doenças odontológicas • Imunodeficiência Extensão do processo de resfriado comum, o vírus já tá lá é só pegar os seios da face... Fisiopatologia • Grande maioria: viral (rinovírus, influenza, parainfluenza) ➢ Bacteriana: 0,5-2% • Rinite viral acomete de forma secundária os seios da fase • Sinusite bacteriana – teve o vírus que inflamou a mucosa nasal, comprometendo a drenagem dos seios da face virando um meio de cultura pra bactérias – Streptococcus pneumoniae, Haemophiulus influenzae → por isso que meningite pode ser uma complicação de IVAS (SEIO DA FACE – MENINGE) ➢ Complicação de quadro viral OU rinite alérgica OU obstruções nasais ➢ Bactéria infecta uma cavidade previamente inflamada Manifestações clínicas • Congestão nasal, obstrução nasal, secreção nasal purulenta (a sinusite viral a secreção é purulenta) • Dor em face, sensação de “pressão em face” – cabeça pesou, alguma coisa faz pressão na face ➢ Piora ao baixar a cabeça ➢ Pode ter uma pressão retro-orbital: relata como “dor nos olhos” • Febre, fadiga, tosse, hiposmia ou anosmia (por obstrução/inflamação da mucosa), pressão em ouvidos. cefaleia, halitose • Edema e dor em seios da fase (exame físico inespecífico) • Os sintomas de viral e bacteriana se sobrepõem • Não existem critérios clínicos para distinguir com segurança ➢ Curso diferente • Viral – autolimitada, resolução 7-10 dias. Pode durarmais, com melhora ➢ Febre é incomum, ocorre no início do quadro e melhora • Bacteriana > 10 dias, sintomas podem ser mais intensos Se você não tem condição de acompanhar o paciente infelizmente as vezes você precisa colocar ATB, mas o certo é não colocar e acompanhar Diagnóstico clínico da sinusite: obstrução nasal + secreção nasal purulenta + sensação de pressão em face + cefaleia Complicações • Raras – etiologia bacteriana, porém pode ser graves • A infecção se estende além dos seios da face → cérbero, olho... • SNC, órbita, tecidos adjacentes Diagnóstico • Não existe indicação de exames de imagem em sinusite aguda não complicada clinicamente diagnosticada ➢ Suspeita de complicações • Nível hidro aéreo, edema de mucosa, bolhas nos seios da face ➢ TC ➢ Achados inespecíficos ➢ Podem ocorrer em pacientes assintomáticos e resfriado • Radiografia- não tem indicação nenhuma! ➢ Baixa sensibilidade e especificidade EDEMA E SECREÇÃO DOS SEIOS DA FACE O paciente tinha um síndrome clínica de sinusite – febre, obstrução nasal, secreção purulenta, pressão em seios da face e cefaleia – você fez RX veio normal, não vai mudar sua conduta, se vier edema nos seios também não muda sua conduta. O paciente tinha uma síndrome clínica de sinusite aguda não complicada Faz TC ai vêm nível hidroáreo, edema de mucosa e bolhas no seios da face isso não muda sua conduta → por que você fez então? Mas se você tem suspeita de complicações → febre muito alta, queda importante dos sinais gerais, sepse grave, meningite ai você tem que investigar, ou então sinusite crônica, de repetição mas na aguda não! Diagnóstico e avaliação inicial • Rinossinusite aguda (RSA) não complicada – CLÍNICO! ➢ < 4 semanas de secreção nasal purulenta + ➢ Obstrução nasal, dor/pressão nas face ou ambos ➢ Outros sintomas: anosmia, pressão nos ouvidos, tosse, cefaleia pode piorar quando abaixa a cabeça • RSA não complicada viral ➢ < 10 dias e os sintomas não estão piorando (ou já apresenta melhora) ➢ Se o paciente tem 8 dias de sintomas e já está melhorando • RSA bacteriana complicada ➢ > 10 dias ou sintomas mais intensos, evolução com piora ➢ “Dupla piora” – melhorou e piorou de novo ➢ Cefaleias persistentes, periorbitais, alterações de visão, alterações oculares, paralisia de nervos cranianos, alteração de estado mental, meningismo, sinais de HIC • Exames de imagem e microbiologia (cultura) Se ele chega no 5º dia de sintoma → ATB logo? Primeiro a chance de bacteriana é muito pequena e mesmo que seja bacteriana pode resolver sozinho. Mesmo que seja bacteriana o risco de complicação é muito pequeno, o correto é observar, esperar um pouco pra ver se melhora, se não melhorou ou piorou ai sim ATB! Tratamento • RSA viral ➢ Autolimitada ➢ Tratamento sintomático • RSA bacteriana ➢ Pode ser autolimitada (até a aguda) ➢ ATB para todos? NÃOOO Se ele chega no 5º dia do sintoma e você não sabe se é bacteriana ou viral: a chance de ser bacteriana é menor que 5%, caso for tem chance de ser autolimitada e mesmo que não seja autolimitada e você precise entrar com ATB a chance de complicar é pequena! • Tratamento da RSA viral sintomática ➢ Analgésicos/antipiréticos: Paracetamol, dipirona, AINEs ➢ Irrigação nasal com solução salina: pode reduzir necessidade de drogas ➢ Corticóides nasais: curto prazo, melhora sintomática ➢ Descongestionantes nasais, anti histamínicos, mucolíticos: melhora subjetiva, sem evidências • Tratamento RSA bacteriana ➢ Terapia sintomática + avaliar ATB ▪ Pode ser quadro auto limitado ▪ Pacientes imunocompetentes, quando não complicado, bom follow up (acompanhamento/observação) ➢ Em caso de observação ▪ Ausência de melhora em 7 dias ou qualquer piora – ATB ▪ Sinais de complicação – investigar ➢ Antibiótico empírico ▪ Não há indicação de cultura se não complicada Na prática como a gente faz? Se o paciente chega e tem mais de 10 dias de doença e não melhora, existem evidências que seja uma RSA bacteriana e a maioria das pessoas optam por iniciar o ATB, e esse ATB é empírico não precisa fazer cultura, já que é uma RSA não complicada • Se melhora com ATB, tratar por 5-7 dias • Em caso de piora ou ausência de melhora ➢ Afastar suspeita de complicação – pensar, investigar essa complicação pela clínica ➢ Tratar com segunda linha de ATB – se a clínica não sugerir complicação • Corticoides sistêmicos pra RSA AGUDA ➢ Polêmico ➢ Pode oferecer melhora clínica ➢ Efeitos colaterais ➢ Prescreve se o paciente tiver muito sintomático e estiver usando ATB, mas não faz só corticoide sistêmico até por que na RSA viral não tem indicação Paciente imunocompetente com suspeita clínica de RSA aguda não complicada ➔ AMOXICILINA + CLAVULANATO Otite Média Aguda Febre + dor de ouvido + tímpano vermelho na otoscopia = ATB, se não melhorou e tem complicação troca o ATB • Infecção/inflamação do ouvido médio ➢ Fluído em ouvido médio e inflamação de sua mucosa → meio de cultura devido ao acúmulo que a bactéria vem e inflama • Uma das causas mais frequentes de uso de ATB ➢ 80% até aos 6 anos • Mais comum em crianças • Complicações graves raras, porém podem acontecer mais frequentes que na sinusite • Como a gente ouve? O tímpano vibra com as ondas sonoras, os ossos transmitem essas vibrações sonoras para a cóclea que transforma uma informação vibratória em neurológica • O ouvido médio é drenado pela tuba auditiva – ou tuba de Eustáquio, que cai na cavidade nasal, se o paciente tem rinite, sinusite, e a cavidade nasal está inflamada isso pode obstruir... Membrana timpânica normal – brilha, transparente e dá pra ver a sombra dos ossinhos → saudável Fisiopatologia e etiologia da otite A tuba obstruiu → portanto o fluído vai ficar retido → a secreção que ficou retida ela vai ser infectada por uma bactéria que supura e faz dor, febre • Em crianças a tuba é mais facilmente obstruída • Rinite alérgica, outras IVAS → basta ser alguma coisa que vai inflamar a mucosa nasal → fez edema → entupiu a tuba → não drena → secreção fica retida • OMA é geralmente infecção bacteriana ➢ S. pneumoniae, H. influenzae, estreptococo, S. aureaus, M. catarrhalis • Infecção viral muitas vezes é evento inicial → começa com um vírus na cavidade nasal, ou o vírus sobe pra tuba auditiva e depois vem a bactéria • Fúngica Manifestações clínicas • Procedido de quadro de outra IVA ou rinite alérgica • Otalgia, diminuição da acuidade auditiva + febre (pode ter zumbido) ➢ Dor leve moderada ou intensa – geralmente unilateral • Se rompimento da membrana timpânica ➢ Alivio de dor e otorreia – se sai secreção pelo ouvido é por que a membrana timpânica rompeu e a dor passa porque estava sobre pressão, o que dói é aquela pressão da secreção entupida no ouvido que não está drenando • Febre, desequilíbrio • Febre alta, dor retro-auricular intensa (abscesso, osteomielite), paralisia facial (saiu da cavidade auditiva e pegou nervo facial) ➢ Complicações Manifestações mais clássica: dor de ouvido e febre MIRINGITE BOLHOSA Diagnóstico • Clínica + otoscopia → OLHAR O ouvido do indivíduo • Abaulamento da membrana timpânica • Eritema • Opacidade • Nível hidro aéreo • Redução de mobilidade com otoscópio pneumático • Bolhas (miringite bolhosa) Tratamento • Alívio sintomático • Antibioticoterapia ➢ Primeira escolha: amoxicilina + clavulanato ➢ 875/125mg, 12/12h, 7-10 dias ➢ Ausência de melhora com 48-72 horas – reavaliar • Falha inicial ➢ Dose aumentada de amoxicilina + clavulanato por mais 10 dias ➢ Quinolona respiratórias (levofloxacino, moxifloxacinno) •Se ruptura de membrana, acrescentar ATB atópico Seguinte: febre + dor de ouvido + otoscopia alterada = ATB. Se não melhorar Se a suspeita é de otite média sem ruptura de membrana não adianta ATB tópico... Temos que conhecer o perfil de resistência do lugar onde o paciente mora pra saber se você pode fazer amoxicilina ou partir direto pra amoxicilina + clavulanato Faringite Aguda/ Faringoamidalite • Uma das doenças mais comuns da prática clínica • A maior parte é viral e auto limitada • Grande sobreposição de sintomas com faringite bacteriana ➢ Streptococcos do grupo A → problemática → complicações supurativas ou não supurativas • Etiologias mais graves como (HIV) • Condições potencialmente graves (obstruções de vias aéreas) ou uma glomerulonefrite pós-estreptocócica ou uma febre reumática e perder as válvulas cardíacas • Pico na infância e adolescência • Após 40 anos incidência reduz • Infecciosa x não infecciosa ➢ Alérgica, química, irritativa.. ➢ Tabagismo ➢ Exposição a ar seco Clínica da faringite aguda infecciosa • Dor de garganta que piora ao deglutir • Linfadenopatia → cervical anterior principalmente, submandibular um pouco • Febre, cefaleia, astenia → geralmente pode comprometer o estado geral • Geralmente não é possível determinar a etiologia pela clínica • Vírus e Strepcoccos do grupo A Tanto a viral quanto a bacteriana podem fazer dor de garganta ao deglutir, podem fazer adenopatia, pode ter febre Faringite Aguda Infecciosa Viral • Causa mais comum (25-45%) • Adenovírus, rinovírus, coronavírus EXANTEMA VIRAL • Enterovírus, influenza, parainfluenza, VSR • Associação com outros sinais de IVAS – vírus geralmente pega primeiro nariz e depois garganta Fadiga, obstrução nasal, tosse, otite, coriza, conjuntivite, espirros, rouquidão, otalgia, desconforto em seios da face • Febre baixa (exceção: influenza), adenopatia discreta, úlceras orais • Exantema viral • A garganta está vermelhinha, não é um eritema absurdo... O vírus raramente ele vai direto pra garganta então se o paciente começa direto com garganta sem ter passado por sinais de IVAS primeiro isso fala mais a favor de bactéria. RASH ESCARLATINIFORME Febrão fala a favor de bactéria Adenopatia que chama atenção → bactéria Pode ter PUS na garganta, mas aquelas placas de PUS mais feias fala a favor de bactéria O vírus pode fazer um RASH, várias manchinhas que quando passa a mão na pele não há alteração de textura Streptococcus do grupo A • Causa bacteriana mais frequente (5-15%) • Início abrupto de odinofagia, febre, edema orofaríngeo, exsudato tonsilar e adenopatia proeminente (cervical anterior) – não é precedido por outros sinais de IVAS, começa na garganta • Petéquias no palato – muito indicativo de estreptococos • RASH escarlatiniforme – pele meio grossa – PEQUENAS PÁPULAS Diagnóstico diferencial de faringite viral → MONONUCLEOSE – faz faringite que faz de forma característica, dói bastante mas não é supurativa, geralmente não tem pus, faz um adenopatia significativa que pode ser sistêmica, faz febre, astenia e o quadro é mais arrastados - Não é tão agudo. Faringite do Streptococcus do grupo A Faringite viral Começa com dor de garganta, febre alta, edema na orofaringe, tem pus, amígdala enorme, petéquia no platô, adenopatia mais significativa, e o RASH é escarlatiniforme Tosse, congestão nasal, coriza, conjuntivite, rouquidão, ulcerais orais e exantema viral, adenopatia menos proeminente Complicações supurativas • Abscesso/celulite de orofaringe • Otite • Sinusite • Fasciite necrosante • Meningite/ abscesso cerebral • Tromboflebite jugular As complicações NÃO supurativas são mais tardias causadas pela reação imunológica, produzindo anticorpos que não deveria produzir → ataques imunológicos a outros locais do corpo Complicações não supurativas • Febre reumática • Artrite reativa • Escarlatina • Síndrome do choque tóxico • Glomerulonefrite • PANDAS – quadro psiquiátrico Febre reumática é a complicação mais temida, o paciente pode complicar com cardite reumática Outros agentes da Faringite Aguda Infecciosa • Outras bactérias • HIV agudo, gonorreia, sífilis • EBV, CMV (mononucleose e síndrome mono like) Avaliação do paciente O paciente tem alguma coisa que ameace a vida dele imediatamente? Risco imediato? É estreptococo? Por que se for precisa de ATB. • Paciente tem dificuldade respiratória – tem tanto edema, ou um abscesso retro-faríngeo por conta do bicho • Paciente com voz abafada – abscesso perto das cordas vocais • Febre muito alta • Edema no pescoço, isso não é normal – sinais de que indicam complicação mais grave • Sinal de meningite Diferenciar entre vírus e estreptococo do grupo A (suporte x ATB) → VOU COLOCAR ATB OU NÃO? Se ele chega pra você com odinofagia súbita, edema na orofaringe, edema na orofaringe, pus na garganta, tem petéquia no palato, tem adenopatia importante → você não coloca ATB DIRETO VOCÊ TEM QUE FAZER teste rápido ou microbiológico • Suspeita forte de quadro viral ➢ Não é necessário teste para estreptococo ➢ Terapia de suporte (melhora 5-7 dias) • Sintomas compatíveis com estreptococo e ausência de síndrome viral ➢ Teste microbiológico (teste rápido) ➢ Overlap de sintomas clínicos ➢ Geralmente não é recomendado tratar sem confirmação microbiológica • Na dúvida quem testar? ➢ Exsudato tonsilar, linfadenopatia cervical anterior, febre, ausência de tosse Se ele tem sintomas compatíveis com estreptococo e não teve a síndrome viral prévia – o correto é fazer o teste rápido/microbiológico → pega um swab passa na orofaringe e se vier positivo → ATB Se a suspeita de quadro viral é forte você não precisa testar vai apenas fazer acompanhamento sintomático → RESPOSTA DA PROVA Se ele chega com clínica de vírus não precisa testar pra estreptococo, não precisa fazer exame → você apenas observa e dá medicação sintomática Se a clínica é sugestiva de estreptococo → você faz o teste rápido – microbiológico → se vier positivo você trata Na prática → não tem esse teste rápido nas emergências – na prática se vem com clinica sugestiva de faringite bacteriana TRATA DIRETO, mesmo o correto sendo testar primeiro Seguimento • Quadro presumido viral ➢ Ausência de melhora 5-7 dias: reavaliar ➢ Considerar outras causas • Estreptococo ➢ Melhora após 24-72 horas de terapia ➢ Ausência de melhora: considerar outras causas ou complicações • Mononucleose, HIV, agentes resistentes, infecções secundárias Se não melhorar ele volta vai que é uma mononucleose, podem ser outras bactérias ou complicações Tratamento – estreptococo • Reduzir intensidade e duração dos sintomas • Prevenir complicações supurativas • Prevenir não supurativas (febre reumática) • Prevenir transmissão A faringite do estreptococo é autolimitada –> o problema é que a gente quer que ela dure menos tempo que o sintoma seja mais discreta, matar o bicho pro paciente não transmitir e prevenir complicações e por isso que a gente trata • BENZETACIL → Penicilina benzatina → intramuscular • Penicilina na veia oral • Amoxicilina
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