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F7-Capacitacao-de-agentes-culturais

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FONTES DE 
FINANCIAMENTO
ESSA P
UBLICA
ÇÃO
NÃO P
ODE S
ER
COME
RCIALI
ZADA
GRATU
ITA
7
M
Ó
D
U
LO
 3
CAPACITAÇÃO DE 
AGENTES CULTURAIS
ESTRATÉGIAS DE CULTURA E ARTE PARA O FUTURO
1
Para que uma ideia saia do papel e possa ser executada é preciso en-contrar um meio de financiá-la, o que significa encontrar uma forma 
de pagar os seus custos, ou seja, saber que 
verbas você terá e a qual tempo os objetivos 
do projeto serão alcançados, sempre tendo 
em mente que a sua execução resulta em 
benefícios para um público específico.
A busca por financiamento também 
quer dizer a adesão de novos interessa-
dos em sua realização. Sim, os financia-
dores são terceiras partes atraídas pelos 
resultados que serão alcançados com o 
empreendimento futuro e, por isso, me-
recem e demandam muita atenção.
Há diferentes possibilidades de fi-
nanciamento: investimentos pessoais, 
inscrições e aprovações em editais. Há 
também oportunidades com as leis de 
incentivo fiscais federais, estaduais e mu-
APRESENTAÇÃO
nicipais, assim como o financiamento co-
letivo, convênios e emendas parlamenta-
res, fontes internacionais e, até mesmo, 
gestão de renda. 
Neste fascículo, falaremos sobre es-
ses meios de custear a realização do 
projeto, bem como sobre dicas relacio-
nadas à importância de compreender 
os pontos fortes e fracos da sua ideia 
perante um determinado estilo de fi-
nanciador, e as oportunidades que se 
abrem a partir dessa compreensão. Isto 
dá início a uma nova etapa no estudo de 
viabilidade da execução do empreendi-
mento, juntamente com a elaboração de 
uma estratégia que priorize a diversida-
de de mecanismos de financiamento.
As oportunidades são diversas e variam 
de acordo com inúmeros critérios, como a 
localidade de realização do projeto, o tipo 
de proponente, os objetivos e resultados 
que serão alcançados, a linguagem artísti-
ca utilizada, o tempo de entrega do produ-
to cultural, entre outros. 
Assim, em relação às fontes de finan-
ciamento vale utilizar a máxima de que 
conhecimento é poder, e, nesse caso, 
poder de escolha e planejamento. 
Desse modo, ao estudar os meca-
nismos, preste bastante atenção às de-
mandas que o financiador expõe como 
metas a serem atendidas, e entenda a 
responsabilidade que significa o pleito 
por subsídio ao projeto – seja verba pú-
blica ou privada, lembrando-se sempre 
que o envolvimento do ente financia-
dor abre os caminhos para novas obri-
gações acordadas junto a este incenti-
vador, que tem seus próprios objetivos 
e propósitos em custear a execução de 
projetos culturais. 
Então dedique-se, boa leitura e sucesso!
98 
Fundação Demócrito Rocha
Universidade Aberta do Nordeste
Na sua busca por custeio de pro-jetos, o primeiro ponto é ob-servar quem será o respon-sável pela inscrição da ideia 
junto ao financiador. Este encarregado 
pode ser pessoa física (um CPF/Cadas-
tro de Pessoa Física) ou pessoa jurídica 
(CNPJ/Cadastro Nacional de Pessoa Ju-
rídica). Tratando-se de pessoa jurídica/
CNPJ, pode ser com fins lucrativos (So-
ciedade Empresarial Limitada/Ltda, Em-
presa Individual de Responsabilidade Li-
mitada/Eireli, Sociedade Anônima/S.A., 
entre outras, ou sem fins lucrativos 
(Associações e Fundações, entre outras 
organizações da sociedade civil – Tercei-
ro Setor – denominadas ONGs, ou, como 
atualmente, OSCs). 
O que todos os tipos de proponente 
têm em comum é a declaração de res-
ponsabilidade sobre a realização da 
ideia, o que significa que o projeto é de 
sua autoria e incumbência. Proponente 
é aquele que se responsabiliza por dizer 
que todas as informações descritas são 
verdadeiras, desde a emissão de seu en-
dereço até a declaração de não haver 
quaisquer impedimentos legais para a re-
alização do empreendimento (exemplo: 
multas pendentes, brigas por direitos au-
torais, débitos ajuizados etc.). Portanto, 
O PROPONENTE E 
A PROPOSITURA
ser proponente de um projeto significa 
responsabilidade, diligência e compro-
metimento às regras.
Cadastrar um proponente responsá-
vel pela proposta junto a um mecanismo 
de financiamento significa iniciar o pro-
cesso de propositura (ou proposição) da 
ação. Este é o primeiro passo de inúme-
ros editais, leis de incentivo, convênios e 
pleitos por verbas internacionais. 
É importante ressaltar que cada me-
canismo tem um conjunto de regras que 
valida o proponente como habilitado a se 
inscrever. Em editais de Secretarias da Cul-
tura dos estados, por exemplo, é necessá-
rio residir e comprovar residência naquele 
estado por pelo menos 2 anos, assim como 
comprovar atuação profissional naquela 
área/linguagem que está sendo tema de 
seu projeto. Financiadores internacionais 
como a Organização das Nações Unidas 
para Educação, Ciência e Cultura (Unes-
co), geralmente só aceitam propostas de 
organizações sem fins lucrativos (as tais 
OSCs que citamos anteriormente), e assim 
por diante. Essas diretrizes estarão sempre 
descritas nos regulamentos desses meca-
nismos, portanto, ler atentamente os itens 
relacionados a quem pode ou quem não 
pode se inscrever é o início do estudo de 
viabilidade do pleito por aquela verba. 
2
PARA REFLETIR
Para ter em mente 
a importância 
do proponente 
como primeiro 
fator no pleito aos 
financiamentos, 
lembre-se do famoso 
trecho de O Pequeno 
Príncipe, de Antoine 
de Saint-Exupéry: “Tu 
te tornas eternamente 
responsável por 
aquilo que cativas”. No 
caso, altere para “Tu 
te tornas eternamente 
responsável pelo 
projeto que inscreves.” 
E assim não se 
esqueça de estudar 
a idoneidade da 
pessoa física e/ou da 
pessoa jurídica que 
serão proponentes 
de seus projetos, e só 
seja proponente de 
empreendimentos 
nos quais você 
trabalha e confia.
SAIBA MAIS
Para entender as 
diferentes formas 
de constituição de 
Pessoas Jurídicas no 
Brasil, acesse o site do 
Sebrae:
www.sebrae.
com.br/sites/
PortalSebrae/artigos/
artigoshome/o-que-e-
uma-organizacao-nao-
governamental-ong,ba5
f4e64c093d510VgnVCM
1000004c00210aRCRD
e
www.sebrae.com.br/
sites/PortalSebrae/
ufs/sp/conteudo_uf/
quais-sao-os-tipos-de-
empresas,af3db28a58
2a0610VgnVCM100000
4c00210aRCRD
99 
FONTES DE
 FINANCIAMENTO
Neste momento, vamos nos dedi-car em entender e elencar as di-versas oportunidades de custe-ar a execução do seu projeto por 
meio do que, normalmente, é conhecido 
como patrocínio. 
Nessa categoria estão as (1) leis de in-
centivo fiscal, (2) os editais e prêmios, (3) 
os convênios e as emendas parlamenta-
res, (4) os financiamentos coletivos e os 
(5) financiamentos internacionais.
3.1. Leis de Incentivo Fiscal à Cultura
As leis de incentivo fiscal à cultura são 
mecanismos de mecenato que facultam 
às empresas (PJ) e a pessoas físicas (PF) 
destinar uma porcentagem de seus im-
postos devidos para projetos previa-
mente aprovados junto aos órgãos go-
vernamentais. Portanto, são chamadas 
de fomento indireto, pois, o proponente, 
após a aprovação do seu projeto junto ao 
órgão competente, precisa passar pela 
análise e aprovação de um entre privado 
fomentador (o “mecenas”), seja ele uma 
PF ou PJ, que lhe disponibilizará esse re-
curso, que é uma verba pública, uma vez 
que é um percentual de imposto devido.
Daí, temos um triângulo formado pelo 
(1) proponente, que elabora o projeto e o 
apresenta ao (2) órgão governamental, por 
exemplo, a uma Secretaria da Cultura Esta-
dual ou a Secretaria Especial da Cultura, e 
quando seu projeto é aprovado, ou seja, que 
tem a permissão de captar recursos, ele pas-
sa a procurar um (3) incentivador/mecenas, 
que analisará o seu projeto, verá se alinha-se 
aos seus objetivos, negociará contrapartidas, 
e disponibilizará os recursos (percentual dos 
seus impostos permitidos pelo governo) para 
a execução de seu projeto.
No fascículo 4 de nosso curso, já fa-
lamos sobre a Lei Federal de Incentivo à 
Cultura (Rouanet) e a Lei do Audiovisual. 
Assim, nos deteremos um pouco mais nas 
leis estaduais e municipais. 
No Brasil são inúmeros os estados que 
possuem esse tipo de fomento indireto, 
como é o casodo Ceará, São Paulo, Ma-
ranhão, Rio Grande do Sul e Minas Gerais, 
para citar apenas alguns. E o mesmo acon-
tece com os municípios, há leis de incenti-
vo à cultura nas cidades de Fortaleza, São 
Paulo, Rio de Janeiro, Vitória, Goiânia, en-
tre outras. E isso ocorre porque cada esta-
do e município tem a sua arrecadação pró-
pria de impostos, e, portanto, fica a cargo 
de cada um instituir e aplicar suas leis. 
No caso dos estados, o imposto que 
corresponde à grande parcela da arreca-
dação para os cofres públicos estaduais 
é o Imposto sobre operações relativas à 
circulação de mercadorias e sobre pres-
tações de serviços de transporte interes-
tadual, intermunicipal e de comunica-
ção (ICMS). A maioria das leis de incentivo 
MÚLTIPLAS OPÇÕES 
DE FINANCIAMENTO 
(PATROCÍNIO)
3
100 
Fundação Demócrito Rocha
Universidade Aberta do Nordeste
fiscal à cultura em esfera estadual é baseada nesse imposto. É o caso do estado do 
Ceará, que através da lei estadual nº 13.811, de 16 de agosto de 2006, instituiu o Mecena-
to Estadual, que visa fomentar as atividades culturais do e no estado do Ceará por meio 
da renúncia fiscal nas modalidades doação, patrocínio e investimento. 
Da mesma forma, o funcionamento de leis municipais será baseado nos impos-
tos de grande arrecadação para os municípios, que são o Imposto sobre serviços de 
qualquer natureza (ISSQN), também conhecido como ISS, e o Imposto predial e ter-
ritorial urbano (IPTU). 
Como exemplo atual de implementação de lei municipal, o Programa Municipal 
de Apoio a Projetos Culturais (Pro-Mac) da cidade de São Paulo, instituído pela Lei nº 
15.948/2013 e regulamentado pelo Decreto nº 59.119/2019, financia projetos culturais 
de proponentes sediados em São Paulo e que sejam realizados também no município, 
permitindo a destinação de até 20% do IPTU e ISS devidos. Dessa forma, o incentiva-
dor que pagar os dois tributos no município não precisa escolher entre um ou outro, e, 
sim, pode usar os 20% de cada um dos impostos. Mas em outros municípios o cenário 
pode ser diferente, uma vez que cabe a cada cidade e a cada estado legislar e regula-
mentar sobre o funcionamento das leis.
É importante entender o percurso do imposto para entender o mecanismo, pois 
há três questões básicas que o tributo, no qual a lei se baseia, denota: 
A primeira é que as leis estaduais se basearão nos impostos pagos na esfera esta-
dual, e as municipais nos impostos arrecadados pela administração pública do muni-
cípio, assim como as leis federais se baseiam no Imposto de Renda, que é pago de for-
ma nacional, independente da cidade ou estado de residência. O que nos leva para a 
segunda questão: para se qualificar como proponente para as leis estaduais é preciso 
comprovar residência naquele estado, assim como para pleitear recursos municipais, 
é preciso comprovar residência no município.
E isso nos leva ao terceiro ponto, sobre quem são os potenciais incentivadores/
patrocinadores de seu projeto: serão aqueles pagadores desse imposto estadual e dos 
impostos municipais do estado e município em que você reside. Por exemplo, o proje-
to inscrito e aprovado no Mecenato Estadual do Ceará (Secult) poderá ter como finan-
ciadores as empresas pagantes de ICMS no estado do Ceará.
Quadro de Resumo Lei Estadual e Lei Municipal
LEI ESTADUAL LEI MUNICIPAL
• Proponente precisa comprovar 
residência no estado do pleito;
• Projetos devem ser realizados no 
estado do mecanismo;
• Só pagantes de ICMS e registrados 
no estado do pleito é que poderão 
utilizar do benefício fiscal.
• Proponente precisa comprovar 
residência no município do pleito
• Projetos devem ser realizados no 
município do mecanismo
• Incentivadores precisam estar 
registrados no município do pleito 
para utilizar o benefício fiscal
 
Hoje em dia há muito mais acesso às informações sobre as leis de incentivo à cultu-
ra de estados e municípios devido à publicação da legislação nos websites das secreta-
rias responsáveis, e porque a maioria dos sistemas de inscrição é digital. 
SAIBA MAIS
A Secretaria Municipal 
da Cultura de 
Fortaleza (SecultFOR) 
oferece editais 
diversificados, como 
editais de apoio ao 
Carnaval, aos Blocos 
de Rua do Ciclo 
Carnavalesco, de 
Festival de Música, de 
Teatro, de Apoio aos 
Festejos Juninos e o 
tradicional Edital de 
Artes (Audiovisual, Artes 
Visuais, Fotografia, 
Literatura, Música, 
Teatro, Dança, Circo, 
Humor, Moda, Mídia 
Digital, Artesanato e 
Cultura Tradicional e 
Popular), entre outros.
PARA REFLETIR
As leis de incentivo 
fiscal são organismos 
vivos, pois estão em 
constante mudança. 
O processo de seu 
funcionamento 
pressupõe, no 
mínimo, dois 
passos básicos: (1) 
a publicação da 
lei e (2) publicação 
do decreto 
regulamentador. 
A lei institui o 
mecanismo, diz que 
“ele existe”, já o 
decreto regulamenta 
seu funcionamento. 
Entendemos, 
então, que sem um 
decreto uma lei 
não tem como ser 
operacionalizada. 
Além do mais, 
mesmo após a 
regulamentação, 
pode ser que o ela, a 
lei, sofra alterações 
ou passe pela criação 
de novas normas, 
e a comunicação 
dessas mudanças 
para os proponentes 
e incentivadores 
é feita através de 
novos decretos, 
editais, portarias e 
manuais, ou seja, de 
novas publicações 
de conteúdo oficial 
daquela secretaria 
de cultura.
SAIBA MAIS
Em 3 de junho de 2020 
foi publicado um novo 
decreto, nº 33.611, que 
reformulou as regras 
do Mecenato Estadual 
do Ceará. Acesse mais 
informações nos sites: 
www.secult.ce.gov.
br/2020/06/15/secult-
publica-decreto-que-
reformula-as-regras-
do-mecenato-estadual/
www.secult.ce.gov.br/
wp-content/uploads/
sites/43/2020/06/
Decreto-n%C2%BA-
33.611-de-0-3.06.2020-
Mecenas.pdf
101 
FONTES DE
 FINANCIAMENTO
Importante salientar que os prazos de inscrição de projetos 
variam de mecanismo para mecanismo, e que há leis de incentivo 
fiscal, como o Mecenato Estadual do Ceará, que publica um edital 
de abertura do sistema de cadastramento de projetos, sendo as-
sim estipulado um prazo diferente a cada ano. Já a Lei Estadual de 
Incentivo à Cultura do estado de São Paulo (conhecida como Proac 
ICMS) mantém seu sistema de cadastramento de proponentes e 
projetos aberto o ano todo. Então, lembre-se de pesquisar sobre a 
forma e prazo de cadastramento de proponentes e projetos das leis 
de incentivo fiscal que buscará pleitear. 
A característica principal deste fomento indireto é a necessida-
de de, após ter o projeto homologado junto ao órgão competente, 
ou seja, após inscrever o proponente (enviando toda a documen-
tação solicitada) e submeter o projeto para análise de pareceris-
tas, e receber a aprovação desse órgão, vem a terceira parte que 
fecha o triângulo do fomento indireto do qual falamos anterior-
mente: a busca por incentivadores para o financiamento, pois 
serão eles que, de acordo com seu foro e residência, juntamente 
com o montante de impostos devidos, que serão seus patrocina-
dores. Esse processo de busca e convencimento dos contribuin-
tes de tributos (ICMS estadual; IPTU e ISS municipal) a patrocina-
rem o empreendimento é chamado de captação de recursos. No 
fascículo 8 do curso, detalharemos sobre esse processo.
3.2. Editais e Prêmios
Os editais e prêmios são mecanismos de financiamento/
fomento direto, uma vez que a verba sai dos cofres do incenti-
vador diretamente para a conta do projeto sem precisar passar 
pela validação/aprovação de um intermediador.
Outra característica dos editais é a diferença no tempo de 
inscrição, que é mais curto. Normalmente, na esfera pública, 
após a publicação das regras do edital em sites e no Diário Ofi-
cial, tem-se 45 dias para cadastramento de proponente e pro-
jeto nos sistemas para envio. Contudo, em editais promovidos 
por entes privados, o tempo pode ser mais curto ou mais longo. 
Aliás, o tema editais de patrocínio privado será mais explorado 
no fascículo 9, pois além da variação de prazos, há também ou-
tras características que você deverá conhecer por se tratarem de 
financiadores da esfera privada. 
Editaise prêmios também se diferem das leis de incentivo 
porque o escopo de seus objetivos e regras para inscrição ten-
dem a ser mais específicos, limitando apresentação de orça-
mentos, além de segmentar as inscrições por áreas artísticas. 
Por exemplo, pode existir um edital da área de música, no qual 
apenas proponentes que comprovem atuação nessa área artís-
tica possam se inscrever. Junto com o critério de área e propo-
nente, pode existir um teto de valor orçamentário e de objeti-
vos para a apresentação da proposta. Por exemplo, um edital 
para área da música que premie 10 iniciativas de no máximo R$ 
50.000,00 cada, e que realizem pelo menos 5 shows em espaços 
abertos de um município/estado específico.
As temáticas dos editais, a prestação de contas e o prazo de 
execução das propostas contempladas também estarão descri-
tos no edital, e podem variar de categoria para categoria: pode 
ser uma para o projeto de música e outra para o de literatura, e 
de ano para ano, ou seja, não é porque existe um edital de mon-
tagem de espetáculos teatrais infantis em 2020 que ele seguirá 
existindo em 2021. 
Quadro de Resumo e Comparação entre Leis de 
Incentivo e Editais Privados
LEIS DE INCENTIVO EDITAIS
Período mais abrangente de 
sistema aberto para inscrição 
de proponente e projetos
Normalmente 45 dias de 
sistema aberto para inscrição 
de proponentes e projetos
Inscrição de projetos por 
área artística (música, dança, 
teatro, literatura etc.), com 
mais flexibilidade de teto 
orçamentário
Inscrição de projetos por 
área artística (música, dança, 
teatro, literatura etc.), COM 
limite orçamentário
Prazo de Execução do projeto 
começa apenas após a 
captação de recursos
Prazo de execução do 
projeto de acordo com a 
regulamentação do edital
As alterações vêm através 
das publicações de novos 
decretos, instruções 
normativas ou portarias
Alterações das regras 
propostas podem acontecer 
a cada ano, a partir da 
publicação do edital 
Em relação aos prêmios, estes são uma categoria dentro dos 
editais que pressupõem menos burocracia no momento de 
repasse da verba e da prestação de contas do produto (bem/
102 
Fundação Demócrito Rocha
Universidade Aberta do Nordeste
SAIBA MAIS
No Brasil não existem 
apenas as leis de 
incentivo à cultura, 
mas também de 
incentivo ao esporte 
(LIE), à promoção de 
projetos sociais que 
garantam os direitos 
das pessoas idosas 
(Fundo do Idoso), 
as que garantem os 
direitos de crianças 
e adolescentes 
(FIA), bem como 
leis voltadas para a 
atenção à saúde, como 
o Programa Nacional 
de Apoio à Atenção 
Oncológica (Pronon) e 
o Programa Nacional 
de Apoio à Atenção da 
Saúde da Pessoa com 
Deficiência (Pronas/
PCD). Para saber mais 
sobre essas outras 
leis de incentivo 
fiscal, acesse os links
www.gov.br/
cidadania/pt-br/acoes-
e-programas/lei-de-
incentivo-ao-esporte
www.gov.br/saude/
pt-br/assuntos/
noticias/projetos-do-
pronon-e-pronas-
pcd-poderao-ser-
suspensos-durante-a-
pandemia-de-covid-19
serviço) cultural realizado, exigindo ape-
nas a comprovação física do objeto, por 
meio de relatórios, fotos, vídeos etc., e 
não a comprovação financeira, por meio 
de notas e cupons fiscais, recibos, cote-
jamento de propostas orçamentárias, ex-
tratos bancários etc.
Enquanto a maioria dos editais traz 
páginas e páginas sobre documentações 
de validação do proponente, critérios 
particulares sobre os objetivos da utili-
zação da verba em produtos culturais es-
pecíficos e prazos rígidos e tipificados de 
prestação de contas, os prêmios são mais 
genéricos e acolhedores no que diz res-
peito à exigência de documentação.
No Brasil, agora em 2020, por conta 
da pandemia, temos o caso da Lei Aldir 
Blanc, que instituiu o repasse, a título 
de emergência, de verbas federais para 
o setor cultural brasileiro, por conta dos 
prejuízos trazidos aos trabalhadores da 
cultura e ao setor pelas consequências de 
paralisação de suas atividades. Estados e 
munícipios se cadastraram e receberam 
montantes de verba para transferir aos 
artistas, técnicos de luz e som, coletivos, 
espaços de leitura etc., e a modalidade 
de transferência de recursos que vem 
sendo mais utilizada pelos entes públi-
cos são os prêmios, pois como a verba 
precisa ser repassada rapidamente e é 
emergencial, editais de premiação se 
apresentam como uma solução para que 
os recursos cheguem a quem de direito 
de forma rápida, facilitando o caminho 
burocrático (referência ao inciso III da lei 
nº 14.017, de 29 de junho de 2020). 
3.3. Convênios
Um convênio é uma parceria entre dois 
ou mais entes da esfera pública junto a en-
tes privados com o objetivo de realizar um 
empreendimento que tenha finalidade 
pública. O termo “convênio”, dentro das 
normas jurídicas, significa cooperação, ou 
seja, há uma expectativa de que todas as 
partes envolvidas trabalharão juntas para 
alcançar os objetivos comuns. Assim, é 
justo dizer que os convênios pressupõem 
inter-relacionamento e cooperação mútua, 
uma vez que cada parte tem uma relação 
jurídica e responsabilidade com os demais 
participantes do convênio para a efetivação 
dos objetivos do empreendimento que, de-
verão ser de interesse público. 
Os convênios podem ser estabele-
cidos entre governo federal e estadual, 
entre prefeituras e ministérios, entre se-
cretarias estaduais e secretarias munici-
pais, e também podem atender a diversas 
áreas de interesse público, como saúde, 
educação, cultura etc. Assim, a partir do 
momento que a finalidade de execução 
da proposta cultural for considerada pe-
los entes públicos como um bem comum, 
esta deve ser apoiada através desta coo-
peração firmada por um convênio.
PARA 
REFLETIR
Faça o download de 
toda a legislação (lei, 
decreto, portarias, 
editais e manuais) 
da Lei de Incentivo à 
Cultura (municipal, 
estadual, federal) 
que você deseja se 
inscrever, e monte 
uma pasta em 
seu computador. 
Além disso, crie 
alertas sobre as 
leis de incentivo do 
seu interesse em 
programas que fazem 
pesquisa automática 
na internet. Assim, 
cada vez que uma 
notícia relacionada 
àquela lei específica 
for publicada, você 
terá acesso, e poderá 
se manter informado 
e atualizado, 
não perdendo 
oportunidades 
de se inscrever.
103 
FONTES DE
 FINANCIAMENTO
O pleito de financiamento por convê-
nios também pressupõe o envio de docu-
mentos do proponente e do projeto para os 
órgãos responsáveis conduzirem a avalia-
ção e posterior repasse das verbas e demais 
orientações para os cumprimentos das re-
gras estabelecidas pelo chamamento. 
3.4. Emendas Parlamentares
As emendas parlamentares também são 
dispositivos de fomento direto, onde o fi-
nanciador é o poder público, que, a partir 
de uma nova solicitação de um parlamentar 
(representante do legislativo), altera a pro-
posta de execução do orçamento do ano 
seguinte, alocando recursos para o custeio 
de uma ação específica que atenda às de-
mandas de uma comunidade. Por exemplo, 
um deputado federal pode fazer uma emen-
da parlamentar solicitando verba para a 
compra de ambulâncias para um município. 
Entretanto, diferente dos editais e prêmios, 
que normalmente serão geridos por secreta-
rias de culturas, as emendas que beneficiam 
a área cultural, como o próprio nome diz, 
estão vinculadas aos parlamentares, e seu 
pleito passa por outros ritos processuais 
de apresentação e prestação de contas.
Antes do momento de análise do orça-
mento (geralmente agosto de cada ano), é 
possível pleitear junto aos parlamentares, 
por meio de ofícios ou requerimentos com 
propostas elaboradas e justificadas, que 
determinado valor seja destinado a uma 
ação de um município ou organização da 
sociedade civil (OSC). Senadores, deputa-
dos (federais e estaduais) e vereadores, que 
já tem como uma de suas funções a discus-
são e aprovação dos gastos orçamentários, 
são os responsáveis por acatar os pedi-
dos, transformá-los em emendas que, 
por sua vez, destinarão verbas para a reali-
zação de obras específicas em seus estados 
e municípios, e deverão sempreser execu-
tadas por entes públicos ou organizações 
sem fins lucrativos.
Por envolver o calendário de avaliação 
orçamentária, as propostas de emendas 
parlamentares normalmente devem che-
gar com tempo hábil de serem apresenta-
PARA CURIOSOS
Por se tratar de 
verba pública é 
possível pesquisar os 
convênios celebrados 
por determinados 
municípios e 
estados buscando 
em seus portais da 
transparência. No 
caso do município de 
Fortaleza-CE, o acesso 
pode ser feito neste 
link (transparencia.
fortaleza.ce.gov.br/
index.php/convenio). 
No governo federal 
há o Sistema de 
Gestão de Convênios 
e Contratos de 
Repasse (Siconv), 
que surgiu em 2008, 
e hoje se chama 
“Plataforma + Brasil”. 
É possível acessar e 
pesquisar projetos de 
convênios das mais 
diversas áreas: saúde, 
educação, cultura etc. 
através do website 
plataformamais 
brasil.gov.br/
PARA CURIOSOS
Acesse o site “Agenda 
2030” (www.agenda 
2030.com.br/) e se 
familiarize com o plano 
que diversos países 
elaboraram quando de 
uma reunião em Nova 
York em 2015. 
A Agenda 2030 contém 
os 17 Objetivos de 
Desenvolvimento 
Sustentável (ODS) 
que foram escritos a 
partir da percepção 
de líderes mundiais da 
necessidade de atingir 
metas para uma 
sociedade humana 
mais sustentável.
104 
Fundação Demócrito Rocha
Universidade Aberta do Nordeste
das e discutidas. Assim, caso possua um 
projeto que será executado por um propo-
nente sem fins lucrativos, e que beneficie 
o setor cultural de um município, o primei-
ro passo é estudar o perfil de legislado-
res para selecionar aqueles que estejam 
mais vinculados à área cultural, e iniciar 
com eles a defesa da sua ideia. A partir do 
aceite dos parlamentares em advogar pela 
solicitação de uma emenda parlamentar 
para beneficiar determinada parcela da 
população, por meio de serviços/bens cul-
turais, aguarda-se a aprovação ou não da 
emenda. Se aprovada, o recurso vai dire-
tamente para a conta do poder público 
municipal, para que seja utilizada para 
seu fim específico. 
Em resumo, as emendas parlamentares 
são os meios pelos quais os vereadores, 
deputados e senadores podem influenciar 
a utilização da verba pública, neste caso, 
em benefício das causas culturais de co-
munidades que eles representam, muitas 
vezes, sua base eleitoral. Assim, é possível 
pleitear por emendas parlamentares para a 
área cultural todos os anos, pois a discus-
são sobre os gastos públicos e a destinação 
das verbas públicas acontece anualmente.
Importante é estudar e entender o 
histórico de pedidos, aprovações e exe-
cuções de emendas parlamentares pelos 
atuais ocupantes dessas cadeiras legisla-
tivas que representam o seu município e 
estado, pois assim é possível compreen-
der com quem iniciar o diálogo. Lembre-
-se que emendas parlamentares só po-
dem ser executadas por organizações 
sem fins lucrativos.
3.5 Fontes Internacionais
Organismos e entidades internacio-
nais como a Unesco e a Fundação Ford, 
por exemplo, podem lançar chamadas 
públicas e editais de financiamento para 
segmentos específicos do mercado cul-
tural no qual proponentes e iniciativas 
brasileiras estejam aptos a concorrer. As 
chamadas por empreendimentos cultu-
rais dessas organizações normalmente 
estarão vinculadas ao enfrentamento 
a problemas sociais, juntamente com a 
promoção de iniciativas inovadoras que 
fomentem o bem-estar social de determi-
nadas macrorregiões. Portanto a perio-
105 
FONTES DE
 FINANCIAMENTO
PARA CURIOSOS
Para saber mais 
sobre o Matchfunding 
BNDES, acesse:
www.bndes.gov.
br/wps/portal/site/
home/onde-atuamos/
cultura-e-economia-
criativa/patrimonio-
cultural-brasileiro/
matchfunding-
bndes-mais-
patrimonio-cultural
dicidade e a temática desses editais são 
associadas ao contexto social que deter-
minados países de interesse destas orga-
nizações estão vivendo.
O ponto crucial é saber que as oportu-
nidades de financiamento internacional 
existem, e quando são lançadas seguem o 
mesmo procedimento de critérios de seleção 
de proponentes, bem como é preciso sub-
meter o projeto com propósito e objetivos 
muito alinhados aos dessas organizações 
internacionais, que, por sua vez, têm metas 
vinculadas a acordos multilaterais de comér-
cio, de sustentabilidade e diplomáticos.
3.6. Financiamento Coletivo
Os financiamentos coletivos apresen-
tam a possibilidade de um grupo de incen-
tivadores colaborarem, cada um com o que 
puder, para a realização de um projeto. 
Esse modelo de custear iniciativas se 
popularizou a partir de 2006, com o sur-
gimento de diversos websites que cata-
logavam os projetos e proviam os meios 
de pagamento (cartão de crédito, bole-
to bancário, transferência entre contas 
etc.), oferecendo também um acompa-
nhamento em “tempo real” do montante 
já adquirido e a possibilidade do propo-
nente expor suas ideias e comunicar os 
possíveis resultados e benefícios de se in-
vestir em determinado empreendimento. 
Pode-se dizer que esse modelo lembra 
o das “vaquinhas” feitas informalmente en-
tre parentes e amigos para angariar fundos 
para que um amigo comprasse um remé-
dio, ou conquistasse um famigerado ele-
trodoméstico ou a viagem dos sonhos. Mas 
existe uma grande diferença: uma vez que é 
uma proposta cultural, há a expectativa de 
propósito e resultados que beneficiem 
uma parcela da sociedade, e não apenas 
um indivíduo. Assim, os financiamentos 
coletivos, também conhecidos pela expres-
são em inglês crowdfunding, operam de 
forma muito semelhante às leis de incenti-
vo: há a inscrição de um proponente e pro-
jeto (e aqui é importante comentar que há 
websites mais específicos para projetos so-
ciais e culturais, como o Benfeitoria (www.
benfeitoria.com/) e o Queremos! (www.
queremos.com.br/), depois há um período 
para “captação de recursos”, ou seja, para 
a comunicação da ideia à comunidade 
para buscar angariar os fundos. A plata-
forma de financiamento oferece as formas 
106 
Fundação Demócrito Rocha
Universidade Aberta do Nordeste
de aporte no projeto, então é possível que 
cada incentivador, individualmente, esco-
lha o montante com o qual irá contribuir, 
sabendo de antemão o retorno específico 
que terá (contrapartidas do incentivador/
recompensas), bem como os proventos ge-
rados para a sociedade como um todo pela 
realização do empreendimento. 
E quando o projeto é realizado cada pa-
trocinador/investidor recebe as suas contra-
partidas acordadas, que muitas vezes são 
itens pequenos que podem até ser enviados 
via postal, ou apenas ter a experiência de 
ouvir o seu nome citado durante a realiza-
ção de um show, por exemplo. Outro ponto 
importante a mencionar sobre o financia-
mento coletivo são as taxas cobradas pelas 
plataformas, que variam de 5 a 10% dos va-
lores arrecadados para “gerenciar e disponi-
bilizar os projetos on-line”. Há quem compa-
re essas taxas com o percentual de captação 
(normalmente de 10% em projetos) previsto 
nas leis de incentivo fiscal à cultura. 
Existem também os programas de ma-
tchfundig, onde um determinado financia-
dor se compromete a fazer patrocínios 
equivalente a valores já doados por ou-
tros incentivadores, por vezes uma em-
presa se compromete a cobrir as doações 
que pessoas físicas já fizeram. Essas são 
aquelas campanhas que divulgam que “a 
cada um real doado por pessoa física para 
o projeto, outros dois reais serão aportados 
no projeto pela empresa”. 
A mecânica se assemelha ao do finan-
ciamento coletivo, pois existe uma neces-
sidade de mobilização de um grande pú-
blico para realizar doações/patrocínios 
de quantidades menores para chegar no 
montante total necessário de custeio. Um 
ótimo exemplo de matchfunding na área 
cultural é o programa do BNDES. 
3.7. Enfim, sobre o Patrocínio...
O que todas essas formas de custeamen-
to de projetos culturais têm em comum é 
que os investidores, sejam eles pessoas físi-
cas contribuindo através do financiamento 
coletivo, seja o Poder Público via editais e 
prêmios, ou seja uma empresa contribuinte 
PARA REFLETIR
O financiamento 
coletivopode ser uma 
boa opção para quem 
tem um projeto de 
valor menor, e que 
quer se experimentar, 
pois acaba sendo 
um “curso prático” 
de como apresentar, 
comunicar e engajar 
o público com o 
tema e propósito 
do seu projeto. 
Após entender melhor 
sobre estratégias de 
captação de recursos 
no próximo fascículo, 
volte e se pergunte: 
fazer uma campanha 
de financiamento 
coletivo se encaixa 
como mecanismo 
de financiamento 
do meu projeto?
PARA REFLETIR
Você já observou os 
flyers e anúncios de 
iniciativas culturais? 
Nas redes sociais, nos 
jornais impressos, 
nas propagandas 
de rádios há sempre 
algumas palavras-
chave que denotam 
a presença de 
contrapartidas 
de visibilidade 
de marca para os 
realizadores. São as 
palavras “apresenta”, 
“patrocina”, “apoia” 
e que podem estar 
em uma régua de 
logos, com todas as 
marcas distribuídas, 
ou no topo dos 
panfletos/anúncios, 
com destaque. Fique 
atento! Os panfletos, 
cartazes, flyers, 
anúncios são ótimas 
fontes de informação 
sobre as fontes 
de financiamento 
e de potenciais 
patrocinadores.
107 
FONTES DE
 FINANCIAMENTO
de ICMS no estado do Ceará que optou por destinar parte dos seus 
impostos devidos a uma proposta aprovada no Mecenato Estadual, 
todos eles subentendem que a realização do empreendimento 
cultural implicará contrapartidas sociais para o público bene-
ficiado, ou seja, que os resultados trarão benefícios qualitativos e 
quantitativos para a sociedade. E, além disso, há a expectativa dos 
financiadores da visibilidade da sua marca como financiadores da 
cultura. A marca do Poder Público aparece na forma dos logotipos 
institucionais de secretarias de cultura, departamentos culturais e 
agências setoriais, já os patrocinadores privados utilizam-se de seus 
logotipos/marcas. Essa é a oportunidade de associação da marca 
do patrocinador (que, por exemplo, pode ser da indústria alimentí-
cia, portanto de um segmento bem distante do mercado cultural) ao 
produto (bem/serviço) cultural que estes mecanismos de fomento 
citados proporcionam, e que é a chave para o entendimento desta 
relação chamada de patrocínio.
Observe que, além das contrapartidas sociais, que o fascícu-
lo 1 deste curso abordou em detalhes, e que são as ações de de-
mocratização de acesso e acessibilidade vinculadas ao propósito 
da realização do projeto, podem existir outras entregas que serão 
determinadas nas publicações dos editais ou nos contratos de 
patrocínio firmados entre proponente e financiador.
108 
Fundação Demócrito Rocha
Universidade Aberta do Nordeste
SOBRE RECEITAS DO PROJETO 
E O CONCEITO DE PERMUTA
Permutas
A rigor, significa “troca”, 
ou seja, é a cessão de 
serviços e/ou produtos 
necessários para a 
realização de um 
projeto. É muito comum 
empresas participarem 
de ações como 
apoiadores sem entrar 
com nenhum centavo, 
mas disponibilizando 
serviços úteis para 
a execução de seu 
projeto. Por exemplo, 
hotéis que cedem 
diárias para os 
convidados de outros 
estados, companhias 
aéreas que assumem as 
passagens aéreas (ou 
oferecem descontos 
especiais), gráficas 
que, também por meio 
de bons descontos, 
assumem a folheteria 
de um grande evento, 
instituições que 
cedem o espaço 
para a realização 
de seu evento etc. 
Todos esses apoios 
reduzem os custos 
de execução da sua 
ideia. Lembre-se dessa 
possibilidade quando 
for planejar a sua ação.
Quando se fala em oportunida-des de viabilizar os projetos por meio de mecanismos de financiamento é importante 
não nos esquecermos que vários produtos 
culturais, quando executados, têm o po-
tencial de gerar receita: o livro realizado 
e que pode ser vendido, o ingresso daque-
le espetáculo de dança que será adquirido 
pelo público (mesmo a preço popular), 
uma caneca com as pinturas da exposição 
financiada, a camiseta com a imagem da 
banda ou o seu CD daquele show, o lápis 
temático da exposição do Museu, entre 
tantas outras possibilidades.
Em contraponto, as permutas de 
serviços e apoios institucionais tam-
bém influenciam demais os custos de 
produção das iniciativas culturais, mes-
mo quando não se tratam da efetiva en-
trada de dinheiro na conta do projeto, 
mas significam economia através da 
realização da prestação de serviços ou 
de compra de materiais.
A geração de receita no mercado cul-
tural é algo possível, basta observar que 
existem as franquias de projetos de suces-
so, bilheterias, os espetáculos de teatro, 
que depois de anos em cartaz migram para 
o cinema, os direitos autorais que podem 
ser explorados, os licenciamentos de mar-
cas para produtos (canecas, camisetas, 
copos, canetas etc.). Portanto, quando for 
pensar no financiamento do empreendi-
mento lembre-se que o próprio produto 
PARA 
CURIOSOS
Equipamentos Culturais 
Vinculados à SecultFOR
Biblioteca Pública Municipal 
Cristina Poeta, Biblioteca 
Pública Municipal Dolor Barreira, 
Biblioteca Pública Municipal 
Herbênia Gurgel, Centro Cultural 
Belchior, Centro Cultural Casa 
do Barão de Camocim, Estoril, 
Mercado Cultural dos Pinhões, 
Mercado da Aerolândia, Mercado 
dos Pinhões, Passeio Público, 
Vila das Artes, Teatro Antonieta 
Noronha e Teatro São José. 
4
cultural é fonte de renda, que além de 
custos, o projeto pode gerar receita, ou 
seja, recursos podem entrar no caixa a par-
tir de sua realização. E ao mesmo tempo é 
possível reduzir os custos do projeto ao dar 
atenção às formas de “economizar”, ao fa-
zer as parcerias de serviços e de descontos 
em produtos através de permutas. 
O financiamento de um projeto não está 
apenas vinculado a procurar financiadores, 
mas a entender o potencial que o empre-
endimento possui de geração de renda e 
de possibilidade de redução de custos.
109 
FONTES DE
 FINANCIAMENTO
Entender sobre a viabilidade de fi-nanciamento da proposta cultu-ral significa compreender a fundo os objetivos e resultados e estudar 
os diferentes mecanismos de custeio dis-
poníveis para o seu tipo de proponente (PF 
ou PJ, com ou sem fins lucrativos). Uma fer-
ramenta aliada para este entendimento é a 
Análise FOFA, aquela que você já aprendeu 
como aplicar no fascículo 2 deste curso. 
Pois bem, agora, depois de estudar sobre 
os diferentes mecanismos de financiamen-
to, busque conhecer as Forças, Oportuni-
dades, Fraquezas e Ameaças que o seu 
empreendimento/projeto possui de acordo 
com cada potencial financiador. Mas, dessa 
vez, observe os pontos cruciais de análise 
das oportunidades de custeio – tipo de pro-
ponente, localidade do proponente e de 
realização do projeto, propósito dos resul-
tados e objetivos da proposta em compara-
FERRAMENTAS DO ESTUDO 
DA VIABILIDADE DO 
PROJETO: ANÁLISE FOFA 
E DIVERSIFICAÇÃO 
ção com os objetivos que o financiador visa 
alcançar, bem como os que ele já alcançou 
com os financiamentos anteriores (sempre 
importante conhecer projetos já apoiados 
por esses potenciais financiadores).
Uma dica: faça a Análise FOFA em 
conjunto com outras pessoas. Aprenda 
a explicar seu projeto e suas considera-
ções sobre a possibilidade de custeio em 
voz alta, na presença de outras pessoas 
que não estão 100% dedicadas à elabo-
ração e à inscrição da proposta. O olhar 
externo é de suma importância para tra-
zer respiros e novas considerações. Lem-
bre-se de que você precisa estar apto a 
convencer as pessoas que sua ideia é 
boa e vale a pena ser executada.
A busca por potenciais financiadores e 
mecanismos de financiamento de proje-
tos culturais é constante, assim como são 
constantes e diversas as oportunidades 
de acordo com o escopo do seu empre-
endimento. Assim, ao invés de se ater a 
uma única possibilidade, pense em múl-
tiplas, pense no mínimo em um trio de 
mecanismos para pleitear verba. Isso se 
chama diversificação de sustentabili-
dade financeira: nunca dependa apenas 
de uma fonte, pois se essa fonte secar, 
também desaparece o projeto.
Outra dica: Para considerar o tripé de 
sustentação financeira, pesquise como 
as organizações culturais mais antigas 
da sua cidade de mantém. Analise oswebsites, veja quais são as marcas/lo-
gotipos que aparecem, investigue se há 
programas de doação, de financiamen-
to coletivo, patrocinadores perenes etc. 
Aqueles que estão há tempos no merca-
do e seguem de pé são ótimos casos de 
estudo das alterações históricas e das 
oportunidades vigentes.
5
110 
Fundação Demócrito Rocha
Universidade Aberta do Nordeste
CONCLUSÃO
Encontrar as oportunidades de fi-nanciamento que melhor se encai-xam ao tema, propósito e resulta-dos do seu projeto/produto cultural 
significa estar atento ao contexto e ao his-
tórico que o mercado cultural apresenta. 
E o mercado é algo sempre em movimento, 
em transição, em adaptação, assim é im-
portante manter atenção às mudanças e 
novas oportunidades que sempre surgem, 
e seguir analisando e aprendendo.
A responsabilidade e a compreensão 
de quem é/será o proponente é condição 
básica para pleitear qualquer possibilida-
de de financiamento do projeto, e como, 
dicas finais, concentre-se em:
 • estudar os projetos anteriormente fi-
nanciados pelos editais que visa pleitear;
 • criar alertas sobre as leis de incenti-
vo para sempre se manter atualizado 
sobre as mudanças;
 • fazer análise FOFA do projeto versus o 
mecanismo selecionado;
 • montar uma estratégia diversificada 
de custeio da iniciativa, não dependen-
do apenas de uma única fonte (lembre-
-se da imagem do tripé: apoie o finan-
ciamento do produto cultural em, no 
mínimo, três oportunidades).
Referências
AVELAR, Rômulo. O Avesso da Cena: no-
tas sobre produção e gestão cultural, 2ª 
edição/DUO editorial, 2010.
NATALE, Edson e OLIVIERI, Cristiane. Guia 
Brasileiro de Produção Cultural 2007: 
Educar para a cultura. São Paulo: Editora 
Zé do Livro, 2006.
OLIVIERI, Cristiane. Guia Brasileiro de Pro-
dução Cultural 2010-2011. Editora: Sesc-SP.
6
111 
FONTES DE
 FINANCIAMENTO
Guabiras (Ilustrador)
É cartunista, autor de histórias em quadrinhos e de muitos personagens. Publicou mais de 
5 mil tirinhas em veículos como jornais, fanzines, livros (antologias), revistas (MAD-SP, Gibi 
Quântico-SP, Tarja Preta-RJ, entre outras) e na web, entre eles, no jornal EXTRA de Nova York 
(EUA) e na obra Marcatti 40 (Ugra/SP). Recebeu, em parceria, 3 troféus HQMIX e o Troféu Ângelo 
Agostini de “Melhor Cartunista de 2016”, as maiores comendas de quadrinhos do país. 
REALIZAÇÃOAPOIO
CAPACITAÇÃO DE 
AGENTES CULTURAIS
ESTRATÉGIAS DE CULTURA E ARTE PARA O FUTURO
Larissa Biasoli (Autora)
É bacharel em Artes Cênicas (Unicamp) com especialização em Gestão Cultural e Políticas 
Culturais pelo Goldsmiths College – University of London. Teve diferentes experiências em 
produção, que incluem trabalhos com Les Commediens Tropicales, Boa Companhia e o Grupo 
Matula Teatro, além de trabalhos com produção de eventos corporativos. Desde 2013 está à 
frente da Sorella Produções Artísticas e atua em diferentes frentes, como produtora executiva, 
gerente de projetos culturais e sociais, além da coordenação de programas e festivais de 
teatro. Trabalhou com o Grupo Barracão Teatro de Campinas, Alecrim Produções Artísticas 
e Instituto Bem Cultural do DF, Bons Ventos Produtora de Campinas, Zózima Trupe e Labor 
Educacional. Desde 2017 é captadora de recursos para o Centro Cultural Aliança Francesa de 
São Paulo, e, desde 2018, trabalha com o Programa Municipal de Apoio a Projetos Culturais 
(Promac) da cidade de São Paulo.
FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA (FDR) Presidente: Luciana Dummar Diretor Administrativo-Financeiro: André Avelino 
de Azevedo Gerente Geral: Marcos Tardin Gerente Editorial e de Projetos: Raymundo Netto Gerente Canal FDR: Chico 
Marinho Analistas de Projetos: Aurelino Freitas, Emanuela Fernandes e Fabrícia Góis | UNIVERSIDADE ABERTA DO 
NORDESTE (UANE) Gerente Pedagógica: Viviane Pereira Coordenadora de Cursos: Marisa Ferreira Designer 
Educacional: Joel Bruno | CURSO CAPACITAÇÃO DE AGENTES CULTURAIS Coordenador Geral, Editorial e Estabelecimento 
de Texto: Raymundo Netto Coordenadora de Conteúdo: Daniele Torres Assistente Editorial Emanuela Fernandes 
Projeto Gráfico e Edição de Arte: Andrea Araujo Designer Gráfico: Carlos Weiber Ilustrador: Guabiras Roteirista, 
Locutora e Mediadora (radioaulas): Lílian Martins Produtora: Luísa Duavy
ISBN: 978-65-86094-49-7 (Coleção)
ISBN: 978-65-86094-39-8 (Fascículo 7)
Todos os direitos desta edição reservados à:
Este fascículo é parte integrante do projeto Estratégias de Cultura e Arte para o futuro: capacitação de agentes culturais, em decorrência do Termo de Fomento celebrado entre a Fundação 
Demócrito Rocha (FDR) e a Secretaria Municipal de Cultura de Fortaleza (SecultFOR), sob o nº 02/2020.
Fundação Demócrito Rocha
Av. Aguanambi, 282/A - Joaquim Távora 
CEP: 60.055-402 - Fortaleza-Ceará 
Tel.: (85) 3255.6037 - 3255.6148
fdr.org.br 
fundacao@fdr.org.br

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