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dissidio coletivo

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PROCESSO DO TRABALHO 
AÇÂO DE RITO ESPECIAL: DISSIDIO COLETIVO 
Procedimento 
 Renato Saraiva ministra em sua doutrina que a petição inicial do dissidio coletivo será apresentada em tantas vias quantos forem os suscitados e devera conter a designação e qualificação dos suscitantes e suscitados, natureza do estabelecimento ou serviço , motivos do dissidio e as bases de conciliação , devendo ser escrita , não se admitindo o dissidio coletivo verbal , além disso será necessário que a petição inicial venha acompanhada de copia autentica da ata de assembleia geral que autorizou o sindicato a propor a ação coletiva .
Primeiramente a representação do dissidio é recebida e protocolada no tribunal, estando presente todos os requisitos de instauração da mesma ,o Presidente do Tribunal designará uma audiência de conciliação, dentro do prazo de 10 dias, notificando-se as partes envolvidas , iniciando a fase de audiência de conciliação , onde as partes buscam entrar em consenso sobre os termos da conciliação, ficando o juiz do dissídio responsável por despachar, instruir e realizar demais diligências necessárias ao processo. As partes aceitando os termos propostos, o acordo será homologado na Seção Especializada em Dissídios Coletivos. Se não houver acordo, o Presidente passa à fase de instrução, na qual interroga as partes para colher informações, para depois oferecer aos interessados uma solução que entenda ser capaz de resolver o dissídio (julgamento). Também ocorrerá julgamento no caso de ambas as partes ou uma delas não comparecer à audiência, vale lembrar que negociação e a conciliação são requisitos prévios para se instaurar um dissídio coletivo. 
No dissidio coletivo não há que se falar em contestação,reconvenção , revelia confissão ou intervenção de terceiros , uma vez que na instancia não há pedido, mas sim propostas de criação de novas normas , estando em debate o interesse abstrato de toda uma categoria profissional ou econômica , pelo qual a decisão proferida transcende a iniciativa das partes .
Vigência da sentença normativa. 
A decisão de um dissídio coletivo é chamada de sentença normativa. Ou seja, ela tem formato de sentença, mas conteúdo de norma jurídica, já que substitui um acordo ou convenção não celebrada, tendo assim, o mesmo conteúdo que eles teriam, sua vigência passa a valer a partir da data de sua publicação, quando ajuizado o dissídio “ou quando não existir acordo, convenção ou sentença normativa em vigor, da data do ajuizamento”. Se existe, passa a valer a partir do dia imediato ao termo final de vigência do acordo, convenção ou sentença normativa, além disso, é fixado prazo de vigência, que não pode ser superior a 4 anos, no paragrafo único do Art. 868 da CLT, é expressamente previsto que o tribunal fixará a data em que a decisão deve entrar em execução, bem como o prazo da sua vigência, o qual não poderá ser superior a 4 (quatro) anos, decorrido esse tempo, as cláusulas perdem validade e forçam as partes à negociação.
Competência 
A competência para julgar as demandas de dissídio coletivo é dos tribunais da Justiça do Trabalho, Tribunais Regionais do Trabalho e Tribunal Superior do Trabalho, conforme dispõe o art. 678, inciso I, da CLT: “Aos Tribunais Regionais, quando divididos em Turmas, compete, ao Tribunal Pleno, especialmente, processar, conciliar e julgar originariamente os dissídios coletivos, já indicando que não é exclusividade do Pleno, sendo, portanto, possível que o dissídio seja julgado pelas Sessões de Dissídio Coletivo (SDC), se o tribunal possuir em casos excepcionais, a competência para o julgamento do dissídio coletivo é do TST, conforme o disposto no artigo 2º da Lei 7.701/88 :Compete à seção especializada em dissídios coletivos, ou seção normativa, originariamente, conciliar e julgar os dissídios coletivos que excedam a jurisdição dos Tribunais Regionais do Trabalho.
Saraiva, Renato – curso de direito processual do trabalho- 13.ed.rev.atual_salvador .ed. Juspodvim,2016.

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