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Metodologia de Ensino de Língua Portuguesa: Fundamentos Atividades de Sistematização (AS) [ AS 01 – QUESTÕES ] 01) Abordando as discussões teóricas entre especialistas no ensino de língua portuguesa, realizadas nos anos 1980, antes da elaboração dos PCN, Nonato aponta: “O ponto nevrálgico dos movimentos de crítica e proposição de alternativas encontra- se no diagnóstico de que a prática de produção escrita na tradição escolar, por um lado, teria sido neutralizada pelo foco em atividades de análise gramatical e, por outro lado, havia-se tornado um exercício ou uma prática “artificial”, no sentido em que pouco contemplaria o processo de produção dos sentidos e as condições de produção do texto (ROJO, 2003); em outros termos, pouco reencontraria a ação do sujeito autor, seus repertórios culturais e suas experiências extraescolares (BUNZEN, 2006, p. 147; MARCUSCHI, 2010). Prática definida muito mais como reprodução do que como produção textual, conforme a conhecida sugestão de João Wanderley Geraldi (GERALDI, 1984; 1986; 1991; 2008), o que se questiona é o grau de autenticidade dessas práticas com relação às situações de uso da linguagem em outras instâncias sociais nas quais o aluno é suscetível de se inserir. Pelo menos três sintomas de artificialismo são tornados alvos da crítica e da proposição de alternativas elaboradas na instância do discurso acadêmico e mais ou menos incorporadas pelo discurso oficial: o artificialismo temático, o artificialismo das formas composicionais e o artificialismo das estratégias e dos recursos de formulação textual.” (NONATO, 2019, p.1292) Fundamentando-se no excerto, analise as seguintes assertivas sobre a relação da sociedade com a leitura e a escrita quanto à veracidade – V para VERDADEIRO ou F para FALSO: I. Tanto o discurso acadêmico quanto o discurso oficial (documentos que norteiam o ensino) enfatizam a prática de produção de textos de gêneros tipicamente escolares, como a redação e a dissertação. II. O artificialismo nas atividades de produção textual é resultado de propostas dissociadas das suas práticas sociais. III. Podemos resumir as críticas da seguinte maneira: ou utilizava-se o texto como pretexto para o ensino da gramática ou se propunha produções escritas fora de situações comunicativas concretas. As assertivas I, II e III são, RESPECTIVAMENTE: Resposta: F, V, V Comentário da resposta: A afirmação I é falsa, pois apresenta como crítica exatamente o oposto do que se apregoa no excerto: a artificialidade das propostas de produção incide na recorrência de atividades descoladas do contexto de produção, resumindo a gêneros escolares como a redação ou a composição. - - - x - - - 02) O processo de transposição didática envolve dois sistemas: um de caráter externo e outro de caráter interno. O sistema de caráter INTERNO pode ser explicado como: Resposta: Os modos como os saberes são didatizados em tarefas, atividades e outras formas materializadas por meio do trabalho de ensino dos docentes. Comentário da resposta: No interior do processo de transposição didática, o sistema de caráter interno envolve os modos como os docentes materializam os conteúdos previstos nos documentos orientadores do ensino e o fazem, efetivamente, entrar em interação com os alunos. - - - x - - - 03) Abordando o processo de Transposição Didática, Schneuwly faz as seguintes considerações: “A seleção, a construção e a organização destes conteúdos no interior das disciplinas não depende unicamente da adequação à realidade de referência, mas igualmente da eficácia, em um dado contexto social e histórico, para a aprendizagem de novos modos de apropriação. A gramática escolar, por exemplo, não é a cópia da descrição e da análise linguísticas concebidas pelos linguistas, mas uma construção altamente original que franqueia o acesso e o domínio da língua em situações formais, orais ou escritas. Os gêneros escolares tradicionais, como a redação ou a dissertação não são adaptações arbitrárias de gêneros literários, mas formas de textos, produzidas pela escola, concebidas para a apropriação da redação em um dado momento da história escolar. (SCHNEUWLY, 2009, p. 32) Fundamentando-se no excerto, analise as seguintes assertivas sobre o processo de transposição didática quanto à veracidade – V para VERDADEIRO ou F para FALSO: I. Embora os conteúdos das disciplinas tenham como base os saberes científicos de referência, eles sofrem transformações em virtude tanto do contexto sócio-histórico quanto de questões oriundas da própria forma escolar. II. As adaptações dos saberes de referência, realizadas pelos sistemas escolares implicam em mudanças necessárias para o processo de ensino, ou seja, os saberes precisam ser didatizados. III. O saber ensinado em sala de aula sofre um longo e complexo processo de transformação e assume uma forma simplificada e, necessariamente, equivocada quando ensinado na escola. As assertivas I, II e III são, RESPECTIVAMENTE: Resposta: V, V, F Comentário da resposta: Apenas a última asserção traz informações falsas sobre o processo de transposição didática, pois os saberes didatizados não passam por um longo e complexo processo e não são, necessariamente, equivocados. Os conteúdos das disciplinas são elaborações do sistema escolar com finalidades didáticas bastante específicas e articuladas às definições sociais e políticas almejadas para a instituição escolar, em uma dada época e em um determinado contexto. - - - x - - - 04) Em relação ao processo de Transposição Didática, leia a afirmação a seguir e complete, escolhendo a alternativa correta, as lacunas, com os termos omitidos: “Chevallard (2001), para analisar as transformações adaptativas do saber, propõe um modelo teórico capaz de entender a dinâmica dos sistemas de ensino, chamado “Transposição Didática”. Conforme aponta Marandino (2004), o saber científico ganha os espaços sociais com os quais dialoga, provocando mudanças e, ao mesmo tempo, sofrendo-as. Partindo desse pressuposto, entendemos a Transposição Didática como a passagem do saber ___________ ao saber _________, isto é, a transformação em um objeto de ensino.” (NASCIMENTO, ARAUJO, 2019, p. 386) NASCIMENTO, A. N.; ARAÚJO, D. L. Rev. Espaço do Currículo (on-line), João Pessoa, v.12, n.2, p. 380-396, maio/ago. 2019. Resposta: científico, escolar Comentário da resposta: Os modos pelos quais os saberes científicos chegam à sala de aula é chamado de processo de transposição didática. O conceito de transposição didática busca relacionar a forma e o funcionamento do processo de transposição de saberes do que se poderia considerar o mundo real – incluindo os saberes acadêmicos – para o sistema escolar. - - - x - - - 05) Considerando as transformações ocorridas ao longo da história da constituição da disciplina Língua Portuguesa, vimos como os instrumentos de ensino, disponíveis ao professor, foram sendo modificados e, consequentemente, modificaram as práticas de ensino da língua. Dentre essas modificações, por volta de 1950, observa-se a integração dos manuais – antes separados em gramática, composição e leitura – em um único livro, que ainda continha a proposição de tarefas, o que ocasionou: Resposta: uma fragilização do trabalho de ensino, ao suprimir parte da autoria do professor. Comentário da resposta: Por volta de 1950, os compêndios de leitura foram associados aos de gramática e começaram a incluir tarefas e exercícios que deveriam ser propostos aos alunos. Em decorrência disso, observa-se um empobrecimento intelectual da função do professor, pois, tendo em vista que os manuais traziam as tarefas já formuladas, a voz principal na organização do processo de ensino transita da expertise dos professores para os autores dos livros didáticos. - - - x - - - 06) Leia os excertos, a seguir: “Na década de 1970, intensificou-se a ampliação de oferta de escolarizaçãobásica para camadas da população que até então não tinham acesso à educação formal e pública. Proposições curriculares para o ensino básico foram definidas pelo poder público, para o que as Universidades, num momento inicial de expansão dos Programas e da pesquisa em nível de Pós-Graduação, foram chamadas a contribuir. O currículo escolar foi reestruturado de modo a orientar sua ampliação de quatro para oito anos de oferta obrigatória; a Educação foi posicionada em função do projeto de desenvolvimento econômico estabelecido pelo regime militar”. (PIETRI, 2018, p. 531) “Tal modelo passa a ser tensionado a partir dos anos 1960 e ao longo dos anos 1970, com a ampliação de acesso da população à escola e consequente mudança do perfil do alunado, bem como pela intensificação do processo de depreciação e precarização do trabalho docente. Desde então, será necessário aguardar quase duas décadas para que uma virada pudesse ser assinalada no percurso de constituição do ensino de língua portuguesa e, mais particularmente, um reposicionamento do estatuto da produção escrita como componente curricular desse ensino, o que toma lugar a partir dos anos 1980.” (NONATO, 2019, p. 1290) A partir da leitura dos dois excertos é correto o que se afirma em: Resposta: A reestruturação dos currículos no interior do projeto do regime militar alterou diretamente os modos do trabalho de ensino, como a perda de valor atribuído aos conteúdos envolvendo a produção de textos. Comentário da resposta: Relacionando os dois excertos, é importante observar a relação entre as decisões de caráter político/econômico e a construção/reformulação dos currículos. Além de perceber como esses dois fatores incidem diretamente em práticas de ensino desenvolvidas na sala de aula, como a produção de textos. - - - x - - - 07) Sobre o processo de criação da disciplina Língua Portuguesa, leia o relato de Nonato (2019): “Em estudo sobre os currículos e programas que deram corpo à então criada disciplina Português, no Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, a partir de meados do século XIX, Razzini (2000) assinala, entre outros fenômenos, a incorporação da prática de redação e de composição de textos, em diferentes gêneros e de tipos diversos, em momento posterior (1870) àquela da leitura literária e da recitação (1855) e, sobretudo, àquela da gramática, matriz ideal que pilota e se mantém como o ponto para o qual convergem as duas outras práticas. Integrando o repertório de conhecimentos dessa disciplina ao longo de mais de cem anos, a produção escrita vai adquirindo um estatuto curricular inicialmente no interior do modelo clássico e da vocação beletrista que marcam o ensino de língua portuguesa em todo o período compreendido entre sua gênese até aproximadamente os anos 1960. Ao longo desse período, exercícios de composição e redação são instrumentos didáticos centrais do professor de língua portuguesa para tornar presente e fazer circular na sala de aula um saber sobre a escrita, sobre o texto escrito, um saber de natureza procedimental consubstanciado em um discurso expositivo sobre a técnica ou a arte de escrever (BUENO, 1931). Razzini identifica, “nos programas dos anos 1880 do Colégio, por exemplo, essa função instrumental da produção escrita para a transmissão de um saber sobre a língua codificada nos textos do cânon (literário) escolar.” (NONATO, 2019, p. 1286). A partir da leitura do excerto, analise as assertivas a seguir, classificando-as em verdadeira – V e falsa – F: I. Até os anos 1960, o ensino da produção de textos – composições e redações – atuava de maneira instrumental para o ensino dos clássicos literários prestigiados pela escola. II. De acordo com os estudos, inicialmente eram privilegiadas tarefas que envolviam a recitação de textos literários e do estudo da gramática. III. As práticas de produção de textos – composições e redações – ganharam espaço na disciplina Língua Portuguesa, após o período beletrista. As assertivas I, II e III são, RESPECTIVAMENTE: Resposta: V, V, F Comentário da resposta: A última assertiva é falsa, pois, no excerto, é possível recuperar a informação de que mesmo em caráter instrumental, práticas de produção de texto como composição e redação já faziam parte do repertório de tarefas docente ao longo do período beletrista. - - - x - - - 08) A associação entre a instituição escolar e o ensino da leitura e da escrita é fruto de um longo processo de transformações. Pesquisas apontam a relevância da Igreja no processo de ampliação do ensino da leitura. Orientando-se pelos estudos sobre o desenvolvimento do ensino da leitura nos séculos XVI e XVII, analise as asserções abaixo quanto à veracidade – – V para VERDADEIRO ou F para FALSO considerando as características desse período: I. A principal instituição promotora do ensino da leitura nos séculos foi a Igreja, tanto a Igreja Católica quanto a Igreja Protestante. II. O principal método empregado para o ensino da leitura era a declamação de textos sacros conhecidos de cor pelos aprendizes. III. O ensino da leitura tinha como objetivo principal fins de catequese, ou seja, reforçar a crença dos fiéis. IV. O método empreendido no ensino da leitura pela Igreja utilizava essencialmente a silabação, também chamado método analítico. As assertivas I, II e III são, RESPECTIVAMENTE: Resposta: V, V, V, F Comentário da resposta: O século XVI, na França, é apontado por especialistas como o momento no qual se identificam as primeiras formas históricas de democratização das oportunidades escolares. Nesse momento, estava acontecendo o movimento da Reforma Protestante e sua resposta, a Contrarreforma empreendida pela Igreja Católica. Nesse processo, as duas igrejas, a Igreja Protestante e a Igreja Católica iniciam um amplo esforço de ensinar, por meio da leitura, a todas as crianças suas doutrinas primordiais, como uma forma de preservar seus fiéis. Os padres responsáveis pelo ensino da leitura utilizavam um método muito parecido ao que era empregado nos conventos: os alunos aprendiam a ler por meio da repetição das orações que conheciam de cor. Em outras palavras, para o ensino da leitura eram apresentados às crianças textos sacros memorizados, e unindo sua declamação à imagem gráfica, se praticava a correspondência fonografêmica, ou seja, a correspondência som-letra. - - - x - - - 09) Leia o excerto de Anne Marie Chartier sobre as práticas sociais de leitura e escrita nos séculos XVI e XVII, que diz respeito ao letramento restrito, conforme vimos nesta unidade: “Na verdade, as tradições orais e práticas sobreviviam mesmo nas sociedades amplamente marcadas pela cultura escrita. A questão era saber como ouvir essas vozes então silenciadas, já que as fontes escritas permaneciam como privilégio dos letrados, dos juristas e dos comerciantes. De fato, os analfabetos viviam então em um mundo de alfabetização restrita, mas isso não os impedia de recorrer, quando tinham necessidade, a escritas delegadas (graças aos padres, tabeliães, escrivães públicos, pessoas alfabetizadas da família, etc.), de se manifestar nos processos e de conhecer o valor dos “papéis e documentos” para fazer valer seus direitos (títulos de propriedade, contratos). (CHARTIER, 2016, p.284) Fundamentando-se no excerto, analise as seguintes assertivas que tratam sobre a relação da sociedade com a leitura e a escrita, quanto à veracidade – – V para VERDADEIRO ou F para FALSO: I. A relação leitor-texto da maior parte da população é muito circunscrita a eventos e rituais religiosos, assim, as pessoas recorrem a especialistas quando necessitam da escrita. II. Apesar do aumento da circulação de textos escritos, a ampla maioria da população realizava leituras restritas a textos religiosos. III. A ampliação de textos e de leitores não significou um apagamento da cultura oral, ainda muito mais representativa nas práticas sociais da maiorparte da população. As assertivas I, II e III são, RESPECTIVAMENTE: Resposta: V, V, V Comentário da resposta: Todas as assertivas retratam a relação com a escrita conhecida como letramento restrito, ocorrida ao longo dos séculos XVI e XVII, nas sociedades na Europa. Apesar de ter ocorrido um aumento na quantidade de textos – tanto manuscritos quanto impressos – que circulavam socialmente, eles ainda não faziam parte efetiva da vida das pessoas. - - - x - - - 10) Sobre a relação entre práticas sociais e ensino da leitura e da escrita, leia os excertos de Boto (2017) e de Chartier (2016): “A escrita começava a ser necessária para efetivar algumas habilidades do mundo urbano de caráter mercantil. [...] A lógica do fortalecimento das habilidades básicas do ler, escrever e contar conjugava requisitos de uma cultura clerical – que solicitava do fiel a leitura – com a urgência da cultura urbana, que precisava da escrita; e, para a vida mercantil, pedia também o cálculo aritmético. (BOTO, 2017, p. 264) “Em 1700, eram designadas como iletradas as crianças suecas que não conseguiam ler as preces de seu catecismo; em 1900, essa designação aplicava-se aos alunos franceses que não conseguiam ler em voz alta, sem ajuda, uma narrativa e, em 2000, aos adultos incapazes de ler um texto curto ou preencher um formulário. Mesmo que, em uma determinada sociedade, coexistam múltiplas práticas de leitura (ler romances no século XVII e orações atualmente), o saber ler de uma época remete a um modelo dominante que pode ser imposto apenas por autoridades reconhecidas: a Igreja no século XVII, os ministros da instrução pública no século XIX, as instâncias internacionais de avaliação no final do século XX.” (CHARTIER, 2016, p.289) Relacionando os excertos, é correto afirmarmos que: Resposta: O que se ensina é sempre, necessariamente, vinculado às circunstâncias sociais, econômicas e políticas de uma dada época. Comentário da resposta: Os excertos salientam a íntima relação entre a sociedade e suas instituições dominantes, as quais determinam o que deve ser ensinado e, consequentemente, aprendido pelas pessoas em uma determinada época. - - - x - - - [ AS 02 – QUESTÕES ] 01) O Círculo de Bakhtin era composto por um grupo de intelectuais que se reunia regularmente entre 1919 e 1929. No caso dos estudos linguísticos, esse grupo se destacou por: Resposta: ressaltar o papel das condições comunicativas nas quais os sujeitos estão inseridos, reconhecendo o lugar social de quem produz e recebe o texto. Comentário da resposta: Para os pensadores do Círculo de Bakhtin, para além da concepção de que a linguagem se funda nas necessidades comunicativas humanas eles ressaltavam que a enunciação, a produção de um texto, está completamente ligada às condições de comunicação. O que isso significa? Associar a produção de textos orais ou escritos com a situação de comunicação envolve pensar o lugar social de onde esse sujeito que produz o texto está. - - - x - - - 02) De acordo com Barbosa e Simões (2017) “O trabalho com gêneros, em sala de aula, pode se revelar importante se for concebido como trabalho com a historicidade de usos da linguagem, responsável pela orientação dos sujeitos quan-do das escolhas temáticas, estilísticas e composicionais que realizam, de forma responsiva, para elaborar seu projeto de dizer; o acontecimento de seu enunciado; como afirma o próprio Bakhtin (2010, p. 301): “o querer-dizer do locutor se realiza acima de tudo na escolha de um gênero discursivo”. (BARBOSA, SIMÕES, 2017, p.80) Com base nesse excerto, analise as seguintes assertivas quanto à veracidade – V para VERDADEIRO, ou F para FALSO: I. O trabalho com gêneros na escola pode se pautar, exclusivamente, em suas características formais. II. Tomar os gêneros do discurso como objeto de ensino implica a renúncia ao ensino da gramática. III. É necessário propor atividades que envolvam aspectos sociais e históricos constitutivos dos gêneros a serem ensinados. As assertivas I, II e III são, RESPECTIVAMENTE Resposta: F, F, V Comentário da resposta: De acordo com Barbosa e Simões (2017) não se pode trazer o gênero para o centro do processo de ensino e de aprendizagem considerando apenas suas características estruturais e formais: é preciso que eles sejam abordados de uma perspectiva histórica, social e dialógica. - - - x - - - 03) Qual a relação entre a assunção dos gêneros do discurso como objetos centrais de ensino e o projeto de emancipação social dos estudantes, premissa norteadora do processo de elaboração dos PCN – Parâmetros Nacionais Curriculares? Resposta: Ao privilegiar o ensino dos diferentes gêneros do discurso, de maneira a contemplar suas dimensões histórica, social e ideológica, os PCN promovem a inserção dos alunos em contextos de produção e interlocução nas diversas situações sociais importantes para que exerçam uma participação crítica e responsável na sociedade. Comentário da resposta: Assumindo os gêneros como centro do ensino e da aprendizagem para que o aluno possa desenvolver sua participação social por meio da linguagem, a organização do documento por meio de práticas de linguagem firmam um compromisso com o processo de emancipação social dos sujeitos, ou seja, promove a inserção dos alunos em determinados contextos de produção e interlocução por meio do ensino de diferentes gêneros. - - - x - - - 04) Leia o trecho a seguir que apresenta a definição do termo “esferas discursivas”. Nele, há uma lacuna. “Nesse caso, esfera não seria um lugar físico, um ambiente empírico em si, pois sua complexidade ultrapassa as barreiras físicas dos lugares nos quais se praticam atividades diversas. Nesse sentido partimos da ideia de que uma esfera discursiva se constitui como lugar de_________, circulação e recepção de discursos, de ações tipificadas de linguagem, de modos de organização dos gêneros do discurso.” (RIBEIRO, 2017, p.189) RIBEIRO, Kelli da Rosa. A complexidade do encontro de esferas discursivas: o caso da mídia e da religião na contemporaneidade. Revista do programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade de Passo Fundo - v.13 - n.1 -p.187 - 211- jan./abr.2107. Tendo em vista o que vimos nessa unidade sobre esse conceito e o que se afirma nesse trecho, escolha a alternativa que preenche corretamente essa lacuna: Resposta: produção Comentário da resposta: Como vimos, a perspectiva enunciativo-discursiva tem a situação comunicativa como base para a análise da língua. Assim, como os gêneros são instrumentos para o sujeito atuar em práticas de linguagem concretas e situadas, eles estão sempre ancorados em lugares de produção, circulação e recepção de discursos. Esses lugares são as esferas discursivas. - - - x - - - [ AS 03 – QUESTÕES ] 01) Leia o verbete redigido por Brian Street que tece considerações sobre questões envolvendo o ensino da língua na atualidade, que possui uma lacuna: O ensino e a aprendizagem da leitura e da escrita precisam levar em conta, atualmente, a variedade dos modos de comunicação existentes, o que chamamos de _____________________. Nessa nova perspectiva, que se opõe às abordagens educacionais ocidentais mais tradicionais, devem-se considerar os modos de comunicação linguísticos – a escrita e a oralidade –, visuais – imagens, fotografias –, ou gestuais – apontar o dedo, balançar a cabeça negativa ou afirmativamente, por exemplo. Essa diversidade de modos de comunicação foi incorporada tanto pelos meios de comunicação mais tradicionais, como livros e jornais, quanto pelos mais modernos, como computadores, celulares, televisão, entre outros. Dessa forma, professores precisam preocupar-se, atualmente, em ensinar não só as habilidades técnicas necessárias para manusear os diferentes meios de comunicação, mas também o meta-conhecimento que é necessário para compreender, de maneira integrada e significativa, as diferentesmídias e seu funcionamento. Isso já vem ocorrendo – e deverá ampliar-se cada vez mais – já a partir dos anos iniciais de escolarização. A partir dos elementos fornecidos pelo autor, assinale a alternativa que preenche, de forma CORRETA a lacuna: Resposta: multimodalidade Comentário da resposta: O uso de vários recursos semióticos – como som, imagem, vídeo, música- para produção de sentidos é o que podemos definir como multimodalidade. A multimodalidade não é algo novo, pois é um recurso comunicativo utilizado com muita frequência em diversos tipos de comunicação humana, até mesmo por meio da fala e da escrita. - - - x - - - 02) Considere os excertos a seguir: “Um avanço nas políticas linguísticas contra o iletrismo e em favor da cidadania crítica e consciente, são as práticas e atividades escolares preconizadas mais próximas das práticas sociais letradas e cidadãs. Um dos pontos relevantes e inovadores, na proposta dos PCN, relaciona-se à visão de leitor/produtor de textos que, em muitos pontos, implica revisões conceituais e práticas por parte das escolas e professores.” “A visão de leitor/produtor de textos presente nos PCN é a de um usuário eficaz e competente da linguagem escrita, imerso em práticas sociais e em atividades de linguagem letradas que, em diferentes situações comunicativas, utiliza-se dos gêneros do discurso para construir ou reconstruir os sentidos de textos que lê ou produz. Esta visão é bastante diferente da visão corrente do leitor/escrevente como aquele que domina o código escrito para decifrar ou cifrar palavras, frases e textos e, mesmo, daquele leitor/escrevente que, dentre os seus conhecimentos de mundo, abriga, na memória de longo prazo, as estruturas gráficas, lexicais, frasais, textuais, esquemáticas necessárias para compreender e produzir, estrategicamente, textos com variadas metas comunicativas.” ROJO, Roxane. Letramento e diversidade textual. In: Boletim 2004, Alfabetização, leitura e escrita, programa 5. Disponível em: <www.tvebrasil.com.br/salto>. A partir das informações apresentadas, avalie as afirmações a seguir: I. A aproximação das práticas sociais dos estudantes às práticas escolares representa um incremento na formação dos leitores na atualidade. II. Conceber o texto como uma unidade de interpretação fechada, sendo que, para ter acesso a ela bastaria que o sujeito dominasse a relação grafema-fonema resulta em uma formação inadequada de leitores e escritores. III. É necessário que o aluno seja inserido em práticas sociais de leitura e produção de textos para que ao longo de sua escolarização, se torne um leitor/escritor efetivamente competente. É correto o que se afirma em: Resposta: I, II e III Comentário da resposta: Todas as afirmações correspondem ao que fora tratado no excerto, ressaltando a necessidade da abordagem das habilidades de leitura e escrita partindo de práticas sociais no interior da escolarização. - - - x - - - 03) Leia o trecho do artigo de opinião publicado no jornal “Gazeta do Povo” publicado em 02/09/2018: "Por isso, no Dia Internacional da Alfabetização, muitas reflexões podem ser feitas por todos envolvidos com a educação. Dentre as reflexões, a de que a criança deveria chegar ao mundo letrado por meio de vivências culturais com sentidos reais para ela sobre a escrita e tendo como mediação o “outro social”. O conhecimento e, neste caso, o da escrita se constitui a medida em que a criança faz próprio o conhecimento do outro e compreenda a função social que representa. Entretanto, ao invés desta construção ser realizada de modo significativo o que temos visto são crianças em seu processo de escolarização recebendo uma avalanche de informações técnicas da língua escrita que, frequentemente, a impossibilitam de compreendê-la como algo real, mas, sim, abstrato. O resultado da não apropriação ou das dificuldades da criança em relação à língua escrita pode gerar efeitos negativos em sua constituição e sentimentos de não pertencimento ao grupo social." Disponível em: https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/alfabetizacao-e- letramento-um-assunto-sempre-em-pauta-68rz9fiv97edb7fmrywji1cyu/ Copyright © 2020, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados. A partir da leitura do artigo e relacionando-a com os estudos sobre o letramento é possível afirmar que se faz uma crítica sobre: Resposta: a manutenção de um modelo de letramento tipicamente escolar, ou um modelo autônomo, que desvaloriza os conhecimentos dos alunos. Comentário da resposta: A autora do artigo defende que o ensino de língua portuguesa abarque LetramentoS, pois os alunos sempre participam de determinadas práticas de letramento e a função da escola, especificamente no interior da disciplina Língua Portuguesa é tanto valorizar as práticas de letramento das quais o aluno já participa quanto ampliar sua participação em práticas de letramento cada vez mais sofisticadas e significativas no interior do contexto em que vivem. - - - x - - - 04) Considere o excerto abaixo: [...] o letramento é a capacidade de ler textos considerados, em um determinado tempo, como socialmente necessários. Daí a coexistência de múltiplos letramentos, o que se pode observar quer se faça uma viagem pelo tempo longo da história quer pelos amplos espaços do planeta. Ao passo que muitas pesquisas atuais (em psicologia, sociologia ou antropologia) continuam a tratar a capacidade de ler como uma invariante, uma competência estável, adquirida de forma relativamente fácil e mais ou menos largamente difundida, as pesquisas históricas mostraram que a leitura tem, ela própria uma história: o “gesto mental” de ler depende ao mesmo tempo da materialidade e do objetivo do texto. (CHARTIER, 2016, p. 288) Orientando-se pela leitura do excerto, é INCORRETO afirmar que o letramento Resposta: Foi definido em um esforço interdisciplinar das áreas dos estudos históricos sobre leitura e a área da psicologia demonstrando tanto o caráter cognitivo quanto histórico das práticas de leitura. Comentário da resposta: A alternativa está equivocada pois, de acordo com o excerto, estudos da área da psicologia não consideram o caráter mutável das práticas de leitura e, consequentemente, do que se considera um sujeito letrado. - - - x - - - 05) Leia e analise o excerto de Magda Soares: “Assim, as alterações no conceito de alfabetização nos censos demográficos, ao longo das décadas, permitem identificar uma progressiva extensão desse conceito. A partir do conceito de alfabetizado, que vigorou até o Censo de 1940, como aquele que declarasse saber ler e escrever, o que era interpretado como capacidade de escrever o próprio nome; passando pelo conceito de alfabetizado como aquele capaz de ler e escrever um bilhete simples, ou seja, capaz de não só saber ler e escrever, mas de já exercer uma prática de leitura e escrita, ainda que bastante trivial, adotado a partir do Censo de 1950; até o momento atual, em que os resultados do Censo têm sido frequentemente apresentados, sobretudo nos casos das Pesquisas Nacionais por Amostragem de Domicílios (PNAD), pelo critério de anos de escolarização, em função dos quais se caracteriza o nível de alfabetização funcional da população, ficando implícito nesse critério que, após alguns anos de aprendizagem escolar, o indivíduo terá não só aprendido a ler e escrever, mas também a fazer uso da leitura e da escrita, verifica-se uma progressiva, embora cautelosa, extensão do conceito de alfabetização em direção ao conceito de letramento: do saber ler e escrever em direção ao ser capaz de fazer uso da leitura e da escrita.” (SOARES, 2004, p.7) Fonte: SOARES, Magda. Letramento e Alfabetização: as muitas facetas. Revista brasileira de educação. 2004. Fundamentando-se em Soares (2004) analise as seguintes assertivas quanto à veracidade – V para VERDADEIRO, ou F para FALSO: I. O conceito de alfabetização foi sendo transformadoao longo das décadas podendo ser atestado pelo modo como os censos classificam os indivíduos pesquisados II. Inicialmente, nos censos iniciais, não havia relação direta entre os anos de escolarização e a classificação dos sujeitos pesquisados em alfabetizado ou analfabeto. III. A concepção de ‘sujeito alfabetizado’ é um conceito técnico muito relevante para o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) e por conta disso não pode sofrer transformações. IV. Ao longo dos anos, com a ampliação da oferta do ensino público, os censos incluíram como critério os anos de escolarização. As assertivas I, II, III e IV são, respectivamente: Resposta: V, V, F, V Comentário da resposta: A assertiva III é falsa pois traz uma informação contrária ao que se coloca o excerto, que defende a transformação do conceito de alfabetização ao longo das décadas (assertiva I) - - - x - - - 06) Abordando o conceito de letramento, Soares (1998) propõe uma distinção entre duas versões: I. Versão forte: colabora não para a adaptação do cidadão às exigências sociais, mas para o resgate da autoestima, para a construção de identidades fortes, para a potencialização dos agentes sociais em sua cultura local. II. Versão fraca: está ligada a mecanismos de adaptação da população às necessidades e exigências sociais do uso de leitura e escrita, para funcionar em sociedade. Relacionando as versões de Soares (1998) aos modelos de letramento abordados na unidade, podemos dizer que a versão forte e a versão fraca, correspondem, respectivamente: Resposta: ao modelo ideológico e ao modelo autônomo Comentário da resposta: Entender que as práticas sociais de uso da escrita devem se sujeitar a um modelo dominante, ou seja, os modos de se usar a língua que são prestigiados pela mídia, pelos círculos sociais mais abastados é um modelo de letramento. Esse modelo de letramento foi chamado de modelo autônomo. O modelo ideológico entende que não há uma forma de letramento, mas letramentos diversos. Esse modelo é fundado na premissa de que as práticas de letramento são social e culturalmente determinadas. - - - x - - - 07) Leia o trecho a seguir da matéria “Sete motivos para ligar o celular na sala de aula” publicado no portal UOL Educação e as considerações feitas por Rojo: O aluno leva toda a informação consigo, a movimenta, intercambia, compartilha em rede, fora e dentro da classe. Desta forma, aprende de maneira intuitiva, mesmo sem estar consciente disso. O celular é a chave para os estudantes. "Chegará um dia em que o professor dirá aos alunos no início da aula: 'Liguem os celulares', em vez de mandar desligá-los", explica o diretor de educação da Fundação Santillana, Mariano Jabonero. Há tempo já se dizia que o mouse do computador tinha se transformado no prolongamento do braço das novas gerações de crianças e jovens. Mas hoje seu celular o é ainda mais. Disponível em: https://educacao.uol.com.br/noticias/2015/02/24/sete-motivos-para- ligar-o-celular-na-sala-de-aula.htm? “A quarta revolução da escrita, como a chama Chartier (1997), a cultura digital, põe por terra todo o edifício de práticas letradas cultuadas e perpetuadas pela escola. Nela, o leitor não é mais reverente ao texto, concentrado e disciplinado, mas disperso, plano, navegador errante; não é mais receptor ou destinatário sem possibilidade de resposta, mas comenta, curte, redistribui, remixa. As fronteiras entre leitura e autoria se esfumaçam. Surge o “lautor” (ROJO, 2012) ou o “produsuário” (BRUNS, 2009). Posso dizer que nem as tecnologias digitais e nem os novos multiletramentos da cultura digital efetivamente chegaram ainda às práticas escolares, que continuam aferradas ao impresso e a suas práticas. No entanto, essas são as práticas letradas das pessoas, dos trabalhadores e dos cidadãos do século XXI em diante.” (ROJO, 2017) A partir da leitura dos excertos é INCORRETO afirmar que Resposta: O ensino da escrita nas escolas contempla gêneros diversificados, especialmente aqueles da cultura digital, colocando os alunos em interação contínua. Comentário da resposta: Conforme salienta ROJO (2017), as práticas da cultura digital ainda não foram incorporadas pela escola, apesar da necessidade latente. - - - x - - - [ AS 04 – QUESTÕES ] 01) Leia duas estrofes da música “Ensino errado” de Gabriel O pensador. Manhê! Tirei um dez na prova Me dei bem tirei um cem e eu quero ver quem me reprova Decorei toda lição Não errei nenhuma questão Não aprendi nada de bom Mas tirei dez (boa filhão!) Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci Decorei, copiei, memorizei, mas não entendi Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci Decorei, copiei, memorizei, mas não entendi Decoreba: esse é o método de ensino Eles me tratam como ameba e assim eu não raciocino Não aprendo as causas e consequências só decoro os fatos Desse jeito até história fica chato. Fonte: Gabriel O Pensador - As Melhores Relacionando as estrofes da música com as reflexões abordadas na unidade, assinale a asserção INCORRETA: Resposta: O estudo realizado de maneira contínua por meio da transmissão de conhecimentos, cópias e memorização garantem boas performances dos alunos. Comentário da resposta: O aluno precisa aprender a dominar os instrumentos do conhecimento, ou seja, que o aluno se torne capaz de pensar cientificamente e assim, aprender a compreender o mundo que o rodeia. Nesse movimento, estão implicadas habilidades relacionadas à atenção, a memória e ao pensamento. Mesmo que hoje em dia não seja mais necessário memorizar determinados saberes, outros ainda são absolutamente imprescindíveis. O desenvolvimento da faculdade humana de memorização deve ser instigada, visto que a correlação entre informações antigas e atuais é uma faculdade que instrumentaliza o sujeito a agir de maneira crítica. - - - x - - - 02) Leia o excerto extraído do Documento Curricular Referencial do Ceará: “Assim, contextualizar a Educação ou o currículo, preceito previsto na LDB nº 9394/96, art. 26, exige um movimento mais elaborado do que “incluir na parte diversificada, características regionais e locais, da sociedade, da cultura, da economia e da clientela”. Exige de cada sistema, de cada rede, de cada instituição de ensino e de cada educador(a), professor(a), a construção de um conhecimento que RESULTA da síntese (metódica) dos diferentes saberes que embasam a cultura, o trabalho e a prática social dos sujeitos (art. 1º LDB 9394/96). Trata-se da construção, do reconhecimento e da valorização do saber endógeno, que emerge da realidade e da produção da vida dos sujeitos que aprendem, porque é essa vida que está sendo aprendida e apreendida. O contexto não é apenas físico e objetivo, nem fixo. Ele abrange componentes materiais invisíveis, móveis, subjetivos. O pensamento ou as formas de pensar, as ideias, os valores, todos esses elementos constituem o CONTEXTO que deve ser a referência para a construção e desconstrução pedagógica no processo ontológico do ensinar- aprender. Afinal, contextualizar significa dizer “o universo em que se está inserido”. “(SEDUC, 2019, p.41) CEARÁ. Secretária da Educação do Estado do Ceará. Documento Curricular Referencial do Ceará: educação infantil e ensino fundamental / Secretária da Educação do Estado do Ceará. - Fortaleza: SEDUC, 2019. A partir dos estudos realizados sobre os documentos norteadores nacionais, como os PCN e a BNCC, podemos afirmar que o trecho acima faz menção: Resposta: ao caráter norteador dos documentos para a construção dos currículos, pois estabelecem o que é básico/comum e abrem espaço para as especificidades locais. Comentário da resposta: Nem os PCN nem a BNCC são currículos prontos. Esses documentos estabelecem as diretrizes comuns, ou seja, as aprendizagens mínimas que devem ser garantidas. A partir desses norteadores, cada contexto, municipal e estadual, deve criar seus referenciais com as feiçõesregionais e, por fim, cada escola elabora seu currículo, articulando essas aprendizagens mínimas ao Projeto Pedagógico desenvolvido pela instituição escolar. - - - x - - - 03) Em relação à concepção do ensino de leitura adotada pela BNCC, leia o excerto a seguir: “A noção de texto, vista da perspectiva da concepção de língua como interação, aponta para uma visão da leitura como processo de compreensão, sendo esta uma atividade interativa altamente complexa de produção de sentidos, que se realiza, evidentemente, com base nos elementos linguísticos presentes na superfície textual e na sua forma de organização, mas que requer a mobilização de um vasto conjunto de saberes (enciclopédia) e sua reconstrução no interior do evento comunicativo”. (KOCH, 2002, p.17) KOCH, Ingedore e Grunfield Villaça. Desvendando os Segredos do Texto. Cortez: São Paulo, 2002. De acordo com a autora desse texto e com os pressupostos teóricos da BNCC, a leitura deve ser encarada como: Resposta: uma atividade que depende muito do leitor à medida que os sentidos do texto só são construídos na relação entre autor-leitor, mediada pelo texto. Comentário da resposta: Por assumir a perspectiva enunciativo-discursiva que compreende a língua como interação, a concepção de leitura e escuta na BNCC é caracterizada como uma atividade interativa por meio da qual o sentido não está pronto no texto: ele é construído conforme o leitor/ouvinte interage com o texto. Em outras palavras, nessa concepção, a experiência do leitor torna-se indispensável na construção do sentido. Isso significa dizer que não há apenas uma leitura (entendimento) tida como única e verdadeira. - - - x - - - 04) Leia os excertos, a seguir: Para escrever, realizando as operações necessárias durante a escritura do texto, o autor precisa aprender a selecionar o que vai ser dito, ativando os conhecimentos disponíveis em sua memória ou pesquisando em fontes diversas; organizar o conteúdo em uma sequência que seja adequada para os objetivos pensados; textualizar, ou seja, construir sequências linguísticas (períodos, orações) adequadas às finalidades e destinatários; selecionar vocabulário adequado ao contexto; dividir, quando necessário, esse conteúdo em partes (paragrafar o texto). Para que todas essas ações aconteçam de modo integrado, é necessário, ainda, saber revisar o texto continuamente, retomando o que já foi dito e planejando o que virá em seguida. (LEAL, BRANDAO, 2007, p. 38) Fonte: LEAL, Telma Ferraz. Brandão, Ana Carolina Perussi. Produção de textos na escola: reflexões e práticas no Ensino Fundamental. 1ed., 1 reimp.— Belo Horizonte: Autêntica , 2007. Desenvolver estratégias de planejamento, revisão, edição, reescrita/redesign e avaliação de textos, considerando-se sua adequação aos contextos em que foram produzidos, ao modo (escrito ou oral; imagem estática ou em movimento etc.), à variedade linguística e/ou semioses apropriadas a esse contexto, os enunciadores envolvidos, o gênero, o suporte, a esfera/ campo de circulação, adequação à norma- padrão etc. (BNCC, 2017, p.76) Analisando os dois excertos é correto afirmar que: Resposta: O desenvolvimento de estratégias de produção textual envolve procedimentos diversos e recorrentes, sempre tendo como foco a adequação do texto a sua finalidade comunicativa. Comentário da resposta: Todas as estratégias de produção são importantes: ao planejamento e a planificação, a revisão de aspectos notacionais - ortografia, pontuação, concordância nominal e verbal – bem como procedimentos de edição que envolvem questões de formatação, adequação linguística, diagramação dentre outras que implicam o aprimoramento da produção tendo em vista os enunciadores envolvidos, o gênero e o suporte.
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