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Aula 2 – A Psicogênese da Língua Escrita Tema 1 – Aquisição e Desenvolvimento Flávia Benevides Foz Alfabetização e Letramento 1. Breve Histórico da Alfabetização 2. A Psicogênese da Língua Escrita 3. Conceitos e práticas de Letramento 4. Implicações pedagógicas dos Estudos sobre Alfabetização e Letramento para o Planejamento do ensino Psicologia Cognitiva Aquisição e Desenvolvimento da Leitura e da Escrita Consideram que o desenvolvimento ocorre em fases ou estágios: • Marsh, Friedman, Welch e Desberg (1981) • Frith (1985) • Emilia Ferreiro e Ana Teberosky (1985) • Seymour e MacGregor (1984) • Stuart e Coltheart (1988) Fonte: Pinheiro, 1994 Aquisição e Desenvolvimento da Leitura e da Escrita – embasados na epistemologia e psicologia de Jean Piaget No Brasil, com influência e supervisão de Emilia Ferreiro e Ana Teberosky: • Telma Weisz – São Paulo • Ester Pilar Grossi – Porto Alegre • Terezinha Numes Carrraher e Lúcia Brown Rego (Recife) Fonte: Ferreiro, 1985b Os dados da pesquisa psicogenética não resolvem os problemas de ensino, mas colocam novos desafios relativos aos problemas clássicos da didática: • O que ensinar. • Como ensinar. • Quando ensinar. • E por que avaliar. Fonte: Ferreiro, 1985b O Objeto do Conhecimento intervém no Processo Tríade: • Concepções sobre o objeto de conhecimento de quem APRENDE. • Concepções de quem ENSINA. • Sistema de representação alfabética da linguagem (em oposição ao código de transcrição da fala). Fonte: Ferreiro, 1985 Concepções de quem aprende psicogênese da língua escrita • As crianças desenvolvem concepções a respeito da linguagem escrita independente do processo de formalização. Evolução surpreendentemente regular em: • Diversos meios culturais • Diversas situações educativas • Diversas línguas Fonte: Ferreiro, 1985b Do ponto de vista construtivo, observa-se: Três grandes períodos – observação de crianças de 3 a 7 anos: • Distinção entre icônico e não icônico. • Construção de formas de diferenciação qualitativa e quantitativa. • Fonetização da escrita. Fonte: Ferreiro, 1985 Distinção entre Icônico e Não Icônico Percebem a diferença entre desenhar e escrever. O grafismo não figurativo: • Aparece precocemente. • Difere do desenho. • O “rabisco” já é linear. • Inicialmente contínuo, depois descontínuo. Fonte imagem: arquivo pessoal Qualitativo e Quantitativo Continuam buscando a diferenciação entre padrões de escritas. Eixo Qualitativo: • Tentam imitar as letras convencionais. • Comum uso das letras do próprio nome. Fonte imagem: arquivo pessoal Qualitativo e Quantitativo Continuam buscando a diferenciação entre padrões de escritas. Eixo Quantitativo: • Quantidade de letras relacionada com tamanho real do objeto representado. = BOI Fonte imagem: arquivo pessoal Qualitativo e Quantitativo Quantitativo • Uso de quantidade mínima representativa – geralmente três letras. Qualitativo • Necessidade de variação interna (das três letras) para representar objetos diferentes – “intra-figura”. “O tempo todo a mesma letra, não pode ser”. • Ainda não tem valor sonoro, não está relacionado com os significantes sonoros. Fonte imagem: arquivo pessoal Qualitativo Quantitativo Tema 2 – Fonetização da Escrita Flávia Benevides Foz Fonetização da Escrita • Início da percepção em relação às propriedades sonoras do significante. • Evoluem no decorrer do processo passando por fases diferentes: • Silábica • Silábica-Alfabética • Alfabética • Alfabética – Ortográfica • Ortográfica Fonte: Ferreiro, 1985 Fonetização da Escrita Percebem: • O valor sonoro das representações que a quantidade de letras pode ter correspondência com a quantidade de partes que se percebe na emissão oral: uma letra = uma sílaba. • Valores relativamente estáveis: Estágio Silábico. Fonte: Ferreiro, 1985 Fonte imagem: arquivo pessoal Levantam Hipóteses – Há conflito – Desestabilização – Desconstroem e reconstroem Transição: Período silábico-alfabético Quantitativo: não basta uma letra por sílaba – percebem que a unidade não é a sílaba: Período Alfabético. Alfabético: se compromete com o processo de construção considerando a relação fonema-grafema. Fonte imagem: arquivo pessoal Levantam Hipóteses – Há conflito – Desestabilização – Desconstroem e reconstroem Transição: Período alfabético – ortográfico Qualitativo: Enfrentam que a identidade do som não garante a identidade da letra e vice-versa. Ingressam no período ortográfico. Fonte imagem: arquivo pessoal Ortografia A escrita força a criança a pensar sobre as correspondências som-letra, sobre a relação da linguagem escrita com a linguagem falada e sobre padrões ortográficos. Processamento Ortográfico é dependente de alguns pressupostos O desenvolvimento respeita as características da língua. Nossa escrita é Alfabética. Exige, portanto, a compreensão do Princípio Alfabético. As letras representam sons: Associação fonema/grafema. Processamento Ortográfico é dependente de alguns pressupostos Se exige uma associação fonema/grafema, a regularidade desta associação fonográfica varia com a língua. • Ortografia Rasa, Superficial ou Transparente (Italiano, Espanhol) • Ortografia Profunda ou Opacas (Inglês) O Português do Brasil é mais transparente que o inglês e mais complexo que o italiano e o espanhol. Considerações Importantes •Escrevo o que falo, mas não como eu falo. • A associação fonema/grafema não é biunívoca. No português brasileiro há: um som = representado por várias letras (/s/ = s, ss, ç ...) uma letra = representa vários sons (x = /ζ/, /s/, /z/, /ks/) . Fonte: Zorzi, 2008 Considerações Importantes A criança precisa mudar seu referencial: do acústico para o ortográfico. Há decréscimo das hipóteses fonéticas, estabilidade das hipóteses ortográficas e construção do léxico mental escrito. Fonte: Zorzi, 2008 Considerações Importantes •Escrevo o que falo, mas não como eu falo. • A associação fonema/grafema não é biunívoca. No português brasileiro há: um som = representado por várias letras (/s/ = s, ss, ç ...) uma letra = representa vários sons (x = /ζ/, /s/, /z/, /ks/) A criança precisa mudar seu referencial: do acústico para o ortográfico. Decréscimo das hipóteses fonéticas, estabilidade das hipóteses ortográficas e construção do léxico mental escrito. Fonte: Zorzi, 2008 Ortografia: mais transparente na leitura do que na escrita. Estratégias fonológicas são mais prejudiciais para a escrita do que para a leitura. Exemplo: Ao ler chuva a relação letra/som não causa dúvida, mas ao escrever a chuva pode ocorrer a dúvida som/letra ch ou x. Ler palavras com c/ç/ss/sc/x com som do /s/ pode ser mais simples do que a escolha som/letra. Só as estratégias fonológicas não bastam, tenho que mudar meu referencial para o ortográfico. Fonte: Pinheiro, 1994 A construção do léxico é gradativa e dependente do vocabulário de alta e baixa frequência. (Fonte: Pinheiro, 1994) “A mudança do padrão de escrita com forte influência fonética, para uma escrita propriamente ortográfica depende da criança compreender a diferença entre falar e escrever.” (Fonte: Zorzi, 2008) Tema 3 – Reflexões e Críticas sobre a construção da escrita Flávia Benevides Foz Reflita Sempre observamos todos os estágios? Uma nova fase aparece apenas quando a anterior foi superada? Silábico Logográfico Fonte imagem: arquivo pessoal Alguns autores criticam as teorias dos estágios: O uso de diversas estratégias ao mesmo tempo. Grande variação dentro de um mesmo “estágio”. Fonte: Snowling e Stackhouse, 2004 Estágios mais posteriores podem começar antes de estágios iniciais terem sido completados. Há diferenças individuais, há possibilidade de diferentes caminhos. Fonte: Santos e Navas, 2002 Silábico Alfabético Fonte imagem: arquivo pessoal Ortográfico Alfabético Fonte imagem: arquivo pessoal Estágios coexistem Refutam que todas as crianças passam pelo estágio logográfico, reforçam que apenas as que não têma habilidade fonética e de segmentação fonética seriam leitores Logográficos. Defendem o desenvolvimento da leitura apoiada na “Consciência e Conhecimento Fonológico” A capacidade de analisar a fala em seus sons constituintes tem influência no progresso em leitura. Fonte: Santos e Navas, 2002, Pinheiro,1994 Questionam a leitura logográfica como fase obrigatória e necessária para posterior boa leitura. (Fonte: Santos e Navas, 2002) A quantidade de vocábulos reconhecidos logograficamente não garante bom desempenho posterior na leitura. (Fonte: Nunes et al., 1992) Nesta concepção, como é o desenvolvimento da leitura-escrita das crianças com dislexia e distúrbios de aprendizagem? Nunes, Buarque e Bryant, 1992 Os estágios são os mesmos. Não são explicadas por uma retenção em estágios iniciais. Chegam aos estágios silábico e silábico-alfabético. No estágio alfabético, permanecem com dificuldades na realização da análise FONOLÓGICA. Maior frequência de erros por troca e omissões de letras. Dificuldades no domínio de regras hierárquicas, as quais requerem análises fonológicas mais complexas (r X rr; s X ss). Dificuldades nas considerações lexicais (ice X isse). Zorzi, 2008 • Caracterizados, não necessariamente, pelos tipos diferentes de erros, mas de como se desenvolve o processo de aquisição, mesmo em ambiente favorável. • Dificuldade e/ou lentidão para gerar e generalizar as hipóteses. • Dificuldade em generalizar novos conhecimentos. • Constroem algumas hipóteses, mas insuficientes. • Constroem hipóteses atípicas. • Consequentemente, o número de erros tenderá a ser maior e mais diversificado. Tema 4 – Os Fracassos X Os Métodos Flávia Benevides Foz Não é possível pensar na alfabetização somente como um processo de apropriação de um código, envolve dois processos, que devem ser trabalhados: • Compreender a natureza do sistema alfabético de escrita – as relações entre letra-som, a segmentação entre as palavras, as restrições ortográficas. • Compreender o funcionamento da linguagem escrita – suas características específicas, suas diferentes formas, gêneros. Fonte: www.avisala.org.br Alfabetização e Letramento • O termo alfabetização é utilizado a partir de 1910. • O termo letramento surge na década de 1980, como um neologismo na tentativa de tradução do inglês literacy. Tfouni, 2010 Críticas ao construtivismo: Se mantém porém um certo consenso ilusório de que a aprendizagem independe do ensino. Dentre a multiplicidade de problemas que a educação enfrenta hoje está a ausência de uma “didática construtivista” (MORTATTI, 2006). Como todo processo, houve uma busca para o aprimoramento, levando ao amadurecimento e muitas questões foram revistas. Cada Momento Histórico Defendia-se um método. Analisava-se os motivos dos fracassos. Propunha-se novos métodos. ENCONTRAMOS A SOLUÇÃO? Os “fracassos escolares” também são históricos, acompanham as trajetórias das diferentes propostas de alfabetização: Fonte: WEISZ, Telma. Didática da leitura e da escrita: questões teóricas. Fonte: DADOS: IBGE/INEP Todos pela Educação INAF: Indicador de Alfabetismo Funcional • Programa do Instituto Montenegro, instituição sem fins lucrativos, criada em 2000, para desenvolver e executar projetos na área de Educação e mobilização social. • INAF - avalia as habilidades de escrita, leitura e matemática da população brasileira, classificando os resultados em quatro níveis. INAF: Indicador de Alfabetismo Funcional • Analfabeto • Rudimentar ANALFABETOS FUNCIONAIS • Básico • Pleno FUNCIONALMENTE ALFABETIZADOS Estudo do INAF, envolvendo brasileiros de 15 a 64 anos, reforça a necessidade de repensar o aprendizado da leitura e da escrita e a promoção de sua “funcionalidade.” NÍVEL DEFINIÇÃO 2001 2002 1- Analfabeto Não sabe ler nem escrever 9% 8% 12,8 milhões p. 2- Alfabetismo 1 - Rudimentar Só identifica frases separadas 31% 30% 30 milhões p. 3- Alfabetismo 2 Básico Consegue ler textos curtos, claros. Escreve cartas e pequenos bilhetes 34% 37% 59,2 milhões p. 4- Alfabetismo 3 Pleno Domínio completo, facilidade para localizar informações em textos 26% 25% 40 milhões p. Fonte: Oliveira, 2004 INAF: Indicador de Alfabetismo Funcional Segundo os últimos dados do INAF, divulgados em julho de 2012, o número de analfabetos funcionais ainda totaliza 20% dos brasileiros entre 15 e 49 anos. • Analfabeto • Rudimentar ANALFABETOS FUNCIONAIS Fonte: http://www.ibope.com.br/pt-br/noticias/Paginas/Inaf-aponta-o-perfil-do- analfabeto-funcional-brasileiro.aspx Outros estudos e avaliações também refletem o baixo desempenho. Séries Iniciais: PROVA ABC - 2012 Fonte: Oliveira, 2014 43,3 34,3 22,4 28,1 32,2 39,7 NÃO LÊ DECODIFICA COMPREENDE 2º ANO 3º ANO “O processo de ensino e aprendizagem da leitura e da escrita é multifacetado e complexo, envolve ações humanas, é dever do Estado e direito constitucional do cidadão”. Fonte: Mortatti, 2006 Referências FERREIRO, E. A Representação da Linguagem e o Processo de Alfabetização. Cadernos de pesquisa Fundação Carlos Chagas, nº 52, fev 1985. FERREIRO, E. Reflexões sobre Alfabetização. Coleções Polêmicas do Nosso Tempo nº 17. 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Alfabetização e Letramento – Leitura Fundamental. Universidade Anhanguera - UNIDERP, 2011. PAULA, L. C. de. Alfabetização e Letramento. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2014. Disponível em: <www.anhanguera.com>. PINHEIRO, A. M. V. Leitura e Escrita: uma abordagem cognitiva. Editorial Psy II, 1994. http://dislexiabrasil.com.br/wdforum2014/conferencias/ Referências SANTOS, M. T. M.; NAVAS, A. L. G. P. Distúrbios de Leitura e Escrita: Teoria e Prática. Ed. Manole, 2002. SNOWLING, M.; STACKHOUSE, J. (org). Dislexia, Fala e Linguagem. Artmed, 2004. TFOUNI, L. V. Letramento e alfabetização. Ed Cortez, 2010. WEISZ, T. Didática da leitura e da escrita: questões teóricas. 2005. Disponível em: <http://www.fe.unicamp.br/alle/textos-eventos/TW- Didatica_da_leitura_e_da_escrita.pdf>. Acesso em: 14 de ago. 2015. http://www.fe.unicamp.br/alle/textos-eventos/TW-Didatica_da_leitura_e_da_escrita.pdf Referências ZORZI, J. L. Guia Prático para Ajudar Crianças com Dificuldades de Aprendizagem: Dislexia e outros Distúrbios – Um manual de boas e saudáveis atitudes. Editora Melo, 2008. Sugestões Fórum: Vídeo-entrevista Nova Escola com Emília Ferreiro • Cisão entre alfabetização e letramento https://www.youtube.com/watch?v=WF5S9Ic4nm Y Acesso em: 14 de ago. 2015. • Leitura e escrita na educação infantil https://www.youtube.com/watch?v=0YY7D5p97w 4 Acesso em: 14 de ago. 2015. • Papel das expectativas dos professores sobre os alunos https://www.youtube.com/watch?v=iPgsqdHjLcY Acesso em: 14 de ago. 2015. https://www.youtube.com/watch?v=WF5S9Ic4nmY https://www.youtube.com/watch?v=0YY7D5p97w4 https://www.youtube.com/watch?v=iPgsqdHjLcY Sugestões Fórum: • Idade Certa para Alfabetizar https://www.youtube.com/watch?v=c_loNNoX IMk Acesso em: 14 de ago. 2015. Vídeo-entrevistaPlataforma do Letramento com Magda Soares • Respondendo Dúvidas dos professores https://www.youtube.com/watch?v=wIznCg_ _Ad0 Acesso em: 14 de ago. 2015. https://www.youtube.com/watch?v=c_loNNoXIMk https://www.youtube.com/watch?v=wIznCg__Ad0 Sugestões Fórum: Vídeos da Sociedade Brasileira de Neuropsicologia – SBNp • Apresentação da Ciência Cognitiva e críticas ao construtivismo – com Vitor Geraldi Haase https://www.youtube.com/watch?v=ENAJdlSc_Xk &index=1&list=PLaaQojrS1ohreu28XdfhRE1ClvOU xnMMH Acesso em: 14 de ago. 2015. https://www.youtube.com/watch?v=KB7YuB3BH8 w&feature=youtu.be&list=PLaaQojrS1ohreu28Xdf hRE1ClvOUxnMMH Acesso em: 14 de ago. 2015. https://www.youtube.com/watch?v=ENAJdlSc_Xk&index=1&list=PLaaQojrS1ohreu28XdfhRE1ClvOUxnMMH https://www.youtube.com/watch?v=KB7YuB3BH8w&feature=youtu.be&list=PLaaQojrS1ohreu28XdfhRE1ClvOUxnMMH