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,,,,, A gestão da escola8 0 O PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO DAS ESCOLAS: A RETOMADA DA PRÁTICA DO PLANEJAR NUM PROCESSO DE GESTÃO PARTICIPATIVA “O que foi feito amigo De tudo que a gente sonhou O que foi feito da vida Quisera encontrar Aquele verso menino Que escrevi há tantos anos atrás.” (Milton Nascimento e Fernando Brant) Em alguns Estados brasileiros, após a edição da LDB, um projeto pedagógico, que servia para todas as escolas, era vendido nas bancas de revistas por R$ 30,00. Os educadores participantes de eventos que visavam à sua elabora- ção comentavam o fato, pensavam que talvez fosse mais fácil comprar um do que escrever o da escola. Educação infantil, na qual os projetos devem: ensinar as crianças a convi- ver consigo mesmas, com os demais e o próprio am- biente, de maneira articu- lada e gradual e a partir de ações estruturadas, espon- tâneas e livres, e interação entre as áreas do conheci- mento e os aspectos da vida cidadã que levem à for- mação de conhecimentos e valores. Ensino fundamental, no qual os projetos devem: conter atividades que esta- beleçam estreita relação en- tre as escolas e a comunida- de local e regional, em que direitos e deveres de cida- dania reflitam relações com o ambiente, a ciência, a tec- nologia, o trabalho, a cultu- ra e as transformações so- ciais que se entrelaçam com a VIDA CIDADÃ, pela abor- dagem de temas transver- sais. Educação Básica Ensino médio, no qual os projetos devem: conduzir à percepção dos direitos humanos, direitos e deveres do cidadão, res- peito ao bem comum, res- ponsabilidade no âmbito do público e do privado, próprios de uma Política da Igualdade. Coleção Escola em Ação 8 1 Diante de uma proposta de elaboração coletiva, envolvendo toda a equipe, como se fazia, a idéia de comprar não foi logo abandonada. Ela era reforçada pela tese de que o projeto era só para apresentar e cumprir a lei. Está determi- nado na LDB, no art. 12, que a escola terá a incumbência de elaborar e executar a sua proposta pedagógica e de informar aos pais e responsáveis sobre a sua execução. Essa exigência trouxe de volta à escola a necessidade de planejar. Pela primeira vez, as escolas têm as suas obrigações previstas em texto de lei federal. Mais do que isso, é a maior tarefa ou responsabilidade delegada às instituições de ensino: planejar o seu projeto, o que não poderá mais ser um trabalho relegado e esquecido como há muito tempo tornou prática. O artigo seguinte, o 13, ainda na LDB, ao incluir os docentes, de modo amplo, sem delimitar o grau, ou nível de atuação, ou tipo de escola, se pública ou privada, atribui-se-lhes a tarefa de participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino e faz retomar a prática de planejar entre os professores. Todos os educadores, professores e especialistas reconhecem e apontam a importância do ato de planejar e de pautar a sua prática dentro de um plano, em conformidade com o projeto da escola. O valor do projeto para a instituição escolar também é reconhecido e amplamente aceito. No entanto, o cotidiano da escola não inclui, nas suas atividades, o planejamento. Qual é a verdadeira situação da atividade de planejar, de decidir e de delimitar os rumos na escola? São muitas as posições de professores e equipe em relação ao planejamento: • Sigo o livro adotado ou a apostila, com eles dou conta do recado. • Faço o plano de curso, porque a supervisora exige, depois não o consulto. • Não dá para planejar só no nível de cada aula, face à dinamicidade da sala de aula ... • A escola dá tudo pronto, não faz sentido planejar ... Não há tempo, pois temos que dar 40 aulas, em várias escolas, durante a semana. • É complicado e o tempo é limitado. • A escola não precisa de planejamento, pois é tarefa do dono decidir o que vai ser feito. • O planejamento da escola é fora da realidade. • O planejamento da escola é centralizado, já está pronto. A história da educação brasileira explica bem essa descrença dos educadores e a desvalorização do planejamen- to expressa nas falas e na ambigüidade de posições. Mas a questão permanece: a escola e a sua equipe devem retomar o planejamento porque a LDB estabeleceu essa exigência? Voltar a planejar para cumprir cobranças externas? Comprar ou copiar o projeto para entregar aos órgãos do sistema para cumprir a exigência? Ou implementar a prática do planejamento, da elaboração de projetos, porque são processos importantes e necessários, parte da caminhada no sentido de se resgatar a escola e o trabalho do professor? É um processo em que não cabem regras, nem receitas. A questão transcende o aspecto legal e o projeto em si, para chegar ao processo de mudança da escola. São momentos distintos. Inicialmente, é necessário que professores A gestão da escola8 2 e equipe percebam e sintam a importância de se ter uma escola capaz de intervir na realidade, e depois que o planejamento concebido e elaborado na forma correta represente uma mediação para essa mudança. O primeiro passo, sem dúvida, é a etapa pela qual, em decorrência de sensibilização, o educador conclui pela necessidade do planejamento e se inclui como parte dessa intervenção na atual estrutura. O Que se Entende como Sensibilização do Educador? A sensibilização é um conjunto de atividades cuja execução possibilita ao profissional rever e estudar os funda- mentos teórico-metodológicos que dão sustentação à sua prática, reconfigurar o papel da escola, e nela, o do educa- dor. Dessa forma, os profissionais se transformam, se percebem agentes da mudança, ao mesmo tempo que se restaura o processo de planejar. As discussões e as abordagens levam à delimitação do aluno que se quer formar cidadão autônomo, crítico, ativo, responsável, mobilizado e compromissado com as questões sociais e do ambiente. A reflexão sobre o que se quer e o que se faz, entre o pensar e o fazer, necessariamente conduz à constatação de que há uma grande distância entre o modelo de aluno versus cidadão e a prática de sala de aula, em que os alunos permanecem passivos, não- atuantes, desinteressados e mobilizados à ação para obtenção de notas. A busca dos fundamentos teóricos e científicos, que sustentam a prática, vai superando as explicações próprias do senso comum pedagógico, de cunho pseudo-sociológico, ou sociológico. Textos, filmes, outros intermediadores, palestras, grupos de estudo, tudo o que se faz na educação continuada visa a diminuir a defasagem entre o que se quer e o que se alcança na escola brasileira. Como pode ser visto nas exposições dos professores, para explicar o que nela acontece: • As famílias são problemáticas e desestruturadas. • Os pais são separados. • Esses alunos não querem nada. • Esses alunos vêm defasados, não sabem nada. • É problema de carência. • É influência da televisão, etc. O trabalho inicial, portanto, deve mostrar ao educador que ele precisa ser ativo no processo de mudança e que a sua prática de sala de aula é um trabalho relevante e de natureza complexa, que precisa ser planejado, para: • Integrar ações individuais com as demais, com vistas à garantia da interdisciplinaridade, à execução de ativi- dades mais interessantes e com dinâmica integrada ao trabalho dos outros professores. Coleção Escola em Ação 8 3 • Estabelecer a ligação entre a prática do professor, o projeto de trabalho, o currículo da escola e, mais do que isso, o projeto da escola. • Garantir a aproximação entre a teoria e a prática e, principalmente, entre as questões sociais e comunitárias tão pregadas nas Diretrizes Curriculares. • Devolver ao professor o domínio e o controle do seu fazer, do qual ele vem sendo expropriado ao longo das últimas décadas. Há necessidade de se realizar um trabalho voltado para resgatar, no educador, a vontade e o compromisso de repensar e incluir, em sua vida, o ato de planejar, ao mesmo tempo que se discute o papel da escola e a necessidade de sua mudança. Essa mudança precisa ser objeto de um projeto, resultante de ação coletiva e participativa, configu- rada e formalizadaem um plano que inclua o trabalho de cada professor, de cada membro da equipe e que represen- te a vontade e o querer de quem a mantém e de quem a quer: os seus dirigentes e a sua comunidade. Concebido e elaborado dessa forma, poderá ser chamado de projeto político pedagógico, configurado como um processo nascido da gestão participativa e legimitado pela vontade e pelo compromisso de cada um. Tal processo é consagrado como a oportunidade de se repensar todo o fazer da escola e dos seus membros. A proposta pedagógica, citada no art. 13 da LDB, é o plano global da instituição escolar. O projeto político-pedagógico não pode ser visto como a panacéia para todos os problemas institucionais, mas todo processo coletivo tem o poder de resgatar em cada um dos educadores-participantes a capacidade de sonhar, de acreditar, de desejar e de ter esperanças. As preocupações dos integrantes das escolas, presentes nos encontros e nos debates que têm como objeto o projeto político, ficam em torno de duas questões principais: como elaborar e que partes o integram. O projeto, como um plano, obedece a alguns princípios e deve conter itens, ordenados e interligados, seguindo um roteiro metodológico, constituído de cinco partes. (Vasconcellos, Celso; Planejamento, 1995). 1. Justificativa É a parte que abre o projeto. Contextualiza e descreve a instituição – a sua história, a sua trajetória, as questões problematizadoras e a sua realidade. É feita a leitura crítica do ambiente, do qual se retiram os indicadores significativos que nortearão o trabalho. Ao se redigir a justificativa, vão-se delineando os problemas diagnostica- dos, que reforçam a execução do projeto, determinando a direção da mudança e das ações a serem implementadas. 2. Contexto referencial Significa a tomada de decisão da escola, que planeja em conformidade com a sua identidade e a sua visão de mundo, utopias, sonhos, valores, objetivos, expressando a filosofia e os fundamentos teóricos que darão sustentação à prática. No contexto referencial, damos a solução para o(s) problema(s) levantados. Nessa etapa do projeto, expressa-se o sentido do trabalho, a força que move a instituição nas suas buscas. São três os subtópicos dessa parte, explicitados a seguir: A gestão da escola8 4 2.1 Contexto situacional Inclui o diagnóstico, como o momento em que a instituição e os seus agentes são determinados, a partir de dados sistemáticos, e retirados da realidade que lhes dá o pano de fundo. Fazer o diagnóstico significa realizar um levantamento corajoso e detalhado das forças, das possibilidades e da situação da escola. O cenário da instituição deve ser revelado por um diagnóstico que desvele as questões apuradas em amplas discussões, com levantamentos, com o uso de instrumentos pelos quais se promova a escuta corajosa de quem está ligado à instituição interna e externamente – pais, comunidade, professores, equipe técnico-administrativa e, principalmente, alunos. O diagnóstico cobrirá duas dimensões: a externa, que representa famílias e comunidade; e a interna, que se refere aos que integram a escola propriamente dita. O diagnóstico externo permite traçar o contexto situacional e responde a uma série de questões relativas à família e à comunidade. O instrumento a ser utilizado pode ser um questionário constituído de questões ordenadas e fechadas, classifica- das por área, ou perguntas diretas, como as sugeridas a seguir: • Como os pais percebem a escola? • Que deficiência percebem nela? • Que qualidades lhe atribuem? • Como percebem o trabalho dos professores? • Como vêem a ação da direção e da secretaria? • Os objetivos e as ações têm sido coerentes? • Como a comunidade percebe a escola? Os currículos escolares atendem às expectativas dos pais? • As atividades extracurriculares são adequadas? • Como a escola tem acompanhado as exigências do mercado de trabalho? • Que língua estrangeira gostariam que os filhos estudassem? • Quais matérias sugerem para o currículo? No diagnóstico interno, busca-se avaliar e identificar forças, fraquezas, acertos e falhas da escola, situando-a. Por meio dele é possível conhecer a visão que o aluno tem de sua escola. Do aluno busca-se obter respostas a questões como: • Como vejo a minha escola? • Do que gosto nela? • Do que não gosto? • Que atividades devem continuar a ser executadas por ela? • O que gostaria de mudar na minha escola? Coleção Escola em Ação 8 5 • O que gostaria que não mudasse? • De quais aulas mais gosto? • De que aulas não gosto? Essa visão pode nascer de uma produção de texto solicitado ao aluno, ou de uma dinâmica ou mesmo em resposta a um questionário objetivo. Questões semelhantes, mais adequadas ao alvo, quando expostas aos professores, técnicos e funcionários, pode- rão fornecer dados para a análise de situações e desempenho nos seguintes enfoques: áreas de conflito, problemas de relações humanas, progressões de alunos,organização curricular em séries ou em ciclos, aspectos da rotina e da disciplina da sala de aula, dados da relação entre alunos e professores, atendimento a talentos e a diferenças individuais, funciona- mento de serviços e de secretaria. Outros dados poderão ser utilizados no diagnóstico da escola, como a análise de resultados bimestrais ou trimes- trais e de projetos executados por área, de alunos aprovados em vestibulares e concursos, ou incorporados pelo mercado de trabalho, ou transferidos em curso, ou considerados indesejáveis e que foram expulsos, ou em recupera- ção por matéria, e muitas outras questões. Os aspectos físicos do prédio da escola também devem ser objeto do diagnóstico. O aspecto estético, a adequa- ção, a organização em salas-ambientes ou em outras modalidades, o conforto e a segurança do prédio devem ser analisados face às suas finalidades. Diagnosticar é um comportamento que exige coragem, pois é desvelar aspectos falhos e, como em todo o processo avaliativo, aqui não se admitem atitudes de indiferença ou de neutralidade, bem como desculpas e justifica- tivas. A única forma de se avançar no projeto será a partir do enfrentamento dos problemas, a partir dos parâmetros delineados como desejáveis, considerando prioritariamente as diretrizes oficiais e obrigatórias. O diagnóstico não é abandonado quando o projeto é entregue ao conhecimento dos órgãos responsáveis. Ele permanece sendo feito junto com todos os segmentos. A partir dos seus resultados, a escola vai mudando e reajustan- do o projeto. É atividade permanente, que a equipe precisa entender. 2.2 Contexto doutrinal Esta parte reveste-se de enorme importância, porque nela é expresso o ideal de homem, de cidadão, de educação e de sociedade que se busca. Definidas essas crenças, tem-se o perfil institucional, explicitam-se a visão e o seu compromisso, após obter-se a resposta às seguintes questões: • Que sociedade se pretende construir? • Que homens e que pessoas formaremos? • Que cara terá a escola? Que papel pretendemos que ela cumpra? A gestão da escola8 6 Para se chegar a configurar a doutrina da escola, é preciso discutir, analisar, resolver e estudar casos, buscar fundamentação teórica, tendo em vista a contribuição de todos os integrantes. Todos esses aspec- tos são concretizados na proposta curricular na qual se define a ação da instituição. 2.3 Contexto operacional É a parte que representa a tomada de posições, com o desencadear do processo de operacionalização sempre seguido de reflexão. Nela se programam as linhas de ação, que compreendem a definição da metodologia de trabalho, combinando-se as três dinâmicas: • Ação individual, de membros da equipe, com destaque na fase do diagnóstico e nas demais em que for convocado para opinar quanto aos projetos amplos. Compete aos professores elaborarem o seu plano pedagógico, dando destaque às competências e habilidades que buscarão constituir com os seus alunos. • Grupo com cinco a sete elementos, indicados pelos pais e pela direção, que se tornarão o gestor do processo, responsabilizando-se pela formalização e pela execuçãodo projeto. Ele deverá ter uma constituição bem eclética – constituída de professor, de representante de funcioná- rio, de pais, de alunos e da direção. Junto com o projeto, vai se ordenando o Regimento, incorporando-lhe as decisões decorrentes dos debates efetuados. • Plenário, reunião com todos os membros da escola, para ouvir, para opinar e para julgar as propostas feitas pelo grupo gestor, votando-se as metas, os objetivos e as ações relativas aos currículos e aos planos. 3. Programação É a etapa que encerra o conjunto de ações a serem executadas para diminuir a distância entre o que foi diagnosticado e a realidade pretendida. 3.1 Metas As metas são traçadas e constituem o resultado mais relevante que se espera alcançar. Quatro eixos devem ser sempre incluídos como prioritários na formulação, para garantir-se as linhas de ação: os inte- grantes ou membros da instituição que deverão ser objeto de forma efetiva nas atividades da escola: • Corpo docente. Incluído em metas permanentes que visem à melhoria da ação pedagógica pela exe- cução de programas de educação continuada, a serem efetuados ao longo do ano letivo, pela constitui- ção de grupos de estudo, com temas definidos pela necessidade diagnosticada. Atividades voltadas para a abordagem da interdisciplinaridade, nas quais o grupo efetue discussões e defina propostas para deli- mitar subprojetos que garantam a contextualização e a transposição didática, devem ser constantes. Oficinas a serem realizadas na parte diversificada do currículo, temas a abordar de forma transversal e outros projetos podem ser definidos pelos professores. Coleção Escola em Ação 8 7 • Corpo discente. Metas permanentes que permitam, ao longo do ano, a execução de atividades que tenham caráter pedagógico, de cunho artístico, esportivo cultural e assistencial com vistas a aproximar o aluno da realidade em que vive, de modo a formá-lo como cidadão e atendendo-o em suas diferen- ças e nos dons especiais que determinam os seus interesses. Oficinas de arte, de rádio, jornais, feiras e outras atividades de caráter assistencial e voluntário são excelentes. • Pais. A execução de metas permanentes com vistas à promoção de maior participação dos pais no projeto, pela realização de reuniões, eventos culturais e esportivos, nos quais se inclua a discussão do projeto, da escola e seu papel, e ainda se decida como os temas transversais serão abordados. Os temas transversais abordam e tratam as questões ligadas à sexualidade, ao consumo, ao ambiente, à preven- ção ao uso de drogas, à saúde, à ética e à pluralidade cultural que representam necessidades contem- porâneas e que constituem, hoje a maior preocupação das famílias. • Comunidade. Metas permanentes que viabilizem a integração da escola em sua comunidade pela realização de projetos de caráter assistencialista, de proteção ao ambiente ou outras definidas pelo contexto sociocultural e de acordo com os temas transversais eleitos ou das áreas a atingir devem ser constantemente executadas. 3.2 Objetivos Da instituição, de cada nível e curso ministrado que expressam o que escola fará para cumprir as metas pretendidas, definindo a estrutura curricular. 3.3 Ações É a etapa em que se programa a execução de tudo o que foi planejado, especificando-se as atribuições e os envolvidos conforme o esquema a seguir: Metas Ações/Atividades Responsável Cronograma de execução A equipe gestora neste momento deve realizar um acompanhamento atento da implementação das atividades, intervindo, animando, revendo cursos e rumos, examinando resultados, pela comparação do planejado com o exe- cutado, interferindo para corrigir falhas e retomar finalidades. 4. Avaliação Ao interferir no sentido de corrigir falhas, o grupo gestor está exercendo a sua responsabilidade e avaliando, ao comparar, ao analisar o que se realizou, tomando como parâmetros o que se delineou como desejado, expressos nas metas e nos objetivos. Não se espera a conclusão do projeto para avaliar os seus resultados, pois a avaliação se faz presente e necessária ao longo do processo, para se retomar a caminhada. Será uma avaliação permanente que combina dois momentos indissociáveis: produtos e processos. A gestão da escola8 8 4.1 Metodologia de avaliação do projeto A avaliação de alcance de resultados do projeto poderá ser feita pela realização de atividades dinâmicas, como: • Reuniões para a análise de resultados. • Supervisão direta do grupo gestor quanto a resultados e a atividades. • Entrevistas, utilização de questionários para manter o diagnóstico vivo e em processo permanente. • Avaliação do resultado de cada atividade, como os cursos de educação continuada, momentos com alunos, programação com pais e comunidade. • Análise de resultados escolares de alunos e de suas turmas. • Análise e acompanhamento de situações ligadas ao desempenho de alunos, aos resultados de avalia- ções, à melhoria de relações interpessoais de alunos com professores, alunos com alunos. Enfim, deverão ser avaliados a escola, o desempenho individual e coletivo de seus integrantes, pelas mudanças constatadas na estrutura, na tecnologia e na cultura da instituição. 5. Conclusão É importante ressaltar que o fato de se ter um projeto na escola por si só não garante a caminhada rumo às mudanças. É preciso que o grupo assuma o projeto como seu. Por fim, algumas considerações deverão ser feitas, tendo em vista o aprimoramento do projeto: • É preciso tomar o projeto como um planejamento revestido de flexibilidade e de dinamicidade. A escola é uma instituição viva. Rumos diferentes, às vezes, deverão ser seguidos, ainda que não constem do programa e que, a cada ano, as metas deverão ter o seu alcance analisado. Esses novos rumos são decidi- dos a partir do diagnóstico permanente. • Ainda que a LDB, lei maior, determine a existência do projeto, a obediência à lei e à sua exigência legal não são suficientes para dar-lhe consistência e importância. O seu significado decorre do processo de gestão democrática em que for efetivado e executado. • A coerência entre dois planos – o global, da instituição escolar, e o de cada professor – são fundamentais para a validade de ambos. • no contexto doutrinal, uma das definições mais significativas é a que se refere à teoria pedagógica, que dará suporte ao processo ensino-aprendizagem. • A falta do consenso geral deve ser vista pelo grupo-gestor e equipe como prova de competência e ama- durecimento e que as diferenças de opiniões e de posições enriquecem o trabalho. • O projeto político-pedagógico e o regimento escolar, cuja elaboração deverá ter sido simultânea, deverão ser objeto de reflexão concomitante, de reformulação e de implementação, pois dependem sempre de processos legitimadores, além, de representarem, juntos a instituição. Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
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