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DELINEADORES EM PPR - O delineador é um aparelho que possui como principal função auxiliar na análise e determinação do eixo de inserção ideal da prótese que será confeccionada. *O que é o eixo de inserção? O eixo de inserção é a trajetória que a PPR executa, desde o primeiro contato com os dentes até a sua posição de assentamento final. O ideal é que cada caso tenha apenas um eixo de inserção, porque senão a retenção da prótese não será boa, deixando-a com a grande possibilidade de ficar saindo de posição enquanto o paciente executa os movimentos bucais.* - O delineador é utilizado para determinar o paralelismo entre duas ou mais superfícies dentárias e estruturas biológicas adjacentes - O delineador também pode receber outros nomes, como: · Paralelômetro · Paralelígrafo · Paralelímetro · Tangenciômetro Funções do Delineador - Além de sua principal função (determinar o eixo de inserção), o delineador também pode: · Fazer uma análise preliminar do modelo de estudo · Preparar o modelo para diagnóstico · Demarcar o equador protético (também considerada como função principal) · Detectar a necessidade de plano-guia · Localizar, no dente pilar, o local exato de retenção e alojamento da ponta ativa do braço de retenção do grampo · Analisar o efeito estético dos retentores · Propor o desenho final da prótese · Construir as partes fêmeas dos encaixes individuais · Fazer a fresagem sobre a superfície metálica ou cerâmica · Confeccionar o guia cirúrgico para colocação de implantes (ideal para facilitar o assentamento da prótese e diminuir a carga mastigatória nos implantes) Constituintes do Delineador Corpo · Toda a parte fixa do delineador propriamente dito · Dentro do corpo, estão: · Plataforma ou base (sempre uma superfície plana), local onde se acomoda a platina · Haste vertical fixa · Braço horizontal (paralelo à base) · Fixo ou Articulado · Haste vertical móvel (paralela à haste vertical fixa) · Mandril, localizado na haste vertical móvel · É onde se acoplam as pontas delineadoras Platina · Localizada em cima da plataforma, é um suporte onde será posicionado o modelo de estudo · Na platina, estão: · Base plana, paralela à base do delineador · Trava da junta universal · Junta universal, que fixa a posição do modelo · Suporte do modelo de estudo Acessórios · Serão acoplados no mandril · São eles: · Ponta analisadora · É usada no início do trabalho para determinação do eixo de inserção da prótese · É totalmente paralela · Verifica se o dente está em posição paralela ou não · Ponta porta grafite · Grafite simples (porém mais grosso que o de lapiseira, normalmente 1.6 ou 2.0) · Retém e protege o grafite contra fratura durante a demarcação do equador protético · Pontas calibradoras · Haste paralela semelhante à ponta analisadora, porém em seu final existe um disco, que auxiliará na calibração · Possuem 3 tamanhos diferentes · Pequena 0,25mm · Média 0,5mm · Grande 0,75mm · O tamanho da ponta a ser utilizada depende do tipo de liga metálica que será usada para a confecção da estrutura metálica da prótese · Atualmente, a liga mais utilizada é a de Cromo-Cobalto, que é pouco flexível, e por isso é mais indicado o uso da ponta calibradora pequena · É usada para verificar a quantidade de retenção para grampo em cada dente pilar · Determinando-se o equador protético, posiciona-se a ponta paralelamente ao dente, encostando no equador protético, e então ela fará a calibração da retenção · Ponta de ação de corte · Podem ser facas e cinzéis · Possuem tanto a ação de corte vertical quanto horizontal · Cinzel: Corte horizontal · Faca: Corte vertical · São pontas cortantes usadas para realizar a escultura das áreas paralelas no modelo de estudo · Braçadeira · São usadas para acoplar o adaptador para baixa rotação Princípio de Funcionamento do Delineador É importante entender que, considerando um único plano, se existem vários eixos perpendiculares a esse plano, obrigatoriamente todos esses eixos serão paralelos entre si. A haste vertical do delineador estará em paralelismo com as trajetórias de entrada e saída de todas as partes da PPR (conectores, selas, grampos), já que a haste está perpendicular à base do delineador. Ou seja, tudo que estiver em paralelo com a haste, estará também em posição perpendicular à base do delineador. Eixo de Inserção · Existem 3 métodos para a determinação do eixo de inserção: · Método dos três pontos ou do Triângulo de Roach · Método das bissetrizes ou de Roth · Método seletivo de Applegate ou das tentativas Método dos 3 Pontos ou do Triângulo de Roach · Deve-se obter 3 pontos no modelo, fazendo com que se obtenha um único plano · São 3 pontos de referência: · 1 anterior e 2 posteriores · Formação de um triângulo equilátero · Na ausência de dentes, é indicado confeccionar roletes de cera · Pontos reais · Pontos virtuais · Parte do registro do plano de inserção sobre as superfícies oclusais dos dentes de suporte, para posterior verificação da via de inserção · A ponta analisadora deve ficar próxima ao plano oclusal do modelo, mas sem interferir na sua movimentação · A desvantagem dessa técnica é que ocorre uma generalização de todos os casos, sem considerar as particularidades que podem estar presentes, perdendo a individualização Método das Bissetrizes ou de Roth · A bissetriz de um ângulo é uma linha imaginária que o divide ao meio, em outros 2 ângulos iguais · A bissetriz será formada de acordo com a inclinação dos dentes suporte, através de seus longos eixos, estabelecendo a posição do modelo em duas direções: · Ântero-posterior · Primeira direção a ser marcada · Traçar as linhas que correspondem ao longo eixo do modelo · Látero-lateral · Segunda direção a ser marcada · Traçar as linhas que correspondem ao longo eixo do modelo · Selecionar as linhas de maior inclinação · No encontro dessas linhas, forma-se o ângulo, no qual a bissetriz deve ser registrada · É um método mais complexo, pois se houver vários dentes suporte, mais bissetrizes serão obtidas · Não se considera o contorno específico de cada dente, ou seja, considera-se apenas o longo eixo do dente · Ignora outras regiões de interesse protético · É indicada para PPR por encaixes Método Seletivo de Applegate ou das Tentativas · É o método feito de maneira mais harmônica, pois considera a individualidade de cada paciente · Há a consideração das superfícies dentárias e os seus contornos · Todas as áreas do modelo de estudo que se relacionam com a PPR serão estudadas em seu paralelismo relativo, até que se estabeleça a via de inserção mais compatível com o caso em questão · Também pode receber o nome de “Método de Conveniência”, já que é possível variar a posição do modelo de acordo com os determinantes de eixo de retenção · Retenção · Região dos dentes pilares onde ficarão alojadas as pontas ativas dos braços de retenção · Obtenção de um eixo de inserção com retenção equilibrada em todos os dentes pilares · Interferência · Obtenção de um eixo de inserção com ausência de áreas de interferência ósseo-mucosa ou decorrentes da inclinação acentuada de dentes remanescentes · Quando detectadas, devem ser eliminadas por meio de cirurgias ou alterando o contorno dos dentes · Plano-Guia · Obtenção de um eixo de inserção onde a confecção dos planos guia se torne mais conveniente, fácil e com menor desgaste da estrutura dental · As faces axiais dos dentes deverão ser paralelas entre si · Estética · Obtenção de um eixo de inserção onde as áreas retentivas para a localização dos grampos permaneçam em regiões mais estéticas · O eixo de inserção pode ser modificado para favorecer a estética, desde que a função não seja comprometida Registro do Eixo de Inserção *Uma vez determinado o eixo de inserção, este deverá ficar registrado sobre o modelo* - Métodos para registro do eixo de inserção: · Traços horizontais no modelo · Traços verticais no modelo · Cimentação de haste metálica no modelo Traços Horizontais · Três pontos horizontais dispostos na mesma altura · São paralelos ao plano oclusal · É importante se atentar para as áreas que receberãopreparo · As linhas traçadas irão representar o eixo de inserção · Irão auxiliar no reposicionamento do modelo na platina Traços Verticais · Três pontos verticais dispostos na mesma altura · As linhas traçadas irão representar o eixo de inserção Cimentação de Haste Metálica no Modelo · Método mais preciso, porém, mais trabalhoso, já que será necessário a preparação de uma cavidade com auxílio de uma broca esférica e fixar a haste com gesso ou resina acrílica · Uma haste metálica é posicionada e cimentada na parte central e interna do modelo · Existe uma técnica adaptada desse método, a chamada “Pino Cimentado”: · Nessa técnica adaptada, utiliza-se uma guia de transferência em acrílico, que ficará presa no mandril por meio de uma haste metálica · Faz-se a confecção de três pontos, um anterior e dois posteriores em resina acrílica, que ficarão aderidos na placa de acrílico · Colocando-se a guia em cima do modelo, ocorrerá a fixação na resina com o formato moldado · A vantagem dessa técnica é que o profissional consegue mandar o delineamento para o protético, para que ele possa confeccionar a prótese Utilização do Delineador (determinação do Equador Protético) *É importante saber que existem diferenças entre o Equador Anatômico e o Equador Protético* Equador Anatômico: É uma linha formada ao redor da coroa, pela união dos pontos de contato tangentes paralelas a um eixo pré-determinado. É a área de maior convexidade (maior volume) das superfícies do dente de suporte. Leva em consideração apenas a forma da coroa dada pelas suas superfícies vestibular e lingual, tomada de maneira isolada com o eixo paralelo à haste vertical móvel (ou seja, não se considera a posição em que o dente está) Considera-se a coroa anatômica, mas não o posicionamento do dente Equador Protético: É o maior contorno relativo à base sobre a qual o dente se encontra. É o maior perímetro da coroa segundo o posicionamento dos dentes relacionados entre si na arcada, segundo uma direção de inserção pré-estabelecida Considera-se a coroa clínica e também o posicionamento do dente - Fases da utilização do delineador: · Análise preliminar · Traçado do equador protético · Determinação da retenção · Determinação do paralelismo · Registro do eixo de inserção Análise Preliminar · É feita com a ponta analisadora para procurar as regiões mais paralelas possíveis e verificar se há: · ConvexidadesSerão corrigidos e/ou removidos durante o preparo de boca · Divergências · Planos guias Traçado do Equador Protético · O estabelecimento do equador protético é feito com a ponta porta grafite · Uma vez demarcada, a coroa clínica estará dividida em área retentiva e área expulsiva · O grafite deve se manter em contato com a face a ser demarcada, a nível do colo do dente · Assim, apenas a parte mais volumosa do dente é que ficará em contato com o grafite Determinação da Retenção · É realizada com auxílio das pontas calibradoras, que possuem a função de verificar as áreas de retenção · Para isso, o equador protético deve se manter em contato com a haste vertical da ponta calibradora · Com isso, o “disco”, localizado na ponta da haste, deve se manter em contato com a área de retenção daquele dente · Se apenas o disco estiver em contato com a área abaixo do equador protético, mas o equador em si não estiver tocando a haste vertical, a retenção daquele dente não existe, o que causaria a soltura da prótese quando o paciente estivesse em movimento · Para criar então uma retenção, é possível adicionar resina composta na área necessária, aumentando o volume na região do equador protético · Quando a haste da ponta toca a superfície de maior convexidade do dente, forma-se um triângulo, cujo ápice é denominado ângulo de convergência cervical · Quanto maior esse ângulo, maior será a retenção · Fatores determinantes da retenção: · Magnitude do ângulo de convergência cervical · Profundidade em que a ponta ativa do braço de retenção é colocada · Flexibilidade do braço de retenção · Calibragem da retenção: · A dosagem da retenção é muito importante na quantidade de força que incidirá sobre os retentores, não sendo nem excessiva nem insuficiente, para não causar danos nem fornecer retenção inadequada · Deve-se: · Conhecer o desenho do grampo · Registrar o local da ponta ativa · Quando for necessário completar o dente com resina composta para aumentar o volume do equador protético, deve-se fazer um “gabarito” com cera (e posteriormente com resina acrílica autopolimerizável incolor) no modelo de gesso, para poder ser analisado pelo delineador · Resina composta: Conservadora, sofre pouca ou nenhuma abrasão Determinação do Paralelismo · Para produzir um plano guia para a prótese (às vezes tendo que alterar o contorno de alguns dentes), é necessário se determinar o paralelismo entre um dente e outro · Em alguns casos, é indicado o desgaste superficial das faces proximais, para criar superfícies paralelas entre si · Assim como no aumento de retenção com auxílio de resina composta no item anterior, também é necessário um gabarito no modelo de gesso se for feito um desgaste dental, e esse gabarito receberá o nome de “guia de transferência de plano guia”: · É confeccionado em resina acrílica ativada quimicamente · Servirá como orientação para o desgaste na boca · Para a confecção do guia de transferência, é necessário: · Isolar o modelo e a faca · Posicionar a faca na superfície que já foi desgastada no modelo · Acrescentar resina acrílica na oclusal do dente até que fique do tamanho de um casquete (praticamente do tamanho de uma coroa dental), não devendo ultrapassar o equador protético (porque se ultrapassar, esse casquete não sairia mais do modelo de gesso) · Fazer acabamento com maxi-cut e identificação desse guia com o número do dente · E na fase clínica: · Ele será cimentado no dente em questão com cimento provisório · Com uma broca cilíndrica, o dente é desgastado até que a lateral da broca fique paralela à lateral do guia de resina Registro do Eixo de Inserção · É a técnica da guia de transferência em acrílico (já mencionada no item “cimentação de haste metálica no modelo”, no qual são confeccionados 3 pontos em resina acrílica nesse guia, e a “moldagem” do modelo para obtenção da posição, e envio desse registro para o protético Considerações Finais O delineamento é importantíssimo na fase de confecção da prótese parcial removível, já que é nessa fase que serão obtidas as informações sobre a definição do eixo de inserção, áreas retentivas de cada dente e também os planos guia. Com esses dados, é possível equilibrar, modular e harmonizar as forças que serão feitas sobre a prótese, aumentando a longevidade da PPR e também o conforto do paciente durante o seu uso.
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