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MEDICINA – 4° SEMESTRE – THAYS LOPES 1 PRÁTICAS MÉDICAS IV DEFINIÇÕES: CRISE EPILÉPTICA: • É definida como a ocorrência transitória de sinais e/ou sintomas devido a uma atividade neuronal síncrona e excessiva no cérebro; • Esses sinais ou sintomas incluem fenômenos anormais súbitos e transitórios (alterações da consciência, ou eventos motores, sensitivos/sensoriais, autonômicos ou psíquicos involuntários) percebidos pelo paciente ou por um observador; • É uma hiperatividade dos neurônios e circuitos cerebrais ocasionando descargas elétricas síncronas e anormais; • EPILEPSIA é a predisposição que um individuo tem em gerar crises epilépticas – é a doença associada às crises que recorrem espontaneamente; • Nem toda crise epiléptica é epilepsia; • Toda epilepsia cursa com crises epilépticas; CONVULSÃO X EPILEPSIA: • Convulsão – “termo meio científico”, “meio popular”, de crises epilépticas com muitos componentes motores; • Epilepsia – desordem cerebral crônica caracterizada por crises epilépticas recorrentes não provocadas, consequentes a descargas excessivas e síncronas - ao menos 2 crises, não provocadas, em um intervalo maior que 24 horas entre elas; • Crises provocadas – são crises que acontecem diante de uma doença aguda, que provoque a crise, como por exemplo, febre alta em crianças menores de 5 anos; • Crises não provocadas – seria pós-recuperação de TCE; SEMIOLOGIA DIAGNÓSTICA DA CRISE: • Como ocorreu a crise/ descrição da crise (antes, início meio e fim); • Horário e duração das crises e em que idade iniciou; • Fatores predisponentes: o que ele faz que pode estar associado (álcool, sono ruim, drogas); • Área do corpo afetada e os sintomas “Pródromos” (o que inicia crise); • Sintomas pós-ictais – pode apresentar sonolência, desorientação, cefaleias, vômitos, logo após a crise. OBS.: a maioria das crises não duram mais do que 5 minutos; • Nem toda epilepsia é hereditária, podendo ser desenvolvida após um trauma, como o AVC, por exemplo; • Sintomas prodrômicos são sentidos algumas horas antes da crise epiléptica; CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS DE CRISES: • A crise começa em algum ponto do cérebro, podendo ser em um ou mais pontos, dependendo da região, ela vai apresentar sintomas diferentes; Área Somato-sensitiva – percepção da sensibilidade. Se há descarga ele fica com algia ou parestesia, desconforto. Áreas visuais / lobo occipital – pode apresentar alterações visuais; Lobo frontal / lobo temporal – pode apresentar crises com alterações comportamentais; • Quando o paciente informa o começo da crise, isso vai ajudar a sabermos onde está o ponto de partida das descargas; • As crises são traduzidas por manifestações neurológicas variadas e dependente do local em que elas ocorram; SINAIS E SINTOMAS: ▪ Alterações sensitivas e sensoriais: parestesias, visuais, auditivas, gustativas etc.; ▪ Alterações autonômicas: palpitação, piloereção, sudorese, palidez; ▪ Alterações motoras: abalos, mioclonias etc.; ▪ Alterações cognitivas – dismnésicas; ▪ Alterações do nível de consciência; OBS.: Alteração do nível de consciência e outros sintomas no estado pós-ictal podem ocorrer o paciente pode ter alguns sintomas transitórios, como paralisia de Todd. O paciente pode chegar no pronto atendimento e ter crise ou ter tido crise previa, pois geralmente se resolvem em 5 min. MEDICINA – 4° SEMESTRE – THAYS LOPES 2 PRÁTICAS MÉDICAS IV COMO OS CLÍNICOS CLASSIFICAM AS CRISES? • Elicitar sintomas e sinais do evento (semiologia); • Procurar padrões familiares em sintomas e sinas; • Algumas vezes usar informações auxiliares, por exemplo, EEG, RM, genes, anticorpos, etc; CLASSIFICAÇÃO DAS CRISES EPILÉPTICAS – ILAE 2017: TIPOS DE CRISES: • A primeira coisa que devemos perguntar é como foi o início da crise; • A crise pode se iniciar de duas maneiras, em um hemisfério cerebral, que são as de INÍCIO FOCAL; já quando começa em ambos os hemisférios é de INÍCIO GENERALIZADO; temos a crise de INÍCIO DESCONHECIDO, quando não se sabe a história do paciente; • Etiologias: Estrutural – esclerose tuberosa; Genética esclerose tuberosa, deficiência de GLUT 1; Infecciosa – neurocisticercose; Metabólica – hiperglicemia severa, alcoólicos; Imune; Desconhecida. TIPOS DE EPILEPSIAS: • De acordo com os tipos de crises, pensaremos nos tipos de epilepsias; • Focal: quando o paciente teve crise do tipo focal; • Generalizada: quando o paciente teve crise apenas do tipo generalizado; • Focal e generalizado combinado: quando o paciente teve crises do tipo focal e generalizada; • Desconhecida: quando não se sabe o tipo de crises; OBS.: • Muitas vezes classificamos os tipos de epilepsias em síndromes; • Por exemplo, o paciente pode ter o que chamamos de epilepsia do lobo temporal medial, ou seja, as crises são tão características, que essa epilepsia é bem caracterizada – vai ter tal tipo de crise, dessa maneira; • Vale ressaltar que os pacientes com epilepsia, será igual a qualquer outro, vai ter as comorbidades também; CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS DE CRISES DA ILAE 2017: INÍCIO FOCAL: • Iniciou e ficou em um só hemisfério; • PERCEPTIVA – o paciente consegue relatar todo o processo, tem a consciência preservada. • DISPERCEPTIVA – há comprometimento da consciência e o paciente não consegue inferir o que houve. • INÍCIO MOTOR – automatismos, atônicas, clônicas, espasmos epilépticos, hipercinéticas, mioclônicas, tônicas; • INÍCIO NÃO MOTOR – autonômicas, parada comportamental (disperceptiva), cognitivas, emocionais, sensoriais. • Focal evoluindo para tônico-clônica bilateral: a crise começa em um hemisfério e acaba passando para o outro; INÍCIO GENERALIZADO: • Iniciou ou evoluiu rapidamente para bilateral; • MOTORAS: Tônico-clônicas; Clônicas; Tônicas; Mioclônicas; Mioclono-tônico-clônicas; Mioclono-atônicas; Atônicas; Espasmos epilépticos; • NÃO MOTORAS: Típicas; Atípicas; Mioclônicas; Mioclônicas palpebrais; INÍCIO DESCONHECIDO: • MOTORAS: Tônico-clônicas; Espasmos epilépticos; • NÃO MOTORAS: Parada comportamental; NÃO CLASSIFICADA: • Que são as que ainda não possuem classificação; MEDICINA – 4° SEMESTRE – THAYS LOPES 3 PRÁTICAS MÉDICAS IV CARACTERÍSTICAS DAS CRISES GENERALIZADAS: As manifestações clínicas indicam envolvimento de ambos os hemisférios cerebrais desde o início Como nas crises generalizadas o sistema reticular ativador ascendente é precocemente acometido pelas descargas, a consciência é sempre comprometida, exceto nas crises mioclônicas. TÔNICO-CLNICA: são caracterizadas por perda abrupta da consciência com contração tônica e depois clônica dos quatro membros, apneia, liberação esfincteriana, sialorreia e mordedura de língua, durante cerca de um minuto. Tonica característica de versão (torcer ou rodar) ocular, cefálica e tronco. Associada clônica com a flexão de MMSS e extensão de MMII, com presença de abalos. ATÔNICA: perde o tônus muscular, fica com flacidez em toda musculatura, como “desligar” o corpo, geralmente ficam conscientes. As crises atônicas são caracterizadas por perda do tono postural, promovendo queda lenta se o indivíduo estiver em pé. AUSÊNCIA: Consistem em breves episódios de comprometimento de consciência acompanhados por manifestações motoras muito discretas como automatismos orais e manuais, piscamento, aumento ou diminuição do tono muscular e sinais autonômicos. Duram cerca de 5 a 10 segundos e apresentam início e término abruptos, ocorrendo, em geral, várias vezes ao dia TÔNICA: duram 10-20 segundos e podem comprometer apenas a musculatura axial, ou também a das raízes dos membros ou então todo o corpo, configurando a crise tônica global. CRISE CLÔNICA: Caracterizam-sepela ocorrência de abalos clônicos repetitivos com comprometimento da consciência. CRISE MIOCLÔNICA: Crises de ausências acompanhadas de perda de consciência e manifestações motoras importantes que incluem abalos mioclônicos bilaterais dos ombros, braços e pernas associados a uma contração tônica discreta que ocasiona elevação dos membros superiores, os mais acometidos pelo fenômeno motor. Aparenta serem choques, com movimentos muito abrupto e de curta duração. A mioclônia do sono é quando ao iniciar o sono o paciente sente que vai cair, mas é fisiológica. FOCAIS: São aquelas cujas manifestações clínicas indicam o envolvimento de uma porção de um hemisfério cerebral. As crises focais podem, com a propagação das descargas, evoluir para crise tônico-clônica generalizada. ESPASMOS EPILÉPTICO: geralmente infantil, há abdução dos braços, elevação dos ombros e um braço estendidos, com aumento de tônus e rigidez muscular. CRISE COM AUTOMATISMO: geralmente disperceptiva, com comprometimento da consciência. Movimentos primitivos e automáticos. CRISES HIPERCINÉTICAS: proximal dos membros, o que resulta em movimentos importantes que, quando rápidos, parecem violentos. Incluem movimentos como pedalar, de impulsão pélvica e de balanceio de todo ou de parte do corpo. CUIDANDO DO PACIENTE EXTRA PA • Proteger a cabeça • Lateraliza o corpo em bloco • Folgar roupas apertadas • Não tentar imobilizar paciente • Não introduzir nada na boca • Pressiona-se ao lado dele até o retorno da consciência • Transferência se crise ocorrer entre 5-10 min. ATENDIMENTOS HOSPITALARES • Passo 1 – definir problema do paciente Crise epiléptica: + de 30 minutos, sem cessar ou crises uma atrás da outras sem recuperamento de consciência. (Após 5 min tratar como crise) – ESTADO DE MAL EPILÉPTICO; • Fisiopatologia: etiologia, tipo de crise, risco de recorrência. • Condição clínica do paciente está em ictus ou pós- ictal e como esta? Epilepsia = tratamento de manutenção. • Pós crise: sempre fazer exame físico geral e neurológico. MEDICINA – 4° SEMESTRE – THAYS LOPES 4 PRÁTICAS MÉDICAS IV NÍVEIS DE CONSCIÊNCIA • Alerta/vigil • Obnubilação / sonolência Altera a capacidade de pensar claramente e perceber os estímulos; Cai no sono se não for estimulado; • Estupor ausência ou profunda diminuição de movimentos espontâneos, mutismo; Responde a estímulos vigorosos, após os quais retorna ao estupor; • Coma Abolição completa da consciência; o paciente não responde mesmo aos estímulos externos (dolorosos), ou internos (fome, frio, necessidades fisiológicas, outros); SISTEMA RETICULAR ASCENDENTE (SARA): • TEGMENTO PARAMEDIANO da ponte e mesencéfalo – núcleos paramedianos e parafasciculares, centro medianos e intra laminares do tálamo; • SARA – aferências das vias sensoriais; TÁLAMO BILATERAL • Traumas em tálamo e córtex pode causar essa alteração de consciência. CÓRTEX BILATERAL ESTADO DA CONSCIÊNCIA Vegetativo persistente Ativação recuperada porem grave distúrbios de conteúdo Olhos abertos (se acordado), ciclo sono-vigília normal Ausência de interação com meio (nem linguagem nem movimentos voluntários) Incontinência urinaria e fecal Pseudocomatoso Lockheed In – Síndrome de encarceramento Ativação e conteúdo preservado, não é coma. Mas as vias motoras estão lesadas, piramidais. Geralmente tem tetraplegia, anartria, paralisia do olhar horizontal. Preserva olhar vertical e piscamento. EEG fica normal Catatonia Coma Ativação e conteúdo comprometido. Perde a interação com o meio e as repostas aos estímulos. ESCALA DE GLASGOW A Escala de Coma de Glasgow é amplamente utilizada com o intuito de definir o estado neurológico de pacientes a partir da análise de seu nível de consciência. É uma ferramenta bastante útil para traçarmos prognósticos da vítima e prevenirmos eventuais sequelas.
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