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AULA 11 - PM IV - CRISES EPILÉPTICAS (11 11 20)

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MEDICINA – 4° SEMESTRE – THAYS LOPES 
1 PRÁTICAS MÉDICAS IV 
 
DEFINIÇÕES: 
CRISE EPILÉPTICA: 
• É definida como a ocorrência transitória de sinais e/ou 
sintomas devido a uma atividade neuronal síncrona e 
excessiva no cérebro; 
• Esses sinais ou sintomas incluem fenômenos anormais 
súbitos e transitórios (alterações da consciência, ou 
eventos motores, sensitivos/sensoriais, autonômicos 
ou psíquicos involuntários) percebidos pelo paciente 
ou por um observador; 
• É uma hiperatividade dos neurônios e circuitos 
cerebrais ocasionando descargas elétricas síncronas e 
anormais; 
• EPILEPSIA é a predisposição que um individuo tem 
em gerar crises epilépticas – é a doença associada às 
crises que recorrem espontaneamente; 
• Nem toda crise epiléptica é epilepsia; 
• Toda epilepsia cursa com crises epilépticas; 
 
CONVULSÃO X EPILEPSIA: 
• Convulsão – “termo meio científico”, “meio popular”, 
de crises epilépticas com muitos componentes 
motores; 
• Epilepsia – desordem cerebral crônica caracterizada 
por crises epilépticas recorrentes não provocadas, 
consequentes a descargas excessivas e síncronas - ao 
menos 2 crises, não provocadas, em um intervalo 
maior que 24 horas entre elas; 
• Crises provocadas – são crises que acontecem diante 
de uma doença aguda, que provoque a crise, como por 
exemplo, febre alta em crianças menores de 5 anos; 
• Crises não provocadas – seria pós-recuperação de TCE; 
 
SEMIOLOGIA DIAGNÓSTICA DA CRISE: 
• Como ocorreu a crise/ descrição da crise (antes, início 
meio e fim); 
• Horário e duração das crises e em que idade iniciou; 
• Fatores predisponentes: o que ele faz que pode estar 
associado (álcool, sono ruim, drogas); 
• Área do corpo afetada e os sintomas “Pródromos” (o 
que inicia crise); 
• Sintomas pós-ictais – pode apresentar sonolência, 
desorientação, cefaleias, vômitos, logo após a crise. 
 
OBS.: a maioria das crises não duram mais do que 5 
minutos; 
• Nem toda epilepsia é hereditária, podendo ser 
desenvolvida após um trauma, como o AVC, por 
exemplo; 
• Sintomas prodrômicos são sentidos algumas horas 
antes da crise epiléptica; 
 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS DE CRISES: 
 
• A crise começa em algum ponto do cérebro, podendo 
ser em um ou mais pontos, dependendo da região, ela 
vai apresentar sintomas diferentes; 
Área Somato-sensitiva – percepção da 
sensibilidade. Se há descarga ele fica com algia ou 
parestesia, desconforto. 
Áreas visuais / lobo occipital – pode apresentar 
alterações visuais; 
Lobo frontal / lobo temporal – pode apresentar 
crises com alterações comportamentais; 
• Quando o paciente informa o começo da crise, isso vai 
ajudar a sabermos onde está o ponto de partida das 
descargas; 
• As crises são traduzidas por manifestações 
neurológicas variadas e dependente do local em que 
elas ocorram; 
 
SINAIS E SINTOMAS: 
▪ Alterações sensitivas e sensoriais: parestesias, 
visuais, auditivas, gustativas etc.; 
▪ Alterações autonômicas: palpitação, piloereção, 
sudorese, palidez; 
▪ Alterações motoras: abalos, mioclonias etc.; 
▪ Alterações cognitivas – dismnésicas; 
▪ Alterações do nível de consciência; 
 
OBS.: Alteração do nível de consciência e outros sintomas 
no estado pós-ictal podem ocorrer o paciente pode ter 
alguns sintomas transitórios, como paralisia de Todd. 
O paciente pode chegar no pronto atendimento e ter crise 
ou ter tido crise previa, pois geralmente se resolvem em 5 
min. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MEDICINA – 4° SEMESTRE – THAYS LOPES 
2 PRÁTICAS MÉDICAS IV 
COMO OS CLÍNICOS CLASSIFICAM AS CRISES? 
• Elicitar sintomas e sinais do evento (semiologia); 
• Procurar padrões familiares em sintomas e sinas; 
• Algumas vezes usar informações auxiliares, por 
exemplo, EEG, RM, genes, anticorpos, etc; 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS CRISES EPILÉPTICAS – 
ILAE 2017: 
 
 
TIPOS DE CRISES: 
• A primeira coisa que devemos perguntar é como foi o 
início da crise; 
• A crise pode se iniciar de duas maneiras, em um 
hemisfério cerebral, que são as de INÍCIO FOCAL; já 
quando começa em ambos os hemisférios é de INÍCIO 
GENERALIZADO; temos a crise de INÍCIO 
DESCONHECIDO, quando não se sabe a história do 
paciente; 
• Etiologias: 
 Estrutural – esclerose tuberosa; 
 Genética esclerose tuberosa, deficiência de 
GLUT 1; 
 Infecciosa – neurocisticercose; 
 Metabólica – hiperglicemia severa, 
alcoólicos; 
 Imune; 
 Desconhecida. 
 
TIPOS DE EPILEPSIAS: 
• De acordo com os tipos de crises, pensaremos nos 
tipos de epilepsias; 
• Focal: quando o paciente teve crise do tipo focal; 
• Generalizada: quando o paciente teve crise apenas do 
tipo generalizado; 
• Focal e generalizado combinado: quando o paciente 
teve crises do tipo focal e generalizada; 
• Desconhecida: quando não se sabe o tipo de crises; 
 
 
OBS.: 
• Muitas vezes classificamos os tipos de epilepsias em 
síndromes; 
• Por exemplo, o paciente pode ter o que chamamos de 
epilepsia do lobo temporal medial, ou seja, as crises 
são tão características, que essa epilepsia é bem 
caracterizada – vai ter tal tipo de crise, dessa maneira; 
• Vale ressaltar que os pacientes com epilepsia, será 
igual a qualquer outro, vai ter as comorbidades 
também; 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS DE CRISES DA ILAE 
2017: 
INÍCIO FOCAL: 
• Iniciou e ficou em um só hemisfério; 
• PERCEPTIVA – o paciente consegue relatar todo o 
processo, tem a consciência preservada. 
• DISPERCEPTIVA – há comprometimento da 
consciência e o paciente não consegue inferir o que 
houve. 
• INÍCIO MOTOR – automatismos, atônicas, clônicas, 
espasmos epilépticos, hipercinéticas, mioclônicas, 
tônicas; 
• INÍCIO NÃO MOTOR – autonômicas, parada 
comportamental (disperceptiva), cognitivas, 
emocionais, sensoriais. 
• Focal evoluindo para tônico-clônica bilateral: a crise 
começa em um hemisfério e acaba passando para o 
outro; 
 
INÍCIO GENERALIZADO: 
• Iniciou ou evoluiu rapidamente para bilateral; 
• MOTORAS: 
 Tônico-clônicas; 
 Clônicas; 
 Tônicas; 
 Mioclônicas; 
 Mioclono-tônico-clônicas; 
 Mioclono-atônicas; 
 Atônicas; 
 Espasmos epilépticos; 
• NÃO MOTORAS: 
 Típicas; 
 Atípicas; 
 Mioclônicas; 
 Mioclônicas palpebrais; 
 
INÍCIO DESCONHECIDO: 
• MOTORAS: 
 Tônico-clônicas; 
 Espasmos epilépticos; 
• NÃO MOTORAS: 
 Parada comportamental; 
 
NÃO CLASSIFICADA: 
• Que são as que ainda não possuem classificação; 
 
 
 
MEDICINA – 4° SEMESTRE – THAYS LOPES 
3 PRÁTICAS MÉDICAS IV 
CARACTERÍSTICAS DAS CRISES 
GENERALIZADAS: 
As manifestações clínicas indicam envolvimento de 
ambos os hemisférios cerebrais desde o início Como 
nas crises generalizadas o sistema reticular ativador 
ascendente é precocemente acometido pelas 
descargas, a consciência é sempre comprometida, 
exceto nas crises mioclônicas. 
 TÔNICO-CLNICA: são caracterizadas por perda 
abrupta da consciência com contração tônica e 
depois clônica dos quatro membros, apneia, 
liberação esfincteriana, sialorreia e mordedura 
de língua, durante cerca de um minuto. Tonica 
característica de versão (torcer ou rodar) ocular, 
cefálica e tronco. Associada clônica com a flexão 
de MMSS e extensão de MMII, com presença de 
abalos. 
 ATÔNICA: perde o tônus muscular, fica com 
flacidez em toda musculatura, como “desligar” o 
corpo, geralmente ficam conscientes. As crises 
atônicas são caracterizadas por perda do tono 
postural, promovendo queda lenta se o 
indivíduo estiver em pé. 
 AUSÊNCIA: Consistem em breves episódios de 
comprometimento de consciência 
acompanhados por manifestações motoras 
muito discretas como automatismos orais e 
manuais, piscamento, aumento ou diminuição 
do tono muscular e sinais autonômicos. Duram 
cerca de 5 a 10 segundos e apresentam início e 
término abruptos, ocorrendo, em geral, várias 
vezes ao dia 
 TÔNICA: duram 10-20 segundos e podem 
comprometer apenas a musculatura axial, ou 
também a das raízes dos membros ou então todo 
o corpo, configurando a crise tônica global. 
 CRISE CLÔNICA: Caracterizam-sepela ocorrência 
de abalos clônicos repetitivos com 
comprometimento da consciência. 
 CRISE MIOCLÔNICA: Crises de ausências 
acompanhadas de perda de consciência e 
manifestações motoras importantes que 
incluem abalos mioclônicos bilaterais dos 
ombros, braços e pernas associados a uma 
contração tônica discreta que ocasiona elevação 
dos membros superiores, os mais acometidos 
pelo fenômeno motor. Aparenta serem choques, 
com movimentos muito abrupto e de curta 
duração. A mioclônia do sono é quando ao iniciar 
o sono o paciente sente que vai cair, mas é 
fisiológica. 
 
 
 
 
FOCAIS: 
São aquelas cujas manifestações clínicas indicam o 
envolvimento de uma porção de um hemisfério 
cerebral. As crises focais podem, com a propagação 
das descargas, evoluir para crise tônico-clônica 
generalizada. 
 ESPASMOS EPILÉPTICO: geralmente infantil, há 
abdução dos braços, elevação dos ombros e um 
braço estendidos, com aumento de tônus e 
rigidez muscular. 
 CRISE COM AUTOMATISMO: geralmente 
disperceptiva, com comprometimento da 
consciência. Movimentos primitivos e 
automáticos. 
 CRISES HIPERCINÉTICAS: proximal dos 
membros, o que resulta em movimentos 
importantes que, quando rápidos, parecem 
violentos. Incluem movimentos como pedalar, 
de impulsão pélvica e de balanceio de todo ou de 
parte do corpo. 
 
CUIDANDO DO PACIENTE EXTRA PA 
• Proteger a cabeça 
• Lateraliza o corpo em bloco 
• Folgar roupas apertadas 
• Não tentar imobilizar paciente 
• Não introduzir nada na boca 
• Pressiona-se ao lado dele até o retorno da 
consciência 
• Transferência se crise ocorrer entre 5-10 min. 
 
ATENDIMENTOS HOSPITALARES 
• Passo 1 – definir problema do paciente 
Crise epiléptica: + de 30 minutos, sem cessar ou crises 
uma atrás da outras sem recuperamento de 
consciência. (Após 5 min tratar como crise) – ESTADO 
DE MAL EPILÉPTICO; 
• Fisiopatologia: etiologia, tipo de crise, risco de 
recorrência. 
• Condição clínica do paciente está em ictus ou pós-
ictal e como esta? 
Epilepsia = tratamento de manutenção. 
• Pós crise: sempre fazer exame físico geral e 
neurológico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MEDICINA – 4° SEMESTRE – THAYS LOPES 
4 PRÁTICAS MÉDICAS IV 
NÍVEIS DE CONSCIÊNCIA 
• Alerta/vigil 
• Obnubilação / sonolência 
 Altera a capacidade de pensar claramente e 
perceber os estímulos; 
 Cai no sono se não for estimulado; 
• Estupor 
 ausência ou profunda diminuição de 
movimentos espontâneos, mutismo; 
 Responde a estímulos vigorosos, após os 
quais retorna ao estupor; 
• Coma 
 Abolição completa da consciência; o 
paciente não responde mesmo aos estímulos 
externos (dolorosos), ou internos (fome, frio, 
necessidades fisiológicas, outros); 
 
SISTEMA RETICULAR ASCENDENTE (SARA): 
• TEGMENTO PARAMEDIANO da ponte e 
mesencéfalo – núcleos paramedianos e 
parafasciculares, centro medianos e intra 
laminares do tálamo; 
• SARA – aferências das vias sensoriais; 
TÁLAMO BILATERAL 
• Traumas em tálamo e córtex pode causar essa 
alteração de consciência. 
CÓRTEX BILATERAL 
 
ESTADO DA CONSCIÊNCIA 
 Vegetativo persistente 
Ativação recuperada porem grave distúrbios de 
conteúdo 
Olhos abertos (se acordado), ciclo sono-vigília normal 
Ausência de interação com meio (nem linguagem 
nem movimentos voluntários) 
Incontinência urinaria e fecal 
 Pseudocomatoso 
 Lockheed In – Síndrome de encarceramento 
Ativação e conteúdo preservado, não é coma. 
Mas as vias motoras estão lesadas, piramidais. 
Geralmente tem tetraplegia, anartria, paralisia do 
olhar horizontal. Preserva olhar vertical e 
piscamento. 
EEG fica normal 
 Catatonia 
 Coma 
Ativação e conteúdo comprometido. 
Perde a interação com o meio e as repostas aos 
estímulos. 
 
 
 
 
 
 
ESCALA DE GLASGOW 
A Escala de Coma de Glasgow é amplamente utilizada 
com o intuito de definir o estado neurológico de 
pacientes a partir da análise de seu nível de 
consciência. É uma ferramenta bastante útil para 
traçarmos prognósticos da vítima e prevenirmos 
eventuais sequelas.

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