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Aula 02 Legislação Penal p/ PC-PA - Pós-Edital Autores: Marcos Girão, Paulo Guimarães, Thais de Assunção (Equipe Marcos Girão) Aula 02 28 de Novembro de 2020 1 1 Sumário Considerações Iniciais ......................................................................................................................................... 4 Crime Organizado (Lei n. 12.850/13) ............................................................................................................... 4 Interceptação Telefônica (Lei nº 9.296/96) ..................................................................................................... 14 Investigação Criminal (Lei nº 12.830/2013) ........................................................ Erro! Indicador não definido. Questões Comentadas ...................................................................................................................................... 22 Lista de Questões .............................................................................................................................................. 56 Gabarito ........................................................................................................................................................... 72 Resumo .............................................................................................................................................................. 73 Marcos Girão, Paulo Guimarães, Thais de Assunção (Equipe Marcos Girão) Aula 02 Legislação Penal p/ PC-PA - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 4 CONSIDERAÇÕES INICIAIS Olá, amigo concurseiro! Hoje estudaremos a Lei 9.296/1997, que é a lei da interceptação telefônica e ainda a Lei 12.850/13 que trata do Crime Organizado! Vamos lá!? Bons estudos! CRIME ORGANIZADO (LEI N. 12.850/13) A Lei nº 12.850/2013 define organização criminosa e trata dos crimes cometidos por essas organizações. Além disso, ela revogou a Lei nº 9.034/1995, que até 2013 tratava desses temas. Art. 1o Esta Lei define organização criminosa e dispõe sobre a investigação criminal, os meios de obtenção da prova, infrações penais correlatas e o procedimento criminal a ser aplicado. Acredito que a informação mais importante da lei seja justamente a definição de organização criminosa, que é a associação de 4 ou mais pessoas estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a 4 anos, ou que sejam de caráter transnacional. Além disso, a lei se aplica também aos crimes previstos em tratados ou convenções internacionais quando, iniciada a execução no Brasil, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no exterior, ou ao contrário, quando a execução do crime se iniciar no exterior e o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no Brasil. Por último, a lei também se aplica às organizações terroristas, entendidas como aquelas voltadas para a prática dos atos de terrorismo legalmente definidos. Como vocês devem saber, existe uma lei de crimes de Terrorismo, a lei 13.260/2016. Organização criminosa é a associação de 4 ou mais pessoas estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a 4 anos, ou que sejam de caráter transnacional. Marcos Girão, Paulo Guimarães, Thais de Assunção (Equipe Marcos Girão) Aula 02 Legislação Penal p/ PC-PA - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 5 Adicionalmente, é importante que você saiba que a Lei nº 12.850/2013 operou alterações no Código Penal, modificando o tipo penal de quadrilha ou bando, instituindo o de associação criminosa. A diferença basicamente é a seguinte: a associação criminosa é composta por 3 ou mais pessoas, com o fim específico de cometer crimes, enquanto a organização criminosa precisa ter 4 ou mais pessoas, além das seguintes características específicas: ordenamento estrutural, divisão de tarefas, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de crimes graves, com penas máximas superiores a 4 anos. ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA PREVISÃO LEGAL Código Penal (art. 288). Lei nº 12.850/2013. QUANTIDADE DE INTEGRANTES 3 ou mais pessoas. 4 ou mais pessoas. OUTRAS CARACTERÍSTICAS A associação deve ter a finalidade específica de cometer crimes. - Estrutura ordenada; - Divisão de tarefas, ainda que informalmente; - Objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem mediante a prática de crimes com penas máximas superiores a 4 anos, ou que sejam de caráter transnacional. A respeito dos tipos penais envolvidos, você já deve ter percebido que a própria associação criminosa já constitui conduta típica, enquanto o crime relacionado às organizações criminosas consta no art. 2º da Lei nº 12.850/2013. Art. 2o Promover, constituir, financiar ou integrar, pessoalmente ou por interposta pessoa, organização criminosa: Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa, sem prejuízo das penas correspondentes às demais infrações penais praticadas. § 1o Nas mesmas penas incorre quem impede ou, de qualquer forma, embaraça a investigação de infração penal que envolva organização criminosa. § 2o As penas aumentam-se até a metade se na atuação da organização criminosa houver emprego de arma de fogo. § 3o A pena é agravada para quem exerce o comando, individual ou coletivo, da organização criminosa, ainda que não pratique pessoalmente atos de execução. Marcos Girão, Paulo Guimarães, Thais de Assunção (Equipe Marcos Girão) Aula 02 Legislação Penal p/ PC-PA - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 6 § 4o A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 2/3 (dois terços): I - se há participação de criança ou adolescente; II - se há concurso de funcionário público, valendo-se a organização criminosa dessa condição para a prática de infração penal; III - se o produto ou proveito da infração penal destinar-se, no todo ou em parte, ao exterior; IV - se a organização criminosa mantém conexão com outras organizações criminosas independentes; V - se as circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade da organização. § 5o Se houver indícios suficientes de que o funcionário público integra organização criminosa, poderá o juiz determinar seu afastamento cautelar do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer necessária à investigação ou instrução processual. § 6o A condenação com trânsito em julgado acarretará ao funcionário público a perda do cargo, função, emprego ou mandato eletivo e a interdição para o exercício de função ou cargo público pelo prazo de 8 (oito) anos subsequentes ao cumprimento da pena. § 7o Se houver indícios de participação de policial nos crimes de que trata esta Lei, a CorregedoriadePolícia instaurará inquérito policial e comunicará ao Ministério Público, que designará membro para acompanhar o feito até a sua conclusão. O agente criminoso, portanto, não precisa efetivamente fazer parte da organização criminosa. Ele pode, por exemplo, promove-la por outros meios, contribuir para sua constituição, ou financiá-la, ainda que por meio de outra pessoa. Quanto às regras adicionais, chamo sua atenção para a possibilidade de afastamento cautelar do funcionário público para fins de investigação e instrução processual. Essa possibilidade existe para evitar que o servidor influencie de alguma forma as investigações e a produção de provas. Por tratar-se de um afastamento cautelar, sua remuneração é mantida durante o período, pois ele não foi condenado. Caso o funcionário público seja condenado, temos aqui duas consequênciasdiferentes: uma delas é a perda do cargo, emprego ou função pública, e a outra é a interdição do condenado para o exercício de função ou cargo público pelo prazo de 8 anos subsequentes ao cumprimento da pena. Imagine, por exemplo, que um auditor fiscal se envolveu em atividades de uma organização criminosa que tinha por finalidade praticar crimes como estelionato, corrupção ativa, corrupção passiva, etc. Se esse auditor for condenado, ele perderá seu cargo, precisará cumprir a pena, e, após a conclusão do período de cumprimento, não poderá assumir outro cargo ou função pública pelo período de 8 anos. Nem mesmo se ele for aprovado em outro concurso público! Se houver a participação de policial, a lei determina que a Corregedoria de Polícia deve instaurar inquérito e comunicar o fato ao Ministério Público. Art. 3o Em qualquer fase da persecução penal, serão permitidos, sem prejuízo de outros já previstos em lei, os seguintes meios de obtenção da prova: I - colaboração premiada; II - captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos; III - ação controlada; Marcos Girão, Paulo Guimarães, Thais de Assunção (Equipe Marcos Girão) Aula 02 Legislação Penal p/ PC-PA - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 7 IV - acesso a registros de ligações telefônicas e telemáticas, a dados cadastrais constantes de bancos de dados públicos ou privados e a informações eleitorais ou comerciais; V - interceptação de comunicações telefônicas e telemáticas, nos termos da legislação específica; VI - afastamento dos sigilos financeiro, bancário e fiscal, nos termos da legislação específica; VII - infiltração, por policiais, em atividade de investigação, na forma do art. 11; VIII - cooperação entre instituições e órgãos federais, distritais, estaduais e municipais na busca de provas e informações de interesse da investigação ou da instrução criminal. Agora vamos estudar um a um esses meios de obtenção de provas, ok? A colaboração premiada é o benefício comumente chamado de “delação premiada”. Este procedimento é previsto na legislação penal brasileira de forma esparsa, e com regras um pouco diferentes dependendo do caso. Os criminalistas divergem fortemente acerca da real utilidade deste instituto – alguns até a chamam de “extorsão premiada” – mas sua adoção vem ganhando espaço, especialmente pela proposta de uma solução mais rápida para os processos criminais. Há diversas regras específicas a respeito da colaboração premiada, que estudaremos agora. Art. 4o O juiz poderá, a requerimento das partes, conceder o perdão judicial, reduzir em até 2/3 (dois terços) a pena privativa de liberdade ou substituí-la por restritiva de direitos daquele que tenha colaborado efetiva e voluntariamente com a investigação e com o processo criminal, desde que dessa colaboração advenha um ou mais dos seguintes resultados: I - a identificação dos demais coautores e partícipes da organização criminosa e das infrações penais por eles praticadas; II - a revelação da estrutura hierárquica e da divisão de tarefas da organização criminosa; III - a prevenção de infrações penais decorrentes das atividades da organização criminosa; IV - a recuperação total ou parcial do produto ou do proveito das infrações penais praticadas pela organização criminosa; V - a localização de eventual vítima com a sua integridade física preservada. Primeiramente é importante compreender que a colaboração premiada pode resultar em três possibilidades de benefícios para o colaborador: ele pode ficar livre da pena (aplicando-se o perdão judicial), pode ter sua pena reduzida em até dois terços, ou ainda ter a pena privativa de liberdade substituída por restritiva de direitos. Para isso, o agente precisa colaborar voluntária e efetivamente com a investigação, levando a pelo menos um dos resultados mencionados pelo dispositivo. De qualquer forma, a concessão do benefício deve levar em conta a personalidade do colaborador, a natureza, as circunstâncias, a gravidade e a repercussão social do fato criminoso e a eficácia da colaboração. Quanto ao procedimento, a coisa funciona assim: diante da relevância da colaboração prestada, o Ministério Público ou o Delegado (neste caso com a manifestação do MP) podem requerer ou representar ao juiz pela concessão de perdão judicial ao colaborador. Marcos Girão, Paulo Guimarães, Thais de Assunção (Equipe Marcos Girão) Aula 02 Legislação Penal p/ PC-PA - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 8 É possível também que as medidas de colaboração suspendam o prazo para oferecimento da denúncia, ou o próprio processo, por até 6 meses, prorrogáveis por igual período, e nesse caso fica suspenso também o prazo prescricional. O Ministério Público pode ainda deixar de oferecer a denúncia se o colaborador não for o líder da organização criminosa e for o primeiro a prestar efetiva colaboração. Vejamos mais algumas regras acerca da colaboração premiada, nos parágrafos do art. 4º. § 6o O juiz não participará das negociações realizadas entre as partes para a formalização do acordo de colaboração, que ocorrerá entre o delegado de polícia, o investigado e o defensor, com a manifestação do Ministério Público, ou, conforme o caso, entre o Ministério Público e o investigado ou acusado e seu defensor. § 7o Realizado o acordo na forma do § 6o, o respectivo termo, acompanhado das declarações do colaborador e de cópia da investigação, será remetido ao juiz para homologação, o qual deverá verificar sua regularidade, legalidade e voluntariedade, podendo para este fim, sigilosamente, ouvir o colaborador, na presença de seu defensor. § 8o O juiz poderá recusar homologação à proposta que não atender aos requisitos legais, ou adequá-la ao caso concreto. § 9o Depois de homologado o acordo, o colaborador poderá, sempre acompanhado pelo seu defensor, ser ouvido pelo membro do Ministério Público ou pelo delegado de polícia responsável pelas investigações. § 10. As partes podem retratar-se da proposta, caso em que as provas autoincriminatórias produzidas pelo colaborador não poderão ser utilizadas exclusivamente em seu desfavor. § 11. A sentença apreciará os termos do acordo homologado e sua eficácia. § 12. Ainda que beneficiado por perdão judicial ou não denunciado, o colaborador poderá ser ouvido em juízo a requerimento das partes ou por iniciativa da autoridade judicial. § 13. Sempre que possível, o registro dos atos de colaboração será feito pelos meios ou recursos de gravação magnética, estenotipia, digital ou técnica similar, inclusive audiovisual, destinados a obter maior fidelidade das informações. § 14. Nos depoimentos que prestar, o colaborador renunciará, na presença de seu defensor, ao direito ao silêncio e estará sujeito ao compromisso legal de dizer a verdade. § 15. Em todos os atos de negociação, confirmação e execução da colaboração, o colaborador deverá estar assistido por defensor. § 16. Nenhuma sentença condenatória será proferida com fundamento apenas nas declarações de agente colaborador. Chamo sua atenção para a proibição da participação do Juiz nas negociações da colaboração premiada. Esse papel cabe ao Ministério Público ou Delegado, ao lado do colaborador e de seu advogado. O Juiz, na realidade, recebe o acordo posteriormente, e é responsável por analisar sua legalidade, concedendo ou não os benefícios previstos pela lei. O termo de acordo deve conter os seguintes elementos, nos termos da própria lei: a) O relato da colaboração e seus possíveis resultados; b) As condições da proposta do Ministério Público ou do delegado de polícia; Marcos Girão, Paulo Guimarães, Thais de Assunção (Equipe Marcos Girão) Aula 02 Legislação Penal p/ PC-PA - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 9 c) A declaração de aceitação do colaborador e de seu defensor; d) As assinaturas do representante do Ministério Público ou do delegado de polícia, do colaborador e de seu defensor;e) A especificação das medidas de proteção ao colaborador e à sua família, quando necessário. A distribuição do termo de acordo deve ser feita de forma sigilosa, sem quaisquer informações que possam identificar o colaborador e o seu objeto. Após a distribuição, as informações detalhadas sobre a colaboração serão dirigidas diretamente ao juiz responsável, que deverá decidir no prazo de 48h. O acordo permanece sigiloso, então, até o recebimento da denúncia. Uma vez homologada a proposta pelo Juiz, o colaborador poderá ser sempre ouvido pelo Ministério Público ou pelo Delegado. Lembre-se também de que a proposta não é imutável, e as partes podem inclusive retratar-se, caso em que as provas produzidas pelo colaborador contra ele mesmo não poderão ser utilizadas para prejudicá-lo. Agora vejamos o que a lei diz sobre os direitos do colaborador. Art. 5o São direitos do colaborador: I - usufruir das medidas de proteção previstas na legislação específica; II - ter nome, qualificação, imagem e demais informações pessoais preservados; III - ser conduzido, em juízo, separadamente dos demais coautores e partícipes; IV - participar das audiências sem contato visual com os outros acusados; V - não ter sua identidade revelada pelos meios de comunicação, nem ser fotografado ou filmado, sem sua prévia autorização por escrito; VI - cumprir pena em estabelecimento penal diverso dos demais corréus ou condenados. Perceba que esses direitos são quase todos relacionados à garantia de segurança do colaborador. Imagine o que aconteceria, por exemplo, se ele tivesse suas informações divulgadas ou se fosse colocado no mesmo estabelecimento prisional dos membros da organização criminosa que ele ajudou a condenar? COLABORAÇÃO PREMIADA MEDIDAS QUE PODEM SER CONCEDIDAS - Perdão Judicial; - Redução da pena em até 2/3; - Substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos. COLABORAÇÃO Precisa ser voluntária e efetiva, trazendo pelo menos um dos seguintes resultados: a) a identificação dos demais coautores e partícipes da organização criminosa e das infrações penais por eles praticadas; b) a revelação da estrutura hierárquica e da divisão de tarefas da organização criminosa; Marcos Girão, Paulo Guimarães, Thais de Assunção (Equipe Marcos Girão) Aula 02 Legislação Penal p/ PC-PA - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 10 c) a prevenção de infrações penais decorrentes das atividades da organização criminosa; d) a recuperação total ou parcial do produto ou do proveito das infrações penais praticadas pela organização criminosa; e) a localização de eventual vítima com a sua integridade física preservada. ACORDO O Juiz não participa das negociações. A ele cabe apenas homologar o acordo firmado pelo colaborador com o Ministério Público ou com o Delegado responsável. DIREITOS DO COLABORADOR a) usufruir das medidas de proteção previstas na legislação específica; b) ter nome, qualificação, imagem e demais informações pessoais preservados; c) ser conduzido, em juízo, separadamente dos demais coautores e partícipes; d) participar das audiências sem contato visual com os outros acusados; e) não ter sua identidade revelada pelos meios de comunicação, nem ser fotografado ou filmado, sem sua prévia autorização por escrito; f) cumprir pena em estabelecimento penal diverso dos demais corréus ou condenados. Ainda acerca da delação premiada devemos citar alguns julgados interessantes do STF e do STJ. O primeiro deles diz respeito ao sigilo do conteúdo da delação. DELAÇÃO PREMIADA E SIGILO. O sigilo sobre o conteúdo de colaboração premiada deve perdurar, no máximo, até o recebimento da denúncia. Inq 4435 AgR/DF, rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 12.9.2017. Informativo STF 877. De acordo com a regra do caput do art. 7o, o acordo de colaboração premiada tramita em sigilo, inclusive quando já celebrado o acordo e encaminhado ao Judiciário para homologação. Todavia, o §3o do art. 7o estabelece que tal sigilo deixa de existir com o recebimento da denúncia. O entendimento do STF aqui foi no sentido de que o sigilo deve permanecer no máximo até o recebimento da denúncia, podendo ser decretada sua quebra em momento anterior, desde que tenham sido realizadas as diligências cautelares indispensáveis. COLABORAÇÃO PREMIADA. ENCONTRO FORTUITO DE PROVAS. AUTORIDADE COM PRERROGATIVA DE FORO. COMPETÊNCIA PARA HOMOLOGAÇÃO DO ACORDO. TEORIA DO JUIZ APARENTE. A homologação de acordo de colaboração premiada por juiz de primeiro grau de jurisdição, que mencione autoridade com prerrogativa de foro no STJ, não traduz em usurpação de competência desta Corte Superior. Marcos Girão, Paulo Guimarães, Thais de Assunção (Equipe Marcos Girão) Aula 02 Legislação Penal p/ PC-PA - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 11 Rcl 31.629-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, por unanimidade, julgado em 20/09/2017, DJe 28/09/2017 Neste caso há um acordo de delação premiada no qual é mencionada autoridade com prerrogativa de foro no STJ. Em consequência, passou-se a discutir se o Juízo ordinário seria competente para homologar tal acordo. A Corte Especial do STJ entendeu que o simples fato de o acordo de colaboração premiada conter trechos nos quais se imputa a prática de infrações penais à pessoa detentora de foro privilegiado não configura usurpação de competência, exatamente por não se tratar de “produção probatória” perante juiz incompetente, bem como pelo fato de que, ainda que se tratasse disso, deveria ser utilizada a chamada “teoria do juízo aparente”, por se tratar de descoberta fortuita de provas. De acordo com essa teoria, a prova colhida perante juízo incompetente deve ser considerada válida se o juízo era, ao tempo da colheita, aparentemente competente para tal. Além disso, o STJ entendeu que, diante dessa situação, os autos devem ser imediatamente encaminhados ao foro prevalente. Concluindo o conjunto de jurisprudências relevantes, é importante que você saiba que a Segunda Turma do STF decidiu favoravelmente à possibilidade de compartilhamento de colaboração premiada entre juízos desde que haja delimitação dos fatos (PET 7065/DF, Informativo 922). Art. 8o Consiste a ação controlada em retardar a intervenção policial ou administrativa relativa à ação praticada por organização criminosa ou a ela vinculada, desde que mantida sob observação e acompanhamento para que a medida legal se concretize no momento mais eficaz à formação de provas e obtenção de informações. A ação controlada consiste na autorização legal concedida ao agente policial para, diante da prática de infração penal, em vez de efetuar a prisão em flagrante delito, aguardar o momento mais adequado, de forma a permitir a produção de uma prova mais robusta. Muitas vezes a ação policial é adiada com o objetivo de aguardar um momento em que se produza melhor efeito e, consequentemente, seja alcançado um número maior de criminosos, visando à desestruturação de toda a organização. Por isso esse procedimento também é conhecido como flagrante retardado. A Doutrina diz que o agente policial deve atentar ao princípio da razoabilidade ao aplicar o procedimento de ação controlada. Nucci traz como exemplo o caso da organização criminosa que resolva exterminar testemunhas. Tome cuidado com esse exemplo! O Cespe já considerou CORRETA a seguinte assertiva: MPE-TO – Promotor de Justiça – 2012 – Cespe. Não incorre em violação de dever funcional o agente policial que, investigando organização voltada à prática de tráfico de heroína, infiltrado, presencie, durante a chegada de um carregamento que, segundo as suas investigações, conteria cerca de 2t da referida droga, componentes da organização cometerem cinco homicídios, sem prendê-los em flagrante pelos assassinatos. Marcos Girão, Paulo Guimarães, Thais de Assunção (Equipe Marcos Girão) Aula 02 Legislação Penal p/ PC-PA - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 12 O retardamentodeve ser comunicado com antecedência ao Juiz, e este, se for o caso, estabelecerá seus limites e comunicará ao Ministério Público. Se a ação controlada envolver a travessia de fronteiras, somente pode haver o retardamento com a cooperação das autoridades dos países que sejam considerados como provável itinerário ou destino do investigado, de modo a reduzir os riscos de fuga e extravio do produto, objeto, instrumento ou proveito do crime. Art. 10. A infiltração de agentes de polícia em tarefas de investigação, representada pelo delegado de polícia ou requerida pelo Ministério Público, após manifestação técnica do delegado de polícia quando solicitada no curso de inquérito policial, será precedida de circunstanciada, motivada e sigilosa autorização judicial, que estabelecerá seus limites. A infiltração é o procedimento por meio do qual o agente de polícia age como se fosse membro da organização criminosa, com o objetivo de colher provas dos crimes cometidos. Atenção para um aspecto importante: neste caso é necessária a autorização judicial, decidida mediante requerimento do Ministério Público ou representação do Delegado, ouvido o Ministério Público. A lei determina que a autorização somente deve ser concedida quando houver indícios de crimes cometidos pela organização criminosa e a prova não puder ser produzida por outros meios disponíveis. A infiltração então poderá ser autorizada pelo prazo de até 6 meses, sem prejuízo de eventuais renovações, caso seja necessário. Da mesma forma que o acordo da colaboração premiada, o pedido de infiltração deve ser distribuído sigilosamente, de forma a preservar a identidade do agente que será infiltrado. As informações detalhadas devem ser enviadas ao Juiz posteriormente à distribuição, e ele então deve proferir a decisão no prazo de 24h. Uma regra bastante interessante para fins de prova é a do art. 13. Art. 13. O agente que não guardar, em sua atuação, a devida proporcionalidade com a finalidade da investigação, responderá pelos excessos praticados. Parágrafo único. Não é punível, no âmbito da infiltração, a prática de crime pelo agente infiltrado no curso da investigação, quando inexigível conduta diversa. O significado aqui é muito simples: o agente infiltrado precisa ser razoável nas suas ações, mas pode até chegar a cometer atos tipificados como crimes, quando não houver outra forma. Guarde bem essa informação, ok? A prática de crime pelo agente infiltrado durante a infiltração não é punível quando inexigível conduta diversa. Marcos Girão, Paulo Guimarães, Thais de Assunção (Equipe Marcos Girão) Aula 02 Legislação Penal p/ PC-PA - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 13 Art. 14. São direitos do agente: I - recusar ou fazer cessar a atuação infiltrada; II - ter sua identidade alterada, aplicando-se, no que couber, o disposto no art. 9o da Lei no 9.807, de 13 de julho de 1999, bem como usufruir das medidas de proteção a testemunhas; III - ter seu nome, sua qualificação, sua imagem, sua voz e demais informações pessoais preservadas durante a investigação e o processo criminal, salvo se houver decisão judicial em contrário; IV - não ter sua identidade revelada, nem ser fotografado ou filmado pelos meios de comunicação, sem sua prévia autorização por escrito. Por fim, temos os direitos do agente infiltrado, que mais uma vez remetem à necessidade de proteção. A tarefa do infiltrado é muito complexa e arriscada, e por isso há tantas medidas específicas de proteção que devem ser a ele dirigidas. Art. 15. O delegado de polícia e o Ministério Público terão acesso, independentemente de autorização judicial, apenas aos dados cadastrais do investigado que informem exclusivamente a qualificação pessoal, a filiação e o endereço mantidos pela Justiça Eleitoral, empresas telefônicas, instituições financeiras, provedores de internet e administradoras de cartão de crédito. A redação deste dispositivo foi muito cuidadosa ao limitar o acesso da do Delegado de Polícia e do Ministério Público aos dados cadastrais dos investigados. Isso para evitar discussões acerca dos sigilos bancário, fiscal e de comunicações. Quanto à efetiva quebra desses sigilos, isso também é possível, mas para tal é necessária autorização judicial. Há inclusive leis específicas sobre o assunto, como a Lei Complementar nº 105/2001, que trata da quebra dos sigilos bancário e financeiro quando houver investigação de ilícito praticado por organização criminosa. Para possibilitar esse acesso, a lei determina ainda que as empresas de transporte e as concessionárias de telefonia fixa ou móvel deverão manter registros dos serviços por elas prestados pelo prazo de 5 anos. A lei menciona ainda o procedimento de captação ambiental, que nada mais é do que a instalação de escutas, para que um dos interlocutores colha dados e informações em diálogo do qual participa. Este procedimento é diferente da interceptação, em que a autoridade policial instala equipamentos para captar diálogos dos quais não participa. Para encerrar nosso estudo da Lei nº 12.850/2013, temos os crimes por ela tipificados, relacionados às investigações e à obtenção das provas. Art. 18. Revelar a identidade, fotografar ou filmar o colaborador, sem sua prévia autorização por escrito: Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. Art. 19. Imputar falsamente, sob pretexto de colaboração com a Justiça, a prática de infração penal a pessoa que sabe ser inocente, ou revelar informações sobre a estrutura de organização criminosa que sabe inverídicas: Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Art. 20. Descumprir determinação de sigilo das investigações que envolvam a ação controlada e a infiltração de agentes: Marcos Girão, Paulo Guimarães, Thais de Assunção (Equipe Marcos Girão) Aula 02 Legislação Penal p/ PC-PA - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 14 Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Art. 21. Recusar ou omitir dados cadastrais, registros, documentos e informações requisitadas pelo juiz, Ministério Público ou delegado de polícia, no curso de investigação ou do processo: Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem, de forma indevida, se apossa, propala, divulga ou faz uso dos dados cadastrais de que trata esta Lei. Esses crimes e as infrações penais conexas devem ser apurados mediante procedimento ordinário previsto no Código de Processo Penal. A instrução criminal deve ser encerrada em prazo razoável, que não poderá exceder a 120 dias quando o réu estiver preso, prorrogáveis em até igual período, por decisão fundamentada, devidamente motivada pela complexidade da causa ou por fato procrastinatório atribuível ao réu. INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA (LEI Nº 9.296/96) A Lei n° 9.296/1996 regulamenta expressamente o art. 5°, XII da Constituição de 1988. Art. 5°, XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal. Esta é uma garantia que tem por finalidade proteger o direito à intimidade e à vida privada do cidadão contra ações investigativas abusivas conduzidas pelas autoridades estatais. A função da Lei n° 9.296/1996 é estabelecer as hipóteses e a forma em que pode ser autorizada a quebra do sigilo das comunicações telefônicas. Lembre-se que, de acordo com a Constituição, a interceptação telefônica só pode ocorrer no decurso de investigação criminal ou instrução processual penal. O STF e o STJ também já decidiram que a prova obtida por meio de interceptação telefônica pode ser usada em outros processos. É hipótese de prova emprestada, que já foi autorizada inclusive em processo administrativo disciplinar (processo administrativo). Um exemplo é o julgado a seguir. CONSTITUCIONALE ADMINISTRATIVO. AGRAVO INTERNO NO RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA. PROVA EMPRESTADA DO PROCESSO PENAL. POSSIBILIDADE. […] Não merece prosperar a alegação do autor de que não seria possível utilizar em processo administrativo disciplinar as de gravações das interceptações de conversas telefônicas obtidas por ocasião de investigação criminal. Com efeito, uma vez autorizada a interceptação telefônica e tendo sido ela colhida nos exatos termos da Lei n. 9.296/1996, não há que se falar em ilegalidade do uso dessa prova para instruir o procedimento administrativo disciplinar, quando ela tiver sido produzida em processo criminal formado com as mesmas partes e observado os princípios do contraditório e da ampla defesa, como no caso. Marcos Girão, Paulo Guimarães, Thais de Assunção (Equipe Marcos Girão) Aula 02 Legislação Penal p/ PC-PA - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 15 Verifica-se, portanto, que o acórdão recorrido não divergiu da pacífica jurisprudência firmada por esta CORTE no sentido de que as interceptações telefônicas autorizadas pela justiça podem ser utilizadas como provas emprestadas nos procedimentos administrativos disciplinares. [...] RMS 34786 ED-AGR/DF, rel. Min. Alexandre de Moraes, 29.6.2018. Vamos agora analisar os dispositivos da lei? Art. 1º A interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza, para prova em investigação criminal e em instrução processual penal, observará o disposto nesta Lei e dependerá de ordem do juiz competente da ação principal, sob segredo de justiça. Parágrafo único. O disposto nesta Lei aplica-se à interceptação do fluxo de comunicações em sistemas de informática e telemática. O conceito de comunicação telefônica é ampliado pela interpretação do parágrafo único, que inclui no escopo da lei também a interceptação de comunicações em sistemas de informática e telemática. A telemática é o conjunto de tecnologias da informação e da comunicação resultante da junção entre os recursos das telecomunicações (telefonia, satélite, cabo, fibras ópticas etc.) e da informática (computadores, periféricos, softwares e sistemas de redes). Deve-se considerar incluída aqui também a comunicação por meio de ondas de rádio, transmissão eletromagnética, etc. Alguns Doutrinadores entendem que o art. 1° é inconstitucional porque a Constituição menciona apenas as comunicações telefônicas, mas eu não tive ainda notícia de nenhuma questão de banca organizadora que tenha adotado esse entendimento. Você já sabe que a interceptação pode ser autorizada para fins de investigação criminal ou instrução processual penal. A ordem de interceptação, entretanto, não pode ser exarada por qualquer juiz, mas somente pelo juiz competente para conhecer da ação penal principal. A interceptação de comunicações telefônicas dependerá de ordem do juiz competente da ação principal, sob segredo de justiça Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses: I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal; II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis; III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção. Marcos Girão, Paulo Guimarães, Thais de Assunção (Equipe Marcos Girão) Aula 02 Legislação Penal p/ PC-PA - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 16 A interceptação telefônica deve ser utilizada apenas em situações urgentes, como meio de prova subsidiário, e apenas quando houver fortes razões para acreditar que alguém cometeu um crime grave e não houver outros meios de prova. Vemos, portanto, que há três requisitos: deve haver indícios de que o investigado realmente tomou parte em crime punido com pena de reclusão, e, por último, não deve haver outros meios disponíveis para produzir a prova necessária. O STJ já aceitou a inclusão na denúncia de crime que foi descoberto por causa de escuta instalada para investigar outro ilícito, inclusive quando o segundo crime era penalizado apenas com pena de detenção. A descrição da situação que está sendo investigada deve ser feita da melhor forma possível, delimitando o fato investigado, de preferência com a indicação e qualificação dos investigados. Não devem ser autorizadas interceptações genéricas ou abertas. A interceptação telefônica só será autorizada quando estiverem presentes as seguintes circunstâncias: - Indícios razoáveis de autoria ou participação do investigado; - Não houver outros meios disponíveis para produzir a prova; - O crime investigado for punível com pena de reclusão. Art. 3° A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada pelo juiz, de ofício ou a requerimento: I - da autoridade policial, na investigação criminal; II - do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na instrução processual penal. Perceba que há 3 situações em que a interceptação pode ser autorizada pelo juiz: de ofício, a requerimento da autoridade policial, ou a requerimento do Ministério Público. É importante lembrar, entretanto, que a autoridade policial somente pode requerer a medida durante a investigação criminal, ou seja, somente durante a fase do inquérito policial. Na realidade, não faria sentido o delegado solicitar a interceptação depois que o inquérito já foi concluído, não é mesmo? Art. 4° O pedido de interceptação de comunicação telefônica conterá a demonstração de que a sua realização é necessária à apuração de infração penal, com indicação dos meios a serem empregados. § 1° Excepcionalmente, o juiz poderá admitir que o pedido seja formulado verbalmente, desde que estejam presentes os pressupostos que autorizem a interceptação, caso em que a concessão será condicionada à sua redução a termo. § 2° O juiz, no prazo máximo de vinte e quatro horas, decidirá sobre o pedido. Agora vamos estudar o procedimento relacionado ao pedido de interceptação. Obviamente, o pedido deve demonstrar que os requisitos que estudamos foram atendidos, mas sua prova pode perfeitamente cobrar a possibilidade de pedido verbal. Essa possibilidade é excepcional, e se a interceptação for autorizada será necessário reduzir o pedido a termo, ou seja, produzir o documento escrito. Marcos Girão, Paulo Guimarães, Thais de Assunção (Equipe Marcos Girão) Aula 02 Legislação Penal p/ PC-PA - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 17 O prazo para decisão do juiz acerca do pedido é de 24h. O prazo curto reforça o caráter urgente da medida. Art. 5° A decisão será fundamentada, sob pena de nulidade, indicando também a forma de execução da diligência, que não poderá exceder o prazo de quinze dias, renovável por igual tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova. ATENÇÃO! Esse dispositivo já foi cobrado algumas vezes em provas anteriores! Primeiramente, a decisão que concede a medida precisa ser fundamentada, assim como toda e qualquer decisão judicial, mas você precisa lembrar que a lei estabelece um prazo máximo para a interceptação: 15 dias. Esse prazo, entretanto, pode ser renovado. Perceba que o dispositivo não foi muito bem escrito, não deixando claro se o prazo só pode ser prorrogado uma vez ou se é possível prorrogá-lo várias vezes indefinidamente. A Jurisprudência, por outro lado, já se consolidou no sentido de que a renovação pode ser feita mais de uma vez, de forma sucessiva. A interceptação telefônica não poderá exceder o prazo de quinze dias, renovável por igual tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova. A Jurisprudência do STJ é no sentido de que a renovação pode ser feita mais de uma vez, desde que seja comprovada a necessidade. Art. 6° Deferido o pedido, a autoridade policial conduzirá os procedimentos de interceptação, dando ciência ao Ministério Público, que poderá acompanhar a sua realização. § 1°No caso de a diligência possibilitar a gravação da comunicação interceptada, será determinada a sua transcrição. § 2° Cumprida a diligência, a autoridade policial encaminhará o resultado da interceptação ao juiz, acompanhado de auto circunstanciado, que deverá conter o resumo das operações realizadas. Art. 7° Para os procedimentos de interceptação de que trata esta Lei, a autoridade policial poderá requisitar serviços e técnicos especializados às concessionárias de serviço público. A decisão judicial que autorizar a interceptação deve determinar também como a medida será conduzida. A interceptação deve ser realizada pela autoridade policial, que deverá sempre comunicar o Ministério Público acerca do andamento dos trabalhos. As concessionárias mencionadas pelo art. 7° são aquelas que prestam serviços telefônicos, de comunicação de dados, informática, etc. As concessionárias são obrigadas a conceder o apoio necessário à autoridade policial. Art. 8° A interceptação de comunicação telefônica, de qualquer natureza, ocorrerá em autos apartados, apensados aos autos do inquérito policial ou do processo criminal, preservando-se o sigilo das diligências, gravações e transcrições respectivas. Marcos Girão, Paulo Guimarães, Thais de Assunção (Equipe Marcos Girão) Aula 02 Legislação Penal p/ PC-PA - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 18 Para resguardar o sigilo, o procedimento de interceptação telefônica deve ser feito em autos próprios, separados dos autos do inquérito policial ou da ação penal principal. O sigilo obviamente é indispensável na interceptação, sob pena de frustrar todo o procedimento. Todavia, cessada por completo a interceptação, o investigado, no inquérito policial, ou o acusado, no processo criminal, tem o direito de ter acesso a todas as informações colhidas. É importante saber também que o STF já decidiu que não é possível obrigar o investigado ou acusado a fornecer padrões vocais para subsidiar prova pericial com o fim de autenticar as gravações obtidas por meio da interceptação. Art. 8º-A. Para investigação ou instrução criminal, poderá ser autorizada pelo juiz, a requerimento da autoridade policial ou do Ministério Público, a captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos, quando: I - a prova não puder ser feita por outros meios disponíveis e igualmente eficazes; e II - houver elementos probatórios razoáveis de autoria e participação em infrações criminais cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos ou em infrações penais conexas. § 1º O requerimento deverá descrever circunstanciadamente o local e a forma de instalação do dispositivo de captação ambiental. § 2º (VETADO). § 3º A captação ambiental não poderá exceder o prazo de 15 (quinze) dias, renovável por decisão judicial por iguais períodos, se comprovada a indispensabilidade do meio de prova e quando presente atividade criminal permanente, habitual ou continuada. § 4º (VETADO). § 5º Aplicam-se subsidiariamente à captação ambiental as regras previstas na legislação específica para a interceptação telefônica e telemática. Temos aqui uma novidade trazida no Pacote Anticrime, que busca regulamentar a captação ambiental realizada por terceiros. Vejam que os requisitos para o seu deferimento são bem semelhantes aos da Interceptação, não nos trazendo grandes novidades. Art. 9° A gravação que não interessar à prova será inutilizada por decisão judicial, durante o inquérito, a instrução processual ou após esta, em virtude de requerimento do Ministério Público ou da parte interessada. Parágrafo único. O incidente de inutilização será assistido pelo Ministério Público, sendo facultada a presença do acusado ou de seu representante legal. Se um investigado conseguir provar que é inocente, por exemplo, ele deve ter o direito de certificar-se que as gravações serão destruídas, resguardando-se seu direito à intimidade e à vida privada. Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática, promover escuta ambiental ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei. Pena: reclusão, de dois a quatro anos, e multa. Marcos Girão, Paulo Guimarães, Thais de Assunção (Equipe Marcos Girão) Aula 02 Legislação Penal p/ PC-PA - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 19 Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judicial que determina a execução de conduta prevista no caput deste artigo com objetivo não autorizado em lei. A nova Lei de Abuso de Autoridade fez uma pequena alteração no Art. 10 da Lei 9.296. Aqui já tínhamos a conduta criminalizada de quem intercepta as comunicações de outras pessoas sem autorização judicial. Acrescentaram no tipo penal a realização de escuta ambiental também. Criou-se ainda a figura do parágrafo único, para punir inclusive a autoridade judicial que determinar a interceptação com objetivos escusos. Por sua vez, se uma pessoa grava uma conversa da qual é interlocutor, não há crime, conforme se observa do parágrafo 1o abaixo. Art. 10-A. Realizar captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos para investigação ou instrução criminal sem autorização judicial, quando esta for exigida: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. § 1º Não há crime se a captação é realizada por um dos interlocutores. § 2º A pena será aplicada em dobro ao funcionário público que descumprir determinação de sigilo das investigações que envolvam a captação ambiental ou revelar o conteúdo das gravações enquanto mantido o sigilo judicial. O Art. 10-A também trata de inovações, mas desta vez trazidas pelo Pacote Anticrime. Essa captação é aquela realizada por terceiros, uma vez que o próprio parágrafo primeiro estabelece que não há crime se realizada por um dos interlocutores. Por último, vamos aprender alguns conceitos que tem sido aplicados pela Doutrina e pelos Tribunais acerca desse tema. INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA Captação da comunicação telefônica alheia por terceiro, sem o conhecimento dos comunicadores. ESCUTA TELEFÔNICA Captação da comunicação telefônica por terceiro, com o conhecimento de um dos comunicadores e desconhecimento do outro. GRAVAÇÃO TELEFÔNICA Gravação da comunicação por um dos comunicadores (autogravação). É feita sem o conhecimento do outro, por isso clandestina; INTERCEPTAÇÃO AMBIENTAL Captação da comunicação no próprio ambiente, por terceiro, sem conhecimento dos comunicadores ESCUTA AMBIENTAL Captação da comunicação, no ambiente dela, feita por terceiro, com o consentimento de um dos comunicadores; GRAVAÇÃO AMBIENTAL Captação no ambiente da comunicação feita por Marcos Girão, Paulo Guimarães, Thais de Assunção (Equipe Marcos Girão) Aula 02 Legislação Penal p/ PC-PA - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 20 um dos comunicadores (com gravador ou câmeras). Apenas a interceptação telefônica segue as diretrizes da Lei n° 9.296/1996, nos termos da decisão a seguir do STJ. Esses conceitos já foram abordados em provas, ok? DIREITO PROCESSUAL PENAL. INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA SEM AUTORIZAÇÃO JUDICIAL. VÍCIO INSANÁVEL. Não é válida a interceptação telefônica realizada sem prévia autorização judicial, ainda que haja posterior consentimento de um dos interlocutores para ser tratada como escuta telefônica e utilizada como prova em processo penal. A interceptação telefônica é a captação de conversa feita por um terceiro, sem o conhecimento dos interlocutores, que depende de ordem judicial, nos termos do inciso XII do artigo 5º da CF, regulamentado pela Lei n. 9.296/1996. A ausência de autorização judicial para captação da conversa macula a validade do material como prova para processo penal. A escuta telefônica é a captação de conversa feita por um terceiro, com o conhecimento de apenas um dos interlocutores. A gravação telefônica é feita por um dos interlocutores do diálogo,sem o consentimento ou a ciência do outro. A escuta e a gravação telefônicas, por não constituírem interceptação telefônica em sentido estrito, não estão sujeitas à Lei 9.296/1996, podendo ser utilizadas, a depender do caso concreto, como prova no processo. O fato de um dos interlocutores dos diálogos gravados de forma clandestina ter consentido posteriormente com a divulgação dos seus conteúdos não tem o condão de legitimar o ato, pois no momento da gravação não tinha ciência do artifício que foi implementado pelo responsável pela interceptação, não se podendo afirmar, portanto, que, caso soubesse, manteria tais conversas pelo telefone interceptado. Não existindo prévia autorização judicial, tampouco configurada a hipótese de gravação de comunicação telefônica, já que nenhum dos interlocutores tinha ciência de tal artifício no momento dos diálogos interceptados, se faz imperiosa a declaração de nulidade da prova, para que não surta efeitos na ação penal. Precedente citado: EDcl no HC 130.429-CE, DJe 17/5/2010. HC 161.053-SP, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 27/11/2012. CONSIDERAÇÕES FINAIS Chegamos ao final da aula! Quaisquer dúvidas, sugestões ou críticas entrem em contato conosco. Estou disponível no fórum no Curso, por e-mail e nas minhas redes sociais. Aguardo vocês na próxima aula. Até lá! Paulo Guimarães E-mail: professorpauloguimaraes@gmail.com Marcos Girão, Paulo Guimarães, Thais de Assunção (Equipe Marcos Girão) Aula 02 Legislação Penal p/ PC-PA - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 21 Instagram: @profpauloguimaraes Marcos Girão, Paulo Guimarães, Thais de Assunção (Equipe Marcos Girão) Aula 02 Legislação Penal p/ PC-PA - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 22 QUESTÕES COMENTADAS 1. AGU – Advogado – 2015 – Cespe. Ao receber uma denúncia anônima por telefone, a autoridade policial realizou diligências investigatórias prévias à instauração do inquérito policial com a finalidade de obter elementos que confirmassem a veracidade da informação. Confirmados os indícios da ocorrência de crime de extorsão, o inquérito foi instaurado, tendo o delegado requerido à companhia telefônica o envio de lista com o registro de ligações telefônicas efetuadas pelo suspeito para a vítima. Prosseguindo na investigação, o delegado, sem autorização judicial, determinou a instalação de grampo telefônico no telefone do suspeito, o que revelou, sem nenhuma dúvida, a materialidade e a autoria delitivas. O inquérito foi relatado, com o indiciamento do suspeito, e enviado ao MP. Nessa situação hipotética, considerando as normas relativas à investigação criminal, A interceptação telefônica efetuada poderá ser convalidada se o suspeito, posteriormente, confessar espontaneamente o crime cometido e não impugnar a prova. Comentários A interceptação telefônica depende de autorização judicial prévia. Se não houver autorização, não há a possibilidade de convalidação do ato! GABARITO: ERRADO 2. PC-CE – Delegado de Polícia – 2015 – Vunesp. Assinale alternativa que contempla todas as hipóteses de decretação de interceptação telefônica (art. 3o, Lei no 9.296/96). a) Pelo juiz, a requerimento da autoridade policial, na investigação criminal; ou pelo juiz, a requerimento do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na instrução processual penal. b) Pelo juiz, a requerimento da autoridade policial, na investigação criminal; ou a requerimento do representante do Ministério Público ou da autoridade policial, na instrução processual penal. c) Pelo juiz, a requerimento da autoridade policial, na investigação criminal; ou a requerimento do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na instrução processual penal. d) Pelo juiz, de ofício, ou a requerimento da autoridade policial, na investigação criminal; ou a requerimento do representante do Ministério Público ou da autoridade policial, na instrução processual penal. e) Pelo juiz, de ofício, ou a requerimento da autoridade policial, na investigação criminal; ou a requerimento do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na instrução processual penal. Marcos Girão, Paulo Guimarães, Thais de Assunção (Equipe Marcos Girão) Aula 02 Legislação Penal p/ PC-PA - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 23 Comentários Aqui a banca nos cobra a letra do art. 3o da Lei no 9.296/1996: Art. 3° A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada pelo juiz, de ofício ou a requerimento: I - da autoridade policial, na investigação criminal; II - do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na instrução processual penal. GABARITO: E 3. PC-CE – Delegado de Polícia – 2015 – Vunesp. No curso das investigações, a Autoridade Policial toma conhecimento de intenso tráfico de drogas realizado por uma associação em determinada região da cidade e, com vistas à identificação e prisão dos criminosos, intercepta as conversas telefônicas de quatro suspeitos. Com relação a essa conduta, é correto afirmar que a Autoridade Policial a) agiu corretamente, considerando que uma vez presentes fortes indícios de autoria e materialidade de delito punido com pena de reclusão, pode a Autoridade Policial determinar a interceptação das conversas telefônicas com base na Lei no 9.296/96. b) incorreu no crime previsto no artigo 10 da Lei no 9.296/96. c) agiu corretamente, considerando que a interceptação de comunicações telefônicas sobrepõe-se e dispensa outros meios de provas. d) não agiu corretamente, porque, segundo a lei, somente se autoriza interceptação de comunicação telefônica no curso da instrução processual e não no curso das investigações. e) não agiu corretamente, porque deveria ter submetido a análise da necessidade dessa prova ao Ministério Público, buscando autorização com o órgão ministerial. Comentários A autoridade policial NÃO PODE fazer interceptação telefônica por conta própria, em hipótese alguma. Essa conduta inclusive é considerada crime pela própria Lei no 9.296/1996. Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática, ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei. Pena: reclusão, de dois a quatro anos, e multa. GABARITO: B 4. TRF 1a Região – Juiz Federal – 2015 – Cespe. A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada pelo juiz a requerimento a) do assistente de acusação, durante a investigação criminal. b) do ministro da Fazenda, quando da investigação de crimes contra a ordem tributária. c) da autoridade policial, durante a investigação criminal. d) do MP, somente após o recebimento da denúncia. e) do ministro da Justiça, se o crime praticado envolver a violação de direitos humanos. Marcos Girão, Paulo Guimarães, Thais de Assunção (Equipe Marcos Girão) Aula 02 Legislação Penal p/ PC-PA - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 24 Comentários Mais uma vez a banca nos cobra conhecimento do conteúdo do art. 3o, que apenas permite que a interceptação seja autorizada a pedido da autoridade policial, na investigação criminal; ou do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na instrução processual penal. GABARITO: C 5. PC-BA – Delegado de Polícia – 2013 – Cespe. A conversa telefônica gravada por um dos interlocutores não é considerada interceptação telefônica. Comentários O STF já aceitou a prova obtida por meio da gravação realizada por um dos interlocutores. Nesse caso não há interceptação telefônica, e, portanto, não há ofensa à Constituição Federal. GABARITO: CERTO 6. MPE-SC – Promotor de Justiça – 2013 – MPE-SC. A interceptação telefônica ou interceptação em sentido estrito consiste na captação da comunicação telefônica por um terceiro, sem o conhecimento de nenhum dos comunicadores; enquanto a escuta telefônica reveste-se nacaptação da comunicação telefônica por terceiro, com o conhecimento de um dos comunicadores e desconhecimento do outro. Comentários Perceba que para responder essa questão bastava conhecer os conceitos utilizados pela Doutrina e pela Jurisprudência. Vamos relembrar? INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA Captação da comunicação telefônica alheia por terceiro, sem o conhecimento dos comunicadores. ESCUTA TELEFÔNICA Captação da comunicação telefônica por terceiro, com o conhecimento de um dos comunicadores e desconhecimento do outro. GRAVAÇÃO TELEFÔNICA Gravação da comunicação por um dos comunicadores (autogravação). É feita sem o conhecimento do outro, por isso clandestina; INTERCEPTAÇÃO AMBIENTAL Captação da comunicação no próprio ambiente, por terceiro, sem conhecimento dos comunicadores ESCUTA AMBIENTAL Captação da comunicação, no ambiente dela, feita por terceiro, com o consentimento de um dos comunicadores; GRAVAÇÃO AMBIENTAL Captação no ambiente da comunicação feita por um dos comunicadores (com gravador ou câmeras). GABARITO: CERTO Marcos Girão, Paulo Guimarães, Thais de Assunção (Equipe Marcos Girão) Aula 02 Legislação Penal p/ PC-PA - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 25 7. MPE-SP – Analista de Promotoria – 2013 – IBFC. Com relação ao pedido de interceptação telefônica previsto na Lei Federal n° 9.296/1996, assinale a alternativa CORRETA: a) Será feito, apenas, por escrito, e deverá ser decidido em 48 (quarenta e oito) horas. b) Como regra, será feito verbalmente ao juiz, para preservar o sigilo das investigações, e deverá ser decidido em 48 (quarenta e oito) horas. c) Será feito, apenas, por escrito, contendo a demonstração de sua necessidade para a apuração da infração penal, indicando os meios a serem empregados, e deverá ser decidido em 24 (vinte e quatro) horas. d) Como regra, será feito por escrito e, em casos excepcionais, o juiz poderá admitir seja formulado verbalmente e, em ambos os casos, deverá ser decidido em 24 (vinte e quatro) horas. e) Como regra, será feito por escrito e, em casos excepcionais, o juiz poderá admitir seja formulado verbalmente e, em ambos os casos, deverá ser decidido em 48 (quarenta e oito) horas. Comentários Nos termos do art. 4o, o pedido pode ser admitido excepcionalmente de forma verbal, desde que estejam presentes os pressupostos que autorizem a interceptação, caso em que a concessão será condicionada à sua redução a termo, devendo o pedido ser decidido no prazo de 24h. GABARITO: D 8. MPE-SP – Analista de Promotoria – 2013 – IBFC. Analise as assertivas abaixo: I. Admite-se a interceptação telefônica se o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção. II. Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando a prova puder ser feita por outros meios disponíveis. III. A interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza, destina-se à obtenção de prova em investigação criminal. IV. Admite-se a interceptação telefônica ainda que não hajam indícios razoáveis de autoria ou participação em infração penal, já que a medida visa, justamente, o esclarecimento dos fatos. Com relação às disposições da Lei de Interceptação Telefônica, está CORRETO, apenas, o que se afirma em: a) II e III. b) I e II. c) I e IV. d) II. e) III e IV. Comentários Marcos Girão, Paulo Guimarães, Thais de Assunção (Equipe Marcos Girão) Aula 02 Legislação Penal p/ PC-PA - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 26 A assertiva I está incorreta porque o crime deve ser punido com reclusão. A assertiva IV está incorreta porque para admitir-se a interceptação telefônica deve haver indícios razoáveis de autoria ou participação em infração penal. GABARITO: A 9. MPE-RJ - Analista do Ministério Público – 2016 – FGV. Carlos é investigado pela prática do crime de homicídio culposo na direção de veículo automotor (art. 302, CTB – pena: detenção, de 2 a 4 anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor). No curso das investigações, o Ministério Público encontra dificuldades na obtenção da justa causa, mas constam informações de que Carlos conversa e ri dos fatos com amigos ao telefone, admitindo o crime. Diante disso, o delegado representa pela interceptação de comunicações telefônicas. Sobre os fatos narrados, é correto afirmar que a interceptação: a) não deverá ser decretada, pois ainda na fase de inquérito policial; b) poderá ser decretada, mas não poderá ultrapassar o prazo de 30 dias, prorrogável por igual período; c) não deverá ser decretada em razão da pena prevista ao delito investigado; d) poderá ser decretada e a divulgação de seu conteúdo sem autorização judicial configura crime; e) poderá ser decretada, sendo que o conteúdo interceptado deverá ser, necessariamente, integralmente transcrito. Comentários Correto o item C, pois não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção. (Art. 2º, III da lei n° 9.296/1996). Letra A: errado! A interceptação telefônica pode ser decretada tanto em sede de investigação criminal (ex.: inquérito policial) quanto em sede de instrução processual (fase judicial). (Art. 1º da lei n° 9.296/1996) Letra B: errado! A interceptação não poderá ser decretada, mas caso fosse, a sua duração não excederia o prazo de quinze dias, renovável por igual tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova. (Art. 5º da lei n° 9.296/1996). Letra D: errado! A interceptação não poderá ser decretada. Destaco para vocês que a última parte da questão está correta, uma vez que constitui crime quebrar, sem autorização, o segredo de justiça que os conteúdos interceptados gozam. (Art. 10 da lei n° 9.296/1996). Letra E: errado! A interceptação não poderá ser decretada. Mais do que isso, somente no caso de a diligência possibilitar a gravação da comunicação interceptada, será determinada a sua transcrição. (Art. 6º, §1º da lei n° 9.296/1996) GABARITO: C 10. PJC-MT - Delegado de Polícia – 2017 – CESPE. Acerca dos procedimentos e pressupostos legais da interceptação telefônica, assinale a opção correta. Marcos Girão, Paulo Guimarães, Thais de Assunção (Equipe Marcos Girão) Aula 02 Legislação Penal p/ PC-PA - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 27 a) É possível a interceptação telefônica em investigação criminal destinada a apuração de delito de ameaça ocorrido em âmbito doméstico e abrangido pela Lei Maria da Penha. b) Pode o juiz, excepcionalmente, admitir o pedido de interceptação telefônica feito pela autoridade policial de forma verbal, condicionada a sua concessão à redução do pedido a termo. c) No curso das investigações e no decorrer da instrução criminal, a interceptação telefônica poderá ser determinada de ofício pelo juiz. d) Decisão judicial que indefira pedido de interceptação telefônica formulado por autoridade policial será irrecorrível; aquela decisão que indeferir requerimento formulado pelo MP poderá ser impugnada por recurso em sentido estrito. e) A interceptação telefônica inicialmente realizada sem autorização judicial poderá, mediante consentimento dos interlocutores, ser validada posteriormente pelo juiz da causa. Comentários A alternativa A está incorreta. Nos termos do art. 2º, não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando, entre outras hipóteses, o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção. A alternativa B está correta. De acordo com o art. 4°, § 1°, excepcionalmente, o juiz poderá admitir que o pedido seja formulado verbalmente, desde que estejam presentes os pressupostos que autorizem a interceptação, caso em que a concessão será condicionada à sua redução a termo. A alternativa C está incorreta. Nos termos do art. 3°, a interceptação das comunicações telefônicaspoderá ser determinada pelo juiz, de ofício ou a requerimento: I - da autoridade policial, na investigação criminal; II - do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na instrução processual penal. A alternativa D está incorreta. Concordando com os termos do requerimento de Interceptação formulado pelo Delegado, o Ministério Público poderá recorrer da decisão, por meio do Recurso em Sentido Estrito. A alternativa E está incorreta, nos termos do seguinte julgado do STJ. DIREITO PROCESSUAL PENAL. INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA SEM AUTORIZAÇÃO JUDICIAL. VÍCIO INSANÁVEL. Não é válida a interceptação telefônica realizada sem prévia autorização judicial, ainda que haja posterior consentimento de um dos interlocutores para ser tratada como escuta telefônica e utilizada como prova em processo penal. A interceptação telefônica é a captação de conversa feita por um terceiro, sem o conhecimento dos interlocutores, que depende de ordem judicial, nos termos do inciso XII do artigo 5º da CF, regulamentado pela Lei n. 9.296/1996. A ausência de autorização judicial para captação da conversa macula a validade do material como prova para processo penal. A escuta telefônica é a captação de conversa feita por um terceiro, com o conhecimento de apenas um dos interlocutores. A gravação telefônica é feita por um dos interlocutores do diálogo, sem o consentimento ou a ciência do outro. Marcos Girão, Paulo Guimarães, Thais de Assunção (Equipe Marcos Girão) Aula 02 Legislação Penal p/ PC-PA - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 28 A escuta e a gravação telefônicas, por não constituírem interceptação telefônica em sentido estrito, não estão sujeitas à Lei 9.296/1996, podendo ser utilizadas, a depender do caso concreto, como prova no processo. O fato de um dos interlocutores dos diálogos gravados de forma clandestina ter consentido posteriormente com a divulgação dos seus conteúdos não tem o condão de legitimar o ato, pois no momento da gravação não tinha ciência do artifício que foi implementado pelo responsável pela interceptação, não se podendo afirmar, portanto, que, caso soubesse, manteria tais conversas pelo telefone interceptado. Não existindo prévia autorização judicial, tampouco configurada a hipótese de gravação de comunicação telefônica, já que nenhum dos interlocutores tinha ciência de tal artifício no momento dos diálogos interceptados, se faz imperiosa a declaração de nulidade da prova, para que não surta efeitos na ação penal. Precedente citado: EDcl no HC 130.429-CE, DJe 17/5/2010. HC 161.053-SP, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 27/11/2012. GABARITO: B 11. PCDF – Papiloscopista – 2015 – Universa. Constitui um dos requisitos para que seja admitida a interceptação telefônica, segundo a Lei n.º 9.296/1996, o(a) a) fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção. b) existência de indícios razoáveis da participação em infração penal. c) fato investigado constituir infração penal punida com pena de multa. d) indício razoável da autoria em contravenção penal. e) possibilidade de a prova poder ser feita por outros meios disponíveis. Comentários Para responder corretamente à questão você precisa conhecer o art. 2o da Lei no 9.296/1996. Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses: I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal; II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis; III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção. Você já deve ter percebido que a única resposta possível é a alternativa B, pois é necessário haver indícios razoáveis, o fato investigado precisa ser punido pelo menos com reclusão (o que já exclui as contravenções penais), e, além disso, não pode ser possível que a prova seja feita por outros meios. GABARITO: B 12. Polícia Científica-PE – Perito – 2016 – Cespe. A interceptação de comunicações telefônicas a) pode ser determinada de ofício pelo juiz durante a investigação criminal. Marcos Girão, Paulo Guimarães, Thais de Assunção (Equipe Marcos Girão) Aula 02 Legislação Penal p/ PC-PA - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 29 b) pode ser requerida pela autoridade policial no curso da instrução processual penal. c) depende da existência de indícios razoáveis de autoria e da materialidade da infração penal. d) é admitida, quando autorizada por juiz, mesmo que a prova possa ser feita por outros meios disponíveis. e) é admitida se o fato investigado constituir infração penal punida, pelo menos, com pena de detenção. Comentários Nossa resposta é a alternativa A, pois o art. 3o autoriza, já em seu caput, a decretação da interceptação telefônica de ofício pelo juiz. A alternativa B está incorreta porque a medida pode ser requerida pela autoridade policial no curso da investigação criminal, e não da instrução processual penal. A alternativa C está incorreta porque a exigência do art. 2o é de que haja indícios de participação na infração penal, e não de materialidade. A alternativa D está incorreta porque a interceptação só é autorizada quando não for possível a produção de provas por outros meios. A alternativa E está incorreta porque a interceptação não é admitida para infrações punidas com pena de até detenção. GABARITO: A 13. PC-GO – Agente de Polícia – 2016 – Cespe. Caso uma pessoa seja ré em processo criminal por supostamente ter cometido homicídio qualificado, eventual interceptação de suas comunicações telefônicas a) dependerá de ordem do juiz competente, sob segredo de justiça. b) poderá ser admitida por meio de parecer favorável de representante do MP. c) não poderá exceder o prazo improrrogável de quinze dias, se concedida pelo juiz. d) poderá ser admitida, ainda que a prova possa ser feita por outros meios. e) deverá ser negada, se for requerida verbalmente ao juiz competente. Comentários A interceptação telefônica sempre de pende de ordem judicial, e por isso nossa resposta será a alternativa A. Isso também torna a alternativa B incorreta, não é mesmo!? A interceptação não poderá exceder o prazo de 15 dias, mas pode haver prorrogação, nos termos do art. 5o. A alternativa C, portanto, está incorreta. A alternativa D está incorreta porque a interceptação telefônica somente pode ser admitida quando não for possível produzir a prova por outros meios. A alternativa E está incorreta porque, excepcionalmente, o juiz poderá admitir que o pedido seja formulado verbalmente, desde que estejam presentes os pressupostos que autorizem a interceptação. GABARITO: A 14. PC-GO – Agente de Polícia – 2016 – Cespe. • Cláudio responde a IP por supostamente ter cometido crime sujeito a pena de reclusão. • Ana é ré em processo criminal por supostamente ter cometido crime sujeito a pena de detenção. • Clóvis responde a IP por supostamente ter cometido crime sujeito a pena de detenção. Nessas situações hipotéticas, poderá ocorrer a interceptação das comunicações telefônicas Marcos Girão, Paulo Guimarães, Thais de Assunção (Equipe Marcos Girão) Aula 02 Legislação Penal p/ PC-PA - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 30 a) de Cláudio e de Clóvis, mediante requerimento da autoridade policial. b) somente de Ana, por meio de requerimento do representante do MP. c) somente de Clóvis, mediante requerimento do representante do MP. d) de Ana, de Clóvis e de Cláudio, por meio de despacho de ofício do juiz ou mediante requerimento da autoridade policial ou do representante do MP. e) somente de Cláudio, por meio de despacho de ofício do juiz. Comentários A questão cobra conhecimento do dispositivo segundo o qual não pode haver interceptação telefônica quando o crime em questão tiver cominada a pena de até detenção. Somente quando houver previsão da pena de reclusão poderá haver interceptação telefônica, e por isso oapenas Cláudio poderá ter suas comunicações interceptadas. Nossa resposta, portanto, é a alternativa E. GABARITO: E 15. TRT - 7ª Região (CE) - Analista Judiciário – Contabilidade – 2017 – CESPE. Embora a CF preveja a inviolabilidade das comunicações telefônicas, é admitida a interceptação das comunicações telefônicas, na forma da lei, para fins de investigação criminal ou a) instrução processual penal, mediante autorização judicial, por determinação de comissão parlamentar de inquérito regularmente instaurada, ou investigação de ato de improbidade administrativa, por determinação do Ministério Público. b) instrução processual penal, mediante autorização judicial. c) instrução processual penal, mediante autorização judicial, ou por determinação de comissão parlamentar de inquérito regularmente instaurada. d) instrução processual penal, mediante autorização judicial, ou investigação de ato de improbidade administrativa, por determinação do Ministério Público. Comentários Nos termos do art. 1º, a interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza, para prova em investigação criminal e em instrução processual penal, observará o disposto na Lei n. 9.296/1997 e dependerá de ordem do juiz competente da ação principal, sob segredo de justiça. GABARITO: B 16. SERES-PE - Agente de Segurança Penitenciária – 2017 – CESPE. De acordo com a Lei n.º 9.296/1996, a interceptação de comunicações telefônicas como meio de prova em investigação criminal deve ser a) admitida em inquéritos instaurados para a apuração de crimes punidos com pena de detenção ou reclusão. b) deferida de ofício por autoridade policial, independentemente de autorização judicial. c) deferida por autoridade judicial e conduzida por autoridade policial, que deverá dar ciência ao Ministério Público, para que este acompanhe as diligências. Marcos Girão, Paulo Guimarães, Thais de Assunção (Equipe Marcos Girão) Aula 02 Legislação Penal p/ PC-PA - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 31 d) registrada nos próprios autos do inquérito, resguardando-se sigilo quanto aos investigados. e) executada por técnicos especializados das concessionárias de serviço público de telefonia, conforme determinar a autoridade policial. Comentários A alternativa A está incorreta, nos termos do art. 2º da Lei n. 9.296/1997. Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses: I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal; II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis; III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção. A alternativa B está incorreta, nos termos do art. 1º. Art. 1º A interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza, para prova em investigação criminal e em instrução processual penal, observará o disposto nesta Lei e dependerá de ordem do juiz competente da ação principal, sob segredo de justiça. A alternativa C está correta, nos termos do art. 6º. Art. 6° Deferido o pedido, a autoridade policial conduzirá os procedimentos de interceptação, dando ciência ao Ministério Público, que poderá acompanhar a sua realização. A alternativa D está incorreta, nos termos do art. 8º. Art. 8° A interceptação de comunicação telefônica, de qualquer natureza, ocorrerá em autos apartados, apensados aos autos do inquérito policial ou do processo criminal, preservando-se o sigilo das diligências, gravações e transcrições respectivas. Parágrafo único. A apensação somente poderá ser realizada imediatamente antes do relatório da autoridade, quando se tratar de inquérito policial (Código de Processo Penal, art.10, § 1°) ou na conclusão do processo ao juiz para o despacho decorrente do disposto nos arts. 407, 502 ou 538 do Código de Processo Penal. A alternativa E está incorreta, nos termos do art. 7º. Art. 7° Para os procedimentos de interceptação de que trata esta Lei, a autoridade policial poderá requisitar serviços e técnicos especializados às concessionárias de serviço público. GABARITO: C 17. PC-AC - Agente de Polícia Civil – 2017 – IBADE. Euclênio, jornalista, teve seu telefone interceptado para que fosse descoberta a fonte de uma reportagem, uma vez que alguém repassara informações a ele para uma matéria sobre corrupção no poder público. A polícia civil, ao elaborar a representação pela receptação telefônica sustentou que a fonte do jornalista participara de um esquema de desvio de verbas públicas e sua identificação seria imprescindível para o sucesso da investigação. Nesse contexto, é correto afirmar que: Marcos Girão, Paulo Guimarães, Thais de Assunção (Equipe Marcos Girão) Aula 02 Legislação Penal p/ PC-PA - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 32 a) em que pese o sigilo da fonte ser um direito fundamental, a interceptação telefônica é legal, mesmo que o jornalista não tenha participado do crime. b) a interceptação telefônica é legal, mesmo que c jornalista não tenha participado do crime, devendo ser considerado que o sigilo da fonte não foi arrolado entre os direitos fundamentais. c) a interceptação telefônica é ilegal porquanto o jornalista não tenha participação no crime e a CRFB/88 estabeleça o sigilo da fonte como direito individual. d) considera-se a interceptação telefônica ilegal, tendo em vista que o jornalista não participou do crime, contudo não há previsão constitucional ao sigilo da fonte. e) o jornalista não poderia ser interceptado em hipótese alguma, pois a CRFB/88 lhe garante a cláusula de reserva absoluta. Comentários Como você já sabe, a interceptação telefônica deverá ser utilizada apenas para fins de investigação criminal, e não para quebrar o sigilo da fonte jornalística. Portanto, a interceptação telefônica do caso da questão foi realizada ilegalmente. GABARITO: C 18. PC-AC - Agente de Polícia Civil – 2017 – IBADE. No que tange à Lei n° 9.296/1996, que regulamenta a interceptação de comunicação telefônica, assinale a alternativa correta. a) A decisão que autorizar a interceptação de comunicação telefônica será fundamentada, sob pena de nulidade, indicando também a forma de execução da diligência, que não poderá exceder o prazo de dez dias, renovável por igual tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova. b) Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção. c) O juiz. no prazo máximo de quarenta e oito horas, decidirá sobre o pedido de interceptação de comunicação telefônica representado pela autoridade policial. d) A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada pelo juiz, a requerimento da autoridade policial, na instrução criminal. e) A interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza, para prova em investigação criminal e em instrução processual penal, observará o disposto nesta lei e dependerá de ordem do juiz competente da ação principal, excluindo-se o segredo de justiça. Comentários A alternativa A está incorreta. O prazo é de 15 dias, renovável por igual período. A alternativa B está correta, nos termos do art. 2º, III. A alternativa C está incorreta. O prazo máximo neste caso é e 24 horas. A alternativa D está incorreta. Particularmente, considero essa alternativa um pouco estranha. A meu ver ela está correta, apesar de incompleta. Marcos Girão, Paulo Guimarães, Thais de Assunção (Equipe Marcos Girão) Aula 02 Legislação Penal p/ PC-PA - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 33 A alternativa E está incorreta. Nos termos do art. 1º, a interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza, para prova em investigação criminal e em instrução processual penal, observará o disposto nesta lei e dependerá de ordem do juiz competente da ação principal, sob segredo de justiça. GABARITO: B 19. Câmara
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