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A diferença entre CRIME e CONTRAVENÇÃO PENAL foi disciplinada pela LEI DE INTRODUÇÃO AO CÓDIGO PENAL:
 
Art 1º Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; contravenção, a infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente.
Assim, INFRAÇÃO PENAL é um gênero de duas espécies: CRIME ou DELITO (reclusão ou detenção) e CONTRAVENÇÃO PENAL (prisão simples ou multa).
O conceito ANALÍTICO ou FRAGMENTADO de crime busca estudar/indicar quais ELEMENTOS (fragmentos) devem estar presentes para que determinada conduta seja considerada CRIME.
A doutrina diverge quanto aos elementos (as partes, as peças) necessários para configuração de um crime. As teorias são muitas. Divergem conforme o número de PARTES (elementos) de um crime e quais são essas PARTES de um crime.
 
Cabe destacar a TEORIA TRIPARTIDA (crime é FATO TÍPICO, ANTIJURÍDICO e CULPÁVEL) é a majoritária na doutrina brasileira.
 
As contravenções penais são de ação penal PÚBLICA (e não privada).
Veja a Lei de Contravenções Penais:
Art. 17. A ação penal é pública, devendo a autoridade proceder de ofício.
A contravenções penais não admitem tentativa.
Veja a Lei de Contravenções Penais:
Art. 4º Não é punível a tentativa de contravenção.
A doutrina brasileira majoritária adota o conceito formal de crime, definindo-o como toda conduta que se enquadra no tipo penal previsto em lei.
Por outro lado, atualmente, a doutrina e a jurisprudência também exige um caráter material, ou seja, que tenha uma consequência no mundo material, no mundo real.
Não basta violar o que está ESCRITO na lei (Crime Formal), a conduta deve ter SIGNIFICANTE consequência no mundo material (Crime Material).
Assim, o Judiciário vem entendendo, que em alguns casos, a lesão ao bem jurídico protegido (tutelado) é tão pequena, tão INSIGNIFICANTE, que não haverá crime, que não haverá TIPICIDADE MATERIAL, por mais que haja tipicidade formal (o fato se encaixe perfeitamente ao tipo penal).
FATO TIPICO
Desta forma, os elementos do fato típico incluem conduta, resultado, nexo causal e tipicidade.
ACAO E OMISSAO.
A questão trata da relevância da omissão.
Sobre o tema, veja o que diz o artigo 13 do CP:
Relação de causalidade (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Superveniência de causa independente (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Relevância da omissão (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Na verdade, a análise do nexo causal, nesse caso, tem de avaliar se o resultado ocorreria ou não caso houvesse a interrupção do nexo causal a que o cuidador estava legalmente obrigado.
 
É a chamada omissão imprópria, que ocorre nos chamados crimes comissivos por omissão: o tipo penal não é omissivo, é comissivo. Todavia, há omissão daquele que tinha o dever legal de impedir o resultado.
 
A omissão própria, a seu turno, tem vez naqueles crimes cujo tipo penal já prevê, na descrição da conduta típica, a omissão. Assim o é no tipo de omissão de socorro, previsto no Código Penal no artigo 135 do CP:
Portanto, nos omissivos impróprios não existe uma norma penal que descreve a omissão ou o não fazer. Esse tipo de característica são dos omissivos próprios. Portanto, a incorreta é a letra A
Trata-se na verdade de uma forma de COMETER um CRIME COMISSIVO (de ação) por meio de uma OMISSÃO. No caso, a mãe cometeu o HOMICÍDIO (um crime de ação - “matar”) por meio de uma OMISSÃO (deixou de amamentar).
 
O movimento reflexo, a hipnose e o sonambulismo afastam a conduta. É a doutrina:
2) Atos ou movimentos reflexos: consistem em reação motora ou secretora em conseqüência de uma excitação dos sentidos. O movimento corpóreo não se deve ao elemento votivo, mas sim ao fisiológico. Ausente a vontade, estará ausente também a conduta.
(...)
4) Sonambulismo e hipnose: também não há conduta, por falta de vontade nos comportamentos praticados em completo estado de inconsciência. Anote-se que a embriaguez, voluntária ou culposa, embora completa, não exclui a conduta. Subsiste a imputabilidade e, consequentemente, a culpabilidade (CP, art. 28, II). MASSON, Cleber. 
 Os crimes omissivos impróprios admitem tentativa, o que não admite tentativa é o crime omissivo próprio (o crime se consuma com a simples omissão, logo, é impossível tentar se omitir). Como existe essa diferença, entendo que caberia a ANULAÇÃO da questão.
Os crimes omissivos próprios NÃO exigem para a sua consumação resultado naturalístico. Já os crimes omissivos impróprios exigem para a sua consumação resultado naturalístico. Como existe essa diferença, entendo que caberia a ANULAÇÃO da questão.
A doutrina que prevalece entende que é possível o crime omissivo impróprio admite participação ou coautoria.
COMISSIVO é um crime cometido por meio de uma ação.
 No caso, a pessoa ADICIONOU VENENO (UMA AÇÃO) na alimentação de outra pessoa.
 Assim, trata-se de uma conduta comissivo.
DOLO, CULPA E PRETERDOLOSO
 Pela adequação típica mediata ou indireta, haverá subsunção da conduta ao tipo penal por meio de uma outra norma, de caráter extensivo.
VERDADEIRA. A adequação típica mediata ou indireta ocorre com a interface da chamada norma de viés extensivo ou norma de caráter extensivo. 
Ex.: tentativa. Veja o que prevê o CP:
Art. 14, CP: Diz-se do crime:                                                                                                                     (...)  tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente.
Perceba que, se uma pessoa atira na outra, mas, por qualquer motivo, erra o tiro, não estará percorrido todo o iter do art. 121, CP (matar alguém). Dessa forma, far-se-á a adequação típica mediata ou indireta, por meio da norma de interface prevista no art. 14, II, CP.
Perceba que, se uma pessoa atira na outra, mas, por qualquer motivo, erra o tiro, não estará percorrido todo o iter do art. 121, CP (matar alguém). Dessa forma, far-se-á a adequação típica mediata ou indireta, por meio da norma de interface prevista no art. 14, II, CP.
- A tipicidade, como elemento integrador do conceito de delito, expressa a contrariedade do fato com todo o ordenamento jurídico.
FALSA. Tipicidade é a adequação do fato à norma, a reunião de todos os elementos que definem um delito. Pode-se falar também em tipicidade formal (prática do verbo previsto no tipo penal) e tipicidade material (efetiva e relevante lesão ao bem jurídico).
 
De acordo com a teoria indiciária da tipicidade, também chamada de ratio cognoscendi, a tipicidade possui uma finalidade unicamente descritiva, nada indicando a respeito da ilicitude.
FALSA. A teoria indiciária, como o próprio nome sugere, diz que a tipicidade é um indício de que há também ilicitude, devendo ser ratificado, no caso concreto, se houve efetiva lesão.
- Pelo caráter excepcional do delito culposo, salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente.
VERDADEIRA.Texto expresso do CP, veja:
Art. 18, p. único, CP: Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente.
- No chamado dolo eventual, o agente prevê o resultado danoso como possível, mas não o deseja diretamente e ainda tem a convicção de que não ocorrerá.
FALSA. No dolo eventual, o agente prevê o resultado e assume o risco de produzi-lo. A definição contida na assertiva, na verdade, refere-se à chamada culpa consciente, que se caracteriza quando o agente acredita fielmente que o resultado não acontecerá, apesar de saber de sua possibilidade.
O Código Penal diz o que é CRIME CULPOSO:
 
Art. 18 – Diz-se o crime: (...)
II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia.
 
Na conduta CULPOSA o agente NÃO QUER O RESULTADO. O agente também NÃO ASSUME O RISCO DE PRODUZIR O RESULTADO. O agente NÃO ACEITA QUE O RESULTADO VENHA OCORRER.
 
Na CULPA a pessoa não quer produzir um resultado, mas “sem querer” produz.
 
Isso não significa que todo mundo que produz um resultado “sem querer” estará agindo com CULPA.
 
Se o resultado for IMPREVISÍVEL, não haverá culpa.
 
Previsibilidade é a capacidade de uma pessoa normal (mediana) prever o resultado.
 
Assim, para haver crime culposo é IMPRESCINDÍVEL (NECESSÁRIA) a previsibilidade do resultado.
 
Se o resultado não era previsível não haverá culpa, não haverá fato típico, não haverá crime.
 
Então, só haverá CULPA se o resultado for previsível.
 
Nos termos da questão, é correto afirmar que constitui elemento de crime culposo:
· conduta
· inobservância do dever de cuidado objetivo
· resultado lesivo involuntário
· tipicidade,
· previsibilidade.
 
Assim, sobre o crime culposo, há culpa quando o sujeito ativo, voluntariamente, descumpre um dever de cuidado, provocando resultado criminoso por ele não desejado.
Veja que o crime é DOLOSO em dois casos:
· Quando o agente quis o resultado – é o DOLO DIRETO;
· Quando o agente assumiu o risco de produzir o resultado – é o DOLO EVENTUAL.
 
No dolo eventual o agente assumi o risco de produzir o resultado. Assumir o risco é tolerar o resultado. Assumir o risco é dizer: “Dane-se, sei posso causar um acidente, mas não ligo”. Em outras palavras, no dolo eventual o agente ACEITA EVENTUAL ocorrência do resultado.
 
Importante saber que na culpa CONSCIENTE o agente tem CONSCIÊNCIA da previsibilidade da ocorrência do RESULTADO. Veja bem, o agente tem CONSCIÊNCIA da possibilidade de ocorrer o resultado, mas ele não aceita que esse resultado poderia ocorrer, por isso age com CULPA CONSCIENTE. 
É atípico o comportamento praticado debaixo de irresistível coação física, respondendo o coator pelo fato na condição de autor imediato em concurso com a coação.
 
A coação física irresistível exclui a própria conduta, pois não há DOLO, não há CULPA, NÃO HÁ FATO TÍPICO, visto que o agente foi FISICAMENTE compelido a fazer algo.
 
 
Deste modo, a coação física irresistível exclui o fato típico.
O Código Penal diz o que é CRIME CULPOSO:
 
Art. 18 – Diz-se o crime:
(...)
II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia.
 
Na conduta CULPOSA o agente NÃO QUER O RESULTADO. O agente também NÃO ASSUME O RISCO DE PRODUZIR O RESULTADO. O agente NÃO ACEITA QUE O RESULTADO VENHA OCORRER.
 
A palavra-chave na conduta culposa é DESCUIDO.
 
O agente não tem vontade de “matar”. Não aceita que possa eventualmente “matar” alguém. Mas sua conduta é DESCUIDADA, e por isso, acaba “matando”.
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.
Sobre o resultado diverso do pretendido, temos:
Art. 74 - Fora dos casos do artigo anterior, quando, por acidente ou erro na execução do crime, sobrevém resultado diverso do pretendido, o agente responde por culpa, se o fato é previsto como crime culposo; se ocorre também o resultado pretendido, aplica-se a regra do art. 70 deste Código.
O Código Penal define o que é crime DOLOSO:
 
Art. 18 – Diz-se o crime:
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;
 
Veja que o crime é DOLOSO em dois casos:
· Quando o agente quis o resultado – é o DOLO DIRETO;
· Quando o agente assumiu o risco de produzir o resultado – é o DOLO EVENTUAL.
 
Desta forma, o dolo eventual o agente assumi o risco de produzir o resultado. Assumir o risco é tolerar o resultado. Assumir o risco é dizer: “Dane-se, sei posso causar um acidente, mas não ligo”. Em outras palavras, no dolo eventual o agente ACEITA EVENTUAL ocorrência do resultado.
 
Assim, aquele que assume os riscos de produzir o resultado criminoso pratica o delito sob a modalidade de dolo eventual.
Na CULPA a pessoa não quer produzir um resultado, mas “sem querer” produz.
 
Isso não significa que todo mundo que produz um resultado “sem querer” estará agindo com CULPA.
 
Se o resultado for IMPREVÍSIVEL, não haverá culpa.
 
Previsibilidade é a capacidade de uma pessoa normal (mediana) prever o resultado. Ou como falou a alternativa, é previsível o fato cujo possível superveniência não escapa à perspicácia comum.
 
Assim, para haver crime culposo é IMPRESCINDÍVEL (NECESSÁRIA) a previsibilidade do resultado.
 
Se o resultado não era previsível não haverá culpa, não haverá fato típico, não haverá crime.
 
Assim, Manoel não praticou crime, na medida em que não houve previsibilidade na conduta da vítima. Ora, Manoel “fazia tudo certinho” (dirigia seu automóvel em velocidade compatível com a via pública e utilizando as cautelas necessárias), sendo IMPREVISÍVEL que alguém se atire contra seu veículo.
O Código Penal define o que é crime DOLOSO:
 
Art. 18 – Diz-se o crime:
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;
 
Veja que o crime é DOLOSO em dois casos:
1. Quando o agente quis o resultado – é o DOLO DIRETO;
2. Quando o agente assumiu o risco de produzir o resultado – é o DOLO EVENTUAL.
No dolo direto o agente quer o resultado (matar alguém, por exemplo) e age para concretizá-lo (atira em alguém)
No dolo eventual o agente assumi o risco de produzir o resultado. Assumir o risco é tolerar o resultado. Assumir o risco é dizer: “Dane-se, sei que dirigindo com excesso de velocidade posso atropelar e matar alguém, mas não ligo”. Em outras palavras, no dolo eventual o agente ACEITA EVENTUAL ocorrência do resultado. No caso concreto
Ressalta-se que na conduta CULPOSA o agente NÃO QUER O RESULTADO. O agente também NÃO ASSUME O RISCO DE PRODUZIR O RESULTADO. O agente NÃO ACEITA QUE O RESULTADO VENHA OCORRER. A palavra-chave é DESCUIDO. 
A coação física irresistível exclui a própria conduta, pois não há DOLO, não há CULPA, o agente foi FISICAMENTE compelido a fazer algo. Deste modo, não havendo dolo ou culpa, não há conduta penalmente relevante, não há crime.
Assim, são causas que excluem a relevância da ação típica coação física irresistível, os movimentos reflexos e os estados de inconsciência.
ERRO DE TIPO
Veja o que diz o Código Penal:
 
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.
 
ERRO é isso mesmo que você entende. O agente ERRA. A pessoa ERRA sobre alguma coisa.
 
No erro de tipo essencial, o ERRO do agente recai sobre um elemento ESSENCIAL do TIPO PENAL. Em outras palavras, recai sobre uma ELEMENTAR DO TIPO PENAL. 
 
O crime provável seria de HOMICÍDIO (matar alguém), no entanto, o agente erra um elemento do tipo penal o “alguém”. Ele acreditava ser um animal, mas erra.
 
Trata-se, portanto, de um ERRO DE TIPO. 
 
Qual a consequência? Qual o efeito?
 
O ERRO exclui do DOLO
 
E a culpa?
 
A resposta é DEPENDE.
 
Se o ERRO DE TIPO era INEVITÁVEL (invencível), haverá também a exclusão da CULPA (por isso esse erro também é chamado de DESCULPÁVEL ou ESCUSÁVEL).
 
No entanto, se oERRO DE TIPO era EVITÁVEL (vencível), o agente poderá ser punido por CULPA (por isso esse erro também é chamado de INDESCULPÁVEL ou INESCUSÁVEL). Ressalta-se apenas que haverá crime se prevista punição para a modalidade culposa. 
 O erro de tipo está ligado à ausência de dolo. Dá-se, por exemplo, erro de tipo, quando dois jovens, após o treino de futebol, pegam as mochilas um do outro, as quais são de mesma cor, marca e modelo. Não há dolo de furtar na conduta de nenhum deles. No caso narrado na questão, ao contrário, houve dolo por parte do sapateiro, quem inclusive consignou isso no recibo, ou seja, que venderia o pertence de outrem que lhe havia sido confiado. Voltando ao erro de tipo, veja como o CP o regula:
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.
Por fim, registre-se que o erro de tipo SEMPRE exclui o dolo. Se ele for invencível (insuperável, escusável), além do dolo, irá excluir também a culpa.
Enquanto, como vimos, no erro de tipo há exclusão do dolo, ou seja, exclusão da vontade, não há intenção de praticar o delito, em razão de uma falsa percepção da realidade (lembre-se do exemplo dos alunos e das mochilas), no erro de proibição, a seu turno, há dolo, há intenção de praticar os elementos do tipo penal, só que, para o agente, praticar os elementos do tipo penal não seria ilícito. Ex.: sujeito de pouca cultura que esquece a carteira numa loja e, ao retornar, não mais a encontra, furtando alguns pertences da loja para lhe compensar o prejuízo. No caso da questão, o sapateiro acredita não estar cometendo crime, ao fazer isso.
Veja o que diz o Código Penal:
 
Art. 20 (...)
§ 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime.
 
Vamos exemplificar.
 
O agente quer matar alguém, mas por ERRO DE PERCEPÇÃO, mata outra pessoa. Em outras palavras, ele se confunde. José quer matar a própria mãe, mas, por um erro de percepção, mata uma tia.
 
No erro sobre a pessoa, o agente erra sobre a vítima (ele confunde uma pessoa com outra).
 
Assim, Jovelino Josualdo planejou a execução de sua esposa, executou o seu plano, desferindo cinco tiros na vítima, contudo, ao certificar-se do falecimento da vítima, assustou-se ao ver que na verdade havia atirado em sua mãe.
 
Logo, agiu com ERROR IN PERSONA.
Esse erro quanto à pessoa, NÃO ISENTA O AGENTE DE PENA.
 
Cabe citar quais são os outros institutos.
 
Letra a)  Error In Objecto.
 
 
Há um erro sobre o objeto do crime. Por exemplo, se o agente pretende subtrair algumas sacas de farinha de um armazém e, por engano, acaba levando sacos de farelo.
 
Letra c)  Aberratio Ictus.
 
Também conhecido como erro na execução. 
 
Como o próprio nome já diz, o agente ERRA o alvo, ou seja, comete um erro na execução do crime, atingindo pessoa diversa da pretendida.
 
Preste atenção nos nomes. Deste modo, você não se confunde.
 
No erro sobre a pessoa, o agente erra sobre a vítima (ele confunde uma pessoa com outra).
 
No erro na execução, o agente erra no momento de executar o crime. Ele não confunde as pessoas, ele identifica corretamente a vítima, porém, é ruim de “pontaria”, e atinge outra pessoa. Erra na execução.
 
Letra d)  Aberratio Causae.
 
É quando o resultado vem por uma causa diferente da inicialmente pensada.
 
Letra e)  Aberratio Criminis.
 
Segundo a doutrina o aberratio delicti (criminis) ocorre quando, ao invés de acertar o bem jurídico desejado, por ERRO, o agente atinge outro bem jurídico.
 
O exemplo clássico é da pessoa que atingir uma vidraça de uma loja, mas por erro na execução do delito, atinge e mata o vendedor.
 
Assim, a aberratio delicti é uma das hipóteses de resultado diverso do pretendido, no qual o agente por inabilidade ou acidente atinge bem jurídico diverso do pretendido.
1. O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.
CORRETA. Artigo 20 do CP:
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.
2. O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena o seu autor.
CORRETA. Artigo 20, § 3º, 1a parte, do CP:
Art. 20, § 3º, 1a parte, CP - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena.
3. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, exclui a tipicidade.
INCORRETA. Nesse caso, o agente será isento de pena, em razão do que prevê o artigo 20, § 1º, CP:
Art. 20, § 1º, CP - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo
4. O erro sobre a ilicitude do fato, se evitável, isenta o sujeito ativo de pena.
INCORRETA. Só isenta de pena se for inevitável, veja:
Art. 21, CP - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço.
TIPICIDADE E RESULTADO
Realmente, a tipicidade (especificamente a tipicidade FORMAL) consiste na adequação ou subsunção da conduta praticada pelo agente ao modelo de conduta previsto em abstrato no tipo legal.
 
Em outras palavras, tipicidade é o enquadramento do fato à lei incriminadora. Já vimos isso no começo da aula.
 
Mario “rouba” a namorada de José (16 anos). Por vigança, José (16 anos) mata Mario com três tiros.
 
Há TIPICIDADE? Sim, pois se enquadra perfeitamente no crime de homicídio (CP, Art. 121 - “matar alguém”).
 
O item II está CERTO.
 
É isso mesmo.
 
O tipo legal consiste no modelo da ação ou omissão humana vedada, dolosa ou culposa.
 
No caso citado, o tipo penal é “matar alguém”.
 
O item III está ERRADO.
 
É o que ensina a doutrina de Zaffaroni:
 
Teoria do tipo avalorado (neutro ou acromático).- para esta posição, que atualmente não tem eco, a “tipicidade não indica coisa alguma acerca da antijuridicidade. (Zaffaroni, in Manual de Direito Penal Brasileiro)
 
Assim, para a teoria do “tipo avalorado” (também chamado de “neutro”, “acromático”), a tipicidade não indica coisa alguma acerca da antijuridicidade.
 
Mas como visto, essa linha não é a majoritária (não tem eco).
 
O item IV está ERRADO.
 
Há uma confusão no item.
 
Vamos organizar as coisas.
 
O tipo penal pode ter dois aspectos: objetivo (o ato em si) e o subjetivo (o quer praticar o ato).
 
Nesse sentido, o aspectivo subjetivo irá determinar se há dolo ou culpa.
NEXO DE CAUSALIDADE
Veja o que diz o Código Penal:
 
Art. 13 (...)
Superveniência de causa independente
§ 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou.
 
Assim, é a literalidade do CP.
 
Vamos aos erros das demais alternativas.
 
Letra a)
 
A SUPERVENIÊNCIA (e não a concomitância) de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só (e não conjuntamente), produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou.
 
Letra c)
 
A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, IMPUTAM-SE a quem os praticou.
 
Letra d)
 
A SUPERVENIÊNCIA (e não a concomitância) de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só (e não conjuntamente), produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, IMPUTAM-SE a quem os praticou.
DESISTENCIA VOLUNTARIA
Veja o que diz o Código Penal:
 
Desistência voluntária e arrependimento eficaz
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.
 
Trata-se dos institutos da DESISTÊNCIAVOLUNTÁRIA e do ARREPENDIMENTO EFICAZ:
O agente, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução - DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA.
O agente impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados - ARREPENDIMENTO EFICAZ.
 
Enquanto o arrependimento eficaz se volta para evitar o resultado de uma ação delituosa já praticada, a desistência voluntária se dirige contra a continuidade do processo de execução de uma ação típica começada.
 
No caso, Marius poderia ter prosseguido na execução, mas por vontade próprio, desistiu do intento de matar Tercius.
 
Houve, DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA.
TENTATICA (CRIME)
Sobre os crimes consumados e tentados, diz o art. 14 do Código Penal:
Art. 14 - Diz-se o crime:
I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal;
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente.
Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.
Observa-se que, para que a tentativa seja punida, é necessário que o agente tenha iniciado os atos executórios do delito.  segundo Rogério Sanches Cunha:
No crime tentado há uma incongruência entre o plano físico e o psíquico. Enquanto o tipo subjetivo se realiza completamente (o dolo é o mesmo, não importando se consumado ou tentado o delito), o tipo objetivo fica aquém da vontade do agente. (Manual de direito penal:parte geral (arts. 1° ao 120)- 8 ed. ver. ampl. e atual. – Salvador: JusPODIVM, 2020.)
No caso em estudo, não existe a possibilidade de prisão em flagrante, visto que o agente sequer iniciou a prática de qualquer ilícito, não sendo possível punir os atos preparatórios.
 
Nesse sentido, explica Rogério Greco:
A lei penal, com a redação dada ao aludido inciso [Art. 14, II], limitou a punição dos atos praticados pelo agente a partir de sua execução, deixando de lado a cogitação e os atos preparatórios. Regra geral é que a cogitação e os atos preparatórios não sejam puníveis. Em hipótese alguma a cogitação poderá ser objeto de repreensão pelo Direito Penal, pois cogitationis poenam nemo patitur. (Curso de Direito Penal: parte geral, volume I – 19. ed. – Niterói, RJ: Impetus, 2017.)
Do mesmo modo, a confissão é incapaz de ensejar o flagrante, vez que é necessário que o agente seja surpreendido cometendo ou acabado de cometer o crime, o que não é o caso do enunciado. Mesmo na tentativa, é necessário que o agente tenha iniciado os atos executórios, o que não resta configurado pelo fato de agente falar do que pretendia fazer. 
 
Vale lembrar que a confissão não exime o juiz da colheita de outras provas, as quais serão submetidas ao contraditório e a ampla defesa e também confrontadas entre si.
 
Portanto, a alternativa correta é a letra C.
 
Analisemos as demais afirmações:
 
a)  O indivíduo deverá ser preso em flagrante delito pela tentativa de furto à residência, haja vista portar as ferramentas necessárias, bem como haver confessado de livre e espontânea vontade. 
 
INCORRETA. O porte das ferramentas, por si só, não é suficiente, pois por ser considerado ato preparatório, só teria punição se configurasse delito autônomo, como a associação criminosa.
b)  Neste caso, haverá o flagrante pela tentativa de furto, pois o agente estava prestes a cometer a infração, não tendo a consumação se efetivado por circunstâncias alheias à sua vontade. 
 
INCORRETA. Não houve flagrante, pois o agente sequer havia iniciado os atos executórios, não cabendo flagrante pela preparação neste caso.
c)  CORRETA. 
d)  O agente estaria em flagrante delito devido às ferramentas a serem utilizadas no delito, independentemente da sua confissão. 
 
INCORRETA. As condutas que dão causa à prisão em flagrante estão previstas no art. 302 do CPP:
Art. 302.  Considera-se em flagrante delito quem:
I - está cometendo a infração penal;
II - acaba de cometê-la;
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração;
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração.
Considerando que o agente foi encontrado antes do crime, não cabe nenhuma das modalidades de prisão em flagrante.
e)  A confissão obtida sem o contraditório e a ampla defesa impossibilitariam o flagrante.
 
INCORRETA. A confissão não ocasiona o flagrante, devendo o agente ter iniciado os atos executórios para ser configurada, no mínimo, a tentativa, nos moldes do art. 14, II do CP:
Art. 14 - Diz-se o crime:
 
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente.
ALGUNS DELITOS NÃO ADMITEM TENTATIVA, os principais são:
· CRIME CULPOSO: ora, grosso modo o crime culposo ocorre “sem querer”, logo, é ilógico pensar que alguém tente praticar um crime “sem querer”. LETRA C - INCORRETA
· CRIME PRETERDOLOSO: como o resultado é culposo, não é admissível a tentativa.
· CRIME OMISSIVO PRÓPRIO: o crime se consuma com a simples omissão, logo, é impossível tentar se omitir. LETRA D - INCORRETA
· CRIMES HABITUAIS – necessita de reiterados atos.
· CRIME UNISSUBSISTENTES: são crimes em que a consumação ocorre com apenas um ato, ou seja, a execução do crime não aceita divisão, sendo incabível a tentativa. LETRA E - INCORRETA (como verbal, ao falar o crime está consumado)
· Até existe tentativa de CONTRAVENÇÕES PENAIS, porém, por determinação legal expressa, ela não é punível.
Admite-se a tentativa nos crimes complexos.
 
O CRIME COMPLEXO é aquele que resultado a junção de dois tipos penais. Por exemplo, ROUBO = FURTO + AMEAÇA.
 
Não há impeditivo de tentativa no crime complexo. Por exemplo, é possível um tentativa de roubo.
 
 
No caso da letra A, como não houve resultado lesivo não houve crime, veja previsão do Código Penal:
 
Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio
Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave.
 
Veja que nesse crime o fato só é típico se resultar no suicídio ou em lesão grave.
 
Logo, por não haver motivo excludente, pune-se a tentativa no crime de aborto - LETRA b.

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