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DOCUMENTO ORIENTADOR DE FORMAÇÃO NO FUTEBOL Diego Bueno Piaz Kreusch O AMBIENTE DE FORMAÇÃO E SUAS CARACTERÍSTICAS Este documento orientador da formação no futebol foi elaborado com a intenção de apontar como deve ser realizado o trabalho de desenvolvimento e formação com os atletas que Camboriú Futebol Clube pretende formar, da mesma forma salientar quais serão os conteúdos ensinados para que os diferentes perfis sejam alcançados (Barros, 2011). O Camboriú Futebol Clube é localizado na cidade de Camboriú/SC e tem um importante papel na formação de jovens praticantes de futebol na região. A equipe profissional representa as cidades de Camboriú e Balneário Camboriú em importantes competições esportivas estaduais e até nacionais, em diversas categorias. E busca parceiros para a criação do time feminino. Por esse motivo, o clube recebe através da prefeitura de Camboriú alguns benefícios, através dos editais do Fundo de Incentivo ao Esporte de Camboriú. Isto é relevante no processo de construção do currículo de formação devido à necessidade da busca de investimentos para a criação das modalidades femininas e eventualmente já investido na modalidade masculina necessita de melhorias específicas. As equipes de base são compostas por praticantes moradores da região. Os critérios utilizados para a participação: o local de moradia, se estuda normalmente e nível de desempenho nos trabalhos diários. Atualmente as categorias de base do Camboriú FC visa a promoção do esporte de rendimento do sub 11 ao sub 17, em "escolinhas" parceiras promove o esporte num nível de participação e início de rendimento à partir do sub 7. Mas com a possibilidade de funcionamento das categorias sub-19 e sub-20. INFRAESTRUTURA BÁSICA Infraestrutura disponível para o treinamento das equipes: Estádio Profissional Campos de futebol profissional Quadras futebol 7 sintético (parceiros) Quadras de futsal Quadras de vôlei de areia Espaços em Praias da região Academia de Musculação O clube não fornece alojamento para os praticantes. O transporte para o treinamento deve ser custeado pelos próprios atletas. Já para os torneios e jogos amistosos é de responsabilidade do clube, porém nos jogos em que o clube representa o município de Camboriú o transporte é subsidiado pela prefeitura. Materiais disponíveis para o treinamento das equipes: Bolas de futebol Bolas de futsal Uniforme Coletes Pratinhos Cones Fitas CONTEXTO DO AMBIENTE DE FORMAÇÃO Quase a totalidade dos atletas das categorias de base são estudantes de escolas públicas e muitos possuem grandes dificuldades financeiras e familiares, inclusive num âmbito social e de educação familiar. Para assegurar que todos continuem a prática do esporte de forma prazerosa e saudável, valorizamos uma relação entre Coordenador e integrantes das comissões técnicas com os pais e colégios de modo que sejam mais próximos e francos sobre os possíveis problemas que ocorrem e auxiliem na continuidade da vida esportiva. Com esta assistência mais próxima, proporciona uma vantagem ao conhecer melhor a vida de cada um dos atletas participantes, assim como explorar de forma mais assertiva as possibilidades e dificuldades de permanência de cada integrante na equipe. Reforçamos a importância do envolvimento dos pais com todo o trabalho realizado no clube, compreendendo que o clube é um parceiro no processo de formação do praticante. DIRETRIZES DO DOCUMENTO ORIENTADOR DE FORMAÇÃO Missão, visão e valores da instituição É fundamental que todos os agentes de formação tenham clareza sobre qual é o propósito (missão) da instituição em relação à formação, o que ela espera alcançar no curto, médio e longo prazo (visão), além dos princípios que devem guiar as atitudes de cada um dos profissionais (valores). Visão de trabalho e forma de produção de conhecimento Uma instituição esportiva deve ter bem definida a sua estrutura hierárquica organizacional, como se constituem as relações de trabalho e qual é a forma de produção de conhecimento (disciplinar, multidisciplinar, interdisciplinar ou transdisciplinar). Ciente da dinâmica definida, o agente de formação terá mais possibilidades de perceber a amplitude das suas responsabilidades e interações profissionais. Visão de Futebol da Instituição De acordo com a missão, visão e valores da instituição, explicitar quais são as principais ideias de futebol, respeitando elementos-chave como a filosofia e cultura de jogo local. Por exemplo, um clube de futebol, em suas categorias de base, deve possuir diretrizes que criam uma visão alinhada sobre o futebol produzido pela instituição, isto é, algumas características que estão presentes na cultura de jogo da equipe principal, precisam se transformar em conteúdos pedagógicos para as divisões de base, e isso se estende para as franquias de escolas de futebol. Visão Educacional da Formação Sempre seguindo a missão, visão e valores da instituição, definir quais serão os conteúdos sócio educacionais determinantes para a formação de crianças e jovens que integrem a instituição. Esta definição determinará a dimensão do currículo de formação dos jovens e a importância de cada conteúdo. Por exemplo, qual é a importância que a instituição dá para a educação formal e para a formação moral de cada um dos seus atletas. Visão de Responsabilidade Social Orientar os profissionais quanto à relação alunos/atletas, agentes de formação, familiares e comunidade, de modo que esteja claro quais são os compromissos assumidos pela instituição com cada um deles. Por exemplo, criar processos transparentes de captação de atletas, que sejam divulgados para a comunidade. Outro exemplo, é garantir os direitos dos jovens em formação, como o caso da convivência familiar. Perfil do Egresso A instituição deve registrar quais são as competências que ela pretende desenvolver nas crianças e jovens inseridos no seu processo de formação. As competências desejadas podem formar diferentes perfis de egresso, ou seja, as características que queremos ver em nossos atletas no final do processo de formação. É importante destacar que esse perfil não deve se restringir às competências esportivas. DIRETRIZES INSTITUCIONAIS DA FORMAÇÃO Missão: Ser atuante na comunidade formando cidadãos em primeiro lugar e oferecer oportunidades de treinamentos de alto nível para os atletas, oferecer conhecimentos e saberes para transformar em um ser humano de grande capacidade e habilidades diversas para desenvolver a consciência e a educação, levando competências e exemplos de comportamentos sociais e emocionais em respeito aos valores familiares, éticos e desportivos por meio do futebol. Ser o Clube de todas as “Camboriús” levando o esporte como um despertar do ser humano numa questão evolutiva da sociedade. Desenvolver e manter valores que envolvam ações de atitudes de convivência entre crenças ou raças, combatendo os preconceitos ainda existentes no futebol. Visão: Ser reconhecido como um Centro de Formação e Desenvolvimento de ensino e prática de Futebol entre torcedores, atletas, comissão técnica, na construção das categorias de base e futebol profissional. Valores: O esporte por si só é um instrumento de formação social, levando em primeiro grau de importância a educação e o desempenho acadêmico, implantando disciplina, entre outras coisas, como responsabilidade, companheirismo, respeito, trabalho em equipe e jogo limpo (Fair Play), além de ética e profissionalismo. ORGANIZAÇÃO GERAL DAS CATEGORIAS DE BASE Visão sistêmica para a formação no futebol: Na construção da abordagem sistêmica dentro do futebol, é enxergada e aplicada no trabalho diário em todos os aspectos, de forma complexa como uma grande rede de relações na qualtodos os agentes envolvidos influenciam e são influenciados tanto de forma direta no seu dia a dia, como também de forma indireta, assim desenvolvem uma cultura no clube que valoriza cada parte do processo do desenvolver humano e atlético dos jovens. Sendo possível perceber que todos os profissionais envolvidos nas categorias de base, independentemente de sua aplicabilidade e atuação diária, são importantes, mesmo em todas áreas de especialidades possíveis e também são responsáveis pela formação dos futuros jogadores do clube. Áreas administrativas Gerente Geral A Gerência Geral é responsável por controlar toda a parte gerencial e auxiliar o Coordenador da base nas tarefas executivas das Categorias de Formação. Gerencia os Departamentos Técnico e Administrativo e seus funcionários. Mantém relação frequente com o Departamento de Futebol Profissional e Coordenador da Base, auxiliando na implementação geral da metodologia de formação integral dos atletas inse ridos nas Categorias de Base do clube. Administrativo O departamento Administrativo coordena todas ações praticadas no Centro de Treinamento, sendo responsável pelo controle financeiro e relação junto a sede, bem como pela resolução de problemas rotineiros para que funcionários possam fazer seu trabalho da melhor forma possível em benefício do clube. Este setor é responsável por controlar diariamente os horários e a eficiência dos funcionários da área, que inclui setores de limpeza, rouparia, cozinha, motorista, entre outros. Qualificação mínima exigida: Graduado em administração ou curso específico da área. Logística É coordenado pelo setor administrativo e responsabilidade do setor de logística. Atua no planejamento, organização e execução de viagens, treinos e jogos toda atuação diária. Trabalha em conjunto ao administrativo planejando e solucionando eventuais problemas de rotina. Participa de todas as informações pertinentes aos profissionais e atletas. Tem característica fundamental supervisionar as categorias em seu funcionamento para além do campo de jogo. Registro A área de Registro é responsável pela regularização das inscrições dos atletas junto a Federação e a CBF, para terem condições de participar das competições regidas por estas entidades. Áreas da saúde Nutrição A nutrição é responsável pela educação alimentícia dos jogadores, ensinando e incentivando novos hábitos alimentares e assim, uma reeducação alimentar para a vida do atleta, buscando elevar o nível nutricional para melhor condição física e mental do jovem. Para tal, realiza atividades informativas e lúdicas, além dos atendimentos individuais e contato permanente com as famílias. A nutrição acompanha treinos e jogos controlando e dosando a suplementação e hidratação dos jogadores, como também as refeições oferecidas pelo clube. Qualificação mínima exigida: Graduação específica na área e habilitado no conselho da área. Psicologia O departamento de Psicologia do Esporte tem como objetivo contribuir com a formação esportiva dos atletas através de intervenções que promovam a preparação psicológica nas diversas etapas dos processos rotineiros ao futebol (adaptação ao clube, rotina de treinamento, tratamento de lesão, vivências competitivas e processos de ruptura de categoria ou com o clube, inserção aos aspectos familiares junto a Assistência Social). O departamento é comprometido com o rendimento esportivo e com a promoção de saúde mental. Qualificação mínima exigida: Graduação específica na área e habilitado no conselho da área. Assistência Social O Serviço Social tem por finalidade planejar e aplicar ações para o bom desenvolvimento dos atletas como profissionais e cidadãos, capacitando a refletir, desenvolver e gerenciar suas ações de forma estruturada, responsável e estratégica. As atenções e intervenções estão nos fatores sociais, econômicos, psicológicos, biológicos e culturais que influenciam a vida do atleta e a garantia de direitos, buscando a formação integral do indivíduo. Suas ações são respaldadas nas leis vigentes que pautam os direitos e deveres, tanto na formação desportiva quanto da criança/adolescente: Constituição Federal, Estatuto da Criança e do Adolescente, Conanda, Lei Pelé, NR 24 (Alojamento), Manuais de atuação –ESMP (Ministério Público), dentre outras. Qualificação mínima exigida: Graduação específica na área e habilitado no conselho da área. Fisioterapia O setor de fisioterapia tem como função prevenir lesões, analisar, tratar e propor soluções as disfunções identificadas. Colaborar com a formação interdisciplinar do atleta estimulando o mesmo a estar consciente de cada atividade preventiva ou tratamento ao qual é submetido, identificando seus limites e potencializando sua performance. Qualificação mínima exigida: Graduação específica na área e habilitado no conselho da área. Medicina O departamento de Medicina visa realizar avaliações clínicas e ortopédicas dos atletas com foco na prevenção das lesões mais comuns na faixa etária da categoria de base, bem como a realização de diagnósticos e tratamento das patologias inerentes a atividade do futebol. Ser credenciado no Conselho Regional de Medica com especialização em ortopedia e Clínico Geral. Áreas técnico-metodológicas Coordenação Técnica A Coordenação Técnica é responsável por coordenar as Comissões Técnicas e o departamento de Análise de Desempenho ao lado do Gerente Geral. Deve manter contato permanente com o departamento de Captação. É responsável pelo amplo acompanhamento do processo de treinamento atuando na troca de informações e avaliando, junto aos profissionais do clube, os processos utilizados na Metodologia de formação dos jogadores do clube, conforme diretrizes do Documento Orientador Metodológico para a melhor aplicação dos conteúdos e alinhamento aos pressupostos do clube. Graduação preferencial em Educação Física, possuir Curso CBF de Gestão ou equivalente. Comissões Técnicas As comissões técnicas são responsáveis pela atividade fim das categorias de formação do Camboriú FC, ou seja, a intervenção direta em treinos e jogos. São elas que coordenam processo de ensino-aprendizagem alinhado aos objetivos para a formação de jogadores ao treinamento de longo prazo e ao desenvolvimento de talentos para o futebol profissional. Graduação em Educação Física Treinador e Preparador Físico. Análise de Desempenho A Análise de Desempenho tem como objetivo auxiliar às Comissões Técnicas, seguindo suas orientações na aplicação e controle dos indicadores individuais e coletivos de natureza quantitativa e qualitativa acerca da eficácia e eficiência do rendimento dos jogadores e das equipes. Cursos de Análise de Desempenho reconhecidos. Departamento de Captação de Jogadores O Departamento de Captação tem como objetivo principal viabilizar a chegada de atletas dentro do perfil direcionado pelo clube e que possam ingressar nas Categorias de Formação do Camboriú FC de modo integrado às demandas das diferentes categorias durante o processo. PRINCÍPIOS PARA A FORMAÇÃO DOS JOGADORES Objetivos gerais da formação O objetivo geral da formação é baseado em Freire (2003): Ensinar futebol a todas Ensinar bem futebol a todas Ensinar mais que futebol a todas Ensinar a gostar de futebol “Todos os treinadores falam de movimento, de correr muito. Eu digo não corram tanto. O futebol é um jogo que se joga com o cérebro. Tens de estar no local certo no momento certo, nem antes nem depois”. (Johan Cruyff) Elementos para a formação dos jogadores Visão sistêmica - De acordo com este princípio todos são responsáveis pelo rendimento individual e coletivo nas categorias de formação do Camboriú FC, cada ação e intervenção interfere de maneira importante no contexto e nos resultados obtidos.Formação Integral - O Camboriú FC acredita que não basta formar o jogador, é preciso formar o ser humano que joga. Deste modo as ações relacionadas a formação do caráter, da ética e da cidadania são tão importantes quanto os conteúdos de jogo e treino. Deve- se estimular que os atletas estejam felizes e comprometidos, tendo prazer na prática do futebol. (Felicidade ≠ Acomodação). Humildade Pedagógica - Todos devem estar abertos a ouvir críticas construtivas, favorecendo o debate com o intuito de melhorar os processos do clube. Não há hierarquias rígidas para esta aproximação, todos ensinam e todos aprendem. Integração entre as comissões técnicas - As comissões técnicas devem apresentar conduta ética e manter entre si permanente contato favorecendo o alinhamento metodológico e de ideias de jogo. É muito importante para facilitar o diagnóstico dos jogadores e, consequentemente a transição entre as categorias. Aprender com os mais experientes - Os jogadores devem vivenciar treinos e jogos com a categoria acima. Isso favorece o desenvolvimento individual, propicia uma análise constante por parte dos treinadores e facilita a transição entre categorias. Mentalidade vencedora - Deve-se estimular a mentalidade vencedora. Esta não se relaciona com vencer a qualquer custo, mas sim com desejar vencer e jogar com confiança, intensidade e foco para tal, respeitando sempre os valores da instituição que pertencem e do time oponente. Treino é jogo e jogo é treino - Este princípio se relaciona com a importância do processo. Deve-se buscar diariamente ser melhor, se desenvolver através de um comprometimento com cada atividade proposta, hábito que se refletirá nos jogos da equipe. Jogar sob pressão com qualidade - Os jogadores devem ter atitude, entendimento tático e alta capacidade técnica para jogar sob pressão. Por este motivo a leitura de jogo, a velocidade e a qualidade de execução devem estar adequadas as mais altas demandas do futebol mundial. Bem como ser capaz de suportar a pressão externa advinda da torcida, imprensa, família, entre outros. Capacidade crítica – Caso os objetivos não sejam alcançados, deve-se buscar uma análise crítica consciente que não terceirize responsabilidades ou aponte culpados. Deve-se identificar erros ou pontos de melhora e traçar planos de ação para corrigi-los, aprender a ser estratégico. Jogador inteligente – deve-se formar jogadores inteligentes, que sabem sobre o saber fazer, ou seja, são conscientes tanto para entender o jogo e o treino quanto para entender sua profissão e as relações que ocorrem em seu contexto. O que é ser um atleta inteligente? Ter determinação e resiliência para buscar excelência na arte de jogar futebol. Desenvolver as habilidades necessárias ao desempenho autônomo e criativo em suas funções no jogo. Ser capaz de entender todas as posições (e suas diferentes funções) e de executar várias delas de acordo com a dinâmica do jogo. Ter boa leitura das diferentes situações-problema jogo, pensando e agindo individual e coletivamente e demonstrando grande capacidade de adaptação e improvisação. Possuir autocontrole, conduzindo bem suas emoções que, inevitavelmente, surgem no jogo, tendo ciência que seu estado emocional afeta o estado da equipe. Saber como lidar com pressões, dificuldades, críticas nos maus momentos, bem como não supervalorizar os bons momentos. Ter ciência e responsabilidade dos compromissos com sua carreira, com a equipe, com o clube e com a sociedade. Desenvolver o autoconhecimento e a auto liderança Entender que como ser humano, deve estar em processo permanente de desenvolvimento. Entender como os conhecimentos desenvolvidos para a formação no futebol também podem ser utilizados fora do jogo. AS ETAPAS DO PROCESSO DE FORMAÇÃO NO FUTEBOL E SEUS RESPECTIVOS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Segundo Scaglia (1996) a instituição esportiva tem o compromisso de fomentar o desenvolvimento global de seus alunos, entendendo e respeitando os estágios de crescimento e evolução, físico e cognitivo, onde, a escola de esporte, através de suas práxis pedagógicas, deve abranger várias áreas, oferecendo mais oportunidades de melhoria em habilidades diversas, tais como: sociais, intelectuais, motoras, educacionais além das esportivas. Através deste processo, concordamos com o autor citado e valorizamos o jogo como ferramenta pedagógica devido ao seu potencial de desenvolver todas as habilidades citadas anteriormente. O processo de formação do Camboriú FC compreende três momentos-chave nos quais os jogadores devem adquirir progressivamente condições que irão permitir ascenderem a categoria seguinte e, por fim, ao futebol profissional. Procedimentos – Métodos de Treino Os métodos de treino do Camboriú devem estar diretamente relacionados a uma organização pedagógica que vise transmitir os conteúdos fundamentais ao processo de formação. Por este motivo todas atividades de treino devem estar relacionadas entre si que, por sua vez, deve seguir uma lógica semanal e mensal para cumprir os objetivos elencados para a categoria. Os métodos de treino utilizados serão: Treino Sistêmico Atividades baseadas em jogos com intuito de desenvolver a resolução de problemas complexos e comportamentos individuais, de grupo e coletivos no qual todas as vertentes se inter-relacionam. Treino Integrado Atividades organizadas com objetivo central de trabalhar mais de uma vertente do jogo de forma conjunta. Neste método prima-se pelo desenvolvimento físico atrelado às demais vertentes. Analítico Métodos que fragmentam as vertentes do jogo direcionando o foco de modo exclusivo a um determinado fator do rendimento. Como o método baseado pela visão sistêmica nos dá possibilidade de um trabalho muito mais completo e como base para a formação de jogadores o método de treinamento predominante durante este processo deve estar ligado com o sistêmico. Contudo, os profissionais também devem utilizar treinos integrados e analíticos desde que de modo organizado, periodizado e com objetivos específicos. Conteúdos determinantes a serem fomentados nas práticas dos treinos: Concentração: a atenção e foco total na realização das atividades propostas; Técnica: auxílio e atenção para a execução de gestos técnicos eficientes; Conhecimento do Jogo: estímulo ao entendimento do jogo por parte dos jogadores; Comunicação: busca constante pelo diálogo, promovendo a autonomia, a coparticipação e o entendimento do processo de treino e formação; Criatividade: estímulo às soluções criativas por parte dos jogadores; Intensidade: Todos os treinos devem ocorrer em alta intensidade física e cognitiva, respeitando logicamente os objetivos e a periodização; Atitude: encorajamento a atitudes positivas, em sintonia com a necessidade do processo de formação de jogadores e o futebol profissional no século XXI. Procedimentos - Microciclo Padrão A imagem de um Microciclo Padrão abaixo se refere à distribuição dos conteúdos de treinamentos no período de uma semana, respeitando os princípios metodológicos ligados a Periodização Tática. Pode servir de orientação para a montagem do planejamento seminal das atividades Cada atividade de uma sessão de treino deverá contemplar as seguintes variáveis: Especificidade: As atividades propostas devem ser específicas aos comportamentos e ações desejadas. Número: remete à quantidade de jogadores escolhidos para cada atividade. Espaço: relaciona-se com o terreno destinado a realização de cada atividade. Volume Relativo: está ligado à duração da atividade realizada com êxito (condicionada pelo número de jogadores e regras específicas). Macro Recuperação: refere-se ao tempo de descanso necessário para garantir a recuperaçãodo jogador entre cada atividade para a assimilação dos conteúdos propostos. Regras: tem a ver com as próprias condições onde se potencializará o que se pretende na atividade. Complexidade: está relacionada à interação entre os jogadores e as regras em situações específicas de treinamento e competição. Estratégia: Estruturar ao menos uma parte de uma sessão treino contemplando o adversário a fim de criar comportamentos não desvinculados à Ideia de Jogo BFR e ao currículo específico da categoria. Procedimentos - Feedback Intervenções: Cada intervenção pedagógica transmitida pela Comissão Técnica, deve surgir no sentido de tornar o processo de treino o mais aquisitivo possível, respeitando para isso o modo como a aprendizagem se processa nas diferentes categorias. Neste sentido, o feedback está alicerçado em cinco pilares básicos: Quanto, Como, Quando, O quê e Para quem. É fundamental que a Comissão Técnica consiga transmitir a informação de forma a facilitar a compreensão dos atletas: “falar a linguagem dos jogadores”. Quanto: É relativo à quantidade e frequência de feedback, devendo ser de preferência de forma pontual, pois o excesso de informação pode perturbar o processamento da mesma. Como: Indica a forma de transmissão baseado no comportamento desejado, provocando a atenção do jogador de modo a favorecer o entendimento da informação, optando-se por: Descoberta guiada: Questionamentos no qual o jogador é convidado a buscar melhores soluções para os problemas que se apresentam; Feedback positivo: estímulos positivos sobre a situação; Feedback negativo: estímulos repreensivos sobre a situação. Quando: O timing da intervenção é importantíssimo para se provocar entendimento daquilo que se quer. O profissional deve ter a leitura se o feedback deve ser dado imediatamente após uma situação ou num momento posterior sem a emoção do momento. O quê: Indica o conteúdo apresentado durante a intervenção. Deve-se buscar ser o mais claro possível, com conteúdos específicos aliados às regras das atividades e aos comportamentos almejados. Para quem: Feedbacks individuais, de grupo e coletivos que se remetem a necessidade do profissional em transmitir uma mensagem com conteúdo a um grupo específico. Iniciação esportiva As turmas de iniciação esportiva são divididas em função das faixas etárias dos praticantes e também será realizada uma análise em relação ao tamanho e peso em comparação com as dificuldades apresentadas pela categoria em questão, as categorias Sub-7, Sub-9, Sub-11, Sub-13, Sub-15 e Sub-17. Com o objetivo de possibilitar um desenvolvimento amplo, multidisciplinar e mais afinado com as necessidades da nossa sociedade atual dos praticantes, com foco nos aspectos cognitivos, afetivos (sociais), sensitivos e motores. Com o intuito de promover o desenvolvimento global de uma forma mais multidisciplinar com os praticantes, a fase de iniciação esportiva prioriza a aprendizagem de diferentes modalidades esportivas cujas habilidades e vivências aprendidas sejam transformadas para a prática do futebol e que também proporcionem um entendimento mais rico sobre a cultura do esporte e suas relações com a vida humana. Com esse viés, é pertinente a inclusão de outras modalidades práticas durante os treinos, como futsal, handebol, futevôlei, futebol de botão, "futetênis", pebolim e jogos da cultura popular brasileira ou conhecidos por integrarem a Pedagogia do Futebol de Rua, que auxiliam a nortear essa fase de desenvolvimento e formação. O ensino será voltado para todas os praticantes, homens e mulheres, com o intuito de garantir um melhor ambiente que traga a vivência e a aprendizagem do esporte de forma igualitária e não com o objetivo de destacar atletas que sejam possíveis fenômenos e com talento (Scaglia, 1996). Nessa fase se opta por utilizar na grande maioria das vezes, atividades com pequenos números de praticantes, além de espaços de diferentes tamanhos e organizações, o que distancia de certa forma da lógica formal do jogo de futebol. Esse método prioriza para que haja um grande envolvimento entre todos os praticantes, além de incentivar que participem de todas as atividades de forma adequada, sendo eficiente para a evolução integral. Um fato que é de demasiada importância e ainda pouco considerado na fase de iniciação são as limitação e definições de posição e função específica dos atletas, que através das atividades planejadas, que mais se aproximam da lógica formal, todas os praticantes desempenham todas as posições do jogo de futebol, priorizando a diversificação nesse momento, diminuindo problemas causados pela especialização precoce. Em relação aos conteúdos específicos do futebol que se deseja ensinar nessa fase, a Tabela 1 apresenta os conteúdos trabalhos em cada categoria. Tabela 1. Conteúdos trabalhados ao longo das diferentes categorias de iniciação ao futebol. Fundamentos Básicos (Sub 7 e Sub 9) Fundamentos Derivados (Sub 11) Fundamentos Específicos (Sub 13) Passe Cruzamento Goleiro Domínio de bola Cobrança de falta Laterais Condução Cobrança de pênalti Alas Drible Lançamento Zagueiros Chute Tabelas Volantes Cabeceio Arremesso lateral Meio campistas Desarme Escanteio Atacantes Fonte: Adaptado de Scaglia (1996). Além dos fundamentos apresentados acima, a fase de iniciação também tem como objetivo promover a progressão do jogo anárquico para a estruturação (Tabela 2). Tabela 2. Evolução das fases de jogo na etapa de iniciação esportiva. Categorias Fase Comunicação na Ação Estrutura do Espaço Relação com a bola Sub 7 e Sub 9 Jogo Anárquico Centração na bola Subfunções Problemas na Comunicação com o Jogo Abuso da verbalização, sobretudo para pedir a bola Aglutinação em torno da bola e subfunções Elevada utilização da visão central Sub 11 Descentração Prevalência da verbalização Ocupação de espaços em função dos Da visão central para a periférica A função depende não apenas da posição da bola elementos do jogo Sub 13 Estruturação Conscientização da coordenação das funções Verbalização e comunicação gestual Ocupação racional do espaço Do controle visual para o proprioceptivo Fonte: Adaptado de Garganta (1998). Guardando a devido consideração e percebendo que cada integrante possui níveis diferentes de progressão e evolução, o modelo de jogo nas categorias menores (Sub 9, Sub 11) tem um direcionamento que prioriza o a taque em profundidade, o alvo como principal objetivo, através de passes longos e ataque direto (Bettega, Scaglia, Morato & Galatti, 2015). Quando ocorre a mudança para organização defensiva, em grande parte dos treinos a marcação individual é a mais adotada. Conforme ocorre a evolução conceitual e prática dos elementos, são adicionados ao modelo de jogo das categorias superiores como sub 13 uma maior extensão de possibilidades e enfatizando os elementos cruciais para outros métodos. Nas situações de organização ofensiva a ideia de jogo se baseia em utilizar também os passes curtos de maneira mais contundente, o goleiro passa a ser utilizado em situações de dificuldade no campo defensivo e enfatiza- se a criação de espaços nos corredores laterais (Bettega et al., 2015; Casarin et al., 2011). Em relação a organização defensiva, inicia-se o trabalho de defesa individual setorizada, a construção de linhas defensivas e de zonas de pressão (Bettega et al., 2015; Casarin et al., 2011). Seguir estes direcionamentos, cria-se uma expectativa que na transição final da categoria Sub-13 os praticantes aprendam e possam dominar os fundamentos básicos, derivados e específicos do futebol, assim como consigam se estruturar de forma consciente no campo e nos espaços a serem explorados oupreservados. O ambiente que é proporcionado pela competição esportiva é um ingrediente substancialmente poderoso e muito importante dentro do processo de desenvolvimento e formação do ser humano e consequentemente do atleta. Mas é encarado de forma um pouco diferente da tradicional, este clube entende e trabalha esses momentos como uma ação pedagógica, que deve ser ensinada (Scaglia, 1996). Nessa fase a prática dos ambientes de competitividade é caracterizada pela não cobrança de resultados e pela valorização do fair-play. Os torneios e competições tendem a ser idealizados e desenvolvidos de maneiras distintas, sendo específico para cada caso, variando os objetivos e valores a serem inseridos no evento e particularidades dos envolvidos. Na fase de iniciação serão desenvolvidos festivais que priorizem os conteúdos vivenciados nas aulas. Por isso, os festivais serão compostos por diferentes atividades físicas relacionadas ao futebol e outros esportes, em pequenos grupos e contando com a colaboração de todos os participantes. Especialização esportiva Nesta fase o foco do trabalho é nas categorias Sub-15 e Sub-17. Esta etapa já possibilita que exista uma transição entre as categorias de forma natural, é interessante que os praticantes também participarem de treinos das equipes superiores, como por exemplo, atletas de 14 anos atuarem uma semana de treino com a equipe Sub-17, assim como jogadores com 15 anos que estejam com alguma dificuldade no contexto trabalhado, participarem de um treino da semana com equipe Sub-13 ou até mesmo Sub-17 se entender que ele necessita de um ambiente mais dificultoso para se desenvolver. Esse trabalho em conjunto facilita a transição dos atletas entre as categorias, assim como reforçar conteúdos do jogo que tenha dificuldade, além da percepção que o mesmo modelo de jogo de todas as categorias é utilizado visando os mesmos objetivos, numa mesma identidade de jogar, com as devidas adequações às etapas de desenvolvimento dos atletas. Na fase de especialização, os cinco momentos de jogo serão trabalhados com as praticantes: defesa, ataque, transição defensiva, transição ofensiva e bolas paradas. A Tabela 3 apresenta os conteúdos a serem trabalhados referentes a cada momento de jogo. Tabela 3. Conteúdos do futebol a serem trabalhados na fase de especialização esportiva. Princípios Defensivos Princípios Ofensivos Princípios de Transição Equilíbrio Apoio/Abertura de linha de passes Densidade Flutuação/Basculação/Balanço Mobilidade Proporção Cobertura defensiva Amplitude Balanço Compactação Profundidade Pressão/Quebra de linha Ultrapassagem Pressing Cobertura ofensiva Temporização/Retardamento/Atraso Penetração/Infiltração Recomposição/Recuperação Bloco ofensivo Bloco defensivo Fonte: Adaptação dos conteúdos apresentados no módulo 8 do curso de Currículo de Formação Universidade do Futebol. Além dos conteúdos específicos do futebol, espera-se uma evolução nas fases de jogo ao longo das categorias. Espera-se que ao final da categoria Sub-17 os praticantes se encontrem em uma fase Elaborada de jogo (Tabela 4). Tabela 4. Fases de jogo nas fases de especialização do futebol em categorias Sub-15 e Sub-17. Categorias Fase Comunicação na Ação Estrutura do Espaço Relação com a bola Sub 15 Estruturação Conscientização da coordenação das funções Verbalização e comunicação gestual Ocupação racional do espaço Do controle visual para o proprioceptivo Sub 17 Elaboração Ações inseridas na estratégia da equipe Prevalência da comunicação motora Polivalência funcional Coordenação das ações Otimização das capacidades proprioceptivas O modelo de jogo praticado deve seguir algumas referências, na organização defensiva é desenvolvido a referência zonal, a constituição de linhas defensivas, as movimentações que induzam a bola para zonas de pressão, ações de pressing e o goleiro participando ativamente da fase defensiva (Bettega et al., 2015). Em relação a organização ofensiva, essa fase prioriza a utilização de passes curtos, aproximação, criação de linhas de passe, utilização do goleiro como linha, movimentações que provoquem a quebra de linhas defensivas e consequentemente a abertura de espaços para infiltrações (Bettega et al., 2015). Portanto, espera-se que ao saírem da categoria Sub 17 as praticantes executem ações inseridas na estratégia da equipe. Nessa fase as competições também são utilizadas como ferramenta pedagógica, com os objetivos mais diferenciados dos tradicionais nas competições, esse recurso ganha uma maior amplitude. A formação e o desenvolvimento humano e social, além os princípios do fair-play e suas responsabilidades perante a sociedade continuam sendo desenvolvidos nas competições, e o desempenho esportivo dos praticantes também passa a ser trabalhado. Entre os possíveis campeonatos, as equipes podem participar dos Jogos Regionais, ACEF e do Campeonato Catarinense das categorias. Ideia de jogo e perfil do jogador O conceito de ideia de jogo Consiste na concepção geral da forma como se pretende que uma equipe jogue. Esta ideia é composta de organização coletiva, de grupo e individual para as diferentes fases do jogo (ataque, defesa, transição defesa-ataque, transição ataque-defesa e bolas paradas) e, de como estas interagem entre si. Este tem como principal objetivo, conferir uma organização a equipe. A ideia de Jogo está permanentemente aberta a acréscimos individuais e coletivos, fato que faz com que esta nunca atinja uma condição final, estando sempre em evolução. Desta forma, podemos dizer que a ideia de jogo e, consequentemente o Modelo de Jogo de uma equipe, é uma construção coletiva entre todos os seus elementos constituintes (comissão técnica, jogadores, funcionários, direção, entre outros) e sofre influência direta e indireta do contexto no qual se insere o clube (cultura do país, história e estrutura do clube, torcida, imprensa, entre outros.). Adaptado de Santoalha (2009) A ideia de jogo do Camboriú FC A Ideia de Jogo do Camboriú FC deve guiar o “caminho” para o jogar desejável nas categorias de base do clube. A partir deste direcionamento as equipes técnicas devem ter liberdade suficiente para fazer acréscimos conceituais e de comportamento às equipes que não sejam opostos ao modelo desejado pelo clube. Referências De Espaço Ao perder a bola Mudande atitude imediata buscando a recuperação Defesa organizada Marcação à zona, direcionando para zonas de pressão Ao recuperar a bola Retirar a bola da zona de pressão através da circulação em progressão Ataque organizado Posse em circulação de bola em progressão apoiada Pressão seguida de Pressing imediato fechando espaços próximos a bola Priorizar progressão rápida e reconhecer quando atacar direto ou manter a posse Temporizar quando em igualdade ou inferioridade numérica no centro de jogo Criar espaços em amplitude e profundidade para manutenção e progressão As referências de espaço são obtidas através da divisão do campo de jogo em doze setores, sendo seis ofensivos e seis defensivos. O objetivo desta organização é facilitar o entendimento das instruções do treinador possibilitando uma ocupação organizada do espaço tanto a nível coletivo como de grupo e individual. Comportamentos de jogo Níveis de comportamento de jogo A estruturação e treinamento dos comportamentos de jogo se dão em três níveis: coletivo, de grupo e individual. Estes níveis são intimamente relacionados e interdependentes na composição do jogar que se deseja. É fundamental que o treino e o jogo considerem estas três esferas, sem os quais é impossível entender o rendimento esportivo no futebol. - Coletivos Ações que envolvamtoda a equipe na relação inter-setorial em uma determinada fase de jogo; Ex: Defesa em zona, Ex: Manutenção da posse de bola - Grupo Ações de organização setorial ou inter-setorial envolvendo menos jogadores; Ex: Cobertura Defensiva, Ex: Progressão apoiada - Individual Ações individuais relacionadas com os comportamentos de grupo e coletivos; Ex: Contenção, Ex: Controle Orientado Organograma do Futebol de Base O futebol de base apresenta uma complexa atuação, organizada da seguinte maneira. Reuniões semanais são previstas entre o diretor e coordenador do futebol com todos treinadores e treinadoras. Os integrantes das comissões técnicas devem propagar e desenvolver o pensamento crítico e influenciar a autonomia dos praticantes, independente da categoria que participam. A atuação do treinador é de guiar esse processo de aprendizado. Além desse objetivo em comum, é fundamental que os treinadores e treinadoras desenvolvam a aula em uma mesma sequência: 1) conversa inicial e apresentação do objetivo da sessão, além de trazer lembranças de aulas anteriores para criar uma conexão mais efetiva do processo de desenvolvimento; 2) atividades baseadas em jogos que promovam o desenvolvimento e autonomia dos atletas; 3) conversa final e reflexão sobre a aula. É importante que os treinadores façam intervenções durante a aula para garantir que os objetivos estabelecidos sejam alcançados. Além disso, o clube valoriza conversas individuais com os praticantes ao longo do período de formação para que as potencialidades e dificuldades de cada praticante sejam trabalhadas de forma individualizada pela comissão técnica. Da mesma a forma, é necessário que a psicóloga se faça presente em pelo menos uma sessão de treino de cada categoria, assim como reuniões esporádicas sejam marcadas com as atletas. Assim, a psicóloga terá maior proximidade das praticantes e conhecerá a realidade de treino e competições das mesmas. Além disso, reforçamos a necessidade de aproximação entre psicóloga, família e escola buscando uma visão global da vida das praticantes. O preparador físico, fisiologista e treinadores e treinadoras devem atuar de forma conjunta com o objetivo de controlar as cargas de treino e maximizar o desempenho das praticantes nas competições principais. Os jogos reduzidos serão utilizados tanto com o objetivo pedagógico quanto como fisiológico para o desenvolvimento da capacidade de resistência. Avaliações físicas são realizadas esporadicamente e seus resultados apresentados a todos os componentes da comissão técnica. Por fim, sempre que possível, o clube financiará cursos de qualificação para os profissionais da comissão técnica para garantir a atualização dos seus profissionais e assegurar a realização de um trabalho bem embasado. Considerações finais Esperamos que o processo de formação aqui apresentados seja prazeroso para todos os envolvidos – comissão técnica, praticantes, pais, familiares e amigos. Esperamos que todos esses agentes desenvolvam cada vez mais seu conhecimento e paixão pelo futebol, assim como habilidades pessoais de criticidade, empatia, respeito, amizade, engajamento por toda a vida. Referências Barros, E. (2014). O currículo de formação do atleta de futebol - parte I - Universidade do Futebol. Retrieved October 20, 2018, from https://universidadedofutebol.com.br/ocurriculo-de-formacao-do-atleta-de-futebol- parte-i/ Bettega, O. B., Scaglia, A. J., Morato, M. P., & Galatti, L. R. (2015). FORMAÇÃO DE JOGADORES DE FUTEBOL: PRINCÍPIOS E PRESSUPOSTOS PARA COMPOSIÇÃO DE UMA PROPOSTA PEDAGÓGICA. Movimento (ESEFID/UFRGS), 21(3), 791. https://doi.org/10.22456/1982-8918.49051 Casarin, R. V., Reverdito, R. S., Greboggy, D. de L., Afonso, C. A., & Scaglia, A. J. (2011). Modelo de jogo e processo de ensino no futebol: princípios globais e específicos. Movimento, 17(3), 133–152. Retrieved from http://www.redalyc.org/html/1153/115321322008/ Freire, J. B. (2003). Pedagogia do Futebol. Campinas: Editora Autores Associados. Garganta, J. M. (1998). O ensino dos jogos desportivos coletivos : perspectivas e tendencias. Movimento, 4(8), 19–26. Retrieved from https://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/19276 Scaglia, J. A. (1996). Escolinha de Futebol: uma questão pedagógica. Motriz, 2(1), 36– 43. Retrieved from https://www.ludopedio.com.br/biblioteca/escolinha-de-futebol- umaquestao-pedagogica/ Anexos Anexo 1 – Evento Recreativo Interacionista Acredito num projeto que poderia ser aplicado na minha região no qual iria abranger algumas cidades do estado de Santa Catarina. Faria um torneio de aproximadamente 6 meses, no qual iriam ser eventos mensais, sendo nos sábados e domingos durante todo o dia. Crianças de 6 a 12 anos de ambos os sexos, organizando por tamanho e peso dentro de cada modalidade, sendo 3 modalidades de diferentes idades, dentro de cada modalidade separar por 3 séries para que haja respeito para aqueles que possuem uma maturação mais tardia e proporcionar um melhor desenvolvimento esportivo e humano além da formação de uma cultura de cidadania através de conteúdos propostos. Modalidades: 6 a 7; 8 a 10; 10 a 12 série Esmeralda, Diamante e Rubi para definir a organização por tamanho e peso. Durante os intervalos entre os jogos e para aqueles que não estão brincando no momento, haverá conversas e interações com foco educacional sobre cidadania, companheirismo, solidariedade, entre outros elementos importantes na formação de um ser humano. Também alguns jogos e brincadeiras diversas, conforme o momento do dia, para proporcionar um maior relacionamento e interação de crianças e pais de diferentes culturas e lugares. Os locais da realização do evento serão em 6 cidades sedes, cada sede será representada por um clube que disponibilizará estruturas com alojamento para os mais carentes e alimentação para todos os participantes, inclusive para os familiares que poderão estar presentes em todos os momentos. Cada sede deve contar com 4 ambientes diferentes para os eventos, areia (preferência praia), sintético (proximidade ao futsal), Centro de Treinamento e Estádio de no mínimo 2 mil lugares. Os 3 primeiros eventos terão uma ideia de socialização e criação de uma cultura de aprendizagem e desenvolvimento humano através do esporte, assim formando melhores cidadãos. Nos 3 eventos finais, aumentar a quantidade de jogos em Centro de Treinamentos e Estádios, visando oportunizar que os pais e crianças sintam como é o ambiente de um clube profissional, tendo contato com alguns atletas de base e profissionais do clube. E todos os jogos dos domingos acontecerão no estádio. Os jogos de sábado serão com foco maior de interação, brincadeiras e conhecimento do nível evolutivo dos times, sendo na parte da manhã a realização de pequenos jogos adaptados com bola na areia baseado na pedagogia de rua para o desenvolvimento da criança. Na parte da tarde após uma boa alimentação e recuperação, haverá os primeiros jogos de futebol nos Centros de Treinamento da sede, utilizando os campos numa proporção adequada pela modalidade envolvida, além do tempo de jogo também ser orientado a categoria em questão, com o objetivo de observar o nível técnico das modalidades separadamente para a continuidade do evento. No início da noite, após outra pausa para descanso e alimentação adequada, serão realizados jogos entre todas as categorias de forma liberada nos campos sintéticos, porém com o cuidado para que o objetivo de diversão e inclusão seja alcançado e não haja exclusão de nenhuma criança e que todos possam se divertir e se relacionar com as mais diversas culturas e formas de viver e pensar. No domingo durante toda a manhã e tarde acontecerão os jogos nas respectivas modalidades e séries, sem haver uma tabela de classificação, todos enfrentam todos.Meninas em jogos separados na primeira fase (sábado), porém, realizam aquecimento e preparação junto com todas as modalidades e séries, além de participar de todas as demais atividades conjuntamente. Já nos jogos de domingo haverá sorteio para definir entre os participantes quais times irão se unir, para promover um contato direto entre meninos e meninas jogando juntos. Todos participantes ganham medalha por ter participado do evento e ajudar no desenvolvimento do projeto, pois não existem campeões. Mostrando a importância de se interagir, se divertir e se socializar dentro de um campeonato, trazendo uma vivência diferente do alto rendimento, das cobranças e pressão que são exacerbadas comumente. Pais que desejam participar do evento, precisam participar de uma palestra educativo sobre os cuidados da cobrança excessiva e maneiras de se portar perante aos filhos/atletas num processo de formação e aprendizagem da criança. As brincadeiras e jogos que serão realizados enquanto alguns atletas aguardam sua vez de participar das atividades principais, além das palestras educativas, terão o enfoque de exercitar algumas habilidades como: Trabalho em equipe, Esforço, Gestão do medo, Confiança, Liderança, Auto-estima, Empatia e Paciência Regras de participação: Nos jogos será necessário que todos os times de todas as modalidades e gêneros efetuem trocas de atletas a cada 10 minutos (adaptável ao tempo de jogo de cada modalidade) no máximo e o jogador que irá entrar, não pode ter participado do jogo ainda, até que todos tenham participados. Não existe cartão vermelho, toda vez que acontecer algum tipo de entrada grave, ou excesso de vontade na jogada, mostrar cartão branco, que obrigado o atleta a ser substituído e só poderá voltar 15 minutos depois, respeitando a regra de só voltar a atuar um atleta que começou jogando, após todos os reservas terem participado do jogo, além de uma conversa com os professores responsáveis, dependendo da forma que ocorreu a ação, existir uma conversa com a criança de forma clara sobre os motivos por ter ocorrido a situação e o real objetivo dos jogos em que está envolvido. Outro objetivo do Evento é fomentar a interação e conversa visando melhorar o desenvolvimento de treinos e jogos adaptados pelos professores das escolinhas e clubes participantes, evoluindo o futebol da região num todo. Anexo 2 – Projeto de Formação e Profissionalização do Futebol feminino Acredito na criação de um projeto que se utilize de um planejamento para desenvolver ligas e competições de grande nível, baseado numa metodologia, me alongo um pouco nos assuntos pois acredito que seja pertinente pensar mais afunda nas ações práticas. Plano Geral: Oferecer oportunidades reais de aprendizado esportivo e incentivar meninas de diversas idades à pratica do futebol sempre levando em consideração se criar um ambiente de aprendizagem com respeito, união, humildade e dignidade. Isso irá gerar um alto índice técnico por um ambiente de grande liberdade criativa e motivacional. Tornar o futebol mais acessível e interessante para todos, utilizando a pedagogia do "Futebol de Rua" que possibilita uma interação maior e mais eficiente com os jogos e uma participação com crianças de idades diferentes. Além de tornar o ato de treinar como uma brincadeira alegre, sadia e com benefícios para a criança. Objetivo Geral: Estimular o Futebol Feminino nas Escolas e Colégios com a realização de Torneios; Aplicar a metodologia pedagógica do "Futebol de Rua", para que haja um desenvolvimento mais diversificado e com ajustes mais próximos da realidade infantil de brincar e se divertir jogando, sem a pressão de desenvolver habilidades específicas de uma posição ou situação de jogo apenas; Realizar Torneios Recreativos e Competições entre os Centros de Formação (escolinhas) e Escolas Públicas; Elaborar um Planejamento de Jogos com Calendário profissional para o Futebol Feminino; Estimular implantação de uma metodologia pedagógica de aprendizagem e iniciação no Futebol em categorias Femininas de Clubes da Região; Projetar e promover Centros de Formação (escolinhas) para que atuem com categorias femininas e mistas à partir dos 6 anos ou sub-7, com interação do clube da região que apoiam o projeto; Aumento do interesse em Crianças pelo Esporte e principalmente Futebol; Oferecer cursos de saberes sobre diversas áreas de conhecimento do futebol, para propagar o entendimento do real funcionamento do esporte para a sociedade, tirando daquela visão retrógrada que está enraizada em nossa cultura a muitos anos; Utilizar o Futebol Feminino Profissional para fortalecer a igualdade de direitos da Mulher no Esporte, na sociedade em geral, entre outros assuntos correlatos como cidadania; Metas Específicas: Inserir o Futebol Feminino na sociedade de forma igualitária, perante os Centros Educacionais, Escolas públicas e particulares, reforçando que o Futebol não é um esporte masculino. Inserir a quebra do paradigma para que o futebol não seja um esporte baseado em gênero ou características físicas. Utilizar o marketing para criar engajamento e maior interesse para com o futebol feminino, realizar ações em parceria com poder público municipal, estadual e federal, operando ações em conjunto com patrocinadores das Federações estaduais e da CBF, em conjunto com empresas locais. Criar estratégias de massificação e envolvimento da sociedade e poder público, para incentivo e motivação das meninas praticarem esportes desde cedo, tendo as mesmas oportunidades ou possibilidade de participação em projetos sociais, eventos públicos, jogos escolares entre outros tipos de ações com foco no esporte. Criar e executar um plano pedagógico baseado no "futebol de rua", que possibilite uma maior interação e participação em conjunto de todas as crianças, porém com um cuidado em relação ao tamanho e peso, levando em consideração os Efeitos da Idade Relativa, no qual a maioria dos clubes não observam de forma mais atenta a estas especificidades únicas. Promover e incentivar a formação das mulheres para o ambiente de gestão e formação esportiva. Gerar interações nos Torneios com foco educacional sobre cidadania, companheirismo, solidariedade, entre outros elementos importantes na formação de um ser humano. Estratégias e Prazos: As estratégias de curto prazo, seriam num enfoque da propagação de conhecimento através de encontros que irão acontecer em clubes, federações, e empresas parcerias para desenvolver sobre o futebol feminino, igualdade e cidadania, entre outros já citados, e criação e implementação dos Planos Pedagógicos de Aprendizagem baseado na metodologia do Futebol de Rua, com um prazo de 6 meses a 1 ano. Gerar conteúdo educacional para mostrar as diferenças do futebol aplicado nos clubes de forma geral para crianças e salientar os benefícios e diferenças Num segundo momento, após a implementação da metodologia se faz necessário retorno financeiro para os clubes, com a criação de um plano de ação estratégico e bem desenvolvido de marketing, conectando diversos atores do nosso sistema esportivo como federações e seus patrocinadores, juntamente com patrocinadores regionais para incentivar a prática do futebol feminino localmente e com uma prática eficiente do marketing nestas ações e gerando conteúdos educativos e de cidadania através da internet, irá gerar maior curiosidade, engajamento e interação da população com o esporte, trazendo maior visibilidade ao futebol feminino, o tornando uma potência financeira e de marketing igual ao futebol masculino. O que levaria mais 1 ano a 2, até chegarmos num nível sustentável, sem depender obrigatoriamente das leis que obrigam o clube a ter um time feminino e necessariamente precisa investir em diversas necessidades.Após esses 2, 3 anos de adaptação dos clubes a trabalhar inicialmente com o futebol feminino será possível realizar Torneios com interesses recreativos sem a visão competitiva obrigatória, que também irá gerar melhores oportunidades de socialização e recreação, sem ter o sentimento de cobrança excessiva e pressão psicológica para as crianças. Também realizar neste período Torneios Competitivos, porém nas categorias de base utilizar regras adaptadas e voltadas a interação e não somente ao título ou conquista, principalmente para as categorias inicias (até sub 11). No médio longo prazo que seria em torno de 5 a 8 anos, cobrar os clubes e federações que tenham profissionais específicos para o futebol feminino, principalmente na área de gestão, como um diretor de futebol com saberes voltados para a formação específica da mulher. Por qual (is) categoria(s) começar ou concentrar esforços? Por quê? Sub-7 ou 6 anos de idade. Pelo início do desenvolvimento maturacional da criança e físico-motor e físico-analítico, quando começa a desenvolver melhor a percepção sobre os movimentos e entender de forma contextualizada o jogo e as brincadeiras. O que seu contexto precisaria ter ou adquirir para começar este projeto ou mantê-lo de maneira digna? Primordialmente a criação e execução de um planejamento estratégico para o desenvolvimento do futebol feminino, baseado em ligas com alto nível técnico e de organização. Com isso criar campeonatos nacionais, estaduais e uma nova opção os regionais, onde em muitos lugares se joga o tradicional amador, trás uma oportunidade de crescimento técnico e financeiro para os clubes amadores e até a participação de faculdades. Além das categorias de base também conter grande parte do contexto deste planejamento. Porém o mais essencial para o real funcionamento destas ligas e organizações, será uma necessária união entre as federações, CBF, clubes profissionais, clubes amadores, poder público, empresas privadas e um dos grandes pontos de interseção é a imprensa, que dependendo da forma que divulga, propaga, influencia em suas reportagens e transmissões, criam verdades quase absolutas a partir de pequenos momentos que não representam o todo do futebol e o que ele envolve. Pois se torna necessário que diversos canais promovam as dificuldades criadas para as crianças nos ambientes que hoje convivem nas escolinhas e categorias de base de diversos clubes e escolas, e principalmente na luta contra o machismo presente em nossa sociedade, que se vira contra toda e qualquer possibilidade de evolução no sentido de um futebol feminino profissional de qualidade de técnica e de jogo, além de impossibilitar um retorno financeiro para os clubes o que é muito importante para que eles possam investir no crescimento da modalidade. Quais são as condições externas necessárias hoje para o desenvolvimento do futebol feminino no seu contexto a médio e longo prazos? Uma das necessidades imediatas além da promoção e propagação do futebol feminino pela imprensa e canais de comunicação, é oferecer espaços aonde se debate sobre atuação dos jogos, tática e tecnicamente falando, dando importância para as reais características do jogo de futebol, além de sempre trazer a importância do extremo respeito e valorização das mulheres perante a sociedade em geral e no esporte. Mostrar que o esporte não é apenas para profissionais e que as crianças sejam incentivadas à prática da modalidade para um crescimento humano, pois nos oferece oportunidades de desenvolver habilidades das mais diversas maneiras e situações, que agregam à todos humanos. O apoio dos patrocinadores e poder público para a continuidade dos projetos e desenvolvimento do futebol feminino através de uma metodologia, além da elaboração das ligas femininas, no qual se necessita tempo para um crescimento eficaz e que traga retorno em todas as esferas possíveis. Anexo 3 – Futebol de Base no Camboriú FC Olhando por um aspecto da Formação de Jogadores o clube não possui praticamente nenhuma estrutura que traz uma formação pensada no desenvolvimento humano do atleta. A última categoria é a sub-17 o que obriga ao jovem que na maioria das vezes ainda está muito imaturo, conseguir desenvolver seus aspectos e habilidades diretamente no profissional com cobranças maiores, além de ser inexistente um trabalho de transição e que pudesse ser realizado a longo prazo. Etapa A (perguntas): As duas perguntas obrigatórias são: - Em qual nível escolar estão os atletas do clube nascidos no ano de 1998? - Existe algum jogador dessa geração que já está na equipe principal? Apenas um atleta que está no elenco é nascido em 98 e oriundo das categorias de base, já está no profissional desde o ano passado. Somente terminou o Ensino Fundamental. Um outro atleta de 98, que veio diretamente para a disputa do campeonato profissional deste ano, possui Ensino Médio incompleto. Nascidos no ano de 1999? Apenas um atleta é nascido em 99, veio das categorias de base, está no profissional desde o ano passado. Terminou o Ensino Médio. Etapa B (relatório): É um clube novo de apenas 15 anos, de certa forma podemos considerar que seja modesto, pois vive de patrocínios espontâneos e pontuais, além de convênios sociais. Porém investem o máximo de dinheiro possível na montagem do elenco para a disputa do Estadual profissional, que dura cerca de 3 meses no máximo. As categorias de base são do sub-7 ao sub-17. Falta de planejamento e profissionais para atuarem de forma mais direta com os atletas da base, visão da diretoria não é alinhada com uma visão sistêmica. O que dificulta uma elaboração de um trabalho diário visando a formação do lado humano do atleta e consequentemente aumentando as possibilidades da evolução atlética do jovem. Não possui departamentos em nenhum setor, nem base e nem profissional, por isso não conta com fisiologistas, psicólogos, e outros tipos de auxílio possível vindo do clube, sendo que a comissão técnica da base que é composta por treinador e auxiliar apenas e que atuam em diversas categorias invertendo os papeis. Apesar das dificuldades financeiras, o ponto mais positivo é que o clube acompanha de uma forma distante, mas mantém contato, em conversa com pais e familiares, o andamento do colégio e outras questões pessoais do atleta que possam influenciar a sua rotina de treino. Vejo como uma realidade das maiorias dos clubes pequenos, os que só disputam estaduais, ou como o Camboriú, disputa apenas 2ª divisão do estadual, todos os gestores, possuem sua empresa e além de dividirem tempo e preocupações com seu negócio e o clube, enxergam como a única solução de fazer a base evoluir e ter dinheiro, quando estiverem numa divisão superior ou com mais calendário. O que infelizmente é um equívoco, pois nos dias de hoje, temos a total condição de se criar um departamento de marketing profissional, que consiga melhores parceiros estratégicos, que visam uma evolução das necessidades da base, além de infraestrutura do clube. Pois se seguirmos a visão deles, nunca irão realmente profissionalizar o clube e investir em trabalhos a longo prazo. Já que a cada 3 derrotas do treinador mandam embora, e todo o possível planejamento de união entre base e profissional se foi embora, já que o clube não tem um documento orientador ou algum modelo de plano pedagógico específico. Anexo 4 – Análise de Jogo PSG X BAY 48:20 - PSG - Jogada individual de Neymar pela intermediária ofensiva esquerda, que erra o passe na tentativa de infiltração do lateral esquerdo Kurzawa 48:27 - BAY - Interceptação do zagueiro Hummels (transição ofensiva) que inicia troca de passes rápidos até realizar a retirada da bola da zona de pressão 48:40 - BAY - (Organização ofensiva) Balanço ofensivo com lateral esquerdoAlaba oferecendo amplitude e penetração para tabelar com ponta esquerda 56:12 - PSG - (Organização defensiva) Compactação e Bloco Defensivo baixo com pressing ao portador da bola e direcionamento da bola para a zona lateral de campo. 59:38 - PSG - (Bola parada ofensiva) Falta próxima a área do adversário, frontal que Neymar não concretiza em gol. 61:44 - PSG - (Organização ofensiva) Disputa de 2ª bola após cobrança de lateral que sobra na lateral defensiva direita com Daniel Alves e conduz a bola até próximo a área adversária, realizando um passe entre as linhas após ultrapassagem de M'Bappe que toca para Neymar finalizar ao gol. 63:40 - BAY - Cruzamento da intermediária ofensiva direita para Muller que não consegue dominar a bola, que entra em disputa mas a sobra ficando com o adversário seguidamente, demonstrando a pressão pelo jogo fora de casa, além dos 3x0 já marcados no placar. 69:43 - PSG - Pressing ao portador da bola, Verrati rouba a bola na intermediária defensiva, e retira a bola da zona de pressão, abrindo o jogo com passe em diagonal para M'Bappe que tenta um passe em profundidade entre os zagueiros para Neymar, que não chega na bola. 69:55 - PSG - (Organização defensiva) Recomposição rápida sem deixar adversário tirar a bola da zona de pressão. Rabiot intercepta passe na intermediária esquerda e procura amplitude com M'Bappe na esquerda ofensiva, que ao receber a bola realiza um drible entrando na área e toca para Neymar no centro que continua a virada de jogo para Dani Alves na zona de Finalização e concretiza o gol. 77:20 - PSG - (Atrator) Neymar pelas suas qualidades e características desequilibrantes, é o principal jogador do time, sempre buscando o gol ou passes decisivos, por isso tem um marcação melhor e mais numerosa pelos adversários, o que ocasiona num grande número de faltas. 82:54 - PSG - Paris mantém a posse de bola, porém com uma transição mais lenta, inclusive com passes mais laterais, com menos infiltrações, mas buscando a inversão de lado da bola, o que gera gritos de "Olé" na torcida da casa. 83:20 - BAY - Bayern pressiona posse de bola lenta do psg que erra e coloca bola em disputa após chutão, provocando ações pouco comuns no adversário. 83:26 - BAY - (Transição ofensiva) Recuperação da bola e rápida estruturação da equipe que consegue superioridade numérica e com coberturas para retirar a bola da pressão e com tabelas, buscando a finalização. 86:40 - PSG - Após recuperação da bola aérea, 3 jogadores realizam toques de primeira, muito utilizados no "Futevôlei", para manter a posse de bola para a equipe. 91:00 - BAY - Robben que nem sempre é o capitão oficial da equipe, como não foi neste jogo, incentivando e realizando gestos para seus companheiros, sinalizando a necessidade do time diminuir os espaços, já que o adversário está com a posse da bola na defesa e seu time está perdendo por 3 a 0, faltando apenas 2 minutos para o fim do jogo. Anexo 5 – Jogos Adaptados para treinos e ensino do futebol Etapa 1: Começo da iniciação no futebol Atividade 1 Estrutura da atividade: Aquecimento - Handball adaptado Objetivo(s): Estruturação de espaço, desenvolver estratégias de mobilidade, troca de posição para criar linhas de passe, progressão e finalização ao alvo, técnicas de interceptação e leitura de jogo. Materiais: Bola, alvo, coletes, cones e fitas. Espaço/ambiente: Campo reduzido 1/6 do campo oficial Regras do jogo (quantidade de jogadores, regras de funcionamento): Grupos de 4x4, a equipe que está em posse da bola, só pode realizar passes com as mãos, as finalizações só podem ser feitas com 1 toque na bola utilizando qualquer parte do corpo, exceto as mãos; o adversário só pode tentar recuperar a bola na fase aérea após um passe ou finalização; nas áreas do gol só podem haver disputas de cabeça; o portador da bola não pode ser deslocar e tem 3 segundos para fazer o passe, se não o fizer, perde a posse da bola. Vence quem fizer mais gols. Pequenas variações/intervenções: Pontuações diferentes para gols com quantidade de passes mínimos e diretos sem interceptação do adversário, adaptar regras em quantidade de passes no campo defensivo ou ofensivo, aumentar ou diminuir tempo limite de possa de bola, gols em troca ataque e quantidade máxima de toques com ponto extra. Atividade 2 Estrutura da atividade: Aquecimento - "Futetênis" Objetivo(s): Aprimorar técnica de toque na bola, mobilidade e velocidade. Materiais: Bola, coletes, cones e fitas. Espaço/ambiente: Campo reduzido 1/10 do campo oficial Regras do jogo (quantidade de jogadores, regras de funcionamento): Grupos de 1x1, cada jogador pode dar no máximo 3 toques na bola, é permitido 1 quique da bola no próprio campo. Para pontuar é preciso transmitir a bola à quadra do adversário, com qualquer parte do corpo exceto os braços, e ele não conseguir devolver ao outro campo. Vence quem fizer mais pontos. Pequenas variações/intervenções: Aumentar ou diminuir possibilidade de quiques da bola em seu campo, para valer a pontuação é necessário toque com alguma parte do corpo específico como pé não dominante, de peito, cabeça. Bolas de diferentes tamanhos. Aumentar o campo de jogo e inserir parceiros. Atividade 3 Estrutura da atividade: Aquecimento - Derruba cone Objetivo(s): Aprimorar técnica de toque na bola, mobilidade para criar linhas de passe, velocidade e interceptação. Materiais: Bola, coletes, cones e fitas. Espaço/ambiente: Campo reduzido 1/10 do campo oficial Regras do jogo (quantidade de jogadores, regras de funcionamento): Grupos de 2x1, a cada 1 minuto troca-se o jogador que faz o centro e que busca recuperar a bola, o jogador defensivo busca interceptar os passes e impedir que os adversários acertem o cone com a bola, os jogadores que estão nas extremidades devem acertar os cone com a bola para ganhar 3 pontos ou acertar um passe para o jogador no outro lado para ganhar 1 ponto. Vence quem fizer mais pontos. Pequenas variações/intervenções: Aumentar ou diminuir tempo do jogador central de marcação, inserir pontuação para jogador defensivo quando interceptar, passes em sequência entre os extremos duplica pontuação, utilização da perna não dominante seguidamente da ponto extra. Etapa 2: Final da iniciação e começo da especialização no futebol Estrutura da atividade: Treino de Fundamentos - Jogos de Domínio e Passe Objetivo(s): Aprimorar o desenvolvimento físico, passe, domínio, condução, manutenção da possa, progressão ao alvo, amplitude e apoio para estruturação} L de espaço Materiais: Bola, coletes, cones e fitas. Espaço/ambiente: Campo reduzido 30x30 Regras do jogo (quantidade de jogadores, regras de funcionamento): Grupos de 5x5, num campo que possui 4 zonas em regiões próximas as arestas do campo, a equipe com a posse de bola tem que fazer com que a bola passe pelas 4 zonas ganhando 3 pontos. Assim que conseguir ocupar 3, faltando apenas 1 zona a ser explorada, a equipe com posso de bola se trocar 8 passes seguidos ganha 1 ponto extra. Pequenas variações/intervenções: Inserir coringas para auxílio no passe. Possibilidade de condução da bola até uma próxima zona se o condutor estiver numa outra zona já conquistada. Condução da bola até meio campo, tendo que fazer um passe em direção a zona que está sendo o alvo. Limitar a quantidade de toques na bola. Limitar devolução de passe para quem acabou de realizá-lo. Etapa 3: Final da Especialização no futebol Estrutura da atividade: Jogo das travinhas em forma de Losango Objetivo(s): Fundamentos técnicos (passe, domínio, condução, drible, finalização), marcação individual, mobilidade para sair da marcação, jogar coletivamente, leitura e estruturação do espaço, progressão ao alvo e proteção à meta a ser defendida.Materiais: Bola, coletes, cones Espaço/ambiente: Metade do campo oficial, usar na horizontal Regras do jogo (quantidade de jogadores, regras de funcionamento): Jogos de 6x6 com 2 alvos em forma de losango com dois metros de largura entre os cones, formando 4 entradas e todas são possibilidades de gol, alvo fica a metros da linha de fundo. Pequenas variações/intervenções: Limite de toques na bola para finalizar, tempo máximo de posse no setor defensivo, finalização com perna não gol dominante, ponto extra para gol com perna não dominante, gol originado de inversão de bola ponto extra, outras regras que intensificam situações de jogo e momentos de mudança de comportamento.
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