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ASCP_U03

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CONFLITOS TÍPICOS DA 
ADOLESCÊNCIA 
Professor:
Me. Paulo Rogério da Silva 
Diretoria Executiva Pedagógica Janes Fidelis Tomelin
Diretoria Operacional de Ensino Kátia Coelho 
Diretoria de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha
Head de Projetos Educacionais Camilla Barreto Rodrigues Cochia Caetano
Head de Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho
Gerência de Produção de Conteúdos Diogo Ribeiro Garcia
Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey
Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo
Projeto Gráfico Thayla Guimarães 
Designer Educacional Marcus Vinicius Almeida 
Editoração Bruna Stefane Martins Marconato 
Qualidade Textual Produção de Materiais
DIREÇÃO
Reitor Wilson de Matos Silva 
Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho 
Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho 
Pró-Reitor de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva 
Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi
NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 
Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360
As imagens utilizadas neste livro foram 
obtidas a partir do site shutterstock.com
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação 
a Distância; SILVA, Paulo Rogério da.
 
 Adolescência e suas Características Psicossociais. Paulo 
Rogério da Silva. 
 Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. 
 35 p.
“Pós-graduação Universo - EaD”.
 1. Adolescência. 2. Psicossociais. 3. EaD. I. Título.
CDD - 22 ed. 370
CIP - NBR 12899 - AACR/2
01
02
03
04
sumário
06| REBELDIA ADOLESCENTE: MITO OU REALIDADE?
12| CONFLITOS FAMILIARES E ESTILOS PARENTAIS
16| VIOLÊNCIA E VIVÊNCIA ESCOLAR
22| FATORES DE RISCO NA ADOLESCÊNCIA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 • Refletir sobre os rótulos e representações sociais em torno do adolescen-
te como indivíduo.
 • Apresentar os estilos parentais e sua representatividade na educação do 
adolescente.
 • Pensar sobre a violência escolar simbólica e física.
 • Apresentar os fatores de risco envoltos no desenvolvimento dos adolescentes.
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 • Rebeldia Adolescente: mito ou realidade?
 • Conflitos Familiares e Estilos Parentais
 • Violência e Vivência Escolar
 • Fatores de Risco na Adolescência
CONFLITOS TÍPICOS DA ADOLESCÊNCIA 
INTRODUÇÃO
introdução
Neste encontro nos debruçaremos sobre a compreensão da etapa do desen-
volvimento humano denominada adolescência, analisando o contexto social, 
histórico e educacional em que está inserido. Desta maneira, buscaremos pro-
blematizar o existir adolescente sob a ótica da noção hegemônica de “juventude 
alienada” enclausurada pela lógica individualista.
Neste estudo, desenvolveremos uma escuta sob os modos como os jovens 
manifestam seus propósitos, buscando visualizar os processos de produção 
dos desejos, unindo pontos entre as diversas perspectivas da diferença, na 
construção do protagonismo da juventude. Assim, ampliaremos o conceito 
de adolescência, que nos tempos atuais deixa pistas de um esgotamento do 
modo de existir capitalístico, bem como uma urgente necessidade de romper 
com o sujeito universal e abstrato, possibilitando a busca por novas formas de 
dar sentido a um existir inventivo e não generalista.
Este encontro pretende promover uma discussão em torno de um possível 
silenciamento da juventude, bem como espaço insuficiente para o reconhe-
cimento e a expressão das diferenças na atualidade. Sendo assim, a seguir, 
lançaremos juntos um olhar sobre as manifestações da juventude para encon-
trar sentido em seus modos de existir.
Possuiremos como inspiração questões guia para a promoção da discus-
são: Qual a influência dos rótulos e representações sociais em torno do existir 
adolescente? Como os estilos parentais exercem influência e representativida-
de na educação do adolescente? De que maneira o adolescente está exposto 
as diferentes faces da violência? Quais os fatores de risco envoltos no desen-
volvimento dos adolescentes?
E então, vamos em união costurar as ideias, por meio de análises e proble-
matizações desta etapa do desenvolvimento ao qual todos os seres viventes 
passam, inerente as diferenças que possam existir. 
Bons estudos! 
Pós-Universo 6
A adolescência é um fenômeno de transição para o sujeito que se encontra entre a 
infância e a maturidade em seu processo de desenvolvimento humano, percebida 
como uma fase difícil, a beira da patologia, contornada por conflitos “naturais” (ROCHA; 
GARCIA, 2008).Tal conceito convoca a pensar sobre a produção de uma adolescên-
cia, principalmente após observar como a sociedade e a cultura acentuam uma ideia 
de crise, a partir de sua própria hipocrisia e paradoxos, inserindo no sujeito “adoles-
cente” suas falhas e defeitos projetivamente. 
REBELDIA ADOLESCENTE: 
MITO OU REALIDADE?
Pós-Universo 7
O jovem que se encontra nesta fase tem dificuldade em escapar do nó produzido 
pelas inúmeras demandas impostas a ele, tais como: inserção no mercado de traba-
lho, formação acadêmica, constituição de uma família própria, entre outros modelos 
normativos e individualizantes. A compreensão do processo de desenvolvimento 
como uma capacidade de ressignificar e criar formas de identificação, posicionamen-
to e papéis, denuncia a multiplicidade do sujeito em sua heterogeneidade de vozes 
e posições que o conduzem para “a abertura, para a inovação e para a construção 
de novos posicionamentos e processos de significação acerca do mundo, do outro 
e de si mesmo” (ROSSETI-FERREIRA, 2004).
Na década de 90, no Brasil, foi criado o Estatuto da Criança e do Adolescente, o 
ECA,sob a lei nº 8.069/90, indicando como normativa que a adolescência começa a 
partir dos doze anos de idade e tem seu esgotamento aos dezoito anos. No entanto, 
se torna demasiado reduzido pensar nesta etapa da vida considerando apenas res-
trições fisiológicas ou de organização social. 
A adolescência é recorrentemente tratada como uma síndrome por possuir 
como propriedade um conjunto de características tomadas como sintomas compor-
tamentais deterministas desta faixa etária. Desta forma, desconsidera-se uma forte 
influência de costumes e tradições, bem como de aspectos históricos internalizados 
pelo sujeito e pela sociedade em movimento. Pensar a adolescência é considerar o 
trabalho psíquico necessário investido pelo sujeito para se inserir no mundo (PAPALIA; 
OLDS, 2000).
O conceito de adolescência surge como objeto, esgotado por questões psicolo-
gizantes mesmo biologizantes inerentes às vontades e desejos. Etapa pela qual todo 
ser humano passa de forma inevitável e ligeiramente similar. O sujeito é catalogado 
conforme suas mudanças físicas, sendo colocado à margem de aspectos individuais 
e psicossociais. E a partir desta visão desenvolvimentista, questões comportamen-
tais e emocionais são colocadas à mercê da escolha do sujeito adolescente, sendo 
próprias de sua constituição sem ser considerado qualquer modo de existir através 
da diferença (COIMBRA; BOCCO; NASCIMENTO, 2005).
Mudanças corpóreas, comuns na puberdade, devem ser significadas, porque pro-
porcionam ao sujeito uma nova visão de si e, consequentemente, o reconhecimento 
de uma identidade. Entretanto a adolescência se amplia diferenciando-se da puber-
dade por se tratar de um fenômeno cultural que engloba um processo no qual se 
adquirem as características psicológicas e sociais da condição adulta. 
Pós-Universo 8
A adolescência é marcada, principalmente, por mudanças externas e ocasionam 
implicações internas, apontando para mudanças importantes na forma dos sujeitos 
estarem no mundo e perceberem sua existência e o contexto ao qual estão inseri-
dos. Tal percepção determina outras formas de agir e aponta para outros caminhos 
que não os já traçados. E, portanto, se refere ao encontro de situações sociais com a 
transformação da energia psíquicaque demanda do sujeito posicionamento frente 
aos diferentes conflitos (MOREIRA; ROSÁRIO; SANTOS, 2011).
Pensando em uma diferenciação entre adolescência e juventude, é possível 
verificar marcações bem significativas. A adolescência numa perspectiva desenvol-
vimentista surge a partir das mudanças físicas próprias da puberdade, em que um 
sujeito, apropriado de um novo corpo faz movimentos de busca do seu lugar no 
mundo, comuns e inerentes a qualquer ser. No entanto, tal conceito é produtor de 
normatização, docilização do corpo, tornando-o útil e obediente para o capitalismo, 
colocando em ação o poder em ato (FOUCAULT, 2009). A adolescência surgiu na mo-
dernidade, categorizada e compartimentada tanto na realidade social como no curso 
da vida individual em torno de classes sociais e em função de faixas etárias, raciona-
lizada em sua trajetória, teorizada pela ciência, especificamente pela psicologia do 
desenvolvimento, passou a ser um processo ordenável, sequencial e universal rumo 
à maturidade (ROCHA; GARCIA, 2008). Além disso, buscar compreender os sujeitos 
jovens se restringindo apenas à faixa etária é como tentar enxergar através de uma 
parede, isto é, sem retirá-la; dessa forma, toda a visão se reduzirá à parede.
Desta maneira é mais que urgente problematizarmos o conceito de adoles-
cência, conectando a diferentes interfaces, lançando para o campo discursivo dos 
embates de sentidos, e assim promovermos uma escuta em torno do vir a ser jovem, 
no desenvolvimento de sua juventude como processualidade que promove uma 
desterritorialização, implicando em criação, invenção.
Pós-Universo 9
Para pensarmos sobre o vir a ser jovem acompanhe a seguir um aprofun-
damento sobre o conceito de Devir: “devir é movimento de compor nos 
corpos o inusitado a partir do encontro com o outro, definindo em cada 
sujeito uma lista de afetos e devires em uma multiplicidade de aconteci-
mentos que nunca cessam. Assim, todo devir se dá no encontro e no acaso” 
(DELEUZE; GUATTARI, 1997, p.18-19). Assim, ao visualizarmos o jovem como 
um ser em formação, poderíamos compreendê-lo como um devir juventu-
de? Acompanhe a seguir!
Fonte: adaptado de Deleuze e Guattari (1997).
atenção
Dessa maneira, no devir juventude, o sujeito não se reduz de forma individual, esboça 
uma configuração subjetiva, circulando em intensidade como combustível para novos 
encontros, produtor de heterogeneização, sobrevoa diferentes territórios existenciais. 
Ainda que, sob influência de aspectos psicossociais, num percurso de (in) definições: 
busca identitária, tendência de estar em grupo, deslocamento constante de situa-
ções e vínculos, atitude de contestação e insatisfações sociais, intelectualização dos 
fatos, mudanças de humor, separação do universo familiar e questionamento dos 
valores sociais, a juventude promove aberturas e espaço para novas possibilidades, 
pois tais fatos acabam por desenvolver uma crise desperta no descrédito dos lugares 
institucionais tradicionais (SOUSA, 2006).
Os termos adolescência e juventude são usados indiscriminadamente na lite-
ratura contemporânea e se referem às experiências concernentes a uma categoria 
que ao mesmo tempo é social e psicológica. Visando ampliar as condições de emer-
gência sobre este momento do desenvolvimento do sujeito de forma ampla, faz-se 
necessária a compreensão do conceito juventude, bem como sua função na socie-
dade contemporânea, em que foi ganhando um lugar cada vez maior de destaque 
(ROCHA; GARCIA, 2008).
Pós-Universo 10
Para Knobel (1977), o jovem que apresenta comportamentos opositores e questionado-
res, expressando-se por meio de instabilidades emocionais, afetivas e comportamentais, 
dentro de um determinado quadro de aceitabilidade e suportabilidade do contexto 
ao qual está inserido, estaria vivenciando o que denomina “síndrome da adolescên-
cia normal”. E constitui sua maturidade em meio a esta “síndrome” mediante alguns 
marcos em seu desenvolvimento psíquico-afetivo:
 • Busca de si e da sua identidade: através da aquisição de uma consciência 
de si como um ser no mundo ao qual habita uma ampliação da percepção 
corpórea, bem como a maturação de sua identidade, por meio de vínculos.
 • Separação progressiva dos pais: em que o jovem faz uma transição para 
novos grupos, buscando pares semelhantes e ideias, valores e caráter. 
 • Tendência Grupal: a partir da constituição de vínculos com seus pares, o 
jovem consegue, por meio do espelhamento e da uniformidade entender 
as transformações decorrentes desta etapa do desenvolvimento.
 • Necessidade de intelectualização e fantasias: nesta etapa, o jovem busca 
validar ou contestar algumas hipóteses, assim como criar novas suposições 
através se suas percepções singulares sobre o mundo e o universo.
 • Crises Religiosas: é nesta fase, e a partir da etapa anterior, que o jovem pode 
se posicionar de maneira cética ou apaixonada sobre a existência de figuras 
idealizadas criadas pela religião.
 • Deslocamento Temporal: O jovem tende a passar por um sincretismo tem-
poral, no qual nem possui as urgências e limitações espaço-temporais da 
infância e tampouco a ilusória infinitude temporal da adultez, mas oscila 
entre ambas em uma tentativa de manipular o tempo, buscando contro-
lá-lo de alguma maneira.
 • Desenvolvimento sexual: no qual o jovem percebe as novas formas que 
compõem seu corpo e desenvolve maneiras de melhor explorá-lo, bem 
como experimentar relações com outros corpos.
 • Posicionamento social reivindicatório: nesta etapa, o jovem ao ter ampliado 
sua percepção de mundo e de sua relação com este, questiona os valores, 
regras e ordens, muitas vezes transferindo suas insatisfações familiares para 
a sociedade e cultura.
Pós-Universo 11
Para Kehl (2007, p. 89-90), “a juventude é um estado de espírito, é um jeito de 
corpo, é um sinal de saúde e disposição”. Fase de transição entre a infância e 
a vida adulta, a juventude emerge marcada por complexidades, entendida 
como uma construção sociocultural que tem a ver com as experiências vi-
venciadas pelos sujeitos e como estas são significadas e narradas em cada 
contexto histórico-social. O conceito de juventude é elástico e ultrapassa 
marcações etárias ou critérios biológicos, incorporando em si múltiplas di-
mensões fazendo alargar a própria formação do ser. 
Fonte: Kehl (2007).
saiba mais 
Assim, em meio ao desenvolvimento do jovem, a família e a escola possuem a res-
ponsabilidade de amparar, orientar, estar presente e suportar as inconstâncias e 
transitoriedades desta etapa do desenvolvimento. Como dito por Winnicott (1983), 
em sua teoria do amadurecimento pessoal, em que conceitua o cuidado como a rea-
lização da tarefa principal do ser humano em relação ao outro. O cuidado é entendido 
aqui como possibilidade de potencializar no outro o seu desenvolver e amadurecer 
sadio, enfrentando todas as tarefas intrínsecas a este processo. 
Pós-Universo 12
A juventude tem convocado a sociedade a pensar a diferença, uma vez que seus 
modos de expressão sobre o sentir e o existir se expõem de forma distinta aos modos 
convencionalmente instituídos por condutas juvenis em tempos passados. E, a partir 
disso, é possível perceber um tensionamento sobre o regime institucional vigente 
e, ao tencioná-lo, produzem-se novas possibilidades de luta, visibilidades e enfren-
tamentos na direção de seus direitos e deveres. A própria juventude problematiza 
sua participação política e social, implicados a questionar os modos de condução do 
viver em sociedade, bem como das crenças sustentadas sobre as instituições e seu 
modo de funcionamento. O sujeito jovem é um ser atravessado por fluxos, devires, 
multiplicidades e diferenças (COIMBRA; BOCCO; NASCIMENTO, 2005).
CONFLITOS FAMILIARES E 
ESTILOS PARENTAIS
Pós-Universo 13
E, desta maneira, alguns estilos parentais podem se tornar norteadores ou obso-
letos conforme o desenvolvimento maturacional dos jovens.Podemos pensar nos 
seguintes estilos parentais como corriqueiros norteadores da educação dos jovens 
na atualidade:
 • Estilo parental autoritário, com regras e normas muito rígidas, sem espaço 
para diálogo, problematizações ou questionamentos, os jovens tendem a 
se desenvolver de maneira arredia, pouco confiantes em si e com autoes-
tima baixa ou ainda podem apresentar comportamentos dissimulatórios 
com mentiras e transgressões ocultadas por um falso comportamento de 
aceitação e obediência. 
 • Estilo parental permissivo, em que os pais utilizam como justificativa a 
necessidade de ampliação da consciência e percepção de si para permitirem 
que os jovens conduzam sua vida de acordo suas necessidades recém-ad-
quiridas. Uma característica importante deste estilo parental é a angústia 
diante da necessidade de amor e admiração dos seus descendentes.
 • Estilo parental democrático, por meio de diálogos e posicionamento 
afetivo, mas orientador de condutas e direcionamentos de escolhas. Neste 
estilo parental, a comunicação é fluídica e igualitária, buscando visualizar 
as singularidades e potências do ser em desenvolvimento, bem como da 
família que se desenvolve em conjunto.
No monitoramento parental democrático, a estratégia de manutenção do vínculo 
da família com o jovem visa oportunizar a sua protagonização com a história para se 
reinventar com ela, manifestando seu desejo de vida através e em meio ao seu desen-
volvimento. Rolnik (2005) nos ajuda a pensar sobre a realidade na qual o jovem está 
inserido, em que a subjetividade não se limita ao ‘eu’. O que se produz é resultado da 
junção entre múltiplas dimensões ou de linhas de força entrelaçadas na construção 
de novos cenários. Como dito por Corso (2015) “não existe saída “fora” dos outros, não 
existe felicidade senão coletiva. As saídas sempre são coletivas. É um destino muito 
pequeno ser só um e não deixar que os outros nos alterem”.
Pós-Universo 14
A família se desenvolve maturacionalmente junto com o jovem, constituindo-se 
enquanto norteadora de ambos os progressos. Assim, a família também pode se 
constituir enquanto testemunha da narrativa do jovem. O ato de testemunhar é a 
possibilidade de criar lugares de sentido, resgatando a dignidade, a partir da voz de 
quem sofreu na materialidade o ato de existir. 
Os modos de narrar dos jovens abrem espaço para as transformações, colocan-
do o tempo como questão decisiva nos conflitos sociais e na consequente busca 
por mudança social. “A juventude que se situa, biológica e culturalmente, em uma 
íntima relação com o tempo, representa um ator crucial,interpretando e traduzindo 
para o resto da sociedade seus dilemas conflitos básicos” (MELUCCI, 1997, p. 7). Muitas 
vezes, tal maturação gera conflitos e desacordos desencadeados pela aceitação e 
adequação ao novo ser que se apresenta e convoca novas maneiras de se fazer pre-
sente. Comumente, tais conflitos podem parecer recentes ou “inusitados”, mas uma 
observação mais criteriosa pode vir a detectar afastamento afetivo ou falta de fluxo 
comunicacional ao longo de todo o desenvolvimento deste ser, desde criança até a 
juventude e muitas vezes seguem para além da vida adulta.
A violência intrafamiliar exercida contra adolescentes é recorrente e historica-
mente praticada em todas as esferas sociais na sociedade brasileira, presente desde 
o princípio dos tempos. Sendo, de acordo com Venturini, Bazon, Biasoli-Alves (2004), 
um significante do abuso de poder da família, que muitas vezes “coisifica” os seres, 
fazendo deles objetos, ignorando seus direitos fundamentais. Tal violência se expres-
sa de formas diversas, seja simbólica, através de uma presença mais hostil, pouco 
tolerante a manifestações singulares ou expressividade de desejos, ou através de vio-
lência física entre os familiares e testemunhada pelo jovem. Ou ainda por meio de 
violência física com o uso de força hostil e agressiva, de maneira direta ao jovem. 
Desta maneira, a violência intrafamiliar possui influências diretas sob os comporta-
mentos dos jovens que se expressam diversas vezes replicando tais comportamentos 
na rua ou na escola. Os jovens expostos à violência intrafamiliar tendem a possuir 
baixa tolerância à frustração, irritabilidade e comportamentos arredios. Assim con-
forme Krom (2000) no ciclo de vivências familiares as situações vividas e repetidas 
tendem a potencializar seus significados, promovendo a constituição de um “núcleo 
de sentido” determinante de uma concepção singular de mundo, caracterizando 
desta maneira um mito familiar. 
Pós-Universo 15
Foucault (1987) nos auxilia a pensar sobre os modos de identificar e principal-
mente diagnosticar os mecanismos de poder exercidos pelas instituições, dentre elas 
a família, e também na sociedade, classificando o poder disciplinar como autor dos 
acontecimentos decorrentes de uma atitude padronizada no mundo atual. Na era 
dos corpos disciplinados, a disciplina se torna ferramenta que orientará todo o pro-
cesso de construção do poder e normas de condutas. Assim podemos problematizar 
os reflexos de uma estrutura familiar fragilizada como reflexiva de um despreparo 
da família em lidar com os dilemas da juventude como uma “herança” que desejosa-
mente para o benefício do vínculo familiar deveria ser abandonada.
Conforme a perspectiva foucaultiana, existem alguns métodos de controle do 
social, sendo o mais evidente a reprodução da moral transgeracional, que permi-
tem o controle total das ações do corpo, e que realizam uma direção constante de 
suas forças e lhes impõe uma relação de dócil utilidade. E, assim, preferivelmente, 
a família poderia criar espaços para que seja possível a manifestação de um desejo, 
promotor de certa ambiguidade, na qual, da mesma forma que possui potencial li-
bertador, autorizando o sujeito a ser livre para se permitir e conduzir a si mesmo, o 
desejo também pode provir de demandas sociais ditadas em prol e por um coletivo. 
Pós-Universo 16
A escola possui uma representação territorial fundamental para o desenvolvimento 
e expressividade dos jovens, possibilitando oportunidade de evolução da cidadania 
e socialização, ofertando espaço para formação ideológica, esclarecimento sobre a 
situação política, econômica e social nacional e global e com acentuação da per-
cepção dos jovens para o entendimento sobre suas escolhas em relação às possíveis 
consequências. A escola pode potencializar a capacidade individual de agir e compor 
vontades coletivas, viabilizando meios para a geração de formas de resistência na 
luta pela liberdade dos corpos,subjetividades, desejos e afetos, dando fluidez para 
variadas formas de viver.
VIOLÊNCIA E VIVÊNCIA 
ESCOLAR
Pós-Universo 17
Violência escolar
A escola por ser ambiente de expressão das diferenças e também das realidades 
vividas na sociedade reflete os aspectos mais evidentes desta, sendo a violência um 
dos mais recorrentes, a violência escolar se incorpora ao cotidiano escolar. Por ser 
proveniente do fenômeno da violência global, a violência escolar se manifesta de ma-
neiras mais sutis, através de pouco espaço para criação, com regras e normas muito 
enrijecidas que restringem a existência de diferenças, como violências direcionadas 
em decorrência de uma constituição física ou genética, idade, sexo ou etnia.
Ou ainda, pode se manifestar de maneira mais estrutural, determinada muitas 
vezes, pela região em que está inserida a escola, em que diminui as chances de ascen-
são social dos jovens de classe popular dificultando a transformação de sua realidade. 
E também de acordo com as características culturais em que a escola está inserida, 
por exemplo, se a sociedade possui um funcionamento democrático ou autoritaris-
ta, níveis de desigualdade econômica ou por expressões de baixa tolerância a outras 
diferenças, tais como, gênero, credo e etnias. 
A escola também pode ser alvo de violência quando é atravessada pelo contextosocial ao qual está inserida, como em zonas de acentuada incidência de criminalidade, 
com assaltos, roubos ou furtos dentro ou nos entornos da escola. Bem como atenta-
dos violentos mais expressivos contra alunos, professores e funcionários, como uma 
invasão na escola realizada por um tiroteio dentro ou nas proximidades da escola. 
Charlot (2002) se refere às situações nas quais a violência ocorre dentro do ambiente 
escolar, sem necessariamente possuir ligação com a escola e suas atividades ou fre-
quentadores, em que, desta maneira a escola é um território de expressão de uma 
violência pontual, mas que poderia ter ocorrido em qualquer outro local. 
A violência escolar, como referida por Abramovay e Rua (2002) possui ainda uma 
recorrência de alvos com perfis mais comumente atingidos, como os jovens de etnia 
negra, com status socioeconômico menor ou com diversidade de gênero. E assim 
podemos imaginar mais uma vez a violência escolar como um reflexo da violência 
da sociedade, quando vemos tais perfis também serem alvos mais comuns da vio-
lência global.
E ainda, como vimos anteriormente nos estudos sobre violência intrafamiliar, os 
implicados com a violência escolar podem vir a expressar suas frustrações no am-
biente escolar e então, a partir disto, teríamos uma variabilidade na expressão dos 
Pós-Universo 18
papéis diante da violência, em que ora podem ser os alvos de comportamentos vio-
lentos, ora autores de tais comportamentos (WATSON, et al, 2005). 
Além disso, as testemunhas dos atos violentos intrafamiliares ou na escola podem 
desempenhar papéis determinantes na manutenção ou perpetuação da violência, 
muitas vezes constituindo uma espécie de espectador ao qual o agressor intensifica-
ria ou abrandaria o ato violento de maneira a tingir com maior ou menor intensidade 
a vítima ou a testemunha. 
São muitos os atores da violência escolar e podem desempenhar papéis varia-
dos na expressividade da violência. Por exemplo: existem os autores da ação, 
que expressam seus comportamentos violentos de maneira direta a um alvo; 
existem os alvos de tais comportamentos violentos, os quais, muitas vezes, 
não conseguem constituir maneiras de denunciar a violência; e existem as 
testemunhas, que não possuem ato ou intenção em denunciar ou intervir 
de alguma maneira para o impedimento do desenvolvimento da violência. 
Fonte: a autora. 
atenção
Bullying
O bullying se refere a uma violência direcionada de maneira repetida ao longo de 
uma extensão de tempo com ações negativas, que podem tanto ser físicas, psicoló-
gicas ou sexuais, por parte de pares semelhantes, que possua alguma representação 
de poder e que exerça autoridade. O bullying naturalmente compreende o mesmo 
perfil de alvo da violência social e escolar, para o direcionamento dos seus atos violen-
tos, como uma pessoa ou grupo de pessoas em condição de desigualdade de poder, 
que no caso específico do bullying ainda pode ser proveniente do status de popula-
ridade, pode se referir a aspectos e características físicas, socialização e engajamento 
grupal, características expressivas como extroversão ou introversão, bem como sinali-
zadores de inteligência, faixa etária, gênero, etnia e posicionamento socioeconômico.
Assim, o bullying só pode existir entre pares, não podendo ser exercido entre pro-
fessor aluno. Bem como não pode ser decorrente de brigas ocasionais ou pontuais, 
como entre grupos rivais. O bullying é impreterivelmente exercido por intimidação entre 
pares, com variações entre: jovem contra jovem; ou um grupo contra um único jovem.
Pós-Universo 19
Um aspecto muito importante que deve ser adotado pela escola no cotidia-
no escolar é a discussão de estratégias entre a comunidade escolar quanto 
à definição e caracterização do que seja violência escolar, bem como suas 
consequências concretas como a aplicabilidade da lei, quando passível de 
punição penal e estiver relacionado às formas mais brutas de violência. Ou 
sobre suas consequências indiretas ou visivelmente menos evidentes, como 
comportamentos arredios, prejuízos emocionais e/ou psicológicos, mas que 
representam danos profundos e permanentes muitas vezes acompanhan-
do a vítima e a família ao longo de sua vida. Fonte: a autora.
atenção
Estratégias de enfrentamento
A escola é ambiente de ensaio do cotidiano na sociedade. É na escola que os jovens 
experimentam as relações, o desenvolvimento de vínculos e a aquisição do senti-
mento de pertencimento a um propósito na expressão de suas competências. A 
escola é palco para ensaio da adultez. Por isso, a escola torna-se ambiente propício 
para a experimentação das transgressões, com comportamentos contrários às regras 
da instituição, mas que não infringem leis propriamente, como o absenteísmo, me-
diante não realização de trabalhos escolares, rejeição a participação em atividades 
ou baixa atuação em aula, entre outros.
Além do absenteísmo, a escola pode ser palco de incivilidades, quando quebra as 
regras de boa convivência por meio de desordens, empurrões, grosserias, xingamen-
tos, mas que não se refere à quebra de normas internas ou a uma lei propriamente. 
De acordo com Abramovay (2005), as incivilidades são comportamentos e atitudes 
que desencadeiam rompimentos com a ordem cotidiana. Na maioria de vezes, a in-
civilidade beira entre a provocação e a brincadeira e visa promover tensionamento 
no ambiente, além de raiva, medo, vergonha, ansiedade, entre outros. 
Diante desse cenário, podemos pensar sobre a importância de incluir tais situa-
ções, como agravantes para a violência escolar, pois o acúmulo destes tensionamentos 
pode gerar um sentimento de desamparo, insegurança e desrespeito dentro da 
escola, muitas vezes contribuindo ou sendo propulsor para a evasão escolar. Somado 
a isso, estar em um ambiente hostil pode impulsionar uma ideia sobre os ambientes 
educacionais e acabar por generalizá-los como pouco continentes ou demasiada-
mente desafiadores, o que pode vir a afastar os jovens do ambiente escolar ao longo 
de sua vida.
Pós-Universo 20
Dessa maneira, existem alguns atravessamentos na escola que podem desenca-
dear lugares indutores de poder, em que, desta maneira, seja possível crer na atuação 
do educador, como um fazer em que possa ser pensado e redefinido novos padrões e 
parâmetros, facilitando o emergir de forma livre um canal de comunicação, repleto de 
desejos e possibilidades. A produção de subjetividade é uma produção que envolve 
instâncias individuais, coletivas e institucionais, porém seu entendimento não se limita 
a nenhuma disciplina científica, bem como a semiologia, isoladamente dão conta de 
explicar suas estratégias de produção e reprodução diante de restrições ambientais. 
Ou seja, um conjunto de regulamentos escolares, direcionados por processos 
empíricos e refletidos para controlar e até corrigir as ações dos corpos pode vir a 
surtir ações de submissão e manipulação de funcionamento: corpo útil, corpo inte-
ligível e corpo dócil, que pode ser submetido, e que pode ser utilizado, transformado 
e aperfeiçoado.
De forma econômica e de utilidade, a disciplina minimiza as forças do corpo e 
em termos políticos de obediência, dissocia o poder do corpo, fazendo surgir uma 
relação de sujeição estrita. Resumindo: a coerção disciplinar estabelece no corpo o 
elo coercivo entre uma aptidão aumentada e uma dominação acentuada, pois, con-
forme Foucault (1987), a disciplina fabrica corpos submissos, ou como chamava o 
autor, corpos “dóceis”.
A partir disso, podemos pensar que para transmutar o disciplinar, objeto do fazer 
no educar, a escola poderá promover o desenvolvimento da autogestão por crer que 
a vida constitui alvo de lutas biopolíticas; lutas por direito à vida, à saúde, à felicidade 
e à satisfação das necessidades. A autogestão prioriza a autoconsciência, constituindo 
um princípio fundamental de identidade subjetiva. A autogestão é apolítica e é tanto 
um meio quanto umafinalidade nas ações de qualquer sujeito em que possa ter sido 
semeada. O semear da autogestão possibilita a criação de uma forma de sociabilidade 
apolítica, uma forma de o sujeito resgatar sua capacidade de autonomia em confor-
midade às demandas do mundo e se manter em harmonia com sua subjetividade. 
Pós-Universo 21
A subjetividade, conforme Guattari e Rolnik (2010), pode ser contemplada 
como um conjunto de condições e relações que torna possível o surgimen-
to de uma nova forma de pensar, que pode ser autorreferencial, individual, 
mas também pode ser produzida socialmente, fazendo com que a identi-
dade e a alteridade assumam uma mesma postura, obedeçam às mesmas 
instâncias individuais e/ou coletivas de produção de desejos e sentidos, 
como uma opera social, mas não se limita, mesclando afetos e códigos de 
conduta. Assim, antes de educar ou em meio ao processo da educação, a 
escola necessita ofertar espaço para a construção do ser, através de comuni-
cação aberta, objetivando desenvolver o autoconhecimento e autogestão.
Fonte: Guattari e Rolnik (2010).
saiba mais 
Podemos pensar sobre o educar como ato; no entanto, sua atuação vai muito além da 
tarefa. O processo de educar existe um operante, educar exige corpo, exige presença, 
em uma dança dialética, considerada por Freire (2008) fundamental à prática peda-
gógica, pois “quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender”. 
Como referenciado por Pimenta (2002) sobre o saber docente, que se alimenta 
do fazer, da prática e das teorias da educação, primordiais ao educar, possibilitando 
aos sujeitos que se disponibilizam ao educar, uma amplitude de pontos de vista, fa-
cilitando a geração de ações contextualizadas. No entanto, ao educar, o sujeito se 
implica enquanto ser constitui o saber ao mesmo tempo em que é constituído, al-
cançando novos panoramas de análise, possibilitando a compreensão dos contextos 
experienciados. Desta maneira, em meio a tais considerações, podemos conceber 
que na transferência dos saberes estão implícitos processos de criação, envolvimen-
to, conexão e pertencimento, na medida em que conecta os sujeitos em torno de 
uma troca mútua. Ou seja, educar é um ofício, um trabalho, mas também convoca a 
vocação de estar presente e disponível para o outro.
A educação atual, com o turbilhão de informações e demandas comunicacionais, 
não se satisfaz com (re)produções, necessitando de presença para perceber as ur-
gências de cada ser, de cada grupo, de cada ambiente, a cada momento, aceitando 
e concebendo a flexibilidade das transformações inerentes ao viver. Em suma, a edu-
cação, em todas as suas instâncias, precisa de encontro, acolhimento, afeto, diálogo 
e aceitação, para uma aprendizagem cooperativa, vinculada e solidária na constitui-
ção de um ambiente educacional que possibilite a criação contínua de condições 
para a construção dos saberes. 
Pós-Universo 22
A constante necessidade de exploração e investigação acerca de suas potencialida-
des pode desencadear nos jovens uma tendência a fantasias e a intelectualizações 
que muitas vezes se manifestam de maneiras tão constantes quanto dominantes dos 
pensamentos dos jovens. Desta maneira, a recorrência destes fatores pode represen-
tar risco ao funcionamento psíquico, emocional ou comportamental destes jovens.
Assim, levando em conta a amplitude em torno das subjetividades inerentes ao 
desenvolvimento de cada jovem, podemos inserir ao seu cotidiano uma iminen-
te situação de risco psicossocial, caracterizado como todas as vivências nas quais 
o jovem seja exposto a situações de estresse por questões socioambientais ou por 
características individuais de funcionamento (AMPARO, et al., 2008). Os processos 
FATORES DE RISCO NA 
ADOLESCÊNCIA
Pós-Universo 23
desencadeadores dos fatores que expõem os jovens ao risco possuem similaridade 
com os pontuados anteriormente nos aspectos referentes à violência intrafamiliar 
e à violência escolar, sendo eles: por características de gênero; situação de saúde; 
carência de habilidades sociais; baixa ou acentuada intelectualidade; instabilidade 
psicológica, emocional e/ou afetiva, questões econômicas, sociais ou ambientais e 
ainda fragilidade na rede de apoio ao jovem.
Fatores de risco relacionados à 
sexualidade dos jovens
Os riscos relacionados à sexualidade dos jovens podem se configurar singularmen-
te, na proporção em que possui influência sobre sua capacidade de preservação ou 
exposição de sua imagem ou integridade física e/ou emocional. Conforme o desen-
volvimento das preferências, durante a constituição de sua identidade e no decorrer 
das percepções sobre suas potencialidades e singularidades, os jovens experimentam 
sua sexualidade consigo, através da manipulação do seu corpo em uma tentativa 
de auto reconhecimento deste corpo recém-formado. Experienciam as relações e a 
sexualidade entre os pares opostos e/ou iguais, sendo bastante frequente um po-
sicionamento sexual inicial reconhecidamente sem preferências hetero ou homo 
afetivas, mas com estrito caráter exploratório relacional. 
Estes fatores se apresentam como de risco agravado quando o jovem encontra 
em seu cotidiano ou em sua comunidade uma constante erotização e estimulação 
da exploração de seu corpo como objeto. 
Assim, na elaboração de seus desejos e devires, levados pelas emoções e re-
compensas provenientes do prazer descoberto pela utilização dos seus corpos os 
jovens acabam diversas vezes por não mediar as possíveis consequências de seus 
atos, o que pode acarretar em gravidez ou a contaminação por doenças sexualmen-
te transmissíveis.
A gestação na adolescência caracteriza acentuado impacto sobre a saúde pública 
do país pelo fato de estar também associada à disseminação de Doenças Sexualmente 
Transmissíveis (DST) (TABORDA, et al., 2014). E ainda: a gravidez precoce e o uso de 
preservativos ou outros métodos contraceptivos possui associação bastante próxima 
com a baixa escolaridade. 
Pós-Universo 24
Conforme Taborda et al. (2014), os jovens expostos à gravidez precoce e as DSTs 
em sua maioria, possuíam conhecimento sobre o uso de preservativos e métodos 
contraceptivos, mas que pela urgência do momento optaram por não utilizar tais 
métodos ou julgaram ser irrelevantes. Desta maneira, é necessário destacar a im-
portância de esclarecimentos ofertados tanto pela família quanto pela escola, não 
somente sobre os aspectos mais imediatos com relação aos cuidados com o corpo, 
mas também de orientação através de uma comunicação mais aberta e honesta.
Fatores de risco relacionados ao uso de substâncias 
entre os jovens
As constantes flutuações do humor, assim como o estado de ânimo entre os 
jovens são frequentemente uma resposta à sensibilidade sobre aspectos ambientais 
ou sobre sua carência em elaborar e organizar os pensamentos e emoções. Muitas 
vezes, tais inconstâncias internas, somadas a instabilidades ambientais e a curiosi-
dade e tendência à transgressão das regras podem ocasionar o encontro dos jovens 
a utilização de substâncias, tais como tabaco, álcool, drogas ilícitas entre outras, ini-
cialmente com intenção de uso recreativo.
Feijó e Oliveira (2001) refere como um movimento inato do jovem uma orien-
tação em busca de prazer. Desta maneira, é importante ver além da consequência 
imediata, com o uso de substâncias, mas buscar entender os mecanismos que desen-
cadeiam tal comportamento. Assim, a utilização da substância se caracteriza como 
um sintoma expressivo de uma estrutura maior seja de fuga ou de fragilidade psí-
quica e/ou emocional, ou ainda pelo fácil acesso do jovem à substância. 
Estudos nacionais e internacionais são concomitantes em suas conclusões quando 
sinalizam que o uso de drogas lícitas é bem mais acentuado do que o das ilícitas e 
ainda destacam o álcool e o tabaco como os mais consumidos pelos jovens (FEIJÓ; 
OLIVEIRA, 2001). Desse modo, podemos pensar sobre a representatividade dosusos 
de substâncias utilizadas pela família ou ainda sobre os apelos midiáticos indutores 
de consumo que acabam por estimular ou despertar a curiosidade dos jovens para 
estas substâncias.
Pós-Universo 25
Fatores de risco relacionados aos transtornos de 
humor e alimentares entre os jovens
É recorrente a incidência da expressão das frustrações e insatisfações através de 
alterações abruptas de humor e com consequente influências sobre o consumo 
e hábitos alimentares entre os jovens. Conforme Gonçalves et al. (2013), entre os 
fatores de risco para os transtornos alimentares, a mídia e os ambientes social e fa-
miliar possuem papel de destaque entre os maiores responsáveis sobre os hábitos 
alimentares dos jovens.
A mídia, assim como o contexto social, refere forte poder sobre a relação a qual o 
jovem estabelece com sua imagem. Podemos problematizar sobre a sociedade atual, 
bem como o contexto cultural da atualidade, em que o culto à felicidade, à beleza 
e à necessidade de expressar seu bem-estar é constantemente valorizado e poten-
cializado. Nos tempos atuais, a expressão de tristeza, ansiedade ou raiva é oprimida 
pelo silenciamento das insatisfações. Assim como estar devidamente sintonizado 
com as ultimas tendências sobre as formas dos corpos (magro, alto, forte, etc.), ou 
sobre a vestimenta e aparelhos tecnológicos, caracteriza os jovens como integrados 
a sociedade. A partir disso, quem não estiver “adequado” ou “encaixado” pelas novi-
dades será destacado como diferente ou desconectado da atualidade.
Conforme Gonçalves et al. (2013), entre as possíveis consequências dos transtor-
nos alimentares estão:
 • Problemas nutricionais: através de déficit no crescimento e ganho de peso;
 • Prejuízos à saúde bucal: com o surgimento de queilose, erosão dental, pe-
riodontites e hipertrofia;
 • Prejuízos nas glândulas salivares;
 • Prejuízos sociais.
Fatores de risco sobre a finitude da vida entre os 
jovens e as possíveis estratégias de enfrentamento
O potencial destrutivo que devolve e abate de forma aniquiladora os jovens que se 
propõe a experimentar a vida e o viver sem mediação das consequências pode oca-
sionar em torná-lo vítima de vivências hostis denunciando o desespero e instalando 
Pós-Universo 26
o caos social. Além disso, tais vivências podem ser promovedoras de angústias e pos-
sibilitar a criação da existência de um vazio, muitas vezes incapacitando o jovem a 
dar conta de uma dor interna contínua e ininterrupta reproduzindo falhas nos me-
canismos de proteção e expostas ao risco de viverem afogadas no desespero por 
toda a vida (ALBORNOZ, 2006; BOWLBY, 1985). 
No entanto, como salientado por Drehmer (2011), a questão de desamparo pode 
estar vinculada à sensação de falha ambiental, sendo esta fantasiada ou real, mobi-
lizadora de uma dor psíquica gerada pela privação intensa de um objeto gerador 
de amparo. Podendo ser um fator desencadeador de trauma, o qual é marcado por 
uma carga excessiva de sofrimento que invade e inunda o psiquismo, proveniente 
de uma dificuldade em não conseguir um investimento libidinal em si mesma que 
garanta sua existência. E, por conseguinte, o impedimento do encontro com um am-
biente continente que o auxilie na constituição do seu psiquismo (DREHMER, 2011).
Hecht & Silva (2009) orientam que depois de sabido acerca da importância de 
um vínculo saudável, os jovens que passaram por experiências traumáticas e de-
sestruturantes em sua constituição buscaram estabelecer novas oportunidades de 
relacionamento saudável, mostrando que o determinante não é o evento em si, mas 
sim a forma como foi elaborado o trauma, levando em conta o potencial criativo e 
regenerativo de cada ser. Pois como orienta Sequeira (2009), uma situação traumá-
tica não significa trauma, é preciso acreditar na capacidade que cada sujeito possui 
de suportar a pressão ambiental e algumas vezes tais situações, ao invés de destru-
tivas, tornam-se fonte de fortalecimento para o ego.
Assim, podemos pensar que não existe aspecto saudável ou doente da existência 
humana, cujo sentido seja independente do momento no processo ao qual pertence 
ou no qual teve origem. A partir disto, para entender aspectos do comportamento 
é necessário estabelecer a etapa do amadurecimento em que se encontra o sujeito 
(DIAS, 2008). Desta forma, podemos destacar a importância fundamental da família 
e da escola, em adentrar a vida dos jovens como norteadores e oportunizadores de 
fertilidade das potências singulares destes jovens, auxiliando na expressão de suas 
vontades e desejos através de diálogos construtivos que levam a problematização 
sobre os padrões de consumo e de bem-estar, bem como sobre suas escolhas e pos-
síveis consequências.
atividades de estudo
1. Qual a influência dos rótulos e representações sociais em torno do existir adolescente? 
a) Restringem o existir dos jovens, limitando ou reduzindo a uma faixa etária com 
características comportamentais restritas e generalizadas.
b) Orientam os jovens a se comportarem em sociedade, pois dessa maneira todos 
podem ser iguais.
c) Conduzem os jovens para as escolhas certas conforme o desejo de sua família e 
sociedade.
d) Oportunizam que o jovem possa ser criativo e singular.
e) Possibilita o desenvolvimento das potencialidades juvenis.
2. Como os estilos parentais exercem influência e representatividade na educação do 
adolescente? 
a) Os jovens não possuem influências da família, pois preferem estar entre amigos.
b) Os estilos parentais permissivo e autoritário são os que melhor atendem às ne-
cessidades dos jovens.
c) A família se desenvolve maturacionalmente junto com o jovem, constituindo-se 
enquanto norteadora de ambos os progressos.
d) A família tem que ser apenas espectadora dos processos desenvolvimentais dos 
jovens.
e) Os jovens naturalmente buscam outras influências e representatividades, por isso 
a família se torna obsoleta.
atividades de estudo
3. De que maneira o adolescente está exposto às diferentes faces da violência? 
I) Apenas por ser adolescente.
II) Por se colocar em risco ao estar entre amigos.
III) Quando se propõe a explorar o mundo, na tentativa de conhecer a si e o funcio-
namento da sociedade.
IV) O jovem não está mais e nem menos exposto que o restante da sociedade.
V) Por pertencer a uma etnia específica; credo, cor, característica física, genética ou 
diversidade de gênero e também conforme a região e contexto sócio econômico.
De acordo com o que estudamos, estão corretas as afirmativas:
a) Apenas a afirmativa I;
b) Apenas a afirmativa III;
c) As afirmativas I, II e III;
d) As afirmativas III e V;
e) As afirmativas I, e IV;
4. Quais os fatores de risco envoltos no desenvolvimento dos adolescentes?
a) Não conseguir ingressar no mercado de trabalho.
b) Falta de interesse em se comunicar de maneira fluente e direta com a família e 
com a escola.
c) Comportamentos desafiadores.
d) Estar entre seus pares.
e) Os fatores que constituem maior risco ao desenvolvimento sadio dos jovens são 
referentes à sexualidade, uso de substâncias, transtornos de humor e transtornos 
alimentares.
resumo
Vimos os rótulos e representações sociais em torno do conceito de adolescente e ainda promo-
ver uma discussão em torno da necessidade de ampliação deste contexto, explanando sobre 
suas potências e visibilidades. Acompanhamos como os jovens, ao se constituírem através de um 
novo formato corpóreo também se constitui enquanto pessoa, mediante a ocupação de espaços 
que possibilitem seu existir de maneira plena e saudável. 
Estudamos a presença e influência dos diferentes estilos parentais, tais como autoritário, permissivo 
e democrático.E a partir deste conhecimento, podemos refletir sobre as formas de representação 
na educação dos jovens derivativas de cada estilo parental, para, em seguida, observarmos que o 
estilo que conseguir manter como orientação a comunicação fluídica, bem como um posiciona-mento empático diante dos jovens pode promover melhores resultados levando ao fortalecimento 
dos vínculos e estabelecendo padrões comunicacionais e relacionais saudáveis para o futuro. 
Vimos a violência intrafamiliar e a violência escolar e suas diferentes faces e falas para com os 
jovens. Desta maneira, podemos acompanhar alguns fatores que são indutores e propagadores 
de violência, tais como as diferenças étnicas, genéticas, sociais e culturais.
Destacamos fatores que representam maior risco para o desenvolvimento dos jovens, como a 
exploração e reconhecimento de sua sexualidade, em que muitas vezes acaba por desencadear 
em gravidez precoce ou contaminação por DSTs, devido à restrição na mediação e problemati-
zação das consequências sobre comportamentos impulsivos. A exposição ao uso de substâncias, 
tanto lícitas quanto ilícitas, também se destacou como fator de risco, tendo em vista o acesso a 
estas substâncias. Assim como os transtornos de humor e os transtornos alimentares, conforme 
uma demanda midiática que pode corroborar por influenciar padrões de comportamentos aos 
quais os jovens tendem a se espelhar, quando sem orientação, presença ou cuidados necessários.
material complementar
Na Natureza Selvagem
Autor: Jon Krakauer
Editora: Companhia das Letras
Sinopse: uma história comovente e envolvente contada sob o olhar de 
um jornalista do New York Times, que narra uma parte da vida de Chris 
McCandless, a partir de seu diário de viagem. Chris é um garoto que 
teria tudo para ter uma vida tipicamente normal, com boas condições fi-
nanceiras, amigos, uma boa família e um carro. No entanto, assim que completa os estudos, 
inspirado por viagens anteriores pelos Estados Unidos, resolve tomar um novo rumo e seguir 
em uma aventura para o Alasca selvagem. O autor ainda traça um paralelo entre todas as his-
tórias de jovens que se propuseram a aventuras semelhantes e traçaram suas descobertas 
em torno de si e do mundo em que habitavam.
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resoluçãode exercícios
1. a) Restringem o existir dos jovens, limitando ou reduzindo a uma faixa etária com ca-
racterísticas comportamentais restritas e generalizadas.
Justificativa: Se faz necessário a problematização de rótulos e representações sociais 
para que seja possível pensar sobre a produção de uma adolescência, principalmen-
te após observar como a sociedade e a cultura acentuam uma idéia de crise, a partir 
de sua própria hipocrisia e paradoxos, inserindo no sujeito “adolescente” suas falhas 
e defeitos projetivamente.
2. c) A família se desenvolve maturacionalmente junto com o jovem, constituindo-se 
enquanto norteadora de ambos os progressos.
Justificativa: A família se desenvolve maturacionalmente junto com o jovem, cons-
tituindo-se enquanto norteadora de ambos os progressos. Assim a família também 
pode se constituir enquanto testemunha da narrativa do jovem. O ato de testemu-
nhar é a possibilidade de criar lugares de sentido, resgatando a dignidade, a partir 
da voz de quem sofreu na materialidade o ato de existir.
3. d) As afirmativas III e V;
Justificativa: Quando um sujeito jovem se propõe a explorar o mundo, na tentativa 
de conhecer a si e o funcionamento da sociedade, pode se expor a riscos no decor-
rer de tais descobertas. Além disso, as diferenças possuem dificuldades de encontrar 
aceitação na cultura da sociedade atual e, desta maneira, os jovens podem ainda 
estar mais suscetíveis às violências por pertencer a uma etnia específica; credo, cor, 
característica física, genética ou diversidade de gênero e também conforme a região 
e contexto sócio econômico.
4. e) Os fatores que constituem maior risco ao desenvolvimento sadio dos jovens são 
referentes à sexualidade, uso de substâncias, transtornos de humor e transtornos 
alimentares.
Justificativa: Levando em conta a amplitude em torno das subjetividades inerentes 
ao desenvolvimento de cada jovem, podemos inserir ao seu cotidiano uma iminen-
te situação de risco psicossocial, caracterizado como todas as vivências nas quais o 
jovem seja exposto a situações de estresse por questões socioambientais ou por ca-
racterísticas individuais de funcionamento (AMPARO, et al., 2008).
	_26in1rg
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	_49x2ik5
	_2p2csry
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	CONFLITOS FAMILIARES E ESTILOS PARENTAIS
	VIOLÊNCIA E VIVÊNCIA ESCOLAR
	FATORES DE RISCO NA ADOLESCÊNCIA

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