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TCC - AUDITORIA

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1 
 
 SUMARÉ CENTRO UNIVERSITÁRIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESPONSABILIDADE CIVIL E PENAL DO PROFISSIONAL AUDITOR NA 
CONTABILIDADE 
 
 
Tamires Mousinho da Silva 
Victória Azevedo Marinho 
Andressa Caroline Oliveira Lima 
Luiz Henrique dos Santos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2020 
 2 
 
 SUMARÉ CENTRO UNIVERSITÁRIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESPONSABILIDADE CIVIL E PENAL DO PROFISSIONAL AUDITOR NA 
CONTABILIDADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2020 
 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SILVA, Tamires Mousinho da; MARINHO, Victória Azevedo; LIMA, Andressa Caroline Oliveira; 
SANTOS, Luiz Henrique dos; 
 Responsabilidade civil e penal do profissional auditor na contabilidade - São Paulo, 2020. 
 p. 
 
 Trabalho de conclusão de curso (TCC), para obtenção parcial de grua de bacharel em Ciências 
Contábeis. Faculdade Sumaré. Curso de Ciências Contábeis, 2020. 
 
 1. Ciências Contábeis. Instituição Sumaré de Educação Superior. Faculdade Sumaré. 
 4 
 
 
Responsabilidade civil e penal do profissional auditor na contabilidade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aprovada em ____________________________ de ______________________.. 
 
Banca Examinadora 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de conclusão de curso 
apresentado ao curso de 
administração com habilitação em 
Marketing da Faculdade Sumaré, para 
obtenção parcial do grau de bacharel 
Ciências Contábeis. 
 5 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Aos colegas de jornada, pela amizade e companheirismos, demonstrados durante os 
4 anos de cursos, em especial a Tamires Mousinho, Victória Marinho, Luiz Santos e 
Andressa Lima nos trabalhos em grupo. 
 
Aos funcionários da Faculdade Sumaré que estiveram sempre presentes quando 
necessários. Gostaria de destacar a colaboração da secretária, na orientação da 
melhor forma de encaminhar os documentos necessários. 
 
Aos nossos pais, pela confiança e pelo incentivo durante o curso. Sem isto, a 
realização deste trabalho não seria possível. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 6 
 
Resumo 
 
No presente trabalho foi proposto apresentar o desenvolvimento de análise de dados 
no processo de auditoria contábil em empresas S.A. Além disso, teve por objetivo 
analisar a responsabilidade do auditor contábil em casos de não detecção de 
distorções e/ou riscos de distorções relevantes em demonstrações contábeis. A 
análise se articula a partir de revisão bibliográfica da área e da legislação civil e penal. 
Para atingir tais objetivos o trabalho foi dividido em capítulos que visam esclarecer por 
diferentes maneiras as implicações penais aplicáveis ao profissional contador contábil 
externo em casos de formulação de relatórios ou pareceres de auditoria contendo a 
omissão de distorções relevantes. Sendo assim, o trabalho se desenvolveu a partir de 
pesquisa com cunho qualitativo. O presente trabalho não possui caráter conclusivo. 
Por este motivo, há a necessidade da realização de pesquisas que busquem um maior 
aprofundamento na temática, trazendo a luz reflexões pertinentes ao “universo” da 
contabilidade, a profissão de contador contábil e sobre o processo de auditoria em 
empresas. 
 
Palavras chave: Auditoria Externa, Fraude, Auditor Contábil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 7 
 
ABSTRACT 
 
 
In this paper we propose to present the development of data analysis in the accounting 
audit process in Empresas S.A. In addition, we aim to analyze the responsibility of the 
accounting auditor in cases of non-detection of misstatements and / or risks of material 
misstatements in financial statements. Our analysis is based on a bibliographic review 
of the area and on civil and penal legislation. In order to achieve these objectives, the 
work was divided into chapters that aim to clarify in different ways the criminal implica-
tions applicable to the professional external accountant in cases of formulation of re-
ports or audit opinions containing the omission of relevant distortions. Thus, the work 
was developed based on research with a qualitative nature. The present work is not 
conclusive. For this reason, there is a need to carry out research that seeks to deepen 
the theme, bringing to light reflections pertinent to the “universe” of accounting, the 
profession of accountant accountant and the audit process in companies. 
 
Keywords: External Audit, Fraud, Accounting Auditor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 8 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
 
1- INTRODUÇÃO…………………………………………………………………………. 10 
 
2. O AUDITOR…………………………………………………………….……….………. 11 
 
2.1 Deveres e responsabilidades do profissional auditor……………………..……….12 
 
3. CONCEITO DE AUDITORIA……………………….……..………………….………. 16 
 
3.1 Auditoria Externa …………………………………………………………………….. 17 
 
3.2 Auditoria Interna………………………………………………………………………. 18 
 
3.3 Detecção de erro ou fraude na auditoria externa……………….………………… 19 
 
4. ESTUDO DE CASO DE FRAUDE CONTÁBIL………………………………………21 
 
4.1. O caso de fraude na empresa Parmalat……………..…………………..…………21 
 
4.2 O caso de fraude envolvendo a empresa Price e o grupo Petrobras……………24 
 
5. A VISÃO DO CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, DO CÓDIGO PENAL 
E CIVIL SOBRE PROCESSO DE FRAUDE…………………………………..………. 27 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS…………………………………………………….…….. 34 
 
6. REFERÊNCIAS………………………………………………………………………… 35 
 
 
 
 
 
 
 9 
 
LISTA DE SIGLAS 
 
 
CFC - Conselho Federal de Contabilidade; 
CRC - Conselho Regional de Contabilidade; 
IBRACOM - Instituto dos Auditores Independente do Brasil; 
CVM - Banco Central do Brasil,Comissão de Valores Imobiliários; 
SSP - Superintendência de Seguros Privados; 
NBC - Normas Brasileiras de Contabilidade; 
Ltda - Limitada; 
S.A - Sociedades Anônimas; 
DOU - Diário Oficial da União; 
ACPP - Acordo de Conduta Pessoal e Profissional; 
EUA - Estados Unidos da América; 
PWC - Pricewaterhouse. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 10 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 
Os processos de auditoria contábil, ao longo do tempo, passaram por 
diferentes transformações, tendo o intuito de corrigir falhas e sempre apresentar 
dados empresariais concretos. O surgimento e desenvolvimento da auditoria externa 
está diretamente relacionado com a evolução do sistema econômico mundial. A 
medida em que as empresas e o mercado empresarial se expandiu houve a 
necessidade da estruturação de um processo detalhado, de uma avaliação detalhada, 
das aplicações e movimentações contábeis das empresas. Foi a partir deste processo 
que surgiu o profissional auditor externo. Atualmente, a auditoria feita por este 
profissional tem por objetivo realizar a revisão de demonstrações contábeis, a 
emissão de relatórios de auditoria, avaliar o sistema de controle interno e se identificar 
possíveis fraudes. A estruturação destes procedimentos visam atender demandas 
empresarias para demonstrar aos acionistas a segurança de investimento do 
empreendimento. 
Embora o auditor contábil tenha a função de realizar revisões de 
demonstrações contábeis tendo o propósito de verificar e evitar fraudes e/ou 
distorções contábeis no processo de auditoria, o número de fraudes contábeis vem 
crescendo consideravelmente nas últimas décadas, fraudes estas ocasionadas em 
diferentes esferas empresarias e ocasionadas por diferentes fatores. 
A observação dos procedimentos adotados para o desenvolvimento de 
auditoria externa suscitou diferentes questionamentos quanto ao papel do auditor 
neste processo, e por fim originou o seguinte problema de pesquisa: Quais são as 
implicações penais previstas pelo Conselho de Contabilidade pelo código civil e penal 
em casos emissão de parecer ou relatório de auditoria contábil contendo divergências 
de informação? 
O procedimentometodológico que propõe-se para atingir os objetivos da 
pesquisa são os apresentados por Zobaran (2019) e Araújo (2010). Para apresentar 
os procedimentos de auditoria, planejamento de trabalho e de revisão de auditoria e 
relevância de riscos do trabalho foram utilizadas as ferramentas apresentadas por 
Zobaran (2019). Para apresentar a análise dos riscos de auditoria, técnicas de 
auditoria contábil e pareceres de auditoria foram utilizadas as ferramentas 
apresentadas por Franklin (2011). Para apresentar as classificações de auditoria, 
 11 
 
normas de auditoria independente, normas profissionais de auditoria independente, 
bem como a legislação de auditoria contábil foram utilizadas as ferramentas 
apresentadas por Araújo (2010). Após o recolhimento dos dados possivelmente haja 
a necessidade sintetizar as informações colhidas, buscando sublinhar aquelas que 
possibilitem esclarecer as funções, responsabilidades, normatizações e leis a serem 
seguidas pelo auditor contábil. 
 
O presente trabalho tem como intuito geral analisar a responsabilidade do 
auditor contábil em casos de não detecção de distorções e/ou riscos de distorções 
relevantes em demonstrações contábeis. Como objetivos específicos Pesquisar quais 
são as atitudes estabelecidas no código de ética para o auditor; verificar quais são as 
implicações penais, civis e do Código Ética Profissional do Contador ligada ao erro 
cometido por um auditor em auditoria externa em empresas S.A e demonstrar quais 
são as penas cabíveis em caso de não detecção de distorções e/ou riscos de 
distorções relevantes em demonstrações contábeis. A escolha do tema propõe a 
investigação de aspectos normativos do processo de auditoria contábil em empresas 
S.A, objetivando o aprofundamento temático no que se refere as implicações penais 
previstas em casos de emissão de parecer ou relatórios de auditoria comentando 
divergência de informações. 
Diante da gama de dados, relatos e possibilidades levantadas por 
diferentes autores propõe-se traçar caminhos para reflexão sobre auditoria contábil 
em empresas S.A, assim como as implicações de responsabilidade profissional do 
auditor contábil em possíveis casos de divergência de informações na emissão de 
pereceres ou relatórios contábeis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 12 
 
2. O AUDITOR 
 
A profissão de auditor remonta os tempos antigos. Em função da necessidade do 
homem de verificar a produção de seus rebanhos e plantações, tendo o objetivo de 
garantir o resultado positivo e adequados a suas necessidades, esta profissão foi se 
moldando. (FROSI 2007 p. 6). Muitos séculos se passaram desde então e a 
concepção sobre a função do auditor, bem como dos indivíduos que realizavam as 
auditorias modificou-se para atender as demandas no mercado empresarial nos 
diferentes tempos e contextos socioeconômicos mundiais (ARAÚJO, 1992 p. 23- 29). 
Atualmente. o profissional só pode exercer a profissão contábil o contabilista 
devidamente registrado nos órgãos reguladores desta atividade. O Decreto nº 
9.295/46 afirma que: 
 
Perícias judiciais ou extra-judiciais, revisão de balanços e de contas em geral, 
verificação de haveres, revisão permanente ou periódica de escritas, 
regulações judiciais ou extra-judiciais de avarias grossas ou comuns, 
assistência aos Conselhos Fiscais das sociedades anônimas e quaisquer 
outras atribuições de natureza técnica conferidas por lei aos profissionais de 
contabilidade (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 1991, p.80) 
 
 
De maneira complementar ao Decreto nº 9.295/46, a Resolução CFC nº 560/83, 
afirma que: 
 
O contabilista pode exercer as suas atividades na condição de profissional 
liberal ou autônomo, de empregado regido pela CLT, de servidor público, de 
militar, de sócio de qualquer tipo de sociedade, de diretor ou de conselheiro 
de quaisquer entidades, ou, em qualquer outra situação jurídica definida pela 
legislação, exercendo qualquer tipo de função. Essas funções poderão ser as 
de analista, assessor, assistente, auditor, interno e externo, conselheiro, 
consultor, controlador de arrecadação, controller, educador, escritor ou 
articulista técnico, escriturador contábil ou fiscal, executor subordinado, fiscal 
de tributos, legislador, organizador, perito, pesquisador, planejador, professor 
ou conferencista, redator, revisor (CONSELHO FEDERAL DE 
CONTABILIDADE, 1991, p.83) 
 
 
 
Oberva-se, desta forma, que a execução de trabalhos de auditoria são atribuições do 
profissional contador devidamente habilitado, não sendo permitido por Lei o 
desenvolvimento da função por técnico em contabilidade ou quaisquer outros 
 13 
 
profissionais sem a devida formação. O desenvolvimento de trabalhos contábeis por 
indivíduos que não possuíam a devida habilitação para exercício da profissão ou por 
profissionais auditores que não sigam as normatizações vigentes, como previsto em 
Lei, é passível de penalização prevista em Lei, assim como a prestação. 
 
2.1 Deveres e responsabilidades do profissional auditor 
 
A responsabilidade do auditor deve obrigatoriamente se voltar aos usuários 
em geral, usuários estes que são atendidos direta ou indiretamente pelas 
demonstrações contábeis estruturadas por ele. As funções do auditor, hoje, vão muito 
além da fiscalização. Além de averiguar e detectar eventuais falhas nos sistemas de 
controle e no plano de organização, o auditor também possui a função de administrar 
o funcionamento dos sistemas sistemas contábeis, de forma que as não 
conformidades sejam minimizadas, atuando de maneira preventiva e apresentando 
sugestões para eventuais desvios (CAVALCANTE 1994, p. 15 - 16; FRANKLIN 2011, 
p. 24 - 34). 
No exercício da profissão, os auditores podem ser responsabilizados por 
erros, falhas e omissões quanto à veracidade e a forma como realizam o trabalho e 
emitem o parecer da auditoria realizada. Por este motivo o Conselho Federal de 
Contabilidade - CFC, por meio da Resolução n.º 1.523/201, apresenta o conjunto de 
princípios e normas de conduta e ética a serem respeitadas e aplicadas pelos 
profissionais auditores, são elas: 
 
Art. 4º No exercício do cargo ou função, é direito de todo conselheiro, 
colaborador e funcionário dos Conselhos Federal e Regionais de 
Contabilidade: 
I. exercer suas funções em ambiente propício, salutar e adequado, que 
preserve sua integridade física, moral, mental e psicológica e o equilíbrio 
entre a vida profissional e familiar; 
II. receber tratamento igualitário e imparcial no desempenho de suas funções, 
bem como nos sistemas de avaliação de desempenho individual e 
reconhecimento profissional, remuneração compatível e promoção merecida, 
observado o direito de obter informações a eles vinculadas; 
III. ter acesso às atividades de capacitação, aprimoramento e 
desenvolvimento profissional; 
IV. expor livremente aos colegas e superiores opiniões e ideias que visem ao 
bem comum dos Conselhos Federal e Regionais de Contabilidade e do 
próprio ambiente de trabalho; e 
V. ter a garantia do sigilo das informações de ordem pessoal, médica ou 
profissional. 
No exercício do cargo ou função, é dever do conselheiro, colaborador e 
funcionário dos Conselhos Federal e Regionais de Contabilidade: 
 14 
 
I. cumprir de forma idônea as atribuições de seu cargo, emprego ou função, 
executando as tarefas a contento; 
II. resguardar, em sua conduta pessoal, a integridade, a honra e a dignidade, 
agindo em harmonia com 
os compromissos éticos e os valores institucionais assumidos neste Código 
de Conduta; 
III. cumprir as diretrizes previstas no Regimento Disciplinar do Manual de 
Políticas dos Conselhos Federal e Regionais de Contabilidade; 
IV. informar à Comissão de Conduta, para as devidas providências, sobre 
situações que venham a suscitar relações conflitantes com suas 
responsabilidades profissionais, sejam elas sob qualquer aspecto 
patrimonial, econômico ou profissional; 
V. resistir a pressões desuperiores hierárquicos, de contratantes, 
interessados e outros que visem obter quaisquer favores ou vantagens 
indevidas, em decorrência de ações ou omissões imorais, ilegais ou 
antiéticas, e denunciá-las; 
VI. manter-se afastado de quaisquer atividades que reduzam sua autonomia 
e independência profissional; 
VII. adotar atitudes e procedimentos objetivos e atuar de forma imparcial no 
exercício e no desempenho das atividades, preservando a sua independência 
profissional; 
VIII. ser diligente e responsável, assegurando à autoridade competente o 
repasse de informações de que tenha tomado conhecimento sobre qualquer 
ato ou fato lesivo ao interesse institucional; 
IX. zelar pela fidelidade das informações e documentos; 
X. manter cordial tratamento entre os colegas, conselheiros e demais 
colaboradores no âmbito do trabalho; 
XI. respeitar a capacidade e as limitações individuais, abolindo o preconceito 
de cor, étnico, de idade, religioso, político, social, filosófico ou de qualquer 
natureza; 
XII. estabelecer um clima de respeito à hierarquia e aos colegas de trabalho, 
evitando animosidades e respeitando as ideias e posicionamentos 
divergentes, sem prejuízo de não ser omisso a qualquer ato irregular; 
XIII. apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao exercício da 
função; 
XIV. evitar excessos na forma de se expressar; 
XV. observar e dar cumprimento à legislação e aos preceitos legais já 
estabelecidos na esfera dos Conselhos Federal e Regionais de 
Contabilidade; 
 
 
XVI. guardar sigilo sobre informações confidenciais e privativas a que tiver 
acesso, inerentes ao cargo ou função, ou mesmo de natureza pessoal de colegas e 
subordinados que só a eles digam respeito; 
XVII. estar munido de informações acerca das competências e da legislação 
dos Conselhos Federal e Regionais de Contabilidade relativamente às ações de 
fiscalização; 
XVIII.respeitar os compromissos previamente agendados; 
XIX. prezar pela imparcialidade diante das afirmações, abstendo-se de 
apresentar qualquer tipo de recomendação ou sugestão acerca dos procedimentos 
administrativos da entidade que não sejam afetos ao objeto da fiscalização; 
 15 
 
XX. comunicar ao fiscalizado ou ao auditado, quando for o caso, das sanções 
aplicáveis em virtude de infração às normas e preceitos relativos aos processos 
fiscalizatórios ou de auditoria. 
Crepaldi (2013, p. 30 -52), alerta que o auditor deve seguir inequivocamente 
os critérios expostos pelo Código de Ética estruturado pelo Conselho Federal de 
Contabilidade, assim desenvolvendo seu trabalho com total transparência. Em 
concordância aos expostos de Crepaldi (2013, p. 30 -52), Barreto e Graeff (2014, p. 
18 - 38) afirmam que para haver respaldo no processo de auditoria deverá ocorrer a 
documentação todo o processo. 
Sendo assim, pode-se afirmar que ao seguir, de maneira impreterível, as Leis, 
Resoluções e determinações o profissional auditor estará devidamente respaldado no 
desenvolvimento de seu trabalho, assim evitando quaisquer tipo de responsabilização 
em casos de erro ou fraude contábeis empresariais. Entretanto, é de senso comum 
que mesmo com a realização de auditorias externas, no Brasil e em outros países, há 
a ocorrência de fraude em processos contábeis. A ocorrência de fraude pode advir 
por diferentes fatores, entretanto, o papel do contador que falta com a ética deve ser 
observado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 16 
 
3. CONCEITO DE AUDITORIA 
 
A missão de conceituar o termo auditoria não é das mais fáceis, visto as 
diferentes possibilidades de sua aplicação nas mais diversas áreas do conhecimento. 
Atualmente, o conceito aplicado sobre o termo diz respeito a um conjunto de 
procedimentos técnicos utilizados para a revisão e evidenciação de registros 
contábeis, ou seja, trata-se da obrigação de responder por um responsabilidade 
conferida por meio da estruturação de relatórios que demonstrem se tal 
responsabilidade está sendo cumprida. 
Segundo a Organização Internacional de Entidades Fiscalizadores Superiores 
(2002) auditoria é “o exame das operações, atividades e sistemas de determinada 
entidade com determinados objetivos, orçamentos, regras e normas. Para ARAÚJO 
(2010, p. 12 - 15) auditoria se trata do ”ato de confrontar a condição - situação 
encontrada, ou o que é - com o critério - situação ideal, ou o que deve ser”. 
Além disso, é importante saber que a auditoria contábil pode ser dividida em 
etapas ou testes, os chamados testes de observância e testes substantivos. Os testes 
de observância visam à verificação de efetivo funcionamento dos procedimentos 
interno, procedimentos estes que são estabelecidos pela administração. Os testes 
substantivos tem por objetivo a obtenção de evidência quanto à suficiência e validade 
dos dados produzidos pelo sistema contábil da entidade, esses dados são divididos 
em testes duas classes, os dados de transações e o saldos e procedimentos de 
revisão analítica (CUNHA e HEIN 2005, p. 02 - 14) 
Quanto às questões relacionadas a normatização de desenvolvimento de uma 
auditoria, hoje, no Brasil, estas normas são emitidas por um conjunto de instituições, 
são elas: o Conselho Federal de Contabilidade - CFC, o Instituto dos Auditores 
Independente do Brasil - IBRACOM, Banco Central do Brasil,Comissão de Valores 
Imobiliários - CVM e a Superintendência de Seguros Privados. 
Além dos órgãos regulares dos processos de auditoria, no Brasil, a Resolução 
CFC nº 820, de 17 de dezembro de 1997, é de fundamental importância para o 
desenvolvimento de auditorias nas diferentes esferas de trabalho. Em conjunto aos 
órgãos regulamentares, a Legislação brasileira também apresenta considerações 
sobre o processo de auditoria contábil (ARAÚJO 2010, p.; FRANCO E MARRA, 2001, 
p. 28; MARCONDES 2003, p. 04). 
 17 
 
Com o crescimento do mercado empresarial e o aumento das demandas 
contábeis, o processo de auditoria passou por modificações classificatórias, e foi 
divida em: campo de atuação (governamental ou pública), em forma de realização 
(interna ou externa), em objetivo de trabalho (contábil, operacional ou integrada). Essa 
divisão de auditorias, segundo Zobaran (2019, p. 36), não possui classificação 
uniforme. Contudo, ainda segundo o autor, a estipulação e diferenciação das 
características dos diferentes tipos e formas de auditorias contábeis é fundamental 
para compreender o objetivo de cada forma de auditoria. A seguir observaremos, de 
maneira mais detalhada, as características e objetivos da auditoria externa. 
 
3.1 Auditoria Externa 
 
De acordo com Jung (2001, p.26), “a auditoria externa se trata de um conjunto de 
procedimentos contábeis que tem por objetivo examinar a escrituração e 
demonstrações contábeis, a fim de confirmar sua adequação”. Em outras palavras, a 
auditoria externa visa conferir os dados da empresa em questão por meio das 
escriturações contábeis, com o intuito de confirmar a veracidade dos mesmos. 
De maneira complementar aos expostos de Jung (2001, p.26), Crepaldi (2004, 
p.48), afirma que “a auditoria externa deve ser executada por profissional 
independente, sem ligação com o quadro funcional da empresa”. A não vinculação do 
auditor ao quatro funcional da empresa, segundo o autor, visa a verificação dos dados 
de forma imparcial para que não haja quaisquer tipos de fraude no processo de 
auditoria. 
Para a Normas de auditoria independente das demonstrações contábeis - 
NBC (2003), a auditoria externa tem os seguintes objetivos: 
 
1- obter segurança razoável de que as demonstrações contábeis como um 
todo estão livres de distorção relevante, independentemente se causadas por 
fraude ou erro, possibilitando assim que o auditor expresse sua opinião sobre 
se as demonstrações contábeis foram elaboradas, em todos os aspectos 
relevantes, em conformidade com a estrutura de relatório financeiro aplicável; 
e 
2 - apresentar relatório sobre as demonstraçõescontábeis e comunicar-se 
como exigido pelas NBC, em conformidade com as constatações do auditor. 
3 - Expressar uma opinião sobre as demonstrações contábeis da empresa, 
observando as práticas contábeis adotadas no Brasil; 
4 - Desenvolver serviços especiais como auditoria para avaliação patrimonial 
com vistas à combinação de negócios; 
5 - O auditor não tem vinculo empregatício com a entidade auditada; 
6 - Maior grau de independência; 
 18 
 
 
Desta forma, pode-se observar que a auditoria externa tem como objetivo 
principal, garantir a confiabilidade de investimento para os acionistas. Ao realizar uma 
auditoria externa, o grupo empresarial está solidificando sua presença no mercado, 
apresentando-se como empresa que pode garantir aquilo a que está se propondo e 
se disponibilizando à análise transparente para receber novos investimentos. 
 
3.2 Auditoria Interna 
 
A auditoria interna busca adquirir informações internas dos ambientes 
empresariais para vistoriar, investigar e avaliar os controles contábeis, financeiros e 
operacionais destas instituições ALBERTON (2002, p.35 - 45). 
No mesmo sentido apresentado por Alberton (2002, p. 35 - 45) Paula (1999, 
p.18), afirma que: “A auditoria interna é responsável pela avaliação da eficiência e da 
eficácia da entidade e, portanto, corresponsável pelo resultado”. 
Em linhas gerais, a auditoria interna tem por objetivo servir como instrumento 
de controle seja de informação, registro, atuação e desempenho existente nas 
organizações, assim auxiliando aos administradores na tomada de decisão, 
minimizando os riscos e identificando os problemas. 
 
3.3 Detecção de erro ou fraude na auditoria externa 
 
Conforme exposto por Franklin (2011, p. 32), o objeto de análise da auditoria 
contábil é o patrimônio administrativo, os quais compreendem registros contábeis, 
documentos, fichas, arquivos e anotações que comprovem a as movimentações 
administrativas e financeiras das empresas. Ao analisar esse documentos, o auditor 
deve avaliar o sistema de controle interno da empresa auditada, a fim de determinar 
a natureza, época e extensão dos procedimentos de auditoria (ATTIE, 2011 p. 22 - 
37). De acordo com as Normas Brasileiras de Contabilidade - NBC TA 240 (2009, 
p.95), as distorções nos pareceres contábeis podem demonstrar processo de fraudes 
ou expor erros. Mas, embora as Normas Brasileiras de Contabilidade apresente em 
seu texto que os pareceres contábeis realizado por auditoria externa devam obrigar o 
auditor a comunicar a detecção de fraudes ou erros, a responsabilidade prevenção e 
detecção prévia da fraude, trata-se de responsabilidade do corpo administrativo dos 
 19 
 
grupos empresariais, sejam de pequeno, médio ou grande porte, S.A ou Ltda, sendo 
o auditor o responsável por analisar, organizar e ajuizar os demonstrativos financeiros. 
 
3.3 Classificação de fraude e erro e suas implicações no processo de auditoria externa 
 
 Segundo Araújo (2010, p.148), fraude é do ato intencional de omissão, ma-
nipulação ou adulteração de documentos, registros e demonstrações contábeis. Em 
conformidade aos expostos de Araújo (2010), Barreto; Graeff (2014) afirmam que 
fraude pode ser caracterizada por: 
 
Manipulação, falsificação ou alteração de registros contábeis ou documentos 
comprobatórios que serviram de base á elaboração de demonstrações 
contábeis; mentira ou omissão intencional nas demonstrações contábeis de 
eventos, operações ou outras informações significativas; aplicação incorreta 
e intencional dos princípios contábeis relativos a valores, classificação, forma 
de apresentação ou divulgação” (BARRETO; GRAEFF, 2014, p. 197 - 203). 
 
A partir dos expostos dos autores, pode-se verificar que a fraude trata do ato 
intencional de manipular as informações de documentos. Embora o processo de 
fraude constitua conceito amplo no âmbito jurídico, no que se refere às normas de 
auditoria, o auditor deverá estar preocupado com a fraude que apresente distorção 
relevante nas demonstrações contábeis. Sendo assim, o auditor deve estar atento às 
distorções decorrentes de informações contábeis fraudulentas e a da apropriação 
indébita de ativos. Apesar de o auditor poder suspeitar ou, em raros casos, identificar 
a ocorrência de fraude, ele não pode estabelecer, juridicamente falando, se a mesma 
realmente ocorreu. 
Por outro lado, o erro pode ser compreendido como ato involuntário de 
omissão, desatenção, desconhecimento, má́ interpretação ou organização das 
informações/fatos no processo de elaboração dos registros e demonstrações 
contábeis (ARAÚJO 2010, p. 41 - 42). Barreto e Graeff (2014, p.197 - 203), assim 
como Araújo (2010), classificam erro como ato não intencional na elaboração de 
registros e demonstrações contábeis. De maneira similar ao processo de julgamento 
utilizado na detecção de fraude, o auditor, quando identificar erro, deverá avaliar 
criticamente o sistema contábil. 
Objetivando apresentar esclarecimento sobre a responsabilidade do auditor 
no processo de identificação de fraudes e erros, o Conselho Federal de Contabilidade, 
 20 
 
por meio da Resolução n° 836/99, listou itens que a entidade considera como fatores 
de aumento de risco de fraude ou erro, são eles: 
 
a) estrutura ou atuação inadequada da administração da entidade auditada 
ou de algum dos seus membros; 
b) pressões internas e externas; 
c) transações que pareçam anormais; 
d) problemas internos no cumprimento dos trabalhos de auditoria; 
e) fatores específicos no ambiente de sistemas de informação 
computadorizados. 
 
Visando apresentar os dados com transparência, o trabalho de auditoria deve 
ser devidamente planejado. Além disso, como afirmado anteriormente, a partir das 
considerações dos autores, o auditor contábil deve seguir as normatizações 
estabelecidas pelo Conselho Federal de Contabilidade, bem como ter e manter a ética 
no exercício da profissão, para assim evitar qualquer tipo penalização aplicada pelo 
Conselho Federal de Contabilidade, civil e penal como já ocorrido em episódios da 
história da contabilidade brasileira e mundial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 21 
 
4. ESTUDO DE CASO DE FRAUDE CONTÁBIL 
 
No presente trabalho são apresentados os processos de fraude ocorridos nas 
empresas Price e Petrobras e Parmalat. Demonstrar-se-a, inicialmente a evolução 
histórica das empresas, em seguida serão analisados os dados de auditoria internos 
e externos utilizados, para, como base os dados obtidos, evidenciar o processo de 
fraude e erro desenvolvidos (DEUS, 2006, p.62 - 95; RIBEIRO, MAHFOUD, FRANÇA, 
SILVA e OLIVEIRA, 2018, p.58 - 73). 
Os estudos serão desenvolvidos a partir das ferramentas apresentadas por 
Gil (2002, p. 54). 
 
4.1. O caso de fraude na empresa Parmalat 
 
A Parmalat, fundada em 1961, deu inicio a seu processo de expansão 
comercial em 1974. Após sua consolidação no mercado, passou a ser empresa de 
capital aberto em 1990, tendo suas ações em transação até o ano de 2003. Após anos 
de atividade no mercado alimentício, em 2004 a empresa foi acusada de fraudar seu 
balanço, ocultação e falsificação de balanços contábeis. O processo de fraude da 
impressa Parmalat envolve investidores, empresas de auditoria, fornecedores, 
clientes, executivos, funcionários e órgãos governamentais (DEUS 2006, p. 102 - 
123). 
A investigação da fraude teve início em 2003, após a próprio mercado colocar 
em xeque os balanços divulgados pela empresa, o que consequentemente ocasionou 
uma queda no valor das ações do grupo Parmalat. 
 
As ações da Parmalat perderam mais de 60% do seu valor de face na Bolsa 
de Milão. O motivo foi a desconfiança do mercado quanto aos números do 
desempenho no exercício de 2002, divulgados pela empresa naquele 
período, que mostravam redução das Receitas pela primeira vez desde o 
início dos anos 1990. [...] Para inaugurar uma nova fase, de maior abertura 
deseus projetos estratégicos e números, Fausto Tonna é afastado do 
comando da área financeira do Grupo, mas mantém-se como assessor da 
presidência. Em seu lugar são nomeados Alberto Ferraris, anteriormente 
responsável pela gestão das operações Ásia e Oceania, como diretor de 
relação com investidores, e Luciano Del Soldato, colaborador direto de Tonna 
por mais de dez anos, como controller. [...] O mercado acredita na empresa 
 22 
 
novamente e os investidores se tranqüilizam (BABOSA E CAMPI JR 2004, 
p.57,58) 
 
Embora o grupo Parmalat tenha, entre os meses de novembro de dezembro 
de 2003, conseguido se posicionar positivamente no mercado e na bolsa de valores, 
uma segunda investigação sobre seus fundos de investimento trouxe a tona o 
processo de fraude que o grupo estava praticando. 
Após o período altos e baixos na bolsa que ocasionaram a queda no valor das 
ações do grupo Parmalat houve o reconhecimento de possível fraude quando uma 
das empresas de auditoria da Parmalat questionou seus lançamentos financeiros do 
primeiro trimestre do ano de 2003, com o valor de 135 milhões de euros, decorrentes 
de uma conversão de moedas a partir de aplicações no fundo de investimento 
Epicurum. A auditoria questionou também a liquidez do investimento. 
 
No dia 12/11/2003, a Deloitte, que audita o balanço consolidado do grupo, 
põe em dúvida outra parte da liquidez da companhia: 135 milhões de euros 
declarados em balanço como ganhos extraordinários, eram provenientes de 
uma conversão de câmbio com o mesmo fundo Epicurum,. Detalhe: o valor 
corresponde ao lucro do grupo no primeiro trimestre de 2003 (PADUAN E 
BLECHER 2004, p.25) 
 
A divulgação dos dados realizada pela Deloitte acarretou o aumento do nível 
de desconfiança para com a empresa, visto que o grupo estava alegando dificuldades 
financeiras em liquidar o fundo Epicurum e outros fundos de investimentos falsos 
sendo que haviam informado, meses antes, altos valores de crédito em caixa - cerca 
de, 4,221 bilhões de euros, valor muito maior que o necessário para liquidar os fundos. 
Segundo Barbosa e Champi Jr (2004, p.59), foi a partir de então que os 
analistas de bancos de Milão iniciaram uma reavaliação das informações e das contas 
da empresa. A tomada dessas iniciativas por parte do mercado exigiu uma 
reestruturação administrativa e a organização de um plano emergencial de 
recuperação financeira do grupo Parmalat, tendo por objetivo melhorar sua imagem 
perante o mercado. 
Todavia o gruo Parmalat tenha dado início ao processo de reestruturação 
administrativa e de recuperação financeira o questionamento elencado pelo mercado 
financeiro era: Se a empresa apresentou demonstrações financeiras (aprovadas pela 
auditoria externa e pelo CONSOB) de 3,183 bilhões de euros, como a mesma não 
conseguiria, naquele momento, liquidar uma dívida? Se o grupo afirmava ter 4,221 
 23 
 
bilhões de euros e sua divida é de 1,038 bilhões de euros o caixa do grupo não 
fecharia com superávit? Desta maneira, os fatos apontavam para uma possível fraude 
no sistema de auditoria externa. 
Para compreender o caso de fraude o grupo Parmalat, é importante atentar a 
Lei italiana em vigor no ano de 1998. A chamada Reforma Draghi, estabelecia que as 
empresas de auditoria só poderiam realizar as revisões dos demonstrativos 
financeiros das empresas por, no máximo, por três anos, e que após este período 
deveriam ser obrigatoriamente substituídas por outro grupo de auditoria. Entre os anos 
de 1990 e 1998 a empresa Grant Thornton atuou como auditora para o grupo 
Parmalat. A partir de 1999 a Grant Thornton foi substituída pela empresa Deloitte e 
Touche SpA, visando atender a legislação italiana em vigor. Entretanto, a rotatividade 
de empresas prestadoras de auditoria, prevista na Lei Italiana, não estava sendo 
cumprida, visto que a Grant Thornton continuou como empresa auditora de diferentes 
subsidiárias do grupo Parmalat após o anos de 1998. Deloitte e Touche SpA, 
seguindo o artigo 156 da Reforma Draghi, apresentava relatórios anuais contendo os 
balanços dos demonstrativos financeiros do grupo Parmalat, entretanto, foi observado 
que a Deloitte e Touche SpA estava utilizando relatórios estruturado pelo empresa 
Grant Thornton para montar seus pareceres finais sobre as demonstrações 
consolidadas da Parmalat (ATTUCH, 2004 p. 1 -3). 
O “episódio final” que revelou o escândalo de fraude da Parmalat ocorreu em 
2003, mais especificamente em 19 de dezembro, com a divulgação de um documento 
falso que serviria para certificar um depósito bancário de 3,95 bilhões de euros para 
a Bonlat, uma de suas subsidiárias - aqui se confirmou o questionamento quanto aos 
processos de auditoria externa realizados até então (BARBOSA e CHAMPI 2004, 
p.63). 
Apesar das empresas de auditoria Grant Thornton nem a Deloitte e Touche 
SpA terem apontado procedimentos fraudulentos do grupo Parmalat, quase três anos 
antes da revelação das fraudes, as investigações sobre as movimentações financeiras 
envolvendo a subsidiária Bonlat já estavam sendo observadas em período anterior. 
Segundo a revisa Exame (2004) 
 
A informação foi revelada no final de março numa reportagem do jornal 
americano The Wall Street Journal, que teve acesso a e-mails trocados entre 
o auditor paulistano Wanderley Olivetti, de 39 anos, um dos sócios da Deloitte 
no Brasil, e um de seus pares no escritório italiano. "Verifique se sua equipe 
na Itália tem informações a respeito da Bonlat", escreveu Olivetti em uma 
 24 
 
mensagem de março de 2001. Na ocasião, ele se dizia preocupado com a 
capacidade da Bonlat, empresa localizada nas ilhas Cayman, de honrar uma 
dívida de 225 milhões de dólares com a Parmalat brasileira.No início de 2002, 
Olivetti voltou a levantar dúvidas sobre a Bonlat. Questionou as transações 
realizadas entre a subsidiária de Cayman e a holding brasileira Parmalat 
Participações, empresa de capital fechado e responsável pela maior parte da 
dívida de 1,5 bilhão de dólares da operação brasileira.De acordo com o jornal 
americano, a Deloitte italiana teria feito vista grossa às preocupações 
levantadas por Olivetti, temendo que seus questionamentos atrapalhassem a 
relação com a Parmalat. Um sócio da Deloitte italiana teria escrito a um dos 
dirigentes da Deloitte nos Estados Unidos que as questões levantadas pela 
subsidiária brasileira poderiam provocar a perda de um "contrato 
multimilionário”.(EXAME 2004) 
 
Com a revelação da fraude, foram iniciadas investigações em diferentes 
países para apurar a profundidade do esquema de fraude do grupo Parmalat. 
Rapidamente, novas irregularidades contábeis foram descobertas no Brasil, 
Venezuela, China e Estados Unidos da América - EUA. Segundo Barbosa e Champi 
Jr. (2004, p.75), os executivos brasileiros do grupo Parmalat, bem como a Zini & 
Associates, principal assessora jurídica da italiana do grupo, destruiram arquivos 
eletrônicos, e documentos impressos para dificultar as investigações de fraude 
instauradas naquele momento. 
Embora o corpo executivo e administrativo da empresa tenha sido 
responsável pela estruturação do processo de fraude, fica claro, neste caso, uma 
possível participação da empresas Grant Thornton a Deloitte e Touche SpA no 
esquema ilícito, visto que os relatórios e pareceres não eram realizados de maneira 
correta, ou seja, utilizavam-se de dados parciais e obtidos por diferentes fontes para 
fornecer um demonstrativo final (DEUS 2006, p. 94 - 110). 
 
4.2 O caso de fraude envolvendo a empresa Price e o grupo Petrobras 
 
Petrobras, empresa brasileira criada em 1953, tem como ramo de atuação a 
exploração e refino petrolífero. A Petrobras é uma empresa estatal de economia mista, 
ou seja, possui seu capital aberto, mas o governo federal brasileiro é o acionista 
majoritário. O processo de expansão mercadológica e empresarial da Petrobras teve 
inicio em 1968 e perdurou, inicialmente até os anos de 1985 coma descoberta de 
novos pontos de exploração petrolífera no país. (EXAME, 2015). 
Com a expansão de suas atividades alguns problemas administrativos e 
financeiros vieram a tona. No ano de 2012 após a Pricewaterhouse, empresa 
 25 
 
contratada para realizar os processos de auditoria para a Petrobras, negar-se a 
assinar os demonstrativos e balanços contábeis da petrolífera, o que ocasiou a 
instauração de novo processo de auditoria e uma investigação civil e criminal. Durante 
os primeiros passos investigativos foi observado que tanto o corpo administrativo da 
Petrobras quanto os auditores da Pricewaterhouse fraudaram os ativos da petrolífera 
agregaram cotas 3% acima de seu preço real estipulado e se apropriaram do 
diferencial dos valores dos ativos. 
Segundo investigações da Polícia Federal, o esquema de pagamentos 
indevidos envolvia no esquema, diretores e ex-diretores de abastecimentos, de 
serviços e um ex-gerente executivo, assessores administrativos, funcionários da 
Pricewaterhouse, bem como políticos brasileiros de diferentes partidos. 
Segundo Ribeiro, Mahfound, França, Silva e Oliveira (2018, p.58 - 73), o 
esquema de fraude da Petrobras foi acobertado pela PwC por meio da não divulgação 
dos balanços financeiros e de uma desorganização proposital dos demonstrativos de 
aplicações da empresa. Conforme as investigações da Polícia Federal se 
desenvolviam a PwC via-se ameaçada jurídicamente, pois a Petrobrás queria que o 
balanço fosse publicado como se não tivesse acontecido absolutamente nada, o que 
demonstra a participação de ambas as partes do processo de fraude. 
Nos balanços realizados no primeiro e segundo trimestres de 2014, a PwC 
afirmou ter examinado minuciosamente os demonstrativos financeiros da empresa e 
que não houve a detecção de fraude ou erros. Entretanto, no trimestre posterior, a 
Polícia Federal e o Ministério Público realizaram revisão de documentos e 
demonstrativos financeiros. Após análise dos documentos ficou constatado o 
processo de fraude, pois no resultado apresentado pela PwC apresentava lucro, 
enquanto o relatório revisado estruturado pela Polícia Federal os demonstrativos 
apresentavam prejuízo RIBEIRO, MAHFOUD, FRANÇA, SILVA, e OLIVEIRA 2018, p.58 -
72) 
Desta maneira, é possível afirmar que o caso Petrobrás coloca em xeque a 
credibilidade da auditoria independente, uma vez que alinhada a interesses internos 
da empresa, os relatórios e pareceres podem, propositalmente, não apresentar o 
processo de fraude, visto que todos os procedimentos de trabalho e os testes 
aplicados são por amostragem. Portanto, tanto a saúde financeira da empresa 
auditada quanto à credibilidade da auditoria independente, são afetadas por 
 26 
 
indivíduos mal intencionados nas suas manipulações fraudulentas, abalando a 
confiança de fornecedores, clientes e demais usuários de tais informações. 
O caso Petrobras e Price ainda não está solucionado civil e criminalmente, 
entretanto, foi constatado por meio da análise de documentos a participação de 
auditores e executivos de ambas as empresas no processo de fraude. Desde a 
instauração das investigações diferentes mandados de prisão e prisão preventiva para 
diretores executivos e administrativos da Petrobrás e funcionários da PwC foram 
emitidos, tudo com o intuito de que os investigados não interferissem ou 
manipulassem as investigações de fraude contábil ocorrido na Estatal (SHIMABUKU 
2017, p. 44 - 62) 
Fica claro, mais uma vez, que a não adoção dos procedimentos de 
imparcialidade, ética, transparência, independência, organização e planejamento 
podem ser um fator problematizador no processo de estruturação de pareceres e 
relatórios contábeis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 27 
 
5. A VISÃO DO CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, DO CÓDIGO PENAL 
E CIVIL SOBRE PROCESSO DE FRAUDE. 
 
Seguindo os expostos de Franklin (2011, p. 32) e NBC TA 240 (2009, p.95), 
o auditor deve realizar auditoria de acordo com as normas estipuladas pelos órgãos 
reguladores, para assim obter transparência no processo de demonstrações 
contábeis. Ainda neste sentido, conforme apresentado nas Normas Brasileiras de 
Contabilidade, TA 200, a auditoria possui limitações que podem, de algum modo, não 
demonstrar as distorções relevantes nas demonstrações contábeis, mesmo que está 
seja devidamente planejada. Isso porque a fraude pode envolver esquemas 
sofisticados e cuidadosamente organizados, destinados a ocultá-la. Tais tentativas de 
ocultação podem ser ainda mais difíceis de detectar quando associadas a um conluio, 
ação esta que pode ter a participação do auditor contábil. Correia e Ferreira (2019, 10 
- 17), apresentam relatores de fraude na histórias da contabilidade brasileira, fraudes 
estas que envolviam administradores empresariais e auditores independentes. 
Tendo o intuito de excluir a participação de auditores contábeis em processos 
de fraude e de erro, o Conselho Federal de Contabilidade estruturou em seu código 
de conduta vedações e penalidades, são elas: 
 
Art. 6o: Aos conselheiros, colaboradores e funcionários dos Conselhos 
Federal e Regionais de Contabilidade é condenável a prática de qualquer ato 
que atente contra a honra e a dignidade, os compromissos éticos assumidos 
neste Código e os valores institucionais, sendo-lhes vedado: 
I. infringir, no desempenho do cargo ou função, os preceitos estabelecidos 
neste Código de Conduta, ou concorrer para a realização de ato contrário à 
lei ou destinado a fraudá-la; 
II. praticar ou compactuar, por ação ou omissão, direta ou indiretamente, ato 
contrário à ética; 
III. praticar qualquer ato que atente contra a honra e a dignidade de sua 
atuação profissional e contra os valores institucionais; 
IV. discriminar, de qualquer forma, colegas de trabalho, superiores, 
subordinados e demais pessoas com quem se relacionar em função do 
trabalho; 
V. adotar qualquer conduta que interfira no desempenho do trabalho ou que 
crie ambiente hostil, ofensivo ou com intimidação, como ações tendenciosas 
geradas por simpatias, antipatias ou interesses de ordem pessoal, sobretudo, 
e especialmente, o assédio sexual de qualquer natureza ou o assédio moral, 
no sentido de desqualificar outros, por meio de palavras, gestos ou atitudes 
que ofendam a autoestima, a segurança, o profissionalismo ou a imagem; 
VI. atribuir erro próprio a outrem; 
VII. apresentar como de sua autoria ideias ou trabalhos de outrem; 
VIII. propor ou obter troca de favores que originem compromisso pessoal ou 
funcional potencialmente conflitante com o interesse da instituição; 
IX. valer-se do cargo, da função ou do porte de informações privilegiadas para 
receber ou dar vantagens ou favorecimento indevidos, por ação ativa ou 
 28 
 
passiva, bem como praticar qualquer ato que atente contra a Política de 
Gestão Integrada do CFC, no que tange ao sistema Antissuborno; (Redação 
dada pela Resolução CFC n.o 1.578, publicada no DOU de 23/10/2019, 
seção 1) 
X. publicar, divulgar ou utilizar-se, deliberadamente, de documentação 
privativa dos Conselhos Federal e Regionais de Contabilidade em benefício 
próprio, compartilhando com terceiros trabalhos ou documentos não públicos, 
para utilização em fins estranhos aos trabalhos a seu encargo; 
XI. usar artifícios para prolongar a resolução de alguma demanda ou dificultar 
o exercício regular de direito por qualquer pessoa; 
XII. alterar ou deturpar o exato teor de documentos, informações, citação de 
obra, lei, decisão judicial ou do próprio Conselho Federal ou Regional de 
Contabilidade; 
XIII. solicitar, sugerir, provocar ou receber, para si ou para outrem, mesmo 
em ocasiões de festividade, qualquer tipo de ajuda financeira, gratificação, 
comissão, doação, brindes, presentes ou vantagens de qualquer natureza, 
de pessoa física ou jurídica interessada nas atribuições do conselheiro, 
colabora- dor ou funcionário; 
XIV. cooperar com qualquer organizaçãoque atente contra a dignidade da 
pessoa humana; 
XV. manifestar-se em nome do Conselho Federal ou Regional de 
Contabilidade, quando não autorizado 
para tal; 
XVI. exercer a advocacia em processos judiciais contra os Conselhos Federal 
ou Regionais de Contabilidade; 
XVII. receber salário ou qualquer outra remuneração por acumulação ilegal 
ou irregular; (Redação dada pela Resolução CFC n.o 1.550, publicada no 
DOU de 26/9/2018, seção 1) 
XVIII.utilizar sistemas e canais de comunicação dos Conselhos Federal ou 
Regionais de Contabilidade para a propagação e divulgação de trotes, 
boatos, pornografia, propaganda comercial, religiosa ou político-partidária; e 
XIX. desviar conselheiro, colaborador ou funcionário para atendimento de 
interesse particular. (Redação dada pela Resolução CFC n.o 1.527, 
publicada no DOU de 22/8/2017, seção 1) 
§1o Não se consideram presentes para os fins do inciso XIII deste artigo 
aqueles que: 
I. não tenham valor comercial; e 
II. distribuídos por entidades de qualquer natureza a título de cortesia, 
propaganda, divulgação habitual ou por ocasião de eventos especiais ou 
datas comemorativas, limitado a 50% do valor da anuidade do profissional 
contador. 
§2o As condutas previstas neste artigo se coadunam com as previstas em 
Regimento Disciplinar do Manual de Políticas instituído por cada Conselho 
Federal e Regional de Contabilidade. 
É proibido ao conselheiro, colaborador e funcionário exercer suas funções 
quando houver caracterizado qualquer conflito de interesses que afetem sua 
independência e imparcialidade, devendo declarar, expressa e 
imediatamente, a seus superiores qualquer tipo de suspeição ou 
impedimento, especialmente: 
I. em processo de interesse próprio, de cônjuge, de parente consanguíneo ou 
afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, de pessoa com quem 
mantenha ou manteve laço afetivo, amizade íntima ou inimizade capital; e 
que envolva órgão ou entidade com o qual tenha mantido vínculo profissional 
nos últimos dois anos; 
II. em processo em que tenha funcionado como perito ou funcionário da área 
de Controle Interno. 
As condutas que possam configurar violação a este Código, decorrentes de 
ofício ou em razão de denúncias fundamentadas, serão apuradas pelas 
Comissões de Conduta do respectivo Conselho Federal ou Regional de 
Contabilidade por meio de processo próprio, com emissão de relatório 
 29 
 
conclusivo à Presidência do Conselho. (Redação dada pela Resolução CFC 
n.o 1.550, publicada no DOU de 26/9/2018, seção 1) 
§1º Se a conclusão do relatório for pela culpabilidade do investigado, a 
Presidência do Conselho poderá aplicar a penalidade de Censura Ética e/ou 
firmar Acordo de Conduta Pessoal e Profissional (ACPP), sem prejuízo de 
outras medidas a seu cargo. 
§2º Caso o Acordo de Conduta Pessoal e Profissional seja descumprido, a 
Comissão de Ética dará segui- mento ao Processo de Apuração Ética. 
§3º É facultado ao investigado pedir a reconsideração acompanhada de 
fundamentação à própria Presidência, no prazo de dez dias, contado da 
ciência da respectiva decisão. 
§2º A Presidência poderá atribuir efeito de pedido de reconsideração da 
decisão tomada. Em caso de admissibilidade do pedido, submeterá ao 
Conselho Diretor para apreciação. 
Art. 8º A O presente Código será regido pelas seguintes definições: (Artigo 
incluído pela Resolução CFC n.o 1.550, publicada no DOU de 26/9/2018, 
seção 1) 
Art. 9º Os Conselhos Federal e Regionais de Contabilidade deverão instituir 
uma Comissão de Conduta para análise das infrações cometidas por 
funcionários e colaboradores, visando à aplicação dos termos dispostos 
neste Código de Conduta. (Redação dada pela Resolução CFC n.o 1561, 
publicada no DOU de 19/3/2019, seção 1) 
§ 1º Caberá, exclusivamente, ao Conselho Federal de Contabilidade a 
instituição de Comissão de Conduta para análise das infrações cometidas por 
conselheiros do Conselho Federal e dos Conselhos Regionais de 
Contabilidade. 
§ 2º As Comissões de Conduta dos Conselhos Federal e Regionais de 
Contabilidade terão natureza investigativa e consultiva, e serão designadas 
pelo presidente do respectivo Conselho de Contabilidade. A Comissão de 
Conduta instituída para apuração de infração cometida por conselheiro do 
Sistema CFC/CRCs, será composta de 3 (três) conselheiros do Conselho 
Federal de Contabilidade e respectivos substitutos. 
§ 3º A Comissão de Conduta instituída para apuração de infração cometida 
por funcionários e colabora- dores será composta de 3 (três funcionários) e 
respectivos substitutos. (Redação dada pela Resolução CFC n.o 1561, 
publicada no DOU de 19/3/2019, seção 1) 
§ 4º A Comissão de Conduta instituída para apuração de infração cometida 
por funcionários e colabora- dores será composta de 3 (três funcionários) e 
respectivos substitutos. (Redação dada pela Resolução CFC n.o 1561, 
publicada no DOU de 19/3/2019, seção 1) 
§ 5º Ficam impedidos de compor as Comissões de Conduta os conselheiros 
e funcionários já punidos administrativa ou criminalmente. 
§ 6º Os integrantes das Comissões terão mandato de 2 (dois) anos, sendo 
permitidas até 2 (duas) reconduções. 
 § 7º O presidente do respectivo Conselho indicará o presidente das 
Comissões para mandato de dois anos, sendo permitida a recondução. 
 § 8º Os integrantes das Comissões desempenharão suas atribuições 
concomitantemente com a de seus respectivos cargos e funções. 
§9º O integrante das Comissões que, por qualquer motivo, vier a responder 
a processos ético, criminal e/ ou administrativo-disciplinar ficará suspenso da 
Comissão, até o trânsito em julgado. 
§ 10º A qualquer tempo, as Comissões de Conduta poderão instaurar 
processo para apuração de fato ou conduta que venha a ferir os postulados 
éticos recomendados aos conselheiros, colaboradores e funcionários dos 
Conselhos Federal e Regionais de Contabilidade. 
O documento visa estabelecer termos que em caso de não cumprimento 
deverão ser denunciados para que a instituição possa tomar as devidas 
providencias na correção da conduta dos profissionais que estejam em 
desacordo com os preceitos éticos, visando manter um clima de trabalho 
respeitoso e saudável. É importante saber que as penas previstas no código 
 30 
 
de ética serão aplicadas de acordo com os danos causados e sem prejuízo 
da abertura de Processo administrativo disciplinar. 
Além dos itens punitivos estipulados no código de conduta estruturado pelo 
Conselho Federal de Contabilidade, se faz importante citar o Código Penal 
brasileiro. Os Artigos 171 e 298 dizem: 
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, 
induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer 
outro meio fraudulento: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos mil réis a dez 
contos de réis. (Vide Lei nº 7.209, de 1984) 
§ 1º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o prejuízo, o juiz pode 
aplicar a pena conforme o disposto no art. 155, 
§ 2º - Nas mesmas penas incorre quem: 
Disposição de coisa alheia como própria 
I - vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia coisa 
alheia como própria; 
Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria 
II - vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa própria 
inalienável, gravada de ônus ou litigiosa, ou imóvel que prometeu vender a 
terceiro, mediante pagamento em prestações, silenciando sobre qualquer 
dessas circunstâncias; 
Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar 
documento particular verdadeiro: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. 
Falsificação de cartão (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência 
 
A partir da análise dos documentos supracitados, é possível observar que ato 
de fraude é passível de punições severas em três instâncias diferentes - Conselho 
Federal e Regional de Contabilidade, esfera civil e penal. Embora a profissão de 
auditor externo possui regulamento claro, a prática de atos ilícitos não está vedada. O 
nãocumprimento das normatizações tendo o intuito de apropriar-se ou participar de 
apropriação indébita poderá prejudicar não somente a empresa, mas todo um 
complexo empresarial e mercadológico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 31 
 
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Os novos direcionamentos da economia, assim como os avanços 
tecnológicos, tem exigido cada vez mais transparência das empresas e ética dos 
auditores no desenvolvimento e estruturação e de demonstrações contábeis. Tanto o 
Código de Ética estruturado pelo Conselho Federal de Contabilidade, como o Código 
Civil e Penal deixam claro em seus textos as punições em caso de constatação de 
fraude em demonstrativos financeiros. 
 Ainda neste sentido, foi possível observar, a partir de revisão bibliográfica e 
dos estudos de caso que, embora a função de detectar erros ou fraudes nos 
demonstrativos contábeis a priori seja de responsabilidade do corpo administrativo 
das empresas, é obrigação do auditor comunica-las quando houver a identificação as 
mesmas. Para isso, o profissional deve realizar a auditoria de maneira planejada 
seguindo impreterivelmente as determinações conditas nos documentos norteadores 
de sua função. O não cumprimento das normas, como também observado a partir de 
revisão bibliográfica, poderá imputar em multa, detenção e a inviabilização de 
exercício da função, além de poder apresentar impactos para toda a sociedade. 
Desta maneira, salientamos a importância do desenvolvimento da atividade 
de auditoria contábil por profissionais devidamente qualificados e que sigam de 
maneira fidedigna as normatizações referentes a sua atividade profissional. Além 
disso, reiteramos que o presente trabalho não apresenta caráter conclusivo. A 
temática aqui abordada possui profunda relevância e requer novas pesquisas visem 
contribuir ainda mais no campo da contabilidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 32 
 
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