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O Trabalho do Assistente Social na Visita Domiciliar

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9
O TRABALHO DO ASSITETE SOCIAL NA VISITA DOMICILIAR
Adelza Antônia dos Santos¹
Jadson Iago Leite da Silva¹
Leandro Bruno bezerra da Silva¹
Maucilene Genesia da Silva²
RESUMO
Este PAPPER, cujo tema se refere ao Trabalho do Assistente Social na Visita Domiciliar. Enquanto instrumento que compõe a instrumentalidade do Serviço Social. Na história, o Serviço Social aparece como uma profissão extremamente interventiva. A visita é um instrumental estratégico que possibilita o conhecimento da realidade de populações, especialmente das que vivenciam situações de risco e vulnerabilidade. A visita Domiciliar constitui da intervenção profissional e possibilita compreender, conhecer e opinar sobre uma determinada situação social. Nesse sentido, o objetivo geral que motivou a escolha dessa temática analisa os limites e as possibilidades que perpassam o uso do instrumental técnico-operativo da Visita Domiciliar Do Assistente Social. O presente trabalho busca enriquecer o debate sobre esta temática, uma vez que, vem sendo observada a existência de pouca produção bibliográfica no acervo teórico da profissão acerca do tema. A metodologia utilizada nessa pesquisa contou com a riquíssima pesquisa nos meios de comunicação digital como no material oferecido pela Uniasselvi para ser estudado essa temática. Por fim, espera-se com esse estudo que o debate acerca desse tema apenas tenha sido iniciado e que outros estudos possam ser realizados, sendo utilizado cotidianamente na intervenção de alguns profissionais com vistas a aprimorar sua intervenção profissional junto ao usuário. 
Palavras Chave: Visita Domiciliar, Conhecimento da Realidade, Serviço Social.
1 INTRODUÇÃO
Como o próprio nome sugere, a visita domiciliar é a ida do profissional do Serviço Social na residência do usuário. Esse “ir” do assistente social evidentemente não é despreocupado, sem objetivo, não. Trata-se de uma busca, uma busca in loco com um objetivo predeterminado, em que o profissional do Serviço Social se dirige até o lar do usuário para alcançar o objetivo traçado, que geralmente é conhecer melhor a realidade do usuário.
O assistente Social por meio da visita domiciliar, coleta as informações fazendo a interpretação através do diagnóstico da situação para os interessados. Assim, a ética perpassa para uma postura reflexiva diante dos tipos de experiências que fazem parte das vivencias dos sujeitos, os quais refletem no seu comportamento perante a sociedade, e essa estabelece normas e regras de boa convivência. 
A visita domiciliar exige do profissional uma preparação antecipada para que seja realizada com seus os objetivos definidos. A visita domiciliar não possui caráter formal, assim o usuário expõe com facilidade seus problemas e o assistente social pode intervir com mais eficácia, informando e orientando os caminhos que o usuário possa desconhecer para acessar os seus direitos. Com um olhar atento a assistente social busca atingir a meta da visita, empregando os instrumentais, a observação e a entrevista. Seguindo Guerra: (2002)
“O assistente social tem que ter claro que sua intervenção profissional cria com as pessoas envolvidas um processo de mudança de hábitos, olhares e opiniões. “O resultado desse processo é sempre uma transformação na natureza e no próprio homem, uma vez que, ao final, ele já não é mais o mesmo homem”. (GUERRA, 2002, p. 8).
O assistente social deve fazer um mapa dos serviços disponíveis no local onde vive essa família, para conhecer as situações sociais a serem abordadas. Por exemplo, escola que atenda, qual a faixa etária, creche e qual o horário de atendimento, disponibilidade de atividades, programas para crianças quando os pais estão trabalhando. Para os idosos, atividades comunitárias, intelectuais. Postos de saúde ou estratégias de saúde da família. O profissional deve conhecer os horários e locais de ônibus, entre outros, para poder construir com essa família a consolidação da cidadania e a busca das mudanças sociais com maior qualidade de vida para essa comunidade.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A visita domiciliar é um instrumento muito utilizado pelo profissional do Serviço Social, além de ser um modo específico para o conhecimento e entendimento da realidade.
 A visita domiciliar, Mioto Diz: (2001), 
“tem como objetivo conhecer as condições (residência, bairro) em que vivem tais sujeitos e apreender aspectos do cotidiano das relações, aspectos esses que geralmente escapam à entrevista de gabinete”. 
O assistente social deve fazer um mapa dos serviços disponíveis no local onde vive essa família, para conhecer as situações sociais a serem abordadas. Por exemplo, escola que atenda, qual a faixa etária, creche e qual o horário de atendimento, disponibilidade de atividades, programas para crianças quando os pais estão trabalhando. Para os idosos, atividades comunitárias, intelectuais. Postos de saúde ou estratégias de saúde da família. O profissional deve conhecer os horários e locais de ônibus, entre outros, para poder construir com essa família a consolidação da cidadania e a busca das mudanças sociais com maior qualidade de vida para essa comunidade.
A visita domiciliar não possui caráter formal, assim o usuário expõe com facilidade seus problemas e o assistente social pode intervir com mais eficácia, informando e orientando os caminhos que o usuário possa desconhecer para acessar os seus direitos. Co m um olhar atento a assistente social busca atingir a meta da visita, empregando os instrumentais, a observação e a entrevista.
No dia a dia as pessoas envolvidas numa situação que necessita da intervenção do assistente social se comunicam e criam relações que não ficam visíveis e nem verbalizadas quando atendidas dentro das instituições de trabalho. Essa ação faz com que o profissional tenha habilidade para perceber o que está por trás do que não é dito, mas expresso por gestos, olhares e posturas. E principalmente esse profissional não pode realizar a visita com olhar preconceituoso, discriminatório e nem impositivo, conforme Resolução n. 273, do CFESS (1993, p. 3), “[...] defesa intransigente dos direitos humanos [...]; ampliação e consolidação da cidadania [...]; posicionamento em favor da equidade, de justiça social [...]; eliminação de todas as formas de preconceitos”. Nesta resolução, quando se fala em todas as formas de preconceitos, são todas realmente, como gênero, etnia, religião, deficiências, classe social, racial, opção sexual, entre outras, que podem existir.
O profissional que fizer a opção por utilizar a visita domiciliar como seu instrumento de trabalho deve se sentir à vontade com ele, buscando inicialmente acordar com o sujeito sua entrada na casa, de modo a explicar-lhe os motivos que o levam a efetuar a visitação. Colocando-se à disposição do anfitrião para que ele concorde com a entrada do profissional na residência. Torna-se importante que o profissional aceite as condições oferecidas pelos que o estão recebendo, não importando em que lugar irá sentar-se, ou até se tiver que ficar em pé, a visita poderá ser realizada.
É preciso identificar a realidade exatamente como ela se apresenta, levando em conta as condições sociais e culturais daqueles sujeitos, sem interpretações que venham ao encontro de seus conceitos morais e culturais. Este cuidado é de suma importância, pois o conhecimento da vida social daqueles sujeitos, deve compreender a sua história de vida, com suas especificidades e particularidades, sem preconceitos e discriminação. Não se pode esquecer que o local onde se desenvolve a visita domiciliar é privativo dos sujeitos, onde a realidade social se apresenta de modo diferenciado a como vive o profissional e, “capturar a realidade dentro de seu quadro social e cultural específico exige do profissional a visão de seus elementos difíceis, intrigantes e conflitantes, por mais estranhos que eles possam parecer a nossa razão”. (AMARO, 2003, p.31).
É fundamental que o profissional ao se apresentar informe com clareza o objetivo da visita domiciliar, devendo limitar-se a buscarconhecer o que de fato é importante para obtenção dos elementos necessários à análise da situação. A experiência profissional demonstra que se o profissional tiver uma postura respeitosa, de não- intimidação, a receptividade por parte dos sujeitos será muito maior, assim como sua participação. Portanto, o respeito aos sujeitos no momento da visita domiciliar é de extrema importância.
A Visita Domiciliar é uma estratégia que apresenta vantagens e desvantagens. Dentre as vantagens, estão:
1 A presença do profissional in loco, atuando no ambiente doméstico, permite um planejamento de ações mais próximas da realidade do indivíduo mediante a visualização de condições econômicas e sociais, tais como: habitação, costumes e higiene;
2 O domicílio permite regras de conduta mais flexíveis e descontraídas do que as exigidas pela Instituição (burocracia institucional);
3 Esse ambiente favorece melhor relacionamento do grupo familiar com o profissional. Por ser menos formal, permite a exposição de variados problemas que interferem na situação do indivíduo, tornando o trabalho mais humanizado;
4 Dispõe-se de mais tempo para o atendimento do que na instituição, o que viabiliza melhor intervenção do profissional;
5 A visita agendada previamente favorece a boa receptividade de toda a família ao profissional.
As desvantagens:
1 Dificuldades de acesso do profissional ao domicílio. Muitas instituições não possuem carro e o profissional desloca-se por conta própria;
2 Limitação dos encontros em razão do horário de trabalho e dos afazeres domésticos, que podem impossibilitar sua realização;
3 Exigência de tempo maior do que no atendimento realizado na instituição, devido à locomoção ou à execução da visita, tornando-a atividade dispendiosa e de pouco alcance para a maior parte da população;
4 A visita agendada previamente pode induzir a família a mascarar a situação que seria encontrada caso não houvesse esse agendamento.
Quando em seu domicílio, o usuário se permite a revelação de fatos que na Unidade são comumente ocultados, pelo que o profissional pode não somente escutar o que o usuário verbaliza, mas entender suas atitudes a partir do contexto em que está inserido – social, financeiro, familiar, profissional, religioso e cultural –, onde as diferenças são relevantes. É preciso considerar todas as dimensões e referências construídas a partir de relações sociais. Como o problema individual está intrinsecamente relacionado à vida familiar, há necessidade de se perceber a família como um todo e não ver apenas um membro dela.
3 VISITA DOMICILIAR, ENTREVISTA
Que se entende, pois, por entrevista? A entrevista é um ato, do qual devem participar no mínimo duas pessoas (entrevista individual) ou mais (entrevista coletiva), onde se busca compreender, identificar ou constatar uma determinada situação. Não se limita, entretanto, a compreender, identificar ou constatar tão somente. Poderá sim a entrevista ter outros fins, como é o caso, por exemplo, da entrevista de ajuda. De qualquer forma, o conceito anterior pode ser considerado básico e, embora algumas entrevistas possam ter maiores finalidades, todas devem necessariamente querer compreender, identificar ou constatar uma determinada situação, tratando-se, é claro, de entrevistas no Serviço Social.
Para o Serviço Social, a entrevista é antes de tudo um espaço de escuta. Neste ato, o profissional do Serviço Social deve se colocar a ouvir o usuário, lembrando que ouvir é uma atividade ativa, e não passiva, como pensam muitos. Ativa no sentido de que não se trata apenas de receber as informações do usuário, mas, sim, concentrar-se nelas, refletir sobre elas, indagá-las.
Também deve o assistente social se colocar na posição de condutor da entrevista. Embora seja demasiadamente importante o assistente social saber ouvir o usuário, não se trata de ouvir qualquer coisa que o usuário queira dizer, não. O entrevistador deve estar atento para poder interromper quando as palavras do usuário não fazem sentido para o objetivo do trabalho do assistente social. Ressalta-se que é preciso ter muito cuidado com esta situação por dois motivos.
Primeiro, o profissional deve distinguir bem, no momento da entrevista, o que é pertinente e o que não é pertinente para o objetivo do trabalho do Serviço Social, porque pode ele ou interromper o que era fundamental para os objetivos da entrevista ou não interromper o que não tinha nenhum sentido para os objetivos da entrevista, tornando-a muito longa e cansativa. Em segundo lugar, deve o profissional saber interromper o usuário, com delicadeza, elegância, astúcia, de tal modo que o usuário sinta-se conduzido e não interrompido, fundamentalmente porque pode este se sentir desinteressado para continuar a entrevista.
A etapa da entrevista chamada de acolhimento é a etapa inicial, o primeiro momento, onde há uma primeira aproximação. Neste momento o profissional deve se preocupar em conhecer o usuário, e tão somente o usuário, desconsiderando, pois, o problema que traz o usuário ali ou o que leva o profissional ao usuário.
É durante o acolhimento que o profissional cumprimenta firmemente o usuário e inicia o diálogo. Sempre que possível, deve o profissional iniciar a conversa falando de qualquer outro assunto que possivelmente despertará algum interesse do usuário. Futebol, novela, tempo. Sempre que possível porque, em alguns casos, o usuário está tão aflito que não consegue pensar em outra coisa senão o problema que o levou ao profissional ou que trouxe o profissional até ele.
Após o desenvolvimento da entrevista, o assistente social deve preocupar-se com o encerramento. É salutar que nesta fase o profissional recapitule brevemente o que foi discutido e se alguma providência foi sugerida. Caso, na fase de encerramento da entrevista, o usuário aborde algum assunto que é pertinente, mas não há mais tempo para discuti-lo, deve o entrevistador deixar claro que o assunto é importante e que será retomado apenas na próxima entrevista.
É sempre preciso que o entrevistador, durante toda a entrevista na visita domiciliar e em todas elas, tome muito cuidado com a orientação da entrevista. Isso porque só têm legitimidade ética na entrevista os assuntos de interesse no problema e não as curiosidades pessoais do entrevistador. Nesse sentido, a entrevista nunca pode ser tomada como um instrumento de satisfação dos interesses pessoais do entrevistador, o que, evidentemente, tornaria a entrevista ilegítima, desvirtuando os reais objetivos da entrevista e também da própria profissão.
4 CONCLUSÃO
O referido PAPPER, despertaram o interesse dessa pesquisadora por entender o porquê da Visita Domiciliar, em alguns momentos, ser tratada com tantas polêmicas. Esse trabalho contemplou os objetivos propostos que foram “analisar os limites e as possibilidades dos instrumentos técnico-operativos do Serviço Social, no que se refere às intervenções com Visita Domiciliar sob a perspectiva das assistentes sociais das áreas da assistência social, e como objetivos específicos, analisar os fatores que demandam aos assistentes sociais dessas áreas, a necessidade de realizarem as referidas visitas; e, analisar como a dimensão ético-política se apresenta na intervenção profissional do assistente social na realização desse instrumental. 
Foi percebido por meio da pesquisa feita nas bases de dados como a Visita Domiciliar, é pouco discutida no âmbito acadêmico de uma forma geral. Não foi encontrado nenhum artigo, monografias, teses e dissertações, dentro do universo dessa pesquisa, que se referem ao Trabalho do Assistente Social na Visita Domiciliar. O único artigo encontrado diz respeito à atuação do Serviço Social com famílias, e aborda rapidamente o tema. A comunidade acadêmica deveria dar mais atenção à essa dimensão, pois é uma discussão que permeia todos os campos ocupacionais e que é central na intervenção do assistente social, seja em qualquer área para poder ele conhecer a realidade dos usuários que precisam do serviço de assistencialismo.
Os dados desse PAPPER revelaram muitos elementosque enriqueceram a nossa discussão. Primeiramente, é importante destacar que cada campo ocupacional tem sua especificidade, e por isso, os objetivos e as finalidades dos instrumentais são diferentes. Então, o objetivo da Visita Domiciliar na Assistência Social, não é o mesmo do Sócio-Jurídico. Sendo assim, não se deve fazer considerações que generalizam o uso desse instrumental. 
Os instrumentais da visita domiciliar são umas das possibilidades de conhecer a realidade social dos usuários. Esse conhecimento não é descolado da discussão sobre o modo de produção capitalista e as relações sociais engendradas por ele, e é nesse contexto, que o assistente social entende qual é o seu objeto de trabalho. Sobre os dilemas éticos postos ao profissional durante a realização da Visita Domiciliar, observou-se que a fala dos entrevistados acerca da utilização desse instrumental não pareceu estar agarrada a dilemas éticos. Para os profissionais, ficou claro que ao saber o motivo da realização da visita e saber exatamente o porquê de escolher a Visita Domiciliar, a atuação profissional não considera tão sistematicamente esse dilema. Mesmo com as diferenças dos campos pesquisados, as profissionais entrevistadas não a enxergam como um instrumental tão “problemático” assim, no que se refere às questões éticas. Daí pode-se observar que o profissional que age em conformidade com preceitos éticos defendidos pelo Serviço Social faz com que sua intervenção seja livre e prime pelo respeito ao usuário no atendimento. 
O compromisso com o usuário está presente nas falas das profissionais, e esse é um dos elementos que marcam a ação profissional na Visita Domiciliar, orientada por uma racionalidade ético-política (Brandão, 2007), onde existe a construção do vínculo da profissão com as necessidades e demandas dos sujeitos. Esses são vistos como parte de um processo histórico-cultural que resulta nas configurações das relações sociais vigentes. 
É interessante a forma como a Visita Domiciliar é vista pelos profissionais, pois eles vêm a visita como parte do atendimento, como estreitamento de vínculos entre o profissional e o usuário, desconstruindo alguns dos valores conservadores que esse instrumental carregou historicamente. 
Sobre avisar o dia e hora da Visita Domiciliar, concordamos com o que uma das profissionais disse a respeito: avisar ou não o dia e a hora da visita é um falso dilema ético. Essa é uma categoria nova trazida por uma das assistentes sociais entrevistadas, da qual compartilhamos entendimento. Como foi visto, avisar o dia e a hora não é sinônimo de que o assistente social vai ser respeitoso com o usuário, por estar se tratando de uma questão privativa. Na realização da visita podem surgir outras questões em que o assistente social pode correr o risco de desrespeitar o usuário, como por exemplo, perder o foco da Visita Domiciliar, fazer perguntas desnecessárias que causam constrangimentos, invadir a privacidade com ações de cunho fiscalizador, policialesco e investigativo. 
Sobre esses valores conservadores, as profissionais concordam que ainda existem na profissão, mas a partir nas suas intervenções buscam ter reflexões críticas sobre a realidade social na qual está trabalhando para agir em conformidade com o projeto ético do Serviço Social. Ainda sobre o agendamento da visita, constatou –se que essa questão depende do campo de trabalho, de fatores profissionais e institucionais, então, por trás dessa escolha têm vários fatores a que determinam, que não têm relação direta com ética profissional ou com a forma de conduta do usuário, e sim com os objetivos da intervenção profissional demandada ao assistente social. Mais uma vez, não é possível generalizar afirmando que toda Visita Domiciliar deve ser agendada. Assim, concluímos que o agendamento prévio ou não é um falso dilema ético. 
A Visita Domiciliar, historicamente, é permeada por valores de cunho policialesco, fiscalizatório, investigativo, que se assemelha ao que Brandão (2007) denominou de Ação Profissional orientada por valores tradicionais, pois a atuação do assistente social era motivada por valores morais e religiosos com o intuito de inculcar normas nesse individuo para que esse superasse sua situação de carência. Sendo assim, ainda hoje, podem existir profissionais que direcionam a sua intervenção nesse sentido. 
Para que esse estudo seja explorado e debatido adiante, propõe-se maiores discussões sobre o Papel do Assistente Social na Visita Domiciliar, instrumental tão rico, mas tão pouco trabalhado no ambiente acadêmico, tais como: sobre a Visita Domiciliar e as dimensões da profissão, a saber: teórico-metodológica, técnico-operativo e ético-política; sobre o Papel do Assistente Social na Visita Domiciliar e suas especificidades nos espaços sócio-ocupacionais; que as disciplinas de Serviço Social trabalhem mais profundamente com o referido tema, durante a Graduação; que existam espaços para além da academia que proporcionem reflexões e debates sobre o Papel do Assistente Social na Visita Domiciliar.
5 REFERÊNCIAS
AMARO, Sarita. Visita domiciliar: guia para uma abordagem complexa. Porto Alegre: AGE Editora, (2003).
BRANDÃO, Thiago Bazi. Burocracia e Serviço Social: Uma ameaça ao projeto ético-político da profissão? 2007.263 f. Dissertação (Mestrado em Política Social)- Instituto de Ciências Humanas -Departamento de Serviço Social, Universidade de Brasília- Brasília, (2007).
Caderno de estudos Instrumentos e Processo de Trabalho em Serviço Social- UNIASSELVI
CFESS. Código de ética profissional dos assistentes sociais. Aprovado em 15 de março de (1993) com as alterações introduzidas pelas Resoluções CFESS n. 290/94 e n. 293/94. 
GUERRA, Yolanda. A instrumentalidade do serviço social. 3. ed. São Paulo: Cortez, (2002).
MIOTO, Regina Célia Tamaso. Perícia social: proposta de um percurso operativo. Serviço Social e Sociedade. São Paulo: Cortez, 2001.
1 Nome dos Acadêmicos
2 Nome do Professor tutor externo
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI – Serviço Social (1057) – Prática do Módulo III – 03//2020

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