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Análise Fílmica Didática Sobre o Longa "Super 8"

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Uma das melhores homenagens já feitas ao Spielberg:
A "vibe Stranger Things" se refere a obras cujo: os protagonistas tem entre 9 a 17 anos, se passa nos anos 80/90 e tem um mistério envolvido. Na maior parte das vezes são obras de ficção científica e suspense/thriller.
Atendendo a todas essas características, Super 8 foi o meu primeiro contato com tal "subgênero". Desde criança sempre amei esse filme, sempre tive lembranças e memórias boas sobre o longa, até que uns dias atrás eu fiquei com vontade de rever o filme (depois de vários anos sem o assistir). Eu sempre fico receoso em assistir a filmes que eu amava quando criança, pois tenho medo de tais obras não serem tão incríveis e maravilhosas como eu achava, ou seja, tenho medo de estragar esses filmes pra mim. No caso de Super 8, a vontade falou mais alto e eu o revi. Sorte minha que eu o revi.
Incrivelmente o filme é muito melhor do que eu lembrava. Logo nos primeiros cinco minutos já temos uma idéia de como cada personagem é, sabemos quem é amigo de quem, a personalidade de casa um, etc. Fora isso já nos é mostrado o quão forte a relação entre o Joe e sua mãe era, tanto é que o Joe carrega durante todo o longa uma foto da mãe dele, que ele recorre a ela nos momentos difíceis como se ela fosse uma santa ou um objeto canonizado.
Acho interessante que os efeitos de contraluzes que, o diretor e roteirista do longa, J.J. Abrams tanto ama, fazem muito mais sentido aqui que em seus outros filmes, pois tais efeitos nos remetem a um tom de nostalgia, além de servir como uma metáfora na cena do ensaio na estação de trem.
É muito interessante que o J.J. tenha escalado um ator com olheiras para ser o protagonista, pois apesar de ser criança, o mesmo já passou por diversas experiências extremamente desgastantes e pesadas, assim como um adulto de mais de 30 anos cujo o qual perdeu várias noites de sono devido sua preocupação com a vida.
Na cena da atuação incrível da Alice, é bem perceptível que ela usou todo o rancor, dor e mágoa que estava em seu coração para potencializar o momento, mais a frente vemos algumas das mágoas dela, como o seu péssimo pai e o abandono de sua mãe.
Gosto que o J.J. escolheu dar uma de Spielberg em Tubarão, ou seja, não mostrou o monstro logo de cara. O monstro é uma sombra, um vulto que aparece desfocado no fundo da tela, um som perturbador, uma perturbação eletromagnética, etc. Ao fazer isso, J.J. deixa nosso cérebro fazer especulações sobre a aparência e poder do monstro, e na maior parte das vezes imaginamos uma criatura muito mais horrenda do que a verdadeira.
O elenco está muito bem, todos são bem competentes. Gosto da cena em que a Alice comenta sobre a fundição com o Joe, que tenta ficar "normal" mas fica visualmente desconfortável, pois lá foi onde sua mãe morreu de forma trágica.
J.J. também mistura vários gêneros na obra, como aventura, thriller, mistério e comédia, todos na medida e no timing perfeito. Muito bom cara, sério.
Enfim, desculpa a rasgacão de ceda. É que eu amo muito esse filme, um dos meus preferidos (se não meu preferido) do J.J . Me dá muita alegria ver um filme que eu amava quando criança e ver que ele é realmente um excelente filme.
Tentei ser o mais imparcial possível, mas a nostalgia é uma coisa muito poderosa, então sim, eu dei uma puxada de saco no Jota. Jota. Abraão.
Acho estranho não ter nunca visto alguém falar de um filme tão incrível assim, além de mim mesmo, claro. Talvez seja porque o Ruanzinho criança fosse meio curioso e visse todo tipo de filme.
- Por Ruan Souza

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