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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS FACULDADE DE FARMÁCIA CURSO DE BIOMEDICINA DISCIPLINA: BIOQUÍMICA CLÍNICA PRÁTICA Docente: Isabela Cinquini Junqueira Discentes: Ana Carolina Dourado Leobas, Denise Franco Contijo dos Santos, Eunice de Almeida Silva, Gabriel Alves Rodrigues e Laura Guimaro Cunha de Medeiros FECHAMENTO DO CASO CLÍNICO 2: PRÉ-ECLÂMPSIA GOIÂNIA 2020 A paciente relatou quadro de cefaléia bitemporal e visão embaçada. Esses sintomas podem ser justificados pela hipertensão arterial, que afeta órgãos como coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos. A cefaléia decorreu do desequilíbrio entre líquor e sangue, o que causou um aumento da pressão intracraniana. O que por sua vez, estimulou as terminações nervosas sensíveis à dor. A visão embaçada se originou de possíveis constrições de vasos retinianos afetando a retina e prejudicando a visão. O edema observado foi causado pelo extravasamento de líquido para o terceiro espaço e não de sua reabsorção. Esse extravasamento se deu em virtude da queda da pressão osmótica nas vênulas, o que por sua vez causou uma diminuição na reabsorção de líquido do espaço intersticial. A paciente relatou também alteração urinária. Essas podem retratar um possível comprometimento da função renal. Em decorrência do estresse oxidativo, ocorreram lesões endoteliais sistêmicas, inclusive do tecido glomerular que passou a excretar grande quantidade de proteínas. Entretanto, essa alteração não seria perceptível à paciente, logo a alteração a que ela se refere é uma oligúria, caracterizada por uma diurese inferior a 500ml/24 horas. Essa oligúria pode ser justificada pelo extravasamento de líquido para o terceiro espaço. Outros sintomas mencionados foram fraqueza muscular, fadiga, dispnéia em posição ortostática e dor na região lombar. Os quatro primeiros podem ser justificados por uma possível anemia gestacional que causaria uma redução do fluxo de oxigênio para os órgãos. E por fim, a dor na região lombar que pode estar associada às alterações anatômicas causadas pela gestação afetando o sistema músculo esquelético. A partir desse quadro, o grupo surgiu com as seguintes hipóteses: pré-eclâmpsia, pois a paciente apresentou pressão alta, edema nos membros inferiores, dor de cabeça e visão embaçada; Síndrome de Hellp que possui sintomas semelhantes e por muitas vezes surge posteriormente à uma pré-eclâmpsia; E por fim, diabetes gestacional associada à complicações tiroidianas. Ao longo da gestação, ocorre o aumento dos níveis de estrógenos, progesterona, cortisol, prolactina e a produção de lactogênio placentário humano. Essas mudanças interferem no equilíbrio metabólico podem resultar em um quadro de Diabete Mellitus (DM). Na maioria dos casos, não são apresentados sintomas e esse quadro é diagnosticado através do exame de glicemia. A paciente apresentou complicações tireoidianas e possui antecedentes familiares de DM, por isso foi considerada a hipótese de diabete gestacional. Entretanto, não haviam exames conclusivos da paciente que comprovassem que este era um problema crônico por já possuir antecedentes familiares ou se foi algo desenvolvido durante a gravidez. Assim como distúrbios na tireóide. Dessa forma, decidiu-se excluir a hipótese, principalmente pelos sintomas clínicos coincidirem com o quadro de pré- eclâmpsia e o aumento da hemoglobina glicada poder ter sido consequência da síndrome. Apesar da Síndrome de Hellp classicamente apresentar três principais fatores para o diagnóstico, o mesmo pode ser comumente relatado como uma “continuação” dos problemas relacionados a pré-eclâmpsia grave, porém, ainda há controvérsia sobre essa correlação. Os sinais clínicos que deveriam ser relatados no caso da paciente A.S.F para que a hipótese de diagnóstico da Síndrome de Hellp pudesse se concretizar poderiam ser diversos, sobretudo no 3° trimestre da gestação, porém pode raramente ocorrer no 2° trimestre, que é o caso da paciente. A maior apresentação clínica frequente é a pressão arterial acima de 140 x 90 mmHg acompanhada de proteinúria, o que foi apresentado, porém, com PA em valores de 180/120 mmHg no dia 31/01 e proteinúria no dia elevada no dia 5 de fevereiro, o que não descartaria o diagnóstico, mas seria um sugestivo. Epigastralgia ou dor no quadrante superior direito do abdômen também é uma queixa comum, que, caso houvesse, teria sido necessário uma investigação laboratorial mais completa. Nos exames laboratoriais que acompanham a síndrome de HELLP e que não foram solicitados pelo médico deveria aparecer: aspartato transaminase (AST) superior a 70 U/L, desidrogenase lática (LDH) cima de 600 U/L e plaquetas abaixo de 100.000 u/L. Exames que não podemos identificar no caso para possível diagnóstico, assim como o encontro de esquizócitos à hematoscopia, que é seria um indicativo do início da síndrome. Portanto, deve-se considerar a síndrome de HELLP quando houver presença de esquizocitose, AST elevada e plaquetopenia. Portanto, todos os indicativos clínicos apontavam para pré-eclâmpsia e este foi o diagnóstico fechado após análise do grupo sobre o caso clínico.
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