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Caso Clínico Meningite - DIC

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CASO CLÍNICO – MENINGITE 
DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS 
GABRIELLI DE O. MORCELI – 121810941 
Paciente sexo masculino, 10 anos de idade é levado pela mãe para atendimento 
médico com queixa de febre e cefaleia há mais de 48 horas. A mãe relata que ele 
apresentava-se hígido até que, há cerca de 48 horas começou a apresentar febre 
alta junto com vômitos em jato, inapetência, astenia e irritação. Apresentou cefaleia 
no mesmo período sem fatores de melhora. Procurou a emergência, onde foi 
percebido a presença de petéquias, inicialmente em região inguinal e 
posteriormente por todo o corpo do paciente. 
Paciente reside com os pais, a avó e dois irmãos de 2 e 4 anos. Ele dorme em um 
quarto junto com os irmãos. Frequenta a escola em tempo integral. 
Paciente sem perda ponderal, sem alterações em nariz, ouvidos e olhos, assim 
como sem alterações gastrointestinais, urinárias e extremidades. Apresenta 
crescimento e desenvolvimento adequados para a idade. A mãe nega doenças, 
internamentos ou cirurgias. Nega alergias medicamentosas, alimentares e 
ambientais. Cartão vacinal completo. 
Ao exame físico paciente apresenta FR de 46 ipm, FC de 140 bpm e temperatura 
de 38,80C. Mostra-se irritado, choroso, ativo, eutrófico, hidratado, anictérico e 
acianótico, mucosas normocrômicas, orientado no tempo e espaço. Apresenta 
petéquias por todo o corpo, com maior distribuição em extremidades nos MMII, 
sendo algumas coalescentes. Sem adenomegalias. Apresenta rigidez de nuca e 
sinais de irritação meníngea. Realizada punção lombar o exame preliminar do LCR 
apresentou os seguintes resultados: aspecto turvo (VR: límpido); Leucócitos: 
1800/mm3 (VR < 5/mm3) com 89% de neutrófilos; proteína: 380 mg/dL (VR: 14-45 
mg/dL); glicose: 10 mg/dL (VR: 50-80 mg/dL). 
1- Determine a hipótese diagnóstica relacionando com os sinais e sintomas 
clínicos e os resultados observados no exame do LCR do paciente. 
O possível diagnóstico é de meningite aguda de origem bacteriana. O paciente 
apresenta febre, cefaleia, vômito em jato, petéquias por todo o corpo, rigidez de 
nuca e sinais de irritação meníngea, os quais são característicos de meningite. 
Quanto ao LCR, apresenta-se turvo, com aumento de leucócitos e predomínio de 
neutrófilos, proteinorraquia aumentada e glicorraquia diminuída, sugestivo de 
meningite de origem bacteriana. 
 
2- Cite e justifique a etiologia mais provável, indicando as características 
morfotintoriais desse microrganismo. 
A provável etiologia é a infecção por Neisseria meningitidis, visto que o paciente 
apresenta alterações no LCR que são indicativas de infecção bacteriana e lesões 
cutâneas petequiais características de meningite meningocócica. Trata-se de um 
diplococo gram-negativo. 
 
3- Relacione os resultados apresentados no exame do LCR ao diagnóstico do 
paciente, explicando os parâmetros alterados. 
 
 NORMAL BACTERIANA VIRAL 
ASPECTO Límpido Turvo Incolor ou Opalescente 
LEUCOMETRIA 
TOTAL 
VR < 05/mm³ > 500/mm³ com predomínio 
de neutrófilos 
100 – 500/mm³, com 
predomínio linfomonocitário 
PROTEÍNAS VR: 14 – 45 mg/dL Aumentada Normal ou pouco 
acima do VR 
GLICOSE VR: 50 – 80 mg/dL Diminuída Normal ou pouco acima do VR 
 
Ao resultado, o LCR apresenta-se turvo, com leucócitos aumentados (1800/mm3) 
sendo 89% neutrófilos, aumento da taxa de proteínas (380 mg/dL) e diminuição de 
glicose (10 mg/dL), alterações estas que são compatíveis com meningite de origem 
bacteriana. 
O aspecto turvo é característico de processos infecciosos, nos quais ocorre aumento 
de elementos figurados no LCR. O aumento de leucócitos é natural mediante 
infecções de qualquer natureza, visto que são as células de defesa do nosso corpo. 
O predomínio dos neutrófilos é o que determina a infecção bacteriana, visto que se 
trata dos leucócitos responsáveis pela defesa primária contra bactérias. O aumento 
da concentração de proteínas no LCR decorre do aumento da permeabilidade da 
membrana hematoencefálica. E a diminuição dos níveis de glicose ocorre devido ao 
consumo pelos microrganismos e pelas células de defesa. 
 
4- Cite o tratamento recomendado para o paciente e verifique se há 
necessidade de profilaxia para os contactantes, indicando o esquema 
quimioprofilático indicado. 
O tratamento é feito com antibióticos por via endovenosa, associado a tratamento 
de suporte e varia de acordo com a faixa etária. Para crianças tem duração de 05 a 
07 dias, podendo ter como base: Penincilina na dose de 200.000 – 400.000 Ul/Kg/dia 
em intervalo de 04 em 04 horas. Ou Ampicilina na dose de 200 – 300 mg/kg/dia com 
intervalo de 6 em 6 horas. Ou, ainda, Ceftriaxona 100 mg/kg/dia de 12 em 12 horas. 
A quimioprofilaxia faz-se necessária para os contactantes próximos, visto que a 
suspeita é de infecção pela N. meningitidis. Neste caso deve ser realizada nos pais, 
na avó, nos dois irmãos e nos comunicantes da escola. A droga de escolha é a 
Rifampicina, na dose 10 mg/kg/dose (Máx. 600mg) com intervalo de 12 em 12 horas, 
por 2 dias. 
 
5- Indique as medidas de profilaxia pré-exposição nas meningites bacterianas 
agudas pelos agentes etiológicos mais frequentes. 
A profilaxia pré-exposição é feita através da vacinação. No Brasil, o SUS inclui as 
vacinas que previnem dos principais agentes bacterianos no Calendário Nacional de 
Vacinação: 
 Vacina Meningocócica C: vacina conjugada contra o Meningococo do 
sorogrupo C. Consiste de duas doses aos 3 e 5 meses de vida e um reforço 
aos 12 meses, que pode ser administrado até os 04 anos. 
 Vacina Pentavalente: previne contra Meningite e outras infecções causadas 
pelo H. influenzae tipo b; além de difteria, tétano, coqueluche e hepatite B. 
São 3 doses (aos 2, 4 e 6 meses de idade) com intervalo de 60 dias entre as 
doses, em no mínimo 30 dias. O primeiro reforço deve ser administrado aos 
15 meses e o segundo aos 4 anos de idade. 
 Pneumo10: previne contra infecções causadas pela S. pneumoniae 1, 4, 5, 
6B, 7F, 9V, 14, 18C, 19F e 23F. Consiste em duas doses (aos 2 e 4 meses 
de idade), com intervalo de 60 dias entre as doses, e mínimo de 30 dias, em 
crianças menores de 1 ano de idade. O reforço deve ser feito entre 12 meses 
e 4 anos de idade, preferencialmente aos 12 meses.

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