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CENTRO UNIVERSITÁRIO METROPOLITANO DA AMAZÔNIA – UNIFAMAZ CURSO DE ENGENHARIA CIVIL Belém-PA 2019 AYRTON SENA NUNES DA SILVA CÍCERO GABRIEL VIANA DE MAGALHÃES ESTUDO COMPARATIVO DO BLOCO DE CONCRETO E DO BLOCO CERÂMICO COM SUAS RESPECTIVAS NORMAS REGULAMENTADORAS CENTRO UNIVERSITÁRIO METROPOLITANO DA AMAZÔNIA – UNIFAMAZ CURSO DE ENGENHARIA CIVIL Belém-PA 2019 AYRTON SENA NUNES DA SILVA CÍCERO GABRIEL VIANA DE MAGALHÃES ESTUDO COMPARATIVO DO BLOCO DE CONCRETO E DO BLOCO CERÂMICO COM SUAS RESPECTIVAS NORMAS REGULAMENTADORAS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário Metropolitano da Amazônia como requisito parcial para a obtenção do Grau de Bacharel em Engenharia Civil, sob orientação do Prof. Felipe Reis. CENTRO UNIVERSITÁRIO METROPOLITANO DA AMAZÔNIA – UNIFAMAZ CURSO DE ENGENHARIA CIVIL Belém-PA 2019 ___________________________________________ Ayrton Sena Nunes da Silva ___________________________________________ Cícero Gabriel Viana de Magalhães BANCADA EXAMINADORA _____________________________________________ Orientador _____________________________________________ Examinador _____________________________________________ Avaliador AGRADECIMENTOS Primeiramente agradecemos a Deus que nos iluminou e nós deu forças para trilhar esse caminho, ajudando a passar por todas as dificuldades, não só na vida acadêmica, como na profissional e pessoal. Agradecer aos nossos familiares e amigos que nos incentivaram e apoiaram durante o caminho que trilhamos para que pudéssemos chegar até este ponto e poder ir além. Agradecer ao nosso orientador Felipe Reis pelo empenho para guiar aos acertos no pouco tempo que lhe coube. Agradecer ao corpo docente que contribuíram em nosso aprendizado respeitando nossas limitações e também agradecer a coordenação do curso pela dedicação e empenho aos nossos interesses A todos o nosso muito obrigado! RESUMO Para um bom desenvolvimento e elaboração de projeto na área da construção civil, se faz necessário o conhecimento dos materiais que serão aplicados na obra, sabendo a respeito da qualidade e durabilidade desses insumos, tendo em mente as boas técnicas de construções. Na cidade de Belém do Pará, se emprega em alto índice a construção de paredes em alvenaria utilizando assentamento de blocos de concreto e blocos cerâmicos com auxílio de argamassa ligante, esse sistema de construção deve oferecer resistência e qualidade para edificação em conformidade com as normas regulamentadoras vigentes. Se avaliou nove amostra de blocos cerâmicos e nove amostras de bloco de concreto todos do tipo de vedação, todas as amostras foram submetidas a ensaios controlados em laboratórios que verificaram as características físicas e mecânicas de todos os blocos, onde se constatou inconformidades cruciais nas características dos mesmos. Palavra-chave: Comparação; Blocos; Normas; Especificações técnicas; ABSTRACT For a good development and project design in the area of construction, it is necessary to know the materials that will be applied in the work, knowing about the quality and durability of these inputs, keeping in mind the good construction techniques. In the city of Belém do Pará, the construction of masonry walls using concrete blocks and ceramic blocks with the aid of binder mortar is used at a high rate, this construction system must offer strength and quality for building in accordance with regulatory standards in force. Nine samples of ceramic blocks and nine concrete block samples of all sealing type were evaluated. All samples were subjected to controlled tests in laboratories that verified the physical and mechanical characteristics of all blocks, which revealed crucial non-conformities in physical characteristics of the blocks. Keyword: Comparison; Blocks; Standards; Technical specifications; SUMÁRIO DE FIGURAS Figura 1 - A Pirâmide de Quéops, no Cairo, Egito. ............................................... 24 Figura 2 -Catedral de Notre Dame, em Paris, França. .......................................... 25 Figura 3 - Edifício Monadnock, em Chicago, EUA. ............................................... 26 Figura 4 - Conjunto habitacional Central Parque da Lapa, em São Paulo, Brasil. 26 Figura 5 - Parede de alvenaria com blocos de vedação. ...................................... 29 Figura 6 - Parede de alvenaria com blocos de estrutural. ..................................... 30 Figura 7 - Bloco de isopor ..................................................................................... 31 Figura 8 - Bloco de concreto celular autoclavado .................................................. 31 Figura 9 - Blocos inteligentes ................................................................................ 32 Figura 10 - Bloco solo-cimento .............................................................................. 33 Figura 11 - Obras com paredes maciças de concreto ........................................... 33 Figura 12 - Casa com paredes pré-moldadas ....................................................... 34 Figura 13 - Divisórias de parede ........................................................................... 34 Figura 14 - Área de extração da argila .................................................................. 35 Figura 15 - Cimento Portland ................................................................................ 36 Figura 16 - Agregados graúdos e miúdos ............................................................. 36 Figura 17 - Classificação dos agregados graúdos ................................................ 38 Figura 18 - Blocos de concreto e blocos cerâmicos .............................................. 38 Figura 19 - Representação das ranhuras no bloco ............................................... 39 Figura 20 - Bloco tipo canaleta .............................................................................. 42 Figura 21 - Bloco de concreto compensador ......................................................... 42 Figura 22 - Bloco vazado de concreto de vedação ............................................... 44 Figura 23 - Bloco cerâmico de vedação ................................................................ 45 Figura 24 - Pontos de medições das faces dos blocos ......................................... 48 Figura 25 - Medidas com parquímetro da largura do bloco ................................... 48 Figura 26 - Medidas com a régua do comprimento do bloco ................................ 48 Figura 27 - Pontos de medições das paredes externas e septos dos blocos ........ 49 Figura 28 – Medidas das paredes externas dos blocos ........................................ 49 Figura 29 - Medidas dos septos dos blocos .......................................................... 49 Figura 30 – Tabela 1 - Dimensões reais dos blocos de concreto .......................... 50 Figura 31 - Tabela 2 - Designação por classe, largura dos blocos e espessura mínima das paredes dos blocos de concreto ........................................................ 50 Figura 32 - Tabelas de tolerâncias geométricas para os blocos cerâmicos .......... 51 Figura 33 - Dimensões das paredes externas e septos dos blocos cerâmicos ..... 51 Figura 34 - Local da área bruta ............................................................................. 52 Figura 35 – Área líquida dos blocos ...................................................................... 53 Figura 36 - Pesagem do bloco de concreto ........................................................... 54 Figura 37 - Pesagem do bloco de concreto ...........................................................54 Figura 38 - Corpos de prova na estufa .................................................................. 54 Figura 39 - Copos de prova no tanque com água ................................................. 55 Figura 40 - Tabela 3 - requisitos para resistência característica à compressão, absorção e retração .............................................................................................. 56 Figura 41 - Corpos de prova na estufa .................................................................. 57 Figura 42 - Pesagem dos corpos de prova ........................................................... 57 Figura 43 - Corpo de prova com demarcação ....................................................... 58 Figura 44 - Corpos de prova posicionados nos recipientes ................................... 58 Figura 45 -Posição das forças aplicadas nos corpos de prova ............................. 60 Figura 46 - Bloco de concreto pronto para o experimento .................................... 61 Figura 47 - Bloco cerâmico pronto para o experimento ......................................... 61 Figura 48- Identificação do bloco cerâmico ........................................................... 64 Figura 49 - Cálculo das áreas de vazios dos blocos de concreto .......................... 68 SUMÁRIO DE TABELAS Tabela 1 - Normas regulamentadoras da ABNT ................................................... 27 Tabela 2 - Classificação dos agregados graúdos .................................................. 37 Tabela 3 - Características do bloco cerâmico de vedação .................................... 39 Tabela 4 - Características do bloco cerâmico estrutural ....................................... 40 Tabela 5 - Rendimento dos blocos cerâmicos ....................................................... 41 Tabela 6 - Divisão dos grupos para os ensaios ..................................................... 46 Tabela 7 - Tabela de tempo de pesagem .............................................................. 59 Tabela 8 - Resultados das dimensões efetivas dos blocos de concreto ............... 62 Tabela 9 - Resultado das espessuras das paredes externas e septos ................. 63 Tabela 10 - Resultados das dimensões efetivas dos blocos cerâmicos ................ 65 Tabela 11 - Dimensões da parede externas e septos dos blocos cerâmicos ........ 66 Tabela 12 - Resultados dos ensaios das áreas brutas .......................................... 67 Tabela 13 - Resultados dos cálculos das áreas de contato .................................. 67 Tabela 14 - Resultados dos cálculos das áreas líquidas dos corpos de prova ..... 68 Tabela 15 - Pesagem dos corpos de prova em temperatura ambiente ................. 69 Tabela 16 - Pesagem dos corpos de prova após retirada da estufa ..................... 69 Tabela 17 - Valores da massa úmida dos corpos de prova .................................. 70 Tabela 18 - Valores dos índices de absorção de água dos corpos de prova ........ 70 Tabela 19 - Medidas das áreas líquidas dos blocos de concreto .......................... 71 Tabela 20 – Medidas das áreas líquida dos blocos cerâmicos ............................. 71 Tabela 21 - Valores das massas secas dos blocos ............................................... 72 Tabela 22 - Resultados das pesagens do ensaio de absorção de água por capilaridade ........................................................................................................... 72 Tabela 23 - Resultados obtidos na equação 04 dos blocos de concreto .............. 73 Tabela 24 - Resultados obtidos na equação 04 dos blocos cerâmicos ................. 73 Tabela 25 - Resultados extraídos da prensa hidráulica ........................................ 75 Tabela 26 - Áreas líquidas dos corpos de prova ................................................... 75 Tabela 27 - Resultados da resistência a compressão dos corpos de prova ......... 76 SUMÁRIO DE EQUAÇÕES Equação 1 - Cálculo da área bruta ........................................................................ 52 Equação 2 - Cálculo da área líquida ..................................................................... 52 Equação 3 - Cálculo do índice de absorção d'água .............................................. 55 Equação 4 - Equação de absorção de água por capilaridade ............................... 59 Equação 5 - Cálculo de resistência a compressão ................................................ 61 SUMÁRIO DE GRÁFICOS Gráfico 1 - Classificação do bloco de concreto em relação ao tamanho ............... 63 Gráfico 2 - Classificação do bloco cerâmico em relação ao tamanho ................... 65 Gráfico 3 - Índice de absorção de água dos blocos de concreto e cerâmico ........ 71 Gráfico 4 - Absorção de água por capilaridade dos blocos de concreto ............... 74 Gráfico 5 - Absorção de água por capilaridade dos blocos cerâmicos .................. 74 Gráfico 6 - Resistência a compressão dos blocos de concreto e cerâmicos ......... 76 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .......................................................................................... 18 2. JUSTIFICATIVA ........................................................................................ 20 3. PROBLEMA .............................................................................................. 21 4. HIPÓTESE ............................................................................................... 22 5. OBJETIVOS ............................................................................................. 23 5.1. GERAIS .................................................................................................... 23 5.2. ESPECÍFICOS .......................................................................................... 23 6. REFERENCIAL TEÓRICO ....................................................................... 24 6.1. CONTEXTO HISTÓRICO ......................................................................... 24 6.2. DEFINIÇÃO E NORMAS .......................................................................... 27 6.2.1. BLOCO DE ISOPOR ................................................................................ 30 6.2.2. BLOCOS DE CONCRETO CELULAR AUTOCLAVADO .......................... 31 6.2.3. BLOCOS INTELIGENTES ........................................................................ 32 6.2.4. BLOCOS SOLO-CIMENTO ...................................................................... 32 6.2.5. OUTRAS TÉCNICAS PARA PAREDES DE ALVENARIA ........................ 33 7. MATERIAIS E MATÉRIA-PRIMA .............................................................. 34 7.1. ARGILA .................................................................................................... 35 7.2. CIMENTO PORTLAND ............................................................................. 35 7.3. AGREGADOS MIÚDOS E GRAÚDOS ..................................................... 36 8. BLOCO CERÂMICO E BLOCO DE CONCRETO ..................................... 38 8.1. BLOCOS CERÂMICOS. ........................................................................... 38 8.1.1. BLOCO CERÂMICO DE VEDAÇÃO ........................................................ 39 8.1.2. BLOCO CERÂMICO ESTRUTURAL ........................................................ 40 8.2. BLOCOS DE CONCRETO ....................................................................... 41 9. METODOLOGIA ....................................................................................... 44 10. PROCEDIMENTOS E ENSAIOS .............................................................. 46 10.1. ENSAIO DE DETERMINAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS 47 10.1.1. OBJETIVO ................................................................................................ 47 10.1.2.APARELHAGEM E INSTRUMENTOS ..................................................... 47 10.1.3. PROCEDIMENTOS .................................................................................. 47 a) DETERMINAÇÃO DAS MEDIDAS DAS FACES – DIMENSÕES EFETIVAS 47 b) DETERMINAÇÃO DA ÁREA BRUTA (𝑨𝒃) ............................................... 52 c) DETERMINAÇÃO DA ÁREA LÍQUIDA (𝑨𝑳) ............................................. 52 10.2. DETERMINAÇÃO DA MASSA SECA E DO ÍNDICE DE ABSORÇÃO D`ÁGUA POR IMERSÃO ...................................................................................... 53 10.2.1. APARELHAGEM E INSTRUMENTOS ..................................................... 53 10.2.2. PROCEDIMENTOS .................................................................................. 53 10.3. DETERMINAÇÃO DA ABSORÇÃO D`ÁGUA POR CAPILARIDADE ....... 56 10.3.1. APARELHAGEM E INSTRUMENTOS ..................................................... 56 10.3.2. PROCEDIMENTOS .................................................................................. 56 10.4. ENSAIO DE RESISTÊNCIA A COMPRESSÃO ....................................... 59 10.4.1. APARELHAGEM E INSTRUMENTOS ..................................................... 60 10.4.2. PROCEDIMENTOS .................................................................................. 60 11. RESULTADO E DISCURÇÕES ................................................................ 62 11.1. ENSAIO DE DETERMINAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS 62 11.2. DETERMINAÇÃO DA MASSA SECA E DO ÍNDICE DE ABSORÇÃO D`ÁGUA POR IMERSÃO ...................................................................................... 69 11.3. DETERMINAÇÃO DA ABSORÇÃO D`ÁGUA POR CAPILARIDADE ....... 71 11.4. ENSAIO DE RESISTÊNCIA A COMPRESSÃO ....................................... 75 12. CONCLUSÃO ........................................................................................... 77 13. REFERÂNCIA BIBLIOGRÁFICA .............................................................. 80 18 1. INTRODUÇÃO Durante a elaboração de um orçamento de uma obra de alvenaria se faz necessário saber qual será o melhor insumo a ser aplicado na mesma, para que se possa oferecer ao cliente uma proposta financeira que não seja com valores exorbitante, quando se trata de licitação, o processo de elaboração de uma obra se torna cada vez mais criterioso, pois para vencimento do processo licitatório é necessário empregar materiais de qualidade com preços acessíveis, segundo TISAKA (2006) o princípio fundamental que rege atualmente a Lei de Licitações é o menor preço de oferta, não permitindo negociações após a abertura das propostas dos concorrentes. No mercado atual existem diversos tipos de materiais que se aplicam em todos os tipos de obras, por isso, se faz necessário uma pesquisa minuciosa referente as especificações técnicas de diferentes marcas do mesmo, para não haver um aumento de valor desnecessário ao finda a obra. A tecnologia tem facilitado a vida de empreiteiras e construtoras na hora de executar suas obras, pois, a utilização desses materiais tecnológicos reduz custos financeiros a serem empregados, não havendo a necessidade de mão de obra especifica para a execução do projeto, segundo C. RIBEIRO, J. PINTO e T. STARLING (2006) os aspectos tecnológicos, dentre outros aspectos, são fatores determinantes da escolha dos materiais a serem adotados e das diversas técnicas construtivas adequadas ao seu emprego. Cada insumo tem um peso na composição do orçamento, uns com maiores proporções do que outros, como é o caso da construção das paredes de alvenaria, que se destaca por compor grande custo no projeto, com isso se faz necessário saber qual tipo de técnica a ser empregada nessa fase, pois o mal dimensionamento dessa etapa pode causar prejuízos. São diversos os materiais a serem utilizados na construção de uma parede de alvenaria, na cidade de Belém do Pará, os materiais mais comum são os blocos de concreto e cerâmico, nesse tipo de obra as paredes são erguidas por meio do assentamento dos blocos normalmente na vertical, assentados com uma argamassa colante, essa metodologia se aplica tanto para obras unifamiliares de 19 pequeno porte, quanto para obras de grandes proporções como são o caso das obras de múltiplos pavimentos. Na região norte, quando se trata de projetos de construção, se leva em consideração um fator muito importante, as condições climáticas típicas da região, segundo o INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, durante o ano o clima é quente e opressivo com temperatura que varia de 24°C a 32°C e a umidade relativa do ar permanece constante com nível de 100%, os blocos de concreto e os blocos cerâmicos se adequam perfeitamente a essa variação climática quando devidamente protegidos com argamassa, massa acrílica, resina e etc. 20 2. JUSTIFICATIVA Os blocos de concreto e cerâmicos são produzidos no estado do Pará por empresas que normalmente são especializadas na fabricação desse material, sendo distribuídos para todas as cidades e municípios do estado por meio de transportes hidroviários e rodoviários, as especificações dos blocos de concreto cerâmicos devem estar em conformidade com as normas de fabricação, transporte e armazenamento para oferecer um material de qualidade para o consumidor. Esse estudo teve como foco verificar se o produto que chega ao consumidor final está de acordo com as características técnicas estipuladas pelas normas regentes de cada bloco. Os ensaios em laboratório foram realizados baseando-se nas normas da ABNT para ter um parâmetro padronizado de análise durante o experimento, essas normas regem as metodologias e especificações dos ensaios laboratoriais para que se possa chegar a um resultado conclusivo e real, todos os dados obtidos em laboratório foram confrontados com as tabelas das normas para caracterização do produto oferecido pelas industrias aos consumidores. Por ter uma base cientifica sólida esse estudo servirá para esclarecimento das diferenças entre os blocos de concreto e cerâmicos que são produzidos e as especificações de fabricação. Visando o entendimento técnico, característico e acadêmico dos leitores de uma forma clara e objetiva. 21 3. PROBLEMA Qual o nível da qualidade e das características dos blocos cerâmicos e blocos de concreto produzidos e utilizados na construção civil? 22 4. HIPÓTESE Com o aumento da crise econômica nos últimos anos, muitos indivíduos optaram em se tornar microempreendedores, buscando um meio de produção que lhe gere lucros, porém parte desses empreendedores não seguem um padrão de produção, não seguindo as especificações estipuladas pelas normas, produzindo um material não certificados para o uso em construções e injetando estes no mercado, gerando prejuízos a sociedade. 23 5. OBJETIVOS 5.1. GERAIS Comparação das especificações do bloco de concreto e do bloco cerâmico com as normas regulamentadoras vigentes. 5.2. ESPECÍFICOS I. Realização de ensaios em laboratório para caracterização geométricas dos blocos de concreto e dos blocos cerâmicos. II. Definir se os blocos de concreto e blocos cerâmicos atendem os critérios básicos de resistência a compressão e o índice de absorção de água por imersão e capilaridade. III. Apresentação das vantagens e desvantagens da utilização do bloco de concreto e o bloco cerâmico. 24 6. REFERENCIAL TEÓRICO 6.1. CONTEXTO HISTÓRICO Em diversos pontos espalhados no planeta é possível notar grandes construções antigas que resistiram ao tempo e ficaram quase que intactas até hoje, esse assunto tem sido alvo de pesquisas por muitos estudiosos, que necessitam descobrir como os antigos construtores ergueram edificações tão sólidas sem qualquer estudo cientifico naárea, grandes partes dessa obras são constituídas com o empilhamento de rochas ou blocos sólidos, segundo RAMALHO E CORRÊA (2003), as construções de alvenarias que existem há inúmeros anos eram construídas tipicamente com tijolos de barro ou de pedra. Na época, as construções em blocos utilizavam uma técnica de sustentação com peças de madeiras, possuindo uma vida útil pequena e um vão estreito, com o decorrer dos anos, passou a ser utilizada a técnica de estruturas arqueadas, pois aumentava o vão entre as colunas e a vida útil da obra. Como mencionado anteriormente os construtores da época não faziam uso de um conhecimento com base cientifica, apenas com os adquiridos ao logo do tempo, esses conhecimentos aplicavam-se nas construções egípcias, romanas e gregas, algumas dessas edificações existentes até hoje, como é o caso das pirâmides Egito, ilustrado na figura 1 e na Catedral de Notre Dame, ilustrado na figura 2, segundo MOHAMAD (2015) essas construções que marcaram a humanidade pelos aspectos estruturais e arquitetônicos eram compostas por unidades de blocos de pedra ou cerâmicos intertravados com ou sem um material ligante. Figura 1 - A Pirâmide de Quéops, no Cairo, Egito. Fonte: https://portalpesquisa.com/egito/piramides/ (Acessado em 19/09/2019) 25 Figura 2 -Catedral de Notre Dame, em Paris, França. Fonte: https://www.dw.com/pt-br/história-da-notre-dame-se-confunde-com-a-da-frança/ (Acessado em 19/09/2019) Conforme o passar do tempo as técnicas utilizadas na realização dessas construções se aprimorava, principalmente pelo aumento das necessidades de acomodação, aproveitamento de espaço e conforto das pessoas, chegando a um conhecimento científico preciso e racional, segundo ACCETTI (1998) apenas no início do século que estamos, por volta do ano de 1920, que a alvenaria passou a ser estudada com base em princípios científicos e experimental. Desde então os estudos sobre a utilização de blocos em alvenarias foram se intensificando para padronizar o seu uso, segundo CAMACHO (2006) a primeira norma para cálculo de alvenaria de bloco foi publicada em 1948 na Inglaterra, com a regulamentação da utilização dos blocos, as construtoras se sentiram mais confiantes em empregar o uso dos blocos em suas obras. Na década de 50 surgiram diversas edificações de múltiplos pavimentos por conta dos estudos na área, um feito ousado se realizou na Suíça no ano de 1950, por Paul Haller, com a construção de um edifício em alvenaria não estrutural possuindo 13 pavimentos e com altura aproximada de 41 metros. Outro edifício com proporções épicas para aquela data foi o edifício Monadnock, ilustrado na figura 3, localizado em Chicago, um arranha céu de 17 pavimentos com 60 metros de altura, esse edifício foi construído em alvenaria estrutural, com paredes medindo 1,80 metros de espessura, por não haver grandes conhecimentos nessa área, essa construção é considerada superdimensionada, segundo RAMALHO E CORRÊA (2003) acreditam que, caso o edifício fosse 26 dimensionado nos dias atuais, com os mesmos materiais utilizados na época, a espessura das suas paredes seria inferior a 30 cm. Figura 3 - Edifício Monadnock, em Chicago, EUA. Fonte: http://www.skyscrapercenter.com/building/ monadnock-building/ (Acessado em 19/09/2019) A chegada da utilização dos blocos em construções civis no Brasil foi no ano de 1966 com a construção do conjunto habitacional Central Parque da Lapa, conforme a figura 4, segundo MOHAMAD (2015) foram construídos inicialmente prédios de 4 pavimentos com paredes medindo 19 cm de espessura, com o passar de 6 anos em 1972 o conjunto foi ampliado com mais quatro edifícios de 12 pavimentos cada, todos em alvenaria armada. Figura 4 - Conjunto habitacional Central Parque da Lapa, em São Paulo, Brasil. Fonte: http://www.comunidadedaconstrucao.com.br/banco-obras/1/alvenaria-estrutural (Acessado em 19/09/2019) Posteriormente a Associação Brasileira de Cimento Portland (ABPC) passou a qualificar e certificar os produtores dos blocos estruturais de concreto com seu selo de qualidade. 27 O bloco de concreto foi desenvolvido na Inglaterra por volta do ano de 1832 para substituir os blocos de barro existentes na época e consequentemente oferecer maior resistência aos proprietários e residentes das edificações, em pouco tempo países como Estados Unidos, Alemanha e Brasil se tornaram grandes consumidores desse bloco. Não se tem registro da origem dos blocos cerâmico, pois existem estruturas erguidas que datam de 9.000 a.C como é o caso dos túmulos romanos na Via Ápia e em muitas construções antigas ao redor do mundo. 6.2. DEFINIÇÃO E NORMAS Esse estudo se baseou nas normas da ABNT para os ensaios realizados em laboratório durante a fase de execução, essas normas foram descritas na tabela 01. Tabela 1 - Normas regulamentadoras da ABNT Norma ABNT Ano Título NBR 10837 1989 Cálculo de alvenaria estrutural de blocos vazados de concreto NBR 12118 2011 Blocos Vazados de Concreto Simples para Alvenaria – Métodos de ensaio NBR 14321 Paredes de Alvenaria Estrutural – Determinação da resistência ao cisalhamento NBR 14322 Paredes de Alvenaria Estrutural – Verificação da resistência à flexão simples ou à flexo-compressão NBR 15270-1 2017 Componentes Cerâmicos - Blocos E Tijolos Para Alvenaria– Parte 1: Requisitos NBR 15270-2 2017 Componentes Cerâmicos - Blocos E Tijolos Para Alvenaria– Parte 2: Métodos De Ensaio NBR 15812-1 Alvenaria estrutural – Blocos Cerâmicos Parte 1: Projetos NBR 15812-2 Alvenaria estrutural – Blocos Cerâmicos Parte 2: Execução e controle de obras NBR 15873 2010 Coordenação Modular para Edificações NBR 15961-1 2011 Alvenaria estrutural – Blocos de concreto – Parte 1: Projeto NBR 15961-2 2011 Alvenaria estrutural — Blocos de concreto — Parte 2: Execução e controle de obras NBR 6136 2016 Blocos Vazados de Concreto Simples para Alvenaria – Requisitos NBR 6461 1983 Blocos cerâmicos para alvenaria – verificação da resistência a compressão 28 NBR 7184 1992 Determinação da resistência à compressão NBR 8042 1983 Blocos cerâmicos para alvenaria – formas e dimensões – padronização NBR 8043 1983 Bloco cerâmico portante para alvenaria – determinação da área líquida NBR 8215 1983 Prisma de Blocos Vazados de Concreto Simples para Alvenaria Estrutural Preparo e ensaio à Compressão NBR 8798 1985 Execução e controle de obras em alvenaria estrutural de blocos vazados de concreto No Brasil a utilização da técnicas de assentamento de blocos nas construções em alvenaria tem predomínio absoluto nas obras, são poucas as obras que utilizam sistemas construtivos prontos ou pré-fabricados, pois essa tecnologia ainda é muito recente no país, as empreiteiras e construtoras optam por métodos convencionais na elaboração de suas obras, as construções em alvenarias proporcionam vantagens como segurança e durabilidade ao empreendimento, segundo AZEVEDO (1997) alvenaria é toda obra constituída por meio de pedras naturais tijolos ou blocos de concreto que tem por objetivo oferecer resistência, durabilidade e impermeabilidade. O que muito se ouve falar nas últimas décadas, é o processo de construção racionalizada, pois era comum antigamente construir edificações superdimensionadas, com o avanço dos estudos nessas áreas, esses processos foram deixados de lado e empregado um sistema racionalizado de construção que possui maior eficiência na utilização dos materiais, mas ainda se estar longe de ter um sistema ótimo de racionalização, segundo SANTOS (2003) em função do atraso industrial da construção civil em relação a outros setores, existe a necessidade de desenvolver formas de melhorar a qualidade dos produtos e dos processos. Um exemplo de processo construtivo racional é a utilização de blocos estruturais para a construção de alvenaria, segundoRAMALHO E CORREA (2003) entre os processos construtivos racionalizados, a alvenaria estrutural vem ganhando um grande impulso no Brasil ao longo das últimas décadas. Além de um sistema racional de materiais na sua execução, se tem um ganho de produtividade e redução de custo final da obra, pois esse sistema dispensa o uso de vigas e pilares de concreto armado e o acabamento se torna mais econômico, pois necessita de pouco material em sua execução. 29 A utilização dos blocos para alvenaria é uma das principais formas empregada para a elevação de uma parede, a norma da ABNT NBR 6136 (2016) define o bloco como um elemento cuja área líquida é igual ou inferior a 75% da área bruta, os blocos são elementos básicos da alvenaria e segundo GALLEGOS (1991) ocupam cerca de 80% do volume de uma parede, assim, para sua resistência, torna- se essencial o controle de qualidade destes, que, por sua vez, deve ser obtido tendo-se como base o coeficiente de variação de suas propriedades significativas. As características dos blocos para alvenaria podem ser de dois tipos: I. Blocos de vedação – Ilustrada na figura 5, os blocos de vedação são os que necessitam do sistema convencional de construção constituído de pilares e vigas de concreto composto de ferro e aço em sua armadura, exercem a função de compartimentar os espaços e possuem baixa resistência a compressão resistindo apenas ao seu peso próprio e cargas de ocupação. Figura 5 - Parede de alvenaria com blocos de vedação. Fonte: https://pedreirao.com.br/alvenaria-como-construir-as-paredes-de-tijolos-ou-blocos/ (Acessado em 19/09/2019) II. Blocos estruturais – Representado na figura 6, os blocos estruturais são os que possuem resistência elevada dispensando o uso de vigas e pilares em concreto armado, ou seja, o bloco é o elemento que recebe e distribuem todas as forças atuantes da edificação e direcionam para a fundação. 30 Figura 6 - Parede de alvenaria com blocos de estrutural. Fonte: https://www.dca.arq.br/index.php/derrubando-paredes/ (Acessado em 19/09/2019) As alvenarias estruturais, segundo CAVALHEIRO (2006), são definidas como um processo construtivo em que as paredes são elementos resistentes compostos por blocos, unidos por juntas de argamassa capazes de resistir a outras cargas além de seu peso próprio. Cada tipo de bloco exerce uma função especifica e um não substitui o outro, tudo depende das especificações do projeto feito por um profissional certificado e habilitado para executar essa função. No mercado atual existem diversos tipos de blocos para construção de paredes de alvenaria, cada um possui uma característica própria e uma norma regulamentadora que além de indicar os processos de fabricação, controle, armazenamento e transporte, indicam também as condições climáticas em que esses blocos devem ser utilizados, entre esses blocos estão: 6.2.1. BLOCO DE ISOPOR Um bloco feito de isopor que já vem revestido com reboco, é um sistema revolucionário das construções em esferovite que são painéis monolíticos de polietileno expandido, conforme a figura 7, no qual as placas tradicionais tem dimensões de 300cm x 150cm são fragmentadas em blocos com dimensões de 33cm x 50cm, dispensa o uso de chapisco e do reboco, possui proteção acústica e térmica, sem possuir função estrutural as peças são usadas como divisor de espaços e como paredes de vedação. 31 Figura 7 - Bloco de isopor Fonte: https://grupodayhouse.com.br/conceito-moderno-de-construcao-promete-economia-de- tempo-dinheiro-ambiente-mais-fresco-e-isolamento-acustico/ (Acessado em 19/09/2019) 6.2.2. BLOCOS DE CONCRETO CELULAR AUTOCLAVADO Os blocos de concreto celular autoclavado, ilustrado na figura 8, é um componente de edificação, maciço, com função estrutural ou não, geralmente usado na construção de paredes de alvenaria e preenchimentos de lajes, são fabricados pela mistura de cimento, areia, agentes expansores, cal e água, são blocos mais leves em relação ao bloco de concreto convencional, possuem características geométricas diversas e resistência a compressão elevada, dividido e classificado em 5 classes (S10, S50, S100, S160 e S220), trata-se do tipo de concreto e sua espessura, possuem bom isolamento térmico e isolamento acústico e resistente ao fogo por ser um material incombustível. Por se tratar de um material ligeiramente leve, o bloco de concreto celular autoclavado pode ser cortado e perfurado muito facilmente com ferramentas manuais de carpintaria, como por exemplo o serrote. Figura 8 - Bloco de concreto celular autoclavado Fonte: https://precon.com.br/portal/blocos-precon/ (Acessado em 19/09/2019) 32 6.2.3. BLOCOS INTELIGENTES Os blocos inteligentes, conforme a figura 9, foram pensados como se fossem o brinquedo lego, contudo, eles foram altamente otimizados para construção de casas e não precisam de cimento para serem montados em momento algum. Eles contam com encaixes que possuem um forte adesivo que unem tudo no lugar. Dentro das peças há espaço para isolação térmica, canos de água e de fios elétricos. Caso essa tecnologia se popularize, haveria uma grande economia de água em construções, proporcionando agilidade na montagem dos blocos. Figura 9 - Blocos inteligentes Fonte: https://constru360.com.br/blocos-de-montar-lego-para-construir-coisas-reais/ (Acessado em 19/09/2019) 6.2.4. BLOCOS SOLO-CIMENTO Segundo a NBR 10833 (2012) o bloco solo-cimento, ilustrado na figura 10, é um elemento de alvenaria cujo volume é igual ou superior a 85% de seu volume total aparente. Podendo ser maciço ou vazado, que são fabricados com uma mistura homogênea, compactada de cimento Portland, solo, água e podendo haver ou não a adição de aditivos desde que atenda as exigências da norma, possuem pouca resistência a umidade e tem características estruturais, elevada resistência mecânica e é isolante térmico/acústico. 33 Figura 10 - Bloco solo-cimento Fonte: https://dicasdearquitetura.com.br/cartilha-gratuita-ensina-fazer-tijolos-ecologicos/ (Acessado em 19/09/2019) 6.2.5. OUTRAS TÉCNICAS PARA PAREDES DE ALVENARIA Além dos blocos mencionados anteriormente, ainda existem técnicas de construção de paredes de alvenaria maciça, conforme a figura 11, essa técnica consiste na construção in loco, essas paredes são construção maciças com o uso de formas metálicas ou de madeira instaladas nas laterais da parede e preenchida com material resistente e sólido podendo ser de concreto convencional, concreto celular, solo cimento e etc. Figura 11 - Obras com paredes maciças de concreto Fonte: https://www.tecnosilbr.com.br/paredes/ (Acessado em 19/09/2019) Há também as paredes pré-moldadas, ilustrada na figura 12, que se dão por meio de montagem de painéis sólidos fabricado em outro local e transportados para obra, esses painéis são normalmente de encaixe juntamente com uma estrutura que suporte as cargas da edificação, essas estruturas podem ser metálicas, de madeira, de concreto e etc. 34 Figura 12 - Casa com paredes pré-moldadas Fonte: http://www.saobentodosul.sc.gov.br/noticia/12186/emhab-inicia-projeto-piloto-de- construcao-de-casas-pre-moldadas/ (Acessado em 19/09/2019) Outro método muito utilizado é o uso de divisórias sem características estruturais, conforme a figura 13, sua instalação é por meio de acoplagem das placas com parafusos ou arrebites em estruturas metálicas montadas no local podendo ser compensados, aglomerados, PVC, gesso acartonado e placas cimentícias. Figura 13 - Divisórias de parede Fonte: https://perguntas.habitissimo.com.br/pergunta/para-parede-de-cabine-de-pintura#1 (Acessado em 19/09/2019) 7. MATERIAIS E MATÉRIA-PRIMA Os materiais a serem aplicados nas obras de construção civil devem passar por rigorosos processos de fabricação para oferecer um produto de qualidadeelevada aos consumidores, bem como a matéria-prima empregada no processo de concepção desse material, segundo RAMOS (2001) a qualidade dos materiais e a disponibilidade dos mesmos na obra são de fundamental importância para o bom andamento dos trabalhos. E segundo SOIBELMAN (1993) o mau 35 gerenciamento de materiais além de causar elevado índice de desperdício, também reduz a produtividade da mão-de-obra. 7.1. ARGILA É um composto inorgânico obtido através da alteração química das rochas pela ação da chuva do vento e do calor, esse processo é conhecido como intemperismo, que consiste nas transformações das rochas em minúsculas partículas pela ação do tempo, conforme a figura 14. A argila encontrasse em abundância na natureza, esse composto já vinha sendo aplicado em construções a milhares de anos atrás, porém, sem qualquer conhecimento técnico sobre o assunto, com o avanço de estudos nessa área, esse composto foi aprimorado na produção de materiais cerâmicos possuindo resistência térmica/acústica, mecânica e química. Figura 14 - Área de extração da argila Fonte: http://ceramicasaojoaoitu.com.br/producao.html (Acessado em 19/09/2019) 7.2. CIMENTO PORTLAND Em todas as elevações de paredes de alvenarias com blocos, é utilizada argamassa colante normalmente com o uso de cimento Portland, ilustrado na figura 15, é um aglomerado hidráulico obtido pela moagem de clínquer Portland ao qual se adiciona, durante a operação, a quantidade necessária de uma ou mais formas de sulfato de cálcio. O clínquer Portland é misturado com gesso e substâncias que definem a característica do cimento, como por exemplo os materiais pozolânicos, escórias granuladas de alto-forno e/ou materiais carbonáticos, a aquisição do clínquer Portland é feita pela mistura de calcário, minério de ferro, e argila que são levados a fornos para queima e em seguida moído para se misturar com o gesso, é 36 utilizado para controlar o tempo de “pega” do cimento segundo NEVILLE (1997) fala que a produção do cimento Portland que consiste, de maneira sucinta, em moer a matéria-prima, misturá-la em determinadas proporções e submetê-la à queima em forno rotativo a elevadas temperaturas. Figura 15 - Cimento Portland Fonte: https://engenharia360.com/conheca-todos-os-tipos-de-cimentos-portland/ (Acessado em 19/09/2019) 7.3. AGREGADOS MIÚDOS E GRAÚDOS São matérias provindos de minérios sólidos inertes, com a granulometria especifica para o uso na construção civil, aplicados em todas as etapas de uma obra, segundo a NBR 9935 (2011) é um material geralmente granular, sem forma e volume definidos, com dimensões características e propriedades adequadas para a preparação de argamassas e concretos. Os agregados que estão ilustrado na figura 16, ocupam cerca de ¾ do volume total de um concreto, suas características devem ser bem definidas para garantir a qualidade do mesmo. Figura 16 - Agregados graúdos e miúdos Fonte: https://cimencamp.com.br/britas/ (Acessado em 19/09/2019) 37 A classificação dos agregados podem ser quanto a origem (natural, artificial ou industrializado), a dimensão das partículas (agregado miúdo e agregado graúdo), a massa unitária (agregados médio, leves e pesados) e a composição mineralógica (sedimentares, ígneas e metamórficas). A areia é um agregado classificado como natural, sendo um agregado miúdo, com granulometria variante entre fina a grossa conforme especificações da NBR 7211 (2009) descritas abaixo: ● Areia com granulometria fina -passa na peneira 0,06 mm e fica retida na peneira 0,2 mm; ● Areia com granulometria media – passa na peneira 0,2 mm e fica retida na peneira 0,6 mm; ● Areia com granulometria grossa – passa na peneira 0,6 mm e fica retida na peneira 2,0 mm; A brita que está ilustrada na figura 17, é um agregado classificado tanto natural quanto artificial, podendo ser graúdo com tamanhos granulométricos que vão de 0 a 3, conforme as especificações da NBR 7211 (2009) descritas na tabela 02. Tabela 2 - Classificação dos agregados graúdos Agregado nº Descrição Brita 0 Agregado com granulometria reduzidas em comparação a brita 1, essa brita é utilizada em usinas de asfalto na produção de blocos, lajes pré-moldadas e de concreto. Brita 1 Agregado mais empregado na construção civil, muito utilizado na construção de pisos, lajes, vigas, tubulões, pilar e etc. Brita 2 Agregado empregado na construção de estacionamentos, na produção de concretos mais grossos e construção de drenos. Brita 3 Agregado normalmente conhecido como pedra de lastro, utilizados na realização de aterramentos nos nivelamentos de subestações e em áreas ferroviárias, na construção de drenos, e em reforços de pistas. 38 Figura 17 - Classificação dos agregados graúdos Fonte: http://adtcclsdd.chestercivilwartours.com/processo-de-classificazgo-dos-agregados-grados- e-miudos-23vibapyb571.html (Acessado em 19/09/2019) 8. BLOCO CERÂMICO E BLOCO DE CONCRETO Com já mencionado anteriormente, a técnica mais utilizada para erguer paredes de alvenaria se consistem no método de assentamento de blocos, destacando-se os blocos de concreto e os blocos cerâmicos, conforme a figura 18, estes são mais utilizados na execução de obras distribuídas pelo estado do Pará, possuem diversas vantagens em todas as condições climáticas existentes na região norte. Figura 18 - Blocos de concreto e blocos cerâmicos Fonte: Próprio autor (Acessado em 19/09/2019) 8.1. BLOCOS CERÂMICOS. Segundo a NBR 15270 (2017) os blocos cerâmicos são de conformação plástica de matéria prima argilosa, contendo ou não aditivos, e queimados em altas temperaturas. Normalmente moldados em formato de paralelepípedo de cor avermelhada, podendo ser vazado ou maciço e de vedação ou estrutural. Em seu processo de fabricação são feito uma série de ranhuras nas paredes externas no sentido dos canais prismáticos de seu interior para melhor aderência com a argamassa colante, conforme a figura 19, pois a porosidade do bloco cerâmico é menor em comparação com o bloco de concreto. 39 Figura 19 - Representação das ranhuras no bloco Fonte: Próprio autor (Acessado em 19/09/2019) Por ser fabricado em material argiloso, proporcionam além de segurança e durabilidade, o isolamento acústico, baixa dilatação, isolamento térmico, resistência a fogo e adequação as condições climáticas. A classificação dos blocos cerâmicos possui três tipos de características no processo de produção, são eles: ● O de coloração clara - são blocos cerâmicos cozidos, possuindo maior custo. ● O de coloração mais escura – são blocos cerâmicos recozidos, possuindo um custo menor. ● Blocos cerâmicos defeituosos – são os blocos cerâmicos que apresentaram trincas e empenamento ou foram muito queimados; 8.1.1. BLOCO CERÂMICO DE VEDAÇÃO Os blocos para alvenaria de vedação, em sua maioria, possuem furos prismáticos horizontais perpendiculares às faces que o contém, com características geométricas variadas, segundo a NBR 15270 (2017) os blocos cerâmicos de vedação devem possuir requisitos específicos como: Tabela 3 - Características do bloco cerâmico de vedação Características Valores Tolerâncias dimensionais individuais ±5 mm Tolerâncias dimensionais médias ±3 mm Espessura mínima das paredes externas 7 mm Espessura mínima dos septos 6 mm 40 Desvio em relação ao esquadro máximo de 3 mm Planeza das faces máximo de 3 mm Absorção de água 8% ≤ AA ≤ 25% Fonte: NBR 15270 (2017) (Acessado em 19/09/2019) Os blocos cerâmicos necessitam ter uma resistência à compressão sendo ≥1,5 Mpa para blocos usados com furos na horizontal e ≥3,0 Mpa para blocos usados com furos na vertical. Possuem pouca resistência quando exposto diretamente a água causando a desintegração do bloco, precisam de um revestimento protetor ou estar em local onde não hajacontato com correntes hídricas, por possuir coloração avermelhada, muitos construtores optam por deixar exposto, ou seja, sem revestimento, protegendo o bloco com uma camada de resina ,desse modo além de ser utilizado como parede divisora o bloco cerâmico pode ser decorativo. 8.1.2. BLOCO CERÂMICO ESTRUTURAL A NBR 15270 (2017) também define que os blocos cerâmicos como componente da alvenaria estrutural que possui furos prismáticos verticais perpendiculares às faces que os contém, composto pela mesma matéria-prima do bloco para alvenaria de vedação, porém com resistência a compressão elevada, os blocos estruturas são divididos segundo a NBR 15270 (2017) em três grupos distintos: ● Bloco cerâmico estrutural de paredes vazadas - empregado em alvenaria estrutural não armada, armada e protendida. ● Bloco cerâmico estrutural com paredes maciças - empregado em alvenaria estrutural não armada, armada e protendida. ● Bloco cerâmico estrutural perfurado – empregado em alvenaria estrutural não armada. A norma também especifica as características dos blocos cerâmicos estruturais, que estão descritos na tabela 04. Tabela 4 - Características do bloco cerâmico estrutural Características Valores Tolerâncias dimensionais individuais ±5 mm Tolerâncias dimensionais médias ±3 mm 41 Espessura mínima das paredes externas 8 mm Espessura mínima dos septos 7 mm Espessura mínima das paredes externas e dos septos 8 mm Desvio em relação ao esquadro máximo de 3 mm Planeza das faces máximo de 3 mm Absorção de água 8% ≤ AA ≤ 21% Fonte: NBR 15270 (2017) (Acessado em 19/09/2019) O valor da resistência a compressão dos blocos cerâmicos estruturais é ≥ 3 Mpa, porém o usual é de 6 Mpa, com a crescente demanda por edifícios cada vez maiores, produtores de blocos cerâmicos estruturais estão produzindo blocos com resistência de 10 Mpa, 15 Mpa e 18 Mpa. Os tamanhos dos blocos cerâmicos estão despostos na tabela conforme NBR 15270 (2017), entre eles os que se destacam estão descritos abaixo: Tabela 5 - Rendimento dos blocos cerâmicos Dimensões dos blocos (cm) Rendimento (Blocos por m²) 10x20x20 25 10x20x25 20 10x20x30 16,5 10x20x40 12,5 12,5x20x25 25 12,5x20x25 20 12,5x20x30 16,5 12,5x20x40 12,5 15x20x20 25 15x20x25 20 15x20x30 16,5 15x20x40 12,5 20x20x20 25 20x20x25 20 20x20x30 16,5 20x20x40 12,5 Fonte: NBR 15270 (2017) (Acessado em 19/09/2019) 8.2. BLOCOS DE CONCRETO São blocos modulares fabricados em concreto Portland, agregados e água com ou sem aditivo, segundo a NBR 6136 (2016) os blocos devem ser fabricados e curados por processo que assegurem a obtenção de um concreto 42 superficialmente homogêneo e compacto. Possui componentes para o assentamento, que também por definição da NBR 6136 (1016), são: I. Bloco tipo canaleta – Representado na figura 20, são componentes de alvenaria, vazados ou não, com conformação geométrica, criados para racionalizar a execução de verga, contravergas e cintas. Figura 20 - Bloco tipo canaleta Fonte: https://www.guidugli.com.br/canaleta-bloco-de-concreto-9-x-19-x-39cm/ (Acessado em 19/09/2019) II. Bloco compensador – Componentes de alvenaria destinados para ajustes de modulação, conforme a figura 21. Figura 21 - Bloco de concreto compensador Fonte: http://www.concrefel.com.br/loja/produto/35/bloco-compensador (Acessado em 19/09/2019) Os blocos vazados de concreto simples são divididos por família e classe, que por definição da NBR 6136 são: 43 ● Família de blocos – Conjunto de componentes de alvenaria que interagem modularmente entre si com os outros elementos construtivos. ● Classe – Diferenciação do bloco segundo o seu uso, as classes A e B para os blocos estruturas e classe C para os blocos de vedação. Os blocos de concreto variam de tamanhos, de acordo com a NBR 6136 (2016) os mais comuns são: 19 cm x 19 cm x 39 cm, 14 cm x 19 cm x 39 cm, para que não haja desperdício na obra são fabricados também os meios blocos e 3/4 de blocos. Esses blocos tem se destacado no mercado, pois com medidas de preservação do meio ambiente, está cada vez mais restrito a extração da argila e a queima do bloco em fornos, como o bloco de concreto tem uma fabricação relativamente simples, se aumentou a aceitação do uso do bloco por parte de grandes construtoras. A resistência a compressão dos blocos de concreto, segundo a NBR 6136 (2016) varia de 3,0 Mpa a 30 Mpa porém quando se fala em alvenaria estrutural, deve-se ter características mínimas que variam de 4,5 Mpa até 16 Mpa, a norma também estipula que em situações especiais os bloco de concreto estrutural podem ter resistência mínima de 3,5 Mpa, outra característica importante do bloco de concreto é a estabilidade mecânica sobre condições climáticas. A absorção e retração de água devido a umidade e calor, devem estar de acordo com a NBR 6136 (2016) pois estes itens podem leva o bloco de concreto a reduzir a resistência ao passar do tempo. Os blocos de concreto de vedação aplicam-se em vários tipos de obras, assim como os blocos de concreto estrutural, porém quando se trata de edifícios, os blocos estruturais tem limitações de até 25 pavimentos, e os blocos de vedação podem ser utilizados em edifícios sem restrições de altura. 44 9. METODOLOGIA A pesquisa foi fundada em uma abordagem quanti-quali possuindo informações teóricas e de ensaios experimentais, onde se buscou descrever as qualidades de produção dos blocos de concreto e cerâmicos, por meio de comparação dos resultados obtidos no laboratório com as especificações das normas, tendo assim base para verificar o tipo de material que chega ao consumidor final e que são aplicados em diversas obras. Na realização dos experimentos foram adquiridos blocos de concreto e cerâmicos com características descritas abaixo: Os blocos de concreto são do tipo vazado e de vedação, ilustrado na figura 22, possuem dimensões de 9 cm x 19 cm x 39 cm (espessura x altura x comprimento), sem apresentar defeitos de fabricação, trincas e deformações que comprometam a integridade dos ensaios conforme NBR 6136 (2016) – Bloco vazado de concreto simples para alvenaria estrutural e vedação. Figura 22 - Bloco vazado de concreto de vedação Fonte: Próprio autor (Acessado em 19/09/2019) Os blocos cerâmicos de vedação, representados na figura 23, que foram utilizados nos experimentos possuem dimensões de 9 cm x 14 cm x 19 cm (espessura x altura x comprimento), sendo escolhido por não apresentar deformidades visíveis oriundas de uma má fabricação conforme NBR 15270 (2017) –Blocos cerâmicos para alvenaria estrutural e vedação. 45 Figura 23 - Bloco cerâmico de vedação Fonte: Próprio autor (Acessado em 19/09/2019) Para os experimentos foram adquiridas 9 unidades de blocos de concreto e 9 unidades de blocos cerâmicos para alvenaria de vedação, todos com as especificações descritas acima, os dois tipos de blocos foram divididos em 3 grupos com 3 unidades cada. Os ensaios foram realizados no laboratório de materiais da Unifamaz – Centro universitário metropolitano da Amazônia, Campus 01 em Belém - PA, conforme as especificações da ABNT NBR 6136 (2016) – Bloco vazado de concreto simples para alvenaria; ABNT NBR 15270 (2017) – Componentes cerâmicos Blocos cerâmicos para alvenaria. No laboratório foram realizados os seguintes ensaios: I- Determinação das características geométricas – onde foram retiradas medidas de todos os blocos para verificar se condizem com as dimensões das normas vigentes. II- Ensaio de resistência a compressão - verificação da resistência do bloco de concreto e cerâmico quando comprimidos na prensa hidráulica, comparando os resultados com as normas de cada bloco. III- Ensaio para verificação da massa seca e úmida – verificação da massa em temperatura ambiente, depois de seca em estufa e depoisde saturado em um tanque apropriado. IV- Ensaio de índice de absorção de água por imersão e capilaridade - ensaio que compara a quantidade de água absorvida pelo bloco de concreto e cerâmico em um determinado tempo. 46 10. PROCEDIMENTOS E ENSAIOS As aquisições dos blocos de concreto e cerâmicos foram realizadas em pontos de vendas que normalmente fornecem aos consumidores da cidade de Belém do Pará, os seus produtos em grandes quantidades, com isso, é possível verificar a procedência dos blocos através de realização de ensaios laboratoriais para verificação dos produtos que circulam em obras da cidade, podendo avaliar com exatidão se os blocos fornecidos aos consumidores estão atendendo as especificações mínimas exigidas pelas normas regulamentadoras da ABNT. Os corpos de provas foram escolhidos de forma que não apresentasse defeitos de fabricação, ou seja, blocos íntegros. Na fábrica estavam armazenados em um local coberto livre de intempéries, após a compra se realizou o transporte dos mesmos para o laboratório de materiais da instituição Unifamaz, onde se depositou em um ambiente fechado e protegidos e ficaram aguardando o início dos ensaios. Antes de qualquer ação, se retirou todas as impurezas e rebarbas dos blocos, em seguida, identificados com a TAG: “C.P.xx”, onde “C.P.” são as iniciais de Corpo de Prova, e “xx” a numeração designada para cada um. Como mencionado anteriormente, os blocos foram divididos em três grupos de três amostras conforme a tabela 06. Tabela 6 - Divisão dos grupos para os ensaios GRUPO TAG ENSAIO 1 CP.I Determinação da massa seca e do índice de absorção d`água por imersão CP.II CP.III 2 CP.IV Determinação do índice de absorção de água por capilaridade e resistência a compressão CP.V CP.VI 3 CP.VII Determinação da resistência à compressão dos blocos de vedação CP.VIII CP.IX Os blocos de concreto e cerâmicos foram adquiridos e transportados no dia 26/09/2019, e os ensaios se realizaram entre os dias 01/10/2019 à 04/10/2019 47 10.1. ENSAIO DE DETERMINAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS 10.1.1. OBJETIVO A realização deste ensaio consiste na determinação de todas as medidas dos blocos de concreto e cerâmicos, obtendo-se valores de comprimento, largura, altura e espessura, por fim, avaliando todas as dimensões geométricas dos blocos e comparando com as tabelas das normas da ABNT NBR 6136 (2016) e a NBR 15270 (2017), esse ensaio tem por objetivo alcançar os seguintes resultados: I. Dimensões efetiva de todas as faces dos blocos; II. Medidas das espessuras dos septos e paredes externas dos blocos; III. Verificar as classes de cada bloco; IV. Obter a área bruta dos blocos; 10.1.2. APARELHAGEM E INSTRUMENTOS Os instrumentos utilizados neste ensaio foram: I. Paquímetro analógico com sensibilidade mínima de 0,05mm; II. Régua com sensibilidade mínima de 0,05mm; III. Balança com resolução de 10g; 10.1.3. PROCEDIMENTOS Após a limpeza e identificação de todos os blocos de concreto e cerâmicos, foram levados a uma bancada rígida e plana para dar início ao ensaio, a unidade de medida utilizada foi o milímetro (mm), seguindo os seguintes procedimentos: a) DETERMINAÇÃO DAS MEDIDAS DAS FACES – DIMENSÕES EFETIVAS As medidas de largura (L), comprimento (C) e altura (H) dos blocos de concreto e cerâmicos foram retiradas com o auxílio de uma régua e um paquímetro analógico, nos pontos indicados nas normas NBR 6136 (2016) e NBR 15270 (2017), representado na figura 24, para largura (Figuras 25) se utilizou o paquímetro analógico e no comprimento (Figura 26) se utilizou a régua. 48 Figura 24 - Pontos de medições das faces dos blocos Fonte: Próprio autor (Acessado em 19/09/2019) Figura 25 - Medidas com parquímetro da largura do bloco Fonte: Próprio autor (Acessado em 19/09/2019) Figura 26 - Medidas com a régua do comprimento do bloco Fonte: Próprio autor (Acessado em 19/09/2019) O ensaio foi dividido em 2 etapas: Na primeira, todos os blocos tiveram suas dimensões retiradas nos pontos indicados na figura 24 e esses dados foram registrados no resultado desse experimento, com o auxílio de um programa computacional (AutoCad 2018), foram 49 montados modelos em 3D para obtenção de medidas mais precisas das áreas dos blocos. Na segunda etapa retirou-se as medidas dos blocos de concreto e cerâmicos de acordo com os pontos indicados na figura 27, obtendo as espessuras das paredes externas, conforme a figura 28, e dos septos, conforme a figura 29. Figura 27 - Pontos de medições das paredes externas e septos dos blocos Fonte: Próprio autor (Acessado em 19/09/2019) Figura 28 – Medidas das paredes externas dos blocos Fonte: Próprio autor (Acessado em 19/09/2019) Figura 29 - Medidas dos septos dos blocos Fonte: Próprio autor (Acessado em 19/09/2019) Com a segunda etapa concluída todos as medidas foram registradas neste documento e comparadas com as tabelas descritas abaixo para alcançar o resultado final dos blocos de concreto e cerâmico. 50 Segundo especificações da NBR 6136 (2016) que estipula na tabela 1 a classificação dos blocos de concreto referente a largura, altura e comprimento, tendo tolerância permitidas nas dimensões de 2mm para a largura e de 3mm para o comprimento e altura, conforme a figura 30. Figura 30 – Tabela 1 - Dimensões reais dos blocos de concreto Fonte: NBR 6136 (2016) (Acessado em 19/09/2019) Ainda segundo a NBR 6136 (2016) que especifica na tabela 2 as classes e espessuras das paredes externa e dos septos de cada bloco conforme figura 31. Figura 31 - Tabela 2 - Designação por classe, largura dos blocos e espessura mínima das paredes dos blocos de concreto Fonte: NBR 6136 (2016) (Acessado em 19/09/2019) 51 Segundo a NBR 15270 (2017) que trata das especificações dos blocos cerâmico, exemplifica na tabela 2 as tolerâncias dimensionais individuais para cada bloco e na tabela 3 as tolerâncias dimensionais relacionadas a média das dimensões efetivas do grupo de blocos, conforme a figura 32. Figura 32 - Tabelas de tolerâncias geométricas para os blocos cerâmicos Fonte: NBR 15270 (2017) (Acessado em 19/09/2019) Também segundo a mesma norma as espessuras das paredes externas para o bloco cerâmico é de 8mm e as espessuras dos septos é de 7mm, conforme a figura 33, possuindo tolerância de 0,5mm. Figura 33 - Dimensões das paredes externas e septos dos blocos cerâmicos Fonte: Próprio autor (Acessado em 19/09/2019) 52 b) DETERMINAÇÃO DA ÁREA BRUTA (𝑨𝒃) As áreas brutas dos blocos de concreto e cerâmicos se dá pela multiplicação da largura (L) e o comprimento (C) conforme a equação 01, sem desconto das áreas vazadas. Pelo fato das medidas necessárias para o cálculo já serem conhecidas, esses valores foram substituídos na equação para obter os resultados individuais e médios das áreas brutas dos blocos, conforme a figura 34. Equação 1 - Cálculo da área bruta 𝐴 𝐿 𝐶 Onde: 𝐴 Área bruta 𝐿 Largura 𝐶 Comprimento Figura 34 - Local da área bruta Fonte: Próprio autor (Acessado em 19/09/2019) c) DETERMINAÇÃO DA ÁREA LÍQUIDA (𝑨𝑳) A área líquida é calculada pela multiplicação do comprimento pela largura, subtraindo as áreas vazadas, representado pela equação 2, como os blocos de concreto possuem áreas irregulares, se fez uso do programa AutoCad 2018, possibilitando obter um valor de área líquida mais próximo possível da realidade, conforme demonstrado na figura 35. Os valores necessários já são conhecidos, conforme ensaio anterior. Equação 2 - Cálculo da área líquida 𝐴 𝐿 𝐶 𝐴 53 Onde: 𝐴 Área bruta 𝐿 Largura 𝐶 Comprimento 𝐴 Área de vazios Figura 35 – Área líquida dos blocos Fonte: Próprio autor (Acessado em 19/09/2019) 10.2. DETERMINAÇÃO DA MASSA SECA E DO ÍNDICE DEABSORÇÃO D`ÁGUA POR IMERSÃO A realização desse ensaio determina os valores da massa seca de cada corpo de prova, ou seja, os valores dos pesos de cada bloco sem a presença de umidade e o ensaio de determinação do índice de absorção de água. 10.2.1. APARELHAGEM E INSTRUMENTOS A aparelhagem utilizada na execução deste ensaio foi composta por: I. Balança com resolução de até 5 g; II. Estufa com temperatura ajustável a (105 ± 5) ºC; III. Tanque com água; 10.2.2. PROCEDIMENTOS Com o ensaio de caracterização geométrica concluído se inicia a determinação de massa seca e do índice de absorção de água por imersão, nesses ensaios foram separados os blocos de concreto e cerâmicos com as identificações CP. I, CP. II e CP. III. Os blocos encontravam-se sem a presença de pó e partículas de impurezas, com arestas e rebarbas removidas, este foi levado a balança, conforme as figuras 36 e 37, tomando nota dos valores de seus pesos. 54 Figura 36 - Pesagem do bloco de concreto Fonte: Próprio autor (Acessado em 19/09/2019) Figura 37 - Pesagem do bloco de concreto Fonte: Próprio autor (Acessado em 19/09/2019) Com os valores dos pesos dos blocos de concreto e cerâmicos conhecidos, seguiu-se os procedimentos abaixo: a) Os blocos foram levados a estufa a uma temperatura de 105 ± 5ºC por um período de 24 horas, conforme a figura 38, após esse tempo os corpos de prova foram novamente pesados em uma balança analítica e assim foram obtidos o valor das massas secas (𝑀 ). Figura 38 - Corpos de prova na estufa Fonte: Próprio autor (Acessado em 19/09/2019) b) Com o procedimento anterior concluído, os corpos de provas foram levados a um tanque de água a temperatura ambiente e submersos por um período de 24 horas, conforma a figura 39. 55 Figura 39 - Copos de prova no tanque com água Fonte: Próprio autor (Acessado em 19/09/2019) c) Com o passa desse período foram retirados os corpos de prova do tanque de água, e tiveram suas paredes externas levemente secas com um pano úmido, em seguida foram levados a balança analítica, conforme as figuras 36 e 37, por fim, se tomou nota dos valores dos pesos saturados, com isso se obteve os valores das massas úmidas (𝑀 ). d) A determinação dos índices de absorção de água (AA) dos corpos de prova se dá pela substituição dos valores de massas úmidas e massas secas na equação 03. Equação 3 - Cálculo do índice de absorção d'água 𝐴𝐴 % 𝑀 𝑀 𝑀 100 Onde: 𝐴𝐴 % Índice de absorção de água 𝑀 Massa úmida representada em gramas 𝑀 Massa seca representada em gramas Segundo a NBR 6136 (2016) que trata das especificações técnicas dos blocos de concreto, estipula que o índice de absorção de água para os mesmos fabricados com agregado normal, devem estar ≤10%, segundo a tabela 3 desta norma, conforme demonstrado na figura 40. 56 Figura 40 - Tabela 3 - requisitos para resistência característica à compressão, absorção e retração Fonte: NBR 6136 (2016), (Acessado em 19/09/2019) A NBR 15270 (2017) que trata dos quesitos dos índices de absorção d’água para os blocos cerâmicos de vedação, estipula que este índice deva estar em um intervalo de 8% a 25%. 10.3. DETERMINAÇÃO DA ABSORÇÃO D`ÁGUA POR CAPILARIDADE O ensaio determina quanto o corpo de prova absorve água durante um determinado tempo, obtendo-se a curva de saturação dos blocos, para esse experimento se utilizou os corpos de prova CP.IV, CP.V e CP.VI, estes já encontravam-se livres de pó, partículas e sem arestas. 10.3.1. APARELHAGEM E INSTRUMENTOS A aparelhagem utilizada na execução deste ensaio foi composta por: I. Balança com resolução de até 5 g; II. Estufa com temperatura ajustável a (105 ± 5) ºC; III. Recipiente retangular; IV. Cronômetro; 10.3.2. PROCEDIMENTOS Com os corpos de prova preparados para os ensaios, foram realizadas as seguintes ações: a) Os blocos de concreto e cerâmicos foram levados a estufa a uma temperatura de 105 ± 5ºC por um período de 24 horas, conforme a figura 41. 57 Figura 41 - Corpos de prova na estufa Fonte: Próprio autor (Acessado em 19/09/2019) b) Ao decorrer do tempo os corpos de prova foram retirados da estufa e efetuado a pesagem dos mesmos, para que se obter-se os valores da massa seca, conforme demonstrado na figura 42. Figura 42 - Pesagem dos corpos de prova Fonte: Próprio autor (Acessado em 19/09/2019) c) Uma face do corpo de prova foi escolhida para entrar em contato com a água, conforme demonstrado na figura 43, já com suas medidas de área líquida conhecida, em seguida uma demarcação com altura de 5mm a parti da área de contato se desenhou para monitoramento da altura da lâmina de água. 58 Figura 43 - Corpo de prova com demarcação Fonte: Próprio autor (Acessado em 19/09/2019) d) Os recipientes escolhidos tiveram suas dimensões de acordo com as medidas dos corpos de prova que foram analisados, conforme figura 44, um suporte foi posicionado no fundo do recipiente para que os blocos não entrasse em contato direto com o mesmos, em seguida os corpos de prova foram depositados em cima do suporte e uma lamina de água com altura de 5mm foram inseridas no recipiente. Figura 44 - Corpos de prova posicionados nos recipientes Fonte: Próprio autor (Acessado em 19/09/2019) e) Os corpos de prova ficaram com suas bases em contato com a lâmina d’água e uma tabela de tempo foi formada, quando se atingia o tempo desta tabela, retiravam-se os blocos da água, suas bases eram levemente secas com pano úmido e se realizava a pesagem na balança, o monitoramento desse tempo 59 era feito através de um cronometro, os tempos de pesagem estão descriminados na tabela 7. Tabela 7 - Tabela de tempo de pesagem Tempo 1 minuto 5 minutos 10 minutos 15 minutos 20 minutos 25 minutos 30 minutos 40 minutos 50 minutos 1 hora 2 horas 3 horas 24 horas 48 horas Fonte: Próprio autor (Acessado em 19/09/2019) f) Os valores das áreas líquidas dos corpos de prova já haviam sido calculados nos ensaios anteriores, podendo assim, se utilizar esses resultados. e) Para realização dos cálculos de absorção de água por capilaridade, se fez uso dos valores de massa seca, massa úmida e área líquida dos corpos de prova cerâmico e de concreto, lançando-os na equação 04. Equação 4 - Equação de absorção de água por capilaridade 𝐴𝐶 𝑀 𝑀 𝐴 Onde: 𝐴𝐶 Absorção de água por capilaridade em g/cm² 𝑀 Massa úmida representada em gramas 𝑀 Massa seca representada em gramas 𝐴 Área da seção transversal do corpo de prova em cm² 10.4. ENSAIO DE RESISTÊNCIA A COMPRESSÃO O ensaio de resistência a compressão consiste em submeter um corpo de prova a uma força axial ao seu eixo por meio de uma prensa hidráulica eletrônica até seu rompimento, nesse experimento foram submetidas 6 unidades de blocos cerâmicos e 6 unidades de blocos de concreto. 60 10.4.1. APARELHAGEM E INSTRUMENTOS A aparelhagem utilizada na execução do ensaio foi composta por: I. Prensa hidráulica eletrônica II. Chapas de aço III. Neoprene 10.4.2. PROCEDIMENTOS Os corpos de prova foram submetidos ao ensaio na posição que recebem as cargas e distribuem pela alvenaria, conforme a figura 45, suas medidas haviam sido retiradas no experimento de características geométricas. Todos os blocos já estavam livres de impurezas e rebarbas. Figura 45 -Posição das forças aplicadas nos corpos de prova Fonte: Próprio autor (Acessado em 19/09/2019) O ensaio teve início seguindo os procedimentos abaixo: a) Primeiramente foi instalado uma chapa de aço de tamanho 20 x 40 cm na base da prensa hidráulica, para que as cargas fossem distribuídas uniformemente em todo o bloco. b) Se instalou um apoio de Neoprene alinhado com essa chapa de aço, este possui superfície emborrachada para regularização dos corpos de provafazendo com que a força seja devidamente distribuída. c) O corpo de prova foi posicionado de forma alinhada e centralizada para que os apoios realizassem suas funções de distribuição das forças. d) Por fim, foram colocados os apoios da chapa de aço e do Neoprene na borda superior e a prensa foi colocada em ponto de início do ensaio conforme as figuras 46 e 47. 61 Figura 46 - Bloco de concreto pronto para o experimento Fonte: Próprio autor (Acessado em 19/09/2019) Figura 47 - Bloco cerâmico pronto para o experimento Fonte: Próprio autor (Acessado em 19/09/2019) e) Com a preparação do corpo de prova concluída a prensa foi acionada em velocidade lenta e continua, quando o corpo de prova chegava ao seu limite estrutural o mesmo se rompia e a prensa automaticamente encerrava o ensaio exibindo o resultado em kgf. f) Com os valores das áreas líquidas já conhecidas graças ao ensaio de caracterização geométrica e com os valores extraídos da prensa hidráulica, se fez uso da equação 05, para que se pudesse encontrar o valor de resistência a compressão dos corpos de prova. Equação 5 - Cálculo de resistência a compressão 𝑅 𝐹 𝐴 10 Onde: 𝑅 Resistência a compressão em MPa 𝐹 Força extraída da prensa hidráulica em kgf. 𝐴 Área líquida do corpo de prova em cm². Segundo a NBR 6136 (2016) que trata das especificações características dos blocos de concreto, define na tabela 3, conforme demonstrado na figura 40, que os blocos classificados como “C” devem resistir a uma força de compressão característica ≥ 3 Mpa. A NBR 15270 (2017) expressa que os blocos cerâmicos de vedação devem possuir resistência mecânica de compressão característica ≥ 1,5 Mpa. 62 11. RESULTADO E DISCURÇÕES 11.1. ENSAIO DE DETERMINAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS a) Determinação das medidas das faces – Dimensões efetivas a.1) Blocos de concreto Com a finalização da 1ª fase que determina as dimensões de largura, comprimento e altura dos blocos de concreto, os resultados encontrados foram adicionados na tabela 08, no final se retirou a média de cada medida para classificar os blocos. Tabela 8 - Resultados das dimensões efetivas dos blocos de concreto Blocos de concreto Largura (mm) Comprimento (mm) Altura (mm) C.P. I 92 387 187 C.P. II 92 388 187 C.P. III 91 387 186 C.P. IX 92 388 187 C.P. V 91 387 186 C.P. VI 92 386 186 C.P. VII 91 388 187 C.P. VIII 92 387 186 C.P. IX 91 388 187 Média 92 387 187 Volar da norma 90 390 190 Tolerância 2 3 3 Com os resultados acima obtidos podemos definir que os blocos de concreto estão em conformidade com a tolerância permitida pela norma NBR 6136 (2016) que é de ±2mm para largura e ±3mm para comprimento e altura, os blocos de concreto foram designados no módulo M-10, conforme verificado na tabela 1 dessa norma. Esses resultados podem ser melhor compreendidos quando vistos no gráfico 01, a barra azul é o dimensionamento estipulado pela norma da NBR 6136 (2016). 63 Gráfico 1 - Classificação do bloco de concreto em relação ao tamanho No encerramento da 2ª fase se obteve os resultados de espessuras das paredes externas e dos septos, os mesmos estão expostos na tabela 09, também se retirou a média para que pudesse definir os blocos de concreto. Tabela 9 - Resultado das espessuras das paredes externas e septos Bloco de concreto P.E-1 (mm) P.E-2 (mm) P.E-3 (mm) P.E-4 (mm) P.E-5 (mm) P.E-6 (mm) S-1 (mm) C.P.I 27 26 25 26 24 24 24 C.P.II 26 27 27 27 23 25 26 C.P.III 27 27 27 26 22 22 25 C.P.IV 27 27 27 27 23 23 25 C.P.V 26 27 26 27 23 23 26 C.P.VI 26 26 27 28 22 25 26 C.P.VII 26 28 27 27 23 23 26 C.P.VIII 27 27 27 26 24 22 25 C.P.IX 26 27 26 27 22 23 24 Paredes longitudinais 26 27 27 27 23 23 25 27 24 "P.E-XX" - Onde "P.E" é a abreviação de Parede Externa e "XX" é o número da parede Legenda: "S-XX" - Onde "S" é a abreviatura de Septo e "XX" é o número Média das paredes longitudinais (mm) Média das paredes transversais (mm) Verificando os dados obtidos nessa 2ª fase e comparando com a tabela 2 da NBR 6136 (2016), podemos verificar que para a designação da família M-10, as médias das paredes externas e dos septos devem possuir o valor de 18mm, 90 19 0 39 0 92 18 7 38 7 92 18 7 38 8 91 18 6 38 7 92 18 7 38 8 91 18 6 38 7 92 18 6 38 6 91 18 7 38 8 92 18 6 38 7 91 18 7 38 8 L A R G U R A A L T U R A C O M P R I M E N T O T A M A N H O ( M M ) Dimensões da NBR 6136 C.P.I C.P.II C.P.III C.P.IV C.P.V C.P.VI C.P.VII C.P.VIII C.P.IX 64 porém os valores obtidos foram de 27mm para as paredes externas e 24mm para os septos, com isso, podemos afirmar que os blocos estão designado na classe C. a.2) Blocos cerâmicos Antes do início do ensaio nos blocos cerâmicos, foram verificados se os mesmos estavam identificados em local visível conforme estipulado em norma que prever que todos os blocos cerâmicos devem possuir as seguintes informações: I. Identificação gravada em local visível com letras de 5mm de altura; II. Identificação do fabricante contendo o número do CNPJ, razão social ou nome fantasia; III. Contato telefônico do SAC, endereço de correio eletrônico ou endereço físico; IV. Dimensões nominais de largura, altura e comprimento em centímetros; V. Indicação de rastreabilidade que é o número do lote ou data de fabricação; Como mostrado na figura 48 é visível essas informações na lateral dos blocos cerâmicos, pela imagem podemos identificar que o bloco tem dimensões de 9 cm x 14 cm x 19 cm (Largura x Altura x Comprimento) e foi fabricado no dia 01/09/2019 pela fábrica R. Vermelha. Figura 48- Identificação do bloco cerâmico Fonte: Próprio autor (Acessado em 19/09/2019) Dando continuação no experimento, os resultados registados na tabela 10 são do ensaio de determinação das medidas de largura, comprimento e altura, esses resultados são referentes a 1ª fase do ensaio de caracterização dos blocos cerâmicos. 65 Tabela 10 - Resultados das dimensões efetivas dos blocos cerâmicos Blocos de cerâmicos Largura (mm) Comprimento (mm) Altura (mm) C.P. I 90 189 140 C.P. II 90 189 140 C.P. III 90 188 141 C.P. IX 90 189 140 C.P. V 90 189 139 C.P. VI 90 189 140 C.P. VII 90 189 140 C.P. VIII 90 188 139 C.P. IX 90 188 140 Média 90 189 140 Como podemos verificar na tabela acima, os resultados estão em conformidade com a norma, pois, suas variações de medidas estão dentro do proposto por ela, que define ±5mm para as dimensões individuais e de ±3mm para as dimensões em grupo. Os dados obtidos no ensaio podem ser melhor analisados quando observados no gráfico 02, onde é possível notar nitidamente essa variação de dimensões. Gráfico 2 - Classificação do bloco cerâmico em relação ao tamanho 90 14 0 19 0 90 14 0 18 9 90 14 0 18 9 90 14 1 18 8 90 14 0 18 9 90 13 9 18 9 90 14 0 18 9 90 14 0 18 8 90 13 9 18 8 90 14 0 18 8 L A R G U R A A L T U R A C O M P R I M E N T O T A M A N H O ( M M ) Tamanho estimado C.P.I C.P.II C.P.III C.P.IV C.P.V C.P.VI C.P.VII C.P.VIII C.P.IX 66 Os resultados da 2ª fase que trata das espessuras de cada parede externa e dos septos foram registrados na tabela 11, juntamente com a média dos resultados obtidos. Tabela 11 - Dimensões da parede externas e septos dos blocos cerâmicos Bloco cerâmicos P.E-1 (mm) P.E-2 (mm) P.E-3 (mm) P.E-4 (mm) P.E-5 (mm) P.E-6 (mm) S-1 (mm) C.P.I 9 8 9 9 9 9 7 C.P.II 9 9 8 8 9 9 7 C.P.III 8 9 9 9 9 9 8 C.P.IV 9 8 8 9 9 9 7 C.P.V 9 8 9 9 8 9 8 C.P.VI 9 8 9 9 9 9 7 C.P.VII 8 9 9 9 9 9 7 C.P.VIII 9 9 8 8 8 9 7 C.P.IX 9 9 8 8 8 8 7 Paredes longitudinais 9 9 9 9 9 9 7 "P.E-XX" - Onde "P.E" é a abreviação de Parede Externa e "XX" é o número da parede Legenda: "S-XX" - Onde "S" é a abreviatura de Septo e "XX" é o número A norma NBR 15270 (2017) prever
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