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Educação Física: Didática, Currículo e Avaliação W B A 0 2 19 _ V 1. 2 2/180 Educação Física: Didática, Currículo e Avaliação Autora: Flávia Martinelli Ferreira Como citar este documento: FERREIRA, Flávia M. Educação Física: Didática, Currículo e Avaliação. Valinhos: 2016. Sumário Apresentação da Disciplina 03 Unidade 1: Didática: conceitos e definições na área de Educação 04 Unidade 2: As teorias pedagógicas e a Educação Física 23 Unidade 3: Planejamento, objetivo e currículo 46 Unidade 4: Organização dos conteúdos segundo os Parâmetros Curriculares e as Diretrizes Curriculares Nacionais 65 Unidade 5: Direitos de aprendizagem, inclusão e multiculturalismo: a criança como produtora cultural 87 Unidade 6: Novas tendências pedagógicas, estratégias e metodologias de ensino 110 Unidade 7: Avaliação na Educação Física Escolar 133 Unidade 8: Desafios profissionais do docente de Educação Física 157 2/180 3/180 Apresentação da Disciplina Cotidianamente, professores e professo- ras de Educação Física são desafiados a li- dar com questões envolvendo a seleção de conteúdos e conhecimentos, a organização e disponibilização de espaços destinados à prática da educação física na escola, as dú- vidas em relação às diferentes possibilida- des de avaliação e o desinteresse de parte dos alunos pelas aulas de Educação Física. O dia-a-dia dos professores nas quadras, por vezes, distancia-os do estudo de novas teorias e ferramentas metodológicas que contribuam com sua prática pedagógica, impedindo que elaborem reflexões críticas sobre o ensino e a aprendizagem no am- biente escolar. As dificuldades que emanam da prática pe- dagógica, por outro lado, devem incentivar os professores na busca por novos conheci- mentos, auxiliando-os com discussões que permitam construir novas formas de inter- venção na escola. Esta disciplina tem como intuito abordar as questões relacionadas à didática que envol- vem os desafios da prática pedagógica no cotidiano das escolas, os currículos de edu- cação física e suas inúmeras possibilidades. Logo, ao longo desta disciplina, construi- remos conhecimentos relacionados a di- dática, ao currículo e à avaliação e iremos debater os principais desafios impostos aos professores de Educação Física no ambien- te escolar e as contribuições apontadas por estudiosos e professores da área que podem nos ajudar a superar tais desafios. 4/180 Unidade 1 Didática: conceitos e definições na área de Educação Objetivos » Contribuir para uma formação crítica de pro- fessoras e professores de Educação Física, si- tuando a Didática como um campo fundamen- tal de estudo e análise. » Investigar e posicionar elementos da Didática de modo interligado à Educação Física. » Fornecer elementos que subsidiem a prática pedagógica da Educação Física nas escolas, estimulando a produção de novas formas de intervenção. Unidade 1 • Didática: conceitos e definições na área de Educação5/180 Introdução Em um primeiro momento, as dúvidas que permeiam as definições sobre o tema de- vem ser sandas para apontar as contribui- ções que a Didática aporta aos currículos de formação de professores. Como o professor deve ponderar e organi- zar suas aulas ao longo do tempo? Quais conteúdos devem ser ensinados primeiro e quais devem ser ensinados em sequência? Quanto tempo, por exemplo, é necessá- rio para tematizar a Capoeira nas aulas de Educação física? Todas as aulas previstas no planejamento precisam ser realizadas na ordem proposta ou posso alterá-las no decorrer do processo de ensino-aprendiza- gem? Como o professor pode avaliar se os alunos atingiram os objetivos propostos em sua sequência pedagógica? O estudo da Di- dática deverá ajudar os professores a sele- cionar os espaços adequados às aulas e as ferramentas que potencializem a constru- ção de conhecimentos dos alunos? Questões como estas estão constantemen- te rondando o imaginário de professores e professoras de Educação Física. Infelizmen- te, não se pode invocar métodos únicos e ex- clusivos para ordenar o ensino da Educação Física, organizar seus conteúdos no tempo e no espaço e, de igual modo, não é possível utilizar um único instrumento de avaliação que seja adequado a todos os alunos. Para auxiliar a prática pedagógica da Edu- cação Física na escola, os objetivos que compõem nossa primeira aula são, justa- mente, situar a Didática como um campo fundamental de estudo e análise, contri- Unidade 1 • Didática: conceitos e definições na área de Educação6/180 buindo na formação crítica de professores e professoras de Educação Física e, além disso, investigar e posicionar os elementos da Didática de modo interligado à Educação Física escolar, fornecendo os elementos que subsidiarão a atuação docente. Este estudo deverá estimular a produção de novas for- mas de percepção e intervenção sobre as possíveis dúvidas provenientes da prática docente. A Didática é constituída como um campo de conhecimento da área da Educação, in- tegrando os currículos de formação de pro- fessores de diversas áreas do conhecimen- to, como: História, Geografia, Português, Artes e, inclusive, Educação Física (em es- pecial, os cursos de licenciatura). De modo geral, a Didática é responsável pelo estudo de diferentes teorias, meto- dologias de ensino e de currículo, que se atentam aos aspectos gerais, históricos, filosóficos e teóricos que circunscrevem o processo de ensino-aprendizagem e seus princípios. Além disso, estuda e desenvolve temas de caráter instrumental, a definição dos conhecimentos e conteúdos a serem trabalhados em aula, o espaço destinado às aulas, o tempo e os equipamentos disponí- veis, as formas de comunicação entre estu- dantes e professores e as avaliações. Pode-se afirmar, neste sentido, que os ob- jetos de estudo da Didática são os proces- sos de ensino. Em um sentido mais amplo, a Didática compreenderia todo e qualquer processo de ensino que ocorre em nossa so- ciedade. Em um sentido estrito, considera Unidade 1 • Didática: conceitos e definições na área de Educação7/180 somente os processos de ensino que acon- tecem em instituições específicas, como a escola. 1. Conceituando o campo da didática O primeiro autor consagrado no campo da Didática, Jan Amós Comenius (1592-1670) publicou, no ano de 1649, a obra nomea- da Didática Magna (COMENIUS, 2011). Não se pode afirmar que esta foi a primeira pu- blicação relacionada ao campo da Didáti- ca, pois outras obras haviam tangenciado o tema em períodos anteriores. Todavia, é possível considerar que esta obra organiza e inaugura o que se conhece atualmente por Didática, sendo, por consequência, re- conhecida como um grande marco teórico. De modo geral, a obra configura-se como um tratado da arte universal de ensinar tudo a todos. O autor refere-se à Didática como “a arte de ensinar” e apresenta orienta- ções práticas para intervir e contribuir com as potencialidades humanas (COMENIUS, 2011). A ideia central da obra é apresentar um método de ensino ideal, esquematizan- do um manual de ferramentas e métodos mais adequados à arte de ensinar. Esta Didática prescritiva, na qual investiu Comenius, buscava um método ideal que pretendia controlar os conteúdos ensina- dos, sua “dosagem”, bem como as técnicas e os métodos de ensino empreendidos, sendo seu foco central estes aspectos de caráter instrumental como as técnicas, os métodos e os procedimentos. Unidade 1 • Didática: conceitos e definições na área de Educação8/180 Para saber mais A obra considerada precursora no campo da Di- dática, a Didática Magna de Jan Comenius pode ser estudada com maior profundidade, apresen- tando aos alunos novas questões, além das men- cionadas nesta aula. Com o seu desenvolvimento, o campo da Didática ampliou seus estudos consideran- do metodologias de ensino diferenciadas, outros aspectos de caráter instrumental e também reflexões filosóficas e teóricas so- bre a arte de ensinar. Considerandoestas novas ponderações, se- ria possível afirmar que há um método ideal de ensino da Educação Física adequado a todos os alunos e a todas as escolas? Atu- almente, com o desenvolvimento de novas pesquisas e estudos no campo da Didática e da Educação Física, não é possível afirmar que existam métodos ideias de ensino que devam ser copiados e reproduzidos em to- das as escolas. Isto justifica, também, a importância de compreendermos as dimensões educativas da Educação Física escolar e suas inúme- ras possibilidades de seleção de conteúdo, métodos, espaços ou formas de avaliação. Desta forma, não há uma receita ideal a ser ensinada aos professores de Educação Fí- sica, mas, sim, elementos e discussões que podem contribuir com a sua prática educa- tiva. A Didática é composta de um conjunto de conhecimentos que articulam sempre o sa- Unidade 1 • Didática: conceitos e definições na área de Educação9/180 Para saber mais O artigo publicado pelos autores Francisco Ca- parroz e Valter Bracht, na Revista Brasileira de Ci- ências do Esporte, em 2007, trata com maior pro- fundidade das relações entre a teoria e a prática como uma dificuldade apresentada pelos profes- sores na área da Educação Física escolar. Consulte o artigo em: <http://www.revista.cbce.org.br/ index.php/RBCE/article/view/53>. Acesso: 06 dez. 2016. ber sistematizado a outros saberes e normas escolares (LIBANEO, 1994). Dito de outro modo, isso significa que a Didática se ocupa de questões envolvendo o ensino e a apren- dizagem, buscando organizar estes conhe- cimentos específicos ao longo do tempo e controlar de alguma forma estes processos educacionais. Considera-se, assim, a Didática como eixo central de formação de professores, responsável por investigar os fundamentos, as condições e os modos de realização do ensino (WIGGERS, 2001). Cabe a ela, tam- bém, propor a reflexão sobre os objetivos de ensino e a seleção de conteúdos e de méto- dos em função dos objetivos estabelecidos. Os objetivos de ensino e a seleção de conte- údos e métodos envolvidos na ação docente sugerem determinados valores do professor em relação a sociedade e suas ambições quanto à formação dos alunos. http://www.revista.cbce.org.br/index.php/RBCE/article/view/53 http://www.revista.cbce.org.br/index.php/RBCE/article/view/53 Unidade 1 • Didática: conceitos e definições na área de Educação10/180 2. Contribuições da didática para organização do trabalho docente A partir das discussões iniciadas nesta aula, foram apresentados alguns elementos que podem nortear as ações pedagógicas dos professores de educação física, organiza- das e estruturadas em um plano de ensino, composto de uma sequência didática de planos de aula. As aulas são, neste sentido, uma forma didática básica de organização dos processos de ensino. O termo não indi- ca somente uma aula expositiva, mas toda forma didática que é organizada e dirigida pelo professor, considerando seus objetivos gerais e específicos. Por isso, é importan- te que a aula sempre seja considerada no plural, como um conjunto de aulas e não de forma isolada. Ainda assim, é importante ressaltar que professoras e professores devem planejar sua atuação de maneira flexível, permitin- do adaptações no decorrer do processo de ensino-aprendizagem. Isto indica maiores possibilidades de contar com as contribui- ções e conhecimentos prévios dos alunos, promovendo meios de comunicação que permitam negociações e participações dos alunos durante este processo. Considera-se, portanto, que as reflexões acerca da Didática relacionada à Educação Física estão presentes o tempo todo no coti- diano dos professores. Esta disciplina confi- gura-se, por conseguinte, como uma cone- xão entre o cotidiano da prática pedagógica Unidade 1 • Didática: conceitos e definições na área de Educação11/180 e os conhecimentos que permeiam novas compreensões sobre a dimensão educativa da Educação Física na escola. Para saber mais Nos acervos digitais da Revista Nova Escola, te- mos disponível o portfólio do projeto realizado pela professora Joice Mayumi Nozaki, de São Pau- lo, vencedora do Prêmio Victor Civita Educador Nota 10, como exemplo de uma sequência didá- tica para trabalhar a Luta com turmas de 5ª e 7ª séries. Confira na íntegra: <http://acervo.nova- escola.org.br/educacao-fisica/portfolios/lu- tas-educacao-fisica-597485.shtml>. Acesso: 8 de out. 2016. Link 1. Biografia do Comenius -http://www.con- teudoescola.com.br/nossos-mestres/ 85-jan-comenius-jan-amos-komensky. Acesso em: 15 out. 2016. 2. Artigo científico publicado na Revista Pensar a Prática sobre a produção científica no campo da Didática e Educação Física - https://www.re- vistas.ufg.br/fef/article/view/7674/5999. Acesso em: 15 out. 2016. 3. Situações Didáticas da Educação Física, Revis- ta Nova Escola – http://acervo.novaesco- la.org.br/educacao-fisica/fundamentos/ acao-refletida-423968.shtml. Acesso em: 16 out. 2016. http://acervo.novaescola.org.br/educacao-fisica/portfolios/lutas-educacao-fisica-597485.shtml http://acervo.novaescola.org.br/educacao-fisica/portfolios/lutas-educacao-fisica-597485.shtml http://acervo.novaescola.org.br/educacao-fisica/portfolios/lutas-educacao-fisica-597485.shtml http://www.conteudoescola.com.br/nossos-mestres/85-jan-comenius-jan-amos-komensky http://www.conteudoescola.com.br/nossos-mestres/85-jan-comenius-jan-amos-komensky http://www.conteudoescola.com.br/nossos-mestres/85-jan-comenius-jan-amos-komensky https://www.revistas.ufg.br/fef/article/view/7674/5999 https://www.revistas.ufg.br/fef/article/view/7674/5999 http://acervo.novaescola.org.br/educacao-fisica/fundamentos/acao-refletida-423968.shtml http://acervo.novaescola.org.br/educacao-fisica/fundamentos/acao-refletida-423968.shtml http://acervo.novaescola.org.br/educacao-fisica/fundamentos/acao-refletida-423968.shtml Unidade 1 • Didática: conceitos e definições na área de Educação12/180 Glossário Prática pedagógica: um termo que corresponde aos esforços do professor em dar um trato pedagógico aos conhecimentos específicos de sua área. Plano de Aula: é a forma didática elementar da organização dos processos de ensino, uma unidade que compõe um plano de ensino. Plano de Ensino: é uma forma didática de organização de múltiplos processos de ensino, uma sequência didática que compreende várias aulas. Questão reflexão ? para 13/180 Reflita a partir dos seus estudos, se há um método ideal de ensino para a Educação Física escolar. Em suas experiências, vivências e observações, quais métodos de ensino foram empregados? Quais foram mais eficientes? Será que uma diversidade de ferramentas e teorias poderia auxiliar os professores em seus desafios cotidianos? 14/180 Considerações Finais » Os professores de Educação Física são desafiados constantemente a refletir sobre sua prática pedagógica. » Não há um método ideal de ensino da Educação Física na escola, mas sim, um processo inesgotável de investigação. » A Didática tem como objeto de estudo os processos de ensino que ocorrem na escola. » As discussões envolvendo a Didática fornecem elementos para que os professores criem novas práticas educativas na escola. Unidade 1 • Didática: conceitos e definições na área de Educação15/180 Referências CAPARROZ, Francisco; BRACHT, Valter. O tempo e o lugar de uma didática da educação física. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 28, n. 2, 2007. COMENIUS, Jan Amós. Didática Magna. São Paulo: Martins Fontes, 2011. LIBÂNEO, José C. Didática. São Paulo: Cortez, 1994. REZER, Ricardo. Conhecimento, prática pedagógica e educação física: aproximações com o campo da didática. Movimento, Porto Alegre, v. 21, n. 3, p. 803-814, jul./set. 2015. WIGGERS, Ingrid. Didática. In: GONZÁLES, Fernando Jaime; FENSTERSEIFER, Paulo Evaldo (Orgs). Dicionário crítico de educação física. Ijuí: Unijuí, 2005. 16/180 1. Analise as sentenças abaixo e indique V para as afirmações verdadeiras e Fpara as falsas: ( ) A prática pedagógica do professor de Educação Física é composta de experiências docentes acu- muladas, o estudo de teorias da educação física e um movimento constante de prática e reflexão. ( ) A prática pedagógica do professor de Educação Física é composta de experiências acumuladas en- quanto atleta de alto rendimento. ( ) A prática pedagógica do professor de Educação Física é composta de orientações contidas nas Leis de Diretrizes e Bases para o ensino da Educação Física. ( ) A prática pedagógica do professor de Educação Física é composta dos interesses dos alunos em aprender esportes e jogos. ( ) A prática pedagógica do professor de Educação Física é composta de o projeto político pedagógi- co da escola. Em seguida, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta: a) V – F – F – V – F. b) V – F – V – F – V. c) V – F – F – F – V. d) F – F – V – V – F. e) F – V – F – F – V. Questão 1 17/180 2. Baseados no estudo do tema e nos conceitos gerais sobre a Didática, pode-se considerar que um Plano de Ensino é: a) O mesmo que um plano de aula. b) Uma organização elaborada pela direção da escola. c) Organização das ações pedagógicas que estabelecem uma sequência didática de planos de aula. d) Planejamento de atividades elaborado para alunos com necessidades especiais de inclusão. e) Planejamento elaborado somente por professores de português e matemática. Questão 2 18/180 3. Quais são as contribuições da Didática para a Educação Física escolar? a) Desenvolvimento de um método ideal de ensino. b) Prescrição de ferramentas mais adequadas à faixa etária dos alunos nas aulas de educação física. c) Reflexões acerca dos fundamentos, condições e os modos de realização do ensino. d) Elaboração de um método único mais adequado na educação física escolar. e) Ferramentas e métodos que permitam ao professor ensinar somente os alunos interessados. Questão 3 19/180 4. O livro Didática Magna, escrito por Comenius, nos apresenta _______ ________________________. Complete a lacuna com a frase correta. a) Ferramentas para o ensino da educação física na escola. b) Reflexões acerca das inúmeras possibilidades sobre a arte de ensinar. c) Um tratado universal sobre a arte de ensinar a educação física. d) Um livro didático organizando os conhecimentos específicos da Educação. e) Orientações práticas para efetuar experiências que contribuam com as potencialidades humanas. Questão 4 20/180 5. Dentre as alternativas abaixo, qual representa as principais dificuldades dos professores de Educação Física na escola? a) Manter os alunos atentos à explicação no início da aula e ministrar aulas teóricas. b) Dificuldades relacionadas à seleção dos conteúdos, à flexibilização do planejamento de au- las e às formas de avaliação. c) Avaliar o desempenho motor dos alunos durante as aulas e converter a análise em um con- ceito. d) Dificuldades relacionadas à busca por um espaço adequado para ministrar as aulas teóricas e as aulas práticas. e) Dificuldade de elaborar um plano de ensino anual e realizar todas as aulas previstas no pla- nejamento. Questão 5 21/180 Gabarito 1. Resposta: B. A prática pedagógica é um movimento constante de prática e reflexão, sendo composta das experiências docentes, do estudo de teorias da educação física, do projeto político-pedagógico da escola a das orientações contidas na LDB. 2. Resposta: C. O Plano de Ensino é responsável por organizar uma sequência de aulas, ou seja, estabelecer uma sequência didática. 3. Resposta: C. A Didática contribui para que a Educação Física elabora reflexões sobre os fundamentos, as condições e os modos de realização do ensino 4. Resposta: E. O livro Didática Magna é reconhecido por seu caráter prescritivo e, portanto, apresenta orientações práticas e ferramentas que contribuam com o desenvolvimento das potencialidades humanas 5. Resposta: B. Nesta aula, foram destacadas somente dificuldades dos professores quanto à seleção dos conteúdos, à flexibilização 22/180 Gabarito do planejamento de aulas e às formas de avaliação 23/180 Unidade 2 As teorias pedagógicas e a Educação Física Objetivos 1. Exibir um panorama geral acerca da Educa- ção Física desde a sua instituição como dis- ciplina até os dias atuais. 2. Apresentar as teorias pedagógicas que compõem o campo da Educação Física es- colar. 3. Discutir e refletir sobre as contribuições das teorias e abordagens pedagógicas para am- parar a prática docente. Unidade 2 • As teorias pedagógicas e a Educação Física24/180 INTRODUÇÃO Na atualidade, os professores de Educação Física (EF) são constantemente desafiados a discutir sua prática pedagógica, conside- rando as principais tendências e aborda- gens envolvidas em suas concepções sobre o ensino. Estas concepções deixam transpa- recer os entendimentos que os professores possuem sobre o papel da escola e o papel das aulas de Educação Física, levando em consideração suas possíveis contribuições à formação das crianças e dos jovens. É pos- sível afirmar que a Educação Física tem sido continuamente discutida, buscando reafir- mar sua importância enquanto disciplina obrigatória e redefinir seu papel nas escolas como disciplina que contribui para a forma- ção dos alunos. Nesta aula, explicitar-se-á as principais tendências que orientaram os professores ao longo das últimas décadas, delineando diferentes possibilidades do estudo de te- orias pedagógicas e seus respectivos ob- jetivos em relação à Educação Física, além de suas formas de legitimação enquanto conteúdo escolar. Isso significa, portanto, que a elaboração e a adoção destas teorias pedagógicas possuem um caráter histórico, ou seja, são reelaboradas e repensadas de acordo com cada época. Também significa dizer que as instituições escolares possuem, de igual modo, essa dimensão histórica, es- tabelecendo, ao longo de sua trajetória, di- ferentes objetivos para o processo de ensi- no-aprendizagem e delimitando os diferen- tes conteúdos do mesmo. Com o intuito de explorarmos tais possibi- Unidade 2 • As teorias pedagógicas e a Educação Física25/180 lidades, será traçado um panorama geral acerca da EF desde o seu estabelecimen- to como disciplina até os dias atuais. Além disso, serão apresentadas e discutidas as teorias pedagógicas que compõem a área, contribuindo com novas reflexões sobre a prática docente. Por fim, serão explicitadas algumas diferenças entre estas teorias pe- dagógicas, principalmente no que se refere aos objetivos que são estabelecidos para as aulas de Educação Física. 1. Origens da educação física no Brasil No Brasil, a Educação Física na escola tor- nou-se obrigatória por meio de um discur- so médico pautado na higiene, na saúde e na eugenia e dos interesses militares e na- cionalistas que vigoravam em nosso país (OLIVEIRA, 2003). Seu início pode ser data- do ainda no século XVIII, como uma prática educativa complementar à educação moral e intelectual. A escola atribui à EF o objeti- vo de complementar a educação das crian- ças, ou seja, desenvolver tanto seus corpos, quanto suas mentes. Estas características estavam reunidas em torno do paradigma da ginástica, que atri- buía à Educação Física preceitos médicos e militares. Entendido como uma máquina, o corpo era educado para ser produtivo e ga- rantir melhorias das condições da saúde da população (BETTI, 1991). O método francês de ginástica, que permeava a Educação Fí- sica nesta época, assim como os métodos Unidade 2 • As teorias pedagógicas e a Educação Física26/180 alemães ou suecos, orientava suas ações para o desenvolvimento harmônico do cor- po, em busca de obediência e saúde. Aos poucos, o paradigma da ginástica ce- deu espaço à um novo paradigma. Ao longo do século XX, o objetivo principal da disci- plina voltou-se às práticas relacionadas ao esporte. Este paradigma também possuía influências de discursos nacionalistas, que objetivavam o engrandecimentoda nação por meio das vitórias conquistadas inter- nacionalmente em âmbito esportivo (OLI- VEIRA, 2003). Estas ideias convergiam com o estabelecimento de uma ditadura militar em nosso país, sendo a Educação Física res- ponsável por contribuir com a formação de uma juventude forte e saudável. Os víncu- los entre o esporte e o nacionalismo foram, portanto, fortalecidos com o uso dos conte- údos esportivos na escola. Com o novo cenário político estabeleci- do especialmente na década de 1980, este modelo esportivo começou a ser questiona- do, surgindo novas alternativas para pen- sar a Educação Física e seu papel na escola. Estas alternativas e suas novas formas de entender a EF são as abordagens teórico- -pedagógicas que serão tratadas adiante. Ainda assim, é preciso evidenciar que estas novas possibilidades não implicam em um abandono total das práticas esportivas ou a renúncia permanente do modelo biológico adotado anteriormente. Unidade 2 • As teorias pedagógicas e a Educação Física27/180 Para saber mais O livro publicado por Marcus Aurélio Taborda de Oliveira, em 2003, intitulado Educação física esco- lar e ditadura militar no Brasil (1968-1984): entre a adesão e a resistência, nos apresenta relações entre as orientações oficiais para a educação fí- sica no referido período e suas diferentes apro- priações por parte dos professores que atuavam nesta época (OLIVEIRA, 2003). Após esboçar o panorama geral do esta- belecimento da Educação Física no Brasil, serão apresentadas, a seguir, as teorias pe- dagógicas que compõem o campo da Edu- cação Física escolar, discutindo e refletindo sobre seus principais aspectos. 2. Teorias pedagógicas da educação física Acompanhando as discussões iniciadas nesta aula, acerca do estabelecimento da Educação Física como disciplina curricular, serão discutidas as abordagens teórico-pe- dagógicas que surgiram principalmente a partir da década de 1980 como possibilida- des para EF e como formas de estabelecer seus campos de conhecimentos específicos na escola. Neste sentido, consideram-nas abordagens teórico-pedagógicas, entendendo que es- tas não se limitam a estabelecer teorias e pensar sobre a Educação Física, mas es- tão, por outro lado, interessadas no diálo- go entre estas teorias e a prática pedagógi- Unidade 2 • As teorias pedagógicas e a Educação Física28/180 ca, quer seja, indicando um movimento de prática-reflexão-prática constante. Logo, o termo teorias pedagógicas da EF é usado ao longo do texto como sinônimo de aborda- gens teórico-pedagógicas, constituindo-se, ambos, meios de abordar os conhecimentos específicos da EF de forma teórica e prática. Embora seja possível destacar grandes avanços em relação ao desenvolvimento da produção científica da EF e da elaboração destas abordagens teórico-pedagógicas, este é um quadro rígido relacionado à es- tas práticas no cotidiano escolar. Isso sig- nifica dizer que as mudanças aconteceram, principalmente, em âmbito universitário, de pesquisa e de formação docente, mas não alcançaram os professores que estavam na ativa nas escolas, os quais se mantêm alheios à estas abordagens. A partir das teorias pedagógicas que serão explicitadas, espera-se que o professor seja capaz de pensar e de teorizar suas práticas continuamente. Ou seja, neste movimento, a prática deve subsidiar a busca por novas teorias, assim como, as teorias devem pro- ver mudanças na prática pedagógica. 2.1. Psicomotricidade A psicomotricidade permeou o campo da Educação Física, principalmente, entre as décadas de 1970 e 1980 e, embora tenha menor influência nos dias atuais, compõe as teorias pedagógicas relacionadas à EF. A psicomotricidade é entendida como um campo transdisciplinar que possui como Unidade 2 • As teorias pedagógicas e a Educação Física29/180 objetivo central a análise das relações entre o corpo e a mente, ou, dito de outro modo, entre os movimentos e as funções mentais. Estas ideias foram divulgadas no Brasil, so- bretudo, a partir do pensamento de Jean Le Boulch, com a publicação e a tradução de seus livros. Alguns termos que orientam a prática pedagógica de professores são característicos da Psicomotricidade, tais como: coordenação espaço-temporal, esque- ma corporal e lateralidade. A principal críti- ca endereçada a esta abordagem é a falta de especificidade em relação a EF, ou seja, a subordinação da EF a outras disciplinas es- colares, sendo o corpo uma ferramenta au- xiliar para o desenvolvimento das funções mentais e intelectuais. 2.2. Desenvolvimentista A abordagem desenvolvimentista é intro- duzida no Brasil por alguns autores, como Go Tani e Edison Manoel (TANI et. al, 1988). Estes autores defendem a ideia de que o movimento é o principal meio e fim da Edu- cação Física, delineando, portanto, o co- nhecimento específico da área. Com isso, o objetivo central passa a ser ofertar aos alu- nos, experiências de movimento para ga- rantir o desenvolvimento de suas habilida- des motoras. Os principais termos filiados a esta teoria pedagógica da EF são habilida- des motoras, aprendizagem motora ou taxio- nomia do desenvolvimento motor (TANI et. al, 1988). Unidade 2 • As teorias pedagógicas e a Educação Física30/180 Para saber mais A obra mais representativa desta abordagem é nomeada Educação Física Escolar: fundamentos de uma abordagem desenvolvimentista, escrita por Go Tani, Edison Manoel, Eduardo Kokubun e José Elias Proença e publicada em 1988 (TANI et. al, 1988). 2.3. Construtivista Aproximando os estudos de Jean Piaget com a Educação Física, João Batista Freire (1994) desenvolveu uma das obras clássicas da área, cunhando o que se conhece como abordagem teórico- pedagógica construtivista. Interessado na cultura lúdica infantil, o autor entendeu que a escola deveria ocupar- se do desenvolvimento e dos interesses das crianças, centrando-se menos na transmissão de conteúdos que não possuam relação com as experiências delas. Com isso, o contexto lúdico apresentado por jogos e brincadeiras é uma ferramenta importante para contribuir com o desenvolvimento das crianças, justamente porque tornam as atividades significativas para elas, diferenciando- as de movimentos descontextualizados (FREIRE, 1994). Unidade 2 • As teorias pedagógicas e a Educação Física31/180 Para saber mais No acervo digital da Revista Nova Escola, há uma resenha do livro Educação de Corpo Inteiro, obra clássica publicada por João Batista Freire, na qual o autor desenvolve suas ideias em relação a abor- dagem construtivista. Disponível em: <http:// acervo.novaescola.org.br/biblioteca-virtual/ educacao-corpo-inteiro-teoria-pratica-e- ducacao-fisica-628348.shtml>. Acesso: 17 out. 2016. 2.4. Crítico-superadora As teorias pedagógicas que orientam a abordagem crítico-superadora foram es- critas pelo Coletivo de Autores (1992) fun- damentados, principalmente, na pedagogia histórico-crítica de Dermeval Saviani. Nes- ta obra, os autores definem como objeto de estudo específico da EF a cultura corporal e suas diferentes possibilidades de manifes- tação, como o esporte, a ginástica, o jogo, a dança e a luta (exemplificadas no livro pela Capoeira). Os conhecimentos específicos devem ser organizados pelo professor a par- tir da observação da realidade dos alunos, ou seja, devem surgir do próprio contexto para que, posteriormente, sejam ampliados e aprofundados (COLETIVO DE AUTORES, 1992). Neste sentido, a proposta difere-se das apresentadas anteriormente, pois con- sidera que a cultura corporal deve ser tra- tada de forma historicizada, ou seja, que as práticas corporais variam com o tempo e com as sociedades. Portanto, o profes- http://acervo.novaescola.org.br/biblioteca-virtual/educacao-corpo-inteiro-teoria-pratica-educacao-fisica-628348.shtml http://acervo.novaescola.org.br/biblioteca-virtual/educacao-corpo-inteiro-teoria-pratica-educacao-fisica-628348.shtml http://acervo.novaescola.org.br/biblioteca-virtual/educacao-corpo-inteiro-teoria-pratica-educacao-fisica-628348.shtmlhttp://acervo.novaescola.org.br/biblioteca-virtual/educacao-corpo-inteiro-teoria-pratica-educacao-fisica-628348.shtml Unidade 2 • As teorias pedagógicas e a Educação Física32/180 sor deverá dar um trato pedagógico a estas manifestações culturais, explicitando como elas se constituem em diferentes socieda- des e discutindo a hegemonia de algumas manifestações em detrimento de outras. 2.5. Crítico-emancipatória A abordagem crítico-emancipatória foi apresentada na década de 1990 por Elenor Kunz, em sua obra Transformação didático- -pedagógica do esporte. Suas ideias sobre o movimento pressupõem uma concepção dialógica que envolve os indivíduos como sujeitos de sua ação e a diferencia de con- cepções biomecânicas e fisiológicas (KUNZ, 1994). Neste sentido, os movimentos inten- cionais são constituídos de sentidos e sig- nificados produzidos pelos sujeitos e suas ações, portanto, são definidos pelo autor como um “se-movimentar”. Isso significa que há um protagonismo dos sujeitos em suas ações e movimentos, capazes de ex- pressarem-se por meio desta linguagem corporal. Desta forma, o objetivo central da EF é permitir que os alunos se emancipem de estruturas hegemônicas relacionadas às práticas corporais, criando novas possibili- dades de se expressar e de se movimentar. Nesta abordagem, ressalta-se a importân- cia do diálogo estabelecido entre os profes- sores e alunos ou mesmo entre os próprios alunos, valorizando estas interlocuções e permitindo uma maior participação dos alunos. Unidade 2 • As teorias pedagógicas e a Educação Física33/180 3. Considerações sobre as teo- rias pedagógicas da educação física No tópico anterior, foram apresentadas al- gumas das teorias pedagógicas que orien- tam o campo da Educação Física. No en- tanto, as abordagens mencionadas não são as únicas e, portanto, não esgotam as possibilidades encontradas pelo professor de EF. Ainda seria possível discutir as con- tribuições de outros intelectuais que apre- sentaram diferentes reflexões sobre a Edu- cação Física escolar, tais como Mauro Betti, Markus Vinícius Nahas, Suraya Darido, Jo- cimar Daolio, Reiner Hildebrandt, entre ou- tros. Além disso, também é possível encon- trar outras produções, como artigos, livros ou trabalhos em anais de congresso, que fornecem alguns exemplos pedagógicos do trato da educação física escolar a partir das referidas abordagens. Estas leituras podem auxiliar vocês a vislumbrar, por exemplo, sequências didáticas organizadas a partir destas teorias pedagógicas. Unidade 2 • As teorias pedagógicas e a Educação Física34/180 Link 1. Texto sobre a capoeira a partir da abordagem crítico-emancipatória - <http://www.efde- portes.com/efd144/a-capoeira-a-partir-da-abordagem-critico-emancipatoria.htm>. Acesso em: 15 nov. 2016. 2. Artigo sobre o futebol de seis quadrados nas aulas de Educação Física - <http://www.revis- ta.cbce.org.br/index.php/RBCE/article/viewFile/64/72>. Acesso em: 15 nov. 2016. 3. A dança na Educação Física a partir da abordagem crítico-superadora - <http://www.efde- portes.com/efd202/a-danca-na-perspectiva-critico-superadora.htm>. Acesso em: 16 nov. 2016. 4. Texto base sobre Educação Física no Currículo do Estado de São Paulo - <http://www.edu- cacao.sp.gov.br/a2sitebox/arquivos/documentos/237.pdf> (p. 223 - 259). Acesso em: 16 nov. 2016. http://www.efdeportes.com/efd144/a-capoeira-a-partir-da-abordagem-critico-emancipatoria.htm http://www.efdeportes.com/efd144/a-capoeira-a-partir-da-abordagem-critico-emancipatoria.htm http://www.revista.cbce.org.br/index.php/RBCE/article/viewFile/64/72 http://www.revista.cbce.org.br/index.php/RBCE/article/viewFile/64/72 http://www.efdeportes.com/efd202/a-danca-na-perspectiva-critico-superadora.htm http://www.efdeportes.com/efd202/a-danca-na-perspectiva-critico-superadora.htm http://www.educacao.sp.gov.br/a2sitebox/arquivos/documentos/237.pdf http://www.educacao.sp.gov.br/a2sitebox/arquivos/documentos/237.pdf Unidade 2 • As teorias pedagógicas e a Educação Física35/180 Glossário Abordagens teórico-pedagógicas da Educação Física: São as possibilidades de abordar de for- ma teórica e prática os conhecimentos específicos da área. Paradigma da Ginástica: Estabeleceu, a partir do século XIX, as atividades gímnicas como ob- jetivo da Educação Física e função de edificar corpos produtivos e saudáveis, visando o engran- decimento da nação. Paradigma Esportivo: Estabeleceu, a partir do século XX, as práticas esportivas como objetivo principal da Educação Física na escola. Questão reflexão ? para 36/180 Considerando o exposto, tente estabelecer uma relação entre as práticas pedagógicas que você já vivenciou e as teorias pedagógicas que orientam o campo da Edu- cação Física. Qual abordagem teórico-pedagógica se aproxima mais dessas práticas? 37/180 Considerações Finais » É preciso refletir sobre os paradigmas que se estabeleceram no campo da Educação Física ao longo de sua trajetória para identificarmos de onde sur- giram algumas marcas que ainda perduram na atuação docente de hoje. » O professor de Educação Física deve conhecer as teorias pedagógicas que podem subsidiar suas ações na escola. » Deve-se compreender que há uma relação entre as teorias pedagógicas e as sequências didáticas planejadas pelos professores de Educação Física. » O estudo das abordagens teórico-pedagógicas da Educação Física deve ser contínuo, pois cotidianamente tais abordagens fazem surgir novos saberes e novas possibilidades de aplicação na prática do professor. » Novas abordagens teórico-pedagógicas não implicam necessariamente no abandono das propostas estabelecidas anteriormente, mas sugerem novas reflexões e possibilidades Unidade 2 • As teorias pedagógicas e a Educação Física38/180 Referências BETTI, M. Educação física e sociedade. São Paulo: Movimento, 1991. COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino da educação física. São Paulo: Cortez, 1992. FREIRE, J. B. Educação de corpo inteiro: teoria e prática da educação física. 4 ed. São Paulo: Scipione, 1994. OLIVEIRA, M. A. T. Educação física escolar e ditadura militar no Brasil (1968-1984): entre a adesão e a resistência. Bragança Paulista: Edusf, 2003. TANI, G.; MANOEL, E. DE J.; KOKUBUN, E., PROENÇA, J. E. Educação física escolar: fundamentos de uma abordagem desenvolvimentista. São Paulo: EPU: EdUSP, 1988. KUNZ, E. Transformação didático-pedagógica do esporte. Ijuí: Unijuí, 1994. 39/180 1. Como se definem as abordagens teórico-pedagógicas da Educação Física? a) Diferentes possibilidades de abordar de forma teórica e prática os conhecimentos específicos da EF. b) Maneiras de abordar os alunos nas aulas de EF. c) Modelos adequados para o ensino da EF. d) Formas de avaliar o processo de ensino-aprendizagem na EF. e) Teorias que discutem questões sobre a EF. Questão 1 40/180 2. Assinale a alternativa que apresenta corretamente a denominação de algumas abordagens teórico-pedagógicas da Educação Física? Questão 2 a) Psicomotricidade, Integrativa, Sistêmica, Construtivista e Crítico-Superadora. b) Integrativa, Prescritiva, Psicomotricidade, Crítico-Superadora e Crítico-Emancipatória. c) Psicomotricidade, Desenvolvimentista, Saúde Renovada, Crítico-Superadora e Crítico- Emancipatória. d) Desenvolvimentista, Construtivista, Crítico-Superadora, Crítico-Emancipatória e Parâmetros Curriculares Nacionais. e) Psicomotricidade, Desenvolvimentista, Construtivista, Crítico-Superadora e Crítico- Emancipatória. 41/180 3. Neste sentido, os movimentos intencionais são constituídos de sentidos e significados produzidos pelos sujeitos e suas ações, portanto, são definidos por _______________ (1994) como um “se-movimentar”. Assinale a alternativa cujo nome completa corretamente o trecho acima: Questão 3 a) Jocimar Daolio. b) Elenor Kunz. c) Coletivo de Autores. d) Mauro Betti. e) Go Tani. 42/180 4. De acordo com a abordagem Crítico-Superadora, indique (V) verdadeiro ou (F) falso para descrever os conhecimentosespecíficos da EF: ( ) As manifestações da culturais das sociedades, como as brincadeiras de roda, as cantigas e as danças folclóricas e tradicionais. ( ) As manifestações esportivas, como a ginástica, os esportes coletivos e as lutas. ( ) As manifestações da cultura física, como o esporte, a ginástica e as lutas. ( ) As manifestações da cultura corporal, como o esporte, a ginástica, o jogo, as danças e as lutas. ( ) As manifestações da cultura política, como o esporte, a ginástica e os jogos esportivos e competições. Em seguida, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta: Questão 4 a) V – F – F – F – F. b) F – V – V – V – F. c) F – V – V – F – V. d) V – V – F – F – V. e) V – F – F – V – F. 43/180 5. De acordo com a abordagem Construtivista, pode-se afirmar que: Questão 5 a) Os jogos e as brincadeiras são ferramentas que contribuem com o desenvolvimento socio- político e representativo das crianças. b) Os jogos e as brincadeiras contribuem com o desenvolvimento cognitivo das crianças nas aulas de português e matemática. c) Os jogos e as brincadeiras contribuem com o desenvolvimento de talentos esportivos na infância. d) Os jogos e as brincadeiras não contribuem com o desenvolvimento das crianças, mas são parte constituinte da infância. e) Os jogos e as brincadeiras são ferramentas que contribuem com o desenvolvimento das crianças. 44/180 Gabarito 1. Resposta: A. As abordagens teórico-pedagógicas são constituídas tanto das teorias quanto da prática pedagógica que constituem os co- nhecimentos específicos da EF. 2. Resposta: E. As abordagens apresentadas nesta aula fo- ram: Psicomotricidade, Desenvolvimentista, Construtivista, Crítico Superadora e Crítico Emancipatória. Vale ressaltar que existem outras abordagens no campo da Educação Física, ainda que estas não tenham sido ex- ploradas nesta aula. 3. Resposta: B. O autor citado na questão que elabora a ideia de “Se-Movimentar” é chamado de Elenor Kunz, responsável pelas contribui- ções dispostas na abordagem crítico eman- cipatória. 4. Resposta: D. O Coletivo de Autores definiu a partir de sua abordagem que as manifestações da cultu- ra corporal são objeto específico da EF. Estas manifestações são definidas como: esporte, jogo, dança, luta e ginástica. 45/180 Gabarito 5. Resposta: E. A abordagem construtivista define como seu objetivo central o desenvolvimento das crianças por meio de jogos e brincadeiras nas aulas de EF. 46/180 Unidade 3 Planejamento, objetivo e currículo Objetivos 1. Discutir a importância do planejamento e da elaboração de planos de aula. 2. Traçar relações entre o planejamento e o currículo estabelecido pela escola e/ou rede de ensino. 3. Apresentar relações entre o planejamento e os objetivos específicos delineados pelos professores. 4. Refletir sobre os objetivos gerais da educação física escolar organizados em um currículo específico e expressos nos planejamentos.o. Unidade 3 • Planejamento, objetivo e currículo47/180 INTRODUÇÃO Professores de Educação Física, alunos, funcionários e gestores devem ser considerados como integrantes de uma dinâmica cultural e social que compõe o ambiente escolar (VAGO, 2009). Por sua vez, a escola e seus atores sociais são influenciados por fatores econômicos, políticos e culturais. E, por isso, é necessário considerar tais particularidades no estabelecimento dos cur- rículos escolares, no planejamento e nos objetivos selecionados pelos professores. Todos estes elementos, explicitam os princípios, as diretrizes e os procedimentos envolvidos em um processo educacional. Deste modo, ainda que implicitamente, deixam transparecer as influências políti- cas e econômicas que os compõem. Para articular estes elementos, portanto, é preciso conhe- ce-los a partir de suas especificidades, seus objetivos e diferentes possibilidades de avaliação e reelaboração. O planejamento, em seus diversos formatos, como os planos escolares, os planos de ensino e os planos de aula, asseguram ao professor a organização e a coordenação da prática pedagógica. Isso significa que o exercício de planejar permite aos professores antecipar algumas situações encontradas nas escolas, elaborando previamente suas ações pedagógicas. Sendo assim, é possível que o professor ordene seus objetivos, os conteúdos que serão desenvol- Unidade 3 • Planejamento, objetivo e currículo48/180 vidos, além de vislumbrar os procedimentos metodológicos mais adequados à sua rea- lidade. Ainda que estas sequências de au- las e estes planejamentos sejam elaborados antes do início das aulas, o professor deve revisar seu planejamento e elaborar atua- lizações dos planos no decorrer das aulas. Ressalta-se, também, a importância do pla- nejamento para facilitar o preparo das au- las e as reflexões acerca do próprio processo pedagógico concretizado pelo professor. Este empenho em organizar o trabalho do- cente, nada mais é que um processo de ra- cionalização do trabalho pedagógico, ou seja, uma ordenação do ensino e da apren- dizagem que deve articular as especificida- des da escola e dos alunos, considerando as problemáticas no entorno escolar e os obje- tivos delimitados pelo professor. Portanto, é uma atividade que prioriza a reflexão do professor, colaborando para que este seja capaz de antecipar algumas possibilidades e orientar mudanças. Ainda que o trabalho pedagógico tenha sido retratado até o momento de forma centrada no professor, outras exigências perpassam o planejamento e o currículo escolar. Os ob- jetivos e o papel da escola são delimitados, por exemplo, nas Leis de Diretrizes e Bases da Educação, nos Parâmetros Curriculares Nacionais e em outros documentos, como o projeto político-pedagógico do curso e o currículo específico da disciplina de Educa- ção Física. No campo da Educação Física, o estabelecimento de currículos e diretrizes vem crescendo consideravelmente nas últi- Unidade 3 • Planejamento, objetivo e currículo49/180 mas décadas. Em muitos casos, embora considerada disciplina curricular obrigatória, é possível observar certo descaso em relação às contribuições da EF na escola. Todavia, é a partir da organização dos cur- rículos e diretrizes e garantindo flexibilidade que se garante que os professores de EF possuam mais subsídios para orientar seu trabalho pedagógico e legitimar seu espaço na escola. Para saber mais Na última década, diversos currículos de Educação Física foram estabelecidos em governos estaduais e municipais, tais como no Rio Grande do Sul, Pernambuco ou São Paulo. Estes currículos podem ser acessados por vocês para auxiliá-los na compreensão da organização dos conhecimentos específicos da EF ao longo da trajetória escolar dos alunos. Alguns links estão disponíveis no final desta aula. 1. Educação física, objetivos específicos e currículos É possível que vocês já tenham se deparado – tanto em âmbito educacional, quanto em outros espaços – com a afirmação de que a Educação Física não é considerada uma dis- ciplina importante. Embora seja uma disci- plina curricular obrigatória, é possível que esta seja oferecida no contra turno escolar e em outros espaços, como clubes e aca- demias. Desta forma, é comum estabelecer Unidade 3 • Planejamento, objetivo e currículo50/180 uma comparação entre a lógica linear dos conteúdos de outras disciplinas e a Educa- ção Física, que apresenta dificuldades em estabelecer um currículo comum e assegu- rar sua importância na escola. Diante deste impasse, apresenta-se um quadro que restringe as possibilidades da Educação Física na escola. A princípio, quando inserida no currículo escolar, as au- las eram pautadas no paradigma da ginás- tica e/ou esportivo, com finalidades afina- das à discursos médicos e higienistas. Após muitas transformações na definição dos conhecimentos específicos da Educação Fí- sica, é possível compreende-la como uma disciplina curricular que trata das manifes- tações da culturacorporal de movimento, acumuladas em nossa sociedade de manei- ra cultural e histórica (BRACHT, 2005). Atualmente, é comum encontrar profes- sores que elegem apenas os esportes co- letivos como conteúdos da EF, exemplos: futebol, voleibol, basquetebol e handebol. No entanto, enquanto disciplina curricular obrigatória, a EF deve oferecer ao aluno ex- periências relacionadas a cultura corporal de movimento, que compreendem além do esporte, manifestações como as danças, as lutas, as ginásticas e os jogos. Estes conte- údos, consequentemente, podem ser orga- nizados e garantidos ao longo da trajetória escolar dos alunos de diferentes maneiras. A Educação Física é uma disciplina que tra- ta, pedagogicamente, do conhecimento das manifestações da cultura corporal. Como dito anteriormente, seus temas e suas ativi- Unidade 3 • Planejamento, objetivo e currículo51/180 dades envolvem as práticas corporais, as quais são entendidas como uma forma de linguagem, uma possibilidade de comunicação. Para saber mais No ano de 2013, o Governo de Minas Gerais re- tirou a obrigatoriedade de aulas de Educação Fí- sica ministradas por professores especialistas do 1º ao 5º ano. De acordo com o relato publicado por professores do Instituto Federal de Barba- cena, esta medida simplificou as possibilidades ofertadas aos alunos. Leia o artigo completo. Disponível em: <www.uemg.br/openjournal/ index.php/anaisbarbacena/article/downlo- ad/830/537>. Acesso em: 20 out. 2016. Os processos de escolarização, aos quais são submetidos alunos e alunas, orientam- -se por meio de currículos, logo, devem ser entendidos de forma mais ampla e não ape- nas como um instrumento técnico. Os currí- culos sempre estão vinculados às questões políticas e institucionais do ambiente e à ideia de formação de sujeitos (SILVA, 1999). Isso significa que os currículos se referem à todas as variáveis que compõem a escola- rização de crianças, jovens e adultos. Neste sentido, o estabelecimento de um currícu- lo subentende a escolha de determinados conteúdos e temas e a negação de outros, o que acaba por desconsiderar várias possibi- http://www.uemg.br/openjournal/index.php/anaisbarbacena/article/download/830/537 http://www.uemg.br/openjournal/index.php/anaisbarbacena/article/download/830/537 http://www.uemg.br/openjournal/index.php/anaisbarbacena/article/download/830/537 Unidade 3 • Planejamento, objetivo e currículo52/180 lidades de abordagem (NUNES; RUBIO, 2008). Ou seja, quando um professor de EF opta por tra- balhar apenas esportes em suas aulas, desconsidera os jogos, as danças e as lutas. Estas escolhas justificam a afirmação de que os currículos transparecem valores, ideais e intencionalidades. Portanto, as instituições escolares possuem papel fundamental na formação dos sujeitos e na construção de representações sobre o que é ou não desejado. Para saber mais Em 2010, a Secretaria do Estado de São Paulo estabeleceu um currículo que contempla toda a rede esta- dual. Este documento contém orientações e sugestões também aos professores de Educação Física. A re- cepção deste documento, por parte dos professores efetivos da rede, foi relatada em um artigo publicado por Gabriel Spolaor e Jocimar Daolio. Os autores consideraram que houve um entendimento pouco apro- fundado dos professores em relação ao material. Leia na íntegra. Disponível em: <http://periodicos.sbu. unicamp.br/ojs/index.php/conexoes/article/view/8644768>. Acesso em: 21 out. 2016. Unidade 3 • Planejamento, objetivo e currículo53/180 Como devem ser orientados os currículos de Educação Física? Qual o papel dos pro- fessores de Educação Física diante de currí- culos previamente estabelecidos em redes municipais, estaduais ou particulares de ensino? Qual a analogia entre as pretensões em relação a formação dos alunos de pro- fessores, da escola e dos currículos? Pretende-se demonstrar, ao longo do texto, os currículos estão sempre envolvidos em questões mais amplas, como fatores políti- cos, institucionais, econômicos e culturais. Estão relacionados à ideia de formação dos sujeitos, tanto a partir dos entendimentos da escola, quanto em relação às ambições dos próprios professores. Isso significa dizer que, embora existam diretrizes e parâme- tros estabelecidos que orientem e auxiliem os professores, estes não devem ser con- siderados como uma possibilidade única, atenuando o papel dos professores diante da formação de seus alunos. A ação pedagógica da Educação Física deve, por meio do estudo e das experiências rela- cionadas à cultura corporal de movimento, favorecer a sistematização de conhecimen- tos, representações e conceitos elementa- res, buscando sínteses cada vez mais elabo- radas de uma determinada dimensão das práticas corporais. Os currículos delinea- dos, portanto, devem auxiliar o professor em sua prática pedagógica, ao invés de fi- xá-los a atividades específicas e descontex- tualizadas. Unidade 3 • Planejamento, objetivo e currículo54/180 Link 1. Referencial Curricular de Educação Física do Rio Grande do Sul - <http://www.educacao.rs.gov.br/ dados/refer_curric_vol2.pdf> (p. 113 – 179). Acesso em: 20 nov. 2016. 2. Currículo de Educação Física de Pernambuco -<http://www.educacao.pe.gov.br/portal/upload/ galeria/750/texto_edfisica.pdf>. Acesso em: 20 nov. 2016. 3. Artigo sobre o currículo na rede estadual de Pernambuco - <https://www.revistas.ufg.br/fef/arti- cle/download/13003/13756>. Acesso em: 20 nov. 2016. 4. Currículo de Educação Física do Estado de São Paulo -<http://www.rededosaber.sp.gov.br/por- tais/Portals/18/arquivos/Prop_EDF_COMP_red_md_20_03.pdf>. Acesso em: 20 nov. 2016. 5. Currículo Básico Comum de Educação Física de Minas Gerais - <http://basenacionalcomum.mec. gov.br/documentos/CURRICULOS/Minas_Gerais_Curriculo_Basico_Comum_Educacao_Fi- sica_Anos_Iniciais.pdf>. Acesso em: 21 nov. 2016. http://www.educacao.rs.gov.br/dados/refer_curric_vol2.pdf http://www.educacao.rs.gov.br/dados/refer_curric_vol2.pdf http://www.educacao.pe.gov.br/portal/upload/galeria/750/texto_edfisica.pdf http://www.educacao.pe.gov.br/portal/upload/galeria/750/texto_edfisica.pdf https://www.revistas.ufg.br/fef/article/download/13003/13756 https://www.revistas.ufg.br/fef/article/download/13003/13756 http://www.rededosaber.sp.gov.br/portais/Portals/18/arquivos/Prop_EDF_COMP_red_md_20_03.pdf http://www.rededosaber.sp.gov.br/portais/Portals/18/arquivos/Prop_EDF_COMP_red_md_20_03.pdf http://basenacionalcomum.mec.gov.br/documentos/CURRICULOS/Minas_Gerais_Curriculo_Basico_Comum_Educacao_Fisica_Anos_Iniciais.pdf http://basenacionalcomum.mec.gov.br/documentos/CURRICULOS/Minas_Gerais_Curriculo_Basico_Comum_Educacao_Fisica_Anos_Iniciais.pdf http://basenacionalcomum.mec.gov.br/documentos/CURRICULOS/Minas_Gerais_Curriculo_Basico_Comum_Educacao_Fisica_Anos_Iniciais.pdf Unidade 3 • Planejamento, objetivo e currículo55/180 Glossário Cultura Corporal de Movimento: compreende manifestações culturais relacionadas às práticas corporais, como o esporte, a dança, a luta, a ginástica e o jogo. Trabalho pedagógico: é o trabalho dos professores em selecionar, planejar, ministrar e avaliar suas aulas Atores sociais: são pessoas que sempre representam um papel dentro de uma sociedade, ou seja, são os indivíduos quando considerados em um contexto social mais amplo e não de forma isolada. Questão reflexão ? para 56/180 Você está convidado a refletir, a partir das exposições acerca dos planejamentos e dos currículos da Educação Física, quais são os objetivos específicos que você pode- ria delinear para suas aulas? Quais são as formas possí- veis de organizar o conhecimento específico da discipli- na ao longo da trajetória escolar dos alunos? 57/180 Considerações Finais » Há uma historicidade no estabelecimento dos currículos específicos da Educação Física. » O planejamento escolar requer do professor a antecipação de suas aulas e reflexões sobre o processo pedagógico. » O planejamento assegura tambémao professor a organização e a avalia- ção de sua prática pedagógica. » A Educação Física deve garantir aos alunos estudos e experiências rela- cionadas a cultura corporal de movimento. » A cultura corporal de movimento compreende manifestações, tais como: o esporte, a dança, a luta, a ginástica e o jogo. Unidade 3 • Planejamento, objetivo e currículo58/180 Referências BRACHT, V. Cultura corporal, cultura de movimento ou cultura corporal de movimento? In: SOUZA JÚNIOR, M. Educação física escolar: teoria e política curricular, saberes escolares e proposta pedagógica. Recife: EDUPE, p. 97-106, 2005. NUNES, M. L. F; RUBIO, K. O(s) currículo(s) da educação física e a constituição da identidade de seus sujeitos. Currículo sem Fronteiras, v.8, n.2, p.55-77, Jul/Dez, 2008. SILVA, T. T. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. Belo Horizonte: Autêntica, 1999. VAGO, Tarcísio M. Pensar a educação física na escola: para uma formação cultural da infância e da juventude. Cadernos de Formação RBCE, p. 25-42, set, 2009. 59/180 1. Correlacione as colunas ligando as práticas corporais à temas tradicionais ou não tradicionais do campo da Educação Física: ( ) Basquete. 1. Tradicionais. ( ) Futebol. 2. Não tradicionais. ( ) Lutas. ( ) Danças. ( ) Vôlei. ( ) Handebol. Em seguida, assinale a alternativa que representa a sequência correta indicada na segunda coluna: a) 1, 1, 2, 2, 1, 2 b) 2, 1, 2, 2, 1, 2 c) 2, 2, 1, 1, 2, 1 d) 1, 2, 1, 2, 2, 1 e) 1, 1, 2, 2, 1, 1 Questão 1 60/180 2. Por que os professores de Educação Física devem planejar suas aulas? a) Para usufruir de seu tempo destinado ao trabalho pedagógico. b) Para entregar o planejamento aos gestores da escola. c) Para evitar que os alunos se machuquem. d) Para evitar que os alunos escolham sempre jogar futebol. e) Para assegurar uma organização da prática pedagógica. Questão 2 61/180 3. Quais são as manifestações que envolvem a Cultura Corporal de Movimento? a) Manifestações políticas. b) Manifestações de lazer. c) Manifestações como os esportes, as danças, as lutas, as ginásticas e os jogos. d) Manifestações econômicas e sociais. e) Manifestações como o folclore e a literatura brasileira. Questão 3 62/180 4. Como pode ser definido currículo? a) É um instrumento técnico construído para auxiliar os professores. b) É uma obrigatoriedade dos conteúdos que devem ser ensinados. c) É a única possibilidade de organização dos conteúdos da Educação Física. d) É uma organização possível dos conteúdos que devem ser ensinados ao longo da trajetória escolar. e) É um instrumento técnico e metodológico de auxílio dos professores. Questão 4 63/180 5. Complete a frase: A Educação Física é uma disciplina que trata, pedagogicamente, _______ __________________________. Assinale a resposta correta: a) Das técnicas adequadas dos esportes. b) De conhecimentos relacionados à cultura corporal de movimento. c) De questões envolvendo a saúde das crianças. d) De regras e conhecimentos teóricos relacionados ao esporte. e) Da avaliação das capacidades físicas dos alunos. Questão 5 64/180 Gabarito 1. Resposta: E. Alguns autores explicitam que os conteúdos tradicionais predominantes da Educação Física são os esportes: futebol, vôlei, basquetebol e handebol. Embora não sejam os únicos, estão presentes em grande parte das escolas e das aulas. 2. Resposta: E. A organização e a avaliação da prática pedagógica é assegurada pelos planejamentos elaborados pelos professores, sejam eles planos escolares, planos de ensino ou planos de aula. 3. Resposta: C. As manifestações da cultura corporal foram delimitadas pela primeira vez em 1992, pelo Coletivo de Autores e são: esportes, danças, lutas, ginásticas e jogos. 4. Resposta: D. O currículo é uma das formas possíveis de organizar ao longo da trajetória escolar os conhecimentos e saberes que serão construídos pelos alunos com a mediação dos professores. 5. Resposta: B. A Educação Física é responsável por dar um trato pedagógico a cultura corporal de movimento. 65/180 Unidade 4 Organização dos conteúdos segundo os Parâmetros Curriculares e as Diretrizes Curriculares Nacionais Objetivos 1. Discutir as contribuições dos Parâmetros Curriculares e as Diretrizes Curriculares Nacionais para o campo da Educa- ção Física. 2. Compreender as especificidades das orientações das Di- retrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica para a Educação Física. 3. Compreender as especificidades das orientações dos Pa- râmetros Curriculares Nacionais para a Educação Física. 4. Traçar relações entre o panorama atual da Educação no Brasil, a elaboração destes documentos e os objetivos ge- rais descritos.a. Unidade 4 • Organização dos conteúdos segundo os Parâmetros Curriculares e as Diretrizes Curriculares Nacionais66/180 INTRODUÇÃO Em espaços destinados às aulas de Educação Física – nas quadras ou nos pátios das esco- las –, é possível observar, em grande parte do tempo, práticas relacionadas ao futebol, ao vôlei, à queimada ou atividades livres de intervenção pedagógica. Cotidianamente, as aulas de Educação Física transformam- -se em espaços de prática do futebol entre os meninos e de jogos de queimada ou vôlei pelas meninas. Não é raro observar, tam- bém, os alunos ocupando estes espaços de forma espontânea, sem uma mediação pe- dagógica dos professores. Será que estas práticas corporais dominantes nas aulas de Educação Física contribuem para a forma- ção de todos os alunos? É possível que os professores de EF ampliem os saberes dos alunos relacionados à cultura corporal de movimento? Diante destes questionamentos, entende- -se que os professores de Educação Física têm um papel fundamental na transfor- mação deste quadro, oferecendo a todos os alunos oportunidades iguais de estudar e experimentar diversas práticas corporais. Isso significa que o conhecimento especí- fico da Educação Física, além do futebol e dos jogos de queimada, diz respeito a cul- tura corporal de movimento, envolvendo diversos esportes, danças, lutas, jogos e as ginásticas. Todos estes conteúdos, assim sendo, devem ser organizados e garantidos ao longo da trajetória escolar dos alunos na educação básica. Considerando-se outras questões enfren- tadas pelas instituições escolares, como Unidade 4 • Organização dos conteúdos segundo os Parâmetros Curriculares e as Diretrizes Curriculares Nacionais67/180 a evasão e a retenção de alunos, o desin- teresse de crianças e jovens pela escola, a ausência de orientações e de formação continuada aos professores, bem como a desigualdade social perpetuada pela esco- la, foram criadas as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica (DCNE) e os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) para auxiliar o enfrentamento destes obstáculos. Mesmo que estes documentos tenham sido elaborados e as políticas edu- cacionais não ofereçam, até o momento, as condições adequadas para propiciar gran- des transformações, seus apontamentos representam iniciativas que podem contri- buir com novos entendimentos sobre a Edu- cação Física escolar no Brasil. Os dois documentos mencionados serão tratados a seguir, apontando seus limites e suas contribuições, principalmente, para o campo da Educação Física. As DCNE, por exemplo, foram elaboradas considerando esta emergência de políticas educacionais que tivessem como objetivo garantir a to- dos, o direito à uma formação humana e cidadã. Já os PCNs, por sua vez, foram cria- dos tendo como função primordial subsi- diar e amparar a elaboração de currículos dos Estados e municípios. De modo geral, são orientações nacionais que devem guiar as propostas locais, garantindo ao mesmo tempo demandas gerais e locais nas políti- cas de educação e nos currículos. Nesse sentido, é possível questionar: Quais são as considerações destes documentos em relaçãoà Educação Física? Qual é a área Unidade 4 • Organização dos conteúdos segundo os Parâmetros Curriculares e as Diretrizes Curriculares Nacionais68/180 do conhecimento onde está inserida a Edu- cação Física e quais são as outras discipli- nas desta área? Será que estes documentos contribuem com o trabalho pedagógico ou engessam as possibilidades dos professo- res? 1. As diretrizes curriculares nacionais da educação básica As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica foram publicadas em 2013, com a expectativa de inspirar as ins- tituições educacionais a elaborarem políti- cas de gestão e projetos político-pedagógi- cos que visassem garantir o acesso, a per- manência e o sucesso dos alunos na escola (BRASIL, 2013). Desta forma, entendem que uma educação de qualidade contribui so- bretudo com uma sociedade mais justa e fraterna. A necessidade pela definição destas diretri- zes estava relacionada à renovação das po- líticas educacionais brasileiras, que preten- dia transformar a educação efetivamente em um direito de todos os brasileiros e ofe- recer uma formação humana e cidadã. Nes- te sentido, o documento tem por finalidade contribuir para que os sistemas educativos sejam capazes de alterar o quadro desenco- rajador estabelecido nas escolas em nosso país. Unidade 4 • Organização dos conteúdos segundo os Parâmetros Curriculares e as Diretrizes Curriculares Nacionais69/180 Para saber mais As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica foram publicadas em 2013 e estão dispo- níveis na íntegra no Portal do MEC. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=- com_docman&view=download&alias=13448-diretrizes-curiculares-nacionais-2013-pdf&I- temid=30192>. Acesso em: 26 out. 2016. Para contribuir com a transformação proposta, as DCNE estabeleceram três objetivos centrais: I. Sistematizar os princípios e diretrizes gerais da Educação Básica contidos na Constituição, na LDB e demais dispositivos legais, traduzindo-os em orientações que assegurem uma formação básica nacional comum; II. Estimular a reflexão crítica e propositiva que deve subsidiar a formulação, execução e ava- liação do projeto político-pedagógico das escolas; III. Orientar os cursos de formação inicial e continuada de docentes, técnicos e funcionários da Educação Básica. (BRASIL, 2013) Com isso, entende-se que as DCNE têm o intuito de estabelecer bases nacionais comuns para a Unidade 4 • Organização dos conteúdos segundo os Parâmetros Curriculares e as Diretrizes Curriculares Nacionais70/180 Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio, compondo um todo articu- lado. Os componentes curriculares obrigatórios do Ensino Fundamental estão organizados em áreas de conhecimento como Lingua- gens, Matemática, Ciências da Natureza, Ciências Humanas e o Ensino Religioso, de matrícula facultativa. Estas áreas favore- cem o diálogo entre os saberes dos diferen- tes componentes curriculares, mas permi- tem também que a especificidade de cada um seja preservada. Em qual destas áreas do conhecimento está inserida a Educação Física? Ao lado de disciplinas como a Língua Por- tuguesa e a Arte, a Educação Física compõe a área de Linguagens. Neste sentido, seus temas envolvem o estudo e a experiência de práticas corporais, que são formas de comunicação e de linguagem orientadas a partir do corpo. As práticas corporais, por- tanto, são entendidas como uma forma de linguagem, dentre outras possibilidades de comunicação. 2. Os parâmetros curriculares nacionais Inspirado em modelos educacionais euro- peus, o Ministério da Educação reuniu um grupo de pesquisadores e professores para contribuir com a elaboração dos Parâme- tros Curriculares Nacionais. O empenho principal estava centrado na redação de um Unidade 4 • Organização dos conteúdos segundo os Parâmetros Curriculares e as Diretrizes Curriculares Nacionais71/180 documento capaz de subsidiar a elaboração de currículos dos estados e de municípios. No ano de 1997, foram lançados os primei- ros documentos referentes ao primeiro e se- gundo ciclos (1ª a 4ª séries do Ensino Fun- damental), incluindo um documento pró- prio referente à Educação Física e, no ano seguinte, os relativos ao terceiro e quarto ciclos (5ª a 8ª séries). De modo geral, os PCN contêm um docu- mento introdutório, temas transversais (Saúde, Meio Ambiente, Ética, Pluralida- de Cultural, Orientação Sexual e Trabalho e Consumo) e documentos que orientam a prática pedagógica de cada componente curricular. Vale ressaltar, ainda, o empenho do documento em fornecer um tratamento contextualizado aos conhecimentos. Dito de outro modo, a proposta é que os alunos não sejam espectadores passivos, mas que estes conhecimentos mobilizem aprendiza- gens significativas. Esta contextualização, portanto, nada mais é que um recurso para associar a aprendizagem com as experiên- cias cotidianas dos alunos e conhecimentos que foram adquiridos anteriormente. Para saber mais O livro específico destinado à Educação Física pu- blicado nos Parâmetros Curriculares Nacionais está disponível no Portal do MEC. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/ livro07.pdf>. Acesso em: 10 nov. 2016. Unidade 4 • Organização dos conteúdos segundo os Parâmetros Curriculares e as Diretrizes Curriculares Nacionais72/180 Partindo do empenho delineado anteriormente, o documento estabelece princípios de inclusão para a Educação Física: A sistematização dos objetivos, conteúdos, processos de ensino e aprendizagem e avaliação tem como meta a inclusão do aluno na cultura corporal de movimentos, por meio da participação e reflexão concretas e efetivas. Busca-se reverter o quadro histórico de seleção entre indivíduos aptos e inaptos para as práticas corporais, resultante da valorização exacerbada do desempenho e da eficiência (BRASIL, 1998, p.19). Este excerto sugere que a trajetória da Educação Física se habituou a selecionar alunos mais aptos e excluir aqueles considerados menos hábeis. Além disso, é possível destacar que a área pratica recorrentemente a exclusão dos sujeitos diferentes, impedindo que todos se apropriem dos saberes relacionados à cultura corporal de movimento. Com as contribuições deste documento, o esperado é que o papel da EF ultrapasse o ensino de conteúdos como os esportes, ginástica, dança, jogos ou lutas. Isso indica que além destes conhecimentos que compõem uma dimensão procedimental, existem valores subjacentes que Unidade 4 • Organização dos conteúdos segundo os Parâmetros Curriculares e as Diretrizes Curriculares Nacionais73/180 orientam uma dimensão atitudinal, quer seja, que norteiam as atitudes esperadas dos alunos nestas práticas corporais. Além disso, há uma dimensão conceitual nestes saberes, que envolve questões relacionadas aos movimentos, um saber sobre o fazer. Em resumo, a dimensão procedimental diz respeito ao fazer e a dimensão conceitual, em complementaridade, diz respeito a sa- beres relacionados às práticas corporais. Estes saberes são, por exemplo, conheci- mentos tanto relacionados aos aspectos nutricionais ou fisiológicos do corpo, bem como conhecimentos sociais e culturais que envolvem determinadas manifestações da cultura corporal de movimento. Conclui-se que os PCNs buscam auxiliar os professores e gestores na organização dos conhecimentos, articulando-os à outras dimensões e outros temas pertinentes em todo processo de ensino e aprendizagem (BRASIL, 1997a, 1997b, 1998). Embora es- tas ideias já estivessem publicadas em livros e artigos de pesquisadores da Educação Fí- sica, os PCNs apresentam possibilidades que contribuem com a sustentação da EF enquanto disciplina curricular obrigatória (DARIDO et. al. 2001). Para os autores, entre seus avanços, é possível destacar a inserção dos temas transversais, o delineamento das dimensões dos conteúdos e a inclusão dos os princípios de inclusão e de diversidade. Com isso, o documentoapresenta contri- buições ao sistema educacional brasileiro, embora não seja suficiente para prover, so- zinho, amplas mudanças em todo território nacional. Unidade 4 • Organização dos conteúdos segundo os Parâmetros Curriculares e as Diretrizes Curriculares Nacionais74/180 Para saber mais O artigo publicado por Suraya Darido e seus co- laboradores na Revista Paulista de Educação Fí- sica, em 2001, estabelece diversas relações en- tre a Educação Física e os Parâmetros Curricu- lares Nacionais. Disponível em: <http://www. luzimarteixeira.com.br/wp-content/uplo- ads/2010/10/educacao-fisica-e-os-para- metros-curriculares-nacionais.pdf>. Acesso em: 15 nov. 2016. http://www.luzimarteixeira.com.br/wp-content/uploads/2010/10/educacao-fisica-e-os-parametros-curriculares-nacionais.pdf http://www.luzimarteixeira.com.br/wp-content/uploads/2010/10/educacao-fisica-e-os-parametros-curriculares-nacionais.pdf http://www.luzimarteixeira.com.br/wp-content/uploads/2010/10/educacao-fisica-e-os-parametros-curriculares-nacionais.pdf http://www.luzimarteixeira.com.br/wp-content/uploads/2010/10/educacao-fisica-e-os-parametros-curriculares-nacionais.pdf Unidade 4 • Organização dos conteúdos segundo os Parâmetros Curriculares e as Diretrizes Curriculares Nacionais75/180 Link 1. Parâmetros Curriculares Nacionais – Educação Física -<http://portal.mec.gov.br/seb/ar- quivos/pdf/livro07.pdf>. Acesso em: 26 nov. 2016. 2. Parâmetros Curriculares Nacionais – Educação Física (terceiro e quarto ciclos) - <http://por- tal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/fisica.pdf>. Acesso em: 26 nov. 2016. 3. Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Básica -<http://portal.mec.gov.br/index. php?option=com_docman&view=download&alias=13448-diretrizes-curiculares-na- cionais-2013-pdf&Itemid=30192>. Acesso em: 26 nov. 2016. 4. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Física - <http://www.educadores.diaa- dia.pr.gov.br/arquivos/File/diretrizes/dce_edf.pdf>. Acesso em: 27 nov. 2016. 5. Texto sobre os Parâmetros Curriculares Nacionais e a Educação Física -<http://www.luzi- marteixeira.com.br/wp-content/uploads/2010/10/educacao-fisica-e-os-parame- tros-curriculares-nacionais.pdf>. Acesso em: 27 nov. 2016. http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro07.pdf http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro07.pdf http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/fisica.pdf http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/fisica.pdf http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=13448-diretrizes-curiculares-nacionais-2013-pdf&Itemid=30192 http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=13448-diretrizes-curiculares-nacionais-2013-pdf&Itemid=30192 http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=13448-diretrizes-curiculares-nacionais-2013-pdf&Itemid=30192 http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/diretrizes/dce_edf.pdf http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/diretrizes/dce_edf.pdf http://www.luzimarteixeira.com.br/wp-content/uploads/2010/10/educacao-fisica-e-os-parametros-curriculares-nacionais.pdf http://www.luzimarteixeira.com.br/wp-content/uploads/2010/10/educacao-fisica-e-os-parametros-curriculares-nacionais.pdf http://www.luzimarteixeira.com.br/wp-content/uploads/2010/10/educacao-fisica-e-os-parametros-curriculares-nacionais.pdf Unidade 4 • Organização dos conteúdos segundo os Parâmetros Curriculares e as Diretrizes Curriculares Nacionais76/180 Glossário Temas transversais Temas transversais: são temas gerais que perpassam o ensino de todas as disciplinas nos Parâmetros Curriculares Nacionais. Cultura corporal de movimento: compreende manifestações culturais relacionadas às práticas corporais, como o esporte, a dança, a luta, a ginástica e o jogo. Formação continuada: espaços destinados aos professores de estudo e aprendizagem após a formação inicial, com cursos, especializações ou em outros formatos. Questão reflexão ? para 77/180 Face ao exposto sobre os Parâmetros Curriculares e as Diretrizes Curriculares Nacionais, reflita sobre as contri- buições destes documentos para a prática pedagógica dos professores de Educação Física. Como estes docu- mentos podem auxiliar na seleção de conteúdos? Será que os temas transversais contribuem para o enriqueci- mento das aulas ou afastam o caráter específico da Edu- cação Física na escola? Quais temas não estão, mas que você acredita que poderiam estar inclusos nesse docu- mento? 78/180 Considerações Finais » Os Parâmetros Curriculares Nacionais foram redigidos para auxiliar estados e municípios na elaboração de seus currículos. » A Educação Física é entendida nos Parâmetros Curriculares Nacionais a partir de suas dimensões conceituais, procedimentais e atitudinais. » As Diretrizes Curriculares Nacionais foram criadas a partir de um projeto de renovação das políticas educacionais brasileiras. » As práticas corporais, objeto de ensino da Educação Física, são entendidas como uma forma de linguagem. Unidade 4 • Organização dos conteúdos segundo os Parâmetros Curriculares e as Diretrizes Curriculares Nacionais79/180 Referências BRASIL. Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário Oficial da União. Brasília, DF, v. 134, n. 248, dez. 1996. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais. Educação física. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: Ministério da Educação/Secretaria de Educação Fundamental, 1997a. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais. Primeiro e segundo ciclos do ensino fundamental: educação física. Brasília: Ministério da Educação/ Secretaria de Educação Fundamental, 1997b. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais. Terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: educação física. Brasília: Ministério da Educação/ Secretaria de Educação Fundamental, 1998. 114p. DARIDO, S. C.; RANGEL-BETTI, I. C.; RAMOS, G. N. S.; GALVÃO, Z.; FERREIRA, L. A.; MOTA E SILVA, E. V.; RODRIGUES, L. H.; SANCHES NETO, L.; PONTES, G.; CUNHA, F. A educação física, a formação do cidadão e os parâmetros curriculares nacionais. Revista Paulista de Educação Física, São Paulo, v.15, n.1, p.17-32, 2001. 80/180 1. Assinale verdadeiro ou falso para as afirmativas relacionadas aos objetivos dos Parâmetros Curriculares Nacionais para a Educação. ( ) Estabelecem um currículo nacional comum. ( ) Orientam as ações pedagógicas dos professores. ( ) Auxiliam na elaboração de currículos específicos para estados e municípios. ( ) Auxiliam na avaliação das políticas educacionais. ( ) Estabelecem metas educacionais nacionais para estados e municípios. a) F, F, V, V, V b) V, V, F, F, V c) V, F, F, V, F d) F, V, V, F, F e) F, V, F, V, F Questão 1 81/180 2. Quais são os temas transversais sugeridos pelos Parâmetros Nacionais Curriculares? a) Saúde, Diversidade Cultural e Trabalho. b) Meio Ambiente, Orientação sexual, Ética e Trabalho. c) Pluralidade Cultural e Orientação Sexual. d) Saúde, Meio Ambiente, Ética, Pluralidade Cultural, Orientação Sexual, Trabalho e Consumo. e) Saúde, Meio Ambiente, Ética, Pluralidade Cultural, Trabalho e Consumo. Questão 2 82/180 3. Quais são as três dimensões dos conteúdos da Educação Física estabelecidas nos Parâmetros Curriculares Nacionais? a) Processual, Conceitual e Atitudinal. b) Procedimental, Conceitual e Factual. c) Processual, Conceitual e Gestual. d) Procedimental, Processual, Conceitual. e) Procedimental, Conceitual e Atitudinal. Questão 3 83/180 4. Em qual área do conhecimento está situada a Educação Física nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica? a) Ciências da Natureza. b) Matemática. c) Linguagens. d) Ensino Religioso. e) Ciências Humanas. Questão 4 84/180 5. Qual das alternativas apresenta os objetivos comuns a todas as disciplinas descritas nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica?
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