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Como ter um dia diferente com seus filhos

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Como ter um dia
diferente com
seu filho!
G U I L H E R M E G O B B O
Olá!
Sou o Guilherme Gobbo, professor e pai da Alice.
Estou há mais de 10 anos procurando saber cada
dia mais sobre o desenvolvimento da criança.
Porém, após me tornar “pai” algumas coisas
passaram a chamar mais a minha atenção.
 
Como poderia me tornar um pai presente para
minha filha? O que oferecer a minha filha para que
ela me visse como alguém especial na vida dela?
Será que sou um bom pai? Essas e outras
perguntas me fizeram unir meus conhecimentos
profissionais com o “querer” ser o pai da Alice.
Resultado: passei a creditar ao brincar uma forma
de ajudar a relação pais e filhos. 
 
Para tanto, tenho constantemente buscado ajudar
pais a entenderem e aplicarem conhecimentos
práticos no seu dia a dia para tornar sua família um
“lugar para onde voltar”. Diante disso, aproveitem
esse material, esse guia, como uma forma de
despertar o seu constante interesse pela
satisfação de se tornar um dos protagonistas do
desenvolvimento do seu filho. Eu garanto!
01
Título:
Como ter um dia 
diferente com seu filho
 
1ª Edição
 
Ano 2020
 
Tipo de suporte:
E-book - PDF - Impressão
Sumário
O Acordar ................................................... 05
03
Indo para a escola ........................................ 17
Ao chegar em casa ....................................... 29
Hora de dormir ............................................. 41
O Café da Manhã ......................................... 13
O Acordar
C A P Í T U L O 1
05
Como é o acordar do seu filho? Como você acorda o
seu filho? Você enfrenta problemas de birra, de não
querer ir para escola, de não gostar da escola, entre
tantos outros? Então vamos lá! 
 
Hoje preciso que você se faça as seguintes
perguntas: Como posso dar um novo olhar as
minhas ações cotidianas com o meu filho? Onde
posso mudar? O que posso fazer de diferente? 
 
A partir de agora vou indicar novas
ações/estratégias que mudarão a maneira de
acordar seu filho, ajudando a aprofundar essa
relação pais e filho, que é tão importante!
 
Que tal acordá-lo com uma música, com um
carinho, ou para pintar ou desenhar as figuras que
ele gosta? Muita coisa, não é? Você ainda não viu
nada! 
 
Você alguma vez já acordou o seu filho contando
uma história? Lendo um livro? Ligando algum áudio?
Fazendo encenações com fantoche, entrando por
debaixo da coberta ou lençol e imitando um dos
personagens que ele mais gosta?
C A P Í T U L O 1 - O A C O R D A R
"Mas, Guilherme, eu não tenho tempo para tudo
isso!" Então a sua primeira grande mudança deve ser
acordar mais cedo!
 
Você precisa mudar, se for o caso, alguns pontos da
sua rotina para poder ajudar a relação pais e filhos
de sua família. 
 
Por isso, vou passar algumas sugestões de
atividades que facilmente serão entendidas por
você. E o mais importante, todas possuem como
protagonistas o seu filho e você!
 
 
C A P Í T U L O 1 - O A C O R D A R
1) Acordar com a música preferida
Estude as músicas que seu filho mais gosta. Isso
significa além de prestar atenção quando ele canta,
você precisa decorá-las. Entendeu? Você precisa
decorá-las! Pois só assim conseguirá improvisar,
usar a música “certa” para o “momento certo”. Uma
dica infalível!
 
Ao cantar a(s) música(s) tente estar perto, se
encostar no seu filho, é importante ele saber que
você está ali para ele.
 
 
 06
Busque, interprete, explore as cantigas infantis,
cantigas da cultura brasileira e canções populares.
Faça encenações, crie personagens, imite artistas ou
animais, demonstre que você está num palco, nada
é tão pequeno ou tão grande que não vale a pena
tentar! Seja o(a) artista. Seja o(a) palhaço(a). Seja o
que você precisar ser!
 
Você é o responsável pelo bem-estar do seu filho.
Como ele irá encarar o dia depende diretamente de
como será “apresentado ao mundo”, de como você
se apresenta como pai/mãe!
 
 
C A P Í T U L O 1 - O A C O R D A R
2) Acordar com brincadeiras
Lembre-se que você deve criar o hábito de sempre
estudar a rotina de seu filho. Saiba o repertório de
brincadeiras que ele gosta. Também é interessante
você buscar na sua infância algumas brincadeiras,
fazendo isso o seu repertório de criatividade só
tende a aumentar!
 
Tente usar bastante o seu corpo, se expresse de tal
forma que o seu filho se sinta convidado a brincar
com você. Lembre-se ele está começando acordar,
cuidado com a intensidade da brincadeira.
 
 
 
07
Toda brincadeira precisa buscar trabalhar a
interação, para isso, crie pequenas regras em que
ele precise interagir com você, nos momentos do
brincar. Veja alguns exemplos:
 
a) Esconde-Esconde debaixo da cama, ou
dentro do lençol ou coberta
 
Você precisa saber se o seu filho gosta mais de
procurar ou ser procurado; o proporcionar “o
encontrar” ou ser “encontrado” deve ser
administrado por você; algo muito bacana de se
fazer quando o objetivo da brincadeira é atingido, é
você presentear o seu filho com um abraço, com o
rolar no chão abraçado, ou iniciar uma nova
brincadeira, como um pega-pega, em que o pique,
por exemplo, seja a cama.
 
b) Careca-Cabeludo
 
Uma brincadeira no estilo vivo-morto. Essa atividade
torna-se interessante quando há dificuldade, por
exemplo, de fazer seu filho “sair da cama”. Começar
brincando com ele falando careca (mãos na cabeça)
cabeludo (braços abertos tirando as mãos da
cabeça), gradativamente a evoluir para outras partes
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08
E assim, você estrategicamente vai fazendo com que
a criança se levante, desça da cama, realize outros
comandos, mas sempre dentro do contexto da
brincadeira.
 
c) Caça ao tesouro
 
Uma atividade mediada por um mapa, pistas, o
caminho que os “caçadores do tesouro” terão que
percorrer, com ou sem tarefas pré-estabelecidas
(pequenas provas), mas sempre no final deve ter o
tesouro. NUNCA SE ESQUEÇA DISSO!!! Esse tipo
de atividade se enquadra muito quando você quer
tirar o seu filho da cama para fazer “xixi”, escovar os
dentes, se trocar, arrumar a cama, e outras
atividades/tarefas familiares.
C A P Í T U L O 1 - O A C O R D A R
09
O Café da
Manhã
C A P Í T U L O 2
Para alguns pais esse é um momento tranquilo e
rotineiro. Porém, muitas vezes devido à falta de
tempo, o café da manhã torna-se pouco
aproveitado pela família. Diante disso, vou passar
algumas estratégias para você usar esse momento
para fazer o seu filho gostar mais ainda de estar com
você afetivamente.
 
Brincar é uma ação humana, em que o sujeito
envolvido busca a satisfação. A partir de hoje, você
nunca mais deixará o seu filho tomar o café da
manhã SOZINHO!!! Isso mesmo, o grande “barato”
para o seu filho no café da manhã é ter você todo
para ele!
 
Você irá criar estratégias para oferecer a ele algo
que melhor possui para doar, a sua presença, o seu
olhar, o elogiar quando ele conseguir segurar a
xícara com as duas mãos, dele “comer tudinho”,
comemorar quando ele conseguir “comer com a
boca fechada”, conseguir contar uma história do
super-herói que ficou forte por comer tudo, de criar
alguma brincadeira para arrumar a mesa/para “tirar”
a mesa, e etc. Evite: Celular; Tv ligada; Rádio/Som
ligado; Jogos e brinquedos à mesa; e objetos que
não se vinculam a essa refeição.
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11
Indo para
a escola
C A P Í T U L O 3
Sei que há muitas formas de abordar esse assunto.
Para esse material, eu vou ajudá-lo considerando o
levar a escola de carro ou caminhando.
 
1) Um mundo de possibilidades
dentro do carro
 
Quero que você faça a seguinte reflexão: O que
ultimamente estou fazendo no carro quando levo o
meu filho para escola? 
 
Dessa reflexão surgem muitas outras indagações na
sua cabeça, como por exemplo, “não lembro nem o
que fiz ontem no carro”, “como vou lembrar-me de
algo, se estou na correria do dia a dia”, “no carro
não dá tempo para pensar em brincar”, “o que
lembro sempre é se meufilho está na cadeira!”, “sei
que ligo o rádio e sintonizo na CBN”, “só sei que o
rádio toca todo dia as mesmas músicas que o meu
filho gosta”, “deixo ativado o Bluetooth do meu
celular para atender ligação enquanto dirijo”, “me
preocupo mais com o horário para não enfrentar
engarrafamento do que qualquer outra coisa”, “já
vou pensando o tanto de coisa que tenho que fazer
durante o dia”.
C A P Í T U L O 3 - I N D O P A R A A E S C O L A
13
Você quer continuar? O que vou apresentar a você é
mais do que exemplos, vou ajudá-lo a se perceber,
a perceber o seu carro e o mais importante, a
perceber o seu filho nesse momento tão rotineiro,
que pode fortalecer mais ainda a relação pais e
filhos.
 
Começamos por um ponto marcante desse
momento. 
 
É VOCÊ que leva seu filho para a escola! 
É VOCÊ que passará minutos com ele até a escola! 
É VOCÊ que ele espera e sabe que o levará para a escola! 
É VOCÊ que é o(a) responsável por trazer a mesmice
ou o novo sempre que puder!
 
Então vamos lá. Está na hora de realmente colocar
em prática o seu protagonismo na relação pais e
filhos durante essa tarefa diária. Vamos para as
possibilidades?
 
Amanhã, seu primeiro dia após a leitura desse
material, você observará o seu filho durante todo o
trajeto, casa – escola. Faça isso tanto no trajeto de
ida como o da volta. Se conseguir deixar o celular
posicionado gravando, melhor ainda. 
 
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Mas, por favor, pai/mãe, não dirigir mexendo no
celular! Além da falta de segurança, seu filho está
aprendendo com você que não há nenhum
problema em utilizar o celular enquanto dirige!
 
No final, do dia, você fará uma análise do observado
e traçará um plano de trabalho! E agora vamos
trabalhar?! 
 
O carro é uma possibilidade para a criança
acompanhar a grande mobilidade que esse veículo
gera. Para tanto, você pode usar a constante
mudança de ambiente, durante o trajeto, para criar e
recriar situações prazerosas para o seu filho. Por
exemplo:
 
Alice, Alice, Alice!!! Vamos procurar os “tijolinhos”
das casas? Vamos contar quantos cachorrinhos há
na rua? Esse carro, qual a cor dele e daquele?
 
Pedro, hoje o papai/mamãe quer fazer um caminho
diferente para escola, você pode me ajudar? Qual
caminho podemos fazer? O GPS do papai/mamãe
quebrou, você poderia me ajudar?
 
Ao considerar a mobilidade do ambiente durante o 
 
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caminho para escola, você precisa “forçar” seu
crescimento em entender as possibilidades de
explorar esse momento!!! Você é capaz! Você pode!
E vou te contar mais uma coisa, o seu filho é seu
maior fã! Então não desista!
 
Outra possibilidade é trabalhar com histórias. Muitas
vezes você pode iniciar uma história realizando sons
específicos para que seu filho diga qual o
personagem, qual o animal, qual o nome da história
entre outros. Usar histórias dependerá muito da sua
criatividade como também o conhecimento delas.
 
Para tanto, além de fazer o “dever de casa”
(conhecer o maior número de “historinhas infantis”),
você deve saber as histórias que o seu filho
gosta/sabe como também procurar recriar as
passagens dos enredos para ajustar o “contar” com
cada momento do caminho à escola.
 
Juntar música com histórias para criança é um
desafio. Ao fazer isso o seu filho começa criar e
explorar imagens reais com as imagens simbólicas.
Essas últimas são alimentadas pelo prazer de brincar
e principalmente pela alegria ao ver figuras parentais
(pai, mãe e outros) aprovando essa ação.
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O carro é de adulto, mas é nele que seu filho passará
uma parcela de tempo. Cabe a você pai/mãe
assumir seu papel nessa relação pais e filhos e
buscar constantemente aprender a gostar mais de
ficar com seu filho!
 
2) Uma caminhada de possibilidades
 
Muitos pais levam o seu filho para escola
caminhando. Essa rotina muitas vezes atende a
vários motivos, no entanto, minha intenção aqui é
usar esse momento como mais uma forma de
melhorar a relação pais e filhos. Então vamos lá!
 
Caminhar é uma habilidade motora que nos permite
se locomover de um ponto ao outro. Por mais
simples que pareça essa definição, vou ajudá-lo ter
condições de explorar ao máximo esse caminhar da
sua casa à escola do seu filho. Pai/Mãe, essa
caminhada deve ser encarada diferente de
qualquer outro caminhar!
 
Importante! Se você pretende fazer esse momento
algo ímpar no dia a dia com o seu filho, é
imprescindível sua entrega para essa parte da rotina
da sua família. Então vamos brincar!
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Uma excelente oportunidade para você contar ao
seu filho sobre a história de “Alice no País das
Maravilhas”. É claro que o caminho para escola será
a “estrada de tijolos amarelos”. Para tanto, há
personagens que aparecem e poderão ser recriados
durante o trajeto.
 
Tentar trazer o seu filho como um dos autores do
enredo permitirá construir uma relação de troca de
responsabilidade durante o caminhar. Significa que
o final pode ser diferente a cada dia, permitindo ao
seu filho “depender” de você para recriar finais,
como também “se perceber” como autor da história
e recriar enredos e finais. Essa dependência será
mais do que física, pai/mãe. Tornando essa relação
tão importante cada dia mais afetiva.
 
Gostaria que você se lembrasse de algumas coisas
que fazia enquanto criança. Agora tenha maior
atenção naqueles momentos de ir à escola ou
retornar dela. Pense quantas vezes esse trajeto foi
caminhando. Tente buscar nas lembranças o quanto
esses momentos eram recheados de coisas que só
nessa fase você fez! Pensou? Lembrou?
Agora venha comigo!
 
 
 
 
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Brincar de se equilibrar no “meio fio” (alguns lugares
“sarjeta”); Brincar de pega-pega com o amigo,
aquele que você passava na casa dele para irem
juntos à escola; Brincar de esconde-esconde;
Brincar de “apertar” as campainhas das casas e sair
correndo (Por favor, não conte isso para seu filho.
Tenho medo dele gostar!); Brincar de correr bem
rápido para chegar primeiro que seu irmão (sua
irmã), ou do seu/sua colega; Brincar de adivinhar os
nomes dos carros; Brincar, brincar, brincar, e brincar
mais um pouco!
 
Perceba que em nenhum momento dessa nostalgia
foi comentado sobre a distância, sobre ter que
caminhar, ou preocupações com o “mundo do
adulto”. É sobre isso que você pai/mãe deve
lembrar toda vez que estiver caminhando com seu
filho para escola (ou retornando). Ele não precisa
saber do mundo dos adultos nesse período do dia!
 
Você é o responsável pelo bem estar do seu filho. E
apresentar situações para ele se sentir mais e mais
ainda criança é seu dever como figura parental.
Possibilitar as brincadeiras que você conhece (da
sua infância) como também as da realidade do seu
filho, enriquecerá essa parte do dia a dia da família.
 
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Mas precisamos criar um plano de trabalho. Para
tanto, sugiro alguns pontos para isso.
 
Muitas vezes, quando éramos crianças, brincávamos
sem a presença dos pais durante o caminho da
escola. 
 
Sendo assim, você deverá criar meios de ficar a
disposição do brincar, isso significa seu corpo, sua
“vontade”, seu sorriso, seu carinho, todos esses
atributos devem estar focados em criar para o seu
filho situações prazerosas.
 
Situações prazerosas, só existirão se o seu filho se
sentir “bem”. Parece até óbvio, mas vivenciando
esses momentos você irá entender na prática o
conceito de lúdico, o prazer espontâneo, sem
qualquer preocupação com terceiros, e
desencadeando reações humanas que preencherão
nosso “ego” de pais!
 
Daqui para frente suas escolhas devem
primeiramente atender as características do seu
filho. Para tanto, pesquisas sobre o comportamento,
o desenvolvimento, os gostos de sua criança, serão
tarefas diárias. 
 
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Convido você pai/mãe mergulhar no imprevisívelmundo da relação pais e filhos por meio do brincar.
Mas garanto, quando você conseguir realmente se
“molhar” nessa imensidão de mar, nunca mais irá
sair!
 
3) Retornando para casa
 
Para esse momento sugiro uma constante análise do
quanto é possível repetir as atividades, como
também, explorar sua criatividade no item
improvisação!
 
Peço que guarde essa máxima: "Só improvisa quem
sabe!" Você como pai/mãe só conseguirá oferecer
algo para seu filho, se realmente estiver atento e se
preparar sempre!
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Ao chegar
em casa
C A P Í T U L O 4
Muitas vezes esse momento passa em branco em
nossas lembranças. Isso ocorre devido à velocidade
como nossa vida está passando. 
 
Porém, faço um alerta. Quando a criança se vê
“órfã” do corpo do pai ou da mãe, esse é um dos
momentos que os filhos mais se distanciam dos
mesmos.
 
Esses últimos estão preocupados ou tomados pelo
cansaço, pela necessidade das atividades
domésticas, pelo esgotamento físico, pela vontade
de chegar em casa e “jogar tudo para cima” e deitar
num sofá ou ligar a tv e usufruir do prêmio “acabou o
dia”, “quero descansar!”
 
Não estou aqui para dizer se isso é certo ou errado
para você. Estou aqui para defender que o certo
para o seu filho é ter você. Então se é o seu objetivo
melhorar a relação pais e filhos, venham comigo!
 
Agora que você está modificando gradualmente o
“acordar” e “levar à escola”, está na hora de tratar
da conclusão do dia do seu filho. Você deverá
explorar algumas capacidades que podem estar
adormecidas no seu corpo.
C A P Í T U L O 4 - A O C H E G A R E M C A S A
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Criar, recriar, construir, reconstruir, adaptar,
readaptar, comandar, ser comandado, superar
limites, experimentar o novo, oferecer o novo, e etc.
 
Porém, o mais importante, todos os dias você fará as
seguintes perguntas: O que fiz hoje pelo meu filho
mudou a vida dele? Fiz com que ele se apaixonasse
ainda mais por mim? Fiz com que ele quisesse estar
comigo? Fiz mais do que um brinquedo, um clube,
uma tv, um celular, o youtube?
 
Se todas essas perguntas geraram incômodo em
você, parabéns! Você está preparado para a
seguinte frase:
 
Ser imperfeito é ser pai/mãe todos os dias!
 
Então vamos brincar? Criar situações que levam o
seu filho a brincar, dependerá do quanto você se
inclina em tirá-lo da mesmice da rotina. Sendo
assim, você deverá fazer um levantamento do que
ele faz todos os dias quando chega da escola.
 
Seu filho vai para a TV? Para o celular? Para o
videogame? Ele se tranca no quarto? Ou ele já vai
direto estudar, fazer os deveres escolares?
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Alguns cuidados que valem a pena conversarmos!
 
Muito cuidado com a intensidade das atividades
propostas, seu filho também pode estar muito
cansado dos afazeres diários. Isto posto, você pode
ser mais assertivo considerando e sabendo qual ou
quais dias para ele é mais “puxado”.
 
Assim, zelar pela leitura das condições diárias do
seu filho é um exercício obrigatório daqui para
frente. Diante dessas características, trago
sugestões de atividades que podem ser facilmente
adaptadas e recriadas por você.
 
1) Jogos de tabuleiro
 
Excelente estratégia, muito bem-vinda quando
estes são “jogados” pela família. No entanto,
atenção quanto às regras e algo que muitas vezes
foge do nosso controle, saber usar a competição, o
ganhar e o perder, principalmente quando se tem
mais filhos. Fantástica pedida, quando você retomar
aquele jogo guardado no armário, ou aquele que era
usado na sua infância. Agora vou apresentar
algumas sugestões em como utilizar esses tipos de
jogos:
 
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Tente inserir nesses jogos novos desafios, esses
podem conter mais movimentos, ou mesmo tarefas
além das pedidas pelo próprio jogo.
 
Não se limite às regras do jogo, mas tome muito
cuidado, pois seu filho às vezes vai apresentar
dificuldades em aceitar a modificação de algumas
regras.
 
Porque não o surpreender convidando para jogar no
gramado, debaixo da árvore, ou mesmo dentro do
carro, quem sabe em cima da cama, dentro da
“cabaninha” feita com o lençol ou coberta, dentro
do castelinho, aquele que só seu filho entra e você
não entra há um bom tempo?
 
Qual foi a última vez que você pesquisou algum jogo
de tabuleiro na internet? Será que existe algum que
seja possível jogar online, e assim, seria possível
fazer o “pareamento” do celular para a TV?
 
Lembre-se! O intuito desse material é fazer VOCÊ se
questionar, refletir, sobre o que está sendo feito no
dia a dia pelo seu filho, quando o assunto é o
brincar.
 
 
C A P Í T U L O 4 - A O C H E G A R E M C A S A
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2) Jogos tradicionais infantis
 
Uma das formas mais efetivas de conquistar o seu
filho é demonstrar a ele que o brincar significa um
pouco mais do que algo meramente feito no tempo
livre. Você pai/mãe deve ensinar ao seu filho que o
brincar representa uma manifestação humana, em
que busca humildemente o prazer. 
 
Para tanto, os agentes envolvidos no brincar devem
se comportar como atores protagonistas dessa
ação, e assim, os pais precisam “pegar na mão” do
seu filho e ensinar a valorizar o brincar para vida.
 
Compreendido isso, esse material deve ser utilizado
por você para fazer o dia, a semana, o mês, a vida do
seu filho mais “legal”. Legal, para o seu filho,
significa fazer muita coisa com o pai, com a mãe,
com os amores da vida dele!
 
Os jogos tradicionais infantis ou brincadeiras
tradicionais infantis representam fortemente toda
essa emoção descrita acima. São atividades,
brincadeiras que são passadas de geração a
geração. Nelas encontramos diferentes regras,
influências regionais, estaduais e nacionais.
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É difícil saber suas origens e um padrão do como
jogar. Mas há uma “imensidão” de possibilidades de
explorar essas brincadeiras. Diante disso, sua
dedicação em pesquisar e fazer um levantamento
dos tipos de jogos e quais desses se enquadram a
realidade do(s) seu(s) filho(s) e da sua família é a
primeira grande tarefa dessa na nova mudança de
hábitos paternais. Vamos às sugestões!
 
a) Coelhinho sai da toca
 
Uma brincadeira que pode ser considerada de pega;
Recomendo a você vivenciar com seu filho e pelo
menos mais uma (1) pessoa, o interessante é brincar
com mais membros, e essa é uma boa pedida para
trazer o restante da família. A dinâmica da atividade
é simples, haverá um coelho que estará fora da toca,
os outros coelhinhos estarão dentro da toca (você
pode desenhar no chão, círculos, um “X”, um
quadrado, ou mesmo usar arcos/bambolê para
representar as tocas), o coelho que está fora da toca
falará “coelhinho sai da toca!!”, consequentemente
os outros devem sair da sua toca e procurar outra, e
é nesse momento que o coelhinho “sem toca” deve
ocupar alguma toca vazia.
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Você pode e deve criar variações nessa brincadeira.
Isso ajudará adequar o brincar para as
características do seu filho, da sua família, do local
onde acontecerá e até mesmo para manter a
dinâmica da atividade prazerosa.
 
b) Jogo da velha
 
Já pensou em jogar o jogo da velha, mas ao invés de
jogá-lo no papel, brincar numa versão gigante, em
que o desenho será no chão da “varanda”, ou na
terra no fundo de casa?
 
c) Amarelinha
 
Excelente oportunidade de proporcionar ao seu filho
diferentes desafios: pular e ficar em uma perna só,
com dois pés juntos (“grudados com cola”);
modificar regras, como não poder apoiar a mão no
chão quando for pegar a “pedra”; alterar o
“tabuleiro”, inventar novas formas geométricas ou
mesmo misturá-las; para percorrer o jogo é preciso
imitar animais, personagens de histórias e ou
grandes heróis.
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Muitas vezes esquecemos, ou não prestamos
atenção que para a criança desenhar a amarelinha é
tão bom quanto o brincar.
 
Mas o mais importante!!! Você deve sempre brincar
junto com seu filho, não desenhee deixe ele brincar
sozinho ou só entre os irmãos e amigos. O que
proponho é a quebra do paradigma "brincar é coisa
só de criança." Você é o responsável pelo “uso” do
brincar com seu filho para melhorar crescentemente
a relação pais e filhos de sua família!
 
d) Bets/Taco
 
Bom jogo em que a formação de equipes é uma das
grandes estratégias de valorizar a interação entre
pais e filhos. Cuidado em oferecer essas atividades
para o seu filho e esse não conseguir jogar, tamanho
do taco, peso da bolinha, distância entre as
“casinhas”, e outros. Uma sugestão: crie formas nas
quais o seu filho consiga “jogar bem”, isso significa
acertar a bolinha, correr de uma casinha a outra,
lançar a bolinha e etc. Fique tranquilo você não
estará facilitando, pelo contrário, o “jogar bem”
significa aprender o “como jogar”.
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Um dos grandes problemas da falta do “prazer” em
brincar de algo ou com outras pessoas está na
sensação de incompetência em realizar movimentos
ou gestos específicos da brincadeira.
 
Assim, ao se preocupar com o “jogar bem”, você
estará oferecendo a experiência do brincar, como
também proporcionando ao seu filho o aprendizado.
Diante disso, ele passa a construir a autonomia de
movimento, de aprendizado, e de forma explícita
encontrar prazer no brincar.
 
e) Corrida do saco
 
Boa atividade, muito presente em gincanas. Uma
brincadeira que facilmente se enquadra à realidade
da família e às características da criança. 
 
Ótima pedida para apresentar uma diferente forma
de se locomover. Por mais simples que pareça, o
estar “dentro do saco” representa para criança algo
extremamente diferente, e se torna mais desafiador
quando esta entende que para se locomover terá
que saltar ao invés de correr.
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f) Pular elástico
 
Brincadeira tradicional infantil muito presente nas
ruas, nos quintais, nas escolas, nos aniversários
infantis, e outros tantos lugares da nossa infância
pai/mãe. Excelente jogo onde o equilíbrio ocupa o
protagonismo, e esse é o grande desafio, pois a
cada etapa a complexidade exige estratégia e
coragem da criança.
 
Nessa brincadeira a figura parental muitas vezes
representará aquele personagem que oferece o
apoio para superar a próxima “altura do elástico”.
Pai/Mãe, muitas vezes seu filho espera o
ensinamento, aquele carinho da motivação, aquele
olhar de aprovação. Buscar no brincar essas
emoções permite conquistar um universo de
imprevisibilidade da relação pais e filhos.
***
O chegar em casa é um momento ímpar do dia, esse
deve representar para criança o “local para voltar”. 
A casa só terá significado para o seu filho quando
além desse “local” ela também encontrar o “para
quem voltar”. E você deve representar tudo isso para
o seu filho. A persistência sempre trará fantásticos
frutos.
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Hora de
dormir
C A P Í T U L O 5
Essa pequena parte do dia que os pais passam e que
muitas vezes a rotina promove a essa etapa mais um
momento de repetição e que pode desencadear,
porque não, no distanciamento da relação pais e
filhos. Vou explicar melhor!
 
Todos sabem a importância de considerar o sono
como participante do desenvolvimento da criança.
No entanto, poucos sabem, o quanto esse momento
pode ser mais explorado para “fechar” a construção
diária do fortalecimento da relação pais e filhos de
sua família.
 
Diante disso, vamos conversar sobre possibilidades
práticas para você realizar releituras da rotina da sua
casa e fazer da “pequena parte” o “grande
encerramento” do dia.
 
Importante, lembre-se a hora de dormir deve
atender a algumas características primordiais, e que
essas são importantes para o desenvolvimento da
criança. O zelo pela constante diminuição da
intensidade é uma premissa. Assim, as ações, os
movimentos, os diálogos, a quantidade de luz, o
contato com tecnologias visuais, são aspectos que
devem ser revistos por você.
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Diante disso, recomendo a você criar e
constantemente, se necessário, recriar rituais para a
“hora de dormir”. Mas que sejam adotados com
muita disciplina em prol do preparativo para o
dormir. Vamos para sugestões!
 
1) Leitura
 
Atividade muito usada pelas famílias. Excelente para
fortalecer o carinho e a dependência afetiva. Essa
dependência, a “boa”, significa o ritual, o momento
pai/filho, mãe/filho, pai/filho/mãe.
 
Esse vínculo com a dependência por meio da leitura
é alimentado com a imersão que a leitura oferece.
Aqui o brincar é visto como uma grande
possibilidade de acolhida, o contato, o carinho, o
afago, ações que facilmente são possíveis de serem
feitas durante uma leitura de histórias.
 
Para tanto, você pode valorizar leituras que
contenham enredos nos quais gestos, como os
descritos acima, podem ser feitos durante o contar.
E assim, criam-se várias cenas durante esse ritual.
Por fim, ninguém melhor do que você para saber o
que seu filho mais gosta.
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Ler nessa hora do dia está diretamente relacionado à
forma como você, sua família faz isso como um
hábito, ou melhor até como uma forma de
convivência familiar.
 
2) Contar história
 
"Mas Guilherme, qual a diferença de contar história
para a Leitura?"
 
Vou explicar de uma forma bem simples. Aqui você
deve ocupar uma “cadeira” muito importante. A
cadeira de diretor, sua atuação se torna
preponderante para essa estratégia.
 
Contar história defendida aqui, não será a feita por
meio de leitura, e sim, a “história contada”, “os
causos”, “as lendas”, “as invenções”, “as histórias
da família”. Você não precisa ser um leitor assíduo
para conseguir contar uma história e encantar seu
filho. E ainda de brinde pode proporcionar a ele um
momento tranquilo e aconchegante, propício ao
sono. 
 
Pai/Mãe, se isso não acontece mais na sua rotina,
em algum momento da sua paternidade você usou.
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Contar história envolve criatividade e capacidade de
identificar no ouvinte o interesse por partes e
emoções do enredo.
 
Por fim, a hora de dormir requer muito estudo e
leitura para usar as estratégias assertivas para as
diferentes etapas do desenvolvimento da criança,
como também os diversos momentos da família. No
entanto, e considerando o que você já aprendeu até
aqui com esse material, é preciso assumir o seu
papel de protagonismo na relação pais e filhos!
 
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Conclusão
Bom, querido(a) pai/mãe, sei que o caminho para se
ter uma relação pais e filhos é sempre construído
com muita dedicação e paciência. Esse guia irá te
ajudar a criar um outro olhar sobre a rotina da sua
família. Assim, desejo a você muita força e
sabedoria.
 
Guilherme Gobbo, 
apaixonado em ser pai da Alice.
 
Obrigado!
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Instagram:
@guiducando
 
Facebook:
Guilherme Gobbo
Como ter um dia
diferente com
seu filho!
Estou há mais de 10 anos
procurando saber cada dia mais
sobre o desenvolvimento da criança.
Para tanto, tenho constantemente
buscado ajudar pais a entenderem 
e aplicarem conhecimentos práticos
no seu dia a dia para tornar sua
família um “lugar para onde voltar."
Quero tornar você o protagonista do
desenvolvimento do seu filho!

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