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Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Civil 1 RETROANÁLISE DE UM ESCORREGAMENTO NA RODOVIA DOS TAMOIOS-SP Igor Cristian de Abreu Luiz1, Karina Cristina Santos Ramos2, Profª Drª Mariana Ferreira Benessiuti Motta3 _______________________________ Profº Me. Hélio Rodrigues Bassanelli _______________________________ Profª Esp. Patrícia Pereira _______________________________ Eng.ª Thainá Leite e Carvalho da Silva Este trabalho foi aprovado: ( ) Maioria simples ( ) Unanimidade 1 Aluno de Graduação do 5º ano de Engenharia Civil, email: igorcristian.abreu@hotmail.com 2 Aluno de Graduação do 5º ano de Engenharia Civil, email: karina_etec@hotmail.com 3Prof ª Orientador do Trabalho de Conclusão de Curso, email: mariana.motta@unisal.br Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Civil 1 RESUMO É muito comum observar a ocorrência de desastres ambientais em todo o território brasileiro, trazendo grandes preocupações e prejuízos à população e aos órgãos públicos. Durante o período de 1991 a 2012, o movimento de massa foi o desastre que mais cresceu e o segundo maior responsável pelo número de vítimas fatais, ficando atrás apenas das enxurradas. No Vale do Paraíba, está localizada a Rodovia dos Tamoios, que interliga as cidades de São José dos Campos e Caraguatatuba – SP. Atualmente, a mesma passa por obras de duplicação e por vários momentos de interrupção das vias, devido aos deslizamentos de terra. No final de 2018 e início de 2019 ocorreram muitos escorregamentos translacionais. Neste âmbito, a proposta deste artigo é de identificar os mecanismos que geram essas instabilidades através de ensaios de laboratório e retroanálise de um escorregamento ocorrido no dia 07 de novembro de 2018, localizado no km 73+280, lado Norte, trecho de subida da Rodovia sentido São José dos Campos. Em laboratório foram realizados ensaios de caracterização do solo e ensaios de cisalhamento direto, para determinação dos parâmetros de resistência. A retroanálise do escorregamento foi desenvolvida através do software SLOPE/W, da GeoSlope, que permite um estudo de diferentes métodos e realiza análises bidimensionais, embasando- se na geometria do talude e nas propriedades físicas no solo. Nesta análise, foi estudada a hipótese mais crítica, com o solo saturado, utilizando o método Morgenstern & Price, onde verificou-se o fator de segurança. Através dos resultados obtidos identificou-se que se trata de um solo do tipo residual jovem, que possui pouca coesão e fator de segurança abaixo de 1 para os perfis 1, 2, e 3, caracterizando a ruptura do talude. Palavras-chave: Escorregamento translacional; Análise de estabilidade; Fator de segurança; Rodovia dos Tamoios. 1. INTRODUÇÃO O Brasil é considerado muito suscetível aos movimentos de massa devido às condições climáticas marcadas por verões de chuvas intensas em regiões de grandes maciços montanhosos (GUIMARÃES, 2008). Os fatores que influenciam nesse processo, no entanto, são inúmeros. Os mais comumente mencionados são o tipo de solos, a declividade, a precipitação, o uso e cobertura do solo e o substrato geológico, entre outros (TOMINAGA et al., 2005; YALCIN, 2008; DAS et al., 2011; FEIZIZADEH et al., 2013 apud SILVEIRA et al., 2014). Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Civil 2 De acordo com o Atlas Brasileiro de Desastres Naturais (2013), no período de 1991 a 2012, ocorreram mais de 3400 mortes, sendo o movimento de massa, o tipo de desastre que mais cresceu e o segundo que mais matou, com 15,60% do total, ficando atrás apenas das enxurradas, com 58,15% do total. A análise de estabilidade deve ser feita em qualquer obra onde há a presença de taludes, como por exemplo, em barragens de contenção de rejeitos, barragens de usinas hidrelétricas, cortes de estradas ou rodovias. Os estudos dos solos e os outros tipos de contenções tornam-se cada vez mais essenciais, em razão dos grandes prejuízos financeiros e danos à vidas humanas. Recentemente, pode-se citar desastres como nas cidades de Brumadinho-MG, em 2019, Mariana-MG, em 2015, dentre outros, que poderiam ser evitados por meio de um sistema de alerta. Conhecer as causas que possam induzir a instabilidade da encosta é de grande importância para evitar novos episódios geotécnicos, pois através dos estudos é realizada a escolha correta para a garantia da estabilidade do talude. Neste sentido, essa pesquisa analisou um escorregamento ocorrido na Rodovia dos Tamoios, no verão de 2018/2019. Segundo o site da Concessionária, a Rodovia passou por várias interrupções das vias em consequência dos deslizamentos de terras, comprometendo a segurança do tráfego e, possivelmente, levando a prejuízos econômicos à região. Para realizar essa retroanálise foram coletadas amostras deformadas e indeformadas do solo estudado para ensaios de laboratórios, com o objetivo de identificar as causas de instabilidade do talude, determinado suas características físicas e mecânicas, possibilitando a análise do fator de segurança de pré-ruptura e uma avaliação da superfície de ruptura do talude a partir do software SLOPE/W. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 MOVIMENTOS DE MASSAS Os movimentos de massa são definidos como qualquer deslocamento de um determinado material, como solos, rochas ou sedimentos, que são provocados pelas Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Civil 3 forças da gravidade e por um conjunto de fatores que dependem das ações naturais (formação geológica do solo, condições climáticas, nível do lençol freático) e das ações do homem (FABRÍCIO, 2017). Estes movimentos estão associados a um conjunto de fatores compostos pela contribuição da alta declividade das encostas, elevados índices pluviométricos, e características geológicas, devendo somar-se a isto a ação do homem sobre o meio físico (SANTOS, 2004). Quanto ao plano de ruptura, os escorregamentos são subdivididos em rotacionais e translacionais (DIAS; HERRMANN, 2002). 2.1.1 Escorregamento Translacional Os escorregamentos translacionais são o tipo de movimento de massa mais comum nas encostas cobertas por solos. Apresentam superfície de ruptura com forma planar, que geralmente acompanha descontinuidades mecânicas e/ou hidrológicas do material (DIAS; HERRMANN, 2002). Normalmente esse tipo de escorregamento ocorre durante períodos de chuvas intensas, sendo comum que a superfície de ruptura coincida com a interface do solo- rocha, que representa uma importante descontinuidade mecânica e hidrológica (VIANNA, 2014). Enquanto escorregamentos rotacionais ocorrem geralmente em taludes mais íngremes e possuem extensão relativamente limitada, escorregamentos translacionais podem ocorrer em taludes mais abatidos e são geralmente extensos, podendo atingir centenas ou milhares de metros (GUIDICIN; NIEBLE, 1984). 2.2 FATORES QUE INFLUENCIAM NA ESTABILIDADE DE TALUDES Conforme mencionado anteriormente, a chuva é um dos fatores mais deflagradores na estabilidade de taludes. A presença da água em taludes pode ter influência na mudança nas poropressões, alterando as tensões efetivas e a resistência do solo. Além disso, esta pode aumentar as erosões internas e externas, o que contribui no processo de intemperismo, solicitando alterações nos minerais ao longo do tempo. Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Civil 4 Os fatores que mais influenciam para a estabilidade de taludes segundo Rico & Castilho (1978) são: fatores geomorfológicos, fatores internos e fatores climáticos. Estes fatores estão associados à topografia local, geometria dos taludes, propriedades mecânicas e hidráulicas dos solos, e as variações do clima. Além desses fatores, pode-se citar a importância da cobertura vegetal presente naestabilidade dos taludes. Segundo Gray & Leiser (1982) apud Vasconcellos (2015) atribuem, como efeitos favoráveis: (a) a redistribuição da água proveniente das chuvas pelas copas das árvores, retardando e diminuindo a quantidade efetiva de água que se infiltra no solo; (b) a evapotranspiração retirando água do solo; (c) acréscimo da resistência do solo devido às raízes pelo reforço mecânico e pelo escoramento (raízes pivotantes e profundas). Como efeitos desfavoráveis, esses autores relacionaram: o efeito alavanca, força cisalhante transmitida pelos troncos das árvores ao terreno, quando suas copas são atingidas por ventos; o efeito cunha, pressão lateral causada pelas raízes ao penetrar em fendas, fissuras e canais do solo ou rocha; a sobrecarga vertical causada pelo peso das árvores, que pode ter um efeito benéfico, ou não, na estabilidade, em vista à inclinação das encostas e às características do solo. A pluviometria é outro fator deflagrador que deve ser analisado, devido à duração e a intensidade das chuvas que podem resultar em diferentes movimentos de massa. Para Lumb (1975), os deslizamentos estão associados às chuvas com duração de 24 horas do dia do colapso e com a chuva acumulada nos 15 dias anteriores a sua ocorrência. Castro (2006) afirma que os processos de instabilização dos solos visivelmente têm uma vinculação com os valores pluviométricos que se acumulam nos dias anteriores à ruptura. Portanto, esses fatores interferem no aumento da umidade do solo e no aumento da saturação, causando a ocorrência dos movimentos de terra. Wolle (1988) afirma que a água das chuvas que se infiltram nos solos e percola pelo maciço das encostas é o principal agente deflagrador dos movimentos de instabilização de encostas e taludes não saturados. Guidicini e Nieble (1983) afirmam que a movimentação de massa modifica as características morfológicas, mecânicas ou casuais onde um mesmo agente consegue Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Civil 5 causar diferentes danos. Na Tabela 01, pode-se identificar as principais causas e agentes decorrentes em escorregamentos. Tabela 01- Agentes e causas de escorregamentos Fonte: Guidicini; Nieble (1983). 2.3 RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO A Engenharia Geotécnica frequentemente apresenta problemas que envolvem as propriedades de resistência ao cisalhamento dos solos, como estabilidades de taludes, empuxos de terra e capacidade de carga. Portanto, é muito importante o estudo da resistência ao cisalhamento do solo, para determinar o equilíbrio dos parâmetros de resistência. Resistência ao cisalhamento do solo pode ser definida como a tensão cisalhante que ocorre no plano de ruptura no instante da ruptura. De acordo com Vargas (1977), a resistência do solo ao cisalhamento tem relação com a máxima tensão interna que um maciço de solo consegue suportar sem que haja rupturas ou deslizamentos em qualquer plano no seu interior. Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Civil 6 Segundo Machado (2013), no momento em que se atinge a tensão cisalhante, o solo irá se romper. E se a ruptura se estender ao longo de uma região contínua com início e fim na superfície do terreno, ocasionará um escorregamento do solo. Para Gerscovich (2010), a ruptura é caracterizada pela formação de uma superfície de cisalhamento contínua na massa de solo, onde existe uma camada de solo em torno da superfície de cisalhamento que perde suas características durante o processo de ruptura, formando assim a zona cisalhada. A Figura 01 mostra a formação da zona cisalhada e a superfície de cisalhamento. Figura 01 – Superfície de cisalhamento Fonte: Leroueil (2001). Os principais fenômenos relacionados à resistência ao cisalhamento são o atrito e a coesão. 2.1.2 Atrito Segundo Vicieli (2003), a resistência por atrito entre as partículas descreve uma força tangencial necessária para que ocorra o deslizamento de um plano em relação a outro plano paralelo a este. O ângulo de atrito (𝜑) é o ângulo formado entre a força normal e a resultante da força normal e tangencial. Para a relação entre as forças tangenciais e normais pode ser definida de acordo com a Equação 01. 𝑇 = 𝑁.𝑡𝑎𝑛 𝑡𝑎𝑛 𝜑 (Eq. 01) Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Civil 7 2.1.3 Coesão A NBR 6502 (1995) define coesão como a resistência ao cisalhamento de um solo, que independe da tensão efetiva normal atuante, provocada pela atração físico- química entre partículas ou pela cimentação destas. Para Viecili (2003) a coesão além de ser independente da força normal, ocorre somente em solos argilosos, e atração entre partículas provoca uma quantidade de resistência nesses solos. Segundo Caputo (1988), a coesão pode ser classificada em coesão verdadeira e coesão aparente. A coesão verdadeira é devida a força eletroquímica de atração e à cimentação que ocorrem entre as partículas. Já a coesão aparente, é resultante da tensão capilar da água que preenche os vazios contidos nos solos, agindo como uma pressão externa. Vargas (1977) diz que a presença da água em contato com o solo forma meniscos. Nesse contato dos meniscos com as partículas de água, ocorrem pressões de contato, fazendo comprimir as partículas. Essas pressões de contato, que são as pressões neutras, somam-se as tensões normais. Com isso, a tensão efetiva atuante se torna maior que a tensão total. Quando as forças capilares são eliminadas, com a saturação do solo, a coesão aparente tende a zero. 2.1.4 Critérios de Ruptura O critério de ruptura analisa o estado de tensões que provocam a ruptura. São utilizados os critérios de Mohr e de Coulomb, fundamentados na análise do “equilíbrio limite”. Na Figura 02, a ilustração (a) representa a envoltória de Coulomb através de uma reta, onde a ruptura ocorre quando a tensão de cisalhamento atinge o valor dado pela expressão 𝜏 = 𝑐′ +𝑡𝑎𝑛 𝑡𝑎𝑛𝜑′. 𝜎′, onde c’ é a coesão e 𝜑′é o ângulo de atrito. A ilustração (b) da Figura 02, define que a ruptura ocorre quando o círculo das tensões tangencia uma curva, que é a envoltória de resistência. Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Civil 8 Figura 02 - Representação dos parâmetros do material e envoltória de Mohr-Coulomb. Fonte: Pinto (2006). A resistência ao cisalhamento é dada pela Equação 02 de envoltória de Morh- Coulmb, quando o solo se encontra em condição saturada 𝜏 = 𝑐′ + 𝜎′.𝑡𝑎𝑛 𝑡𝑎𝑛𝜑′ (Eq. 02) Onde: 𝜏 = Tensão de ruptura; 𝜑′ = Ângulo de atrito efetivo; 𝜎′ = Tensão normal efetiva; 𝑐′ = Coesão efetiva; 2.4 FATOR DE SEGURANÇA Um escorregamento do solo ocorre quando as tensões solicitadas excedem a resistência ao cisalhamento do solo. A estabilidade do solo é definida através do Fator de Segurança, que se obtêm através dos esforços estabilizantes (resistentes) e os esforços instabilizantes (atuantes). Guidicini e Nieble (1983) afirmam que para acontecer um escorregamento é preciso que a relação entre a resistência média ao cisalhamento do solo e as tensões médias no plano potencial de movimentação diminuam, encontrando-se inferiores a 1, de forma que as tensões na superfície sejam superiores que a resistência ao cisalhamento. Com isso, define-se um Fator de Segurança dado pela Equação 03. 𝐹𝑆 = 𝜏𝑓 𝜏𝑚𝑜𝑏 (Eq. 03) Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Civil 9 Onde: FS > 1,0 = Obra estável; FS = 1,0 = Ocorre a ruptura por escorregamento; FS < 1,0 = Não tem significado físico. 2.5 ANÁLISE DE ESTABILIDADE As análises de estabilidades têm como objetivo averiguar as ocorrências de escorregamento de massa de solo presente em talude natural ou construído. Segundo Machado(2013), ter uma boa estabilidade depende da seleção dos parâmetros corretos, que são escolhidos de acordo com o tipo de análise estudada, que pode ser em função de tensões totais ou das tensões efetivas. Estas análises são baseadas no método do equilíbrio limite, em que o fator de segurança é definido da razão entre a resultante das forças solicitantes e resistentes ao cisalhamento (GUIDICINI; NIEBLE, 1983). O método do equilíbrio limite assume que a ruptura se dá ao longo de uma superfície e que todos os elementos ao longo dessa superfície atingem simultaneamente a mesma condição de fator de segurança igual a 1 (GERSCOVICH, 2012). Para Nogueira (2016), a análise de estabilidade deve prever o aumento de solicitação que o solo é capaz de suportar até que ocorra a instabilidade. São diversos métodos para análise de estabilidade, dentre eles tem-se o método de Fellenius, método de Bishop Simplificado e método de Morgenstern-Price. O método Fellenius admite uma superfície de ruptura circular e analisa o volume de material acima dessa superfície por meio da divisão em fatias verticais (MACHADO, 2013). Esse procedimento é realizado para todas as posições de ruptura e o fator de segurança crítico será o menor valor encontrado. Este método é muito simples, porém muito conservador, o que ocasiona erros de até 50% principalmente em taludes com poropressões elevadas e círculos profundos (CARMINATI, 2018). O método de Bishop é uma modificação do método de Fellenius, onde admite uma superfície de ruptura circular e utiliza o equilíbrio das forças e momentos entre as fatias, com a resultante das forças verticais entre as fatias nulas (CARMINATI, 2018). Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Civil 10 De acordo com Da Silva (2011) o método de Bishop foi desenvolvido para análise de superfícies circulares, mas pode ser aplicado também em superfícies não circulares. O método de Morgensten & Price, é considerado o mais rigoroso, pois é aplicado em qualquer forma de superfície de ruptura e as suas diferentes condições de estabilidade satisfazem todas as equações de equilíbrio de forças e momentos. O fator de segurança é calculado por iterações e auxílio de ferramentas computacionais (CARMINATI, 2018). Para Machado (2013) o método de Morgensten & Price, considera que as inclinações das forças laterais da fatia seguem um padrão preestabelecido e estas inclinações podem ou não variar de fatia para fatia. Para obtenção do fator de segurança é preciso das ferramentas computacionais. Softwares como Slope/W e Slide são utilizados para realizar essas análises. Com os dados fornecidos pelo usuário, o programa fornece o fator de segurança da superfície de ruptura mais crítica. 2.6 RETROANÁLISE DE TALUDES A retroanálise é um método rápido e de baixo custo, e consiste na observação e na análise de casos de colapso já ocorridos. É muito utilizado para avaliação da estabilidade de massas terrosas e rochosas. O estudo desses casos permitirá obter dados de resistência ao cisalhamento, que poderão ser usados em outros projetos futuros (GUIDICINI; NIEBLE, 1998). “Essa técnica consiste na reconstituição das condições do talude pré-ruptura (geometria e principais forças atuantes), para que assim as características de resistências sejam avaliadas. Para o colapso dos taludes, será adotado o fator de segurança igual a 1, quando o talude atinge sua condição de equilíbrio limite” (BENESSIUTI, 2001). Atualmente existem programas que auxiliam no desenvolvimento dos métodos de análise de estabilidades de taludes. O programa utilizado neste trabalho é SLOPE/W (GEOSLOPE). Além de analisar a estabilidade de encostas naturais e artificiais, o programa também é utilizado para fins de observação de distribuição de tensões lineares no solo e de infiltrações de zonas confinadas e não confinadas. Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Civil 11 3. MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 LOCAL DE ESTUDO A Rodovia dos Tamoios está localizada na região do Vale do Paraíba, estado de São Paulo, que liga as cidades de São José dos Campos e Caraguatatuba – SP e possui intersecções com a Via Dutra (BR-116), Rodovia Carvalho Pinto (SP-70). O trecho analisado foi o km 73-280, lado Norte, trecho de subida da Rodovia sentido São José dos Campos. Essa Rodovia é de suma importância para a região, pois atende as necessidades locais da área, colaborando com o fluxo dos usuários, desviando da área urbana o tráfego de passagem, sobretudo de caminhões, e o trânsito de veículos pesados que seguem para o Porto de São Sebastião. Esta região foi escolhida para estudo, pois além ser uma rodovia importante para os municípios de São José dos Campos e Litoral Norte, passou por várias ocorrências de deslizamentos. Segundo o site da Concessionária e notícias do G1 - Vale do Paraíba e Região, foram várias ocorrências no verão de 2018/2019, deixando a rodovia interditada por mais de 90 horas. Segundo a Concessionária responsável pela rodovia, o protocolo de segurança da via exige que a Tamoios seja interditada caso os pluviômetros registrem cem milímetros em 72 horas. Na Figura 03 é possível notar alguns dos deslizamentos que ocorreram na rodovia. Figura 03 – Registros de escorregamentos na Rodovia. Fonte: Vanessa Vantine/ TV Vanguarda (2018). Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Civil 12 3.1.1 Índice Pluviométrico O Trecho analisado foi o km 73+280, lado Norte, onde o deslizamento ocorreu no dia 07 de novembro de 2018. Dados pluviométricos de monitoramento foram cedidos pela Concessionária dos Tamoios, empresa que é responsável pela Rodovia. Dentre os dados analisados, observou-se o alto índice de precipitação no período em que ocorreu o deslizamento, com mais de 100 mm de precipitação, em 24 horas. A partir da Figura 04 é possível destacar o elevado índice pluviométrico no dia 07 de novembro de 2018, justificando a ocorrência do escorregamento. Figura 04 – Índice Pluviométrico Rodovia dos Tamoios – km 73+280 Fonte: Concessionária Tamoios (2018). 3.2 ENSAIOS DE LABORATÓRIO Os ensaios de caracterização do solo foram realizados no laboratório de Materiais de Construção Civil do Centro Universitário Salesiano de São Paulo, o UNISAL. Para estes ensaios foram utilizadas amostras deformadas do solo, conforme Figura 06 (a). Já o ensaio de cisalhamento direto foi realizado no laboratório de geotecnia da Universidade Estadual Paulista – Unesp – Campus Guaratinguetá – SP, utilizando amostra indeformada do solo, conforme Figura 06 (b). As amostras foram coletadas no canto inferior do escorregamento, ilustrado na Figura 05. Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Civil 13 Figura 05 – Local do escorregamento e coleta das amostras Fonte: Autores (2019). Figura 06 - a) Amostra do solo deformado; b) Amostras do solo indeformado Fonte: Autores (2019). 3.2.1 Ensaio de Caracterização Os ensaios de caracterização foram realizados de acordo com as Normas Brasileiras vigentes: NBR 6457/86 Preparação de amostras: compactação e caracterização; NBR 7181/84 Análise granulométrica; NBR 6508/84 Massa específica dos grãos; NBR 6459/84 Limite de liquidez; e NBR7180/84 Limite de plasticidade. Estes conjuntos de ensaios proporcionaram a obtenção de parâmetros que identificaram não só a natureza do solo, bem como puderam ser correlacionados com as suas propriedades mecânicas. Os ensaios identificaram as características físicas e Local da coleta das amostras Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Civil 14 mecânicas do solo e foi classificado de acordo com a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e SUCS (Sistema Unificado de Classificação dos Solos). 3.2.2 Ensaio de Cisalhamento direto O ensaio de cisalhamento direto relaciona diretamente tensãonormal e cisalhante, que são aplicadas a um corpo de prova em uma caixa bipartida. A partir deste, é possível obter a tensão cisalhante relacionada à ruptura do solo, para uma determinada tensão normal. O ensaio foi realizado na prensa do tipo Casagrande, de fabricação da ETI/PROETI. Primeiramente, foram moldados 3 corpos de prova com dimensões de 10x10x2,5cm retirados da amostra indeformada (Figura 06 b). O primeiro corpo de prova foi introduzido na caixa bipartida e foi aplicada uma tensão de confinamento de 50kPa, simulando a tensão normal, com a inundação da caixa (condição de solo saturado). Após uma hora de adensamento, é aplicada uma carga horizontal (cisalhante), que aumenta em uma velocidade constante. Durante o ensaio, foram registrados os valores de deslocamento vertical e deslocamento horizontal, por meio dos extensômetros, e os valores de carga, através do anel de carga. O procedimento foi repetido mais duas vezes, alterando somente a tensão de confinamento para 100 e 200kPa. Com os dados dos três ensaios, foi identificada a tensão de ruptura de cada amostra e por meio de um gráfico “tensão cisalhante versus tensão normal”, obtendo-se então a envoltória de resistência do solo. É importante ressaltar que no ensaio de cisalhamento direto não se tem um controle da saturação da amostra, pois o corpo de prova é ensaiado em uma condição inundada. 3.3 RETROANÁLISE O estudo de estabilidade do talude foi realizado através do programa GeoSlope, utilizando o módulo SLOPE/W. Este software permite analisar diferentes superfícies de Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Civil 15 ruptura, e diferentes condições de poropressão, de propriedades do solo, de carregamentos e de métodos de análise. Para este trabalho, a situação do solo considerada, foi de solo totalmente saturado, com objetivo de analisar a situação mais crítica para a estabilidade do talude e determinar o fator de segurança mínimo que levaria à ruptura crítica em cada caso estudado. O método utilizado foi o de Morgenstern & Price, que se encontra disponível no programa. Para determinar o fator de segurança por esse método foi preciso introduzir o perfil do talude e os dados do solo em estudo: o peso específico e os parâmetros de resistência - a coesão e o ângulo de atrito entre os grãos. 4. RESULTADOS OBTIDOS E DISCUSSÃO 4.1 ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO A classificação deste solo conforme a ABNT é de Areia com finos e pela tabela SUCS é SM (areia siltosa, mistura mal graduada de areia e silte), onde o resultado da análise granulométrica é apresentado na Tabela 02 e Figura 07. Através de uma análise visual do solo estudado, observou-se uma aparência brilhosa, característica de mica, material que apresenta baixa resistência. O Limite de Plasticidade, obtido através do ensaio do cilindro padrão, caracterizou solo não plástico, pois não foi possível moldar o cilindro. E a massa específica desse solo, obtido através do método do picnômetro é de 2,65 g/cm³, característico de um material com presença de quartzo. Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Civil 16 Figura 07 - Curva granulométrica do solo. Fonte: Autores (2019). Tabela 02 – Composição granulométrica do solo, conforme ABNT. Pedregulho (%) Areia (%) Silte (%) Argila (%) Grossa Média Fina 4 20 22 16 18 20 Fonte: Autores (2019). 4.2 ENSAIOS DE RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DIRETO A Tabela 03 apresenta as principais características físicas dos corpos de prova, utilizados nos ensaios de resistência ao cisalhamento. As amostras 1, 2 e 3 apresentam as características dos corpos de prova após a moldagem, para as tensões de 50, 100 e 200 kPa, respectivamente. O peso específico do solo saturado utilizado no software (18,01 kN/m3) foi obtido a partir da média dos índices físicos das três amostras moldadas. Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Civil 17 Tabela 03 – Características físicas do solo após a moldagem Amostra nº massa (g) volume (cm³) Massa específica total t (g/cm³) Teor de umidade w (%) Massa específica seca d (g/cm³) Massa específica dos grãos s(g/cm³) Índice de vazios (e) Porosidade () 1 419,21 250 1,68 23,55 1,36 2,65 0,95 0,49 2 415,14 250 1,66 19,85 1,39 2,65 0,91 0,48 3 403,88 250 1,61 24,22 1,30 2,65 1,04 0,51 Fonte: Autores (2019). Os resultados obtidos neste ensaio são apresentados em curvas “Tensão Cisalhante versus Tensão Normal”, conforme a Figura 09. De acordo com o gráfico da Figura 09, pode-se observar que o aumento da tensão normal interfere no aumento da tensão cisalhante. A Tabela 04 apresenta os pontos de ruptura para cada carga aplicada no ensaio de cisalhamento direto. Tabela 04 – Pontos de ruptura dos ensaios de cisalhamento direto. Pontos de Ruptura - τ x σ - Saturado 50 kPa 100 kPa 200 kPa σ τ σ τ σ τ 50, 302 25, 000 100, 604 22, 887 201, 207 49, 296 Fonte: Autores (2019). Figura 09 – Gráfico: Tensão Cisalhante versus Tensão Normal. Fonte: Autores (2019). 0 20 40 60 80 100 120 140 160 0 50 100 150 200 250 τ (k P a) σ (kPa) 50 kPa 100 kPa 200 kPa Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Civil 18 A envoltória de resistência foi obtida pelo critério de Mohr-Coulomb, que lineariza a envoltória de Mohr, definida por uma reta, conforme Figura 10. Tal envoltória apresentou os parâmetros do solo intercepto coesivo c’ = 5 kPa e inclinação da reta φ’ = 13º. Figura 10 – Envoltória de resistência. Fonte: Autores (2019). 4.3 RETROANÁLISE DO TALUDE ESTUDADO Com seus respectivos dados, foram analisados três perfis para o mesmo talude, conforme a Figura 11. Figura 11 – Perfis do talude analisado Fonte: Concessionária Tamoios (2018). y = 0,2224x + 4,7183 R² = 0,8993 0 10 20 30 40 50 60 0 50 100 150 200 250 τ (k P a) σ (kPa) Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Civil 19 O fator de segurança, encontrado pelo método de Morgenstern & Price, para os perfis 1, 2, e 3, foram respectivamente de 0,36, 0,35 e 0,31, para a condição totalmente saturada, indicando a ruptura. De acordo com o software, a superfície de ruptura prevista nos três perfis foi do tipo rotacional, conforme ilustra a Figura 12, porém, diferente da superfície observada em campo, com características de um escorregamento translacional. Figura 12 – Superfície de ruptura crítica dos perfis. Fonte: Autores (2019). Para o fator de segurança igual a 1, ou seja, o fator deflagrador da ruptura, foi observado um escorregamento translacional, conforme Figura 13, demonstrando o que de fato ocorreu no local. Figura 13 – Fator de segurança igual a 1 nos perfis Fonte: Autores (2019). Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Civil 20 Vale ressaltar, que durante a visita foram observados rochas e tipos de solos com características diferentes, que pode alterar o fator de segurança. O método de análise adotado foi simplificado, considerando apenas um tipo de solo. 4.4 DISCUSSÃO No dia do escorregamento foi registrada uma precipitação da chuva de aproximadamente 125 mm no local (Figura 05). As chuvas neste dia e nos dias anteriores foram um dos principais fatores que contribuiu para a ruptura do solo. Uma das alternativas para minimizar a carga do solo sobre o talude é através da drenagem da água, por meio de Drenos Horizontais Profundos (DHP’s). As obras de drenagem podem ser utilizadas como um único recurso ou como complemento a outros métodos de estabilidade, porém, apesar da água ser o principal problema nesse escorregamento, outros fatores possivelmente contribuíram para a instabilidade. Segundo Carvalho (1991), a gravidade como um fator instabilizante de um talude está associada nãosó à sua inclinação, mas também à sua altura. Uma das medidas corretivas e preventivas é a adoção de retaludamento com inclinação de acordo com o material. As médias de inclinação encontrada para o perfil 1, 2 e 3, foram de 53,6º, 50,21º e 56,39º, para alturas de aproximadamente de 17, 31 e 30 metros, respectivamente. Segundo Ministério dos Transportes (1973), no Art. 39, a inclinação máxima em relação ao plano horizontal permitidas nos taludes dos cortes para terrenos com possibilidade de escorregamento ou desmoronamento é de 1:1, ou seja, significa que a cada 1 metro de avanço no plano horizontal representa 1 metro no plano vertical, atingindo uma inclinação de 45º. Em uma simulação de corte no software GeoSlope, a fim de reduzir a inclinação do talude para aproximadamente 45º, foi observado um pequeno aumento no fator de segurança no perfil 1, devido a sua altura ser inferior aos outros perfis, conforme a Figura 14, comprovando a relação entre a inclinação e a altura ter favorecido ainda mais para a instabilidade do talude. Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Civil 21 Figura 14 – Fator de segurança com mudança na inclinação do talude Fonte: Autores (2019). A Rodovia dos Tamoios adotou um sistema de segurança que consiste em bloquear a via quando a precipitação atingir 100mm em 72 horas. Analisando pelo ponto de vista social e econômico, tal parâmetro é bastante conservador, pois nem sempre os 100mm é possível gerar a instabilidade. Uma das possíveis formas de acompanhar a saturação do solo é através de equipamentos conhecidos como PCDs Geotécnicas (Plataformas de Coleta de Dados Geotécnicas). Esse equipamento é composto de pluviômetro, sensores de umidade do solo, com subsistema de energia fotovoltaica e unidade de aquisição/processamento e transmissão de dados. Entendendo o comportamento do solo de cada área de risco, pode-se então emitir alertas de risco com maior precisão. Através da análise de estabilidade de taludes é possível gerar medidas de monitoramento, aplicar obras de contenção, a fim de evitar escorregamentos. Essa análise também pode ser feita de forma regional por meio de softwares que realiza o mapeamento das áreas mais susceptíveis à ocorrência de escorregamentos, levando em consideração a topografia e os parâmetros do solo. Dois exemplos de softwares existentes para tal fim são o SHALSTAB e TRIGRS. Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Civil 22 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Esta pesquisa teve o intuito de apresentar a metodologia utilizada para identificar o fator de segurança que levou ao movimento de massa de um talude na Rodovia dos Tamoios. A identificação dos parâmetros de resistência do solo foi obtida a partir de ensaios de cisalhamento direto, na condição mais crítica, cujo resultado identificou pouca coesão e um baixo ângulo de atrito entre os grãos, facilitando o movimento de massa. A retroanálise do escorregamento mostrou que o desenvolvimento de um escorregamento translacional na região está relacionado às chuvas de grande e pequena intensidade com pouca ou longa duração, principalmente na estação do verão, onde é possível elevar a saturação do solo e reduzir os parâmetros de resistência. Através de uma simulação no software GeoSlope, a fim de identificar o efeito da inclinação e altura na estabilidade do solo, foi possível observar um pequeno aumento no fator de segurança no perfil de menor altura, ao reduzir a inclinação para 45º, indicando ainda uma instabilidade local. Sendo assim, para uma previsão de áreas susceptíveis a deslizamentos, recomendam-se estudos relacionados à obtenção dos parâmetros de resistência do solo e a análise de estabilidade na extensão da Rodovia, por meio de software de mapeamento das áreas de risco. Desta maneira, podem-se identificar as áreas que necessitam de mais atenção, sendo possível aplicar soluções disponíveis na engenharia a fim de evitar novos escorregamentos e prejuízos econômicos. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. Amostras de Solo – Preparação para ensaios de compactação e ensaios de caracterização – NBR-6457, Rio de Janeiro, 1986. _____. Solo – Análise Granulométrica – NBR-7181, Rio de Janeiro, 1984d. _____. Solo – Determinação da massa específica dos grãos – NBR-6508, Rio de Janeiro, 1984b. Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Civil 23 _____. Solo – Determinação do Limite de Liquidez – NBR-6459, Rio de Janeiro, 1984a. _____. 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