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ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA FUNCIONAL FES/REVISÃO SOBRE CONTRAÇÃO MUSCULAR Prof. Marcos Aurélio Araújo Godinho ➢ Epimísio: tecido fibroso que reveste a parte externa do músculo responsável pela transferência de tensão do músculo para o osso. ➢ Feixes musculares (fascículos): podem conter até 200 fibras musculares. ➢Perimísio: recobre os fascículos. ➢ Endomísio: recobre as fibras musculares. Nutre e inerva cada fibra (conduz capilares e nervos). Músculo esquelético ➢ Sarcolema: encontra-se abaixo do endomísio através do qual a inervação percorre. Atinge a unidade contrátil individual de cada músculo (sarcômero) pela transmissão química. Músculo esquelético O neurônio motor alfa comunica-se com a fibra muscular liberando o neurotransmissor Aco (Acetilcolina) na junção neuromuscular, a sinapse especializada entre o nervo e o músculo esquelético. UNIDADE MOTORA Músculo esquelético TIPOS DE UNIDADES MOTORAS ❖As fibras musculares Fásicas (brancas; claras) contêm poucas mitocôndrias e utilizam o metabolismo anaeróbio (sem oxigênio). Essas fibras contraem-se de maneira rápida e potente porém entram em fadiga facilmente. VELOCIDADE ❖As fibras musculares Tônicas (vermelhas; escuras) são caracterizadas por uma grande quantidade de mitocôndrias e enzimas especializadas para o metabolismo oxidativo energético. São relativamente lentas para contrair porém mantêm a contração por muito tempo sem fadiga. São músculos antigravitacionais. SUSTENTAÇÃO. ❖As unidade motoras rápidas possuem fibras brancas e as unidades motoras lentas possuem fibras vermelhas. ❖Neurônios motores rápidos tendem a gerar rajadas ocasionais de alta frequência de potenciais de ação (30 a 60 impulsos por minuto), enquanto neurônios motores lentos são caracterizados pela relativa estabilidade da atividade de baixa frequência (10 a 20 impulsos por segundo). ❖Músculos requisitados para produzirem níveis moderados de tensão por longos períodos de tempo apresentam uma alta porcentagem de fibras musculares resistentes a fadiga, já os músculos requisitados para produzirem níveis de força rápidos e altos por breves intervalos contêm uma alta porcentagem de unidades fatigáveis fortes e de contração rápida. TIPOS DE UNIDADES MOTORAS Fisiologia contrátil Deslizamento entre a actina e miosina e diminuição do tamanho do sarcômero= contração Base molecular da contração muscular Como ocorre o deslizamento de filamentos? ➢O deslizamento dos filamentos ocorre devido a interação entre o principal filamento protéico grosso (MIOSINA) e o principal filamento protéico fino (ACTINA). ➢As cabeças das moléculas de miosina expostas ligam-se as moléculas de actina sofrendo uma alteração de forma que provoca um movimento de rotação. ➢Essa rotação faz com que os filamento grosso mova-se em relação ao filamento fino. ➢As custas de ATP as cabeças da miosina desprendem-se e desconectam-se para que o processo possa se repetir. ➢Quando o músculo está em repouso, a miosina não pode interagir com a actina pois os locais de ligação da miosina na molécula de actina estão cobertos pela proteína troponina. ➢O cálcio inicia a contração ligando-se a troponina expondo assim o local onde a miosina liga-se a actina. ➢O relaxamento ocorre quando o cálcio é sequestrado pelo retículo sarcoplasmático. ELETROESTIMULAÇÃO A eletroestimulação muscular pode ser considerada uma inovação tecnológica para melhora das condições musculares em diferentes áreas ou especialidades como ortopedia, desportiva, neurologia, dermatofuncional tanto no âmbito hospitalar , ambulatorial e domiciliar. ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA FUNCIONAL- FES ➢ A estimulação elétrica funcional (FES) é uma técnica destinada a produzir contrações mediante trens de impulsos. ➢ Pode ser definida como uma ativação nervosa controlada , por meio da aplicação de uma corrente de baixa frequência para produzir uma determinada resposta em um músculo paralisado. DIFERENÇA ENTRE ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA NEUROMUSCULAR (RUSSA) X ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA FUNCIONAL (FES) CORRENTE RUSSA Estimulação do músculo através do seu nervo periférico intacto, que não apresenta distúrbios de excitabilidade elétrica, com o objetivo de restaurar, manter ou melhorar sua capacidade funcional (Corrente Russa) FES É uma forma de eletroterapia capaz de produzir contrações musculares com objetivos funcionais. Trata-se de uma estimulação de músculos desprovidos de controle motor ou com insuficiência contrátil ou “postural” com o objetivo de produzir um movimento funcional e utilizável . FES com bicicleta melhora a locomoção em pacientes com Acidente Vascular encefálico Isquêmico em fase pós aguda. O FES é aplicado para restabelecer a função neuromuscular prejudicada ou perdida, como ficar em pé ou caminhar através da aplicação de pulsos elétricos nas vias neurais ou diretamente sobre o músculo. O FES é uma modalidade de eletroterapia aplicada em músculos plégicos e/ou paréticos decorrentes de lesão do neurônio motor superior com o objetivo de executar movimentos funcionais. FISIOPATOLOGIA (Figura 1 disponível em www.slideplayer.com.br/slide/363280, acessado em 13/07/2014) http://www.slideplayer.com.br/slide/363280 Pesquisa desenvolvida USP aumenta chances de pacientes com lesão medular movimentarem membros inferiores e superiores Os eletrodos do equipamento são anexos, sem que haja qualquer tipo de intervenção cirúrgica, em pontos estratégicos dos membros superiores para gerar o movimento de esticar o braço e prender objetos com os dedos. Condições para utilização do FES: - A musculatura deverá conservar o circuito de inervação motora entre a medula e o músculo, mesmo que falte o controle central. - O paciente não deve conservar a sensibilidade na região de fixação dos eletrodos, pois a estimulação é muito intensa e sensitivamente pouco suportável. - A musculatura e nervo que será estimulado deverá ter conservado a atividade motora e nervosa. Senão a estimulação não conseguirá resposta adequada. - As correntes usadas devem ser bifásicas para evitar o componente galvânico e agressão da pele. - Os impulsos devem ser relativamente curtos, em geral menor que 1ms e frequências entre 10-50Hz . FES para dorsiflexão assistida do pé e tornozelo. FES para ortostatismo e marcha em lesões medulares FES para subluxação do ombro FREQUÊNCIAS MAIS UTILIZADAS- FES ❖ Sugere-se frequências que variam de 10 a 50Hz: ❖ F muito baixa (< 10Hz) não permite contração muscular funcional eficiente ❖ F muito elevada (>50Hz) produz fadiga muscular ❖ As indicações terapêuticas mais frequentes na técnica do FES são de pulsos com duração entre 0,2 ms e 0,5 ms. ❖ Músculos desnervados não são ativados por pulsos com duração menor que 0,1 ms ❖ Pulsos com duração superior a 0,5ms produzem sensação desagradáveis. Aos pulsos elétricos utilizados no FES são da ordem de décimos de milissegundos, que apenas conseguem produzir contração muscular por intermédio do estímulo do nervo periférico. Assim as enfermidades que acometem o neurônio motor inferior e a placa motora não respondem ao FES. As lesões cerebrais e medulares tem capacidade de responder ao FES. O FES é indicado na espasticidade leve a moderada com melhores resultados nas lesões corticais, pois relaxam os músculos espásticos por inibição recíproca (efeito imediato) e podem provocar alteração da viscoelasticidade muscular (efeito tardio). PARÂMETROS A SEREM DETERMINADOS NUM ESTIMULADOR FES 1- Rampa ou tempo de subida do trem de pulsos 2- Tempo de contração muscular isométrica 3- Rampa ou tempo de descida do trem de pulsos 4- Tempo de repouso Além destes deve-se determinar: -Largura do impulso em ms ou µs -Frequência dos impulsos em Hz -Intensidade da corrente em mA -Tempo de duração da estimulação em minutos PARÂMETROS DE MODULAÇÃO: tempo de contração ON e de repouso OFF. ❖TEMPO DE CONTRAÇÃO (TEMPO ON ) : tempo em que um trem de pulso é fornecido, ou seja, tempo que há a contraçãomuscular. Esse é o momento da contração máxima, quando ocorre o encurtamento das fibras musculares. ❖TEMPO OFF : descanso muscular. tempo entre o trens de pulso, ou seja quando cessa a contração muscular. Este tempo deve ser o dobro do tempo ON para evitar fadiga. PARÂMETROS DE MODULAÇÃO: Rampa de subida e descida. A rampa determina um aumento ou diminuição gradativa da duração do pulso e da amplitude do pulso, variando de 1 a 5 segundos. O aumento gradual é a rampa de subida (ou rise) e a diminuição é a rampa de descida (decay). Sugestão de uso de tempo de subida e descida: no início do tratamento 3 segundos e depois em uma fase mais adiantada 2 segundos. Contra indicações Osteoporose severa Limitações articulares importantes Alterações cardiovasculares ou circulatórias Lesões tróficas Intolerância ao estímulo elétrico Espasticidade severa Epilepsia MUITO OBRIGADO!!!
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