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Nutrição Animal

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2
Nutrição
Conteúdo Programático: B1
· Introdução a Nutrição Animal;
· Conceitos em Nutrição;
· Anatomia do aparelho digestivo das aves, dos monogástricos e dos ruminantes;
· Fisiologia do aparelho digestivo das aves, dos monogástricos e dos ruminantes;
· Metabolismo de carboidratos;
· Metabolismo de proteínas;
· Metabolismo de lipídeos. 
Conteúdo Programático: B2
· Alterações metabólicas que podem causar enfermidades;
· Alimentos que podem ser utilizados para a alimentação animal;
· Classificação dos alimentos;
· Alimentos de origem vegetal e seus subprodutos;
· Alimentos de origem animal;
· Princípios da formulação de rações. 
Introdução: A nutrição é a ciência que estuda a composição dos alimentos e as necessidades nutricionais de cada indivíduo, além dos processos pelos quais o organismo ingere, absorve, transporta, utiliza e excreta os nutrientes. As necessidades nutricionais podem ser definidas como as quantidades de nutrientes e de energia disponíveis nos alimentos que um indivíduo sadio deve ingerir para satisfazer suas necessidades fisiológicas normais e prevenir sintomas de deficiência.
O Brasil é o maior exportador de carne do mundo, o 1º detentor do maior rebanho comercial e 2º detentor do maior rebanho, produzindo uma carne barata, pois a base para sua produção são as pastagens. Apesar dessas vantagens, quando se analisa os índices zootécnicos gerais dos rebanhos brasileiros nota-se uma precariedade. Grande parte dos produtores atuais não apresentam tecnificação adequada para a produção, podendo levar de 3 a 4 anos para terminar bovinos. Porém, com estudo e aplicação de técnicas de manejo e nutrição isso poderia ser diminuído consideravelmente. 
Logo, a nutrição busca como objetivo principal atingir melhorias nos índices zootécnicos e trabalhar em conjunto com técnicas de melhoramento animal para aproveitar o máximo de cada indivíduo. 
É preciso atenção ao melhorar geneticamente um animal, pois com isso sobe a sua demanda nutricional. A nutrição é um fator que está diretamente ligado ao melhoramento genético. Um animal geneticamente superior não pode expressar todo o seu potencial sem uma nutrição superior, bem como um animal com nutrição superior não apresentará potencial econômico se não for geneticamente superior. 
Alia-se então o MG com a nutrição + controle do meio ambiente para garantir a sanidade da produção. 
*OBS: a nutrição busca suprir as exigências das diferentes espécies, categorias de cada espécie, idade, sexo e entre outros fatores. 
Para entender a nutrição é necessário conhecer a anatomia, a fisiologia e os aspectos bioquímicos de cada animal. 
Anotações de sala:
· Caroço de algodão (CUIDADO): alimento que não sofre processos industriais a não ser pelo calor, não tendo assim suas porções prejudiciais parcialmente eliminadas. Não é recomendado para machos reprodutores, pois causa infertilidade.
- É possível o fornecimento de caroço de algodão para machos de terminação, mas com cuidado, pois quando esse alimento é metabolizado seus constituintes começam a constituir parte da cobertura de gordura e da gordura intramuscular (marmoreio), alterando o gosto do produto. 
· O principal alimento proteico é o farelo de soja;
· O principal alimento energético é o farelo de milho;
· Animais jovens convertem grande parte do alimento em produto, por isso recomenda-se usar do melhor (creep-feeding). 
- Creep-feeding: sistema de suplementação;
· Ureia: rica em nitrogênio.
- Sua utilização de forma correta eleva o teor de proteína em 3 a 3,5% no alimento, pois os ruminantes utilizam o nitrogênio de forma eficaz. Já pré-ruminantes (filhotes) e monogástricos não. 
- Existem dois tipos de ureia, a ureia pecuária que não aceita “sujeira”, sendo vendida apenas a ureia (bolinhas brancas) e a ureia agrícola que vem misturada a outros minerais, por isso deve-se evitar o uso. 
- A ureia barateia a ração, mas deve-se ter cuidado.
· É importante conhecer a composição e o tipo de alimento (energético ou proteico).
Evolução da Ciência da Nutrição
A ciência da nutrição integra conhecimentos:
· Bioquímicos e fisiológicos relacionando o organismo animal com o suprimento alimentar de suas células. 
Para o desenvolvimento da nutrição, houve a contribuição de outras ciências básicas, além da fisiologia e bioquímica, como: física, química orgânica, genética e microbiologia.
Anotações de sala:
· A nutrição é complexa e envolve outras ciências devido à amplitude de complexidade que é o passar do alimento nos animais;
· O principal objetivo da nutrição é: nutrir as células do organismo para garantir o desenvolvimento pleno do animal.
· Além da fisiologia e bioquímica, outras ciências auxiliaram no desenvolvimento da nutrição garantindo uma maior exatidão para conseguir atender as exigências nutricionais de cada espécie e categoria dentro de cada uma dessas, acompanhando também o avanço genético nesses animais;
· Graças a essa contribuição e avanço, a nutrição hoje se encontra em um patamar elevado permitindo até a formulação de esquemas de nutrição para diferentes categorias dentro de uma mesma espécie, por exemplo:
- Machos têm exigências nutricionais diferentes de fêmeas, assim como filhotes tem exigências diferentes de fêmeas gestantes e assim por diante.
Princípios Básicos da Produção Animal
Os princípios da produção animal são baseados em 3 pilares:
· Genética
· Higiene – Manejo (Sanidade)
· Alimentação (Nutrição)
Anotações:
· Sem os pilares não há produção. A genética cuida não só do melhoramento genético do individuo, mas também em melhorias no meio em que esse indivíduo vive, permitindo uma melhor adaptação do animal. A nutrição é a base para todos os pilares e, sem ela, um indivíduo geneticamente superior não tem capacidade de expressar seu máximo potencial, o oposto também é válido. 
· É fato que, quanto melhor o animal (geneticamente superior) maior é a exigência nutricional.
· Cuidar da genética e da alimentação é importante, mas não se deve deixar de lado a sanidade. Essa é uma questão que vem sendo deixada de lado quando se trata de grandes animais, mas em pequenos (aves) os procedimentos de sanidade são realizados de maneira correta e bem definidos. Portanto, os três pilares devem atuar em conjunto!
· “É importante conhecer o potencial genético dos animais” – Exemplo:
Em uma fazenda A, uma vaca produz 25 kg de leite. É certo que, nessa fazenda A, as condições nutricionais e ambientais são favorecidas para que esse animal possa expressar o máximo de sua genética. 
Um proprietário da fazenda B decide então adquirir a vaca da fazenda A e alimentá-la com pastagem de qualidade. Entretanto, em sua fazenda (B) a vaca produziu apenas 13 kg de leite. Ou seja, nem mesmo a melhor pastagem poderia fazer com que a vaca apresentasse seu melhor potencial, é necessário então adotar técnicas e complementar a nutrição desse animal para que se chegue ao mesmo nível que na fazenda A. 
· Na alimentação dos ruminantes, um grande problema para prover uma nutrição adequada e fechar o balanceamento é a energia, já que a proteína é conseguida de maneira fácil. 
· Não existe alimento que se nivele ao farelo de soja (proteína) e ao milho (energia), portanto, é muito difícil substitui-los, principalmente em monogástricos.
 - O farelo de soja é rico e balanceado em aminoácidos, importante para os monogástricos (principalmente).
 - É possível substituir o milho pelo sorgo ou farelo de algodão, mas não será a mesma coisa. Além disso, o sorgo tem pouca disponibilidade quando comparado ao milho e tem princípios tóxicos. 
Nutrição
É o estudo dos processos que envolvem a ingestão, digestão e absorção dos nutrientes dos alimentos pelos animais para sua manutenção, crescimento, reparo do organismo, produção e reprodução.
“É a ciência que estuda os problemas da alimentação ou arraçoamento tendo por base o conhecimento das necessidades nutritivas do organismo, em função de sua espécie, de sua idade, de seu sexo e de suas produções.”
Digestão: compreende os processos químicos e físicosque são responsáveis pela transformação do alimento em seus nutrientes e os mecanismos de transporte até o intestino. 
Anotações:
São vários os processos que acontecem após a ingestão do alimento:
· Ingestão digestão absorção excreção;
· Cada animal apresenta uma exigência diferente, assim como cada categoria. 
· Quanto a gestações: o 1/3 final da gestação é a fase mais importante que compreende 70% do desenvolvimento fetal, independentemente da espécie. Com esse crescimento fetal, o trato gastrointestinal fica comprimido e a capacidade de conter alimentos fica menor, logo, é preciso fornecer uma alimentação em pequena quantidade, mas com alta qualidade. 
- É importante a adição de fibras de qualidade nessa época, pois a fibra favorece a passagem do alimento pelo trato gastrointestinal, principalmente quando se trata de monogástricos.
- Em equinos aconselha-se feno (de qualidade superior).
· O sal proteinado, quando administrado para ruminantes, auxilia no aumento da flora de microrganismos (bactérias, principalmente) no trato digestório dos animais, aumentando o aproveitamento do alimento. Não auxilia na engorda (diretamente).
· SÓ o sal branco não deve ser utilizado na suplementação de nenhum animal, pois só fornece sódio e cloro (NaCl). 
· O sal mineral é essencial e deve ser administrado todos os dias. A adição de sal branco junto ao sal mineral auxilia na regulação do consumo, pois torna o sal mineral menos palatável (amargo), assim o animal ingere somente o necessário. 
· A digestão é a quebra das macromoléculas dos alimentos em moléculas menores para serem absorvidas. Caso não haja a quebra das macromoléculas, não há absorção. 
- Alguns animais possuem a enzima amilase salivar que já realiza a primeira digestão do amido (carboidrato) na boca e ao longo do esôfago.
Absorção: envolve processos químicos e físicos relacionados com o transporte dos nutrientes pela membrana do intestino e seu transporte até a circulação sanguínea ou linfática.
Excreção: é a eliminação das partes dos alimentos não absorvidos ou dos resultados das reações metabólicas.
Digestão e absorção são processos complementares!
Anotações
· Nas duas porções finais do intestino delgado (jejuno e íleo) é onde ocorre a maior parte da absorção de nutrientes.
O nutricionista ao elaborar um regime alimentar, tem de pensar em termos de nutrientes em vez de pensar nos alimentos que os integram. Hoje os nutrientes que nós conhecemos são os seguintes:
· 12 aminoácidos essenciais (não sintetizados pelo organismo);
· 17 vitaminas;
· 15 ou mais minerais;
· Ácidos graxos (lipídeos);
· Glicídios (carboidratos). 
Anotações
· Ruminantes conseguem produzir algumas vitaminas do complexo B e K. Conseguem captar vitamina A do pasto verde e vitamina D do sol. Os monogástricos devem receber as vitaminas na alimentação. 
· Aves devem ser fornecidos o milho + uma fonte adicional como óleo ou gordura animal.
· Quando se trata de alimentação, principalmente em aves, é muito mais difícil alimentar os monogástricos, pois existem vários detalhes que podem atrapalhar o andamento do regime, já que se trabalha com os aminoácidos.
· Quando se trata de ruminantes, o que é avaliado é a proteína bruta. 
Continuação
A alimentação implica em aspectos que lhe são próprios:
· Os alimentos não devem conter substâncias nocivas: fosfatos de rocha (não deve conter flúor, principalmente quando se trata de monogástricos) e ureia (não devem apresentar nitratos). Faz-se necessário a precaução ao usar ureia tanto agrícola quanto pecuária, entretanto é maior a atenção virada para a ureia agrícola, pois essa vem em conjunto com outros minerais, podendo causar um desbalanceamento no animal se utilizada de maneira incorreta. 
· Os alimentos devem ser adaptados às particularidades anatômicas e funcionais dos animais aos quais são destinados, particularmente muito diferentes de uma espécie para outra. 
Ex (errado): alimentos fibrosos para animais monogástricos, alimentos com altos níveis de gordura para ruminantes, ureia para não-ruminantes e monogástricos (extremamente tóxica). causam problemas. 
Anotações
· Alimentos devem servir aos animais de acordo, principalmente, com os princípios anatômicos e fisiológicos de cada individuo. Não devem conter princípios nocivos à saúde animal. 
· Quanto à alimentação fibrosa para animais monogástricos: monogástricos herbívoros não apresentam problemas quanto a isso.
· Cuidado: alimentos com alto teor de concentrados para ruminantes causa alta fermentação, podendo levar a um quadro de timpanismo. 
· Uso incorreto da ureia tanto para monogástricos (não se usa) quanto para ruminantes (usa-se com critério) tóxica e se acumula no fígado, ultrapassando a taxa de metabolização, podendo levar a óbito.
 - A utilização de ureia com ruminantes deve ser feita gradualmente para que haja uma adaptação da flora de microrganismos ruminais. 
 - Além disso, ao administrar ureia, é preciso administrar em conjunto um alto teor de energia que pode ser liberada na mesma velocidade que a ureia é metabolizada. Em ruminantes o alimento que mais fornece energia é o capim (excluindo o milho), entretanto a fibra do capim demora para ser metabolizada, por isso faz-se necessário uma fonte adicional de energia pronta milho (amido) ou melaço, dando preferencia ao milho. 
A escolha dos alimentos é igualmente orientada pelas considerações de ordem:
· Econômica;
· Possibilidade de reabastecimento;
· Custos dos alimentos.
*OBS: podem prejudicar a produção e a distribuição do alimento se não avaliados corretamente. 
Anotações
· É certo que é importante avaliar o valor nutricional de um alimento que se pretende fornecer para seus animais, porém vale ressaltar que não se deve deixar de lados às considerações econômicas, possibilidade de reabastecimento e o custo dos alimentos. 
· Ordem econômica: deve-se adquirir o alimento em conjunto (associações) para melhorar o custo ou adquiri-los em épocas de safra, onde a oferta é alta e o preço é baixo aumenta a margem de lucro. 
· Possibilidade de reabastecimento: ao reabastecer, é importante comprar grandes quantidades em poucas compras: pode se mostrar um problema em sistemas de confinamento, nos quais o animal recebe a alimentação que está no estoque a muito tempo (perde a qualidade) e posteriormente recebe uma alimentação recém-comprada, causando desbalanceamento no desenvolvimento.
“Devemos lembrar que o animal doméstico preferencialmente deve ser um transformador de alimentos não utilizáveis ou dificilmente utilizáveis pelo homem.”
Anotações:
Um dos grandes problemas da nutrição animal é que, principalmente quando se trata de suínos e aves, a alimentação desses animais usa os mesmos constituintes usados pelos humanos, o que acarreta em um alimento de alto custo. Em relação à ruminantes é mais fácil se desviar desse problema, sendo que para eles os alimentos mais baratos são as pastagens. 
Todo alimento usado pelos animais e pelos humanos em conjunto custa mais!
Alimentos – Definição
LEMERY – “Tudo o que é capaz de reparar a perda das partes sólidas ou fluídas de nosso corpo (corpo animal) merece o nome de alimento”.
CLAUDE BERNARD – “O alimento é uma substancia tomada de um meio exterior, necessária à manutenção dos fenômenos do organismo vivo e a reparação das perdas do mesmo organismo”.
DASTRE – “Chama-se alimento tudo o que leva ao organismo a matéria e a energia que lhe são necessárias”. 
As definições acima são ditas como incompletas, pois elas admitem a existência de alimentos completos (alimentos únicos), os quais não existem na natureza. 
“Estas definições, no entanto, são imperfeitas, pois levam a concluir a existência de substâncias que, tomadas individualmente, são capazes de manter a vida, o que é o mesmo que admitir a existência de alimentos completos. Não existem alimentos naturais completos.”
“A alimentação dos organismos animais exige a associação de diversos alimentos em uma ração. Nem o leite, nem os ovos, nem o milho e nem mesmo o farelo de soja são alimentos completos.”Assim mais certa será a definição dada por JACQUOT: “alimento é uma substância que, consumida por um indivíduo, é capaz de contribuir para assegurar o ciclo regular de sua vida e a sobrevivência da espécie à qual pertence”. 
*OBS: Uma determinada substância pode ser alimento para um animal ou para uma dada espécie, mas pode deixar de ser alimento para um outro animal ou outra espécie. Ex: ureia funciona para ruminantes, mas não funciona para monogástricos e não ruminantes. 
História da Nutrição
· Antoine Laurent Lavoisier (1760): considerado o pai da Nutrição, introduziu o termômetro e a balança nos estudos de nutrição e através dos seus experimentos utilizando a calorimetria, verificou que parte do calor animal era originário da combustão de substâncias no organismo, concluído em suas expericnais que a respiração e a combustão eram processos semelhantes. 
· William Beaumont (1833): descreveu o suco gástrico e identificou o HCl, notou movimentos do estômago e verificou o efeito da emoção do homem sobre a secreção e motilidade gástrica. Estes trabalhos sugeriram o uso de fístulas em animais para os estudos de digestão realizados posteriormente;
· Johan Kjeldahl (1883): 	descobriu um método rápido para se determinar o valor nitrogenado dos alimentos. A partir desta data houve um grande avanço nos estudos de nutrição protéica. Com isso surgiu o método de determinação do N.
Evolução da Nutrição de monogástricos no Brasil 
· Primeira fase - somente a partir da década de 60 surgiram as dietas balanceadas no Brasil 
· Segunda fase (entre 1960 e 1970) - caracterizada com a entrada de grandes indústrias de rações
- Principalmente as multinacionais;
- Produção de rações homogêneas com mesmo padrão para garantir um desenvolvimento igual entre animais de mesmo grupo. 
· Terceira fase - correspondeu a expansão da produção de milho e soja, proporcionando maior estabilidade às rações balanceadas. 
- Com a produção acentuada de rações, houve a necessidade da produção de constituintes para essas rações, sendo o milho e a soja os principais. Com a produção de soja, consequentemente, houve um aumento das refinarias do pais, que utilizam o óleo extraído da soja.
Outra fase poderia ser considerada ainda: o uso da programação linear no cálculo das rações de Nutrição.
- Facilitando o manejo nutricional. 
A criação de animais é importante por vários aspectos:
1. Os animais fornecem nutrientes essenciais;
2. Animais produzem proteína de qualidade superior à dos vegetais;
3. Utilizam forragens como alimentos, bem como aproveitam nitrogênio não proteico e subprodutos alimentares;
4. Os consumidores têm maior preferencia pelos produtos de origem animal;
5. Apresentam alta produção em pequenas áreas (suínos, peixes e aves) – monogástricos, principalmente, devido à facilidade de colocar muitos animais em uma pequena área. 
Vale ressaltar que não só a proteína animal é essencial para humanos, mas também as fibras, que facilitam a locomoção do bolo alimentar pelo trato gastrointestinal e diminui a absorção de gorduras. 
Nutrição Animal – Glossário
Alimento: é toda a matéria suscetível de ser transformada e aproveitada pelos animais, sustentando lhe a vida, a saúde, a reprodução e a produção;
Nutriente: é o componente do alimento representando uma entidade química, que entra no metabolismo celular e concorre para a manutenção da vida;
Alimentação: refere-se à ingestão ou a administração de alimento - *OBS: o manejo alimentar é diferente para cada espécie e, dentro de cada espécie, é diferente para cada categoria. 
Conversão alimentar: é a capacidade do animal de converter a ração ingerida em uma unidade de produto animal. É dada em proporção (x:1). 
C.A. = Consumo de alimento / ganho de peso.
C.A. Suínos: 1,8 a 2,63 (variações de categorias – leitões, adultos, lactantes, gestantes...);
Aves de corte: 1,8:1 ou seja, precisam consumir em torno de 1,8 kg de alimento para converter 1 kg de produto (carne);
Bovinos de corte/confinamento: 5,3:1 ou seja, precisam consumir em torno de 5,3 kg de alimento para converter 1 kg de produto (carne) – A grande variação depende da qualidade do alimento oferecido e também da espécie e categoria animal.
Tilápia: 1:1 eficiente conversão alimentar. 
A conversão alimentar é um dos pontos mais importantes no melhoramento genético de animais de produção.
*IMPORTANTE: A conversão alimentar dos diversos animais varia de acordo com a espécie (!), raça (!), sexo (!), idade (!) e estado fisiológico (!). 
*IMPORTANTE: quanto MENOR for a conversão alimentar MELHOR será. Ex: um animal necessita consumir 6 kg de ração para converter 1 kg de produto, enquanto que outro consome 3 kg para converter os mesmos 1 kg. O segundo animal tem uma conversão alimentar melhor. 
Eficiência Alimentar: é a quantidade de produto animal obtida por uma quantidade unitária de alimento. É dada em porcentagem:
E.A.: ganho de peso / consumo de alimento x 100.
*IMPORTANTE: quanto MAIOR for a eficiência alimentar, MELHOR o aproveitamento dos alimentos pelos animais. 
Dieta: indica os componentes de uma ração, ou seja, é o ingrediente ou mistura de ingredientes, incluindo água, a qual é ingerida.
Dieta basal: é a dieta comum utilizada em experimento animal à qual é adicionada uma (s) substância (s) experimental (ais). é a dieta + incremento de teste. 
Exigência nutricional: é a quantidade de cada nutriente requerida por determinada espécie e categoria animal, para que sua manutenção, produção e reprodução sejam eficientes. 
Digestibilidade: é o coeficiente de absorção de um nutriente, sendo em geral expresso como porcentagem do que foi retido em relação ao que foi ingerido.
Ganho médio diário: é a média diária de incremento de ganho de peso de um animal muito usada para animas em confinamento e aves. 
Metabolismo: é o conjunto das atividades celulares em um organismo – anabolismo (síntese) + catabolismo (degradação).
- Catabolismo: degradação ou redução de substancias complexas a substâncias mais simples pelas células vivas (metabolismo destrutivo);
- Anabolismo: é a conversão de substâncias simples em substâncias mais complexas pelas células vivas (metabolismo construtivo). 
Principais nutrientes
· Proteínas: são macromoléculas biológicas constituídas por uma ou mais cadeias de aminoácidos. 20 aminoácidos essenciais:
- Valina; - Leucina;
- Triptofano; - Prolina;
- Isoleucina; - Metionina;
- Fenilalanina; - Alanina;
- Treonina; - Glicina;
- Asparagina; - Glutamina;
- Cisteína; - Serina;
- Tirosina; - Arginina;
- Histidina; - Lisina;
- Ácido Glutâmico; - Ácido Aspártico.
· Carboidratos: são divididos em carboidratos estruturais (compõe fibras) como amido, celulose, hemicelulose e lignina; e não estruturais como açucares simples (dissacarídeos e monossacarídeos) como sacarose, lactose, celobiose, glicose, frutose, manose, galactose...
· Lipídeos: ácidos graxos e ácidos graxos essenciais – oleico linoleico linolênico araquidônico. 
- O ácido oleico é um ácido graxo essencial, ômega 9, o qual participa do nosso metabolismo, desempenhando um papel fundamental na síntese dos hormônios.
- O ácido linoleico é um ácido graxo essencial na dieta humana, sendo percursor do ácido araquidônico.
· Vitaminas: lipossolúveis A, D, E e K; hidrossolúveis complexo B e vitamina C. 
· Minerais: macro minerais Ca, P, Mg, Na, Cl, S, K;
- Micro minerais Cu, I, Fe, Mn, Se, Zn, F, Mb, Ni, V, Cr, etc;
· Água: indispensável para a vida. 
Água
A água pode ser considerada o nutriente mais crítico. A privação de água para os animas é mais grave do que a falta de carboidratos, proteínas e outros nutrientes. 
É constituinte essencial para a estrutura das células, além de ser meio para as reações químicas do metabolismo. 
Anotações:
· A água é essencial para a reposição hídrica celular constante.
· É indispensável para as reações metabólicas que ocorrem a cada segundo no organismo animal, tanto para as reações de catabolismo (quebra) quanto para as reações de anabolismo (síntese).
· Em proporção ao metabolismo, se compararmos um frango comum touro, o frango necessita de muito mais água que o touro, pois seu metabolismo é muito mais acelerado, necessitando, portanto, de mais ‘combustível’. 
· É importante ressaltar que, assim como há um aumento da exigência nutricional quando se melhora geneticamente um animal, também há um aumento da exigência hídrica esse animal. 
O animal pode perder praticamente toda gordura corporal, metade das suas proteínas orgânicas e aproximadamente 40% do seu peso e manter-se vivo, no entanto, se perder apenas 10% de água, ocorrerá transtornos que levam a sua morte falecimento das funções celulares é importante a reposição diária. 
Características e Funções da Água
· A água é um nutriente.
· É o maior constituinte do corpo de todos os animais
- Dos 100% da agua presente no organismo, 65 – 70% encontram-se intracelular e 35% encontram-se extracelular. 
- É evidente a importancia da água para a mantença celular.
· O animal pode sobreviver 50 dias sem comer, mas perece após 4 dias sem água, em média. 
· Exerce ação lubrificante e de proteção nas articulações principalmente contra impactos leves.
Características Gerais da Água
· Dissolve a maioria das substâncias ingeridas ou produzidas (eliminação de toxinas) sem H2O as reações metabólicas não ocorrem.
· Transporta substâncias orgânicas (principalmente o oxigênio).
· Regula a temperatura corporal.
· É constituinte principal dos líquidos orgânicos
- Liquido Sinovial: encontrado nas articulações e bainhas tendíneas. 
- Humor Aquoso: preenche o espaço existente entre a córnea e a íris, permitindo a visão nítida. 
- Líquido Cefalorraquidiano: age como um amortecedor para o córtex cerebral e a medula espinhal.
- Líquido Amniótico: fluido que envolve o embrião, preenchendo a bolsa amniótica – proteção. 
Fontes de Água
· Água Bebida (deve ser de alta qualidade): é a principal fonte de água para os animais, devendo ser limpa e livre de contaminações.
· Água Metabólica: refere-se à água formada durante o processo de oxidação dos H2 contidos nas moléculas de proteínas, carboidratos (a quebra dos carboidratos gera maior quantidade de água que gorduras e proteínas) e gorduras em nível de metabolismo orgânico, responde por 5 a 10% das necessidades diárias de mantença dos animais. 
Demonstração da Produção de Água Metabólica
Oxidação da Glicose (carboidrato)
C6H12O6 + 6O2 6CO2 + 6H2O + energia
Pesos moleculares: glicose = 180
6H2O = 108
Água metabólica (%) = 108/180 x 100 = 60%
· Água Coloidal: representa a agua presa nos alimentos. Os alimentos suculentos possuem alto teor de água que contribui para o atendimento das necessidades diárias do animal. Ex de alimentos suculentos: cana-de-açucar, Napier...
Fatores que afetam a ingestão de água
· Temperatura e umidade relativa do ar: o aumento da temperatura ambiente leva a um incremento no consumo de água.
- Quanto maior a temperatura, maior será a ingestão de água;
- Quanto maior a umidade relativa do ar, menor será a ingestão de água;
· Função Fisiológica: porcas em lactação exigem mais água do que as gestantes e, estas mais do que os leitões em crescimento. O mesmo vale para vacas em lactação e vacas secas. 
· Espécie Animal: as aves exigem menor quantidade de água do que os mamíferos em percentagem do peso vivo.
 
· Idade do animal: o consumo de água aumenta com a idade, porém decresce em relação ao peso vivo.
- o consumo de água decresce em relação ao peso vivo porque depois de certa idade o animal não deposita mais massa muscular, e sim gordura, a partir desse momento a necessidade de água cai. 
- Um animal jovem precisa repor a água mais rapidamente que um animal adulto. 
· Consumo de matéria seca: diretamente relacionado com a ingestão de água. Quanto mais matéria seca for ingerida, maior a quantidade de água necessária para metaboliza-la. 
· Fatores Dietéticos: relacionados à água nos alimentos.
- Altos níveis de conteúdo de água nos alimentos reduz a ingestão de água;
- Dietas contendo altos níveis de sal aumentam o consumo;
- Dietas ricas em proteínas aumentam a ingestão necessidade de metabolização dessas proteínas. 
· Atividade Física: aumenta a necessidade para que a evaporação produza resfriamento. 
· Qualidade de água: uma água de boa qualidade deve ter menos de 2500 mg/l de sólidos dissolvidos.
- Água contendo 1g/l de sulfatos pode causar diarreia não é grande problema nessa região;
- Níveis de 100 a 200 ppm de nitratos são potencialmente tóxicos.
- Quanto mais ‘suja’ a água, maior terá de ser a ingestão para saciar o animal. 
Perda de Água do Corpo Animal
a. Fezes
- Varia com a espécie: algumas espécies produzem fezes muito secas (camelos, carneiros...).
- Diarreia: resulta em severa perda de água.
b. Urina
- É necessário 12 g de água para excretar 1 g de proteína digerida.
- É necessário 40 g de água para excretar 1 g de minerais ingeridos.
c. Pulmões
- O ar expirado é saturado de água.
d. Pele
- Perspiração perda insensível, ocorre em todos os animais.
- Sudoração não ocorre em todos os animais. 
Necessidade de Água
A – Bovinos de Corte
1 – Novilhos (+ 2 anos), 45 lit./ cabeça/ dia.
8 a 9 lit / 100kg/ peso vivo.
3 a 8 lit / kg de M.S / dia.
B – Bovino de Leite
1 – Vacas Leiteiras, 3,0 a 4,0 lit/ kg de leite / dia.
40 a 140 lit / cabeça / dia.
C – Ovinos
1 – Em pastagens, 3,5 a 4 litros por cabeça/dia – clica temperado (menor consumo), 5,0 a 6,0 por cabeça/dia clima quente.
2 – Em estabulação, 2 litros de água/Kg de MS consumida.
3 – Ovelhas em lactação, 3 litros de água/KG de MS consumida. 
D – Equinos
1 – Adultos, 30 a 45 lit/ cabeça /dia.
2 a 3 lit./kg M.S. ingerida / dia.
2 – Éguas em lactação, 57 lit/ dia.
3 – Animais em trabalho, 58 a 80 lit./dia garante resfriamento mais rápido.
E – Suínos
1 – Leitões em terminação, 07 litros água / 100 kg peso / dia. leitões terminam com 100 a 150 kg.
2 – Marrãs em lactação, 14 a 32 lit/ dia.
3 – Leitões em crescimento, 20 litros de água / 100 kg peso / dia.
F – Coelhos cunicultura. 
1 – 0,25 a 0,75 lit/ dia.
2 – Fêmeas pouco antes do parto (1 litro) principalmente devido à quantidade de leite que será produzida.
3 – Fêmeas com 8 láparos (3 semanas) ingerem de 1 a 1,25 litros. 
G – Aves
· Corte (até 8 semanas) – 1,6 a 1,8 1/Kg de ração;
· Corte (até 16 semanas) – 2,4 1/Kg de ração;
· Frangas (16 a 22 semanas) – 166 ml/dia
· Poedeiras (auge da postura 90%) – 306 ml/dia. 
Sistemas de Fornecimento de água para os animais e redução do desperdício
A produção animal sustentável não compreende que os animais tenham livre acesso às fontes naturais de água rios, lagos, lagoas, açudes podem estar contaminados. 
Animais criados a pasto ou em sistemas de produção extensivos (grande área) devem ser restringidos quanto ao acesso a cursos de água, fonte e lagoas ideal: agua de qualidade de mina ou poço artesiano. 
Independentemente da espécie animal o fornecimento de água deverá ser em bebedouros com vazão adequada à espécie e idade animal cuidado com animais jovens: podem se afogar – acontece principalmente com cordeiros e bezerros. 
Os bebedouros devem ser dispostos de maneira a permitir o fácil acesso aos animais, com altura, vazão e pressão corretamente reguladas. Devem ser inspecionados diariamente e dependendo da espécie animal, isto deve ocorrer mais de uma vez por dia. cuidado com bebedouros de cimento ou concreto, pois acumulam resíduos no fundo, contaminando a água. 
Bebedouros de cimento e concreto devem ser limpos a cada 15 dias da seguinte maneira: esvaziá-los e esfregar com escovão, passar duas mãos de cal (preserva mais) e encher novamente. Os reservatórios de fibra podem ser limpos com buchas.
Os bebedouros devem ser mantidos sempre limpos, especialmente os modelos tipo cocho ou concha, que favorecem o acúmulo de água e de restos de ração, favorecendo a manutenção e crescimento de microrganismos. 
*OBS: em reservatórios em que a reposição de água não é constante, é interessante o uso de peixes para controle da população de larvas de mosquitos (tilápia, lambari) não há alteração significante na qualidadeda água. 
Digestão – Sistema Digestivo
A. Generalidades
1. Os alimentos se apresentam em formas combinadas de macromoléculas que, para serem usadas pelo organismo precisam ser transformadas em formas menores e absorvíveis. 
2. Digestão: conjunto de processos que os alimentos sofrem indo desde a ingestão, transformações ao longo do tubo digestivo, até a eliminação dos resíduos não absorvidos. 
3. O trato gastrointestinal é a passagem do alimento que vai da boca ao ânus através do qual o alimento passa após ser consumido e onde ele é submetido a vários processos digestivos. 
- Os vários órgãos, glândulas e outras estruturas envolvidas são concebidas para a procura, preensão, mastigação, deglutição dos alimentos e digestão, absorção e excreção dos nutrientes. 
- Duodeno: campo de digestão varias enzimas dos sucos digestivos;
- Jejuno e íleo: campo de absorção.
- Suínos possuem o trato gastrointestinal que mais se assemelha ao dos humanos. 
Termos associados com o estudo da digestão animal
1. Preensão: captação dos alimentos ou da água.
2. Mastigação: redução das partículas alimentares, geralmente através da trituração.
3. Deglutição: ato de engolir.
4. Regurgitação: é o ato de levar os alimentos não digeridos do rúmen para a boca através de movimentos anti-peristálticos para que estes alimentos sejam novamente mastigados e posteriormente deglutidos característica de ruminantes.
B. Processos Físicos da Digestão
1. Preensão dos alimentos: varia conforme a espécie.
Cavalos: capta a forragem com os lábios, prendendo o pasto/ração com os incisivos e cortando-o através de um movimento lateral da cabeça seletivo, porém perde para ovinos quanto à seleção. 
Ruminantes: colhem o pasto com a língua (bovinos – dieta não tão eficaz) ou com os lábios (ovino e caprino), o levam a boca e cortam ou arrancam através de pressão dos incisivos inferiores contra a almofada (estrutura rígida no local dos incisivos superiores). Os ovinos são a espécie mais seletiva, principalmente pelo fato dos lábios serem fendidos. 
Carnívoros: pegam o alimento com os incisivos e molares e cortam ou arrancam pedaços. No caso de alimentação pastosa temos maior participação da língua e dos lábios. Para ingestão de líquido usam a língua não apresentam muita mastigação. 
Suínos: utilizam o focinho para busca e preensão dos alimentos que com movimentos dos lábios e da língua são introduzidos na boca. Os alimentos líquidos são absorvidos por sucção, através do acoplamento do lábio inferior com o superior. 
Aves: feita exclusivamente com o bico, sendo os alimentos ingeridos e deglutidos através de movimentos bruscos da cabeça, auxiliados pela força da gravidade. 
2. Mastigação: tem a função de diminuir o tamanho (fragmentar) dos alimentos para facilitar a deglutição dos mesmos. 
Carnívoros: cortam e trituram os alimentos.
Herbívoros: moem e trituram os alimentos.
Ruminantes: apresentam 2 mastigações: 1ª rápida não eficiente após preensão dos alimentos e 2ª lenta e eficiente após a regurgitação do conteúdo ruminal. 
3. Deglutição: os alimentos após passarem pela trituração e serem insalivados (independentemente da espécie – todos tem saliva), são deglutidos. 
Funções do Trato Gastrointestinal
a. Fornecer ao organismo de forma continua água e nutrientes;
b. Armazenar o alimento por um período de tempo (algumas espécies armazenam mais – ruminantes, outras menos – equinos – estomago pequeno);
c. Preparar os alimentos para absorção de seus nutrientes;
d. Absorção dos produtos da digestão;
e. Eliminação dos produtos não digeridos. 
Tipos de Digestão
Carnívoros e onívoros (monogástricos): Enzimática.
Herbívoros: Enzimática (dependendo da espécie, começa na boca ou estomago) e microbiana (espécies com ceco e cólon funcional). 
Ruminantes: Microbiana (rúmen) e Enzimática (abomaso) 
C – Digestão – Sucos Digestivos
1. Saliva: não é propriamente um suco digestivo. É a primeira secreção liquida que atua sobre os alimentos. Secreção mista produzida pelas glândulas salivares parótidas. 
Funções:
- Principalmente função mecânica, fornecendo água e mucina para formação do bolo alimentar, umedecendo e lubrificando os alimentos para facilitar a deglutição. 
- Atua na digestão do amido (algumas espécies possuem amilase salivar) ruminantes e carnívoros não têm a amilase na saliva. 
- Dissolver partículas alimentares.
- Proteger o organismo contra agentes patogênicos (enzimas anti-bacterianas).
- Ação anti-timpânica e anti-espumante.
- Ação tamponante nos ruminantes (fosfato e carbonato) favorecendo a manutenção do pH (evitando acidose) é importante para a sobrevivência dos microrganismos ruminais mantem o ambiente ruminal temperatura, sem O2 e com pH adequado. 
Sua secreção é aumentada por vários estímulos, por ação reflexa, tais como:
· Tipo e cheiro dos alimentos;
· Quantidade de água do alimento;
· Mastigação;
· Presença de sais e ácidos na dieta. 
*OBS: boca espumando e salivando demais indica intoxicação.
*OBS: timpanismo: acúmulo de gases no lado esquerdo do rúmen. 
· Tem pH de 8,4 (Bovinos), 7,3 (Suínos), 7,5 (Cães) e 7,6 (Equinos). 
A amilase salivar ou ptialina está presente na secreção salivar de alguns animais (exceto cães, gatos e ruminantes), atuando sobre o amido (carboidrato), reduzindo-o para uma porção menor denominada maltose. Esta enzima está ausente na saliva do cão, do gato e dos ruminantes. 
Devido ao baixo pH estomacal (2,0) a digestão dos carboidratos é interrompida, pois as enzimas que atuam quebrando o carboidrato não ‘funcionam’ no estômago. 
*OBS: a mucina garante viscosidade a saliva e é encontrada também revestindo o epitélio estomacal, protegendo-o contra o pH ácido. 
Os ruminantes produzem uma grande quantidade de saliva tendo esta, uma grande capacidade tampão (Na2H3PO4) 250 g dia/bovinos. 
A capacidade tampão é a propriedade da saliva em manter o seu pH constante a 6,9 – 7,0, graças aos seus tampões, mucinato, mucina , HCO3/H2CO3 e HPO4-/H2PO4, que bloqueiam o excesso de ácidos e bases principalmente devido à grande concentração de bicarbonato e fosfato.
A quantidade de saliva/dia produzida pelos bovinos é de 50 a 150 L, tendo função de proporcionar o pH ideal para microrganismos ruminais oscilações no pH ruminal (6,8) podem prejudicar as funções da microbiota se o pH do rúmen está baixo, há maior produção de saliva quando a saliva não consegue suprir essas alterações, há um quadro de acidose, que pode ser problemático, principalmente para vacas leiteiras de produção. 
Particularidades do Processo Digestivo dos Monogástricos
- Estes são animais, tais como os suínos, cavalos, cão, gato e aves, que tem um estomago com um só compartimento. 
- Os animais monogástricos, de um modo geral, não podem fazer uso adequado de alimentos fibrosos. 
- Exceção: equinos e o coelho, por meio de processos de fermentação produzidos pelas bactérias presentes no seu ceco e no seu cólon (funcionais) são capazes de utilizar estes alimentos de modo satisfatório aproveitam parte dessa fibra para gerar energia. 
· A fermentação da fibra produz AGV (ácidos graxos voláteis – convertido em energia) além de produção de vitaminas do complexo B e K. Devido a isso, o fornecimento de vitaminas não é tão problemático em ruminantes, já que a fermentação ocorre constantemente e muito intensamente, sendo que a ingestão de capim e feno verde permite a síntese de proteínas importantes pelos ruminantes. 
1. Sistema Digestório dos Suínos
1.1. Boca: possui três órgãos acessórios:
- Língua: apreensão, mistura do bolo alimentar e deglutição.
- Dentes: apreensão e mastigação.
- Glândulas salivares: três pares de glândulas que secretam saliva. 
1.2. Esôfago: é um tubo muscular oco que transporta a ingesta da boca para o estomago. O material ingerido é movimentado através de “ondas peristálticas”.
- Suínos possuem via esofágica unidirecional crânio => caudal. 
- Esôfago não apresenta secreções glandulares, apenas conduz o alimento da boca para o estômago. 
1.3. Estômago: funções
- Armazenagem de alimentos.
- Quebra física dos alimentos.- Secreção de suco digestivo: HCl, pepsina e Renina, sendo a ultima encontrada principalmente em animais que estão amamentando. 
- O estômago contem um pH em torno de 2,0 (interrompe a digestão de carboidratos).
- O material que deixa o estomago é denominado de quimo (deve haver a liberação de algumas substâncias para inibir o baixo pH e evitar lesões intestinais). 
1.4. Intestino Delgado: é dividido em três seções
- Duodeno: 1ª seção recebe secreções (do pâncreas, fígado (bile) e parede intestinal) e é também o sitio ativo da digestão (finaliza a digestão das proteínas e carboidratos). 
- Jejuno: é a seção media; muito ativa na absorção de nutrientes.
- Íleo: seção terminal; muito ativa na absorção de nutrientes. 
As paredes do intestino delgado são revestidas por uma série de projeções em forma de dedos de luva denominados vilosidades que servem para aumentar a superfície de absorção. O pH do intestino delgado está em torno de 6,0 a 7,0. 
Na porção do duodeno, as vilosidades são mais compridas, enquanto que na porção de jejuno e íleo elas ficam mais achatadas, aumentando a área de absorção. 
1.5. Intestino Grosso: é dividido em três seções
- Ceco: é a 1ª seção de tamanho variável nas diferentes espécies e pouco funcional no suíno (aproveitam pouca coisa das fibras).
- Cólon: seção média, sendo a parte mais larga do intestino grosso.
- Reto: última seção. 
- A respeito dos monogástricos herbívoros (equinos e coelho) que aproveitam quantidade razoável das fibras ingeridas, é no ceco e no cólon que essas fibras são fermentadas. 
- Funções:
- Absorção de água;
- Secreção de alguns minerais como o cálcio;
- Armazenagem de conteúdo não digerido do trato gastrointestinal;
- Fermentação bacteriana (ocorre apenas em algumas espécies):
-- Síntese de algumas vitaminas hidrossolúveis e vitaminas K e do complexo B. (FERMENTAÇÃO)
-- Alguma degradação bacteriana de ingredientes fibrosos. (FERMENTAÇÃO)
-- Síntese de algumas proteínas. (FERMENTAÇÃO)
*OBS: nos ruminantes, além da proteína bruta e da fonte não proteica (N) da ureia, há a obtenção de proteínas bacterianas proveniente dos microrganismos da flora ruminal. 
2. Sistema Digestivo de Equinos
· Estômago relativamente pequeno.
· Ter cuidado com a quantidade de alimentação – pequenas porções diferentemente dos ruminantes.
· Apresenta grande número de bactérias.
· Grande capacidade de desdobrar fibras (perde apenas para os ruminantes).
· Síntese de nutrientes.
· Ausência de vesícula biliar (bile não é armazenada, mas ainda é produzida pelo fígado).
· Dificuldade de regurgitação. 
Equinos apresentam um aproveitamento da fibra muito superior as outras espécies, perdendo apenas para os ruminantes. Possuem ceco e cólon funcional que permitem a formação de AGV (ácidos graxos voláteis – energia) e vitaminas. 
Apesar da passagem do alimento ser muito mais rápida em monogástricos que em ruminantes, a fibra faz-se necessária e muito importante para os equinos, pois auxilia na movimentação desse alimento no trato gastrointestinal. 
2.1. Boca
a. Agentes de apreensão incluindo dentes, lábio superior e língua.
b. Saliva
1. A sua secreção é estimulada pelo roçar do alimento na bochecha.
2. Um cavalo adulto pode secretar até 30 a 50 litros de saliva quanto mais grosseiro for o alimento (seco, duro) faz com que haja maior produção de saliva. 
2.2. Esôfago: o cavalo tem um esôfago entre 125 a 150 cm de comprimento, situado no lado esquerdo do pescoço. Os movimentos peristálticos no equino são de uma via só, ou seja, só ocorrem no sentido crânio caudal, deste modo, é muito difícil para o cavalo regurgitar. 
2.3. Estômago: apresenta estomago com reduzidas porções, alimentando-se de pequenas porções varias vezes ao dia. Não é dotado de uma movimentação regular muito extensa quanto às das outras espécies de animais e a ingesta tende a arranjar por si só em camadas, isto pode resultar em desordens digestivas originarias do estômago. 
- Em animais que ficam estabulados/confinados é importante a presença do feno ou pastagem pelo menos uma vez ao dia.
2.4. Intestino Delgado: é semelhante ao dos suínos, exceto que não tem vesícula biliar.
2.5. Intestino Grosso: é responsável por grande parte da capacidade do TGI (acima de 60%), dividido em ceco, cólon maior, cólon menor e reto. 
- Ceco e cólon maior: contém uma ativa flora bacteriana similar a população microbiana do rumen. A degradação da celulose e outros CHO’s AGV (acético, propiônico e butirico). Há síntese bacteriana de vitaminas hidrossolúveis e síntese de proteína bacteriana.
- Cólon menor: área primaria de absorção de agua do conteúdo intestinal.
- Pode ocorrer impactações, devido ao fato do intestino grosso estar usualmente expandido com a ingesta. 
3. Sistema Digestivo de Aves
· Ausência de dentes;
· Presença de bico córneo;
· Grande diferencial: dilatação esofágica (papo ou inglúvio) e função gástrica em dois locais, o pro-ventrículo (estômago glandular) e a moela (estômago mecânico). 
· Duplo ceco: há um pequeno aproveitamento de materiais fibrosos.
Dependendo da ave, há ou não a 1ª quebra de alimentos no bico. 
Não são todas as aves que possuem a enzima amilase salivar, de forma geral, as aves de produção possuem a amilase ou ptialina. 
A passagem do alimento pelo pró-ventrículo é muito rápida (14s), portanto, o suco gástrico secretado pelo pró-ventrículo não faz efeito ali, mas sim na próxima porção, a moela, onde ocorre a digestão mecânica (por ação da moela) e a finalização da química por ação do suco gástrico proveniente do pró-ventrículo. 
A moela não apresenta qualquer tipo de secreção, exercendo função apenas na quebra física dos alimentos. 
O intestino grosso das aves é muito pequeno, não havendo, portanto, um local para armazenamento de fezes. Essa característica de passagem rápida do alimento pelo TGI das aves faz com que suas fezes sejam ricas em compostos nitrogenados, se mostrando uma boa opção para sintetização de adubos. 
3.1. Boca
Não tem dentes, mas contém glândulas salivares e língua.
O bico capta pequenas partículas de alimentos. 
3.2. Esôfago
Apresenta uma área dilatada denominada papo ou inglúvio, que serve de armazenagem temporária de alimentos. Suas funções são:
· Armazenamento e umedecimento do alimento ingerido.
· Ação da amilase salivar (ptialina) de degradação sobre o amido (em dextrose e, principalmente, maltose). 
3.3. Pró-ventrículo (estômago químico)
É o sítio de produção do suco gástrico (pepsina e HCl) a pepsina atua, de forma geral, na quebra de proteínas em peptídeos pequenos. 
O bolo alimentar passa através do pró-ventrículo rapidamente (14s).
pH +- 4.
*IMPORTANTE: Qual a enzima que atua na digestão de carboidratos no estômago?
Resposta: Não existe. A digestão de carboidratos cessa no momento em que alcançam o estômago devido ao pH ácido e é retomada nas porções iniciais do intestino delgado.
3.4. Moela
Atua na redução física dos alimentos ingeridos. O revestimento da moela é uma dura secreção glandular. a moela não libera nenhuma secreção que atua na digestão dos alimentos.
Encontra-se na moela: areia (pequenas pedras ou partículas duras) que auxiliam na moagem das sementes e grãos ingeridos pelas aves. Nenhuma enzima é secretada na moela, contudo HCl e pepsina do pró-ventrículo atuam neste órgão. 
3.5. Intestino Delgado
São encontradas várias enzimas, com exceção da lactase. 
O pH do intestino delgado é ligeiramente ácido nas porções inicias (só em aves). 
A absorção dos nutrientes é semelhante ao que ocorre nos mamíferos.
· As primeiras duas porções do delgado realizam a finalização da digestão e inicio da absorção. 
3.6. Ceco e Intestino Grosso
a. O TGI das aves contem dois sacos cegos que podem ser comparáveis ao ceco dos mamíferos.
b. Ocorre a absorção de água e também alguma digestão de fibra e síntese de vitaminas (complexo B e K) hidrossolúveis a nível de ceco, devido à fermentação bacteriana.
O intestino grosso é muito curto (5 a 7,5 cm) e desemboca na cloaca, onde o material fecal é expulso através da abertura cloacal (ânus) – Não háestoque de fezes. 
Resumo
A digestão dos alimentos nas aves é iniciada pela boca. Na saliva existem algumas enzimas que iniciam a digestão de alguns carboidratos (amido em maltose e também em dextrose). O alimento passa pelo esôfago até chegar no papo (inglúvio), onde será umedecido e amolecido, também sofre fermentação microbiana. 
Logo que chega ao estômago glandular (pró-ventrículo – estômago verdadeiro) sofre ação das enzimas digestivas. Posteriormente chega ao estômago muscular (moela). 
· A pepsina (enzima presente no suco gástrico) está na forma inativada pepsinogênio. É ativada pelo HCl (ácido clorídrico), realizando assim a quebra de proteínas em polipeptídeos. pepsina só reage em meio ácido. 
A moela faz a digestão mecânica que através de movimentos peristálticos realiza a quebra do alimento em pedaços menores para serem assimilados posteriormente nos intestinos. 
Ao chegar no intestino delgado sofre ação das enzimas do suco pancreático e sais biliares (degrada principalmente gorduras) secretado do pâncreas e fígado.
Quando o alimento passar pelo intestino grosso são absorvidos os nutrientes resultantes das ações enzimáticas, também ocorrendo a absorção de água. 
Parte do bolo fecal já formado se encontra nos cecos, ocorrendo a fermentação microbiana (pouca) e também a absorção de água. 
Desta forma, o bolo fecal ao passar pelo reto recebe um composto nitrogenado chamado úraco (urina das aves) e assim está pronto para ser excretado. 
4. Sistema Digestivo dos Ruminantes
Particularidades: estômago dividido em quatro compartimentos. Não possuem amilase salivar a digestão de carboidratos é feita por enzimas bacterianas amilolíticas do rúmen. 
Rúmen, retículo omaso e abomaso, sendo o último o estômago glandular. O ceco dos ruminantes também realiza a fermentação microbiana. 
Quando o ruminante nasce, este não possui o rúmen totalmente desenvolvido. 
Jovem 25% do rúmen desenvolvido. O leite passa diretamente para o retículo pela goteira esofágica. 
Quando atinge 2 a 2,5 meses este atinge 60% do desenvolvimento ruminal.
O desenvolvimento ruminal pode ser influenciado pelo alimento (sólidos e fibrosos) e pela saliva de adultos (flora microbiana) maior é o desenvolvimento. 
4.1. Boca: só possuem dentes incisivos inferiores que juntamente com uma almofada dental, atuam em conjunção com os lábios e a língua na preensão dos alimentos. 
- Grande produção de saliva (capacidade tampão – bicarbonato) mantém constante o pH do rúmen.
Saliva: a produção é contínua a produção será maior quando o animal se alimenta ou rumina. 
Não contém enzimas, mas funciona como uma fonte de nitrogênio (proveniente da metabolização da ureia), fósforo (P) e sódio (Na), que são utilizados pelos microrganismos ruminais. 
A saliva é altamente tamponada, o que auxilia a manutenção de um pH apropriado do rúmen. 
*OBS: não só a saliva é um fator que mantém o pH do rúmen, mas também a temperatura, a ausência de oxigênio no rúmen, proteínas dietéticas (do alimento) e nitrogênio não proteico auxiliam na manutenção desse pH. 
4.2. Estômago: retículo, rúmen, omaso e abomaso. 
Retículo: a abertura do esôfago (cárdia) é comum ao retículo e ao rúmen. As paredes do retículo são recobertas com uma mucosa contendo muitas cristas semelhantes à favos de mel. 
Este arranjo da parede retém materiais duros (arames, pregos) e não permitem que eles prossigam através do restante do TGI. 
As paredes do retículo não secreta m enzimas (enzimas somente a partir do abomaso). As funções do retículo são mover o alimento para dentro do rúmen ou para o interior do omaso e atuam na regurgitação da ingesta durante a ruminação. 
Rúmen: é um compartimento muscular grande e oco que ocupa quase que totalmente o lado esquerdo da cavidade abdominal. As suas paredes (rúmen funcional) contém pequenas projeções em forma de língua denominadas papilas (na forma de uma toalha felpuda). Essas paredes não secretam enzimas. Contém protozoários e principalmente bactérias (celulolíticas e aminolíticas). 
· Funções do Rúmen: armazenagem, embebição, mistura física e degradação e atua como câmara de fermentação. 
Câmara de fermentação: o retículo-rúmen proporciona um ambiente ideal para a sobrevivência da flora microbiana (bactérias e protozoários) e atividade da mesma. 
Caracteriza-se por ser úmido, quente, anaeróbico, desejável em pH e apresentar vários tipos de bactérias (25 a 50 milhões/ml fluido ruminal). 
Essa fermentação pré-gástrica resulta em:
· Síntese bacteriana de vitaminas hidrossolúveis e vitamina K. 
· Síntese bacteriana de aminoácidos e proteínas a bactéria combina o N da proteína dietética ou nitrogênio não proteico + carboidratos (CHO) criando proteínas próprias. 
Posteriormente essas bactérias são lançadas para fora do rúmen sendo degradadas na porção inferior do TGI do animal, servindo como fonte de aminoácidos para este animal. 
A degradação de alimentos fibrosos (altos em celulose)
Bactérias liberam enzimas que rompem as ligações da celulose e do amido. Na degradação de CHO’s da dieta as bactérias liberam AGV’s (ácidos graxos voláteis – acético, propiônico e butirico).
Estes AGV’s são absorvidos através da parede ruminal e servem como fonte de energia para os ruminantes. quando absorvidos caem na corrente sanguínea, passam pelo fígado, são metabolizados e são direcionados para as células do organismo. 
O ácido acético é o mais produzido. O tipo de AGV que será produzido depende da alimentação, se é + concentrada ou + volumosa. 
O compartimento do rúmen é muito pouco desenvolvido ao nascimento, mas torna-se funcional por volta das 6 a 8 semanas de idade.
TRABALHO DE CLASSE – DIA 03/09/2015
· Quais são os sucos digestivos, as substâncias que os compõe e as suas funções?
Os sucos digestivos são:
· Suco Gástrico;
· Suco Pancreático;
· Suco Entérico: subdividido em suco duodenal e suco intestinal;
· Bile ou Suco Biliar. 
O suco gástrico é secretado na mucosa estomacal por várias glândulas (mucoides, pépticas e parietais ou ácidas). Sua constituição é:
· HCl (ácido clorídrico) secretado por células parietais (ou oxínticas) do colo e tubo glandular.
- A quantidade de ácido liberada é variável, dependendo então do alimento ingerido (qualidade e quantidade de saliva produzida).
- Sua função é realizar a solubilização dos minerais e ativar a pepsina, que está sob a forma de pepsinogênio. 
- Estimula a secreção de Secretina, hormônio responsável pela estimulação da secreção do suco pancreático. 
- Tem potente ação antisséptica (degradam ou inibem microrganismos presentes nos alimentos).
· Mucina: é uma glicoproteína rica em serina (aa primário), treonina (aa) e tirosina (aa), principais constituintes do muco. 
- É secreta pelas células mucoides. Possui alta viscosidade, aderindo ao epitélio e aos alimentos.
- Suas funções são: proteção epitelial, absorção de pepsina e neutralização do HCl, evitando a ação destes elementos sobre o epitélio da parede gástrica. 
· Pepsina: é secretada na forma não ativa (pepsinogênio) pelas células pépticas (glândulas principais da região fúndica do estômago). É ativada pelo HCl e também pela própria pepsina (autocatálise). O seu pH ótimo de ação é de 1,5 a 2,5. Pela sua ação as proteínas são degradas a polipeptídeos (peptonas, proteoses), com exceção das protaminas, queratinas, mucina e ovomucóide.
· Lipase Gástrica: em geral hidrolisa apenas gorduras de baixo ponto de fusão e já emulsionadas. 
- Hidrólise (do grego hidro-, significando água, e -lysis, significando separação) é uma reação química de quebra de ligação química de uma molécula com a adição de uma molécula água. 
- Emulsificação é o processo no qual você mistura dois líquidos que normalmente não se misturam bem. Emulsificar gorduras permite que você misture-as com substâncias à base d'água, o que tem papel importante na hora de cozinhar e na digestão. Para emulsificar gorduras, você precisa de substâncias como os sais biliares ou outro componente que ajude a conectar a água com a gordura.
- A ação sobre as gorduras da dieta émais completa e mais eficaz pela lípase pancreática. 
· Renina ou Lab-fermento: é secretada inativa, sendo ativada pelo HCl; é mais abundante no suco digestivo dos bezerros e demais ruminantes lactentes, tendo uma ação proteolítica sobre a caseína (proteína do leite). 
· Catepsina: tem ação proteolítica atuando em pH superior àquela da pepsina (pH de 3 a 5), esta ação, entretanto, não é muito pronunciada. 
O suco pancreático é secretado por estimulo nervoso e humoral (hormônios – Secretina e colecistocinina), pelos ácinos pancreáticos, apresentando-se na forma de um fluido claro, com pH variável de 7,8 a 8,2. É responsável pela presença de quase todas as enzimas necessárias para a degradação completa dos alimentos. A quantidade produzida é variável em função da espécie animal. 
- A colecistocinina ou colecistocinina (CCK; do grego chole, "bile"; cysto, "saco/vesícula"; kinin, "mover") é uma hormona gastrointestinal (GI) que estimula a contração da vesícula biliar e do pâncreas, com digestão de gordura e proteínas. Está relacionado com a digestão e com a sensação de saciedade.
O hormônio Secretina é produzido pela mucosa duodenal, estimulada pelo HCl proveniente do estômago. Sua função é estimular o pâncreas a produzir uma substância (íons bicarbonato) e poucas enzimas. A Secretina inibe, também, a secreção de gastrina (estimula a secreção do HCl e motilidade estomacal) pelas células G do estômago. 
O hormônio Colecistocinina é produzido pela mucosa duodenal e estimula a secreção de enzimas pelo pâncreas. 
a. Enzimas Proteolíticas: são secretadas inativas nas formas de tripsinogênio, quimiotripsinogênio e procarboxipeptidade que, pela ação da enteroquinase, elaborada na mucosa duodenal, e ainda por autocatálise, são ativadas em tripsina, quimiotripsina e carboxipeptidase. 
A1. Tripsina: tem sua atividade máxima em pH de 8 a 9,0; faz hidrólise de, praticamente, todos os tipos de proteínas, inclusive algumas que não são atacadas pela pepsina, digerindo mais facilmente aquelas proteínas já parcialmente desnaturadas e digeridas; da sua ação resultam como produtos principalmente polipeptídeos, com diferentes pesos moleculares, e alguns aminoácidos.
A2. Quimiotripsina: tem ação semelhante àquela da tripsina. Atua na coagulação do leite de maneira semelhante à renina e pepsina.
A3. Carboxipeptidase: seu pH ótimo de ação é de +/- 7,4, ataca a ligação peptídica do aminoácido terminal com a carboxila livre; 
b. Amilase pancreática: pH ótimo de ação entre 6,5 e 7,2, tem ação semelhante à amilase salivar, sendo, entretanto, muito mais ativa. Tem ação mais efetiva e completa sobre o amido desdobrando-o em maltose, que por sua vez irá sofrer a ação digestiva da maltase do suco intestinal, dando glicose.
c. Lipase pancreática: atua sobre os lipídeos desdobrando-os a di ou monoglicerídeos ou então a ácidos graxos, álcoois e glicerol que são absorvidos. Tem a sua ação potencializada por várias substâncias tais como sais biliares, íons de cálcio e alguns peptídeos. O seu pH ótimo de ação está entre 7,0 e 8,0. Fatores como peso molecular, grau de insaturação e número de ácidos graxos dos lipídios influem na sua ação hidrolíticas aumentando-a. A emulsificação pelos sais biliares facilita a ação da lipase pancreática, por aumentar a superfície de contato dos lipídeos com a lipase. 
d. Lecitase e Colesterolesterase: atuam esterificando (transformar em éster) os ácidos graxos, dando como produtos principalmente ésteres de colesterol e glicerofosfato de colina.
- Éster é todo composto orgânico que apresenta a seguinte fórmula genérica: onde R e R´ são radicais, não necessariamente iguais. Os ésteres podem ser obtidos através da reação de esterificação. Um ácido carboxílico reage com um álcool para formar ésteres e água.
O suco entérico é um líquido viscoso, turvo e/ou amarelado, devido ao seu teor em muco, bem como à presença de células de descamação da mucosa, podendo ser levemente ácido (pH 5,5 a 6,0 mas primeiras porções do intestino delgado); nas porções terminais do intestino o pH é de 6,0 a 6,5 e no cólon é levemente alcalino. É constituído por uma mistura de dois sucos: o suco duodenal e o suco intestinal. 
· Suco Duodenal: é secretado pelas glândulas de Brünner, localizadas no duodeno, é um líquido transparente, incolor, rico em mucina, viscoso, contendo uma pequena quantidade de sólidos (1,2 – 1,5%). O seu pH oscila entre 8,2 e 9,3. Possui como enzima a enteroquinase (ativadora das proteinases trípsicas do suco pancreático) e uma amilase. 
· Suco Intestinal: é secretado pelas glândulas de Liberküm, é um líquido aquoso amarelado, claro, contendo uma pequena quantidade de sólidos constituídos por detritos celulares, bicarbonatos, cloretos, fosfatos de sódio, potássio e cálcio. Encontramos ainda como constituintes principais: a mucina, diversas enzimas, lipídeos (fosfolipídios e gorduras) e colesterol. Encontram-se ainda presentes metabólitos como a ureia e outros. 
- As enzimas na sua maioria são extracelulares (maltase, lipase), havendo também intracelulares tais como fosfatases, nucleotidases e nucleosidases. 
- A secreção intestinal resulta da ação estimulante exercida pelas substâncias alimentares e de uma ação humoral, representa principalmente pela Secretina para o suco duodenal e pela enterocrinina para o suco intestinal. 
- O suco intestinal é inativo para as proteínas atuando apenas sobre os polipeptídeos.
- As peptidases encontradas são de dois tipos:
* Aminopeptisades: atua sobre as ligações peptídicas terminais onde os amino grupos estão livres;
* Tripeptidases e dipeptidases: vão atuar nas ligações peptídicas dos tri e dipeptídeos, liberando os seus aminoácidos componentes. 
O suco intestinal exerce ainda função sobre os ácidos nucléicos liberados das nucleoproteínas pelo suco pancreático; está ação é realizada pelas nucleotidases.
· Nucleotidases – são também denominadas nucleofosfatases por liberarem o ácido fosfórico dos nucleotídeos, dando formação aos nucleosídeos.
· Nucleosidades – são também denominadas glicosidades, desdobrando os nucleosídeos em bases púricas e pirimídicas. 
Enzimas que completam a digestão dos glicídios: 
· Maltase desdobra a maltose dando duas moléculas e glicose.
· Sacarase ou invertase atua sobre a sacarose, desdobrando-a em glicose e frutose.
· Lipase a lipase intestinal em condições normais desdobra 2 a 5% dos lipídios (em ac. Graxos e glicerol) ingeridos. Esta sua atividade lipolítica é pequena se comparada àquela da lipase pancreática. 
A bile ou suco biliar é um liquido límpido, de sabor amargo e cor amarelo-esverdeado. Sua composição é variável conforme a espécie animal, podendo ser ainda vesicular ou hepática (equinos). Seus principais constituintes são representados pela água, pigmentos biliares (biliverdina e seu produto de redução, a bilirrubina), sais biliares (glicocolato e taurocolato de sódio), colesterol, lecitina e mucina.
A bile atua na digestão, na absorção e funciona ainda como via de excreção para substâncias como pigmentos biliares, resultantes do catabolismo da hemoglobina, e algumas substâncias anormalmente presentes no organismo (iodetos, brometos, etc.). Não contêm enzimas exercendo sua ação digestiva principalmente através dos sais biliares e da lecitina, que exercem ação emulsificante sobre as gorduras. Ativa a lipase pancreática que tem a sua ação triplicada ou quadriplicada. Os sais biliares têm também ação hidrotrópica, isto é, aumentam a solubilidade dos ácidos graxos em água. 
A bile neutraliza o quimo gástrico, estimula ligeiramente o peristaltismo e, pelo seu pH (8), tem certa ação antisséptica. 
A secreção Enzimática é Controlada por Hormônios:
	Hormônio
	Local de Produção
	Órgão-alvo
	Função
	Gastrina
	Estômago
	Estômago
	Estimula a produção
de suco gástrico
	Secretina
	Intestino
	Pâncreas
	Estimula a liberação 
de bicarbonato
	Colecistocinina
	Intestino
	Pâncreas e 
Vesícula Biliar
	Estimula a liberação de
Bile pela vesícula e a 
liberação de enzimas
pelo pâncreas.
	Enterogastrona
	Intestino
	Estômago
	Inibe operistaltismo
Estomacal. 
Enzimas do Suco Digestivo
	Suco Digestivo
	Enzimas
	Substâncias Atacadas
	Produtos Finais
	Saliva
	Ptialina (amilase)
	Amido-fécula
	Maltose
	Suco Gástrico
	Pepsina
Catepsina
Quimosina (renina)
Lipase
	Proteínas
Caseínas
GorduPras Neutras
	Polipeptídeos
Paracaseinato de Ca. 
Glicerol, Ác. Graxos
	Suco Pancreático
	Amilase
Proteinases
Trípsicas (tripsina –
Quimiotripsina)
Carboxipeptidase
Lipase
Colesterolesterase
Lecitase
	Amido-fécula
Proteínas
Polipeptídeos
Gorduras Neutras
Colesterol
Lecitina
	Dextrina e Maltose
Polipeptídeos e aa
Dipeptídeos e aa
Álcoois (glicerol), esteróis, Ac. G.
Ésteres de colesterol
Ác. Grax e glicerofosfato de colina
	Suco Duodenal
	Amilase
Enteroquinase
	Amido
*
	Maltose
	Suco Intestinal
	Aminopeptidase
Tripeptidase
Dipeptidase
Polinucleotidase
Nucleotidase
Nucleosidase
Maltase
Sacarase
Lactase
Lipase
	Polipeptídeos
Tripeptídeos
Dipeptídeos
Ácidos Nucleicos
Nucleotídios
Nucleosídios
Maltose
Sacarose
Lactose
Gorduras
	Tri e Dipeptídeos
Dipeptídeos
Aminoácidos
Nucleotídios
Nucleosídios e Ácido Fosfórico
Bases púricas e pirimidinas
Glicose (2)
Glicose e Frutose
Galactose e Glicose 
Glicerol e Ác. Graxos. 
Fécula é qualquer substância pulverulenta, farinácea, extraída de tubérculos, raízes, ou grãos ricos em amido e serve como alimento.
Fisiologia da Digestão
O trato gastrointestinal e suas glândulas associadas servem para 3 funções principais: digestão, absorção e excreção. 
Fatores responsáveis pelo funcionamento normal do TGI:
· Fatores Mecânicos: preensão, mastigação, deglutição, motilidade gástrica e intestinal e defecação grande diferenciação entre as espécies.
· Fatores Secretórios: atividade das glândulas digestivas (salivares, gástricas, intestinais, pâncreas e fígado). 
· Fatores Químicos: relacionados diretamente à atividade de enzimas, ácidos e substâncias tamponantes (bicarbonatos, fosfatos, sais biliares, etc.). *OBS em Sala: ruminantes produzem cerca de 2,5 kg de bicarbonato por dia. 
· Fatores Microbiológicos: processos fermentativos. *OBS em Sala: ceco e cólon dos equinos funciona melhor que o ceco e cólon de ruminantes quanto à fermentação. 
· Fatores Hormonais: hormônios produzidos nas diversas seções do TGI que controlam todo o processo digestivo. 
Sucos Digestivos
· Suco Gástrico;
· Suco Pancreático;
· Suco Entérico dividido em suco duodenal e suco intestinal;
· Bile ou Suco Biliar. *OBS em Sala: equinos não possuem vesícula biliar e em coelhos ela é rudimentar. Nos equinos a bile é produzida e diretamente secretada no duodeno. 
Suco Gástrico
· Só é secretado quando o alimento está presente no estômago.
· É produzido na região fúndica do estômago (monogástricos), no abomaso (ruminantes) e no pró-ventrículo (aves).
 
· A digestão se inicia pela presença do alimento no estômago, que desencadeia as secreções estomacais. Os alimentos são heterogêneos, logo, as secreções gástricas são secretadas de forma diferente.
· Compreende:
- HCl (ácido clorídrico);
- Pepsinogênio;
- Lipase Gástrica;
- Mucina
Constituição do Suco Gástrico
a. HCl: ácido clorídrico secretado pelas células parietais gástricas. Possui funções de:
A1. Manter baixo o pH do estomago – por volta de 2, permitindo a ação da pepsina. 
A2. Solubilização dos minerais e ativação da pepsina (na forma de pepsinogênio).
A3. Secreção de Secretina (responsável pela secreção do suco pancreático).
A4. Potente ação antisséptica contra microrganismos nos alimentos ingeridos.
A5. Desnaturação das proteínas dos alimentos. 
*OBS em Sala: a Secretina atua no pâncreas estimulando a liberação de um primeiro suco, que é pobre em enzimas, mas rico em bicarbonato, cuja função é elevar o pH do quimo, permitindo assim a ação dos sucos posteriores ao suco gástrico e também evitando que a mucosa duodenal seja afetada pelo pH ácido. 
O estômago é protegido pela mucina, substância 260x mais viscosa que a água, que não permite o pH ácido do estômago lesar o epitélio. 
b. Mucina: é secretada pelas células mucoides.
B1. Apresenta alta viscosidade (260x mais que a água), aderindo ao epitélio e aos alimentos. Suas funções são:
· Lubrificação e proteção do epitélio gástrico e do inicio do duodeno.
· Adsorve (adere-se) a pepsina e neutraliza o HCl. 
c. Pepsina: é secretada como pepsinogênio (forma não ativa) pelas células pépticas das glândulas principais da região fúndica. 
C1. É ativada pelo HCl. Seu pH ótimo de ação está entre 1,5 a 2,5. Sua função principal é degradar proteínas em polipeptídeos. 
Pepsinogênio: mamíferos lactentes não produzem o pepsinogênio, mas sim a quimosina (renina), cujo pH ideal de ação é aproximadamente 3,5. Até +- a 3ª semana de idade (ruminantes), quando a produção de renina cessa e inicia-se a produção de pepsinogênio. 
A renina é a enzima responsável pela coagulação do leite e digestão da caseína, quebrando-a em fenilalanina e metionina (aas). 
d. Lipase Gástrica: em geral atua somente sobre as gorduras de baixo ponto de fusão e já emulsionada (hidrolise). A ação sobre as gorduras é mais eficaz pela lipase pancreática, portanto tem pouca importância quando comparada a ela. 
· É importante para lactentes porque o leite é rico em gorduras que são hidrolisadas no estômago. 
e. Renina ou Quimosina: é secretada inativa (ativada pelo HCl) e presente no suco digestivo de ruminantes lactentes (bezerros). É responsável pela coagulação do leite e digestão da caseína. 
f. Catepsina: tem ação proteolítica em faixa de pH 3 a 5 (age bem no final do estômago em direção ao duodeno). 
Suco Pancreático
É produzido pelas Ilhotas de Langerhans ligadas ao duodeno pelo ducto pancreático e ampola de Vater. 
É responsável pela presença de quase todas as enzimas necessárias à degradação completa dos alimentos. 
Sua secreção é controlada por 2 estímulos: nervoso e humoral (Secretina). 
*OBS em Sala: a secretina é liberada pela presença de quimo ácido no intestino, estimulando o pâncreas a liberar uma primeira secreção rica em bicarbonatos. 
Existem 2 tipos de secreção pancreática:
1. Secreção Alcalina: presença de pH acido do quimo na entrada do duodeno libera a secretina, que estimula o pâncreas a produzir uma secreção rica em íons bicarbonato e pobre em enzimas. Os íons bicarbonato, com seu poder tampão, elevam o pH do quimo. 
- Se o pH do quimo não for elevado, não há secreção enzimática. 
2. Secreção Enzimática: a presença de polipeptídeos e alimento na luz duodenal libera a pancreozimina (colecistoquinina CCK – PZ) que estimula o pâncreas a secretar zimógenos (precursores enzimáticos ou formas inativas das enzimas) e enzimas. 
A secreção pancreática é induzida pelos hormônios secretina e colecistocinina (CCK – PZ).
· Secretina: é produzida pela mucosa duodenal, estimulada pelo HCl proveniente do estômago. 
- Sua função é estimular o pâncreas a produzir bicarbonato e poucas enzimas redução do pH do quimo.
· Colecistocinina: é produzida pela mucosa duodenal. Estimula a secreção de enzimas pelo pâncreas (2ª secreção). 
A secreção pancreática (enzimas) atua sobre 4 tipos de substratos:
· Proteínas: tripsina, quimotripsina e carboxipeptidase. 
· Carboidratos: amilase pancreática (ação superior à amilase salivar).
· Lipídeos: lipase pancreática (ação mais potente devido à bile), colesterol-esterase e lecitanases A e B. 
· Ácidos Nucleicos: polinucleotidases, nucleosidases e fosfatase. 
a. Enzimas Proteolíticas: 
A1. Tripsina: atua em pH 8,0 a 9,0. Realiza hidrolise de proteínas, transformando-as em polipeptídeos e alguns aminoácidos. 
A tripsina é uma endopeptidase, ou seja, ataca aminoácidos no meio da molécula de proteína, podendo liberá-los ou apenas quebrar a molécula em partes menores. trabalha dentro da molécula de proteína. 
A2. Quimotripsina: é uma endopeptidase que tem ação similar à tripsina e também atua na coagulação do leite como a renina (com menos eficiência). 
A3. Carboxipeptidase: é uma exopeptidase que atua sobre a ligação peptídica dos aa em pH +- 7,5. 
Difere da tripsina e quimotripsina por seruma exopeptidase, ou seja, atua nos aminoácidos terminais da cadeia de proteínas. 
Os produtos das proteínas e do amido são absorvidos por via venosa das vilosidades intestinais e seguem para o fígado. 
A digestão da proteína é completada no ID (duodeno) – onde as enzimas proteolíticas secretadas pelo pâncreas (tripsina, quimotripsina e carboxipeptidase) – terminam de hidrolisar os peptídeos. 
Estas enzimas são secretadas inativas (tripsinogênio, quimotripsinogênio e pró-carboxipeptidase). 
O tripsinogênio é ativado à tripsina através da enzima enteroquinase e as demais enzimas são ativadas pela tripsina. 
OBS: se o pH não estiver de acordo com a faixa de ação, não haverá o aproveitamento da proteína. 
As enzimas proteolíticas são ativadas, inicialmente, pela enteroquinase. A partir dai, a tripsina ativa todas as outras pró-enzimas. 
· Tripsinogênio =====E=n=t=e=r=o=q=u=i=n=a=s=e===== Tripsina
· Quimotripsinogênio ====T=r=i=p=s=i=n=a==== Quimotripsina. 
b. Amilase Pancreática: atua em pH de 6,5 a 7,2. É mais ativa que a amilase salivar, convertendo amido em maltose. 
c. Lipase Pancreática: atua – lipídios (gorduras) – di ou monoglicerídios ou dando ácidos graxos e glicerol, que são absorvidos pelos vasos linfáticos das vilosidades intestinais e destinados ao coração. Atua em pH de 7 a 8 e sua ação é aumentada através da emulsificação (deixam + fáceis de serem quebrados) dos lipídeos pelos sais biliares (3 a 4x). 
d. Colesterol-esterase e lecitase ou lecitanase A e B: hidrolisam os ésteres de colesterol. A lecitanase A hidrolisa a ligação ácido graxo-lecitina liberando Lisolecitina + AG livre. A Lecitanase B hidrolisa a lisolecitina liberando glicerolfosforolina + AG livre. 
A secreção enzimática é controlada por hormônios:
· Gastrina: estômago, estimulando as células parietais para secretar o HCl. O estímulo responsável pela secreção da gastrina é a presença de proteínas no estômago. 
· Colecistoquinina (CCK – PZ): é secretada pela mucosa do duodeno e jejuno. Estimula a secreção enzimática do pâncreas, a motilidade do estômago e do intestino e a secreção biliar. 
· Secretina: auxilia a CCK – PZ na secreção de bicarbonato pelo pâncreas, elevando o pH intestinal para 7,0 (ideal para as enzimas proteolíticas do pâncreas). 
Suco Entérico
É composto por 2 sucos:
a. Suco Duodenal: secretado pelas glândulas de Brünner, localizadas no duodeno. É rico em mucina e possui a enteroquinase, enzima que ativa as proteinases trípsicas do suco pancreático e também é rico em amilase. 
- É uma secreção alcalina que age como lubrificante e protege a mucosa duodenal contra o HCl. 
b. Suco Intestinal: secretado pelas glândulas de Lierbekün (entre as vilosidades intestinais). Possui maltase, lipase e sacarase extracelulares e fosfatases, nucleotidases e nucleosidases são intracelulares. 
A secreção depende de substâncias alimentares, ação humoral (anticorpos) – secretina (suco duodenal) e enterocrinina (suco intestinal). 
- Atua somente sobre os polipeptídeos:
-- Peptidases: tri peptidases, dipeptidases e aminopeptidases. 
- Não atua sobre proteínas inactas (inteiras – importancia do HCl). 
São 2 tipos de enzimas peptidases:
· Aminopeptidases quebra ligações peptídicas terminais, ou seja, liberam o aa final da cadeia.
· Di/tri peptidases libera os aminoácidos livres dos di/tripeptídeo.
Suco Entérico (Intestinal): possui enzimas que completam a digestão dos carboidratos – são elas:
· Maltase maltose glicose (2);
· Sacarose (invertase) Sacarose Glicose (1) e Frutose (1);
· Lactase Lactose Glicose e Galactose;
· Lipase Lipídeos AG e Glicerol. 
Bile ou Sais Biliares
Possui pH alcalino, auxiliando assim na elevação do pH do quimo. Sua composição varia com a espécie e seu gosto é amargo. 
Seus componentes principais são ácidos biliares e a bilirrubina, pigmento que dá a coloração avermelhada/esverdeada.
É secretada pelos hepatócitos (fígado) e estocada na vesícula biliar, que é ausente nos cavalos e rudimentar nos coelhos.
· Os animais que não possuem a vesícula têm produção e liberação de bile constante no duodeno (ID) em baixa quantidade. Quando o alimento se faz presente, essa produção aumenta. 
· No intestino o pigmento bilirrubina, que não tem nenhuma função digestiva, é convertido à biliverdina, e passa assim a dar uma coloração esverdeada a bile. 
A principal função da bile é a emulsificação de gorduras, o que facilita a sua degradação, principalmente em meio aquoso. A emulsificação potencializa a ação da lipase pancreática em 3 e até 4x mais no aproveitamento de gorduras. 
· Em animais que não possuem vesícula a bile é mais fluida, já em animais que possuem ela é mais densa devido ao armazenamento na vesícula e a reabsorção de água. 
· A grande maioria das gorduras de fonte animal é usada para energia e reserva. O excesso de gordura é geralmente depositado em órgãos como rins, coração e fígado e no abdome. 
· Bilirrubina não tem ação digestiva. 
Comentários em Sala (referentes a toda a matéria): 
· Sítios de Digestão no ID: duodeno e parte do jejuno.
· Sítios de Absorção no ID: parte final do jejuno e íleo.
· Ceco e cólon: possui microbiota que realiza a fermentação dos carboidratos estruturais celulose, hemicelulose e lignina, principalmente os carboidratos são absorvidos em monossacarídeos.
· A digestão final dos carboidratos não estruturais é realizada pelas enzimas maltase, sacarase e lactase presentes no suco intestinal. 
· Um alimento com + celulose e – hemicelulose e – lignina é muito mais fácil de ser digerido, pois o que indica se um alimento é bom ou ruim (digestão) é a quantidade de lignina presente. Um pasto verde e novo é rico em celulose e com pouca lignina, portanto a digestão é fácil. Um pasto envelhecido possui menos celulose e muita lignina (quase que não é digerida).
· Celulose: fácil digestão, quase 100%.
· Hemicelulose: digestão média.
· Lignina: difícil digestão, quase (ou) 0%.
· A principal fonte energética de ruminantes são os AGV produzidos pela fermentação.
· Equinos e coelhos (herbívoros de ceco e cólon funcional): uma das fontes de energia são os AGV. 
Metabolismo dos Carboidratos - Monogástricos
Os carboidratos ou glicídios representam a principal fonte de energia para as rações de aves e suínos. Nas plantas, a origem de todos os CHO’s (carboidratos) é a fotossíntese, a partir de CO2 atmosférico e água.
Os produtos finais da digestão dos carboidratos são açucares simples (glicose, frutose, galactose) que são metabolizados organicamente, produzindo água, CO2 e energia.
Reação da Fotossíntese: 6CO2 + 12 H2O =R-UV=CLOROFILA=> C6H12O6 + 6O2 + 6H2O + Energia
Para serem absorvidos, os carboidratos devem sofrer o processo de digestão até açucares simples ou monossacarídeos. 
Os principais carboidratos estruturais das plantas são celulose, hemicelulose e lignina. A última não é considerada um carboidrato, mas está ligada à celulose e determina a qualidade do pasto ou feno. Quanto mais lignina estiver presente, pior será a qualidade do produto, pois ela não é digerida (nem por ruminantes). Portanto, a qualidade dos alimentos fornecidos é de suma importância.
*OBS a respeito do processo de preparo do feno (fenação – conservação da forragem): processo de desidratação pelo sol e pelo vento. Caso o feno seque além da conta, perde nutrientes, principalmente as vitaminas (não suportam calor excessivo). Devido à isso, as rações de suínos e aves vêm com porção adicional de vitaminas para ser adicionada. 
Nos animais, de modo geral, somente se encontram dois CHO’s livres:
· Glicose: alimento dietético;
· Glicogênio: é considerado o “amido” dos animais. É armazenado no fígado e músculos.
Glicose e glicogênio representam duas fontes de energia prontamente disponíveis para uso imediato.
Quantitativamente, três polissacarídeos são de importância nutricional para monogástricos:
· Amido (sementes – milho), celulose (compõe a estrutura vegetal) e glicogênio são polissacarídeos fundamentais na ração de monogástricos. 
A ração dos monogástricos deve conter, no mínimo,

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