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Medicamentos utilizados na Ventilação Mecânica

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MEDICAMENTOS 
UTILIZADOS NO PROCESSO 
DE VENTILAÇÃO MECÂNICA
Stéphanie Colin, Farmacêutica Residente (R1)
INTUBAÇÃO
INTUBAÇÃO
● Intubação eletiva: Utilizada em pacientes que não apresentam sinais 
iminentes de falência.
● Deve ser utilizado a laringoscopia direta com intubação orotraqueal.
● Utilizada em cirurgias eletivas
● Intubação de emergência: Deve ser utilizado a técnica de Intubação 
com Sequência Rápida (ISR) para reduzir o risco de aspiração de 
conteúdo gástrico.
● O perfil de cada paciente pode modificar certos aspectos da ISR.
INTUBAÇÃO
INTUBAÇÃO (ISR)
1. Preparação do paciente e dos equipamentos necessários
2. Pré-oxigenação
3. Pré-tratamento
4. Paralisia com indução
5. Posicionamento do paciente
6. Posicionamento do tubo com confirmação
7. Pós-intubação
● Caindo em desuso
● Fármacos indicados: Fentanil (1-3 mcg/kg) e Lidocaína (1,5 mg/kg)
● Devem ser administradas 3 minutos antes da passagem do tubo
INTUBAÇÃO (ISR)
PRÉ-TRATAMENTO
FENTANIL
● É um opióide sintético
● Deve ser infundido em 1-2 minutos
● Rápido início de ação (1-3’) e curta duração (30’)
● Não causa alteração hemodinâmica e não apresenta metabólitos 
ativos
FENTANIL
● Agonista opióide, receptor μ
● Analgesia supraespinhal, depressão 
respiratória, euforia e dependência 
física
● GTP GDP
● Proteína G 
● AMPc
● Influxo de Ca
● Diminuição da atividade do SNC
FENTANIL
● 466 pacientes intubados na emergência
● Fentanil x Não utilizaram fentanil (Análise estátistica)
● Fentanil = Maior taxa de sucesso na intubação e com maior chance de intubar na 
primeira tentativa.
● Maior risco de hipotensão, porém, o hipnótico mais utilizado foi o midazolam. 
● Efeitos adversos: Hipotensão, risco de rigidez muscular (toráx), 
constipação e náusea
● Interação medicamentosa com o midazolam: Aumenta o risco de 
depressão do SNC, depressão respiratória e hipotensão
FENTANIL
LIDOCAÍNA
● Anestésico local do tipo aminoamida
● Antiarritmico classe I
● Analgésico, sedativo e antiinflamatorio
● Rápido início de ação (1’) e curta duração (10-20’)
● Atenua os efeitos cardiovasculares da intubação traqueal
LIDOCAÍNA
● Bloqueio dos canais de Na+
● Impede o influxo de Na+
● Inibir a despolarização 
● Condução
● Propagação do impulso 
nervoso
● Os dados revelaram que a lidocaína venosa na dose de 1,5 mg/kg é segura e eficaz na 
atenuação da resposta cardiovascular à laringoscopia e intubação.
● Previne arritmias e alterações eletrocardiográficas sugestivas de isquemia miocárdica 
decorrentes desses atos. 
LIDOCAÍNA
● Administração de agentes hipnóticos (Propofol, Etomidato, 
Cetamina ou Tiopental)
● Administração de bloqueadores neuromusculares (Suxametônio ou 
Rocurônio)
● Fármacos de emergência (Noradrenalina, Adrenalina, Atropina)
INTUBAÇÃO (ISR)
PARALISIA COM INDUÇÃO
INTUBAÇÃO (ISR)
Propofol 1-3 mg/kg - Pacientes estáveis0,5-1 mg/kg - Pacientes hipovolêmicos ou idosos
Cetamina 1-2 mg/kg
Etomidato 0,3 mg/kg
Midazolam 0,1-0,3 mg/kg
HIPNÓTICOS
INTUBAÇÃO (ISR)
BLOQUEADORES NEUROMUSCULARES
● São utilizados para evitar a contração muscular
● Não fornecem analgesia, sedação ou amnésia
● Os principais fármacos utilizados são o Suxametônio 
e o Rocurônio
● Minimiza os riscos de aspiração e hipotensão
SUXAMETÔNIO
● Agente despolarizante
● Utilizado na dose de 1-2 mg/kg
● Rápido início de ação (15-45s) e curta duração (10’)
● Efeito evidenciado pela presença de fasciculações e 
paralisia completa
● Contraindicado em pacientes com história pessoal ou 
familiar de hipertermia maligna e presença de 
miopatias hereditárias
SUXAMETÔNIO
● Receptores nicotínicos
● Influxo de sódio
● Despolarização contínua
● Liberação de Cálcio
● Breve período excitatório seguido 
de paralisia flácida
● Bloqueio de segunda fase
SUXAMETÔNIO
● Risco de paralisia prolongada
● Aumento da pressão intracranial
● Aumento dos níveis séricos de potássio
 
● Rabdomiolise aguda
● Bradicardia e PCR
EFEITOS COLATERAIS
ROCURÔNIO
● Agente não despolarizante
● Utilizado na dose de 0,6-1,2 mg/kg
● Rápido início de ação (1-2’) e duração intermediária 
(30-60’)
● Efeito vagolítico (doses altas)
● A prolongada duração de ação deve ser levada em 
conta em casos de provável via aérea difícil e agentes 
de reversão específicos indisponíveis
ROCURÔNIO
● Injeção provoca dor, sensação de queimação e movimento de retirada 
dos membros
● É uma droga com custo mais elevado e necessita de refrigeração para 
ser armazenado. 
● Efeitos colaterais: Taquicardia, Aumento da resistência vascular 
pulmonar, Anafilaxia.
Lidocaína e/ou Fentanil
ROCURÔNIO
● Receptores nicotínicos
● Antagonistas competitivos
● Bloqueio da transmissão 
neuromuscular
● Não promovem a despolarização 
da membrana
● Não causam fasciculações
● As doses preconizadas entre 1,0 e 1,2 mg/kg relacionam-se a prolongamento de até duas 
horas do bloqueio neuromuscular
● Os efeitos do rocurônio podem ser revertidos pelo Sugammadex
● Não apresenta as contraindicações que o Suxametônio apresenta
● Quando administrados em doses equivalentes = mesma eficácia
ISR EM PACIENTES COVID-19
INTUBAÇÃO COVID-19 (ISR)
1. Preparação do paciente e dos equipamentos necessários
2. Pré-oxigenação
3. Pré-tratamento
4. Paralisia com indução
5. Posicionamento do paciente
6. Posicionamento do tubo com confirmação
7. Pós-intubação
INTUBAÇÃO COVID-19 (ISR)
PRÉ-TRATAMENTO
● O fármaco sedativo de primeira escolha (AMIB) é a Cetamina
● O fármaco sedativo alternativo (AMIB) é o Etomidato
● BNM = Suxametônio (1 mg/kg) ou Rocurônio (1,2 mg/kg)
PARALISIA COM INDUÇÃO
INTUBAÇÃO COVID-19 (ISR)
CETAMINA
● Anestésico não barbitúrico
● Rápido início de ação (30s) e curta duração (5-10’)
● Deve ser infundido em 1 minuto
● Utilizada na dose de 1,5-2 mg/kg
● Foi escolhido devido sua estabilidade hemodinâmica e 
ação broncodilatadora
● Antagonista não competitivo
● Receptores NMDA
● Bloqueio da sinalização da dor
● Estado dissociativo
● Sedação, amnésia e imobilidade
CETAMINA
Influxo de Ca
● Contraindicações: Hipersensibilidade e pacientes em que o 
aumento da pressão possa causar dano grave
● Efeitos adversos: Hipertensão, Taquicardia, Alucinações, Arritmia, 
Depressão respiratória
CETAMINA
ETOMIDATO
● Anestésico hipnótico imidazólico
● Rápido início de ação (30-60s) e curta duração (3-5’)
● Deve ser infundido de 30 a 60 segundos
● Utilizado na dose de 0,3 mg/kg
● Estabilidade cardiovascular
ETOMIDATO
● Receptores GABAA
● Agonista alostérico
● Influxo de Cl-
● Inibição pós-sináptica
● Sedação, não produz analgesia
● Supressão da glândula supra-renal
ETOMIDATO
● Contraindicações: Hipersensibilidade
● Efeitos adversos: Dor no local de administração, Movimentos 
mioclônicos, Náusea, Vômitos
INTUBAÇÃO COVID-19 (ISR)
● Fentanil e Midazolam podem ser utilizados para a sedação e 
analgesia imediatas pós-IOT
● Importante lembrar do seu potencial de bradicardia e hipotensão
● Podem ser feitos bolus de cetamina até as infusões estarem 
prontas.
MANUTENÇÃO DA VM
MANUTENÇÃO DA VM
● Sedação e analgesia 
● O nível de sedação deve ser leve a moderado Mobilização precoce
● Midazolam e Propofol = Sedação leve, moderada e profunda 
● A dexmedetomidina não deve ser utilizada para sedação profunda.
Controle da ansiedade;
Agitação;
Dor;
Tolerância do paciente ao 
ventilador, procedimentos 
terapêuticos e diagnósticos.
● Os opióides recomendados são fentanil e morfina
● Evitar que cetamina seja utilizada como agente sedativo principal em 
pacientes em ventilação mecânica 
● A cetamina pode ser útil em situações onde haja necessidade de seu 
efeito poupador de opióides
MANUTENÇÃO DA VM
● Os BNM devem ser utilizados nas primeiras 48hs nos quadros de SARA 
com relação PaO2 /FiO2 < 120 para manter ventilação mecânica 
controlada
● A utilização de bloqueio neuromuscular está condicionada a uma 
sedação profunda e a monitorização adequadado nível de consciência
MANUTENÇÃO DA VM
MIDAZOLAM
● Benzodiazepínico
● Início de ação lento (2’)
● Deve ser infundido em 30 segundos
● Bolus = 0,01 a 0,05 mg/kg
● Dose de manutençao = 0,01 a 0,05 mg/kg (Infusão 
contínua)
MIDAZOLAM
● Receptores GABA
● Aumenta a permeabilidade neuronal
● Influxo de Cl-
● Hiperpolarização
● Transmissão inibitória pré/pós-sináptica
● Relaxamento muscular e efeito ansiolítico
MIDAZOLAM
● Contraindicações: Hipersensibilidade, Glaucoma
● Efeitos adversos: Depressão respiratória e cardiovascular, apnéia
● Pode causar Síndrome de abstinência após infusão prolongada
PROPOFOL
● Agente hipnótico
● Rápido início de ação (30s) e curta duração (4-6’)
● Deve ser infundido em 30 segundos
● Dose inicial de 5 mcg/kg/min por 5 minutos
● Dose de manutençao = 5 a 50 mcg/kg/min (Infusão contínua)
● Infusão prolongada pode tornar o despertar imprevisível
PROPOFOL
● Agonista receptores GABA
● Aumenta a permeabilidade neuronal
● Influxo de Cl-
● Hiperpolarização
● Transmissão inibitória pré/pós-sináptica
● Relaxamento muscular e efeito ansiolítico
● Contraindicações: Hipersensibilidade ao propofol e produtos que 
contém ovo e soja
● Efeitos adversos: Insuficiência cardíaca, hipertensão, hipotensão, 
acidose respiratória
● Apresenta propriedades antieméticas
● Infusões contínuas prolongadas podem causar hipertrigliceridemia e 
pancreatite
PROPOFOL
MANUTENÇÃO DA VM
● Ocular:
PROFILAXIAS
MANUTENÇÃO DA VM
● Úlceras associadas a estresse:
PROFILAXIAS
MANUTENÇÃO DA VM
● TEV:
➔ Ventilação mecânica
➔ Imobilidade
➔ Catéters centrais
PROFILAXIAS
MANUTENÇÃO DA VM
● Realizado a interrupção diária da sedação quando possível
● Pacientes que já se encontram acordados ou facilmente despertos
● Avaliado rotineiramente: Dor, Delirium
● Suspensão diária para verificar a capacidade de ventilação 
espontânea
RETIRADA DA SEDAÇÃO
Sem necessidade
Despertar agitado
MANUTENÇÃO DA VM
● Pacientes de alto risco para estridor laríngeo e edema laríngeo pode haver 
benefício com o uso preventivo de corticoide
● Metilprednisolona IV 20-40 mg a cada 4-6 horas
● Iniciadas de 12 a 24h antes da extubação
CORTICOIDES
● 2104 pacientes
● Dexametasona durante 10 dias
● Dose de 6 mg 
● da mortalidade em pacientes utilizando ventilação mecânica (29.3% 
vs. 41.4%)
REFERÊNCIAS
1. DIRETRIZES BRASILEIRAS DE VENTILAÇÃO MECÂNICA, 2013. Organizadores: Carmem Silvia Valente Barbas, Alexandre 
Marini Isola, Augusto Manoel de Carvalho Farias., 2013.
2. SILVA, A. et al. Succinylcholine vs. rocuronium for rapid sequence induction. Revista Médica de Minas Gerais, [S.L.], v. 26, p. 
82-87, 2016.
3. HOLANDA, M. A. Corticosteroids for the prevention of ventilator-induced lung injury? Jornal Brasileiro de Pneumologia, v. 42, n. 
3, p. 163-163, jun. 2016.
4. ALÍA, I. Efficacy of Corticosteroid Therapy in Patients With an Acute Exacerbation of Chronic Obstructive Pulmonary Disease 
Receiving Ventilatory Support. Archives Of Internal Medicine, v. 171, n. 21, p. 1939-1946, 28 nov. 2011.
5. POMPILIO, C. E.; CECCONELLO, I. Profilaxia de úlceras relacionadas ao estresse. Arquivos Brasileiros de Cirurgia Digestiva, 
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6. PADOVANI, R. PROFILAXIA DE LESÃO DE CÓRNEA EM PACIENTES ADULTOS INTERNADOS EM UNIDADE DE TERAPIA 
INTENSIVA. 2017. Hospital Vera Cruz. Disponível em: 
http://www.hospitalveracruz.com.br/conteudo/documento/2017/jul/hospital-vera-cruz-campinas_1501262031_pmi-145%20-%20prof
ilaxia%20prevencao%20%C3%9Alcera%20cornea.pdf. Acesso em: 27 ago. 2020.
7. PADOVANI, R. PROFILAXIA DE ÚLCERA POR ESTRESSE EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA. 2018. Hospital Vera Cruz. 
Disponível em: 
http://www.hospitalveracruz.com.br/conteudo/documento/2018/jun/hospital-vera-cruz-campinas_1528808088_pmi-166%20profilaxi
a%20de%20%C3%9Alcera%20por%20estresse%20em%20uti.pdf. Acesso em: 27 ago. 2020.
8. QUINTARD, H. et al. Experts’ guidelines of intubation and extubation of the ICU patient of French Society of Anaesthesia and 
Intensive Care Medicine (SFAR) and French-speaking Intensive Care Society (SRLF). Annals Of Intensive Care, v. 9, n. 1, p. 1-7, 
22 jan. 2019.
9. SAKATA, R. K. Analgesia and Sedation in Intensive Care Unit. Revista Brasileira de Anestesiologista, v. 60, n. 20, p. 648-658, 
2010.
REFERÊNCIAS
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2. NACIF, S. A. P. Profilaxia de tromboembolismo venoso em pacientes clínicos: como e quando?. Revista Brasileira de Clínica 
Médica, v.7, p. 331-338, 2009.
3. EJAZ, A. et al. Thromboprophylaxis in Intensive Care Unit Patients: a literature review. Cureus, v. 10, n. 9, p. 1-8, 21 set. 2018.
4. The RECOVERY Collaborative Group. Dexamethasone in Hospitalized Patients with Covid-19 — Preliminary Report. The new 
england journal o f medicine, p. 1-11, 2020.
5. ZHAO, J.; LIU, Y. LI, H. Corticosteroids in treatment of aspiration-related acute respiratory distress syndrome: results of a 
retrospective cohort study. Bmc Pulmonary Medicine, v. 16, n. 1, p. 1-8, 10 fev. 2016.
6. VEIGA, V. ANALGESIA E SEDAÇÃO EM COVID. 2020. Associação de Medicina Intensiva Brasileira. Disponível em: 
https://www.amib.org.br/fileadmin/user_upload/amib/2020/julho/07/Analgesia_e_sedacao_AMIB_070720_VV_VJS.pdf. Acesso em: 
27 ago. 2020.
7. ROSS, W. et al. Indução em Sequência Rápida, ATOTW, p. 1-8, 2016.
8. FREITAS, A. P. PROTOCOLO DE INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL P/ CASO SUSPEITO OU CONFIRMADO DE COVID-19. 2020. 
Associação de Medicina Intensiva Brasileira. Disponível em: 
https://www.amib.org.br/fileadmin/user_upload/Protocolo_de_Intubacao_Orotraqueal.pdf. Acesso em: 27 ago. 2020.
9. FRANCO, E. Intubação de Sequência Rápida:: aprenda a fazer. São Paulo: Sanar, 2019. Disponível em: 
https://www.editorasanar.com.br/images/d/Ebook_Intuba%C3%A7%C3%A3o-Sequencia-Rapida%20(3).pdf. Acesso em: 27 ago. 
2020.
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