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MARC 3 IV PERíODO · Compreender a transmissão, quadro clinico e conduta das doenças exantemáticas. · Estudar como é realizado as notificações das doenças exantemáticas. · Entender como é feito o manejo dos contactuantes · Investigar o diagnóstico (clinico e laboratorial) EXTRA Doenças exantemáticas · São doenças infecciosas nas quais a erupção cutânea é a característica dominante. Os microrganismos podem causar a erupção cutânea por (em geral, esses mecanismos coexistem): 1. Invasão, multiplicação direta na própria pele (varicela-zóster, herpes simples); 2. Ação de toxinas (escarlatina e infecções estafilocócicas); 3. Ação imunoalérgica com expressão na pele, mecanismo mais frequente nas viroses exantemáticas; 4. Dano vascular, podendo causar obstrução e necrose da pele (meningococcemia, febre purpúrica brasileira). Lesões: · Mácula: lesão plana, não palpável; · Pápula: lesões pequenas perceptíveis ao tato; · Nódulos: pápulas maiores; · Vesículas: pequenas lesões que contém líquido; · Bolhas: vesículas maiores; · Pústula: quando o líquido das vesículas é purulento; · Placas: lesões planas, elevadas, perceptíveis ao tato e grandes; · Eritema: desaparece com a vitropressão (decorrente de vasodilatação); · Em relação ao tamanho: · Petequiais: menores; · Equimóticas: maiores; · Em relação a distribuição: · Morbiliformes: áreas de pele sã entre as lesões; · Escarlatiniformes: acometimento difuso; · Púrpuras: não desaparece com vitropressão (decorrente de extravasamento do sangue); · Em relação ao tamanho: · Petequiais: menores; · Equimóticas: maiores; · Em relação a distribuição: · Morbiliformes: áreas de pele sã entre as lesões; · Escarlatiniformes: acometimento difuso; EXANTEMA MACULOPAPULAR 1. Sarampo · Etiologia: paramixovírus; · Mecanismo de transmissão: via aérea, por meio de aerossol; · Tempo de incubação: 8 a 12 dias; · Tempo de contágio: 2 dias antes do início do pródromo até 4 dias após o desaparecimento do exantema; · Cuidados com os contactantes: aplicar a vacina até 72h após o contágio. Após esse período, até 6 dias, aplicar a imunoglobulina humana normal. Crianças normais a dose é de 0,25ml/kg, imunodeprimidos é 0,5ml/kg; · Isolamento: respiratório com uso de máscara até 4 dias após o início do exantema; · Quadro clínico: · Pródromos que duram de 3 a 4 dias: febre intensa, tosse, cefaleia, mal-estar, prostração intensa; · Febre que atinge o auge na época de aparecimento do exantema, cai no terceiro ou quarto dia do exantema; · Tosse seca, intensa, acompanhada de coriza abundante. No início é hialina e depois torna-se purulenta; · Olhos hiperemiados, lacrimejamento, fotofobia. Pode ocorrer edema bipalpebral; · Enantema (quando o eritema se apresenta nas mucosas) é a primeira manifestação mucocutânea; · Orofaringe hiperemiada; · Manchas branco-azuladas na região oposta aos dentes molares, pequenas, cerca de 1mm de diâmetro, chamadas de manchas de Koplik; · A mancha de Koplik é sinal patognomonico do sarampo; · Aparecem 1 ou 2 dias antes do exantema e desaparecem 2 ou 3 dias depois; · O exantema se inicia atrás do pavilhão auricular, disseminando para o pescoço, face, tronco e atinge a extremidade dos membros por volta do terceiro dia; · Maculopapular eritematoso: morbiliforme; · Auge da doença: paciente toxemico, febril, com olhos hiperemiados, queixando-se da claridade, rinorreia e tosse; · Começa a esmaecer em torno do 3 ou 4 dia, na mesma sequência que aparece, deixando manchas acastanhadas; · Complicações: otite média aguda é a complicação mais comum, mas a pneumonia é a complicação responsável por maior morbi/mortalidade; · Ficar atento se febre > 3 dias após início do exantema; · Em crianças menores de 1 ano de idade e desnutridas, é causa não desprezível de óbito; · Em adolescentes e adultos é mais grave; · Outras complicações: convulsão febril > sinais de irritação meníngea > hipertensão IC > encefalite após o sarampo; encefalite causada pelo sarampo (meses após o sarampo, causando epilelpsia focal, perda auditiva, progressão para coma e até óbito); paraencefalite esclerosante subaguda (meses até 10 anos após sarampo, com piora das funções motoras e cognitivas, convulsões e morte); miocardite; · Sarampo modificado: quando o vírus acomete pessoas que tem imunidade relativa ou pela aquisição intrauterina de anticorpos – somente em crianças pequenas – ou por terem tomado gamaglobulina; · Tempo de incubação de 3 semanas; · Pródromos mais leves; · Raramente se encontra mancha de Koplik; · Exantema é leve; · Sarampo atípico: ocorre em crianças previamente vacinadas, é mais grave, com febre alta, cefaleia, mialgia, pneumonite grave e derrame pleural; · Exantema variável: macular, vesicular ou petequial; · É rara mas uma preocupação em decorrência da possibilidade de ocorrer se as vacinas não forem bem conservadas; · Diagnóstico: · Dosagem de anticorpos pela inibição de hemaglutinação (IH), neutralização, fixação de complemento – na fase inicial e 2 a 3 semanas depois (aumento de 4x o título); · Pesquisa de anticorpos IgM – positivam a partir do sexto dia do exantema; · Prevenção/profilaxia: vacina de vírus vivo e atenuado, aplicada no 12º mês de vida; · Dose de reforço entre 4 e 5 anos; · Dose de reforço acima dos 12 anos; · Tratamento: não há tto específico; · Recomenda-se a adm de vitamina A (palmitato de retinol) em menores de 2 anos de idade (<6 meses 50.000 UI, 6-12 100.000UI e > 12 meses 200.000UI), 1x/dia, por 2 dias; · DOENÇA DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA – ficha de notificação de Doenças exantemáticas febris sarampo/rubéola. Além disso, a secretária municipal e estadual deve ser informados no máximo em 24h do caso; 2. Rubéola · Etiologia: togavírus; · Transmissão: via aérea, por meio de perdigotos; · Tempo de incubação: 14 a 21 dias; · Tempo de contágio: de poucos dias antes até 5 a 7 dias depois da erupção; · Cuidados com os contactantes: observação; · Isolamento: respiratório e de contato para os casos adquiridos pós-parto, até 7 dias após o exantema. As crianças com infecção congênita são consideradas infectantes até 1 ano de idade ou até que a pesquisa de vírus na nasofaringe e na urina se negative; · Quadro clínico: não se observa pródromo em crianças normalmente, mas em adolescentes e em adultos podem aparecer sinais e sintomas gerais brandos antecedendo 1 a 2 dias o exantema que se inicia na face, espalhando-se para pescoço e tronco e atingindo os membros em 24h; · O exantema é maculopapular róseo, pode coalescer no tronco e tem curta duração de 3 ou menos dias; · Pode se observar no palato mole, lesões petequiais, conhecidas como sinal de Forsheimer (não é patognomonico); · Um achado marcante é a adenomegalia, que pode anteceder em até 7 dias o exantema. São acometidos os gânglios da cadeia cervical e retroauricular; · Metade dos casos pode ocorrer esplenomegalia discreta; · Complicações: raras. Pode ocorrer púrpura trombocitopênica, encefalite, artralgia; · Na gestação pode causar dano fetal; · Diagnóstico: isolamento do vírus do material da nasofaringe ou da urina; · Pesquisa de IgM e IgG contra rubéola no soro; · Prevenção: é realizada com a vacina de vírus vivo e atenuado, que é aplicada após os 12 meses de idade; · Tríplice viral; · TTO: dos sintomas; · DOENÇA DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA: mesma do sarampo 3. Eritema infeccioso · Etiologia: parvovírus humano B19; · Transmissão: via aérea, por perdigotos ou via placentária; · Tempo de incubação: 4 a 14 dias; · Tempo de contágio: desconhecido; · Cuidados com os contactantes: observação, principalmente pessoas que tenham hemoglobinopatia; · Isolamento: desnecessário; · Quadro clínico: não há pródromos. O primeiro sinal costuma ser o exantema, que se inicia na face como maculopápulas que confluem, tornando-se uma placa vermelho-rubra, concentrada, principalmente na região das bochechas. Confere um aspecto de asa de borboleta. Dá as crianças aspecto de “cara esbofeteada”; · Depois de 1 a 4 dias, o exantema evolui, acometendo os membros (começa na faceextensora e depois flexora); · A lesão na pele inicia como uma mácula que vai aumentando, deixando a região central mais pálida, conferindo um aspecto tipicamente rendilhado. O tronco pode ficar acometido; · O exantema pode persistir por um período longo, até mais de 10 dias, e exacerba quando a criança é exposta ao sol, faz exercícios ou com alterações de temperatura; · A recorrência das lesões, mesmo após 1 a 2 semanas do desaparecimento, é descrita; · A evolução é em geral afebril, podendo ser acompanhada de artralgias e artrites; · O hemograma é normal ou com discreta leucocitose e eosinofilia; · Complicações: morte fetal; · Esse vírus tem como célula alvo o eritroblasto. Os pacientes apresentam anemia, que pode ser profunda em pessoas com hemoglobinopatias; · Caso acometa grávidas suscetíveis, provoca dano fetal, como aborto, parto prematuro e hidropsia; · Síndrome das luvas e meias: ocorre em crianças e adultos jovens, caracterizada por lesões purpúricas simétricas e eritematosas, indolores, nas mãos e pés. Pode acometer bochecha, cotovelo, joelho e nádega. Pode ser acompanhada de sintomas gerais, porém é autolimitada, melhorando em 1 a 2 semanas; · Diagnóstico: sorologia para parvovírus humano B19; · Prevenção: não existe; · TTO: não existe; 4. Roséola infantil ou exantema súbito · Etiologia: herpes vírus humano 6 e 7 (HVH6 e HVH7); · Transmissão: perdigotos; · Tempo de incubação: 5 a 15 dias; · Tempo de contágio: no período febril; · Cuidados com os contactantes: observação; · Isolamento: desnecessário; · Quadro clínico: acomete apenas as crianças entre 6 meses e 6 anos, predominando nas menores de 2 anos. Isso sugere proteção pelos anticorpos maternos e que o vírus seja altamente predominante na comunidade, uma vez que na idade pré-escolar quase todas as crianças já estão imunes; · Início súbito com febre alta e contínua, criança extremamente irritada e anorética e é considerada uma das causas mais comuns de convulsão febril; · Linfodenomegalia cervical é achado muito frequente, assim como hiperemia de cavum; · Após 3 a 4 dias de febre, quando essa cessa bruscamente, aparece o exantema, de modo súbito, constituído por lesões maculopapulares rosadas que se iniciam no tronco e se disseminam para a cabeça e extremidades; · Erupção é de curta duração: horas a 2/3 dias, desaparecendo sem deixar descamação ou hiperpigmentação; · Diagnóstico: presença de HVH6 ou HVH7 no sangue periférico; · Prevenção: não existe; · TTO: antitérmicos por conta da febre alta. Em casos de imunodeprimidos, pode-se usar Ganciclovir pelo risco de acometimento do SNC; 5. Mononucleose infecciosa · Etiologia: Epstein-barr (80%), citomegalovírus, vírus da imunodeficiência adquirida, vírus da hepatite B e Toxoplasma gondii; É considerada uma síndrome. A ocorrência de erupção cutânea ocorre em poucos casos, exceto quando se adm penicilina ou ampicilina ao paciente. · Quadro clínico: febre, linfodenomegalia, hepatoesplenomegalia e faringoamigdalite; · Exantema é variável, sendo maculopapular na maioria das vezes. Podem ser petequiais, papulovesiculares, escarlatiniformes e urticariformes; · As erupções se tornam mais evidentes na presença dos antibióticos citados; · Medidas de controle: Não é necessário o isolamento do paciente na fase aguda; vacinas ainda estão em desenvolvimento; evitar contato com saliva de pessoas portadoras do VEB, durante o período de transmissibilidade. 6. Enteroviroses · Etiologia: RNA-vírus - coxsackie; · Transmissão: fecal-oral; · Tempo de incubação: 3 a 6 dias; · Tempo de contágio: variável; · Cuidados com os contactantes: observação; · Isolamento: precauções entéricas durante hospitalização; · Quadro clínico: · Doença mão pé boca (enterovírus coxsackie e enterovírus 71): após um período prodromico de febre baixa, irritabilidade e anorexia, aparecem lesões vesiculares na boca que rapidamente se rompem, transformando-se em úlceras dolorosas de tamanhos variáveis; · As lesões nas extremidades são constituídas por papulovesículas de 3 a 7mm de diametro e acometem principalmente dedos, dorso, palma das mãos e planta dos pés; · As lesões desaparecem sem deixar cicatrizes; · Exantema de Boston (echo16): exantema acompanhado de lesões ulceradas nas amígdalas e no palato mole; · Diagnóstico: isolamento do vírus nas fezes e detecção de elevação de anticorpos em duas titulagens espaçadas de 3 a 4 semanas; · Prevenção: higiene; · TTO: autolimitada. TTO deve ser com sintomáticos para o quadro febril e álgico, deve-se dar suporte hídrico e nutricional (dificuldade de ingerir em decorrência das úlceras orais). Se baixa adesão da dieta e hidratação, considerar internação e hidratação venosa; · HERPANGINA – diagnóstico diferencial doença mão-pé-boca (coxsakie A16 e enterovírus 71): não causa exantema, mas causa enantema e lesões vesiculares em região oral, no palato mole, úvula e pilares amigdalinos que evoluem para úlceras esbranquiçadas de halo eritematoso; · Pródromo de febre alta súbita, cefaleia, disfagia, vômitos, linfadenopatia cervical; · Diferente da SMPB, as vesículas localizam-se em orofaringe posterior, diferente das lesões da SMPB que ficam na parte anterior da cavidade oral; · TTO para os sintomas só; · Resolve em 5 a 10 dias; 7. Escarlatina · Etiologia: Estreptococos pyogenes ou estreptococos beta hemolítico do grupo A; · Na verdade, é causado pelas toxinas pirogenicas que os agentes liberam quando infectados por um bacteriófago produtor de exotoxinas pirogênicas; · As toxinas podem ser do tipo A, B ou C, e o quadro desenvolvido por uma toxina não oferece imunidade às infecções pelas outras, logo, é possível ter o mesmo quadro de escarlatina até 3x; · Transmissão: gotículas e secreção da nasofaringe de indivíduos com faringoamigdalite estreptocócica aguda; · Tempo de incubação: 2 a 5 dias; · Tempo de contágio: com início dos sintomas, e se o tto for feito adequadamente a transmissão só persiste por 24h; · Quadro clínico: o período prodromico ocorre 12-24 com febre alta, dor a deglutição, mal estar geral, náuseas e vômitos; · Após isso, o paciente apresenta o quadro de faringoamigdalite com exsudato purulento, adenomegalia cervical e enantema na mucosa oral; · Em seguida, cerca de 12-48h após o início do quadro, surge um exantema micropapular àspero (aspecto de lixa) em peitoral que expande para tronco, pescoço e membros, poupando palma das mãos e pés; · Esse exantema apresenta-se mais intenso nas dobras cutâneas formando locais com linhas hiperpigmentadas chamadas linhas de Pastia; · Na face, o eritema malar confere o apecto de face esbofeteada associado ao sinal de Filatov (palidez peri-oral); · Além disso, ocorre hipertrofia das papilas da língua dando o aspecto de framboesa “língua em framboesa”; · Cerca de 1 semana após o início do quadro as manifestações acima desaparecem e se inicia um período de descamação furfurácea em face, pescoço, tronco, membros e extremidades; · Diagnóstico: cultura de secreção da orofaringe para identificação do estreptococo BHA (padrão ouro). Pode ser feito dosagem do anticorpo antiestreptolisina (ASLO) que auxilia a presumir infecção pelo estreptococo. É possível fazer teste rápido para identificação do pyogenes; · Complicações: decorrentes da infecção pela bactéria, Febre reumática; · TTO: o exantema é autolimitado, porém indica-se o tto com antibiótico para eliminar a bactéria. O tto de escolha é com penicilina G benzatina, IM, dose única: 600.000 UI para <25kg e 1.200.000UI para > 25kg e adultos; 8. Síndrome da pele escaldada estafilocócica (SPEE)/Doença de Filatov-Dukes/Sd de Ritter (não cai na prova) · Etiologia: Estafilococos aureus; · Infecção ocorre quando há quebra das barreiras protetoras da pele, permitindo a infecção pelo S. aureus, como nas infecções de coto umbilical ou infecção bacteriana secundária associada ao quadro de varicela; · Costuma acometer mais crianças antes dos 5 anos de idade mas pode acometer adultos, sobretudo, aqueles que têm doença renal crônica ou doenças que causa uma depressão do sistemaimunológico; · Patogenia: toxinas produzidas por cepas 55 e 71 do S. aureus clivam a desmogleína, proteína constituinte dos desmossosmos responsáveis por manter as células epidérmicas unidas, com isso, há um desprendimento da epiderme da camada granulosa, causando a descamação superficial da doença; · Quadro clínico: sintomas prodromicos incluem febre, irritabilidade, mal estar; · Em seguida inicia-se a fase exantemática com exantema maculopapular doloroso, que inicia na face e se estende por todo corpo; · A pele começa a exsudar criando crostas melisséricas ao redor da boca e nariz, além de formar descamações laminares como se fossem bolhas decorrentes do deslocamento da epiderme superficial (sinal de Nikolsky); · Diagnóstico: clínico e isolamento do S. aureus com coleta do sítio suspeito e posterior cultura do material; · TTO: limpeza e curativo da pele SEM a adm de antibióticos tópicos. A doença continua a progredir até que a toxina seja eliminada pelos rins ou neutralizada por anticorpos, mas em crianças tem um prognóstico excelente havendo regressão do quadro em 2-3 semanas; · O tratamento específico pode ser feito usando antibiótico endovenoso para eliminar o patógeno do organismo, sendo o medicamento de escolha a Oxacilina. 9. Doença de Kawasaki · Etiologia: desconhecida; · Acredita-se que seja decorrente de uma resposta imune patológica a agentes ambientais ou infecciosos em indivíduos com predisposição; · Quadro clínico: febre abrupta com duração de 10 a 12 dias, podendo durar até 4 semanas, não responde aos antitérmicos; · O exantema acontece em 90% dos casos e é maculopapular polimórfico; · Nas extremidades pode ocorrer edemas, eritema palmo-plantar e descamação laminar em região periungueal; · Pode ocorrer artralgia, diarreia, dor abdominal; · Complicações: vasculite, cardiopatia, IAM, aneurisma de coronárias; · Diagnóstico: clínico; · Boa parte das crianças não preencherá 4 ou mais critérios, tendo a DK incompleta: menores de 6 meses, febre > 1 semana e evidencia laboratorial de inflamação sem outra causa conhecida. É recomendado realizar um ECO; · Se doença coronariana comprovada por um ECO, não são necessários 5 dias de febre; · Para monitorar o surgimento dos aneurismas de coronárias, recomenda-se a realização de ECO em 2 momentos: · Fase aguda (2-3 semanas após o caso); · 6-8 semanas; · TTO: deve ser instituído precocemente (antes de completar 10 dias do início) como forma de evitar complicações CV; · Imunoglobulina 2g/kg em infusão contínua de 10h – se manter ou ter recorrência de febre após 36h do início do tto pode repetir a imunoglobulina até 2x; · Se imunoglobulina não for eficaz pode ser feito pulsoterapia com metilpredinisolona 30mg/kg/dia; · AAS em dose anti-inflamatória de 80-100mg/kg/dia até estar afebril; EXANTEMA VESICULAR 1. Varicela · Etiologia: varicela-zóster; · Transmissão: aerossol, contágio direto e pela transmissão vertical; · Tempo de incubação: 10 a 21 dias; · Tempo de contágio: 10º dia após o contato até a formação de crostas de todas as lesões; · Isolamento: respiratório e de contato; · Cuidados com os contactantes: a imunoglobulina humana antivírus varicela-zóster (VZIG) deve ser indicada em crianças imunocomprometidas sem história prévia de catapora, gestantes suscetíveis, RN cuja mãe tenha tido catapora dentro de 5 dias antes ou 48h após o parto, prematuros cuja mãe não tenha tido varicela, prematuros independentemente da história materna. · Dose indicada: 125 U para cada 10kg e deve ser aplicada 48h-96h após a exposição; · O uso de aciclovir pode ser indicado em adultos ou pacientes imunodeprimidos para qual não se disponha VZIG; · Quadro clínico: o exantema costuma ser o primeiro sinal da doença. Pode ocorrer febre baixa e mal-estar; · A erupção inicia-se na face, como máculas eritematosas que rapidamente se tornam pápulas, vesículas, pústulas e crostas; · Essas lesões aparecem em surtos, geralmente por 3 a 5 dias, antecedidas por febre; · Pode ocorrer envolvimento do couro cabeludo e genitais; · As crostas permanecem por 5 a 7 dias e depois caem, deixando uma mácula branca que não é permanente; · As lesões costumam ser mais numerosas em regiões que sofreram algum tipo de trauma; · Complicações: apesar de ser uma doença benigna, complicações são observadas; · Infecções bacterianas secundárias: mais frequentes, causadas por estreptococos e estafilococos. Podem ser ou não graves; · Pneumonia; · Manifestações hemorrágicas; · Manifestações no feto: focomelia, coriorretinite, meningoencefalite, morte fetal e aborto; · Sd de Reye: degeneração aguda do fígado acompanhada de encefalopatia hipertensiva grave. Observada em crianças com varicela e quando receberam AAS como antitérmico; · Diagnóstico: exame do líquido da vesícula por microscopia eletrônica. Anticorpos podem ser detectados pelo teste de imunofluorescencia indireta; · Prevenção: vacina antivaricela de vírus atenuado – pode ser dado na tetra viral ou de forma isolada. 1ªdose com 15 meses e reforço com 4 anos de idade; · TTO: sintomáticos como anti-histamínicos para atenuar o prurido, antitérmico e analgésicos (não salicilatos). Para crianças menores de 12 anos ou pessoas como imunocomprometimento pode usar aciclovir; · DOENÇA DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA APENAS SE CASO GRAVE QUE NECESSITE INTERNAÇÃO; EXANTEMA PETEQUIAL 1. Febres hemorrágicas · Etiologia: arbovírus, vírus da dengue; · Transmissão: picada do mosquito; · Quadro clínico: inicia após o período de incubação de 4 a 7 dias, com febre alta, cefaleia intensa, mialgia, artralgia, náuseas e vômitos, diarreia, dor abdominal e com localização retroorbitária; · Linfonodomegalia e exantemas; · Hemograma com leucopenia, linfocitose e leve trombocitopenia; · Podem ocorrer epistaxes; · Após o fim da febre em torno de 5 a 7 dias, surge outro exantema maculopapular, que se inicia no tronco e dissemina para as extremidades, acometendo a palma da mão e planta do pé; · Casos mais graves: febre contíua, plaquetopenia piora, hemoconcentração, hipovolemia, choque, hemorragias; DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Para identificar os quadros clínicos típicos e peculiaridades é preciso realizar uma boa anamnese que englobe: faixa etária da criança, calendário vacinal, tempo de início e progressão do exantema, presença de sinais e sintomas prodromicos (iniciais) e manifestações clínicas associadas. Além disso, um bom exame físico deve ser feito: caracterizar o exantema e outras lesões da pele e mucosas. Referências Tratado de pediatria (SBP, vol 1) Sanarflix
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