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TUTORIA 3 – UC 6 1. Classificar os tipos de hipersensibilidade e descreve-los Doenças de hipersensibilidade: As respostas imunes a agentes patológicos também são capazes de causar lesão tecidual e doença. Os distúrbios causados pelas respostas imunes são chamados doenças de hipersensibilidade. Esse termo surgiu da definição clínica de imunidade como uma sensibilidade, baseada na observação de que um indivíduo exposto a um antígeno exibe uma reação detectável (ou torna-se sensível) a encontros subsequentes com esse antígeno. Ou seja, doenças de hipersensibilidade são decorrentes de uma super ativação do sistema imune (hiperimunidade) Causas das Doenças de Hipersensibilidade: Podem ser específicas para antígenos de diferentes fontes: 1. Autoimunidade: reações contra autoantígenos. A falha dos mecanismos normais de autotolerância resulta em reações de células T e células B contra as próprias células e tecidos do indíviduo, chamadas autoimunidade. 2. Reações contra microrganismos: As respostas imunes contra antígenos microbianos podem causar doença se as reações forem excessivas ou se os microrganismos forem anormalmente persistentes. As respostas das células T contra microrganismos persistentes podem dar origem a uma inflamação grave, algumas vezes com a formação de granulomas; essa é a causa da lesão tecidual observada na tuberculose e outras infecções crônicas. Se forem produzidos contra antígenos microbianos, os anticorpos podem se ligar aos antígenos para produzir imunocomplexos que se depositam nos tecidos e desencadeiam inflamação. 3. Reações contra antígenos ambientais não microbianos: A maioria dos indivíduos saudáveis não reage contra substâncias ambientais comuns, geralmente inócuas, mas quase 20% da população é anormalmente responsiva a uma ou mais dessas substâncias. Esses indivíduos produzem anticorpos imunoglobulina E (IgE) que causam doenças alérgicas. Alguns indivíduos tornam-se sensibilizados a antígenos ambientais e substâncias químicas que, em contato com a pele, desenvolvem reações de células T que levam à inflamação mediada por citocinas, resultando em sensibilidade de contato. Mecanismos e Classificação das Reações de Hipersensibilidade: o que importa de fato! • Hipersensibilidade imediata (tipo I). A famosa alergia e também a atopia. É causada por anticorpos IgE específicos para antígenos ambientais e é o tipo mais prevalente de doença de hipersensibilidade. As doenças de hipersensibilidade imediata, agrupadas como alergia ou atopia, são normalmente causadas pela ativação de células Th2 produtoras de interleucina-4 (IL- 4), IL-5 e IL-13, e pela produção de anticorpos IgE que ativam mastócitos e eosinófilos e induzem inflamação. • Hipersensibilidade mediada por anticorpos (tipo II). Anticorpos IgG e IgM específicos para antígenos da superfície celular ou da matriz extracelular podem causar lesão tecidual ativando o sistema complemento, recrutando células inflamatórias e interferindo nas funções celulares normais. • Hipersensibilidade mediada por imunocomplexos (tipo III). Anticorpos IgM e IgG específicos para antígenos solúveis no sangue formam complexos com antígenos, e esses imunocomplexos podem se depositar nas paredes dos vasos sanguíneos em vários tecidos, causando inflamação, trombose e lesão tecidual. • Hipersensibilidade mediada por células T (tipo IV). Nesses distúrbios, a lesão tecidual pode ser causada por linfócitos T que induzem inflamação ou matam diretamente as células-alvo. Em muitas dessas doenças, o principal mecanismo envolve a ativação de células T auxiliares CD4+, as quais secretam citocinas que promovem inflamação e ativam leucócitos, principalmente neutrófilos e macrófagos. Os linfócitos T citotóxicos contribuem para a lesão tecidual em algumas doenças. Doenças Causadas por Anticorpos: Doenças mediadas por anticorpos são decorrentes da ligação de anticorpos a antígenos em determinadas células ou tecidos extracelulares ou, ainda, em consequência da formação de complexos antígeno-anticorpo na circulação com subsequente deposição nas paredes dos vasos. Os anticorpos produzidos contra antígenos celulares ou teciduais causam doenças que afetam especificamente as células ou tecidos onde esses antígenos estão presentes e, desse modo, estas doenças são frequentemente órgão-específicas e não sistêmicas. Descrição da imagem: Anticorpos antitecido/anticélula: os anticorpos podem se ligar especificamente a antígenos teciduais, e os leucócitos recrutados causam lesão tecidual ou os anticorpos podem se ligar às células (nesse exemplo, hemácias circulantes) e promover sua depleção. Imunocomplexos: complexos de anticorpos e antígenos podem ser formados na circulação e se depositar nas paredes dos vasos sanguíneos, onde induzem inflamação. Como saber se a doença é causada por anticorpos? - É possível observar uma situação dessa natureza em crianças cujas mães sofrem de doenças mediadas por anticorpos. Essas crianças podem nascer com manifestações transitórias de tais doenças em decorrência da passagem transplacentária de anticorpos (IgG atravessa a placenta e IgA tem no leite materno). Mecanismo das doenças Causadas por Anticorpos contra Células Fixas e Antígenos Teciduais: • Opsonização e fagocitose. Os anticorpos que se ligam a antígenos da superfície celular podem opsonizar diretamente as células ou ativar o sistema complemento, resultando na produção de proteínas do complemento que opsonizam as células. Essas células opsonizadas são fagocitadas e destruídas pelos fagócitos que expressam receptores para a porção Fc dos anticorpos IgG e receptores para proteínas do complemento. Esse é o principal mecanismo de destruição celular na anemia hemolítica autoimune e na trombocitopenia autoimune, nas quais anticorpos específicos para hemácias ou plaquetas, respectivamente, levam à opsonização e remoção dessas células da circulação. Os anticorpos opsonizam as células e podem ativar o complemento, cujos produtos também opsonizam células, levando à sua fagocitose por meio dos receptores Fc ou dos receptores para C3b nos fagócitos. • Inflamação. Os anticorpos depositados nos tecidos ativam o complemento, levando à liberação de produtos de clivagem, como o C5a e o C3a, que recrutam neutrófilos e macrófagos. Os leucócitos são ativados pela sinalização dos receptores (particularmente receptores Fc), enquanto produtos de leucócitos (incluindo enzimas lisossomais e espécies reativas de oxigênio) são liberados e produzem lesão tecidual. Os anticorpos recrutam os leucócitos pela ligação aos receptores Fc ou pela ativação do complemento e, desse modo, liberam subprodutos que são quimiotáticos para leucócitos. • Funções celulares anormais. Os anticorpos que se ligam a receptores celulares normais ou outras proteínas podem interferir com as funções desses receptores ou proteínas e causar doença sem inflamação ou dano tecidual. Ele vai se ligar ao receptor e impedir a função. Os anticorpos específicos para receptores de hormônios ou de neurotransmissores da superfície celular interferem com a fisiologia normal. Por exemplo, na doença de Graves (painel esquerdo), autoanticorpos específicos para o receptor do hormônio estimulador da tireoide na glândula tireoide estimula a atividade dos receptores mesmo na ausência de TSH, causando liberação excessiva dos hormônios da tireoide (hipertireoidismo). Na miastenia grave (painel direito), autoanticorpos específicos para o receptor da acetilcolina em células musculares bloqueiama ação da acetilcolina, levando à paralisia. Os anticorpos que causam doenças específicas de células ou de tecidos são geralmente autoanticorpos produzidos como parte de uma reação autoimune, mas, algumas vezes, são anticorpos específicos para microrganismos. Doenças Mediadas por Imunocomplexos Os imunocomplexos que causam doença podem ser compostos por anticorpos ligados a autoantígenos ou a antígenos estranhos Modelos Experimentais de Doenças mediadas por Imunocomplexos Doença do Soro A imunização de um animal (p. ex.: um coelho) com uma alta dose de um antígeno proteico estranho leva à formação de anticorpos contra o antígeno. Esses anticorpos ligam-se e formam complexos com o antígeno circulante, e os complexos são inicialmente removidos por macrófagos no fígado e no baço. À medida que mais e mais complexos antígeno-anticorpo são formados, alguns deles depositam-se em leitos vasculares. Nesses tecidos, os complexos induzem inflamação rica em neutrófilos pela ativação da via clássica do complemento e pelo acoplamento a receptores Fc em leucócitos. Como os complexos são frequentemente depositados em pequenas artérias, glomérulos renais e sinóvia das articulações, as manifestações clínicas e patológicas mais comuns são vasculite, nefrite e artrite. Reação de Arthus Uma forma localizada de vasculite experimental mediada por imunocomplexo é chamada reação de Arthus. Essa reação é induzida pela injeção subcutânea de um antígeno em um animal previamente imunizado ou em um animal que tenha recebido uma injeção intravenosa de anticorpos específicos para o antígeno. Os anticorpos circulantes ligam-se rapidamente ao antígeno injetado e formam imunocomplexos que são depositados nas paredes de pequenos vasos no local da injeção. Essa deposição dá origem a uma vasculite cutânea local, com trombose dos vasos afetados, levando à necrose tecidual. Patogênese das Doenças Mediadas por Imunocomplexos A quantidade de imunocomplexos depositados nos tecidos é determinada pela natureza dos complexos e pelas características dos vasos sanguíneos. Os complexos antígeno-anticorpo são gerados durante as respostas imunes normais, mas somente causam doença quando são produzidos em quantidades excessivas, não são eficientemente removidos e se depositam nos tecidos. Pequenos complexos não são normalmente fagocitados e tendem a se depositar nos vasos em maior proporção do que os grandes complexos, geralmente removidos pelos fagócitos. Os complexos contendo antígenos catiônicos ligam-se avidamente a componentes negativamente carregados das membranas basais dos vasos sanguíneos e dos glomérulos renais. Tais complexos geralmente produzem lesão tecidual grave e de longa duração. Os imunocomplexos depositados nas paredes dos vasos e nos tecidos ativam os leucócitos e mastócitos que secretam citocinas e mediadores vasoativos. Esses mediadores podem ampliar a deposição dos imunocomplexos nas paredes dos vasos pelo aumento da permeabilidade vascular e do fluxo sanguíneo. O principal mecanismo de lesão tecidual nas doenças causadas por imunocomplexos é a inflamação no interior das paredes dos vasos sanguíneos, resultando em ativação do complemento e ligação de receptores Fc presentes nos leucócitos aos anticorpos dos complexos depositados. Esse é o mesmo mecanismo que causa lesão na doença do soro, descrita anteriormente. Muitas doenças imunológicas sistêmicas em seres humanos são causadas pela deposição de imunocomplexos nos vasos sanguíneos Doenças Causadas por Linfócitos T Os linfócitos T provocam lesão tecidual pela produção de citocinas que induzem inflamação ou pela destruição direta das células-alvo. Via 1 = as reações inflamatórias são desencadeadas principalmente por células T CD4+ das subpopulações Th1 e Th17. Via 2 = em algumas doenças mediadas por células T, o principal mecanismo de lesão tecidual é o killing de células pelos CTLs CD8+. As células T que causam lesão tecidual podem ser autorreativas ou específicas para os antígenos proteicos estranhos que estão presentes ou ligados às células ou tecidos. A lesão tecidual mediada por linfócitos T também pode ser acompanhada de fortes respostas imunes protetoras contra microrganismos persistentes, especialmente os intracelulares, que resistem à erradicação pelos fagócitos e anticorpos. Doenças Causadas pela Inflamação Mediada por Citocinas Na inflamação imunomediada, as células Th1 e Th17 secretam citocinas que recrutam e ativam leucócitos (linfócitos, monócitos, eosinófilos, basófilos e neutrófilos). A lesão tecidual resulta de produtos dos neutrófilos e macrófagos recrutados e ativados, tais como enzimas lisossomais e as espécies reativas de oxigênio. As citocinas produzidas por linfócitos e macrófagos ativados estimulam o recrutamento de mais leucócitos e a inflamação, assim propagando a lesão. Ou seja, as células imunes que estão sendo ativadas pelas citocinas da th1 e th17 também possuem citocinas, então torna-se um efeito em cadeia Muitas doenças autoimunes órgão- específicas são causadas pela ativação de células T autorreativas por autoantígenos, levando à liberação de citocinas e inflamação. Acredita-se que esse seja o principal mecanismo subjacente do diabetes tipo 1 e de outras doenças autoimunes. As reações de células T específicas para microrganismos e outros antígenos estranhos também podem levar à inflamação e à lesão tecidual. Bactérias intracelulares, tais como Mycobacterium tuberculosis, induzem fortes respostas de células T e de macrófagos que resultam em inflamação granulomatosa e fibrose; a inflamação e a fibrose podem causar destruição extensa do tecido e prejuízo funcional, tipicamente nos pulmões. A tuberculose é um bom exemplo de uma doença infecciosa na qual a lesão tecidual se deve, principalmente, à resposta imune do hospedeiro Uma variedade de doenças cutâneas, chamadas sensibilidade de contato, resultam da exposição tópica a produtos químicos e antígenos ambientais. Essas doenças são causadas por reações inflamatórias provavelmente desencadeadas por neoantígenos formados pela ligação de produtos químicos a proteínas próprias, incluindo moléculas do MHC. Ambas as células T, CD4+ e CD8+, podem ser a fonte de citocinas nas reações de sensibilidade de contato. Exemplos de hipersensibilidade de contato incluem erupções cutâneas induzidas por hera venenosa e carvalho venenoso (nas quais as células T reagem contra proteínas próprias que foram modificadas por substâncias químicas produzidas pelas plantas, denominadas uruxióis) e erupções cutâneas induzidas pelo contato com metais (níquel e berílio), além de uma variedade de produtos químicos, tais como tiourama, que é utilizado na fabricação de luvas de látex. Algumas dessas reações tornam-se crônicas e são chamadas clinicamente de eczema. Hipersensibilidade do Tipo Tardio (DTH) A DTH é uma reação inflamatória prejudicial mediada por citocinas resultante da ativação de células T, particularmente das células T CD4+. A reação é chamada tardia porque se desenvolve tipicamente 24 a 48 horas após o desafio antigênico em indivíduos previamente imunizados (sensibilizados), em contraste com as reações de hipersensibilidade imediata (alérgicas), que se desenvolvem em minutos. A infecção ou imunização (vacinação) sensibiliza um indivíduo, e o desafio subsequente com um antígeno do agente infeccioso elicita uma reação de DTH. A reação se manifesta peloendurecimento com eritema e inchaço no local do desafio, com pico em aproximadamente 48 horas As reações crônicas de DTH podem se desenvolver se uma resposta Th1 a uma infecção ativar os macrófagos, mas falhar em eliminar os microrganismos fagocitados. A DTH crônica, como exemplificada pela inflamação granulomatosa, é causada por sinais prolongados de citocinas. Nessas reações, as células T e os macrófagos ativados continuam a produzir citocinas e fatores de crescimento que amplificam as reações de ambos os tipos celulares e modificam progressivamente o ambiente local do tecido. O resultado é um ciclo de lesão tecidual e inflamação crônica, seguido por substituição por tecido conectivo (fibrose). Correlacionando com a clínica: Na prática clínica, a perda de respostas de DTH para antígenos universalmente encontrados (p. ex.: antígenos de Candida) é uma indicação de deficiência da função das células T, uma condição conhecida como anergia Doenças Causadas por Linfócitos T Citotóxicos As respostas de CTLs à infecção viral podem levar à lesão tecidual em decorrência do killing de células infectadas, mesmo se o vírus por si só não induzir efeitos citopáticos. A principal função fisiológica dos CTLs é eliminar os microrganismos intracelulares, principalmente vírus, matando as células infectadas. Alguns vírus lesionam diretamente as células infectadas e são considerados citopáticos, ao passo que outros não o são. Como podem não ser capazes de distinguir entre os vírus citopáticos e não citopáticos, os CTLs matam células infectadas por vírus, independentemente se a infecção é em si prejudicial para o hospedeiro. PLUS = caso diabetes tipo 1 Vários mecanismos podem contribuir para destruição das células β, incluindo a inflamação mediada por células CD4+ Th1 reativas aos antígenos das ilhotas (incluindo a insulina), lise de células das ilhotas mediada por CTL, produção local de citocinas (TNF e IL-1) que danificam as células das ilhotas e autoanticorpos contra as células das ilhotas. As ilhotas exibiram necrose celular e infiltração linfocitária consistindo em células T CD4+ e CD8+. Essa lesão é denominada insulite. 2. Explicar o mecanismo de agressão da patogênese fungica Os fungos frequentemente crescem no solo e em material vegetal em decomposição. Muitos fungos, incluindo bolores de pão e cogumelos, podem ser vistos a olho nu. Os fungos têm seu próprio reino, eles não são plantas nem animais. Os fungos se reproduzem ao espalhar esporos microscópicos. Esses esporos estão muitas vezes presentes no ar e no solo, onde podem ser inalados ou entrar em contato com a superfície corporal de uma pessoa, principalmente a pele. Assim, as infecções fúngicas iniciam-se geralmente nos pulmões ou na pele. Da ampla variedade de esporos que se depositam na pele ou que são inalados pelos pulmões, a maioria dos tipos não causa infecção. Alguns tipos causam infecção somente em pessoas com: Sistema imunológico deficiente Material estranho, incluindo dispositivos médicos (como uma articulação artificial ou válvula cardíaca), em seu corpo O sistema imunológico pode ficar debilitado quando as pessoas tomam medicamentos que suprimem o sistema imunológico (imunossupressores), tais como medicamentos de quimioterapia ou aqueles usados para prevenir a rejeição de um órgão depois do transplante, ou quando têm um distúrbio que causa imunodeficiência, como a AIDS. As infecções fúngicas são frequentemente descritas como Oportunistas Primária As infecções fúngicas oportunistas se aproveitam de um sistema imunológico debilitado. Assim, elas geralmente ocorrem em pessoas com o sistema imunológico enfraquecido, como as que têm AIDS, ou que tomam medicamentos para suprimir o sistema imunológico. As infecções fúngicas oportunistas ocorrem no mundo todo. As infecções fúngicas oportunistas podem ser muito agressivas, disseminando-se rapidamente para outros órgãos e, muitas vezes, levando à morte. As infecções fúngicas primárias podem ocorrer em pessoas com sistema imunológico normal, às vezes com consequências sérias. Quais os padrões de resposta celular para o mecanismo patológico? 3. Compreender os tipos de transplante (fatores Rh, HLA, etc.) HLA O sistema de antígenos leucocitários humanos (HLA), o principal complexo de histocompatibilidade (MHC) em seres humanos, é uma parte importante do sistema imunológico e é controlado por genes localizados no cromossomo 6. Fator Rh O fator Rh é determinado por dois alelos que apresentam dominância completa (R e r). Indivíduos que apresentam um alelo dominante possuem o fator Rh em suas hemácias. Já aqueles que possuem dois alelos recessivos não possuem fator Rh. (rr = Rh negativo/ Rr = Rh positivo) É importante reconhecer o fator Rh no momento de transfusões sanguíneas. Por exemplo, uma pessoa com Rh- não deve entrar em contato com o sangue Rh+. Isso ocorre porque o organismo tentará destruir as substâncias não conhecidas presente no sangue recebido. Existe também risco de problemas de incompatibilidade sanguínea durante a gravidez. Considere uma mulher com Rh- grávida de uma bebê com Rh+, nesse caso, as hemácias do bebê, vistas como um agente estranho, poderão ser destruídas pelo sistema de defesa do organismo da mãe. Essa condição é conhecida por eritroblastose fetal e pode causar a morte do bebê durante a gestação ou depois do nascimento. No conjunto de Rh não haverá anticorpos anti-Rh já prontos no plasma. Esses anticorpos só são produzidos se uma pessoa Rh- acabar recebendo sangue de uma pessoa Rh+. Enxerto autólogo = enxerto transplantado de um indivíduo para o mesmo indivíduo. Enxerto singênico = enxerto transplantado entre dois indivíduos geneticamente idênticos. Enxerto alogênico/aloenxerto = enxerto transplantado entre dois indivíduos geneticamente diferentes da mesma espécie. Enxerto xenogênico/xenoenxerto = Um enxerto transplantado entre indivíduos de espécies diferentes. Aloantígenos = moléculas reconhecidas como estranhas em enxertos. Xenoantigos = aquelas presentes nos xenoenxertos. Os linfócitos e anticorpos que reagem com os aloantígenos ou xenoantígenos são descritos como alorreativos ou xenorreativos, respectivamente. A interrupção do suprimento sanguíneo para o tecido e órgãos durante o período entre a remoção de um doador e a transferência para um receptor normalmente causa algum dano isquêmico. Isso pode resultar na expressão de padrões moleculares associados ao dano estimulando respostas inatas mediadas tanto por células inatas do hospedeiro no interior do enxerto quanto pelo sistema imune inato do doador. Adicionalmente, as células natural killer (NK) do hospedeiro podem responder à ausência de moléculas de histocompatibilidade singênicas nas células do enxerto doado e, portanto, contribuir para a rejeição do enxerto. Essas respostas inatas podem diretamente causar lesão ao enxerto, mas também acredita- se que amplifiquem respostas adaptativas pela ativação de células apresentadoras de antígenos Tais resultados sugerem que as moléculas nos enxertos responsáveis por elicitar a rejeição devem ser polimórficas, e sua expressão é codominante. Polimórfico refere-se ao fato de esses antígenos do enxerto diferirem entre os indivíduos de uma espécie (quando não são gêmeos idênticos) ou entre diferentes linhagens consanguíneas de animais. A expressão codominante significa que cada indivíduo herda genes que codificam as moléculas de ambosos pais, e ambos alelos parentais são expressos. Dessa maneira, animais F1 (A × B) expressam os alelos A e B, e “enxergam” tanto os p g tecidos de A quanto os tecidos de B como próprios, ao passo que os animais consanguíneos A ou B expressam somente o respectivo alelo e “enxergam” os tecidos de F1 (A × B) como parcialmente estranhos. As moléculas do complexo principal de histocompatibilidade (MHC, do inglês, major histocompatibility complex) ligam peptídeos e os apresentam às células T, e são responsáveis por reações de rejeição fortes e rápidas. Os transplantes da maioria dos tecidos entre qualquer par de indivíduos, exceto os gêmeos idênticos, serão rejeitados porque as moléculas do MHC são tão polimórficas que dois indivíduos nunca herdam as mesmas moléculas. O papel das moléculas do MHC como antígenos que causam a rejeição do enxerto é uma consequência da natureza do reconhecimento antigênico pelas células T, como discutiremos mais tarde. Lembre-se de que as moléculas do MHC humano são chamadas antígenos leucocitários humanos (HLAs, do inglês, human leukocyte antigens) e no contexto do transplante em seres humanos, os termos de MHC e HLA são utilizados indistintamente um do outro. No cenário de qualquer transplante entre doador e receptor geneticamente não idênticos, haverá antígenos polimórficos diferentes das moléculas do MHC contra as quais o receptor pode montar uma resposta imunológica. Esses antígenos normalmente induzem reações de rejeição fracas ou mais lentas (mais graduais) do que as moléculas do MHC e, por isso, são chamados antígenos de histocompatibilidade secundários. Reconhecimento de Aloantígenos pelas Células T As moléculas alogênicas do MHC de um enxerto podem ser apresentadas para o reconhecimento pelas células T do receptor de duas maneiras diferentes, chamadas de vias direta e indireta Via direta = O reconhecimento direto do aloantígeno ocorre quando as células T alorreativas se ligam diretamente a uma molécula de MHC alogênica intacta com um peptídeo ligado presente em uma célula dendrítica ou outra APC do enxerto (doador), no interior dos linfonodos. As células T CD4+ ou CD8+ podem reconhecer diretamente as moléculas do MHC de classe II ou de classe I do doador, respectivamente, e se diferenciarão em células T auxiliares ou CTL. Os CTL (linfócitos T citotóxicos) reconhecerão diretamente o mesmo complexo MHC-peptídeo do doador exibido nas células teciduais do enxerto e destruirão essas células No caso do reconhecimento direto, as moléculas intactas de MHC exibidas pelas células do enxerto são reconhecidas pelas células T do receptor sem a necessidade de processamento pelas APCs do hospedeiro Uma provável explicação é que os receptores de células T (TCRs, do inglês, T cell receptor) têm alguma especificidade intrínseca por moléculas do MHC, independentemente do fato de serem próprias ou estranhas. As moléculas de MHC vão possuir peptídeos específicos em sua superfície, de modo que MHCs alogenicos serão diferentes, ativando assim, a resposta imune. As respostas das células T para as moléculas do MHC alogênico diretamente apresentadas são muito fortes, porque há uma alta frequência de células T que podem reconhecer diretamente qualquer proteína do MHC alogênico. O alorreconhecimento direto pode gerar tanto células T CD4+ quanto células T CD8+ que reconhecem antígenos dos enxertos e contribuem para a rejeição. Via indireta: O reconhecimento indireto do aloantígeno ocorre quando as moléculas de MHC alogênicas originárias da células do enxerto são capturadas e processadas pelas APCs do receptor e os fragmentos peptídicos das moléculas de MHC alogênicas contendo resíduos de aminoácidos polimórficos são ligados e apresentados pelas moléculas de MHC do receptor (próprias). As células T auxiliares MHC-específicas do doador geradas dessa maneira podem auxiliar as células B a produzir anticorpos específicos para o MHC do doador que podem lesar as células do enxerto. Pelo que eu entendi, as células APCs do doador vão possuir um MHC diferente do habitual (devido ao polimorfismo – peptídeos diferentes) e isso vai ativar os linfócitos que, por sua vez, atacarão as células. Reconhecimento Indireto de Aloantígenos Na via indireta, as moléculas de MHC do doador (alogênicas) são capturadas e processadas pelas APCs do receptor, e os peptídeos derivados dessas moléculas são apresentados em associação a moléculas de MHC próprias. A apresentação indireta pode resultar no alorreconhecimento por células T CD4+, porque os aloantígenos são adquiridos pelas APCs do hospedeiro principalmente através da via vesicular endossomal (i.e., como uma consequência da fagocitose) e, por isso, apresentados por moléculas do MHC de classe II. Alguns antígenos de células fagocitadas do enxerto entram na via do MHC de classe I de apresentação antigênica e são indiretamente reconhecidos por células T CD8+. Esse fenômeno é um exemplo de apresentação cruzada ou cross-priming, na qual as células dendríticas ingerem proteínas de outra célula (p. ex.: do enxerto) liberadas para o citosol, onde são processadas em peptídeos pelos proteassomos. A ativação dos linfócitos T alorreativos se dá dessa forma: Além do reconhecimento do aloantígeno, a coestimulação de células T, primariamente por moléculas B7 nas APCs, é importante para a ativação de células T alorreativas. A coestimulação é provavelmente mais importante para ativar células T alorreativas naive, entretanto, mesmo respostas de células T de memória podem ser amplificadas pela coestimulação. A rejeição dos aloenxertos e a estimulação de células T alorreativas em uma MLR podem ser, ambas, inibidas por agentes que bloqueiam as moléculas B7. Somente os CTLs gerados pelo alorreconhecimento direto podem matar as células do enxerto, enquanto os CTLs e as células T auxiliares geradas tanto pelo reconhecimento direto quanto indireto do aloantígeno podem causar dano mediado por citocinas aos enxertos. A ativação dos linfócitos B e a produção de anticorpos Os anticorpos contra os antígenos do enxerto, chamados anticorpos doador-específicos, também contribuem para a rejeição. Esses aloanticorpos de alta afinidade são produzidos principalmente pela ativação de células B alorreativas dependentes de células T auxiliares, muito semelhantes aos anticorpos contra outros antígenos proteicos (Capítulo 12). Os antígenos mais frequentemente reconhecidos por aloanticorpos são as moléculas de HLA do doador, incluindo as proteínas de classe I e de classe II do MHC. Rejeição ao transplante, padrões Rejeição Hiperaguda A rejeição hiperaguda é caracterizada pela oclusão trombótica da vasculatura do enxerto que se inicia dentro de minutos a horas após os vasos sanguíneos do hospedeiro serem anastomosados aos vasos do enxerto, e é mediada por anticorpos preexistentes na circulação do hospedeiro que se ligam aos antígenos endoteliais do doador A ligação do anticorpo ao endotélio Ativa o complemento e, juntos, os produtos do anticorpo e do complemento Lesão das células endoteliais e exposição das proteínas da membrana basal subendotelial que ativam as plaquetas. As células endoteliais são estimuladas a secretar formas de alto peso molecular que promovem a adesão e a agregação plaquetária. Tanto as células endoteliais quanto as plaquetas sofrem vesiculação da membrana Levando à descamação de partículas lipídicas que promovem coagulação. Rejeição Aguda A rejeiçãoaguda é um processo de lesão do parênquima e dos vasos sanguíneos do enxerto mediada por células T alorreativas e anticorpos. Os principais mecanismos de rejeição celular aguda são a morte das células do parênquima e das células endoteliais do enxerto mediada por CTL, e a inflamação causada pelas citocinas produzidas por células T auxiliares Rejeição Aguda Mediada por Anticorpos Os aloanticorpos causam rejeição aguda por ligação aos aloantígenos, principalmente as moléculas de HLA, em células endoteliais vasculares, causando lesão endotelial e trombose intravascular que resultam na destruição do enxerto Rejeição Crônica e Vasculopatia do Enxerto À medida que a terapia para a rejeição aguda foi aperfeiçoada, a maior causa da falha de aloenxertos de órgãos vascularizados tornou-se a rejeição crônica. A lesão dominante da rejeição crônica em enxertos vascularizados é a oclusão arterial, como resultado da proliferação de células musculares lisas da íntima, e os enxertos eventualmente falham principalmente por causa do dano isquêmico resultante. As alterações arteriais são chamadas de vasculopatias do enxerto ou arteriosclerose acelerada do enxerto Transplante xenogênico Uma barreira imunológica essencial ao transplante xenogênico é a presença de anticorpos naturais nos receptores humanos que causam a rejeição hiperaguda. Os anticorpos naturais contra xenoenxertos induzem rejeição hiperaguda pelos mesmos mecanismos observados na rejeição hiperaguda de aloenxertos. O que diferencia a compatibilidade da transfusão sanguínea dos tecidos? Pq a possibilidade de reação é muito maior no tecido do que no sangue??? 4. Conhecer o mecanismo de ação dos fármacos Transplante é a transferência de células, tecidos ou órgãos vivos de um doador a um receptor com a intenção de manter a integridade funcional do material transplantado no receptor. Seu grande limitador é a rejeição, a qual pode ser mediada por reação celular e/ou humoral. O uso de drogas imunossupressoras tem por objetivo o controle deste fator!!! Pulsoterapia com metilprednisolona1 - É a administração intravenosa de doses supra-farmacológicas do corticoide metilprednisolona (em ciclos diários de 3, 5 ou 7 dias). - Metilprednisolona1 = Inibe a formação de ácido araquidônico resultando em inibição da cicatrização, inflamação, resposta imune, vasodilatação, etc. As ações anti-inflamatórias dos corticoides envolvem as proteínas inibidoras fosfolipase A2 e lipocortinas que controlam a biossíntese de potentes mediadores da inflamação como as prostaglandinas e leucotrienos. O objetivo dessa pulsoterapia é tratar doenças auto-imunes em atividade e impedir a rejeição de órgãos transplantados. Tacrolimus Ele se liga a receptores na célula chamados proteínas conectoras FK. O complexo fármaco-proteico resultante inibe a calcineurina (transmissor de fosfatase dependente de cálcio) que por sua vez, reduz a atividade dos linfócitos T do sistema imunológico. Como consequência disso, as células T não liberam suas citosinas (que ocasionam a inflamação, vermelhidão e o prurido). Adicionalmente, o Tacrolimus possui efeito direto nas células da pele (queratinócitos). Aparentemente, ele reduz o número de receptores IL-8 de citosina no queratinócito, reduzindo assim, a inflamação. O tratamento tópico proporcionou boa repigmentação no vitiligo sendo aplicado. Prednisona A prednisona é um esteróide adrenocortical sintético com propriedades predominantemente glicocorticoides. Os glicocorticoides, tais como a prednisona, produzem intensos e diversos efeitos metabólicos e modificam a resposta imunológica do organismo a diferentes estímulos. Pelo que eu entendi, a prednisona tem o mesmo/ou similar efeito do cortisol como imunossupressor (já que ambos são corticoides). Pelo seu caráter lipossolúvel, vão entrar na célula e ocupar determinado receptor celular e isso vai impedir que a célula imune tenha resposta imunológica. O uso de prednisona ou similares por muito tempo, inibe a produção natural de cortisol pela glândula suprarrenal. Micofenolato de mofetil É o éster 2-morfolinoetil do AMF. O AMF é um inibidor poderoso, seletivo, não competitivo e reversível da inosina-monofosfato desidrogenase e, portanto, inibe a via de novo da síntese do nucleótido da guanosina sem incorporação no ADN. O AMF tem efeitos citostáticos mais potentes sobre os linfócitos do que sobre outras células dado que os linfócitos T e B dependem criticamente da síntese de novo das purinas para proliferarem, enquanto que outros tipos de células podem utilizar vias de recurso. Cetoconazol - Inibe a biossíntese do ergosterol, inibe a atividade enzimática oxidativa e peroxidativa, resultando na formação intracelular de concentrações tóxicas de peróxido de hidrogênio, deteriorando as organelas subcelulares e necrose celular dos fungos. É como se fosse uma morte por envenenamento!!!
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