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Exame de urina (Urina rotina)

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EXAME DE URINA 
➢ Urina rotina. 
➢ Urina tipo 1 (qualitativo – fita) e tipo 2 (quantitativo 
– sedimentoscopia). 
➢ Sumário de urina. 
➢ EAS (elementos anormais e sedimentoscopia). 
1. Quando solicitar? 
➢ Evidência clínica de doença renal: 
- Edema (sem causa definida – na busca de 
proteinúria) ou hipertensão arterial (avaliar se é 
secundária a uma doença renal – proteinúria ou 
hematúria). 
- Sintomas urinários (mudança de coloração da 
urina, sintomas de infecção urinária [disúria, 
polaciúria e tenesmo]). 
*Diagnóstico de infecção urinária em mulheres no 
período reprodutivo pode ser apenas clínico. 
*A alteração do exame de urina nem sempre indica 
infecção. 
➢ Evidência laboratorial de doença renal: 
- Albuminúria/proteinúria (para avaliar outros 
elementos). 
- Alteração da creatinina (alteração da função renal 
aguda ou crônica). 
➢ Litíase renal (de repetição). 
➢ Doença sistêmica com acometimento renal: 
- LES (lúpus). 
- DM. 
- Vasculites. 
2. Análise da urina: 
➢ Aspectos físicos: 
- Turbidez: piúria (leucocitúria visível a olho nu - 
sedimenta), quilúria (grande quantidade de material 
linfático na urina – mais homogêneo – causada p. 
ex. por fístulas linfáticas) e cristalúria. 
- Cor: avermelhada (tabela) ou esverdeada (causada 
por medicações [propofol, indometacina, sepurin, 
azul de metileno e amitriptilina] e por infecção por 
pseudomonas). 
Vermelha a marrom 
(sedimento) 
Hematúria 
(Hemepigmento +) 
 
 
Vermelho a marrom 
(sobrenadante) 
Heme (+): hemoglobubinúria (anemia 
hemolítica) ou mioglobinúria 
(rabdomiólise). 
Heme (-): uso de rifampicina, fenitoína, 
corantes, porfiria intermitente aguda, 
beterraba, rabanete. 
➢ Análise bioquímica: 
- Hemepigmento (sangue). 
- Esterase leucocitária (leucócitos): é uma enzima 
intracelular de neutrófilos e macrófagos que 
permite identificar a presença de leucócitos na 
urina. Pode ser interpretado erroneamente devido a 
concentração da urina (urina muito diluída – rotura 
celular – risco de falso positivo; urina muito 
concentrada – célula não rompe – risco de falso 
negativo; proteinúria e glicosúria também 
aumentam a chance de falso negativo – aumentam 
a osmolaridade do meio – diminui a lise de 
leucócitos). A sedimentoscopia, portanto, é um 
método superior. 
- Nitrito: normalmente não está presente; detectado 
na presença de enzima nitrato redutase (produzida 
por algumas bactérias) que converte nitrato em 
nitrito; portanto é positivo na presença de 
enterobactérias (avalia seu excesso na urina, p. ex. 
e. coli). OBS: enterococos e gram + não convertem 
nitrato em nitrito. 
- Albumina (proteína – é a única proteína para 
avaliar proteinúria na urina rotina); 
OBS: Mieloma múltiplo causa aumento de gama-globulina 
(paraproteinemia), portanto na urina rotina não é detectada a 
presença de proteinúria significativa – avaliar proteinúria de 
24h, que virá alta. 
- pH: varia de 4,5-8,0; importante na avaliação de 
pcts com acidose (acidose met. pH tem que ser 
<5,5); quando há infecção bacteriana por Proteus 
(produtores de uréase, associada aos cálculos 
coraliformes, de estruvita) o pH urinário é alcalino 
em torno de 7,0-7,5 independente da capacidade de 
acidificação renal (presença ou não de acidose 
metabólica). 
- Densidade: avaliar se o paciente mantém uma 
capacidade de concentração urinária; elementos 
anormais podem atrapalhar esse resultado (p. ex. 
um renal crônico, que tenderia a ter uma densidade 
baixa, pode ter proteinúria e glicosúria, o que faria 
a densidade aumentar); Patologia que pode 
aumentar a densidade urinária - pré-renal com 
estrutura renal preservada e má perfusão do rim, há 
concentração da urina e a densidade vem alta; 
Patologias que podem abaixar a densidade renal – 
lesão tubular (necrose tubular aguda) o rim perde a 
capacidade de concentrar a urina e a densidade vem 
baixa, ou na DRC que o paciente tende a perder sua 
capacidade de concentrar a urina. 
- Glicose: patológica – em condições normais 
filtramos a glicose, mas ela é reabsorvida 
completamente no túbulo proximal; pode vir 
positiva quando há glicosúria. A glicemia muito alta 
(>180mg/dL) com rim normal ultrapassa a sua 
capacidade de reabsorção, causando glicosúria. 
Doenças do túbulo renal (reduzem a reabsorção) 
podem levar a glicosúria com glicemia normal, p. 
ex. síndrome de Fanconi, DRC ou LRA. 
- Bilirrubina: positiva indica presença de bilirrubina 
direta na urina (bilirrubina direta aumentada). 
- Urobilinogênio: aumentado sugere o aumento da 
produção de bilirrubinas. 
OBS: Presença de icterícia, bilirrubina (+) e urobilinogênio (-) 
sugere obstrução de via biliar – como o urobilinogênio é 
produzido no intestino, se houver obstrução da via biliar haverá 
aumento da BD (aparecendo na urina rotina) e o urobilinogênio 
pode não aparecer. 
➢ Sedimentoscopia: permite avaliar a presença de... 
- Células: hemácias, leucócitos e células epiteliais. 
- Cilindros. 
- Cristas. 
3. Hematúria: 
➢ Microscópica: mais que 2 células por campo. 
➢ Macroscópica: sem coágulo/com coágulo (sempre 
indica causa urológica). 
➢ Transitória: 
- Excluir menstruação. 
- Pós exercício físico. 
- Pós relação sexual. 
- Pode ser patológica (infecção de urina/neoplasia). 
➢ Persistente: 
- Sempre investigar. 
- Litíase/neoplasia/glomerulopatia. 
➢ Dismorfismo eritrocitário (confirma se tem origem 
glomerular): mais de 5% de acantócito é sugestivo 
de hematúria glomerular. Sensibilidade não tão alta 
(repetir o exame se vier negativo); especificidade 
alta (98%). 
➢ Glomerular: 
- Hematúria com proteinúria (2+ ou mais na urina 
rotina; >3500mg/dia). 
- Hematúria que começa junto com a proteinúria 
sugere origem glomerular. 
➢ Leucocitúria: 
- Neutrófilo: ITU (bactéria, fungo, TB), 
diagnósticos diferenciais - cistite intersticial, litíase 
renal, DSTs, prostatite, DIP, infecção 
intraperitoneal (p. ex. apendicite). 
- Eosinófilo: sugere NIA (nefrite intersticial aguda) 
associada ao uso de drogas (no entanto, a 
eosinofilúria não está sempre presente na nefrite 
intersticial aguda – apenas 34% dos pcts com NIA 
tem eosinofilúria). 
➢ Cilindro hialino: normal (jejum hídrico pela manhã) 
ou desidratação. 
➢ Cilindro hemático: “patognomônico” de hematúria 
glomerular – única doença capaz de dar cilindro 
hemático; fecha o diagnóstico p/ origem 
glomerular, não precisa nem ser solicitado o 
dismorfismo eritrocitário. 
➢ Cilindro leucocitário: nefrite intersticial aguda 
(causa mais comum – 3%); pode ser também por 
pielonefrite ou de origem glomerular 
(glomerulonefrite). 
➢ Cilindro epitelial: a célula epitelial tem origem 
tubular (célula do túbulo que descamou), quando há 
descamação excessiva pode ser formado o cilindro 
epitelial. Causa mais comum – necrose tubular 
aguda (ocorrer isoladamente, o que é menos 
comum, por isquemia ou ação de toxinas), ou 
associada a nefrite intersticial aguda e 
glomerulonefrites. 
➢ Cilindro granuloso: é o cilindro epitelial degradado 
pela a passagem nos túbulos renais (rim) e pela 
urina (bexiga), portanto é formado de células 
epiteliais degradadas. Típico de necrose tubular 
aguda, glomerulopatia e NIA. 
➢ Cilindro céreo: do tipo hialino, diferido do cilindro 
hialino por ser mais grosso e maior, devido a 
dilatação dos túbulos renais do paciente; sugere 
alterações crônicas nos túbulos renais do paciente, 
como na DRC.

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