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Capitulo 3 - A Destilação Operações Unitárias na Engenharia Química - ( Marco Antonio Farah)Marco Antonio Farah)Marco Antonio Farah)Marco Antonio Farah) 3-39 Entre eles listam-se o de McCabe-Thiele (1925) e o de Ponchon-Sacarit (1921-1922), que se baseiam em diagramas de equilíbrio (x-y) e (H-x-y, x-y) para sua resolução levando em conta também algumas hipóteses. Ao contrário do método prato-a-prato rigoroso analítico, de tentativa e erros, desenvolvido por Sorel em 1891 e descrito anteriormente, estes métodos são de aplicação mais rápida. O mais simples destes métodos é o método de McCabe-Thiele, sendo também o de mais fácil entendimento e excelente para compreensão dos conceitos envolvidos em uma destilação fracionada. Pelo que já foi considerado, a equação 3.136 é uma reta e sua localização será: se x = y ⇒ y = LV DxSx Ds − + = DS DxSx Ds + + Como a corrente lateral é normalmente líquida: V = V e L - L = S (3.138) ∴ is = S LL− = 1 (3.139) Pode-se definir uma linha is, tal como mostrado pelas equações 3.138 e 3.139, que represente a interseção da reta da seção de enriquecimento com a intermediária. Esta linha tem como coeficiente angular o valor is , pois: Seção Intermediária: yV = xL + Sxs + DxD (3.140) Seção de Enriquecimento: Vy = Lx + DxD (3.141) Subtraindo 3.140 de 3.141, levando em conta 3.138 e 3.139; vem: (L - L )x = Sxs Como is = 1 x = xs (3.142) Então, a interseção destas retas é uma vertical passando por x = xs, quando a retirada lateral é líquido saturado. A localização sobre o diagrama (x-y) desta reta é mostrado na Figura 3.39 xS •••• zF xD SEÇÃO INTERM . "is" xB Dx V D "i" •••• •••• •••• •••• Sx Dx S D s D++++ ++++ Figura 3.39 - Determinação do número de estágios de uma coluna com retirada lateral Capitulo 3 - A Destilação Operações Unitárias na Engenharia Química - ( Marco Antonio Farah)Marco Antonio Farah)Marco Antonio Farah)Marco Antonio Farah) 3-40 3.14.10.2 Duas Cargas Ocasionalmente, pode-se ter mais de uma mistura de mesmos componentes de diferentes composições, a qual se deseja separar. Poderíamos misturar as soluções e introduzi-las como uma única carga. Isto reduziria o custo do investimento na fracionadora, mas aumentaria o custo operacional pois se consumiria mais energia. Separar uma mistura consome energia e se misturarmos soluções de composições diferentes, nós desperdiçamos uma separação parcial que já aconteceu. Por isto, é melhor introduzir as duas cargas em diferentes estágios na fracionadora, no estágio ótimo em cada caso. Consideremos dois estágios de carga A e B, para as cargas G e F. L = L + LG = L + i1 . G (3.143) V = V - VG = VG = V - (1 - i1)G (3.144) L'= L + LF = L + i2 . F (3.145) V'= V - VF = V - (1 - i2) F (3.146) D , xoI L III B, xB Vo II V L L G V' ZG V L ' F FF A B Figura 3.40 - Duas cargas Envoltória II: ++= ++= GDLV GzDxxLyV Gs (3.147) (3.148) Envoltória I: Vy = Lx + DxD (3.149) Capitulo 3 - A Destilação Operações Unitárias na Engenharia Química - ( Marco Antonio Farah)Marco Antonio Farah)Marco Antonio Farah)Marco Antonio Farah) 3-41 A interseção das equações acima dá: ( V - V)y = ( L - L)x - GzG Se i1 = LG/G ∴ (1 - i1) yG/ = i1 xG/ - GzG ∴ 1i z x 1i i y 1 G 1 1 − − − = (3.150) A equação 3.150 representa o lugar geométrico das interseções das seções de enriquecimento e intermediária. Envoltória III: V'y = L'x - B xB (3.151) Fazendo a interseção entre 3.147 e 3.151: (V' - V )y = (L' - L )x - BxB - DxD + GzG Se i2 = LF/F - (1 - i2) yF/ = i2 xF/ - yZF/ ∴ 1i z x 1i i y 2 F 2 2 − − − = (3.152) Esta equação representa o lugar geométrico das interseções das retas de operação das seções de esgotamento e intermediária. Definindo z combinado como GF GzFz GF + + , podemos traçar as retas sobre o gráfico (x, y), tal como mostrado na Figura 3.41: zG •••• zF xD Zcomb xD i2 xB ∆∆∆∆x V D is •••••••• •••• x RR D I ++++ 1 Figura 3.41 - Determinação do número de estágios para duas cargas Capitulo 3 - A Destilação Operações Unitárias na Engenharia Química - ( Marco Antonio Farah)Marco Antonio Farah)Marco Antonio Farah)Marco Antonio Farah) 3-42 Resumindo as equações das retas de operação: • Região de topo: y = 1RR x x V L D + + • Região intermediária: y = V GZDx x V L GD −+ = ∆∆+ x V x V L (3.153) • Para x = 0 ⇒ y = ∆∆ x V onde ∆ = D - G x∆ = V GzDx GD − (3.154) 3.15 Eficiência dos Estágios Reais Nos estágios reais, as correntes que os deixam não estão realmente em equilíbrio, como aconteceria idealmente, em virtude de o tempo de contato ser insuficiente para a mistura ideal das fases nos estágios. Isto implica em menores variações nas composições efluentes dos estágios, tornando necessário um aumento do número de estágios para compensar esta perda. A eficiência deve ser calculada para definir o número de estágios reais para efetuar a separação desejada. O desempenho de um estágio depende de muitas variáveis físicas. Contatos mais íntimos em maior tempo levam a uma proximidade do equilíbrio ideal, entre as correntes efluentes. As variáveis que influem na eficiência são a área interfacial das fases, a taxa de transferência dos componentes de uma fase para outra e o tempo de contato. Estas variáveis são por sua vez funções das características de construção dos estágios, das propriedades físicas das fases e de suas vazões. 3.15.1 Eficiência Global A eficiência mais comumente usada é a eficiência global da torre, definida como: Eg = snecessárioreaisestágiosdenúmero equilíbriodeestágiosdenúmero (3.155) É largamente usada e de fácil aplicação, mas tem limitações práticas e teóricas. Do lado prático, a eficiência global somente pode ser determinada com base em resultados de colunas em operação. Do lado teórico, carece de base fundamental, pois combina os efeitos de muitas e complexas variáveis em apenas um único valor para a coluna inteira. 3.15.2 Eficiência de Murphree A eficiência de Murphree descreve o que se passa em um só estágio, podendo ser definida tanto para a fase vapor, como para a fase líquida. Capitulo 3 - A Destilação Operações Unitárias na Engenharia Química - ( Marco Antonio Farah)Marco Antonio Farah)Marco Antonio Farah)Marco Antonio Farah) 3-43 = Emv(y*n - yn-1) ESTÁGIO n y*n yn y*n - yn-1 yn - yn-1 yn-1 Figura 3.42 - Eficiência de Murphree Neste caso, admite-se que o vapor no estágio esteja completamente misturado e tenha composição uniforme yn+1. O vapor que sai do estágio tem composição média yn. É possível que o vapor esteja uniformemente misturado ao atingir o estágio, mas nas vizinhanças da superfície do líquido no estágio n, a sua composição pode variar, pois está em contato com um líquido, cuja composição é variável. A Eficiência Murphree do Vapor é definida por: Ev = 1n * n 1nn yy yy + + − − x 100 (3.156) em que: * ny − a composição hipotética do vapor que estaria em equilíbrio com o líquido efluente do estágio real n (xn); yn e yn+1 − composição vapor que deixa e que chega ao estágio n, respectivamente. CURVA DE EQUILÍBRIO LINHAS DE OPERAÇÃO x y Figura 3.43 - Incorporação da eficiência ao cálculo do número de estágios EMV = 1n * n 1nn yy yy + + − − (3.157) EMV − é a razão entre a variação da composição média real que ocorre na composição do vapor e a variação da composiçãoque ocorreria se todo o vapor estivesse em equilíbrio com o líquido que deixa o estágio. Capitulo 3 - A Destilação Operações Unitárias na Engenharia Química - ( Marco Antonio Farah)Marco Antonio Farah)Marco Antonio Farah)Marco Antonio Farah) 3-44 A Eficiência Murphree de Líquido é definida por: EML = * n1n n1n xx xx − − − − x 100 (3.158) em que: * nx − composição do líquido hipotético, que deixaria o estágio em equilíbrio com o vapor, cuja composição fosse a do vapor que eflui realmente do estágio yn; xn e xn+1 − composição do líquido que deixa e que chega ao estágio n, respectivamente. Desde que a composição do líquido pode variar consideravelmente em diferentes pontos no estágio de equilíbrio, é necessário definir uma eficiência de Murphree local restrita às condições de um ponto do estágio. Isto pode acontecer em colunas de grande diâmetro, se ocorrer um gradiente de concentração do vapor ou do líquido em um mesmo estágio. Eficiência de Murphree Local para o Vapor: 1n ’* n ’ 1n ’ n v yy yy E + + − −=o (3.159) ’* ny − concentração do vapor em equilíbrio com um líquido situado em um dado ponto do estágio; ’ ny e ’ 1ny + − composição do vapor que deixa e que chega a dado ponto do prato. A eficiência local nunca pode ser maior que 1, pois y* é o valor máximo que pode ser atingido por y, no ponto em consideração, enquanto que a eficiência de Murphree do estágio, por se tratar de valores médios, pode ser maior do que 1. 3.15.3 Relação entre Eficiência de Murphree e a Ef iciência e Global Para sistemas cujo equilíbrio possa ser representado por uma reta (y = mx), a seguinte relação é valida: ( ) ( )LVmlog ]1LVmE1[log Eg v −+= (3.160) a qual pode ser resolvida graficamente (Figura 3.44). 1.0 1.2 1.4 1.6 1.8 2.0 2.2 2.4 2.6 2.8 3.0 3.2 3.4 3.6 3.8 0 0.2 0.4 4.0 0.6 0.8 1.0 ηηηη1 1 M ηηηη ηηηη 0 0.25 1.25 1.0 0.75 0.5 1.5 1.75 2.0 2.25 mV/L=2.5 Figura 3.44 - Eficiência de Murphree Capitulo 3 - A Destilação Operações Unitárias na Engenharia Química - ( Marco Antonio Farah)Marco Antonio Farah)Marco Antonio Farah)Marco Antonio Farah) 3-45 3.15.4 Utilização da Eficiência de Murphree Quando se conhece a Eficiência de Murphree, pode-se substituir os valores da composição do vapor em equilíbrio, por aqueles que efetivamente deixam o estágio, construindo uma outra curva que substitui a do equilíbrio ideal (Figura 3.42). A curva de equilíbrio efetiva seria usada no método de McCabe-Thiele, para calcular o número de estágios. Nos casos em que a curva de equilíbrio for uma reta, pode-se calcular o número de estágios pela equação seguinte: N = ( ) ( )[ ] ( ) ( )[ ]* B * DBD * BB * DD yy/yylog yy/yylog −− −− (3.161) yD , yB − concentração do mais volátil no vapor que deixa o primeiro e o último estágio da torre; * D y , * B x − concentrações do mais volátil no vapor, que estaria em equilíbrio com o líquido, que deixa o primeiro e o último estágio. A eficiência global seria calculada pela equação (3.161) e aplicada a toda a torre. Assim, o número real de estágios seria o número de estágios ideais dividido pela eficiência global. MÉTODO DE PONCHON-SAVARIT A solução gráfica dos problemas de destilação "flash" ou fracionada pode ser obtida também, pelo método de Ponchon-Savarit. A diferença deste método para o de McCabe-Thiele, se encontra no fato de que o primeiro não necessita efetuar simplificação a respeito da quantidade de calor latente das fases. O método utiliza diagramas de entalpia versus composição e de equilíbrio líquido-vapor, podendo ser empregado para outras operações unitárias como a extração, absorção e cristalização. O método de Ponchon-Savarit também é aplicável a outras operações unitárias como a extração e a absorção. 3.16 Diagrama Entalpia versus Concentração Antes de apresentarmos o método, serão descritos os princípios da construção do diagrama entalpia versus composição e as informações que este diagrama contem. O diagrama é construído a partir da: − determinação da composição e do estado térmico do produto para o qual se deseja determinar a entalpia; − definição de uma seqüência de processos físicos de troca de calor, que levarão o produto de um estado inicial a um desejado estado final; − avaliação das variações de entalpia em cada etapa. A soma destas variações é a variação total de entalpia. Para estes cálculos poderão ser necessárias as seguintes informações: a) capacidade calorífica de líquidos e de gases puros; b) capacidade calorífica de misturas líquidas e gasosas em várias proporções; c) calor de vaporização e/ou de condensação; d) calor de solução; e) ponto de Bolha e de Orvalho em função da composição; f) composição do líquido e vapor em equilíbrio. Capitulo 3 - A Destilação Operações Unitárias na Engenharia Química - ( Marco Antonio Farah)Marco Antonio Farah)Marco Antonio Farah)Marco Antonio Farah) 3-46 O diagrama da Figura 3.45 mostra as curvas de ponto de bolha e de orvalho, enquanto que na Figura 3.46, observa-se as linhas de amarração ("tie-line') que definem o equilíbrio entre um líquido e um vapor a uma dada temperatura. As concentrações xB e yD são as das fases B e D em equilíbrio a uma dada pressão e temperatura. VAPOR SATURADO LÍQUIDO SATURADO x ou y D HB x ou y HF HD •••• F •••• ••••B xB xF yD Figura 3.45 - Diagrama Entalpia Composição Figura 3.46 - Diagrama Entalpia-Composição ("Tie-Lines") 3.17 Destilação "Flash" por Ponchon-Savarit Como já foi visto, as equações de balanço material, energético, de equilíbrio e relações estequiométricas de um "flash" são as seguintes: F = B + D (3.162) FzF = BxB + DyD (3.163) FhF = BhB + DHD (3.164) Onde Fh , Bh e DH , representam a entalpia em base molar das correntes F, L e V conforme Figura 3.47. Para uma dada carga de composição, pressão e temperatura definidas, podemos calcular o valor de Fh e localizar o ponto (zF, Fh ) no diagrama da Figura 3.46. Analisando-se este sistema, verificamos que existem seis incógnitas ( Fh , vH , xL, yv, L e V) e dispomos das seguintes informações: − três equações (3.162 a 3.164); − relação de equilíbrio líquido-vapor, sob a forma gráfica; − entalpia do líquido e do vapor em função da composição, sob a forma gráfica. Uma vez que três das informações são gráficas, a solução do problema não é direta, a não ser que tenhamos as equações correspondentes aos gráficos. Ainda que isto ocorra, dependendo do tipo destas equações, as soluções algébricas poderão ser complicadas. 20.000 15.000 10.000 5.000 h 0 5.000 1,0 0,8 0,6 0,4 0,2 0 RELAÇÕES ENTRE FASES h ______________________ H H Figura 3.47 - Diagramas H-x-y e x-y para o sistema etanol- água a 1 atmosfera Capitulo 3 - A Destilação Operações Unitárias na Engenharia Química - ( Marco Antonio Farah)Marco Antonio Farah)Marco Antonio Farah)Marco Antonio Farah) 3-47 O modo mais fácil de resolver o problema é o de fazer uso conjugado dos gráficos y - x e h-x-y, os quais devem estar dispostas um sobre outro, tal como na Figura 3.47. Considerando-se que as correntes B e D estejam em equilíbrio, elas estão a mesma temperatura e sobre uma mesma "tie-line". Podemos mostrar que a "tie-line" que liga F e B tem a mesma inclinação que aquela que passa por F e D. F = B + D (L + V) zF = BXB + yB FD BF zy xz B D − −= (3.165) (B + D) h F = B h L + HD V FV LF hH hh B D − −= (3.166) Combinando 3.165 e 3.166 FD BF zy xz − − = FD LF hH hh− − (3.167) ou ainda Lf BF hh xz − − = FD FD hH zy − − tg αFB = tg αFD (3.168) Logo, a reta que passa por F e B é a mesma que passa por F e D. A solução gráfica do problema consiste em achar, por um processo de tentativas que utiliza os dois diagramas de forma conjugada, a "tie-line" que passa por F. Nos casos em que se fixa a porcentagem vaporizada e se deseja determinar a tempera- tura, a solução é mais simples, pois pode-se, tal como já foi visto, determinar as concentrações xB e yD, sobre o diagrma y-x, e daí determina-se a "tie-line", a qual corresponde a uma temperatura constante. 3.18 Destilação Fracionada por Ponchon-Savarit 3.18.1 Condensador Total A resolução de uma destilação fracionada pelo método de Ponchon-Savarit é uma exten- são da aplicação a destilação integral, acrescida de que, neste caso, a transferência de matéria e ener- gia se faz em N estágios, havendo fornecimento de energia no fundo da torre e retirada em seu topo. Vamos admitir conhecidas as condições da carga (F, zF e Fh ), as composições dos produtos de fundo e de topo e a razão de refluxo. Deseja-se determinar o número de estágios para se obter a separação desejada. O método de Ponchon-Savarit não necessita da premissa de que os fluxos molares de líquido e vapor em cada seção sejam constantes, pois pode usar combinadamente os diagramas de equilíbrio (y, x) e de entalpia versus composição (h, x, y). A única admissão do método é a de que as perdas para o exterior são desprezíveis, assim o balanço de energia na torre seria (Figura 3.48): Capitulo 3 - A Destilação Operações Unitárias na Engenharia Química - ( Marco Antonio Farah)Marco Antonio Farah)Marco Antonio Farah)Marco Antonio Farah) 3-48 F Fh + qR = DhD + BhB + qC (3.169) qC = vHV - (Lo + D) Dh V = Lo + D qC = (Lo + D) ( vH - Dh ) qC = D(1 + RR) ( vH - Dh ) (3.170) onde vH - hD = calor latente de condensação do produto de topo, no caso de condensação total, sem sub-resfriamento. L Lo y1 B F D qc qR Figura 3.48 - Destilação fracionada por Ponchon-Savarit Combinando a equação F = D + B com a equação 3.169, tem-se: (D + B) Fh = ( Bh - B qR ) B + ( Dh + D qC ) D (3.171) D −−= − + B q hhBh D q h RBFF C D (3.172) Levando em conta que: D (xD - zF) = B (zF - xB) (3.173) Dividindo a equação 3.173 pela 3.172. −− −= − + − B q hh xz h D q h zx R BF BF F C D FD (3.174) No diagrama entalpia versus composição, a equação (3.174) indica que os pontos: R : coordenadas (xB, Bh - B qR ); Capitulo 3 - A Destilação Operações Unitárias na Engenharia Química - ( Marco Antonio Farah)Marco Antonio Farah)Marco Antonio Farah)Marco Antonio Farah) 3-49 A : coordenadas (zF, Fh ) e C : coordenadas (xD, Dh + D qC ). estão alinhados sobre a mesma reta. Então, se conhecemos qC (por balanços material e energético, equação 3.170), podemos localizar o ponto D q + h ,x CDD . Como conhecemos as condições da carga podemos traçar a reta que passa por F e C (Figura 3.49). Como é conhecida a composição xB, a interseção da reta vertical que passa por xB com a extensão da reta FC dá o ponto R e, como consequência, o valor de ( BH - B qR ). Para se calcular número de estágios na seção de retificação, localiza-se os pontos C, A, R, D e V1 sobre a curva H versus x- y o vapor (V1) que deixa o primeiro estágio e que está em equilíbrio com L1, líquido que deixa este prato. Assim usando o diagrama y versus x, determina-se o ponto x1. A vertical que passa por ele intercepta a curva h versus x em L1. Repetimos o procedimento anterior, unindo L1 a C, levando em conta que L1, C e V2 estejam em linha reta, o que pode ser deduzido efetuando-se balanço material e energético em torno deste ponto. Assim marca-se o ponto V2 sobre a curva h versus y. Repetindo-se os mesmos pro- ' 1V D Q 'c ' cQ ' mV ' oV zo a A 1 W m xa J n 2 1 ' 1L 'mL B Ln Lo ' 1mL ' 1nV Va F L2 L1 yo V2 D xd D V1 C H1 hd 0 R xB hR B 0 ' RQ R Q 'r CONCENTRAÇÃO MOLAR Figura 3.49 - Número de estágio de destilação cedimentos (V2 e L2 em equilíbrio), define-se L2, o que pode ser aplicado sucessivamente até o prato de carga, por raciocínios análogos. Quando alguma linha de amarração cruzar a reta RAC, indica que completou-se a seção de retificação, implicando em procedimento diferente. A partir deste ponto, alcançou-se a seção de esgotamento e deve-se trabalhar com os dados de balanço material e energético desta seção. Pode-se mostrar que similarmente à seção de retificação, os pontos R, Lm e Vm+1 estão alinhados. Assim o líquido que deixa o prato de carga está alinhado com o vapor que a ele chega. Este procedimento é repetido até que se alcance a concentração xB, indicando que o número de estágios na torre foram suficientes para se efetuar a separação desejada. Tal como para o método de McCabe Thiele, os procedimentos gráficos para cálculo dos estágios correspondem a aplicação das equações de balanço material, equilíbrio e balanço energético (esta última só no método de Ponchon-Savarit). Capitulo 3 - A Destilação Operações Unitárias na Engenharia Química - ( Marco Antonio Farah)Marco Antonio Farah)Marco Antonio Farah)Marco Antonio Farah) 3-50 Pelo método de Ponchon-Savarit é possível calcular as vazões molares de líquido e vapor em qualquer ponto da coluna, obtidas por balanço nos pratos: 1nn 1nn VL CV D L + += (3.175) n1n 1nn VL CL D V + += (3.176) A razão de refluxo RR seria igual a D Lo ou RR' = CL CV D L o 1o = (3.177) Como conseqüência, se conhecemos RR podemos localizar o ponto C, sem que seja necessário calcular qc. 3.18.2 Razão de Refluxo Total e Mínima A razão de refluxo total corresponde a D = 0, o que corresponde a localização dos pontos R e C no infinito como mostra a Figura 3.50, pois DV1, LV1 etc. são verticais. A condição de refluxo mínimo corresponde a uma zona de acumulação ("pinch"), o que se traduz em linhas de amarração paralelas a reta CAR, (Figura 3.51). W 3 2 1 V3 V2 D V1 0 L1L2 L3 W xB R xd CONCENTAÇÃO MOLAR Figura 3.50 - Refluxo total - número de estágios W 3 2 1 Va Cm D V 0 D La Rm W xr R xd A 1 2 yaxa ha Ha ' çmQ CONCENTRAÇÃO MOLAR m=∞∞∞∞ n=∞∞∞∞ Figura 3.51 - Refluxo mínimo - número infinito de estágios Como já foi dito o método de Ponchon-Savarit é mais rigoroso do que o método de McCabe- Thiele, apresentando melhores resultados, sendo que este último é de aplicação bem mais simples. A questão quando aplicar um ou outro depende da premissa de vazões molares constantes de líquido e vapor em cada seção ser ou não correta. Isto pode ser indicado pelo exame do diagrama h, x, y em base molar: se a linha de vapor saturado e a de líquido saturado são retas Capitulo 3 - A Destilação Operações Unitárias na Engenharia Química - ( Marco Antonio Farah)Marco Antonio Farah)Marco Antonio Farah)Marco Antonio Farah) 3-51 paralelas no intervalo de concentrações considerado, pode-se tomar como verdadeira a premissa de vazões molares constantes de líquido e vapor em cada seção. Isto é mostrado a partir das equações 3.175 e 3.176: CV CL L V 1n 1n n 1n + −+ = (3.178) Quando as linhas de entalpia de líquido e vapor são paralelas, a relação DV DL 1n 1n ′′′′ ′′′′ ++++ −−−− é constante em toda a seção, indicandoque n 1n L V ++++ é constante nesta seção. Em geral, a aplicação de um ou outro método, depende da disponibili-dade de dados e da precisão desejada em cada caso. 3.18.3 Condensador Parcial Quando a condensação for parcial, a resolução pelo método de Ponchon-Savarit muda ligeiramente, pois tem-se agora que considerar um produto vapor ou um produto vapor e um líquido, obtidos pela condensação. Similarmente ao método de McCabe-Thiele a alteração se deve a que no caso de: a) um produto vapor, o ponto C estará sobre a vertical que passa pela concentração y do produto gasoso (Figura 3.52c), ao contrário da condensação total (Figura 3.52a); b) dois produtos (um vapor e um líquido), o ponto C estará sobre a linha vertical que passa por xn (Figura 3.52b). xT = GD GyDx GD + + (3.179) Th = GD GHDh GD + + (3.180) Y1 Yd Y2 C C V2 V1 G L2 L1 D hd YdXd = Zd D Y1 Yd Y2 T C V2 V1 G L2 L1 D hd YdXd D ' cQ T Hd xd Zd Y1 Yd Y2 G C V2 V1 G L2 L0 X0 = Xd Hd L1 Yd L0 Zd = Yd Figura 3.52a Condensador total Figura 3.52b Condensador parcial - destilado misto Figura 3.52c Condensador parcial - destilado vapor
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