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PROVA DE LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS E REDAÇÃO PROVA DE CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS 1 Este CADERNO DE QUESTÕES contém 90 questões numeradas de 01 a 90 e a Proposta de Redação, dispostas da seguinte maneira: a. as questões de número 01 a 45 são relativas à área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias; b. Proposta de Redação; c. as questões de número 46 a 90 são relativas à área de Ciências Humanas e suas Tecnologias. 2 Confira se o seu CADERNO DE QUESTÕES contém a quantidade de questões e se essas questões estão na ordem mencionada na instrução anterior. Caso o caderno esteja incompleto, tenha qualquer defeito ou apresente divergência, comunique ao aplicador da sala para que ele tome as providências cabíveis. 3 Escreva e assine seu nome nos espaços próprios do CARTÃO-RESPOSTA com caneta esferográfica de tinta preta. 4 Não dobre, não amasse nem rasure o CARTÃO-RESPOSTA, pois ele não poderá ser substituído. 5 Para cada uma das questões objetivas, são apresentadas 5 opções identificadas com as letras , , , e . Apenas uma responde corretamente à questão. 6 Marque no CARTÃO-RESPOSTA a opção de língua estrangeira. 7 Use o código presente nesta capa para preencher o campo correspondente no CARTÃO-RESPOSTA. 8 Com seu RA (Registro Acadêmico), preencha o campo correspondente ao código do aluno. Se o seu RA não apresentar 7 dígitos, preencha os primeiros espaços e deixe os demais em branco. 9 No CARTÃO-RESPOSTA, preencha todo o espaço destinado à opção escolhida para a resposta. A marcação em mais de uma opção anula a questão, mesmo que uma das respostas esteja correta. 10 O tempo disponível para estas provas é de cinco horas e trinta minutos. 11 Reserve os 30 minutos finais para marcar seu CARTÃO-RESPOSTA. Os rascunhos e as marcações assinaladas no CADERNO DE QUESTÕES não serão considerados na avaliação. 12 Somente serão corrigidas as redações transcritas na FOLHA DE REDAÇÃO. 13 Quando terminar as provas, acene para chamar o aplicador e entregue este CADERNO DE QUESTÕES e o CARTÃO-RESPOSTA / FOLHA DE REDAÇÃO. 14 Você poderá deixar o local de prova somente após decorridas duas horas do início da aplicação e poderá levar seu CADERNO DE QUESTÕES ao deixar em definitivo a sala de provas nos últimos 30 minutos que antecedem o término das provas. 15 Você será excluído do Exame, a qualquer tempo, no caso de: a. prestar, em qualquer documento, declaração falsa ou inexata; b. agir com incorreção ou descortesia para com qualquer participante ou pessoa envolvida no processo de aplicação das provas; c. perturbar, de qualquer modo, a ordem no local de aplicação das provas, incorrendo em comportamento indevido durante a realização do Exame; d. se comunicar, durante as provas, com outro participante verbalmente, por escrito ou por qualquer outra forma; e. portar qualquer tipo de equipamento eletrônico e de comunicação durante a realização do Exame; f. utilizar ou tentar utilizar meio fraudulento, em benefício próprio ou de terceiros, em qualquer etapa do Exame; g. utilizar livros, notas ou impressos durante a realização do Exame; h. se ausentar da sala de provas levando consigo o CADERNO DE QUESTÕES antes do prazo estabelecido e / ou o CARTÃO-RESPOSTA a qualquer tempo. LEIA ATENTAMENTE AS INSTRUÇÕES SEGUINTES EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO *de acordo com o horário de Brasília 2020 Simulado 9 – Prova I LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 01 a 45 Questões de 01 a 05 (opção inglês) QUESTÃO 01 Father Though it is more difficult to write about my father than about my mother, since I spent less time with him and knew him less well, it is equally as liberating. Since I share so many of my father’s characteristics, physical and otherwise, coming to terms with what he has meant to my life is crucial to a full acceptance and love of myself. I’m positive my father never understood why I wrote. What I regret most about my relationship with my father is that it did not improve until after his death. For a long time I felt so shut off from him that we were unable to talk. I hadn’t the experience, as a younger woman, to ask the questions I would ask now. I grew up to marry someone very unlike my father, as I knew him – though I feel sure he had these qualities himself as a younger man – someone warm, openly and spontaneously affectionate, who loved to talk to me about everything, including my work. I now share my life with another man who has these qualities. WALKER, A. Living by the Word (2011). Disponível em: <www.books.google.com.br>. Acesso em: 24 set. 2020. [Fragmento] Em um livro de ensaios, a escritora estadunidense Alice Walker examina o papel de seu pai em sua vida. No trecho, ela revela que era distante do pai porque A. a relação deles era marcada pela falta de diálogo. B. os dois eram parecidos demais um com o outro. C. o casamento dela foi reprovado pelo seu pai. D. a maior parte de seu tempo era dedicado à mãe. E. a escolha dela de tornar-se escritora o desapontava. QUESTÃO 02 At the CIA, the challenges of today’s fast-paced global changes present opportunities for exceptional careers. Our intelligence mission is the work of the nation – and our success depends on a network of professionals around the world. From the technical expertise of scientists, engineers and IT professionals who develop the latest technical gizmo, to the adventurous individuals in the Clandestine Service who collect important national security secrets. From language instructors conducting research, examining foreign media and teaching crucial language skills, to analysts with experience in international economics, military analysis and quantitative methods, to administrative personnel who support everyone else in performing their work. Ours is a mission like no other. Candidates must successfully complete a medical examination, polygraph interview and an extensive background investigation. For additional career information, job postings and to apply, please visit: www.cia.gov. Disponível em: <https://www.cia.gov>. Acesso em: 5 out. 2020. [Fragmento] O anúncio explicita o papel desempenhado por diversos profissionais na Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos. Com relação aos professores de línguas, o anúncio destaca sua participação no(a) A. criação de redes internacionais de informação e investigação ao redor do mundo. B. desenvolvimento de novos aparatos tecnológicos usados em ações clandestinas. C. avaliação das entrevistas feitas pelos candidatos com o auxílio de testes de polígrafo. D. condução de análises sobre temas presentes nos meios de comunicação estrangeiros. E. melhoria da capacidade de comunicação dos funcionários da área administrativa. QUESTÃO 03 The Galapagos islands face an invasion of trawlers On July 16th the Ecuadorian navy announced it had spotted a fleet of 260 fishing vessels, most of them Chinese, anchored in international waters near the Galapagos islands. Ecuador’s government reacted as if it were facing some sort of invasion. It increased patrols to ensure that the ships would not venture into the Galapagos Exclusive Economic Zone, where Ecuador claims a sole right to resources. President Lenín Moreno formally complained to China. Overfishing in high seas near the Galapagos is endangering the unique species that thrive there. Yet there is little Ecuador can do to stop foreign fleets from ransacking its stock of marine wildlife. No laws regulate fishing in international waters. The ships use bait to lure sharks out of Ecuadorian waters and then catch as many as they can. It is impossible to track how much the ships fish. The Chinese underreport the international catch coming in through their ports, says Alex Hearn, of MigraMar, a marine-wildlife research organization. But Ecuadorians got a glimpse in 2017, when one Chinese vessel was intercepted in the Galapagos Marine Reserve. The authoritiesfound 300 tonnes of fish, most of it scalloped hammerhead shark, a critically endangered species. Two thirds of hammerhead fins found in Hong Kong markets belong to species that depend on Galapagos waters. Disponível em: <www.economist.com>. Acesso em: 5 out. 2020. [Fragmento] De acordo com o texto, uma prova irrefutável das atividades praticadas por pesqueiros estrangeiros em águas próximas a Galápagos é a A. presença de uma frota de 260 pesqueiros em águas territoriais equatorianas. B. reclamação formal feita pelo presidente equatoriano às autoridades chinesas. C. venda de barbatanas de tubarões de Galápagos nos mercados de Hong Kong. D. prática chinesa de não fiscalizar a pesca desembarcada em seus portos. E. ação da marinha chinesa para conter o saque à vida marinha selvagem. ENEM – VOL. 9 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 3BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 04 The Sheen effect: breaking the HIV taboo, one celebrity at a time When Charlie Sheen went public with his diagnosis, related web searches rocketed. He wasn’t the first famous person to boost awareness but, thanks to the web, it was the first time we could measure the impact. It has been dubbed “the Sheen effect”: the ability of a celebrity to raise awareness by disclosing a condition. In Charlie Sheen’s case, it was HIV. On 17 November last year, when the actor announced he was HIV positive during an NBC interview, the number of Google-related searches containing the word “HIV” rocketed. Last week, a study published in the Journal of the American Medical Association’s Internal Medicine showed by how much – 417%. It’s not the first time a famous person has had a significant impact on the world by disclosing the fact they have HIV or Aids, but – thanks to the Internet – it’s the first time the effect has been measured so rigorously. Did the celebrity effect exist before the Internet? “HIV and celebrity have been closely linked from the beginning,” says Dominic Edwardes, a director at Terrence Higgins Trust. “From Rock Hudson to Charlie Sheen, the ‘story’ of HIV has been driven by celebrities who have it or high-profile supporters such as Elizabeth Taylor and Princess Diana.” When the US basketball star Magic Johnson said he was HIV positive in 1991, the world realized that, as Johnson put it, “it can happen to anybody, even me”. It drove home the message that HIV was not a death sentence – Johnson continues to manage his condition with antiretroviral drugs. Disponível em: <http://www.theguardian.com>. Acesso em: 22 mar. 2016 (Adaptação). Em novembro de 2015, o ator Charlie Sheen anunciou, em uma entrevista, que é portador do vírus HIV. O caso do ator foi chamado de Sheen effect porque teve como diferencial o fato de proporcionar o(a) A. debate acerca do preconceito sofrido por celebridades que se declaram soropositivos. B. reconhecimento de que a trajetória da Aids sempre esteve ligada às celebridades. C. participação maior de outros artistas em campanhas de prevenção da doença. D. divulgação das formas de prevenção do HIV por meio da Internet e da mídia. E. medição do impacto da notícia na conscientização das pessoas sobre o HIV. QUESTÃO 05 Buying fair trade coffee helps thousands of families in Africa and Latin America to live with dignity out of their work. This way, they can improve the lives of their families and their community. Disponível em: <www.adsoftheworld.com>. Acesso em: 5 out. 2020. Considerando as informações do texto, a expressão fair trade sugere que o produto em questão A. promove práticas agrícolas ecologicamente corretas. B. mantém projetos assistenciais que atendem agricultores. C. propicia condições de vida mais justas para seus produtores. D. estimula o consumo responsável em países em desenvolvimento. E. garante oportunidades de trabalho em outros setores além da agricultura. LCT – PROVA I – PÁGINA 4 ENEM – VOL. 9 – 2020 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 01 a 45 Questões de 01 a 05 (opção espanhol) QUESTÃO 01 Ajedrez En su grave rincón, los jugadores rigen las lentas piezas. El tablero los demora hasta el alba en su severo ámbito en que se odian dos colores. Adentro irradian mágicos rigores las formas: torre homérica, ligero caballo, armada reina, rey postrero, oblicuo alfil y peones agresores. Cuando los jugadores se hayan ido, cuando el tiempo los haya consumido, ciertamente no habrá cesado el rito. En el oriente se encendió esta guerra cuyo anfiteatro es hoy toda la tierra. Como el otro, este juego es infinito. BORGES, J. L. El hacedor. Madrid: Alianza, 2006. [Fragmento] O trecho do poema “Ajedrez”, do escritor argentino Jorge Luis Borges, usa uma partida de xadrez como metáfora para se referir à vida. Nesses versos, o autor destaca o(a) A. caráter eterno do jogo, que sobrevive a seus jogadores e segue sua marcha. B. magia das peças do xadrez para representar aquilo que engana os jogadores. C. soberba dos jogadores, que não veem que a morte é inevitável e chegará ao amanhecer. D. ganância de quem joga, que, ao fim, destrói as peças e o tabuleiro num ato de não aceitação. E. resistência dos jogadores, que, ao competirem por dias a fio, mostram suportar adversidades. QUESTÃO 02 ¿Te sientes que no puedes ahorrar, porque no te alcanza el dinero? Quiero convencerte de que cada uno puede hacerlo, incluso ganando el mínimo. A veces buscamos ahorrar pero siempre surgen muchas excusas: • el dinero no me alcanza, tengo muchos gastos, • la vida está muy cara, • las mensualidades del colegio subieron… Entre ellas también se encuentra una muy usada: “No puedo ahorrar porque gano solo el salario mínimo”. Sí, puedes hacerlo. Pero, Leticia, ¿cuándo únicamente gano el salario mínimo? Hago malabares para que este me alcance para todo, y ahora tú me hablas de ahorrar. Sí, es lo que dije. ¡Puedes ahorrar! Y es precisamente, porque no te alcanza, que deseo darte 6 herramientas para que no tengas que vivir del salario mínimo el resto de tu vida. – Pon un destino para tu dinero. – Asigna primero tu ahorro. – Usa el preahorro. – Pon metas para el ahorro. – Ahorra cuidando lo que ya tienes. – Invierte tus ahorros. Disponível em: <www.aprendizfinanciero.com>. Acesso em: 20 ago. 2018. [Fragmento] O artigo anterior dedica-se a sanar um questionamento recorrente dos leitores sobre como economizar dinheiro mesmo recebendo baixos salários. Nele, a utilização da expressão hago malabares indica que os leitores A. desejam ganhar mais que um salário mínimo por mês. B. confiam nos conselhos dos blogueiros para economizar. C. acreditam que gastar dinheiro é mais vantajoso do que guardar. D. consideram que poupar é uma tarefa praticamente impossível. E. apresentam desculpas para justificar sua incapacidade de poupar. QUESTÃO 03 15 de junio de 1985: se funda el Estudio Ghibli en Japón Si te gustan las películas de este famoso estudio, entonces te agradará enterarte de que hoy se cumple el aniversario número 35 de la fundación del Estudio Ghibli. Sin embargo, a pesar de que se fundó en 1985, el equipo liderado por Hayao Miyazaki e Isao Takahata ya había trabajado en una película, Nausicaä del Valle del Viento, la cual se estrenó en 1984. Sin embargo, una de las películas más famosas del estudio (y a la cual le debe su logotipo), es Mi vecino Totoro, la cual fue estrenada tres años luego de la fundación del estudio. Acerca de esta película hay mucho de qué hablar, incluso algunas teorías interesantes acerca de la historia. Disponível em: <www.tekcrispy.com>. Acesso em: 17 jun. 2020. [Fragmento] A notícia trata do aniversário de um famoso estúdio de filmes de animação. De acordo com o texto, o(s) A. Estúdio Ghibli e suas produções costumam agradar a muitos públicos. B. filmes de Hayao Miyazaki são famosos por gerarem muitas teorias dos fãs. C. integrantes doestúdio japonês lançaram um filme antes da fundação oficial do Ghibli. D. longa-metragem Mi vecino Totoro estreou há três anos, conquistando fãs no mundo todo. E. diretores Hayao Miyazaki e Isao Takahata entraram para a equipe anos após a fundação do estúdio. ENEM – VOL. 9 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 5BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 04 ¡Qué será de nosotros cuando se hayan ido las cámaras de televisión! Disponível em: <elroto@inicia.es>. Diante de catástrofes naturais, a charge expõe o medo do(a) A. ausência de solidariedade da comunidade mundial frente à fúria da natureza. B. sensacionalismo das imagens transmitidas pela televisão durante uma tragédia. C. exploração da pobreza alheia como forma de se garantir a audiência dos canais de TV. D. falta de infraestrutura para atender as vítimas nos hospitais em caso de catástrofes naturais. E. desamparo dos afetados por uma tragédia após serem esquecidos pelas agências de notícias. QUESTÃO 05 Carne de perro, “manjar” estival en Corea del Norte Con las temperaturas marcando récords en Corea del Norte, sus ciudadanos tratan de enfriar el cuerpo de una forma muy particular: comiendo carne de perro. Varios restaurantes famosos por esta especialidad en Pyongyang han visto aumentar significativamente su clientela en las últimas semanas, según informa la agencia Associated Press (AP). Comer carne de can, especialmente cuando el calor acecha, es una costumbre arraigada en la tradición culinaria de varios países asiáticos y especialmente en la península coreana. Comer perro no es una tradición exclusiva de Corea del Norte. Es una tradición arraigada también en Corea del Sur y en algunas regiones de China, principalmente su noreste – fronterizo con la península coreana – y en el centro y sur. El internacionalmente conocido festival de Yulin, en la provincia china de Guangxi, se celebra también coincidiendo con el solsticio de verano. Tanto en China como en Corea del Sur su consumo disminuye año tras año y la carne es repudiada sobre todo entre los más jóvenes, más habituados a tener al animal como mascota que al plato. Es algo, de acuerdo con AP, que también estaría empezando a suceder en Corea del Norte, donde en las principales ciudades se observan cada vez más vecinos que pasean a sus perros. Disponível em: <https://elpais.com>. Acesso em: 2 ago. 2018. [Fragmento] A notícia anterior apresenta o costume de comer carne de cachorro em certas regiões asiáticas. De acordo com o texto, o consumo dessa carne A. significa para os restaurantes da Coreia do Norte a possibilidade de apresentarem pratos requintados. B. popularizou-se pelo mundo com o festival de Yulin, uma vez que é uma festa de renome internacional. C. está relacionado à chegada ou intensificação do verão, já que, segundo se acredita, esse alimento esfria o corpo. D. choca-se com os valores culturais dos jovens na Coreia do Sul, pois, para eles, o cachorro é um animal sagrado. E. está em queda na China e na Coreia do Sul porque, nesses países, o movimento vegano tem feito pressão. LCT – PROVA I – PÁGINA 6 ENEM – VOL. 9 – 2020 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 06 Disponível em: <http://www.hortifruti.com.br/comunicacao/campanhas/ e-de-familia/>. Acesso em: 15 fev. 2016. O efeito de sentido da publicidade anterior se ancora, mormente, em um recurso linguístico que promove o humor. Esse recurso é a A. antonímia, pois há uma contradição entre as palavras “água” e “bagaço”. B. hiperonímia, pois “bagaço” pertence ao campo semântico de “laranja”. C. paronímia, pois usa-se “bagaço” no lugar de palavra com escrita e pronúncia parecidas. D. polissemia, pois há dois sentidos no texto para a palavra “bagaço”. E. sinonímia, pois “bagaço”, “água” e “laranja” se equiparam semanticamente. QUESTÃO 07 Justiça dos EUA estipula indenização de R$ 4,8 bi para vítimas do voo da Chape Decisão do juiz Martin Zilber, da corte estadual da Flórida, nos Estados Unidos, deu procedência ao pedido de indenização das famílias de 40 vítimas do voo da Chapecoense. O número de beneficiados representa mais da metade dos 77 passageiros do voo 2 933 da companhia boliviana La Mia, que levava o time da Chapecoense para a final da Copa Sul-Americana de 2016. O avião caiu nas proximidades do aeroporto de Rionegro, em Medellín, na Colômbia, e matou 71 pessoas. Disponível em: <www.otempo.com.br>. Acesso em: 30 set. 2020. O texto exibe problema de coesão devido ao emprego de A. “proximidades” no plural, em discordância com “aeroporto”, que está no singular. B. “Sul-Americana” no lugar de “Sul-Americano”, visto que deve se referir ao continente. C. “caiu”, no pretérito perfeito, em vez de ser no infinitivo, “cair”, conforme o gênero notícia. D. “EUA” no título, sem que haja descrição da sigla, dificultando o entendimento geral. E. “matou” concordando com o sujeito “avião”, atribuindo à aeronave a ação de matar as pessoas. QUESTÃO 08 TEXTO I EUA querem reduzir proteção legal de Google e Facebook e exigir “policiamento” de postagens O Departamento de Justiça americano enviará ao Congresso uma proposta para reduzir as proteções legais que dão imunidade a gigantes de tecnologia como Google, Facebook e Twitter, informou o Wall Street Journal. Em paralelo, as grandes plataformas da internet chegaram a um acordo para combater os conteúdos que incitam o ódio, após um movimento de boicote por sua suposta “vista grossa”. O acordo inclui o desenvolvimento de critérios para detectar o discurso de ódio, o estabelecimento de uma supervisão independente e ferramentas para evitar anúncios com conteúdo prejudicial, acrescentou a WFA. Disponível em: <www.ovale.com.br>. Acesso em: 29 set. 2020. [Fragmento] TEXTO II Internet sem ódio Uma das grandes brechas para os discursos de ódio na internet, a chamada “imunidade das redes sociais”, está em xeque. Na semana passada, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos enviou ao Congresso uma proposta para reduzir as proteções legais a gigantes como Facebook, Google e Twitter em relação a conteúdos produzidos por terceiros. O lado perverso dessa liberação são as mais de 800 denúncias diárias de discursos de ódio, assédio, racismo, xenofobia e ameaças em redes sociais relatadas apenas no Brasil à SaferNet, ONG de promoção dos direitos humanos na rede. A responsabilização das gigantes do setor sobre o conteúdo de terceiros é um passo crucial para acabar com a impunidade e tornar o ambiente virtual um espaço de integração, e não de ódio. Editorial. O Tempo. Disponível em: <www.otempo.com.br>. Acesso em: 29 set. 2020. [Fragmento] O texto I, uma notícia, e o texto II, um editorial, abordam o mesmo assunto, mobilizando diferentes recursos linguísticos para a progressão textual. Nesse sentido, além do tema, os textos apresentam semelhança no(a) A. escolha linguística ao tratar as empresas envolvidas, denominadas “gigantes”. B. menção de que a investigação irá acabar com a impunidade das empresas. C. argumentação exposta para criticar a decisão do Departamento de Justiça. D. apresentação de uma crítica às empresas de tecnologia contemporâneas. E. tratamento cuidadoso na abordagem dos detalhes sobre o fato apontado. ENEM – VOL. 9 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 7BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 09 Ofendi-vos, meu Deus, bem é verdade, É verdade, meu deus, que hei delinquido, Delinquido vos tenho, e ofendido, Ofendido vos tem minha maldade. Maldade que encaminha à vaidade, Vaidade, que todo me há vencido; Vencido quero ver-me, e arrependido, Arrependido a tanta enormidade. Arrependido estou de coração. De coração vos busco, dai-me abraços, Abraços, que me rendem vossa luz. Luz, que claro me mostra a salvação, A salvação pretendo em tais abraços, Misericórdia, amor, Jesus, Jesus. MATOS, G. Antologia da poesia barroca brasileira. São Paulo: Valer, 2010. p. 45. A produção do poeta barroco Gregório de Matosdivide-se entre as vertentes lírica, satírica e religiosa. No soneto anterior, pertencente a esta última, o eu lírico caracteriza-se como um indivíduo A. inferior, atormentado pelo remorso e pela culpa mesmo diante da iluminação divina. B. orgulhoso, divulgador das maldades e mazelas pessoais que infringem as leis de Deus. C. calculista, empenhado em conquistar a compaixão do próximo ao aproximar-se do sagrado. D. consciente dos próprios erros, disposto a se arrepender e a encontrar o caminho da salvação. E. ambíguo, apaziguado por Deus, apesar da manutenção das próprias falhas e dos ressentimentos. QUESTÃO 10 O primeiro livro de cada uma das minhas vidas Perguntaram-me uma vez qual fora o primeiro livro de minha vida. Prefiro falar do primeiro livro de cada uma das minhas vidas. Busco na memória e tenho a sensação quase física nas mãos ao segurar aquela preciosidade: um livro fininho que contava a história do patinho feio e da lâmpada de Aladim. Eu lia e relia as duas histórias, criança não tem disso de só ler uma vez: criança quase aprende de cor e, mesmo quase sabendo de cor, relê com muito da excitação da primeira vez. A história do patinho que era feio no meio dos outros bonitos, mas quando cresceu revelou o mistério: ele não era pato e sim um belo cisne. Essa história me fez meditar muito, e identifiquei-me com o sofrimento do patinho feio – quem sabe se eu era um cisne? LISPECTOR, C. Disponível em: <https://contobrasileiro.com>. Acesso em: 29 set. 2020. [Fragmento] Quanto ao aspecto da narrativa, o conto de Clarice Lispector traz um relato intimista, configurado por meio do A. discurso indireto livre, que evidencia um foco narrativo na terceira pessoa. B. foco narrativo em primeira pessoa, caracterizando um narrador-protagonista. C. relato da protagonista enquanto representação fiel da própria escritora Clarice. D. símbolo dos livros como uma parte indissociável da vida da narradora-protagonista. E. relato onisciente para demonstrar que o narrador conhece intimamente a personagem. QUESTÃO 11 Disponível em: <https://agenciamoove.com.br>. Acesso em: 1 out. 2020. A campanha utiliza elementos verbais e não verbais para transmitir sua mensagem. O elemento para alcançar o objetivo de convencer o leitor a doar roupas para a Campanha do Agasalho de 2018 é a A. menção à solidariedade como um tesouro inexistente. B. crítica ao consumo exagerado de roupas pelas pessoas. C. ludicidade do texto, representada pelas roupas do garoto. D. expressão figurativa para abordar a importância das doações. E. presença de objetos infantis buscando engajamento de crianças. LCT – PROVA I – PÁGINA 8 ENEM – VOL. 9 – 2020 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 12 Psicologia de um vencido Eu, filho do carbono e do amoníaco, Monstro de escuridão e rutilância, Sofro, desde a epigênese da infância, A influência má dos signos do zodíaco. Profundíssimamente hipocondríaco, Este ambiente me causa repugnância... Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia Que se escapa da boca de um cardíaco. Já o verme – este operário das ruínas – Que o sangue podre das carnificinas Come, e à vida em geral declara guerra, Anda a espreitar meus olhos para roê-los, E há de deixar-me apenas os cabelos, Na frialdade inorgânica da terra! ANJOS, A. Eu e outras poesias. 48. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2010. Indo na contramão dos realistas e naturalistas, os artistas do Simbolismo não mais se preocupam com a análise da sociedade. Como se pode inferir no poema, a voz poética se volta para uma A. melancolia diante dos fatos corriqueiros. B. preocupação com as questões metafísicas. C. referenciação aos valores gregos clássicos. D. sondagem do “eu” enquanto ser de reflexão. E. tentativa de anular o social diante do indivíduo. QUESTÃO 13 O trigo que semeou o pregador evangélico, diz Cristo que é a palavra de Deus. Os espinhos, as pedras, o caminho e a terra boa em que o trigo caiu são os diversos corações dos homens. Os espinhos são os corações embaraçados com cuidados, com riquezas, com delícias; e nestes afoga-se a palavra de Deus. As pedras são os corações duros e obstinados; e nestes seca-se a palavra de Deus, e se nasce, não cria raízes. Os caminhos são os corações inquietos e perturbados com a passagem e tropel das coisas do Mundo, umas que vão, outras que vêm, outras que atravessam, e todas passam; e nestes é pisada a palavra de Deus, porque a desatendem ou a desprezam. Finalmente, a terra boa são os corações bons ou os homens de bom coração; e nestes prende e frutifica a palavra divina, com tanta fecundidade e abundância, que se colhe cento por um: Et fructum fecit centuplum. VIEIRA, A. Sermão da Sexagésima. In: Sermões escolhidos. 2. ed. São Paulo: Edameris, 1965. p. 2-3. Padre Antônio Vieira é reconhecido como o maior expoente da prosa barroca no Brasil. Ao traçar um paralelo entre os sujeitos passíveis de conversão e os elementos da natureza, o autor A. facilita a compreensão dos dogmas religiosos pelos ouvintes ainda não convertidos. B. problematiza a relação danosa estabelecida entre os infiéis e os maus pregadores. C. convence os padres a acreditarem que a conversão dos infiéis é uma tarefa imprevista. D. aponta para a multiplicidade de fiéis, cujas características dificultam o trabalho do pregador. E. sugere que a existência de infiéis é responsabilidade da natureza e, também, da Igreja Católica. QUESTÃO 14 Os desaires da formosura com as pensões da natureza ponderada na mesma dama Rubi, concha de perlas peregrina, Animado cristal, viva escarlata, Duas safiras sobre lisa prata, Ouro encrespado sobre prata fina. Este o rostinho é de Caterina; E porque docemente obriga e mata, Não livra o ser divina em ser ingrata E raio a raio os corações fulmina. Viu Fábio uma tarde transportado Bebendo admirações, e galhardias A quem já tanto amor levantou aras: Disse igualmente amante e magoado: Ah muchacha gentil, que tal serias Se sendo tão formosa não cagaras! MATOS, G. Disponível em: <www.dominiopublico.gov.br>. Acesso em: 30 set. 2020. Desaires: deselegâncias. Perlas: pérolas. Galhardias: elegâncias; elogios. Aras: altares. Muchacha: mulher jovem. No poema barroco de Gregório de Matos, observa-se, por parte do eu lírico, um posicionamento A. idealizador da formosura feminina. B. crítico, questionando a doçura feminina. C. socialmente rebaixado diante da mulher. D. satírico com aparente construção amorosa. E. reprovador quanto aos aspectos da mulher. ENEM – VOL. 9 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 9BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 15 Disponível em: <https://sardeseantunesaprendizes.blogspot.com>. Acesso em: 29 set. 2020. Na charge em análise, a fala da mulher apresenta uma incompatibilidade com a situação comunicativa, devido ao A. emprego de uma variedade linguística inadequada para o contexto da entrevista de emprego. B. uso inadequado do advérbio de modo para caracterizar os idiomas falados por ela. C. fato de ela desconhecer a língua utilizada na empresa para a qual se candidatou. D. contraponto que é feito entre a linguagem formal usada pelo homem diante do erro dela. E. questionamento feito pelo homem, que busca testar a entrevistada ao constrangê-la. QUESTÃO 16 TEXTO I Pela margem do grande rio caminha Jaguarê, o jovem caçador. O arco pende-lhe ao ombro, esquecido e inútil. As flechas dormem no coldre da uiraçaba. Os veados saltam das moitas de ubaia e vêm retouçar na grama, zombando do caçador. Jaguarê não vê o tímido campeiro, seus olhos buscam um inimigo capaz de resistir-lhe ao braço robusto. O rugido do jaguar abala a floresta; mas o caçador também despreza o jaguar, que já cansou de vencer. Ele chama-se Jaguarê, o mais feroz jaguar da floresta; os outros fogem espavoridos quando de longe o pressentem. [...] Jaguarê chegou à idade em que o mancebo troca a famado caçador pela glória do guerreiro. ALENCAR, J. Ubirajara. Disponível em: <www.dominiopublico.gov.br>. Acesso em: 1 out. 2020. [Fragmento] TEXTO II Camargo era pouco simpático à primeira vista. Tinha as feições duras e frias, os olhos perscrutadores e sagazes, de uma sagacidade incômoda para quem encarava com eles, o que o não fazia atraente. Falava pouco e seco. Seus sentimentos não vinham à flor do rosto. Tinha todos os visíveis sinais de um grande egoísta; contudo, posto que a morte do conselheiro não lhe arrancasse uma lágrima ou uma palavra de tristeza, é certo que a sentiu deveras. [...] Era difícil saber se Camargo professava algumas opiniões políticas ou nutria sentimentos religiosos. Das primeiras, se as tinha, nunca deu manifestação prática [...]. Quanto aos sentimentos religiosos, a aferi-los pelas ações, ninguém os possuía mais puros. Era pontual no cumprimento dos deveres de bom católico. Mas só pontual; interiormente, era incrédulo. ASSIS, M. Helena. In: ______. Obra Completa. v. I. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. [Fragmento] Os fragmentos das obras, pertencentes a diferentes movimentos literários, trazem narradores oniscientes. Considerando as diferenças na apresentação das personagens, o narrador do texto II se afasta do movimento literário anterior pela descrição centrada A. na postura cética e insensível. B. na temática nacional e política. C. em elementos visíveis e sociais. D. em aspectos culturais e religiosos. E. na representação heroica idealizada. QUESTÃO 17 Somos mais de 400 empresas de diversos setores econômicos que representam 90% do capital transacionado em bolsa no país. Sabemos que a mudança do clima é um dos maiores desafios a serem enfrentados pela humanidade neste século e que o Acordo de Paris foi fundamental para estabelecer o compromisso internacional para assegurar que o aumento da temperatura global não ultrapasse 2 °C, buscando esforços para 1,5 °C. Diante desse compromisso, setores público e privado e sociedade civil têm, conjuntamente, a responsabilidade de liderar os esforços de redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE) e evoluir na construção de uma economia de baixo carbono. Nós, l ideranças empresariais, defendemos o estabelecimento de um mecanismo de precificação de carbono adequado às características da economia e ao perfil de emissões de GEE do nosso país, que incentive investimentos, garanta a competitividade das empresas e estimule a inovação tecnológica de baixa emissão no Brasil. Nesse sentido, mesmo na ausência de um mecanismo público obrigatório de redução de emissões, e entendendo a escala e urgência do desafio acima mencionado, temos realizado importantes esforços para reduzir nossas emissões de GEE. O custo de uma ação tardia é desproporcionalmente superior ao custo de se tratar esse desafio preventivamente. Precisamos agir hoje para alcançar resultados de baixo carbono no longo prazo. Os cenários para o Brasil já demonstram que diversas tecnologias de baixo carbono se viabilizam, apenas, com o estabelecimento de um preço para a emissão de GEE. Disponível em: <https://cebds.org>. Acesso em: 13 abr. 2019. Considerando as características do gênero carta aberta, a principal intenção da carta analisada é A. informar a população sobre o aumento da temperatura global por meio de dados concretos. B. divulgar as ações sustentáveis adotadas pelas empresas na redução da emissão de poluentes. C. convencer a população a reivindicar a redução da emissão de gases poluentes pelas empresas. D. instigar os governos a implantarem uma precificação sobre a emissão de gases de efeito estufa. E. convocar as empresas que ainda não aderiram à causa para o enfrentamento da mudança do clima. LCT – PROVA I – PÁGINA 10 ENEM – VOL. 9 – 2020 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 18 Canção do Tamoio I Não chores, meu filho; Não chores, que a vida É luta renhida: Viver é lutar. A vida é combate, Que os fracos abate, Que os fortes, os bravos Só pode exaltar. [...] V E pois que és meu filho, Meus brios reveste; Tamoio nasceste, Valente serás. Sê duro guerreiro, Robusto, fragueiro, Brasão dos tamoios Na guerra e na paz DIAS, G. Canção do Tamoio. Disponível em: <www.dominiopublico.gov.br>. Acesso em: 30 set. 2020. [Fragmento] O poema lido anteriormente pertence à Primeira Geração Romântica, e as propostas desse período ficam claras, no fragmento, pela A. figura do índio como símbolo nacional, retratado por meio da idealização do guerreiro. B. voz poética customizada, que se dirige diretamente ao herói da narrativa e o caracteriza. C. menção ao índio tamoio como estranho no cenário nacional e, por isso, menos valorizado. D. nacionalidade exacerbada, apontando os guerreiros lusitanos como representantes do país. E. natureza exorbitante, que é reverenciada na figura do homem branco e suas características. QUESTÃO 19 O lobo e o burro Um burro estava comendo quando viu um lobo escondido espiando tudo que ele fazia. Percebendo que estava em perigo, o burro imaginou um plano para salvar a sua pele. Fingiu que era aleijado e saiu mancando com a maior dificuldade. Quando o lobo apareceu, o burro todo choroso contou que tinha pisado num espinho pontudo. – Ai, ai, ai! Por favor, tire o espinho de minha pata! Se você não tirar, ele vai espetar sua garganta quando você me engolir. O lobo não queria se engasgar na hora de comer seu almoço, por isso, quando o burro levantou a pata, ele começou a procurar o espinho com todo cuidado. Nesse momento o burro deu o maior coice de sua vida e acabou com a alegria do lobo. Enquanto o lobo se levantava todo dolorido, o burro galopava satisfeito para longe dali. Cuidado com os favores inesperados. Disponível em: <www.dominiopublico.gov.br>. Acesso em: 2 out. 2020. Considerando o caráter moral do gênero textual fábula, com a finalidade de atrair a atenção do leitor e estabelecer um fio condutor para a transmissão da mensagem, o texto utiliza-se de A. anedotas com animais humanizados. B. conhecimentos culturais e recursos orais. C. construção narrativa e sentença injuntiva. D. personificação de seres do folclore popular. E. metáforas com elementos temáticos infantis. QUESTÃO 20 Raízes Profundas Dona de Casa está com medo e fala para a plateia. DONA DE CASA: Historinhas eu tenho mil. Poderia contar várias aqui para vocês. Tem a da senhora que brotou uma alface no meio do corpo dela. E ela se abriu para a vida. Essa é ótima. Uma das melhores que já ouvi por aqui. Tem a daquela mulher que estava triste andando na rua e caiu no bueiro: só que lá dentro ela encontrou um homem na mesma situação. E então eles ficaram alegres. Olha que loucura. Tem a da família japonesa que a mãe colocou botox nos olhos. E ficou cega. É claro! Mas, sabe, esses orientais são imprevisíveis! Dizem que eles inventaram samambaias azuis! Você liga na tomada e elas ficam verdes. E há outras histórias sobre moradores daqui… como dizia o Valico: “histórias vitalícias!” Oh! Valico. Ela se lembra de Valico. DONA DE CASA: Ele teve um enfarte no coração e durante o enfarte começou a dizer, me dizer uma porção de palavras bonitas e espontâneas. A vida dele se enfartou e ele teve um ataque de lirismo. Eu juro. Muitas das coisas que eu falo são dele, que gravei daquele momento. PASSÔ, G. Por Elise. Rio de Janeiro: Cobogó, 2012. Os gêneros teatrais contemporâneos são marcados por hibridismo em sua composição, valendo-se de recursos estéticos diversos. O trecho do texto dramático de Grace Passô caracteriza-se dessa forma, pois A. apresenta personagens que mantêm interlocução com a plateia. B. surpreende o leitor ao mesclar narração poética a um monólogo. C. constrói o conflito por meio do discurso direto em primeira pessoa. D. privilegia uma linguagem conotativa junto a situações inesperadas. E. utiliza da ficção como recursoestilístico em uma peça dramática. ENEM – VOL. 9 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 11BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 21 DAHMER, A. Disponível em: <https://catracalivre.com.br>. Acesso em: 2 out. 2020. Na tirinha, como forma de completar o sentido pretendido, o autor utiliza os elementos visuais para A. caricaturar o casal da narrativa. B. representar o cenário da história. C. ilustrar as tecnologias abordadas. D. estabelecer a sequência de eventos. E. expressar as reações das personagens. QUESTÃO 22 Brasil precisa de providências contra o abuso de poder policial O sistema normativo e judicial de proteção das liberdades constitucionais no Brasil está enferrujado, e há um desequilíbrio do sistema penal brasileiro. A pena de quem rouba uma correntinha de ouro pode ser de cinco anos e quatro meses de prisão em regime fechado. Já o policial que surrupia indevidamente a liberdade da pessoa está simbolicamente submetido a juízo de “pequenas causas”. Abordagens policiais arbitrárias e buscas indiscriminadas, sobretudo em bairros periféricos das cidades, embaraços ilegais e agressões ao trabalho da imprensa e à liberdade de expressão: as violações são cotidianas, e a tolerância com a truculência, infinita. CARVALHO FILHO, L. F. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br> Acesso em: 20 mar. 2016 (Adaptação). Com o objetivo de alcançar maior grau de persuasão, o autor do texto lançou mão de A. contra-argumentação, haja vista que antecipa um ponto de vista contrário e refuta-o demonstrando suas falhas. B. ironia, uma vez que satiriza alguns indivíduos que praticam pequenos delitos e caracteriza-os como amadores. C. raciocínio de causa e efeito, pois apresenta motivos que justificam e explicam a ocorrência de abuso de poder. D. comparação, já que traça um paralelo entre a ocorrência de abuso de poder em periferias e em bairros nobres. E. modalizadores, porque utiliza termos que demarcam e intensificam a opinião sobre o abuso de poder policial. QUESTÃO 23 CUSTÓDIO. Disponível em: <http://www.custodio.net>. Acesso em: 1 out. 2020. Na tirinha, ao citar Machado de Assis, busca-se A. destacar a relevância do autor realista. B. apresentar as temáticas da prosa machadiana. C. abordar as dificuldades na compreensão textual. D. expressar uma metáfora sobre o cânone literário. E. construir um posicionamento sobre as obras clássicas. LCT – PROVA I – PÁGINA 12 ENEM – VOL. 9 – 2020 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 24 Inania verba Ah! quem há de exprimir, alma impotente e escrava, O que a boca não diz, o que a mão não escreve? – Ardes, sangras, pregada à tua cruz, e, em breve, Olhas, desfeito em lodo, o que te deslumbrava... O Pensamento ferve, e é um turbilhão de lava: A Forma, fria e espessa, é um sepulcro de neve... E a Palavra pesada abafa a Ideia leve, Que, perfume e clarão, refulgia e voava. Quem o molde achará para a expressão de tudo? Ai! quem há de dizer as ânsias infinitas Do sonho? e o céu que foge à mão que se levanta? E a ira muda? e o asco mudo? e o desespero mudo? E as palavras de fé que nunca foram ditas? E as confissões de amor que morrem na garganta?! BILAC, O. In: Alma inquieta. Disponível em: <www.dominiopublico.gov.br>. Acesso em: 2 out. 2020. A obra de Olavo Bilac é um dos exemplos mais conhecidos do Parnasianismo, movimento estético do século XIX. No poema em análise, a característica do movimento literário é explicitada devido ao(à) A. desprezo pelos recursos poéticos clássicos. B. valorização de sentimentos inexplicáveis. C. busca por maneiras de se expressar. D. recusa da reflexão metalinguística. E. exagero da subjetividade lírica. QUESTÃO 25 A borboleta Carta de amor dobrada em duas busca um endereço de flor. RENARD, J. Histórias naturais: o dia a dia dos animais. São Paulo: Landy, 2006. p. 12. Própria da obra literária, a função poética da linguagem relaciona-se à elaboração não usual da forma pela qual se apresenta dado conteúdo. Em “A borboleta”, ao trabalhar esteticamente a dimensão poética do texto, o autor A. instaurou uma leitura que transforma em beleza uma imagem considerada desprezível. B. subverteu a materialidade do inseto em um elemento próprio da subjetividade humana. C. reproduziu a imagem do amor como elemento inesgotável de desejo no interior dos seres. D. revelou a capacidade humana de apropriar-se da beleza animal para conquistar o ser amado. E. relacionou a presença da borboleta na natureza ao momento de entrega amorosa entre dois seres. QUESTÃO 26 O TEMPO. Disponível em: <www.otempo.com.br>. Acesso em: 29 set. 2020. A construção do sentido crítico na charge é formulada, no campo linguístico, pela A. classificação igual dos substantivos utilizados. B. construção das orações na ordem indireta. C. utilização de termos adjetivos sinônimos. D. repetição da mesma estrutura sintática. E. afirmação duvidosa das personagens. QUESTÃO 27 Poema tirado de uma notícia de jornal João Gostoso era carregador de feira livre e morava no [morro da Babilônia num barracão sem número. Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro Bebeu Cantou Dançou Depois se atirou na Lagoa Rodrigo de Freitas e morreu [afogado. BANDEIRA, M. Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. O poema de Manuel Bandeira é construído por meio de uma intertextualidade com o gênero textual notícia. Essa intertextualidade é evidenciada A. pelo teor sensacionalista adotado na abordagem da fatalidade ocorrida. B. pela apresentação detalhada e objetiva de fatos reais coletados no cotidiano. C. pelo caráter temporal do texto, que relata um acontecimento muito específico. D. pela presença dos elementos estruturais constituintes de uma notícia real. E. pelo predomínio de tipologia narrativa e linguagem referencial na abordagem do assunto. ENEM – VOL. 9 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 13BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 28 Como dois animais Foi mistério e segredo E muito mais Foi divino brinquedo E muito mais Se amar como Dois animais Meu olhar vagabundo De cachorro vadio Olhava a pintada E ela estava no cio E era um cão vagabundo E uma onça pintada Se amando na praça Como os animais VALENÇA, A. Como dois animais. In: ______. Cavalo de pau. Rio de Janeiro: Gravadora Eriola, 1982. [Fragmento] A música “Como dois animais”, de Alceu Valença, se relaciona com a estética do período naturalista, na medida em que A. alude ao aspecto primário dos seres, que recorrem a instintos primitivos quando em sociedade. B. aproxima os seres humanos de animais, evidenciando um forte elemento social condicionante. C. aborda a temática do desejo sexual e as condições sociais que impedem a sua concretização. D. argumenta sobre a necessidade do ser humano de ser colocado em evidência na sociedade. E. atesta a natureza animalesca dos homens quando dominados por seus desejos antinaturais. QUESTÃO 29 Primavera feminista no Brasil Em 31 de outubro, cerca de 15 000 mulheres brasileiras saíram às ruas em São Paulo e outros milhares em outras grandes cidades do país. Não é comum que as mulheres brasileiras saiam à rua para dizer “basta” ao machismo. Por isso, é algo que surpreendeu os cidadãos. Até o ponto de haver revistas, como Época, que batizaram a questão como “a primavera das mulheres brasileiras”. Em outras nações as mulheres lutam por salários iguais, por paridade nos conselhos de administração, por leis que permitam conciliar o trabalho com a vida familiar. No Brasil, também. Mas, além disso, brigam hoje, nesta primavera brasileira, para não retrocederem em suas conquistas e, sobretudo, pelo direito de poder ir à rua (num ônibus ou no metrô) sem que ninguém as assedie ou insulte ou lhes falte com o respeito: para que as meninas de hoje não sofram os mesmos maus-tratos que sofreram e sofrem suas avós, suas mães e irmãs mais velhas. Disponível em: <https://brasil.elpais.com>. Acesso em: 12 out.2018. A estratégia utilizada no texto para argumentar sobre a necessidade de as mulheres brasileiras lutarem para reivindicar direitos básicos se baseia principalmente na A. citação de provas concretas, que evocam o grande número de mulheres participantes da manifestação. B. autoridade argumentativa da revista de circulação nacional, mencionada para conferir credibilidade aos atos. C. comparação entre os pontos reivindicados pelas mulheres brasileiras e a pauta de movimentos de outras nações. D. exemplificação dos direitos conquistados pelas manifestações, de forma a não retroceder nas conquistas femininas. E. gradação, que estende a outras gerações os maus- -tratos infligidos às mulheres na sociedade, desde as mães e avós. QUESTÃO 30 Ser jornalista é possível Não há dúvida de que há uma crise no jornalismo e, embora eu esteja certa da sobrevivência de um dos produtos mais nobres do mundo, a notícia, acredito também que há caminhos a percorrer para que ela mantenha intacta sua dignidade. Não, não sou uma purista. Sei que a versão do fato pode ser incrivelmente mais poderosa do que o fato em si, a depender da maneira como é contada. Sei também que os interesses comerciais e políticos colocados nesse tabuleiro podem determinar antecipadamente o resultado do jogo. E tenho perfeita noção de que o contador de histórias é só peão nesse xadrez. Mas quanto significado há nessa incumbência! Contar a história que sobreviverá ao tempo! [...] A função do repórter se apequenou diante do gigantismo do mercado de mídia e seus esforços para superar a crise. Uma crise que não é da notícia, que jamais morrerá. O que vai mudar, e muito, é o modelo de negócios em torno da embalagem da notícia. PADRÃO, Ana Paula. Disponível em: <http://www.istoe.com.br/ colunas-e-blogs/coluna/345878_ SER+JORNALISTA+E+POSSIVEL>. Acesso em: 12 fev. 2014 (Adaptação). Com base no texto anterior, infere-se que a dignidade da notícia deve ser mantida porque a A. crise não alcança a notícia e sim o próprio jornalismo contemporâneo. B. determinação pelos interesses comerciais e políticos não pode durar. C. dimensão do texto jornalístico ultrapassa seus limites cronológicos. D. função do jornalista é ser coadjuvante em um jogo de interesses. E. versão do fato é mais poderosa que o fato em si. LCT – PROVA I – PÁGINA 14 ENEM – VOL. 9 – 2020 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 31 De maneira geral, pode-se perceber, na poesia árcade, um efeito de fuga da realidade, marcada pelo negativismo da voz poética, idealizando-se uma Arcádia idílica. Por outro lado, houve uma produção poética que retrata criticamente a realidade. Das alternativas a seguir, compostas por versos de Cláudio Manuel da Costa, percebe-se esse tom de crítica social em: A “Este é o rio, a montanha é esta, Estes os troncos, estes os rochedos; São estes inda os mesmos arvoredos; Esta é a mesma rústica floresta.” B “Se sou pobre pastor, se não governo Reinos, nações, províncias, mundo, e gentes; Se em frio, calma, e chuvas inclementes Passo o verão, outono, estio, inverno; [...] Nem por isso trocara o abrigo terno Desta choça, em que vivo, coas enchentes.” C “Pastores, que levais ao monte o gado, Vede lá como andais por essa serra; Que para dar contágio a toda a terra, Basta ver-se o meu rosto magoado” D “Leia a posteridade, ó pátrio Rio, Em meus versos teu nome celebrado; Por que vejas uma hora despertado O sono vil do esquecimento frio: [...] Turvo banhando as pálidas areias Nas porções do riquíssimo tesouro O vasto campo da ambição recreias.” E “Oh quão lembrado estou de haver subido Aquele monte, e às vezes, que baixando Deixei do pranto o vale umedecido! Tudo me está à memória retratando; Que da mesma saudade o infame ruído Vêm as mortas espécies despertando.” QUESTÃO 32 Para as ciências da linguagem, não existe erro na língua. Se a língua é entendida como um sistema de sons e significados que se organizam sintaticamente para permitir a interação humana, toda e qualquer manifestação linguística cumpre essa função plenamente. A noção de “erro” se prende a fenômenos sociais e culturais, que não estão incluídos no campo de interesse da Linguística propriamente dita, isto é, da ciência que estuda a língua “em si mesma”, em seus aspectos fonológicos, morfológicos e sintáticos. Para analisar as origens e as consequências da noção de “erro” na história das línguas, será preciso recorrer a uma outra ciência, necessariamente interdisciplinar, a Sociolinguística, entendida aqui, em sentido muito amplo, como o estudo das relações sociais intermediadas pela linguagem. [...] BAGNO, M. Nada na língua é por acaso: ciência e senso comum na educação em língua materna. In: Presença Pedagógica. Setembro, 2006. Considerando a construção textual e a sequência lógica estabelecida no fragmento, o autor busca A. desenvolver um raciocínio que leve à generalização do posicionamento. B. produzir o suspense no leitor por não revelar inicialmente seu ponto de vista. C. atrair o leitor com sua ideia inicial e construir, a partir dela, seus argumentos. D. apresentar conceitos relevantes para o leitor sem se posicionar sobre o tema. E. comover o leitor com os exemplos listados para convencê-lo com argumentos. QUESTÃO 33 Pela autogestão das fake news Uma das tristezas de viver num país colonizado é depender de ideias importadas das nações mais ricas. Imitamos os termos e métodos na administração, os hábitos de consumo, o audiovisual e os padrões de beleza – até o hediondo mullet, veja só, nós imitamos. Por que seria diferente com as teorias da conspiração? Terraplanismo, movimento antivacina, “globalismo”, “ideologia de gênero” e agora QAnon (deem um Google, não tenho palavras) são todas ideias de jerico estrangeiras. Como uma nação forte depende de uma cultura forte, eu, patriota e cidadão de bem, [...] venho colaborar na produção de delírios coletivos 100% nacionais: chega de viajar na maionese imperialista, metamos o pé na jaca patrícia. A escravidão nunca existiu. Os africanos se jogavam dentro das caravelas portuguesas e se escondiam nos porões porque queriam vir para o Brasil viver com casa e comida de graça em nossas fartas plantações. Tudo custeado pelo cidadão de bem que pagava seus impostos. Depois de 300 anos os ingratos abandonaram seus zelosos cuidadores, se espalharam pelos morros e criaram a Lei Rouanet, para sustentar seus batuques. É urgente uma reparação aos brancos, tão explorados em nosso país. Repassem sem dó! PRATA, A. Folha de S.Paulo. Disponível em: <www1.folha.uol.com.br>. Acesso em: 29 set. 2020. [Fragmento adaptado] O texto é uma crônica argumentativa publicada na Folha de S.Paulo. O cronista evidencia sua crítica e seu ponto de vista acerca do tema proposto A. argumentando sobre o papel central do brasileiro de divulgar novas teorias da conspiração para todo o mundo. B. criticando o fato de os brasileiros não serem nacionalistas ou patriotas e admirarem o legado cultural estadunidense. C. entregando uma visão simplista da gravidade de notícias falsas para a sociedade, rejeitando teorias plausíveis. D. promovendo um diálogo aberto com o leitor sobre a natureza das fake news e os seus impactos na sociedade. E. ironizando a criação de uma teoria tipicamente brasileira, partindo de elementos da história do país. ENEM – VOL. 9 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 15BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 34 SANZIO, R. A mulher com o unicórnio. Roma, Galleria Borghese. A pintura de Rafael Sanzio situa o contexto social e cultural de sua produção de acordo com o Renascimento devido ao(à) A. presença de elementos místicos, como o unicórnio, evidenciando a delicadeza do sexo feminino. B. representação da burguesia pela imagem da mulher, cujas postura e vestimenta evidenciam a sobriedade. C. desprezo pela idealização feminina e valorização da independência e autoridadedas mulheres. D. retomada dos valores realistas, observando os aspectos naturais e constitutivos das mulheres. E. visão espalhafatosa da mulher, com excesso de vestimentas e adereços para chamar atenção. QUESTÃO 35 Internet causa isolamento, diz estudo A obsessão pela internet está fazendo com que muitos norte-americanos passem menos tempo com seus amigos e familiares ou em lojas fazendo compras e mais tempo trabalhando em casa, segundo um dos primeiros grandes estudos sobre o impacto da internet na sociedade. “Quanto mais tempo as pessoas usam a internet, menos elas convivem com seres humanos ‘de verdade’”, disse Norman Nie, cientista político da Universidade de Stanford (oeste dos EUA) e principal coordenador do estudo. Nie afirmou que a internet está criando uma onda de isolamento social nos EUA, aumentando o risco de um mundo sem contato com humanos ou emoções. Essa afirmação certamente causará controvérsia, pois alguns entusiastas da internet sustentam que ela propiciou o aparecimento de relações eletrônicas alternativas que podem substituir, ou mesmo aumentar, contatos familiares e sociais. [...] MARKOFF, J. The New York Times. Tradução de Márcio Senne de Moraes. Disponível em: <www1.folha.uol.com.br>. Acesso em: 7 out. 2019. [Fragmento] Considerando o fragmento da introdução da reportagem, o autor defenderá, no desenvolvimento do texto, que A. a internet possibilitou, entre os norte-americanos, o surgimento de relações eletrônicas que aumentam o contato familiar. B. a internet é benéfica, na medida em que propicia o aumento de conexões entre pessoas diversas mesmo que a distância. C. a internet pode ser um recurso saudável de interação social, desde que não haja um comportamento obsessivo. D. nos Estados Unidos, o uso da internet está provocando isolamento social, reduzindo o tempo com amigos e família. E. não há comprovação científica de que a internet cause prejuízos para os usuários norte-americanos. QUESTÃO 36 Para as Estrelas de cristais gelados As ânsias e os desejos vão subindo, Galgando azuis e siderais noivados De nuvens brancas a amplidão vestindo… Num cortejo de cânticos alados Os arcanjos, as cítaras ferindo, Passam, das vestes nos troféus prateados, As asas de ouro finamente abrindo… Dos etéreos turíbulos de neve Claro incenso aromal, límpido e leve, Ondas nevoentas de Visões levanta… E as ânsias e os desejos infinitos Vão com os arcanjos formulando ritos Da Eternidade que nos Astros canta... CRUZ E SOUSA. Siderações. In: ______. Obra completa. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1961. O poema de Cruz e Sousa apresenta um vocabulário de cunho litúrgico religioso, como em “arcanjos”, “turíbulos” e “incenso”, característico nos poemas dos simbolistas como uma maneira de A. manifestar o dualismo humano dos sentidos à sublimação. B. expressar a emotividade e os anseios individuais do eu lírico. C. privilegiar a espiritualidade em oposição ao realismo objetivo. D. construir um universo onírico para fugir da realidade grosseira. E. transcender os sentidos materiais no rumo de virtudes eternas. LCT – PROVA I – PÁGINA 16 ENEM – VOL. 9 – 2020 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 37 DAHMER, A. Disponível em: <www.malvados.com.br>. Acesso em: 28 ago. 2020. O recurso da intertextualidade, na tirinha anterior, tem como função A. promover o debate sobre benefícios da alimentação natural. B. exemplificar o tom fantasioso das propagandas de alimentos. C. apresentar fatos sobre o consumo de alimentos industrializados. D. denunciar a falta de ética nas propagandas de algumas empresas. E. intensificar o tom crítico à qualidade dos alimentos industrializados. QUESTÃO 38 Disponível em: <https://twitter.com>. Acesso em: 30 set. 2020. Em postagens em mídias sociais, por vezes, opta-se por um padrão mais informal de linguagem, sem, contudo, incorrer em desvios gramaticais, o que se percebe no texto em análise, em que o A. emprego do verbo “haver” demonstra-se inadequado para o contexto comunicativo. B. uso apenas de “Rio” para referir-se à cidade apresenta sentido completo pelo contexto. C. termo “Operações” é grafado com falta do cedilha e do til para gerar engajamento na rede. D. local dos fatos apresenta-se isolado pelas vírgulas para facilitar a mensagem comunicativa. E. verbo “seguir” apresenta concordância com o referente para enfatizar quem é seu interlocutor. QUESTÃO 39 LAERTE. Piratas do Tietê. Disponível em: <www1.folha.uol.com.br>. Acesso em: 4 set. 2020. O cartum de Laerte constrói sua coerência ao relacionar imagem a texto verbal, desenvolvendo uma crítica sobre a(s) A. pequenez humana diante das construções arquitetônicas atuais. B. barreiras que separam as pessoas de nacionalidades diferentes. C. solidão humana frente ao desenvolvimento tecnológico atual. D. dificuldades do sujeito frente às burocracias tecnológicas. E. busca para sustentar as relações na contemporaneidade. ENEM – VOL. 9 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 17BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 40 Vídeo com notícia falsa viraliza no WhatsApp e causa linchamento de inocente na Índia Em plena luz do dia, uma criança sozinha na rua é agarrada por um motociclista e, de repente, levada embora, para desespero dos vizinhos. Essa sequência de acontecimentos aparece em um vídeo, que foi amplamente compartilhado na Índia e espalhou pânico. Mas, na verdade, se trata de mais um caso de notícia falsa – ou fake news, como o termo ficou popularmente conhecido. O vídeo original tinha cunho informativo e havia sido gravado por autoridades do Paquistão para alertar sobre a segurança de crianças nas ruas de Karachi. Na segunda parte do vídeo, o “sequestrador” pode ser visto devolvendo a criança e segurando um cartaz em que se lê: “Basta apenas um momento para uma criança ser sequestrada nas ruas de Karachi”. Segundo as autoridades indianas, essa parte foi retirada do filme compartilhado. TVs locais também contribuíram para semear o pânico, ao alertar moradores de que 5 mil sequestradores de crianças haviam entrado pelo sul da Índia. O resultado do vídeo falso não poderia ser mais trágico. Kaalu, de 26 anos, estava em Bangalore procurando emprego. Alguns moradores acreditaram que ele era um dos sequestradores de crianças. Kaalu teve as mãos e pernas amarradas, foi agredido e arrastado pelas ruas. Ele morreu a caminho do hospital. “Antes de espalhar esse tipo de informação, que não é verificada, peço à imprensa que confirme sua veracidade e, então, a divulgue”, diz T. Suneel Kumar, comissário de polícia de Bangalore. Disponível em: <www.bbc.com>. Acesso em: 1 out. 2020 (Adaptação). Tendo em vista os efeitos negativos da notícia propagada, a fala do comissário de polícia de Bangalore explicita que essa prática contemporânea necessita de A. responsabilidade dos envolvidos pela propagação massiva. B. manipulação do conteúdo para o convencimento assertivo. C. compartilhamento rápido dos relatos enviados aos jornalistas. D. ajuda dos usuários para verificar os fatos da sociedade. E. intenção clara do veículo para a divulgação enganosa. QUESTÃO 41 Café: agricultura e sustentabilidade Somos um dos maiores produtores e exportadores de café do mundo, mas acabamos bebendo um café de qualidade inferior, porque o melhor a gente exporta. Exportamos a matéria-prima (o café verde) de qualidade, e muitas vezes acabamos consumindo por aqui uma matéria- -prima de qualidade inferior. Isso porque o grão brasileiro, como matéria-prima, é muito valorizado fora daqui, mas o café torrado nem sempre. Então, o que acaba acontecendo muitas vezes é que a gente exporta os grãos verdes pra Itália, por exemplo, e depois compra eles torrados de novo na embalagem de um café conhecido. Meu ponto é que num país que tem tanto café bom, o gourmet é que deveria ser o tradicional. Isso quer dizer que todo mundodevia beber um café de mais qualidade no país do café e o gosto do afeto não deveria ser de queimado. Tem muita gente nesse mundo do café empenhada nisso; em fazer todo mundo beber café de qualidade. Muitos deles acreditam que essa é também uma maneira de valorizarmos a nós mesmos, pois é um jeito de aproveitar essa riqueza que temos por aqui, em forma de cafezinho. ASSUMPÇÃO, L. Disponível em: <www.uol.com.br>. Acesso em: 3 out. 2020. [Fragmento adaptado] No artigo de opinião, a autora aponta que o café consumido no Brasil não é de boa qualidade, sustentando essa afirmação com o argumento de que o país A. estimula o consumo gourmet pelo lucro. B. construiu uma memória afetiva pelo paladar. C. produz o café verde com foco na exportação. D. apresenta uma produção insuficiente do insumo. E. desconhece a dinâmica mercadológica da agricultura. QUESTÃO 42 O foco no resultado é uma maldição Que o foco no resultado é positivo, todos estão cansados de saber. Estamos aprisionados, há décadas, a modelos mercadológicos de treinamento nos quais os fins justificam os meios, o tal foco no resultado, estimulando que o aluno vivencie o treinamento como uma forma de autopunição, um sofrimento necessário visando alcançar resultados estéticos acelerados. A soma entre a expectativa alta e a pressa de resultados detona a “bomba” da desistência coletiva, dificultando que o aluno consiga encontrar sentido ou prazer no treinamento. O foco no resultado pode corromper o sentido da nossa existência, invertendo a ordem natural, na qual o prêmio não pode se colocar à frente do mergulho voluntário e prazeroso no processo, sob pena de inviabilizar ou desvirtuar o nosso caminho. A dependência excessiva ao resultado final é perniciosa, se o resultado não aparece com rapidez (o que é irreal, idealizado e antinatural), o aluno desiste, perdendo a fé em sua capacidade de aderir ao treinamento, e isso é o pior cenário possível, como veremos mais à frente. Precisamos resgatar a origem, o sentido maior, a naturalidade e a inocência do movimento. Uma criança não corre, pula ou faz mil estripulias porque quer chegar a algum resultado, ela faz isso porque está totalmente imersa e absorvida por essas brincadeiras, está inteira, entregue, divertindo-se intensamente através dessa atividade. COBRA JR, N. Disponível em: <www.uol.com.br>. Acesso em: 2 out. 2020. [Fragmento adaptado] Pelo fragmento do artigo de opinião, infere-se que o articulista busca A. apontar as brincadeiras como impedimentos para os resultados positivos. B. desconstruir a exagerada importância atribuída ao foco no resultado. C. valorizar a permanência das metodologias clássicas de treino. D. expressar sua opinião com um viés de moralidade. E. impor uma alternativa ao assunto em questão. LCT – PROVA I – PÁGINA 18 ENEM – VOL. 9 – 2020 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 43 Disponível em: <https://ineditacomunicacao.wordpress.com>. Acesso em: 3 out. 2020. Na publicidade, a metáfora da imagem do urso, vinculada ao texto verbal, constrói uma estratégia argumentativa para persuadir o leitor a A. realizar ginástica em ambientes abertos. B. utilizar uma bicicleta em treinos em casa. C. praticar exercícios mesmo no inverno. D. consolidar hábitos saudáveis no frio. E. comprar equipamentos de ginástica. QUESTÃO 44 Durante as aulas da professora Carmen Orofino, na Escola Viva, em São Paulo, as crianças soltam a imaginação: derretem-se no chão como um sorvete, flutuam imitando um floco de algodão, correm como um rio e até voam feito uma borboleta. Isso porque, todos os anos, elas são convidadas a se envolver num projeto de expressão corporal baseado no uso intencional de movimentos inspirados em brincadeiras e histórias recorrentes na vida dos pequenos. Seguindo a metodologia bem planejada pela professora, eles acabam descobrindo que o corpo fala e chegam à 1ª série com os membros mais flexíveis, praticando Educação Física com mais prazer. A apresentação para os pais no fim do ano é sempre muito esperada, mas ela não deve ser o único objetivo do trabalho. Outra coisa que se evita é focar o projeto no estudo sistematizado de uma técnica de dança específica. “Isso até pode acontecer com alunos que já passaram dos 7 anos”, aconselha Carmen. “O mais importante, ao longo do calendário de atividades, é a sala virar um laboratório de experimentos e que o corpo das crianças se transforme de fato num instrumento de comunicação e expressão”, resume a coordenadora pedagógica Leila Bohn. As estratégias utilizadas na escola paulistana deixam todo mundo falando pelos cotovelos e pelos pés, mãos, braços, cabeça… Disponível em: <https://novaescola.org.br>. Acesso em: 21 nov. 2019. [Fragmento adaptado] A linguagem corporal tem relevância para a própria vida do indivíduo, uma vez que é integradora social e formadora da identidade. Para defender a importância de se abordar a linguagem corporal nas escolas, o texto apresenta a A. linguagem corporal como meio de se expressar no mundo, com função comunicativa. B. informação de que alunos de 7 anos desenvolvem melhor as habilidades corporais. C. comunicação entre as crianças prioritariamente por meio dos membros do corpo. D. importância do evento anual para convencer os pais sobre a linguagem do corpo. E. construção do imaginário infantil como influência para a aceitação corporal. QUESTÃO 45 A cesta Quando a cesta chegou, o dono não estava. Embevecida, a mulher recebeu o presente. Procurou logo o cartão, leu a dedicatória destinada ao marido, uma frase ao mesmo tempo amável e respeitosa. Quem seria? Que amigo seria aquele que estimava tanto o marido dela? Aquela cesta, sem dúvida nenhuma, mesmo a uma olhada de relance custava um dinheirão. Como é que ela nunca tivera notícia daquele nome? Ricos presentes só as pessoas ricas recebem. Eles eram remediados, viviam de salários, sempre inferiores ao custo das coisas. Sim, o marido, com o protesto dela, gostava de bons vinhos e boa mesa, mas isso com o sacrifício das verbas reservadas a outras utilidades. De qualquer forma, aquela cesta monumental chegava em cima da hora. E se fosse um engano? Não, felizmente o nome e o sobrenome do marido estavam escritos com toda a clareza e o endereço estava certo. Alvoroçada, examinou uma a uma as peças envoltas em flores e serpentinas de papel colorido. Garrafas de uísque escocês, champanha francês, conhaque, vinhos europeus, pâté, licores, caviar, salmão, champignon, uma lata de caranguejos japoneses... Tudo do melhor. Mulher prudente, surripiou umas garrafas e escondeu-as nas gavetas femininas do armário. Conhecia de sobra a generosidade do marido: à vista daquela cesta farta, iria convidar todo o mundo para um devastador banquete. Isto não tinha nem conversa, era tão certo quanto dois e dois são quatro. Mas quem seria o amigo? Esperou o regresso do marido, morrendo de curiosidade. CAMPOS, P. M. In: ______. Crônicas I. São Paulo: Ática, 2003. v. I. (Coleção para gostar de ler). O fragmento, enquanto introdução de uma crônica, para garantir o desenvolvimento e encadear os momentos da narrativa, apresenta um narrador que recorre à estratégia discursiva de A. listar os produtos da cesta. B. omitir o cenário na descrição. C. narrar a história com distanciamento. D. descrever a personalidade do marido. E. explicitar os questionamentos da mulher. ENEM – VOL. 9 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 19BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO TEXTO I É difícil calcular o tamanho do mercado ilegal de compra e venda de animais silvestres, já que a regra da clandestinidade é justamente operar fora das vistas da sociedade – e do rigor da lei. No epicentro deste mercado mundial, está a Amazônia e, consequentemente, o Brasil. As estimativas apontam que, anualmente, cerca de 38 milhões de animais são afetados pela caça e comércio ilegal no país. Uma análise aponta que os animais mais traficadosna região são as tartarugas e os peixes ornamentais. “Nós temos diferentes mercados consumidores sendo supridos, tanto domesticamente quanto transnacionalmente para diferentes locais do mundo, com diferentes usos e diferentes espécies sendo exploradas. Nós temos um comércio ilegal grande pros EUA que varia de peixe ornamental a aves e a répteis, com um comércio crescente pelo couro do pirarucu. Tem um mercado enorme de colecionadores de aves, principalmente para Europa, e de répteis e anfíbios, principalmente para Alemanha; de aves de rapina pro Oriente Médio. Tem também toda medicina tradicional asiática [que consome] pepino-do-mar, cavalo- -marinho, barbatana de tubarão, onça. E tem crescido o número tanto de jabutis quanto de cágados de água doce saindo pro mercado de pet e pra medicina tradicional asiática”, enumera a pesquisadora Juliana Ferreira. Disponível em: <www.oeco.org.br>. Acesso em: 5 out. 2020. [Fragmento adaptado] TEXTO II Art. 1º. Os animais de quaisquer espécies, em qualquer fase do seu desenvolvimento e que vivem naturalmente fora do cativeiro, constituindo a fauna silvestre, bem como seus ninhos, abrigos e criadouros naturais são propriedades do Estado, sendo proibida a sua utilização, perseguição, destruição, caça ou apanha. Art. 2º. É proibido o exercício da caça profissional. Art. 3º. É proibido o comércio de espécimes da fauna silvestre e de produtos e objetos que impliquem a sua caça, perseguição, destruição ou apanha. § 1º Excetuam-se os espécimes provenientes legalizados. BRASIL. Lei n° 5 197, de 3 de janeiro de 1967. Disponível em: <www.planalto.gov.br>. Acesso em: 5 out. 2020. [Fragmento] INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO 1. O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado. 2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas. 3. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para efeito de correção. 4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que: 4.1. tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”. 4.2. fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo. 4.3. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada com o tema proposto. 4.4. apresentar nome, assinatura, rubrica ou outras formas de identificação no espaço destinado ao texto. PROPOSTA DE REDAÇÃO A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da Língua Portuguesa sobre o tema “Meios para combater o tráfico de animais silvestres no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. TEXTOS MOTIVADORES TEXTO III O comércio de animais silvestres é a terceira atividade ilícita mais lucrativa do mundo, perdendo apenas para o tráfico de drogas e armas, movimentando de US$ 10 a US$ 20 bilhões por ano. Mas o desejo de ter um animal de estimação silvestre faz com que, em média, a cada dez espécies traficadas, apenas uma sobreviva. Além disso, segundo o Ibama, a sensação de impunidade faz com que os traficantes também falsifiquem anilhas de controle, vendendo, como se fossem lícitas, 80% das espécies à disposição no mercado de criadores. Por sua inteligência, sociabilidade e capacidade de imitar vozes humanas, os papagaios são algumas das espécies mais traficadas do mundo. Existem no Brasil doze espécies de papagaios, das quais seis fazem parte de um Plano de Ação Nacional, coordenado pelo ICMBio. Essas seis são espécies cuja população está em risco ou é muito visada pelos traficantes de animais silvestres. Disponível em: <https://ciclovivo.com.br>. Acesso em: 5 out. 2020. [Fragmento] TEXTO IV TRÁFICO DE ANIMAIS SILVESTRES No Brasil, a caça e o comércio predatório e indiscriminado da fauna silvestre PASSARAM A SER ILEGAIS em 1967 Lei federal n°. 5.197 Lei de Proteção à Fauna: Os animais de qualquer espécie, em qualquer fase do seu desenvolvimento e que vivem naturalmente fora do cativeiro constituindo a fauna silvestre, bem como seus ninhos, abrigos e criadouros naturais, são propriedade do Estado, sendo proibida a sua utilização, perseguição, destruição, caça ou apanha. 38 MILHÕES de animais são retirados do Brasil por ano para comércio de animais vivos, de 10 traficados apenas 1 sobrevive para cada produto animal comercializado, pelo menos 3 espécimes são sacrificados é a terceira atividade ilícita do mundo, depois das armas e das drogas ! o comércio ilegal de vida silvestre movimenta de 10 A 20 BILHÕES de dólares por ano $ Disponível em: <https://g1.globo.com>. Acesso em: 5 out. 2020 (Adaptação). LCT – PROVA I – PÁGINA 20 ENEM – VOL. 9 – 2020 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 46 a 90 QUESTÃO 46 DA VINCI, L. A Anunciação. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/ wiki/Leonardo_da_Vinci>. Acesso em: 25 fev. 2016. A obra de Leonardo da Vinci pertence ao Renascimento Cultural, movimento que refletiu as mudanças socioeconômicas que ocorreram na Europa a partir do século XI. Opondo-se à mentalidade teocêntrica, o Renascimento, no entanto, não significou uma ruptura entre o Medievo e os Tempos Modernos, mas uma transição entre esses contextos históricos. Um aspecto presente na obra que sinaliza uma continuidade da cultura medieval no Renascimento é o(a) A. respeito ao ideal clássico de beleza. B. uso da perspectiva geométrica. C. representação de cenas bíblicas. D. abordagem realista do espaço e das formas. E. valorização da natureza e da vida terrena. QUESTÃO 47 Sobretudo a partir da década de 1990, começou a se intensificar no Brasil mudanças na distribuição espacial das indústrias, pois, desde o início do processo de industrialização, a tendência era de concentração na Região Sudeste, com destaque para o estado de São Paulo. Essas mudanças, apoiadas na maior abertura econômica do país e no desenvolvimento técnico-científico, geraram um processo de desconcentração industrial em que localidades como estados da Região Nordeste e Norte ou do interior das regiões Sul e Sudeste passaram a receber a instalação de indústrias. Esse processo de desconcentração acabou acompanhado de uma disputa entre alguns estados e municípios pela atração de empresas. Disponível em: <https://educacao.uol.com.br>. Acesso em: 14 out. 2020 (Adaptação). Ao migrarem das tradicionais áreas industrializadas do Brasil para outras localidades e regiões, as indústrias foram atraídas por fatores como a A. presença de metrópoles nacionais. B. deficiência da infraestrutura viária. C. rigidez da legislação ambiental. D. atuação forte dos sindicatos. E. oferta de incentivos fiscais. QUESTÃO 48 O imaginário da Restauração, dada a sua força e atuação, significou, por conseguinte a experiência fundadora da identidade provincial. [...] A ideia de “nobreza da terra” muito deve às guerras holandesas que forçaram uma consciência identitária, “fazendo vir à tona, com mais vigor do que seria o caso na rotina da vida colonial, as diferenças entre o local e o metropolitano”. MARRAS, S. Rubro Veio [resenha]. Revista de Antropologia, São Paulo, USP, 1998, v. 41, n. 2, p. 260-261 (Adaptação). A expulsão dos holandeses de Pernambuco em meados do século XVII impactou futuramente na Guerra dos Mascates (1710), uma vez que A. imprimiu o forte caráter nativista e antilusitano às motivações do conflito. B. fortaleceu o sentimento separatista da província com relação à metrópole. C. garantiu unidade entre as cidades pernambucanas contra a dominação portuguesa. D. determinou o pacto entre a elite local e colonos vindos de Portugal contra os revoltosos. E. estimulou a resistência
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