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Antimicrobianos Introdução Os antibióticos possuem quatro grupos, cada um com um único mecanismo de ação, são eles: 1) Inibem a síntese da parede microbiana (2) Interferem na permeabilidade da membrana celular (3) Interferem na síntese dos ácidos nucleicos (4) Interferem na síntese de proteínas Inibem a síntese da parede microbiana Primeiramente, vamos relembrar o que é a parede celular. Ela recobre a membrana citoplasmática encontrada apenas nas bactérias. Suas funções são: proteção, sustentação e manutenção da forma da bactéria. A supressão de sua síntese causa a desintegração da célula bacteriana. A ausência da parede celular faz com que ocorra a lise osmótica, fazendo com que a bactéria perca um componente que faz a permeabilidade seletiva. As drogas que inibem a síntese da parede microbiana tem ação bactericida. É importante ressaltar que nem todo antibiótico tem ação bactericida, existem mecanismos de ação bacteriostáticos, ou seja, eles param/travam o mecanismo bacteriano, fazendo com que a bactéria não consiga fazer replicação de DNA, produção de proteínas, não se duplique! ↪ Porém eles possuem um tempo de ação! As drogas com função de bacteriostáticos facilitam a ação do sistema imunológico! As células de defesa chegam para lutar contra um exército bacteriano travado (quem mata a bactéria é o sistema imunológico e não a droga). Os antibióticos que inibem a síntese da parede microbiana são divididos em dois grupos Antibióticos Beta-lactâmicos Penicilinas naturais Penicilinas semi-sintéticas Cefalosporinas Antibióticos não beta-lactâmicos Bacitracina Vancomicina – glicopeptídeo Mas o que são antibióticos beta-lactâmicos? ● Penicilina ● Cefalosporina Todos os componentes desses dois grupos possuem um anel beta-lactâmco que dá estabilidade (estrutura) para a droga. Penicilina Resistência microbiana aos antibióticos betalactâmicos As bactérias passaram a produzir uma enzima chamada de beta-lactaminase que atua sobre o anel betalactâmico rompendo-o, ou seja, desativando a droga. ↪ As betalactamases são produzidas por diferentes bactérias, apresentando assim propriedades físicas, químicas e funcionais variadas. De tanto expor essas drogas, à bactérias distintas, algumas adquiriram essa capacidade e a partir daí começou o processo de resistência bacteriana. Os genes que codificam as betalactamases podem ocorrer por meio de mutações no cromossomo bacteriano ou transferido por plasmídeos ou transpósons Existem três fatores determinantes dessa resistência: ● Produção de betalactamases ● Redução da penetração através na camada externa da parede celular ● Dificuldade para atingir o sítio de ligação Classificação das cefalosporinas Primeiro vamos entender como são divididas as gerações. Elas podem ser divididas de acordo com sua potência (quanto mais distante for à geração, mais potente ela é). Ou as gerações podem estar relacionadas com a descoberta, que é o caso das cefalosporinas. 1º geração ● Estreito espectro de ação ● Atuam sob bactérias gram-positivas ● Resistentes as penicilinase (beta-lactaminase) 2º geração ● Menos ativas que a anterior ● Ativas contra bactérias entéricas 3º geração ● Mais ativa para bactérias gram-negativas Como são formadas novas gerações? Os pesquisadores pegam as drogas de 1º geração como base química e analisam o que essa droga tem de bom, tentando assim manter essas características, mas ao mesmo tempo tentam alterar a estrutura da molécula para ter novas funções. ↪ Mas nem sempre isso dá certo, um exemplo disso é a 2º geração das cefalosporinas (ela é boa contra bactérias entéricas, ou seja, infecções em sistema digestório). Qual geração eu devo escolher? É muito importante saber o que esta causando a infecção no animal para assim poder ser mais específico na escolha dos antibióticos, diminuindo a chance de criar uma resistência. ↪ É por conta disso que existe o exame de antibiograma, onde realizam a coleta de algum fluído (de alguma parte infectada) e colocam no meio de cultura com vários tipos de antibióticos, assim nós podemos ver qual antibiótico inibe o crescimento da bactéria específica. Penicilinas As penicilinas são muito pouco tóxicas, mesmo em altas doses, uma vez que atuam em uma estrutura que não existe nas células animais, a parede celular. ↪ Entretanto reações alérgicas podem ocorrer, mas são mais comuns em humanos. Cefalosporinas Mecanismo de ação – inibem a síntese da parede celular Espectro de ação – largo espectro Administração – IM, VO, IV, tópica Excreção – principalmente renal pacientes com insufiência renal devem ter as doses ajustadas, pois até o rim conseguir eliminar a droga, ela pode se acumular e causar intoxicação. Baixa toxicidade Fator limitante – alto custo Uso terapêutico Infecções gerais Infecções renais, respiratórias e genitais Infecções osteoarticulares A 1º geração é mais utilizada ● cefalexina – piodermites (banhos) (infecções de pele) ● Infecções pós-cirúrgica Representantes de cefalosporinas: Interferem na permeabilidade da membrana celular Estes antibióticos atuam na membrana celular alterando a sua permeabilidade seletiva. Vamos recordar o que é membrana celular. A membrana é uma parede permeável onde líquidos, substâncias de baixo peso molecular e lipossolúveis conseguem atravessa-la livremente, já outras substâncias precisam de transportadores, ocorrendo assim uma difusão facilitada e outras precisam de gasto de energia, ou seja, transporte ativo. Algumas drogas como as polimixinas alteram a permeabilidade seletiva da membrana ↪ O ambiente interno deixa de ser favorável para as funções metabólicas da célula/bactéria, pois componentes externos entram e componentes internos saem causando a morte da bactéria. Essas drogam também possuem ação bactericida, pois as alterações levam a morte bacteriana. Interferem na síntese dos ácidos nucléicos Esses antibióticos interferem na síntese do DNA bloqueando o processo de divisão celular (duplicando seu DNA) da bactéria. Exemplos desses antibióticos ● Rifamicina ● Novobiocina Interferem na síntese de proteínas Esses antibióticos que interferem na síntese proteica se ligam aos ribossomos (organelas citoplasmáticas responsáveis pela síntese proteica.) de forma irreversível ou reversível. Se eles se ligam de forma irreversível, irão possuir ação bactericida (acabam com os ribossomos dessa bactéria). São representados pelo grupo aminoglicosídeos, que possui os seguintes princípios ativos ● estreptomicina ● gentamicina ● neomicina ● tobramicina ● ribostamicina Caso eles se liguem de forma reversível, ou seja, bloqueiam por um tempo e depois soltam, irão possuir ação de bacteriostáticos. Dentro desse grupo existem: outros subgrupos ● cloranfenicol ● tetraciclinas ● macrolideos (elitromicina, azitromicina, etc)
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