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PATOLOGIAS DA COLUNA TORÁCICA André Bomfim Ferreira Introdução É uma região de difícil diagnostico devido a sua biomecânica complica e suas proximidade com órgãos vitais. As dores na coluna torácica é implicada com menor frequência nas síndromes musculo esquelética. Não se conseguiu chegar a um consenso se as costelas ou as articulações intervertebrais são a fonte principal da disfunções biomecânicas. Referência: Dutton, 2010 Dentre as patologias mais comuns estão: Desvios da coluna e Hérnias discais Dor Torácica Referência: Dutton, 2010 apud Bogduk, 1994 • músculos torácicos posteriores • processos espinhosos • ligamentos longitudinais anterior e posterior, • corpos vertebrais • articulações zigoapofisárias e costotransversárias • processo articular inferior • parte interarticular • disco intervertebral • raiz nervosa • menisco articular • Dura-máter Bugduk indicou as seguintes estruturas: A dor torácica apresenta um diagnostico diferencial amplo, podendo originar-se das estruturas dentro do tórax ( coração, pulmões ou esôfago ) ou causas musculo esqueléticas. Dor Torácica Referência: Dutton, 2010 SINTOMAS POSSIVEIS CAUSAS Dor grave na raiz bilateral em pacientes mais idosos Neoplasia (áreas mais comuns para metástase são o pulmão, as mamas, a próstata e os rins) Fratura osteoporótica (deficiência de estrogênio) ou neoplásica Fratura por compressão/ acunhamento Fratura osteoporótica (deficiência de estrogênio) ou neoplásica Inicio e fim da dor não relacionados com os movimentos do tronco Espondilite anquilosante, visceral Movimento ativo reduzido: flexão lateral contralateral dolorosa, com ambas as rotações completas Neoplasia Dor grave na parede torácica sem dor articular Visceral Sinais e sintomas na medula espinal Pressão na medula espinal ou isquemia Inicio da dor relacionada à alimentação ou dieta Visceral • A dor decorrente da inflamação da coluna axial pode apresentar aspectos semelhantes a uma variedade de condições graves. • Existe a possibilidade de que a dor que surge das articulações torácicas espinais tem sobreposição considerável e pode referir sintomas para regiões distais (virilha, púbis e parede abdominal inferior) Hérnia discal torácica • Poucas publicações e geralmente antigas • As cirurgias de hérnia de disco torácica correspondem a 0,2-1% das intervenções cirúrgicas discais • São mais comuns as hérnias laterais com compressão do nervo intercostal • Doença degenerativa • Pode acontecer principalmente por má postura, excesso de carga, movimentos repetitivos e traumas Referência: Sizínio et al., 2008 https://www.spinecenter.com.br Hérnia discal torácica • Sintomas podem ser: • Perda de força nas pernas, • Por torácica irradiada nas costelas, • Parestesia (sensação de dormência) • Ataxia (falta de coordenação de movimentos). • Paresia e alterações esfincterianas. Referência: Sizínio et al., 2008 http://neurocirurgiadrbernardo.com.br Cifoses • É definida como um aumento da curvatura no plano sagital da coluna torácica • Alguns Autores citam que o ângulo da cifose torácica pode varia normalmente entre 20° a 40° utilizando o método de Cobb. Referência: Poolman et al., 2002; Sizínio et al., 2008 http://blogfisioterapia.com.br • Quando patológico: - Cifose discreta: < 50º; - Cifose moderadamente severa: 50 - 70º; - Cifose severa: 70 - 75º • Geralmente é idiopática Tipos de Cifoses Referência: Sizínio et al., 2008 http://https://www.srs.org • Postural • Doença de Scheuermann • Congênita • Neuromusculares • Traumática • Pós cirúrgica • Tumores • Inflamatórias POSTURAL Curvar-se, inclinando-se para trás em cadeiras e carregar sacos pesados podem esticar músculos e ligamentos de apoio, o que pode aumentar a curvatura da coluna vertebral Tipos de Cifoses Referência: Sizínio et al., 2008 http://https://www.srs.org • Postural • Doença de Scheuermann • Congênita • Neuromusculares • Traumática • Tumores • Inflamatórias Congênita Se alguma coisa atrapalha o desenvolvimento da coluna vertebral, duas ou mais vértebras, por vezes, se fundem juntas Tipos de Cifoses Referência: Sizínio et al., 2008 http://euatleta.com • Postural • Doença de Scheuermann • Congênita • Neuromusculares • Traumática • Tumores • Inflamatórias TRAUMAS O dano aos ossos pode fazer com que eles se calcifiquem de maneiras anormais, provocando o deslocamento das vértebras e causando o arco na coluna. Tipos de Cifoses Referência: Sizínio et al., 2008 http://euatleta.com • Postural • Doença de Scheuermann • Congênita • Neuromusculares • Traumática • Tumores • Inflamatórias TUMORES Certos tumores podem se desenvolver no interior da coluna vertebral ou chegar até ela por meio da metástase. Isso pode desestabilizar as vértebras que, por sua vez, mudam de posição e provocam uma maior curvatura. Deformidades Cifóticas Referência: Dutton, 2010., Magee, 2010 Imagens: Magee, 2010, http:// kiphosis.com Corcunda de Dowager Essa deformidade caracteriza-se por uma região dorsal superior gravemente cifótica, que resulta de múltiplas fraturas de compressão da borda anterior em varias vertebras da coluna torácica media a superior em geral causadas por osteoporose pós- menopausa ou por terapia de corticosteroide de longo prazo Dorso Corcunda Refere-se a uma angulação posterior acentuada e localizada denominada giba. Em geral, essa cifose é estrutural e decorrente do encunhamento anterior do corpo de uma ou duas vertebras torácicas. O encunhamento pode ser causado por uma fratura, um tumor ou uma doença óssea. Em geral, a inclinação pélvica é normal (30°). Cifose com o passar dos anos • Depois dos 40 anos, o ângulo da cifose começa a aumentar mais rapidamente nas mulheres em relação aos homens. • Média de 43º em mulheres de 55 - 60 anos, para uma média de 52º em mulheres de 76 - 80 anos. • A medida que o ângulo da cifose aumenta, a performance física e a qualidade de vida diminuem. Referência: KATZMAN et al., 2011 Imagens: http:// minhavida.com.br Doença de Scheuermann • Patogênese desconhecida. • Manifesta em cerca de 10% da população e em proporções idênticas nos sexos masculino e feminino. • Ocorre tipicamente em atletas na adolescencia. • Deficiência da apófise do anel do corpo vertebral e acunhamento anterior das vértebras afetadas. • Debilidade do colágeno ossificação da placa terminal vertebral;(nódulos de schmorl). • Causas mecânicas, inflamatórias e fraqueza muscular. https://www. minhavida.com.brReferência: Dutton, 2010 Doença de Scheuermann • PATOLOGIA • LLA espesso e contraído • Formação de cunha da parte anterior dos corpos vertebrais • Núcleo pulposo: protusão anterior para dentro da esponja óssea • Os músculos da cintura escapular são hipotróficos, encurtamento dos isquiotibiais, flexores do quadril e peitorais. Imagem: minhavida.com.br Referência: Sizínio et al., 2008 Doença de Scheuermann Imagens: minhavida.com.br., Sizínio et al., 2008 Referência: Sizínio et al., 2008 Encunhamento vertebral Paciente com doença de Scheuermann Paciente com flexão anterior de tronco, demonstrando a real gravidade da doença Disfunção da coluna torácica Referência: Dutton, 2010 • A movimentação da Pelve influencia a coluna torácica • Inclinação Pélvica Posterior: Aumentará a flexão das colunas lombar e torácica, projetando a cabeça para frente. Disfunção Postural Inclinação Pélvica Anormal Disfunção da Articulação Zigoapofisária • Degeneração das articulações zigoapofisárias torácicas. • Dor local ou referida • Pode ser uma das causas da restrição de movimento no local Escoliose Referência: Dutton, 2010., Magee, 2010 • A escoliose é uma deformidade que consiste em uma ou mais curvaturas laterais na coluna lombar ou torácica. • Comumente associada com disfunções rotacionais • Radiografia frontal com o paciente em pé, posição ortostática: Apresentará 10º ou maisna curvatura lateral. • Predominância de 2 a 3 % da população geral Causas: • Idiopática. • Congênita. • Dor. • Degeneração • Condições neuromusculares. • Doenças. • Lesões. Imagem: https://orthoinfo.aaos.org Escoliose - Classificação Referência: Hresko, 2013., Dutton, 2010 Ângulos de Cobb (graus) Imagem: Patrícia ítalo mentges • LEVE : 10º - 29º • MODERADA: 30º - 49º • GRAVE: ≥ 50º Imagem: http://fisioevidencias.blogspot.com Classificação: • Estática ou Estrutural • Isquiática (dor ciática por hérnia) • Idiopática • Psicogênica Escoliose - Classificação Referência: Hresko, 2013., Dutton, 2010 Imagem: Patrícia ítalo mentges • Idiopática: Infantil (0-2 anos), Juvenil (3-9 anos) Adolescente (10-17 anos), Adulto (> 18 anos). • Não-idiopáticas: • Neuromuscular: • Neuropática (pode ser: Neurônio Motor Superior, NM Inferior, Disautonomia e outros); • Miopática (Artrogripose, Distrofia Muscular e outros) • Neurofibromatose • Doenças do Tecido Conjuntivo • Doença reumatóide • Alteração pós-traumática (Ex: fratura) • Alteração pós-cicatricial (Ex: queimadura) • Osteocondrodistrofia (Ex: acondroplasia) • Doença infecciosa (Ex: osteomielite) • Doença metabólica (Ex: Raquitismo) • Espondilolistese • Neoplasia Escoliose - Classificação Referência: Leal, 2017 Imagem: google.com • Tipos: 1- Torácica 2- Tóraco-lombar 3- Lombar 4- Combinada • Compensada: Em que os desvios opostos são semelhantes • Não Compensada: Há desequilíbrio, gerando acentuação da curvatura de um lado. • Estruturada: Fixação da deformidade (Não se consegue corrigir) • Não-Estruturada: Pode ser revertida. Escoliose - Classificação Referência: Leal, 2017., Dutton 2010 Imagem: google.com • Quanto à Localização: Na região torácica (T2-T11) há um progresso mais rápido da curvatura em relação às regiões cérvico-torácica (C7-T1), lombar (L2-L5) e tóraco-lombar (T12-L1). • Quanto à Idade: • Progressão lenta e progressiva quanto ocorre na infância. • Na adolescência (estirão) é mais rápida e maior. Escoliose Referências DUTTON, M. Fisioterapia Ortopédica – Exame, Avaliação e Intervenção. 2ª Edição. Artmed, 2010. HRESKO, M. T. Idiopathic Scoliosis in Adolescents. New England Journal of Medicine, v. 368, n. 9, p. 834–841, 2013. LEAL, J. S. Escoliose Idiopática no Adolescente - Validade e Aplicação Clínica da Fotogrametria. Capítulo XIV. Novas Edições Acadêmicas, 2017. Katzman W.B., Wanek L., Shepherd J.A., Sellmeyer D.E. Age-related hyperkyphosis: Its causes, consequences, and management. J. Orthop. Sports Phys. Ther. 2010;40(6):352–360. doi: 10.2519/jospt.2010.3099. MAGEE D.J. Avaliação musculoesquelética. 5. a ed. São Paulo: Manole; 2010. MATTEDI, R. V.; BATISTA, P. R.; MACHADO, I. C.; JUNIOR, C. J.; REZENDE, R. Estudo Descritivo sobre o primeiro mutirão no Brasil de cirurgias eletivas para tratamento de escoliose. Columna. 2012; 11 (1): 63-5. Vitória, ES. 2011. POOLMAN, R; BEEN, H; UBAGS, L. Clinical outcome and radiografic results after operative treatment os Scheuermann’s disease. Eur Spine J. 11: 561-569, 2002. Yaman O, Dalbayrak S. Kyphosis and review of the literature. Turk Neurosurg. 2014;24:455–465. Sizínio Hebert, Tarcísio Eloy P. Barros filho, Renato Xavier, Arlindo Gomes Pardini Júnior. Ortopedia e traumatologia: princípios e prática. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008.
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