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TTC TECNICA DE TRANSPORTE DE CARGA -Existem normas sobre o recebimento, armazenamento e en- trega de carga nos portos do mundo, com algumas dife- renças de procedimentos para a prática das operações portuárias de alguns portos para outros. -A aplicação das Normas, que tem caráter obrigatório, são p/todas as unidades portuárias, quer a operação seja exe cutada por ela mesma, quer seja por operador portuário privado pré-qualificado. Por isso, devem cumpri-la não apenas os servidores das companhias de docas, como também os empregados daqueles operadores. -1. CARGA GERAL -1.1 – Responsabilidades atribuídas ao navio, à estiva e ao porto, no que diz respeito à estivagem de carga -Os trabalhadores de estiva são operários sindicalizados q/ possuem autonomia no seu serviço. Esse tipo de operário tem como função carregar e descarregar toda carga de uma embarcação e operar os serviços de limpeza dos porões e rechego da carga após o carregamento. -Chamamos de Terno a divisão da forma de serviço dos estivadores. Este poderá variar na proporção da carga operada, na legislação de cada porto ou país. De acordo com a antiga legislação os ternos de estiva são compostos por um total de 14 trabalhadores, a saber: a) um contramestre; b) dois homens de portaló; c) três guincheiros ou guindasteiros; d) oito homens de porão. -Denominamos como o responsável pelo terno, o contramestre de terno. O seu papel é o de orientar os serviços de acordo c/ as instruções recebidas do Imediato do navio ou através do contramestre geral. É ele o responsável pela disciplina e pelo bom andamento dos trabalhos desenvolvidos por seus subordinados. -O contramestre geral, conhecido abreviadamente por “Geral”, é a maior autoridade da estiva a bordo a quem cabe resolver os casos pendentes, sempre observando as instruções do Imediato do navio, seguindo seu plano prévio de carga e a legislação em vigor. -Os homens de portaló controlam e orientam, por meio de sinais manuais, o desenvolvimento do trabalho dos guincheiros ou guindasteiros, o içamento das lingadas no cais e o momento em que elas são arriadas nos porões dos navios. Para que o trabalho seja bem feito eles se posicionam estrategicamente à vista dos guincheiros ou guindasteiros, ficando um na borda falsa do navio do lado do cais e o outro junto à braçola da escotilha, com uma visão ampla do porão. -Os guincheiros ou guindasteiros são os homens que operam os guinchos dos paus de carga e guindastes do navio. -Os homens de porão operam no carregamento, desfazendo as lingadas no porão e transportam a carga por carrinhos, empilhadeiras ou manualmente até a posição determinada pelo plano de carga. Na descarga, eles trazem os volumes dos locais aonde estão estivados até a direção vertical da boca da escotilha e aí preparam a lingada que será içada pelo guindaste ou paus de carga q/são movidos pelo guincho do navio. -Há casos em que é criada uma suplementação de mão de obra denominada “reforço”. Não existe, contudo, uma regra para utilização do reforço de estivadores; a decisão pertence à própria entidade estivadora ou ao órgão gestor de mão de obra, algumas vezes por solicitação do próprio armador junto a um desses dois operadores, para agilizar a operação. -No porto, cada trabalhador tem uma função específica nas fainas de carregamento e descarregamento das embarcações. -O conferente tem como finalidade, conferir a carga que é operada no porto. Essa conferência é feita por espécie, peso, número, marca, contramarca, procedência e desti- no, além da verificação do estado da mercadoria e checa gem do peso com o manifesto da carga. Os conferentes podem ser de pátio, de guia, de balança, de porta, de lingada, de plano e de manifesto. -Nos navios de carga geral, os conferentes de lingada são os mais importantes, pois trabalham diretamente com o navio. -Esta classe de trabalhadores está vinculada a um sindicato e são considerados como trabalhadores avulsos. Dessa forma, os conferentes são requisitados de acordo com a necessidade de seus serviços pelo órgão gestor de mão de obra. -O controlista também conhecido como separador, é um conferente que trabalha ligado ao agente do navio, separando a carga a ser embarcada de acordo c/o plano de carga preparado pelo Imediato do navio; na descarga, ele prepara e separa a carga p/a entrega ao dono, através dos fiéis de armazéns. -É o controlista que coordena junto com o embarcador a ordem de entrega da carga ao navio, evitando que haja congestionamento de veículos no cais, tais como: vagões de trem, caminhões, carretas, etc. O controlista é, portanto, o braço direito do Imediato do navio, por ser o elo entre o navio e o sistema portuário. São profissionais que reúnem grande prática nas operações portuárias e bom conhecimento das características de cada carga, devendo sempre prevenir o Imediato dos riscos de carregar cargas incompatíveis no mesmo porão. São trabalhadores avulsos e, por essa razão, são requisitados em número necessário aos seus sindicatos de classe, pelo órgão gestor de mão de obra. -Consertadores são trabalhadores avulsos q/trabalham nas operações de carga e descarga dos navios. São os respon sáveis pelo reparo das embalagens, marcação, remarca- ção, carimbagem e etiquetagem da carga, bem como sua abertura em caso de vistoria. -O consertador só é dispensado para casos de cargas como maquinarias, chapas, automóveis, animais, arame farpa- do, tratores, embarcações, bananas em cacho, bobinas de papel, recipientes de vidro, botijões c/ou sem gás, carne frigorificada sem envoltório, containers, ou seja, carga que não se pode dar reparo simples e imediato. -No navio, mão de obra utilizada p/se fazer a estivagem de carga a bordo é composta por dois segmentos distintos, a saber: • * Pessoal de bordo • * Estiva propriamente dita. -Nem todo tripulante está envolvido diretamente com a ope- ração de carga e descarga do navio. Por exemplo, o eletricista é o responsável pelo bom funcionamento dos guindastes e guinchos do navio, sua iluminação (inclusi- ve dos porões) etc.; os oficiais de máquinas, pelos gru- pos geradores elétricos, máquinas frigoríficas e supervi- são geral de todas as máquinas motoras envolvidas nas operações porém, é o pessoal de convés que trabalha diretamente no planejamento, distribuição e acondicio- namento de carga nos porões. -O Comandante do navio é o responsável pela operação como um todo, inclusive pela estivagem perfeita das cargas recebidas, para transporte e pela guarda dessa mercadoria,enquanto ela estiver a bordo.Devido à com- plexidade q/envolve a operação de carga/descarga de mercadorias,o CMT delega poderes a seus tripulantes p/em seu nome, executarem as diversas etapas dessa operação, q/envolve o navio, ficando as atribuições assim divididas: -O Imediato do navio é o encarregado geral de toda a ope- ração. É ele o responsável pela confecção do plano de carregamento, pela distribuição das cargas nas praças (espaços vazios nos porões) disponíveis e pelo cuidado com a carga durante toda viagem, até a entrega no porto de destino, mantendo condições ideais para que não haja avarias. -Os oficiais de náutica auxiliam diretamente o Imediato: 1) Trabalham no serviço de fiscalização do manuseio da carga no convés e nos porões. 2) Preparam a documentação necessária referente à carga, relatórios e protestos marítimos, quando necessário, e são os substitutos eventuais do Imediato. -O contramestre do navio é o responsável pelos equipamen tos usados na carga e descarga, tais como: paus-de-car- ga, guinchos, guindastes, poleames, massames etc. É ele que cuida do fechamento e abertura das escotilhas e de sua conservação. Efetua e supervisiona a peação da car- ga, bem como a manutenção dessas peações em viagem. -O faroleiro é a denominação dada ao marinheiro q/tem sob guarda o material de convés. É ele o encarregadodo paiol do mestre. -O fiel-de-porão é o marinheiro q/trabalha nos porões co- mo fiscal do carregamento, cuidando p/q as instruções do Imediato sejam cumpridas pelos estivadores, evitando ‘perda de praça’ pela má estivagem da carga e incumbin do-se da correta aplicação do material de ‘dunagem’ . Além das incumbências acima mencionadas, o fiel do po- rão recebe do faroleiro no início da operação, todos os materiais q/vão ser usados na operação de carga ou des- carga, tais como: redes de cargas, redes de costado, fun- das, estropos, patolas, gatos, manilhas, macacos esticado -dores, grampos etc. e os devolve ao faroleiro ao final da operação. -Com o avanço da tecnologia na área do transporte maríti- mo, e em especial c/o advento da carga unitizada/conten- tor, bandeja,etc... os conceitos sobre a atividade do fiel do porão mudaram substancialmente;além das mudanças ocorridas na manipulação da carga, ocorreu a redução das tripulações dos navios o que inviabilizou de vez a manutenção de um fiel de porão em cada porão e essa função a bordo, praticamente,já não existe mais. -O que existe, na verdade, é um marinheiro que funciona como uma espécie de elo entre o pessoal do navio e a estiva. No início da operação de carga e descarga, como já mencionamos, ele recebe do faroleiro do navio o material que vai ser usado na operação e o entrega a estiva e, após a operação o recolhe ao paiol do mestre. -Além dessa função, ele permanece no convés durante todo o trabalho, supervisionando todos os porões que estive- rem operando, mantendo o IMT do navio sempre ao par de tudo o que está acontecendo: avarias ocorridas, má estivagem da carga, bem como manter fechados os em- bornais do convés para evitar que subprodutos de petró- leo ou cargas tóxicas venham a cair ao mar e poluir as águas do porto, e fica também atento à ação da estiva a fim de evitar acidente no trabalho. -Assim podemos dizer que os fiéis de porões são hoje mari- nheiros de convés q/trabalham nos porões como fiscais do carregamento, p/que as instruções ditadas pelo oficial encarregado da carga sejam cumpridas corretamente pelos estivadores. 1.2 – documentos que envolvem as operações de carga -Existem normas sobre o recebimento, armazenamento e entrega de carga nos portos do mundo, c/algumas dife- renças de procedimentos para a prática das operações portuárias de alguns portos p/outros. -No âmbito de aplicação da presente norma, que tem cará- ter obrigatório, estão todas as unidades portuárias, quer a operação seja executada por ela mesma, quer seja por operador portuário privado pré-qualificado. Por isso, de- vem cumpri-la, não apenas os servidores da companhia das docas, como também os empregados daqueles operadores. • – Formulário Requisição de Serviços Portuários - RSP -O procedimento inicial q/deve ser observado é a entrega feita pelo agente ou pelo próprio armador do navio, de documentos comunicando a chegada do navio e informan do, dentre outros detalhes: a) nome do navio; b) nome do agente ou armador; c) comprimento total do navio; d) bandeira do navio; e) porto de origem e de destino da embarcação; f) arqueação bruta (TB) e arqueação líquida (TL); g) TPB (tonelada porte bruto – DWT); h) data provável de chegada e de saída; i) calado de chegada e de saída; j) tonelagem e espécies de cargas que serão movimentadas; l) se o navio possui equipamentos de movimentação de car- ga ou se usará os do porto; m) outros dados julgados relevantes; -Este procedimento vale tanto para as operações de carrega mento (exportação) como para as operações de descarga (importação). -Procedimento na importação de carga de cabotagem e interior (descarga) -Quando se tratar de importação, o armador ou o agente do navio deverá entregar, juntamente com o formulário deno minado REQUISIÇÃO DE SERVIÇOS PORTUÁRIOS – RSP, o MANIFESTO DO NAVIO, documento de vital importância. -Além de ser um documento obrigatório, tanto pela legisla- ção aduaneira, como pela legislação de transporte aqua- viário de cargas (no caso de cabotagem ou navegação interior), o manifesto serve também ao fiel do armazém p/total conhecimento da carga transportada pelo navio, a fim de melhor aproveitar o espaço disponível, visando uma correta e melhor separação das cargas no armazém. Do ponto de vista legal, qualquer operação de descarga só poderá começar após a apresentação do manifesto pelo transportador. -Nas operações de Cabotagem e Interior, a Legislação de Transporte Aquaviário em vigor prevê q/manifesto deve mencionar: a) nome do navio,prefixo e nacionalidade; b) local de embarque; c) destino da carga; d) o número de cada conhecimento de carga; e) a quantidade, espécie, marca,o número e peso dos volumes; f) a natureza da mercadoria; g) o consignatário de cada partida; h) a data do encerramento do manifesto e a assinatura do responsável pela embarcação. -No Transporte Aquaviário de Cargas Nacionais, não foi legislada qualquer sanção às mercadorias não constan- tes do manifesto, por isso que, quando tal acontece, são consideradas como “acréscimo ao manifesto”. – Documentos utilizados na descarga de Cabotagem e Interior (importação) -A operação de descarga dos navios tem a dirigi-la em ter- ra o fiel do armazém, posto ser ele o responsável em no- me do depositário da carga, à Companhia das Docas, desde o momento da entrada da carga nas instalações portuárias até a sua efetiva entrega a quem de direito. • Os documentos utilizados na descarga são os seguintes: • 1. Folha de Descarga; • 2. Livro Registro do Manifesto; • 3. Livro Registro de Avarias. -A Folha de Descarga é o documento onde são anotadas as cargas descarregadas do navio. A anotação é feita pelos conferentes escalados, levando em conta a quantidade de volumes, marca e contra marca, peso, conteúdo etc. -Cargas descarregadas c/indício de violação, avarias, derra mes etc, são recebidas c/ ressalva, p/posterior escritura- ção no Livro de Registro de Avarias, p/resguardo da res- ponsabilidade da Cia das Docas, nos termos do decreto nº 64.387/69. -O Livro Registro do Manifesto, também conhecido como Livro de Escrita, recebe a transcrição de toda a carga constante do manifesto, discriminando o nome do navio, a data de entrada, número do conhecimento, quantidade, peso e espécie das mercadorias, nome do consignatário, porto de origem.Após o desembaraço das mercadorias e pagamento das taxas portuárias devidas, as mercadorias são entregues aos seus consignatários, ficando o conhe- cimento original arquivado no armazém por onde se pro- cessou a descarga. -No Livro Registro de Avarias são registrados os volumes q/na descarga apresentam indícios de violação, avarias, derrames etc. Esse livro é de fundamental importância para o resguardo da responsabilidade da Companhia de Docas, enquanto a carga estiver sob sua guarda. -Tratando-se de mercadoria nacional, este livro deve ser obrigatoriamente assinado pelo fiel do armazém e pelo preposto do agente ou armador do navio. -Documentos hábeis para a entrega das mercadorias os documentos hábeis para a entrega das mercadorias aos seus consignatários são os conhecimentos originais. -O conhecimento original é um título de crédito e por isso pode ser nominal (a ordem) ou ao portador. É um título transferível por endosso. -Em caso de extravio do conhecimento, de mercadorias na- cionais, a sua falta será suprida através de Carta Decla- ratória, ou seja, por uma ressalva emitida pelo transpor- tador, após publicação em jornal de grande circulação, durante três dias comunicando a perda ou extravio do conhecimento. -Também na navegação de cabotagem e interior pode ocor- rer de serem descarregadas cargas que não constam do manifesto, neste caso, são dadas como acréscimo ao ma- nifesto, só podendo ser entregue a quem o transportador autorizar.-Procedimento na exportação de mercadorias nacionais, na navegação de cabotagem e interior, é em tudo semelhante aos da navegação de longo curso. Diferença a mencionar é apenas a não necessidade de desembaraço da carga na Alfândega. – Procedimentos na Exportação (CARREGAMENTO) -Nas operações de carregamento (ou exportação), o proces- so na Companhia das Docas se inicia com a entrega da Requisição de Serviços Portuários – RSP ao setor compe tente da empresa, pelo armador ou agente do navio, em geral com antecedência de 8 (oito) dias da data da chega da do navio. Confirmada a data de chegada, o armador ou operador portuário (OGMO) solicita a designação do armazém para receber a carga, comunicando aos expor- tadores quando isso estiver definido pela Administração ou Gerência do Porto. Pela relação da carga o fiel do armazém toma as providências para o correto enlotamento da carga, procurando otimizar a utilização do espaço. -Definido o local de operação do navio, o fiel do armazém ou gerente do porto é cientificado, p/começar o recebi- mento da carga. -Para receber a carga, a documentação é mais simples do que na importação. Para a Companhia das Docas, o pri- meiro documento apresentado é a Ordem de Embarque, que deve conter os seguintes dados: 1. nome do navio; 2. nome do exportador; 3. quantidade, peso e discriminação das mercadorias; 4. porto de destino;e 5. nome do consignatário. -Do mesmo modo que na importação, na exportação o fiel do armazém deve observar a separação da carga por es- pécie, porto de destino e embarcador. -Documentos utilizados na exportação -Os documentos utilizados na exportação de mercadorias na navegação de cabotagem e interior são em número me nor q/os utilizados na navegação de Longo curso e os básicos são: • 1. Ordem de Embarque; • 2. Nota Fiscal. -A Ordem de Embarque como já foi dito anteriormente, é um documento preparado pelos exportadores que, apre- sentado pelo armador ou seu agente, recebe um carimbo, que corresponde à aceitação da carga e garantia de pra- ça no navio.Somente com a aposição desse carimbo pode o porto receber a carga. A Ordem de Embarque serve tam bém p/o controle do recebimento e entrega da carga pelo armazém portuário, pagamento das taxas devidas ao por to, anotações relativas ao embarque etc., inclusive o reci- bo, pelo transportador (Imediato), de que a carga foi recebida a bordo. -A Nota Fiscal- é um documento de natureza fiscal. Já a Or dem de Embarque é um documento q/serve tanto ao trans portador, como ao depositário da carga em terra. O uso da Ordem de Embarque, pelo porto, é semelhante à utili- zação na Navegação de Longo Curso. -1.3 – atribuições da Entidade Estivadora -É a pessoa jurídica com quem o armador, diretamente ou por meio de seu agente, contrata o serviço de carga e/ou descarga do navio. -Segundo a Consolidação das Leis do Trabalho, art.nº254, Estiva da embarcação é o serviço de movimentação das mercadorias a bordo, como carregamento ou descarrega- mento ou outro de conveniência do responsável pelas em- barcações, compreendendo esse serviço a arrumação e a retirada dessas mercadorias do cv. ou do porão do navio. -A Consolidação das Leis do Trabalho, art. 255. O serviço de estiva entende: a) a mão de obra de estiva, que abrange o trabalho braçal de manipulação das mercadorias, para sua movimenta- ção ou descarga ou carregamento, ou para sua arruma- ção, p/o transporte aquático, ou manejo dos guindastes de bordo, e a cautelosa direção das operações que estas realizam, bem como a abertura e fechamento das escotilhas da embarcação principal e embarcações auxiliares e a cobertura das embarcações auxiliares; b) suprimento do aparelhamento acessório indispensável à realização de parte do serviço especializado, compreende o destinado à prevenção de acidentes no trabalho. c) fornecimento de embarcações auxiliares, bem como rebo- cadores, no caso previsto no § 39 do artigo anterior. -Portanto, no Brasil,os serviços de abertura e fechamento das escotilhas, no início e no fim da operação, a manipu- lação dos aparelhos de carga (guindastes de bordo e guin chos dos paus de carga) e a direção dos serviços desses aparelhos, são de obrigação dos operários – estivadores. -No parágrafo segundo deste mesmo artigo (255), temos: -A execução do serviço de estiva, nos portos nacionais, com petirá a entidades estivadoras de qualquer das seguintes categorias: a) administrações dos portos organizados; b) caixa portuária, prevista no art.256, somente para os portos organizados; c) armadores,diretamente ou por intermédio de seus agentes -As administrações dos portos nunca se interessaram em organizar as entidades estivadoras; as caixas portuárias nunca existiram; e, portanto, o serviço de estiva nos portos nacionais ficou a cargo dos próprios armadores ou de seus agentes. -O conhecimento da forma correta de como uma carga deve ser manuseada, movimentada e estivada a bordo é essen- cial para a preservação da segurança do pessoal, do na- vio e da própria carga. Esta disciplina apresenta infor- mações básicas sobre movimentação de cargas nas em- barcações, bem como de sua arrumação (estivagem), peação e escoramento. -Movimentação de carga -Os principais acessórios e equipamentos utilizados na esti- vagem das mercadorias a bordo das embarcações mer- cantes são: a) Moitão – É uma caixa de madeira ou de metal, de forma oval, dentro do qual trabalha uma roldana. É um polea- me de laborar usado para retorno de um cabo nos teques e talhas singelas. Teque Ta.Singela b) Cadernal – É uma caixa de madeira ou de metal seme- lhante ao moitão, dentro do qual trabalham duas ou três roldanas em um mesmo eixo (perno). São classificados como cadernais de dois ou três gornes, de acordo com o número de roldanas que possuem. c) Patesca – É um poleame de laborar especial de aço, co mo um moitão, porém mais comprida e tendo uma aber- tura lateral de um lado, fechada com aldraba e chaveta (charneira), a fim de possibilitar gurnir ou desgurnir um cabo pelo seio. d) Catarina – É um poleame de laborar especial de aço, com um só gorne, utilizado nas operações de grande peso, principalmente nos aparelhos de pau de carga. e) Gato – É um poleame surdo de aço forjado,em forma de gancho, com olhal, geralmente constituído de uma peça única. É usado no cabo de aço do pau de carga e guindas te (tirador ou tirante) para içar a carga colocada no es- tropo. Eles podem ser: comum, de tornel, de tesoura, de pau de carga. comum c/sapatilho de tornel de tesoura de pau-de-carga f) Manilha – É um poleame surdo de peça fabricada em ver galhão de metal recurvado em forma de ‘U’, tendo ore- lhas nas extremidades a fim de receber um pino chamado cavirão. São usualmente empregadas para união de dois olhais ou para fixação de cabos ou aparelhos de laborar e, também nas operações de peação de carga. -Elas podem ser direitas ou curvas. g) Grampos ou Clips – São peças de metal em forma de ‘U’ que servem para fazer emendas em cabos de aço; bastan- te utilizados nas operações de peações de cargas. Os tra- balhos em cabos utilizando grampos, possuem cerca de 85% da carga de ruptura do cabo. -LINGAS - São acessórios que servem para engatar uma lingadade um ou mais volumes ao gato do aparelho de carga da embarcação ou do porto. Existem vários tipos, cada um de acordo c/o tipo de mercadoria a ser movimentada. a) ESTROPO Pedaço de cabo de fibra vegetal ou sintética ou de arame de aço, c/os chicotes unidos por costura redonda, usada para movimentar caixaria em geral,fardos,engra- dados, amarrados e volumes indi- viduais leves. b)FUNDA é um estropo com os chicotes unidos por costura redonda, tendo um pedaço retangular de lona forte entra- lhada no seio do estropo. -Usada para fazer lingada de sacarias. c) PATOLA PARA TAMBORES-PATOLA PARA CHAPAS -Acessório formado por 2 ou 4 pernadas de corrente, liga- das em uma das extremidades por um olhal, tendo gatos nas outras extremidades. -Usada para lingar tambores, barris, tubos, chapas etc. d) REDE PARA CARGA -É uma rede quadrangular ou retangular de cabos de fibra vegetal, ou fibra sintética ou arame de aço, confecciona- da com mãos (alças) nos quatro cantos. -Usada para lingar mercadorias leves e pequenas. e) ESTRADOS-MADEIRA-PALLET ESTRADO PLASTICO f) BANDEJAS g) BRAÇALOTE a, b, c, d, e, f, g são todos considerados LINGAS. http://www.paleteiro.com.br/content/view/61/79/ http://www.paleteiro.com.br/content/view/75/ -Na prática, em operações de carga e descarga, todas as lingas são chamadas por seus nomes particulares (estropo, funda, patola, rede, etc.) e usa-se o termo LINGA somente para as lingas de corrente. -As lingas são usadas p/movimentar carga pesada, tais como: amarrados de madeira de lei - tratores - veículos - tubos - volumes pesados - chapas - trilhos, etc. h) Lingas de corrente - As lingas podem ser: i) DE CORRENTE SINGELA j) DE CORRENTE EM COLAR k) DE CORRENTE DUPLA l) DE CORRENTE m) DE CORRENTE TRIPLA QUADRUPLA -EQUIPAMENTOS PARA MOVIMENTAÇÃO DE CARGA -GUINDASTE: -Atualmente é o equipamento mais utiliza- do p/operações de carga e descarga de mercadorias nas embarcações e nos portos. Nos navios, o guindaste é ins- talado junto aos porões das embarcações, é fácil de ser manobrado por apenas um operador durante as opera- ções de carga e descarga. http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/5b/Shipyard_Ishibras_Ishikawajima_Sermetal.JPG -PAUS DE CARGA (BOOM OR DERRICK) equipamento utilizado na movimentação vertical, instalado no cv prin- cipal da embarcação, junto à boca da escotilha de cada porão, para movimentação de pequenos pesos, sendo pouco utilizado atualmente porque os guindastes têm maior produtividade. -TRANSTÊINER - aparelho de diversos tipos e modelos, próprios para movimentação e empilhamento de contêi- neres em terminal especializado. Existem os que se loco- movem sobre trilhos e os que se locomovem sobre pneus. -PORTÊINER –aparelho que opera diretamente c/o navio no embarque e desembarque de contêineres, tendo sua lança a capacidade de atingir o bordo oposto ao da atracação. Tem o seu deslocamento sobre trilhos ao longo do cais, favore- cendo a operação em toda a sua extensão. -CÁBREA FLUTUANTE (FLOATING CRANE) consiste em um pontão sobre o qual se monta um aparelho para movimentar grandes pesos, sem que se tenha necessidade de atracar o navio ao cais. São utilizadas também para transporte de grandes pesos, ou para retirar do fundo objetos pesados ou embarcações submersas. -Atualmente a maioria dos navios de carga geral são equi- pados com cábrea instaladas em mastro “Sttuken” , para movimentação de grandes pesos. -EMPILHADEIRA (FORK LIFT TRUCK) equipamento utilizado na movimentação da carga nos porões das embar- cações, assim como nos pátios e armazéns. Têm capacidades variadas, podendo ser movida a diesel, gasolina, gás ou eletricidade. http://www.expressoglobal.com.br/empilhadeira/empilhadeira00347gr.jpg -PONTE ROLANTE (ROLLING BRIDGE) equip.utilizado a bordo para movimentação vertical e horizontal. Desloca- se sobre trilhos ao longo do cv, alcançando todas as escotilhas os porões, podendo movimentar a carga do pátio p/interior dos porões ou vice versa. -Opera com eficiência em cargas paletizadas e conteiners. http://www.naviosmercantesbrasileiros.hpg.ig.com.br/rio_purus_el_dez1993_2.jpg http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.jms.com.br/imagens/produto_268.jpg&imgrefurl=http://www.jms.com.br/produtos.asp?id_produto=268&h=335&w=500&sz=13&tbnid=nuz4o-gLAIWPwM:&tbnh=90&tbnw=134&prev=/search?q=spreader&tbm=isch&tbo=u&zoom=1&q=spreader&docid=btDnIRr5sNoi0M&hl=pt-BR&sa=X&ei=AE8jT7m6FYiv0AGt1pT5CA&sqi=2&ved=0CFUQ9QEwBA&dur=2334 -ESTEIRA ROLANTE consiste de uma cinta de borracha, plástico,fibra ou couro, que operando com correias sem fim po dem levar cargas a gran des distancias horizontal mente ou em pequenos ângulos de inclinação. Usa-se com grande efici- ência em granéis, caixaria miúda, cartões, sacarias, frutas. -CARREGADOR DE NAVIO TIPO SHIPLOADER é um equipamento para carregar navios continuamente, com carvão, minério, cimento, grãos e outras mercado- rias a granel, por meio de uma cor- reia ou esteira transportadora. Alguns shiploaders são equipados com um sugador de pó telescópico. -CALHAS: São estrados fixos para movimentação de volumes por gra- vidade ou empurrados a mão.Em ge- ral são providas de rolos, rodas ou esferas para aliviar o atrito dos volumes. O modelo MRR 7/20 funciona pelo contato do rolo com o objeto a ser movimentado, ou seja, empurra a peça por tração. Possibilita que uma única pes- soa movimente objeto com peso de até 20 t, o qual se desloca sobre rolos ou rodas. 1.4 – diferentes tipos de avarias -O conceito de avarias é restrito aos danos causados aos navios e a carga. -As avarias podem ser classificadas quanto ao tipo em Despesa e Danos. -A avaria despesa é toda despesa extraordinária realizada com o navio e/ou com a carga, desde o ponto de embarque até o ponto de desembarque. Exemplo:Atraso na saída do navio, remoção de carga, etc. -A avaria dano é toda avaria causada a carga e/ou ao na- vio, que possibilite a sua perda total ou parcial. -As avarias danos podem ser originadas pelas seguintes causas: a) avarias antes do embarque (volume com indícios de violação etc.); b) avarias devido à manipulação (manuseio irregular: uso de gancho); c) avarias devido à embalagem inadequada (embalagem de papel, frágil); d) avarias causadas pela pressão (má estivagem); e) avarias causadas por atrito (má peação ou escoramento) f) avarias causadas pela temperatura (por ventilação insuficiente); g) avarias causadas por manchas (pisos sujos etc.); h) avarias causadas por umidade (ventilação incorreta, infiltração, chuvas); i) avarias causadas por vício próprio (fardos de juta, frutas maduras etc.); j) avarias causadas pelo jogo do navio; k) avarias causadas pela estabilidade (grande GM – balanços violentos); l) avarias causadas por contaminação; m) avarias causadas por ratos, vermes, e outros animais; n) avarias causadas por extravio. -Os extravios se registram por: 1. conferência incorreta; 2. roubo, furto descaminho; 3. desaparecimento do invólucro do volume; 4. marcação inadequada; 5. troca de praça; 6. falta de separação. 1.5 – medidas necessárias para redução do índice de ava- rias da carga, com a aplicação adequada de uma corre- ta preparação dos porões para inspeção. -É sempre bom lembrar que todos os tipos de avarias acima citados devem ser combatidos, para se reduzir o índice de avarias. Para isso devemos adotar sistematicamente algumas medidas: a) proteger a carga que irá entrar em contato direto com as chapas do cobro, ou de cobertas ou com as anteparas do navio; b) resguardar os pés de carneiro; c) deixar desobstruídos e livres os condutos de ventilação; d) deixar espaço livre entre a carga e o teto para ventilação -Ao estivarmos as cargas de um navio, devemos seguir os seguintes princípios: a) preservar a tripulação, estiva e a própria embarcação do perigo de má estivagem da carga (observar a área de se- gurança da praça nas bocas das escotilhas 10 pés ou 3,04 m) colocação dos balaustres e vergueiros nas cober- tas; deixar as descidas para coberta e cobros livres, dei- xar livres as tomadas de incêndio e bocas de sondagens); b) proteger a carga de avarias, perdas e deteriorações; c) aproveitar os espaços a bordo porque deles dependem o rendimento do navio; d) operar com rapidez, mas com cuidado para que a carga não seja avariada; e) examinar o material de estivagem quanto às condições de resistência e conservação; f) não usar material inadequado;e g) não estivar cargas incompatíveis. -PREPARAÇÃO DOS PORÕES -As avarias em um navio devem ser evitadas pelo emprego de todos os recursos e processos para garantir o trans- porte marítimo com o máximo de segurança. -Itens que devem ser cumpridos na preparação dos porões: – LIMPEZA DOS PORÕES. -De uma maneira geral, os navios devem ter um porto iní- cio ou fim de viagem, onde os porões devem ficar vazios ou parcialmente, quando então se providencia uma lim- peza rigorosa. Atualmente, as empresas de navegação c/ grande movimentação de carga, só conseguem ficar com os porões vazios ou parcialmente, quando vão docar em estaleiro para obras. -Conforme a natureza da carga transportada, é conveniente uma baldeação com água doce, para retirar os resíduos de certas cargas, que possam servir de causa de avarias para a carga a embarcar. -As madeiras que cobrem ou forram as dalas devem ser levantadas e as mesmas rigorosamente limpas de todos os resíduos de carga e lama que se acumulam. -Os ralos devem ser retirados e limpos depois de levantar as proteções das dalas. -As portas de visitas do teto de duplo fundo devem merecer especial atenção, sendo possível, proceder a um teste. – INSPEÇÃO DOS PORÕES -Esta inspeção deve ser rigorosa e uma informação deve ser encaminhada ao CMT, em documento oficial do navio. 1) As amuradas devem ser examinadas, procurando-se a existência de infiltrações, que são localizadas pela pre- sença de lágrimas de ferrugens. 2) Os quartéis do cobro e forros de proteção das dalas de- vem ser bem identificados e estar corretamente posicio- nadas. Ex. 1BB/2BB/3BB/ ... – 1BE/2BE/3BE... 3) Os ralos e flanges devem estar em perfeita forma e com os parafusos, porcas e estojos bem lubrificados e prontos a funcionar. 4) As escadas verticais devem ter todos os degraus fixos. 5) A instalação elétrica deve ser testada e especial atenção com os fios desencapados. 6) Os terminais da rede de CO2 do sistema fixo de extinção de incêndio devem ser testados com ar comprimido e aproveita-se a oportunidade para testar o “detector de fumaça”. 7) A tubulação do cargo-care deve ser inspecionada, quanto ao estado do material e sua estanqueidade. 8) As tubulações que passam dentro dos porões devem ser verificadas e reparadas as com defeito. 9) Os porões que têm “Deep Tank” devem ter as portas es- tanques examinadas e anotado o estado das borrachas de vedação para se ter boa estanqueidade e a situação dos atracadores. 10) Inspecionar os aparelhos de carga,verificando os cabos dos aparelhos, catarinas, guardins, amantilhos, gatos, macacos esticadores, sapatilhos, braçalotes, reforços etc. -O IMT deve elaborar um laudo e enviar ao comando, fa- zendo constar as necessidades de reparos a executar e as providências necessárias para a boa conservação dos porões. -Quando o porão for baldeado é conveniente uma ventila- ção para que fique completamente seco. Nunca se deve baldear os porões com água salgada, em virtude de inú- meros inconvenientes que apresenta. 1.6 – fatores que influenciam o planejamento das operações de carga – CONDIÇÃO PARA UM BOM SERVIÇO DE ESTIVA -Um bom serviço de estiva deve ser executado com SEGURANÇA, para o pessoal e para carga. -SEGURANÇA do pessoal e da carga, depende: I - Da resistência e do emprego apropriado do ma- terial de estiva. II - Da arrumação da carga. III - Da dunagem (dunnage). IV - Da manipulação da carga para organização da lingada. V - Do bom trabalho dos guincheiros ou guindasteiros. VI - Da organização das lingadas. VII - Do cuidado pessoal dos próprios estivadores. -DA DUNNAGE (MATERIAL DE PROTEÇÃO À CARGA) -Significa toda espécie de artigo que é usado com o fim de proteger a carga das avarias provenientes do fato de uma ficar em contato com as partes es- truturais do navio, também devido à água que possa penetrar nos porões ou cobertas. -O material de proteção é geralmente constituído de madeira, mas pode ser também de esteira, lona, papel, etc. -A escolha desse material compete ao encarregado da operação do navio e depende da natureza da carga a estivar, mas, além de adequado, o material deve ser bem estivado. http://www.ks-associates.co.jp/img/page1/shoring.jpg -A separação também permite a ventilação da car- ga e a proteção contra possíveis contatos com lí- quidos, provenientes de avarias em cargas úmi- das ou suor dos porões. Assim por exemplo: * sacarias - separa-se com madeira para ventilar e proteger; * para evitar mistura entre as partidas de portos diferentes, pode-se usar papel, encerados, sar- rapilheira, redes etc.; * para tambores, chapas, trilhos, a separação pode ser com madeira em barrote, tábuas ou compensado. -A dunagem é utilizada para: * evitar contato com líquidos livres; * evitar mofo, aquecimento, umidade; * evitar que haja esmagamento da carga; * evitar extravio (descaminho, perda, sumiço). -Para evitar que a carga seja avariada por carga úmida, aquela que pode desprender líquidos que podem vazar (tambores, barris, barricas, baldes etc.); devemos estivá-las junto ao piso do compar timento, sobre uma forração de dunagem chama- da camada de drenagem. -Camada de Drenagem–Para evitar que outras cargas sejam avariadas por líquidos livres de cargas úmidas, deve-se providenciar para que tais líquidos corram livremente para as dalas ou pocetos dos porões, ou embornais das cobertas. -A carga úmida sempre que possível deve ser estiva- da no cobro dos porões, na parte de ré. -Quando no navio possuem dalas no cobro, a cama- da de drenagem é feita em “espinha de peixe”. -Quando o porão é de pocetos, a camada de drena- gem é feita com caibros longitudinais. POCETO CALHA PROA CAIBROS HORIZONTAIS CAIBROS EM ESPINHA DE PEIXE -A fim de permitir a livre drenagem das dalas, poce- tos e embornais a carga é separada nas amura- das pelas sarretas (dunagem permanente), haven do entre estas e as amuradas um espaço de venti- lação e escoamento para as dalas do porão. Em ocasiões em que se possa prever grande quantida de de líquidos livres no cobro, a camada de drenagem pode ser dupla. -Separação para ventilação da carga é necessária p/evitar mofo, aquecimento, umidade, etc. e tam- bém p/evitar a condensação do vapor d’água con- tido no ar, fazendo a sua permanente circulação e renovação. -Com esse fim, utiliza-se madeira de separação no meio das partidas de carga, além de estrados nos cobros e pisos. -Separação para distribuir a pressão é necessária em cargas de embalagem fraca, como certos car- tões, engradados, principalmente quando o con- teúdo é frágil; devem-se fazer estrados completos de apoio, para distribuir uniformemente pressão da carga que está em cima com a que fica por baixo. -Assim, com cartões, um estrado completo deve ser instalado entre a terceira e a quarta camada a contar de baixo, outro entre a sexta e a sétima, e outro entre a décima segunda e a décima tercei- ra; daí por diante, estrados a cada seis camadas. -O estrado pode ser substituído pelo compensado. -Tambores e barricas em pé devem ser separados por estrados ou compensados em cada camada. -Ao se estivarem volumes pequenos sobre caixas gran- des, tábuas devem ser colocadas de forma que o pe- so dos volumes pequenos seja exercido sobre as can- toneiras das caixas e não sobre os painéis das suas faces. -Estrados devem também ser usados para nivelar a estivagem de volumes heterogêneos. -Separação para evitar extravios é necessária principalmente em cargas ditas homogêneas destinadas a diversos portos ou mesmo para vários consignatários num mesmo porto. Quando os volumes são diferentes no tipo, tamanho, cor etc., a separação é natural. Mas, quando diferem apenas pelas marcas, é preciso fazer a separação artificial, que se coloca entre as partidas a separar. -A separação artificial pode ser feita aproveitando- se a separação necessária para ventilação usan- do-se os seguintes materiais: -tábuas – usadas principalmente em caixarias, car tões, tambores, barricas baldes etc; -esteiras, papel – p/sacarias, fardos, cartões etc; -giz, tinta de água- p/caixarias, cartões, trilhos, chapas etc; -plástico colorido- p/cargas que não necessitam de ventilação; -currais de madeira-p/castanha do Pará a granel; -sarrapilheira – p/sacarias, fardos, cartões e car- gas que necessitem ventilação, como cereais. VI – DA ORGANIZAÇÃO DA LINGADA -HÁ TRÊS FORMAS BÁSICAS DE SE ESTIVAR SACARIAS: 1ª – SACO-A-SACO quando a ventilação é necessária; 2ª – MEIO-SACO A MEIO-SACO quando não necessita de muita ventilação, mas oferece menor quebra de espaço; 3ª – ESTIVAGEM AMARRADA quan- do há necessidade de impedir o mo- vimento dos sacos ou impedir que as pilhas se desfaçam ou quando a car- ga é de natureza muito móvel, como a soja; 4ª- ESTIVAGEM PRÉ-LINGADA maior rapidez na operação de carga e descarga, menor valor no custo da estiva, boa ventilação; porém, haverá despesas com lingas e maior quebra de estiva. 1.7 – peação e escoramento da carga As entidades estivadoras ou órgão gestor de mão- de-obra, contratam as empresas de serviço de blo co para fazer o serviço de escoramento, peação, cujo pessoal dá assistência permanente no porão, durante o embarque. -São dois processos utilizados p/manter a carga em- barcada bem segura,para não sofrer avarias com os diversos movimentos do navio em viagem. – PEAÇÃO -Consiste na amarração da carga às partes estrutu- rais do navio ou arganéus e olhais, especialmente colocados para este fim. A peação é recomenda- da nos casos de cargas estivadas com muita altu- ra e no convés. -Uma vantagem da peação é o seu baixo custo e ra- pidez de execução, se compara da com o escora- mento, além de que, os materiais podem ser utilizados mais vezes. -Usam-se para peação: • cabos de fibra vegetal; • cabos de fibra sintética; • cabos de arame de aço (6 x 7 não galvanizado); • correntes; fitas de aço; redes; • grampos, macacos esticadores, manilhas; • ferramentas (chave de fenda, chave de boca, chave inglesa, máquina de furar, • chave de caixa com punho com catraca). -Os cabos de arame de aço empregados a bordo são classificados em tipos padrões de 6 x 7; 6 x 12; 6 x 19; 6 x 24 e 6 x 37. -O número 6 indica o número de cordões, e o núme- ro 7 mostra quantos fios de arame tem cada cordão. -Os fios são relativamente grossos, tornando o cabo mais resistente aos efeitos da corrosão e ao desgaste do que outros de mesmo diâmetro com fios mais finos. Todavia, não pode ser empregado quando se exige flexibilidade; -Assim, um cabo 6 x 12 tem: 6 cordões de 12 fios, isto é, possui 72 arames. -Um cabo 6 x 37 é formado por 6 cordões de 37 fios de arame, perfazendo um total de: 37 fios x 6 = 222 fios de arame -Como medir a bitola de um cabo de aço: – ESCORAMENTO -É feito com caibros, barrotes, pranchas, tábuas etc. e, cunhas de madeira ou escoras de aço. As de ma deira são acunhadas e pregadas. As de aço, são soldadas. -As escoras podem ser verticais, horizontais ou incli nadas, de acordo com o local e a finalidade do es- coramento.As escoras inclinadas devem prender a carga de cima para baixo,ou seja, a parte de cima apoiada no navio e a de baixo apoiando a carga. -As escoras devem estar apoiadas sobre tábuas de separação, para distribuição da pressão exercida pela carga, evitando q/esta se faça num só ponto. -O comprimento máximo de uma escora deve ser de trinta vezes a sua menor espessura. Ex: uma esco- ra de 10 cm x 10 cm de espessura, deve ter no má- ximo 3,00 metros de comprimento. -As escoras de madeira são apertadas por meio de pares de cunhas em sentido opostos, batidas umas contra as outras. -Ao bater em uma cunha, coloque sempre um peda- ço de madeira entre a marreta e a cunha, p/ que esta não seja lascada ou rachada. O comprimento máximo de uma cunha deve ser de seis vezes sua espessura. Ex: Uma cunha de 10 cm de espessura, deve ter no máximo 60 cm de comprimento. As cu- nhas devem ser de madeira macia como o pinho amarelo e ter suas superfícies perfeitamente lisas e sem pinturas. -O uso de escoramento se dá mais no convés, sendo por vezes empregado nas cobertas e cobros, se necessário. -Existem situações na qual se torna necessário o em barque de carga no convés, por exemplo: -Quando a carga é perigosa e está prescrito que a mesma deve ser embarcada no convés. -Quando não há mais praça disponível nos porões e ainda resta carga para ser embarcada, desde que a mesma não se avarie quando exposta no convés. -Quando a carga é muito grande e não passa pela boca da escotilha e não se avarie quando exposta ao tempo. -1.8 – critérios para a correta ventilação da carga, fazendo uso dos diversos sistemas -Tipos de sistemas de ventilação dos porões a) Ventilação Natural; b) Ventilação Forçada;e c) Sistema de Desumidificação (Cargo Care). -O ar dentro dos compartimentos de carga é chama- do de ar interior ou ar do porão, o ar do lado de fora é o ar exterior ou ar ambiente. Como a tem- peratura e a umidade são dois fatoresdo clima dentro do porão de maior relevância na conserva- ção das mercadorias citamos dois casos: a) carga embarcada a baixa temperatura com destino a regiões quentes. b) cargas embarcadas em regiões quentes para descarga em regiões frias a) carga embarcada a baixa temperatura com des- tino a regiões quentes -Neste caso, onde o navio passa a maior da viagem (exceto os dois ou três primeiros dias) e de porto,on de se efetua o desembarque, existe o perigo q/se con dense a umidade na superfície das mercadorias, o q/ só se pode eliminar nivelando a temperatura das mercadorias com a temperatura do meio ambiente. -Existe a condensação da umidade na superfície inte rior do chapeamento do porão, que pode ser elimina do nivelando as temperaturas,ou ventilando o porão com o ar seco exterior (cargo care). -Para assegurar a integridade das mercadorias, o ponto de orvalho do ar nos porões deve ser sempre menor que a temperatura dessas mercadorias e tam bém menor que a temperatura do costado, com uma diferença mínima de 1º C a 3º C. -Pelo exposto,o que controla a condensação é o pon to de orvalho. Nada adiantará e poderá ser preju- dicial ventilar um porão com ar exterior, quando o ponto de orvalho exterior for mais alto que o ponto de orvalho do ar do porão. -O ponto de orvalho mais alto significa que há mais umidade, significa que o vapor d’água se conden- sa a uma temperatura mais elevada. -Diante do exposto, podemos estabelecer umas regras práticas, que são: -“QUANDO A TEMPERATURA DO PONTO DE OR- VALHO DO AR EXTERIOR FOR MENOR QUE A TEMPERATURA DO PONTO DE ORVALHO DO PORÃO, VENTILAR”. -“QUANDO A TEMPERATURA DO PONTO DE OR- VALHO DO AR EXTERIOR ESTIVER 2ºC ME- NOR QUE A TEMPERATURA DO PONTO DE ORVALHO DO PORÃO, COMEÇAR A PENSAR EM PARAR A VENTILAÇÃO”. -“QUANDO A TEMPERATURA DO PONTO DE OR- VALHO DO AR EXTERIOR FOR MAIOR QUE A TEMPERATURA DO PONTO DE ORVALHO DO PORÃO, NÃO VENTILAR”. b) cargas embarcadas em regiões quentes para descarga em regiões frias -Usa-se o mesmo procedimento ilustrado nas regras práticas acima, para solucionar este problema. -As instruções dadas nas regras práticas, são para navios que dispõem de sistema de ventilação natural e ventilação forçada. 1.9 –fator de estiva, quebra de estiva e pressão admissível, determinando o volume, peso e altura máxima da carga nos porões. – FATOR DE ESTIVA – é o volume ocupado por uma tonelada de determinada carga. No sistema métrico decimal é apresentado em m³/tm. -Fator de Estiva leva em consideração se a carga é ou não embalada, o tipo da embalagem e a forma em que ela é estivada. Exemplo: milho a granel, milho ensacado, milho em contêiner. -A granel apresentará um fator de estiva mais baixo se houver um preenchimento dos espaços mortos junto ao tope dos porões. -O Fator de Estiva seria o inverso da densidade, se não fosse também considerados os espaços perdi- dos nas diversas modalidades de estivagem, tam- bém chamado de ESPAÇO MORTO ou QUEBRA DE ESTIVA. -O Fator de Estiva do Navio é a relação entre o vo- lume dos compartimentos de carga pelo peso máximo de carga que o navio pode transportar. -Cálculo do fator de estiva de determinada carga embalada, tirando-se as medidas de apenas um volume embalado. - Fe = 1000V P -Onde V é o volume em m³; P é o peso em Kg e o Fe(Stowage Factor) em m³/tm Ex.: 1. Calcular o fator de estiva de determinada carga cujo volume embalado mede 0,80m x 0,70m x 0,50m e pesa 175 kg Fe=1000x(0,80x0,70x0,50)=1000x0,28 =1,6m³/tm 175 175 Ex.: 2. Qual o fator de estiva de uma parte da carga pesando 700 tm, estivada em uma praça de 560m³? Fe = V = 560 m³ = 0,80 m³/tm P 700 tm -QUEBRA DE ESTIVA-É perda de espaço dentro do porão do navio,em consequência da má distribui- ção,da má estivagem da carga, do tipo de embala- gem, do formato do porão, etc. -A QE é dada em função da porcentagem do FE e a mesma varia de navio p/navio, de porão /porão,de estiva para estiva. QE = (Fe final – Fe inicial)100 Fe inicial -Ex.:3. Uma determinada carga com FE igual a 1,64m³/tm ocupou 1,92 m³/tm no porão nº 1 e 1,86 m³/tm no porão nº 2. Qual é a QE de cada porão p/esta carga? Porão 1 - QE=(1,92 – 1,64)100 = 17% 1,64 Porão 2 – QE= (1,86 – 1,64) = 13,4% 1,64 -PRESSÃO ADMISSÍVEL é a capacidade de resis- tência do piso, que normalmente é dado em tone- ladas por metro quadrado (t/m²) -Quando carregando unidades de carga densas, co- mo lingotes, chapas de aço ou chumbo, a altura do bloco de carga estivada deve ser limitada, le- vando em consideração a pressão admissível. Se este tipo de carga é carregada muito alta, a capa- cidade de resistência do cobro ou coberta pode ser excedida e a estrutura do navio pode ser afetada. -Duas coisas devem ser conhecidas para se calcular a altura segura deste tipo de carga: 1º - A capacidade de resistência do piso ( c ) 2º - O fator de estiva da carga ( f ) -Conhecendo estes valores, a seguinte equação deve ser usada h = c x f -Em que “h” é a altura máxima de estiva da carga; “c” é a capacidade de resistência do piso; “f” é o fator de estiva. -1º exemplo: Calcular a altura máxima que devem ser estivada chapas de aço cujo fator de estiva é 0,34m³/tm. Considerar a capacidade de resistên- cia do cobro do porão em 5t/m². h = c x f h = 5t/m² x 0,34m³/tm = 1,70 m • RESPOSTA = A altura máxima 1,70 m -2º exemplo: Calcular a altura máxima que deve ser estivado amarrados de chumbo cujo fator de esti- va é de 0,35 m³/tm. A capacidade de resistência do cobro é de 10 t/m². Admitir uma quebra de es- paço de 10%? Fei = 0,35 m³/tm h = cr x fe (f ) QE 10% = 0,035 m³/tm h = 10t/m² x 0,385 m³/tm Fef = 0,385 m³/tm h = 3,85 m RESPOSTA: A altura maxima 3,85 m