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Livro_Saúde Mental do Profissional de Segurança Pública

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Riscos e Agravos da Saúde do Agente de Segurança Pública1 • Módulo 3
SEGEN
SAÚDE MENTAL DO PROFISSIONAL
DE SEGURANÇA PÚBLICA
Riscos e Agravos da Saúde do Agente de Segurança Pública2 • Módulo 3
Todo o conteúdo do Curso Saúde Mental do Profissional 
de Segurança Pública, da Secretaria de Gestão e Ensino em 
Segurança Pública (SEGEN), Ministério da Justiça e Segurança 
Pública do Governo Federal - 2020, está licenciado sob a Licença 
Pública Creative Commons Atribuição-Não Comercial-Sem 
Derivações 4.0 Internacional.
Para visualizar uma cópia desta licença, acesse:
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt_BR
BY NC ND
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA
SECRETARIA DE GESTÃO E ENSINO EM SEGURANÇA PÚBLICA
Conteudistas 
Darlim Saratt Mezomo 
Patrícia Viana Cruz 
Rebeca Moreira Rangel 
 
Revisão Pedagógica 
Ardmon dos Santos Barbosa 
Márcio Raphael Nascimento Maia 
Vânia Cecília de Lima Andrade
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
labSEAD
Comitê Gestor
Eleonora Milano Falcão Vieira
Luciano Patrício Souza de Castro
Financeiro
Fernando Machado Wolf
Consultoria Técnica EaD
Giovana Schuelter
Coordenação de Produção
Francielli Schuelter
Coordenação de AVEA
Andreia Mara Fiala
Design Instrucional
Danrley Maurício Vieira
Marielly Agatha Machado
Design Gráfico
Aline Lima Ramalho
Douglas Wilson Lisboa de Melo
Sonia Trois
Taylizy Kamila Martim
Victor Liborio Barbosa
Linguagem e Memória
Cleusa Iracema Pereira Raimundo
Victor Rocha Freire Silva
Programação
Jonas Batista
Salésio Eduardo Assi
Thiago Assi
Audiovisual
Luiz Felipe Moreira Silva Oliveira
Rafael Poletto Dutra
Rodrigo Humaita Witte
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt_BR
Sumário
APRESENTAÇÃO DO CURSO ..............................................................................7
MÓDULO 1 – SAÚDE MENTAL E QUALIDADE DE VIDA .......................................8
Apresentação ................................................................................................................9
Objetivos do módulo ............................................................................................................................. 9
Estrutura do módulo ............................................................................................................................. 9
Aula 1 – Saúde do Trabalhador ................................................................................10
Contextualizando... ............................................................................................................................ 10
Saúde biopsicossocial ........................................................................................................................ 10
Saúde do trabalhador ......................................................................................................................... 16
Aula 2 – Prazer e Sofrimento no Trabalho ............................................................20
Contextualizando... ............................................................................................................................ 20
Prazer no trabalho ............................................................................................................................... 21
Sofrimento no trabalho ....................................................................................................................... 25
Aula 3 – Qualidade de Vida no Trabalho .................................................................33
Contextualizando... ............................................................................................................................. 33
Conceitos e variáveis .......................................................................................................................... 33
Referências ..................................................................................................................47
MÓDULO 2 – PRINCIPAIS CONCEITOS DA SAÚDE MENTAL: DO NORMAL AO 
PATOLÓGICO .....................................................................................................52
Apresentação ..............................................................................................................53
Objetivos do módulo ........................................................................................................................... 54
Estrutura do módulo ........................................................................................................................... 54
Aula 1 – Da Ansiedade Saudável aos Transtornos da Ansiedade .......................55
Contextualizando... ............................................................................................................................. 55
Ansiedade saudável ............................................................................................................................ 55
Transtorno de ansiedade de separação ............................................................................................ 63
Mutismo seletivo ................................................................................................................................. 65
Fobias específicas .............................................................................................................................. 66
Transtornos de ansiedade social (fobia social) ................................................................................ 69
Transtorno de pânico e agorafobia .........................................................................72
Transtorno de ansiedade generalizada ............................................................................................. 74
Aula 2 – Do Estresse à Síndrome de Burnout ........................................................76
Contextualizando... ............................................................................................................................ 76
Estresse: conceitos e características ................................................................................................ 76
Fases do estresse ............................................................................................................................... 80
Estresse ocupacional ......................................................................................................................... 82
Estresse pós-traumático .................................................................................................................... 85
Enfrentamento do estresse ................................................................................................................ 93
Síndrome de burnout: características e causas ............................................................................... 99
Prevenção e tratamento da síndrome de burnout ..........................................................................104
Estudos sobre estresse em profissionais de segurança pública ..................................................106
Pesquisas realizadas no Brasil sobre estresse pós-traumático em profissionais de segurança 
pública ............................................................................................................................................... 112
Aula 3 – Da Tristeza à Depressão ......................................................................... 118
Contextualizando... ........................................................................................................................... 118
Diferenciação entre tristeza e depressão .......................................................................................118
Características, sintomas e tratamento da depressão ..................................................................119
Depressão no contexto da segurança pública ................................................................................122Referências ............................................................................................................... 128
MÓDULO 3 – RISCOS E AGRAVOS DA SAÚDE DO AGENTE DE SEGURANÇA 
PÚBLICA ..........................................................................................................141
Apresentação ........................................................................................................... 142
Objetivos do módulo ......................................................................................................................... 142
Estrutura do módulo ......................................................................................................................... 142
Aula 1 – Riscos e Agravos da Saúde Mental do Agente de Segurança Pública: 
Influências Organizacionais .................................................................................. 143
Contextualizando... ........................................................................................................................... 143
Modelo de gestão ............................................................................................................................. 143
Excesso de carga de trabalho .......................................................................................................... 158
Falta de treinamento e equipamento adequados ...........................................................................165
Falta de reconhecimento e apoio da instituição .............................................................................170
Aula 2 – Riscos e Agravos da Saúde Mental do Agente de Segurança Pública: 
Influências Sociais ................................................................................................... 174
Contextualizando... ........................................................................................................................... 174
Estigmatização da sociedade .......................................................................................................... 174
Preconceito e discriminação de gênero, raça, orientação sexual e religião .................................179
Uso de substâncias psicoativas: entre o uso nocivo e abusivo ....................................................188
Manutenção da ordem num contexto de injustiça social ..............................................................191
Vitimização policial ........................................................................................................................... 194
Referências ............................................................................................................... 200
MÓDULO 4 – PRINCIPAIS SINTOMAS DO ADOECIMENTO ............................207
Apresentação ........................................................................................................... 208
Objetivos do módulo ......................................................................................................................... 208
Estrutura do módulo ......................................................................................................................... 208
Aula 1 – Somatização Física ................................................................................... 209
Contextualizando... ........................................................................................................................... 209
Os sintomas físicos .......................................................................................................................... 209
Vida sexual e disfunção sexual ........................................................................................................ 211
Sono normal e transtornos do sono-vigília .....................................................................................221
Irritabilidade em excesso e agressividade desmedida ..................................................................228
Aula 2 – Compulsões ............................................................................................... 234
Contextualizando... ........................................................................................................................... 234
As compulsões ................................................................................................................................. 234
Uso abusivo de álcool e drogas ....................................................................................................... 240
Referências ............................................................................................................... 247
MÓDULO 5 – O SUICÍDIO ................................................................................250
Apresentação ........................................................................................................... 251
Objetivos do módulo ......................................................................................................................... 251
Estrutura do módulo ......................................................................................................................... 252
Aula 1 – Entendendo o Comportamento Suicida ............................................... 253
Contextualizando .............................................................................................................................. 253
Informações iniciais e Dados Estatísticos ......................................................................................253
Entendendo o suicídio ...................................................................................................................... 259
Comportamento suicida ................................................................................................................... 261
Aula 2 – O Comportamento Suicida: Fatores de Risco e Fatores de Proteção .....263
Contextualizando... ........................................................................................................................... 263
Suscetibilidade ao suicídio ............................................................................................................... 263
Fatores de risco................................................................................................................................. 267
FATORES DE PROTEÇÃO .................................................................................................................. 291
Aula 3 – O Suicídio entre Profissionais de Segurança Pública no Brasil ....... 293
Contextualizando... .......................................................................................................................... 293
Analisando os números .................................................................................................................... 293
Prevenção e posvenção ................................................................................................................... 303
Encaminhando o paciente ................................................................................................................ 316
Referências ............................................................................................................... 320
MÓDULO 6 – PREVENÇÃO, PROMOÇÃO E TRATAMENTO DA SAÚDE MENTAL ..324
Apresentação ........................................................................................................... 325
Objetivos do módulo ......................................................................................................................... 325
Estrutura do módulo ......................................................................................................................... 325
Aula 1 – Descontruindo Rótulos: Crenças Equivocadas, Preconceitos e 
Bullying .....................................................................................................................326
Contextualizando... ........................................................................................................................... 326
Aspectos históricos relacionados ao tema de saúde mental ........................................................326
Aula 2 – Psiquiatria e Psicologia .......................................................................... 336
Contextualizando... ........................................................................................................................... 336
Psiquiatria .......................................................................................................................................... 336
Psicologia .......................................................................................................................................... 338
Aula 3 – Psicofarmacologia e Terapias Complementares ............................... 342
Contextualizando... ........................................................................................................................... 342
Psicofarmacologia ............................................................................................................................ 342
Terapias complementares ............................................................................................................... 345
Aula 4 – Rede de Assistência ................................................................................. 354
Contextualizando... ........................................................................................................................... 354
Rede de Assistência do SUS ............................................................................................................ 354
Aula 5 – Responsabilidade do Cuidado ................................................................. 361
Contextualizando... ........................................................................................................................... 361
Institucional ....................................................................................................................................... 361
Grupo ................................................................................................................................................. 363
Individual ........................................................................................................................................... 366
Referências ............................................................................................................... 369
Apresentação do Curso
Bem-vindo ao curso Saúde Mental do Profissional de 
Segurança Pública. 
 
A Organização Mundial da Saúde (OMS) já publicou diversos 
relatórios que identificam um crescimento no número de 
pessoas com transtornos mentais na sociedade em dias 
atuais. E é extrema importância que possamos debater sobre o 
assunto, para que a partir do conhecimento, muitos consigam 
enfrentar esse problema da melhor maneira. Especialmente, 
para os profissionais de segurança pública. 
 
A função desempenhada por um agente de segurança o 
expõe a situações contínuas de risco, que podem contribuir 
para o surgimento de transtornos mentais e físicos. Nesse 
contexto, identificamos um preocupante agravante para o 
desenvolvimento e acúmulo dos transtornos mentais dos 
profissionais: a negligência dessas situações, dos sintomas 
e sinais apresentados pelos agentes, além do estigma que 
muitas pessoas têm, especialmente do sexo masculino, de que 
a psicologia apenas trata de casos crônicos ou que é “coisa de 
louco”. Desse modo, o propósito deste curso é buscar reverter 
essa realidade e fornecer conhecimento para promoção 
da qualidade de vida dos agentes, bem como, através da 
conscientização, incentivar ações de prevenção e tratamento 
de doenças mentais que sejam capazes de diminuir as taxas 
de transtornos mentais, estresse, depressão e suicídio na 
segurança pública. 
 
Desejamos-lhe um excelente estudo! 
 
Equipe do curso.
Saúde Mental e Qualidade de Vida8 • Módulo 1
SAÚDE MENTAL E 
QUALIDADE DE VIDA
MÓDULO 1
Saúde Mental e Qualidade de Vida9 • Módulo 1
Apresentação
A Organização Mundial da Saúde (OMS) já publicou inúmeros 
relatórios informando um crescimento no número de pessoas 
com transtornos mentais na sociedade nos dias atuais. 
Assim, é importante debatermos esse assunto, para que, 
a partir do conhecimento, muitos consigam enfrentar esse 
problema da melhor maneira, especialmente os profissionais 
de segurança pública.
A função que um profissional de segurança pública executa 
deixa-o exposto a situações contínuas de risco, que são 
capazes de propiciar condutas que podem resultar numa 
sobrecarga de ansiedade, estresse, depressão, síndrome de 
burnout e outros transtornos. Portanto, o propósito deste 
curso é buscar reverter essa realidade e fornecer saberes para 
promover a qualidade de vida e, por meio da conscientização, 
incentivar ações de prevenção e tratamento de doenças 
mentais que sejam capazes de diminuir as taxas de estresse, 
depressão e suicídio na segurança pública. 
OBJETIVOS DO MÓDULO
Conhecer a base teórica do conceito de saúde no trabalho, o 
que se define como prazer e o que se define como sofrimento 
no trabalho, bem como caracterizar a qualidade de vida do 
trabalhador no local de trabalho, sempre mantendo o foco na 
qualidade de vida do profissional de segurança pública.
ESTRUTURA DO MÓDULO
• Aula 1 – Saúde do Trabalhador. 
• Aula 2 – Prazer e Sofrimento no Trabalho.
• Aula 3 – Qualidade de Vida no Trabalho. 
Saúde Mental e Qualidade de Vida10 • Módulo 1
Aula 1 – Saúde do Trabalhador
CONTEXTUALIZANDO... 
Diversos estudos e relatórios publicados pela Organização 
Mundial da Saúde (OMS) demonstram um crescimento 
preocupante no número de pessoas com transtornos mentais 
na sociedade atual, o que nos motiva a debater, conhecer 
e enfrentar o problema de forma mais eficaz e profissional, 
especialmente no que diz respeito à saúde mental dos 
profissionais de segurança pública. 
Esses profissionais vivem sob constante pressão e tensão 
devido à diversidade e instabilidade do trabalho, situações 
para as quais o organismo não está preparado. Para que essa 
tensão não esteja presente constantemente, são necessários 
ambientes estáveis, seguros e rotineiros para que haja uma 
adequação do organismo. O policial, porém, não tem essa 
tranquilidade como na maioria dos empregos. 
Assim sendo, é de extrema importância que esses 
profissionais compreendam que a exposição contínua em 
situações de risco é capaz de propiciar condutas que podem 
levar a ansiedade, estresse, depressão, burnout e outros 
transtornos. Então, vamos agora iniciar nossos estudos 
sobre o conhecimento da saúde do profissional de segurança 
pública no ambiente de trabalho.
SAÚDE BIOPSICOSSOCIAL
Os profissionais de segurança pública vivem constantemente 
expostos a diversas situações de riscos, que podem resultar em 
elevados níveis de estresse, depressão, síndrome de burnout 
e muitos outros transtornos. E, nesse contexto, existe um 
agravante para o desenvolvimento e acúmulo dos transtornos: 
a negligência dessas situações, dos seus sintomas e sinais. 
Distúrbio psíquico 
resultado de 
esgotamento físico 
e mental intenso, 
relacionado à vida 
profissional.
Saúde Mental e Qualidade de Vida11 • Módulo 1
Outro agravante que podemos destacar é a existência do 
estigma de que a psicologia apenas trata de casos crônicos 
ou que é “coisa de louco”. Nesse sentido, muitos indivíduos 
se sentem envergonhados em buscar auxílio para essas 
questões psicológicas, pois não querem ser taxados como 
fracos ou ser perseguidos no trabalho, sendo alvo de 
brincadeiras inapropriadas. 
Porém, quando a ansiedade, o estresse, a 
depressão e outros transtornos não são tratados, a 
produtividade no trabalho, a rotina, os interesses 
do cotidiano, as relações sociais, pessoais e 
profissionais são afetadas.E o mais importante, a 
saúde psicológica e física do sujeito, podendo gerar 
mais agravamentos patológicos.
Ao longo da história, vêm se configurando concepções 
sobre saúde e doença no pensamento médico ou em 
suposições filosóficas concernentes ao problema mente-
corpo. O surgimento do modelo biopsicossocial proposto 
por George Engel (1977 apud CRUZ, 2011) contempla uma 
abordagem centrada na integralidade do ser humano, que 
demanda estratégias de intervenção capaz de promover o 
bem-estar físico e psíquico, e melhorar as relações sociais 
e as condições de vida e trabalho, atuando no âmbito da 
macroestrutura econômica, social e cultural. 
Segundo a autora, entende-se que a saúde pública necessita 
da implementação do paradigma biopsicossocial na Saúde 
Coletiva. Isso é reforçado com a efetivação do princípio da 
integralidade proposto pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no 
Brasil (CRUZ, 2011).
Saúde Mental e Qualidade de Vida12 • Módulo 1
Figura 1: 
Esgotamento 
e transtornos 
psíquicos. Fonte: 
labSEAD-UFSC 
(2020).
Alguns estudos no campo na psicossomática se mostram 
importantes para fortalecer as bases científicas que 
contribuirão para a construção de uma atenção à saúde mais 
interligada com os fatores sociais, econômicos, biológicos 
e culturais que integram o ser humano e sua vivência na 
sociedade e no meio ambiente que o cerca. Nesse contexto, 
vamos observar, na imagem a seguir, as características que 
envolvem os níveis biológico, psicológico e social. 
O nível psicológico diz respeito ao interior 
do sujeito e leva em consideração as 
emoções, processos afetivos e de raciocínio 
(consciente e inconsciente), que contribuem 
para a formação da personalidade, 
interferindo no estilo cognitivo através do 
modo de perceber e se posicionar diante dos 
semelhantes e das circunstâncias da vida.
O nível biológico está relacionado às 
características físicas do indivíduo, 
herdadas no nascimento e/ou adquiridas 
ao longo de sua vida. Neste fator estão 
incluídos o metabolismo, as resistências e 
vulnerabilidades dos seres humanos.
Saúde Mental e Qualidade de Vida13 • Módulo 1
Paralelamente, o nível social agrupa um conjunto 
de valores e crenças, que estão atrelados ao 
papel que cada indivíduo desempenha na 
sociedade (LIMONGI-FRANÇA, 2003).
Figura 2: Níveis 
biológico, 
psicológico e social. 
Fonte: labSEAD-
UFSC (2020).
Ainda podemos destacar que os comportamentos, as escolhas 
e os estímulos que o indivíduo tem no decorrer da vida, em 
algum momento, implicarão em equilíbrio ou desequilíbrio com 
diferentes resultados em cada uma das dimensões biológica, 
psicológica, social e organizacional da vida. 
Porém, somente o estado pessoal de equilibro ou 
desequilíbrio não determina a qualidade de vida, 
sendo necessário considerar o processo em sua 
totalidade ou como se expressa a sua subjetividade.
A abordagem biopsicossocial surgiu a partir da Medicina 
Psicossomática, que propõe uma visão integrada do ser 
humano. Essa visão atua sob a ótica de que todo indivíduo é 
um complexo-psicossomático composto de potencialidades 
biológicas, psicológicas e sociais que respondem 
concomitantemente às condições da vida, fatores esses que 
contribuem para a formação integral do ser humano (LIMONGI-
FRANÇA, 1996; LUZ 2009; ROSSI; MEURS; PERREWÉ, 2013).
Cruz (2011) cita que o problema mente-corpo tem sido tema 
de discussão desde a antiguidade. As concepções sobre saúde 
e doença e sobre a natureza das enfermidades se constroem 
dentro das perspectivas que vemos na figura seguinte.
Saúde Mental e Qualidade de Vida14 • Módulo 1
Monista
Considera a unicidade e 
indissolubilidade de mente e corpo.
Dualista
Considera mente e corpo como 
entidades distintas.
Figura 3: 
Perspectiva 
monista e dualista 
de mente e corpo. 
Fonte: labSEAD-
UFSC (2020).
As oscilações entre ambas as concepções repercutem 
também no pensamento médico. A mesma autora também 
afirma que, na Grécia Antiga, Aristóteles e Hipócrates 
consideravam o homem como uma unidade indivisível. 
Hipócrates (460 a.C.), tentou explicar os estados de saúde 
e enfermidade ao postular a existência de quatro fluidos 
(humores) principais no corpo: bile amarela, bile negra, 
fleuma e sangue. Nesse contexto, a saúde era considerada o 
equilíbrio de tais elementos. 
Para ele, o homem era uma unidade organizada e a doença era 
considerada uma desorganização. 
Hipócrates entendia que a doença não representava a vontade 
divina, mas surgia por antecedentes lógicos. De acordo com a 
sua concepção, a saúde consistia em um equilíbrio harmônico 
com o mundo ao redor, enquanto a doença surgia dos desafios 
a esse equilíbrio. Essa mesma visão racionalista fundamenta a 
medicina moderna (VOLICH, 2000 apud CRUZ, 2011).
Saúde Mental e Qualidade de Vida15 • Módulo 1
No decorrer dos anos, surgiram crescentes pesquisas 
que evidenciam a influência da mente e das 
emoções nos estados de saúde, trazendo consigo 
a necessidade de se discutir uma abordagem mais 
ampla em saúde, que considere o ser humano em 
sua integralidade, para que se possa maximizar 
os benefícios das intervenções terapêuticas e 
proporcionar maior qualidade de vida. 
Desse modo, estudos em psicossomática mostram-
se importantes para fortalecer as bases científicas que 
contribuirão para a construção de um novo paradigma 
que contemple, dentro do campo da psicossomática, os 
fundamentos teóricos, as bases fisiológicas e as implicações 
na saúde integral e coletiva (CRUZ, 2011).
Com base nessa compreensão, vejamos o que Machado et al. 
(2007) entendem a respeito dessas implicações:
“Integralidade no cuidado de pessoas, grupos e coletividade 
tendo o usuário como sujeito histórico, social e político, 
articulado ao seu contexto familiar, ao meio ambiente e a 
sociedade na qual se insere.” (MACHADO et al., p. 123, 2007).
A Constituição da Organização Mundial da Saúde (OMS) 
define a saúde como um estado de completo bem-estar 
físico, mental e social, e não simplesmente a ausência de 
doença ou enfermidade. Essa definição é uma concepção 
bastante ampla da saúde, que vai além do enfoque centrado 
na doença, abrangendo fatores biopsicossociais, com uma 
visão mais integral do indivíduo e seu estado de saúde (BUSS; 
PELLEGRINI FILHO, 2007).
Palavra do Especialista

Saúde Mental e Qualidade de Vida16 • Módulo 1
SAÚDE DO TRABALHADOR
Ao longo da história, a palavra “trabalho” vem recebendo 
diferentes definições. O termo é um importante determinante 
da forma de organização das sociedades, sendo o meio 
através do qual o homem constrói o seu ambiente e a si 
mesmo. Para Beck et al. (2009), o trabalho visa a duas 
finalidades essenciais na vida do indivíduo. Vejamos essas 
finalidades na imagem a seguir.
Possibilidade 
de satisfazer as 
necessidades, a partir 
da aquisição de bens 
de consumo.
Procura do prazer e da 
satisfação com suas 
realizações, enfatizando 
as potencialidades como 
ser humano.
FINALIDADES 
DO TRABALHO 
NA VIDA DO 
INDIVÍDUO
Reprodução Social
Expressão Como Sujeito
Figura 4: 
Finalidades do 
trabalho na vida do 
indivíduo. Fonte: 
labSEAD-UFSC 
(2020).
Dessa forma, podemos dizer que na nossa sociedade o 
trabalho é mediador da integração social, tanto por seu valor 
econômico quanto cultural, influenciando o modo de vida das 
pessoas e, consequentemente, sua saúde física e mental.
Assim, no Brasil, a área da Saúde do Trabalhador surge no 
contexto do Movimento da Reforma Sanitária, que tinha como 
proposta uma nova concepção de Saúde Pública. Essa reforma 
também serviu como uma resposta institucional aos diversos 
movimentos sociais que, entre a metade dos anos 1970 e os 
anos 1990, reivindicava a Saúde do Trabalhador como parte 
do direito universal à saúde, e não apenas ações dissociadas 
da atenção individual, resumidas a campanhas e programas 
(BRASIL, 2005).
Saúde Mental e Qualidade de Vida17 • Módulo 1
Neste contexto, considerando as ideias de 
Lacaz (2000), podemos constatar que a Saúde 
do Trabalhadoré o campo de práticas e 
co¬nhecimentos cujo enfoque teórico-metodológico 
no Brasil surgiu da Saúde Coletiva, no intuito de 
conhecer e intervir nas relações de trabalho e 
saúde-doença, as quais têm como referência central 
o surgimento da classe operária industrial, numa 
época em que a sociedade vivenciava profundas 
mudanças políticas, econômicas e sociais. 
De acordo com o mesmo autor, a partir da década de 1980, a 
configuração do campo Saúde do Trabalhador é constituída 
por três vetores. Vamos conhecê-los na imagem seguinte.
MOVIMENTOS DOS 
TRABALHADORES
SAÚDE DO TRABALHADOR
PROGRAMAÇÃO 
EM SAÚDE NA 
REDE PÚBLICA
PRODUÇÃO 
CIENTÍFICA
Figura 5: 
Configuração 
da Saúde do 
Trabalhador. 
Fonte: labSEAD-
UFSC (2020).
Saúde Mental e Qualidade de Vida18 • Módulo 1
Vejamos também o que Nardi (2004) diz sobre a saúde do 
trabalhador no Brasil.
Um conjunto de conhecimentos oriundos de 
diversas disciplinas que, aliado ao saber do 
trabalhador sobre as condições e a organização 
do trabalho, estabelece uma nova forma de 
compreensão da relação saúde-trabalho. 
A partir da constituição do campo teórico das mudanças no 
campo do trabalho, propõe-se, assim, uma forma diferente 
de atenção à saúde dos trabalhadores e de intervenção nos 
ambientes de trabalho, entendendo atenção à saúde como um 
conjunto de ações de promoção, prevenção, cura, reabilitação 
e de vigilância em saúde. 
Dessa forma, rompe-se com a concepção hegemônica que 
estabelece um vínculo causal entre a doença e um agente 
específico, ou a um grupo de fatores de riscos presentes no 
ambiente de trabalho. 
 
Figura 6: O 
esgotamento 
do trabalhador 
relacionado ao 
processo produtivo. 
Fonte: Pixabay 
(2020).
Saúde Mental e Qualidade de Vida19 • Módulo 1
Podemos perceber que a saúde do trabalhador tenta superar o 
enfoque que situa sua determinação no meio social, reduzido 
ao processo produtivo, desconsiderando a subjetividade.
Assim, busca-se explicar o adoecimento dos 
trabalhadores através do estudo dos processos de 
trabalho, de uma forma articulada com o conjunto de 
valores, crenças e ideias, as representações sociais e 
a possibilidade de consumo de bens e serviços. 
As formas como os indivíduos vivem, sofrem e se realizam no 
ambiente laboral estão intimamente associadas ao valor moral 
atribuído ao trabalho e à importância deste na configuração da 
sua imagem (NARDI, 2004). 
Saúde Mental e Qualidade de Vida20 • Módulo 1
Aula 2 – Prazer e Sofrimento no Trabalho
CONTEXTUALIZANDO... 
Os problemas de saúde do trabalhador se devem a velhas 
razões, mas isso não significa que não existam novas 
situações que reflitam na saúde do trabalhador no mundo 
do trabalho contemporâneo. Porém, alguns problemas 
continuam a ser observados quando há falta de sintonia entre 
os contextos de trabalho e os trabalhadores. Essa sintonia 
não está dada ou pronta, mas deve ser construída. Nesse 
contexto, regras e limites sempre existirão, e o problema não 
é a existência dessas limitações, mas a impossibilidade de 
negociá-las, de modificá-las e reconstruí-las, a partir não 
apenas de uma lógica instrumental, mas também de uma 
lógica dialogada (SATO, 2002). 
No âmbito da relação saúde e trabalho, os trabalhadores 
buscam o controle sobre as condições e os ambientes de 
trabalho para torná-los mais “saudáveis”, mas, isso nem 
sempre é possível. Nesse sentido, considerando o lugar que 
o trabalho ocupa na vida e as suas consequências na saúde 
do trabalhador, é de suma importância perguntar como está 
a saúde dos profissionais.
Autores como Antunes (1995) e Dejours (1997) defendem 
que o trabalho, além de promover a sobrevivência e mediar 
a ordem individual e a ordem coletiva, é um acontecimento 
social que contribui para a construção da identidade 
do sujeito. Ele pode ser fonte de prazer ou sofrimento, 
dependendo das condições de organização, das relações 
socioprofissionais e, especialmente, da percepção e da 
capacidade de enfrentamento do trabalhador frente às suas 
demandas laborais. 
Assim sendo, vamos seguir com nossos estudos e conhecer 
mais sobre o prazer e o sofrimento no trabalho.
Saúde Mental e Qualidade de Vida21 • Módulo 1
PRAZER NO TRABALHO
A estreita relação entre trabalho e adoecimento é bastante 
complexa e vem sendo objeto de inúmeros estudos científicos 
e intervenções técnicas que buscam soluções eficazes frente 
às problemáticas ocasionadas pelas disfunções que ocorrem 
quando há má relação saúde-trabalho. Nessa perspectiva, 
são desenvolvidas diversas pesquisas, programas e projetos 
relacionados à saúde do trabalhador e à qualidade de vida no 
trabalho, que buscam discutir a importância do alinhamento 
entre os interesses das instituições e as expectativas 
e necessidades dos trabalhadores para, então, propor 
alternativas que contemplem a prevenção de doenças e a 
promoção da saúde dos trabalhadores e, consequentemente, 
o aumento da produtividade (MEZOMO; OLIVEIRA, 2015). 
Se considerarmos um contexto mais amplo, podemos dizer 
que a relação trabalho-indivíduo, se pensada sob o prisma do 
prazer e/ou sofrimento, envolve diversos aspectos que devem 
ser objeto de discussão e reflexão. 
A preocupação com o bem-estar, com a melhoria da 
qualidade de vida dos trabalhadores e a prevenção 
de doenças ocupacionais deve ser uma constante 
nas instituições de segurança pública. 
Essas instituições precisam desenvolver estratégias 
capazes de minimizar os efeitos nocivos do estresse e do 
sofrimento ocupacional, que frequentemente desencadeiam 
somatizações. Vamos identificar na imagem a seguir o que 
pode ser gerado a partir dessas somatizações no profissional.
Saúde Mental e Qualidade de Vida22 • Módulo 1
Figura 7: Resultados 
do sofrimento 
ocupacional. 
Fonte: Pixabay 
(2020), adaptado 
por labSEAD-UFSC 
(2020).
Sabemos que o trabalho é impulsionado pelo seu significado, 
como ato de transformar a natureza e colocar a nossa 
identidade no mundo, oferecendo benefícios para a 
sociedade. Na atualidade, ocorreram muitas mudanças na 
área profissional, e as instituições buscam melhorar seu 
relacionamento com o trabalhador, mas grande parte dos 
indivíduos ainda enxerga o trabalho como algo que requer 
muito sacrifício e esforço. 
Os problemas sempre serão inevitáveis em qualquer 
área da vida e são muito comuns nos ambientes 
laborais, mas podem ser enfrentados, resultando 
em experiências positivas e aprendizagens 
significativas para o sujeito, na sua vida profissional 
e pessoal (CODO, 2006). 
Para Barros e Barros (2007), a organização tem 
responsabilidades com a saúde física e emocional dos 
funcionários. Dessa forma, deve ser capaz de gerar 
sentimentos positivos, em situações que possibilitem que os 
trabalhadores se sintam úteis, autônomos e reconhecidos. 
Saúde Mental e Qualidade de Vida23 • Módulo 1
Com as instituições assumindo novos modelos 
administrativos com intuito de proporcionar ao trabalhador 
maior realização pessoal, o sentimento de importância e 
eficácia dos profissionais é fruto do prazer do trabalhador. 
Esses modelos também destacam o papel dos próprios 
colegas de trabalho na contribuição do prazer no ambiente 
corporativo, estimulando a compreensão do trabalho como 
atividade humana essencial e coletiva, resultando em um 
encontro de si próprio e do outro, que estabelece um processo 
contínuo de novas reflexões.
Figura 8: 
Cooperação entre 
os colegas para 
estimular o prazer 
no trabalho. Fonte: 
Pixabay (2020).
Geralmente, a satisfação com o trabalho está associada ao 
reconhecimento, valorização e desempenho do profissional, 
aspectos fundamentais para produzir prazer ambiente 
laboral. O prazer no trabalho é capaz de gerar sentimentos de 
autorrealização como: orgulho, confiança, responsabilidade, 
além de fortalecer a identidade própria do indivíduo.
Saúde Mental e Qualidade de Vida24 • Módulo 1
Vivenciando o prazer, o trabalhador adquire novas formas 
de lidar com o dia a dia, possibilitando um ato de reflexão e 
ressignificaçãoa respeito da organização, do seu propósito, 
atribuição, colaboração e relação, como consequência, 
reproduz uma união coletiva e afetiva com outros profissionais 
(GLANZNER; OLSCHOWSKY; KANTORSKI, 2011).
Contudo, a concepção do trabalho como fonte de prazer 
é bastante complexa, tendo em vista as exigências dos 
procedimentos administrativos, a repetitividade da rotina, a 
pressão por resultados e os relacionamentos interpessoais. 
Geralmente, procura-se compensar a monotonia das 
atividades com mais conforto físico, o que não é capaz 
de proporcionar prazer, e sim apenas auxilia. Outro fato 
importante é a falta de cultura e lazer, justificada por falta de 
recursos ou de infraestrutura (LIMOGI-FRANÇA, 2006).
Antigamente, o ambiente laboral saudável envolvia apenas 
aspectos de segurança física. Já, nos dias atuais, envolve a 
promoção da saúde, como de comportamentos e estilos de 
vida positivos, ou seja, aspectos psicossociais. 
Nesse contexto, Day, Harling e Mackie (2015) consideram que 
o local de trabalho é o lugar mais propício para a realização 
de projetos ligados à saúde e ao bem-estar. Esses autores 
também destacam seis âmbitos genéricos dos ambientes 
psicologicamente saudáveis. Vamos conhecê-los na 
imagem a seguir.
Palavra do Especialista

Saúde Mental e Qualidade de Vida25 • Módulo 1
Saúde e segurança.1
Equilíbrio entre vida profissional e pessoal.2
Cultura e respeito.3
Envolvimento e desenvolvimento dos trabalhadores..4
Conteúdo e características do trabalho.5
Relações interpessoais.6
Figura 9: Âmbitos 
genéricos dos 
ambientes 
psicologicamente 
saudáveis, segundo 
Day, Harling e 
Mackie (2015). 
Fonte: labSEAD-
UFSC (2020).
Então, podemos supor que se sentir respeitado e 
valorizado, ter realização profissional e o êxito nas relações 
interpessoais contribuem consideravelmente para que o 
agente de segurança se sinta motivado e capaz de atuar 
com maior facilidade diante dos obstáculos e perigos que 
enfrenta no seu quotidiano laboral. 
SOFRIMENTO NO TRABALHO
Santos, Hauer e Furtado (2019) explicam que, ao longo da 
história, o sofrimento humano recebeu várias significações, de 
castigo dos deuses na Grécia antiga à bruxaria medieval como 
consequência do pecado judaico-cristão, sempre exigindo do 
ser humano uma explicação. A palavra sofrimento origina-se 
do grego pathos, ou seja, aquilo que afeta o homem. 
Com o surgimento da medicina moderna, a partir do século 
XVIII, a dimensão do sofrimento adquire moldes de ciência 
empírica. Assim, a medicina precisava definir o seu objeto de 
estudo, o que fez a doença ser reduzida ao corpo do sujeito 
adoecido, com necessidade e possibilidade de localização 
anatômica, permitindo, assim, à medicina adequação aos 
critérios de cientificidade. 
Saúde Mental e Qualidade de Vida26 • Módulo 1
Contudo, Santos, Hauer e Furtado (2019) afirmam 
que uma consequência de tal reducionismo foi 
a exclusão do âmbito terapêutico e de todo o 
sofrimento em sua dimensão subjetiva.
Nesse contexto, vamos entender historicamente os moldes da 
ciência empírica:
Nascimento da Psiquiatria
Tem como foco se ocupar do sofrimento psíquico, ou seja, 
o estudo das doenças mentais. No entanto, havia nessa 
missão um dilema: naquela época, algo entendido como 
doença, quando localizado no corpo orgânico e mente, não 
possuía localização de apreensão orgânica. Como saída, a 
psiquiatria encontrou uma forma de solucionar tal dilema: 
a explicação pela vida da causalidade orgânica para 
doenças no aparelho mental, decompondo o sofrimento 
psíquico em seus elementos de base, para depois 
compreender, classificar, estudar e tratar tais doenças.
Nascimento da Psicanálise
No século XX, surge uma nova forma de ver o sofrimento 
psíquico. O sofrimento deixa de ser lido na superfície do 
corpo e passa a ser compreendido como uma mensagem a ser 
decifrada. Para a psicanálise, o sofrimento psíquico constitui-
se em uma experiência subjetiva, uma vez que cada indivíduo 
vivencia um mesmo evento de forma diferente.
1
2
Figura 10: Histórico 
dos moldes da 
ciência empírica. 
Fonte: labSEAD-
UFSC (2020).
Saúde Mental e Qualidade de Vida27 • Módulo 1
Deve-se considerar que o sofrimento é um fenômeno inerente 
ao trabalho quando um indivíduo não encontra meios para 
superar esse sofrimento e transformá-lo em prazer. Assim, o 
trabalho se torna uma fonte de sofrimento patológico, já que 
esse sujeito não encontra meios de dar vazão ao sofrimento 
encontrado no trabalho, sobretudo quando as formas como 
esse trabalho se organiza bloqueiam as possibilidades de 
expressão e negociação. 
“Nesse sentido, abordando o sofrimento psíquico do trabalhador, 
a patologia surge quando ocorre o rompimento do equilíbrio 
e o sofrimento deixa de ser contornável, ou seja, quando 
o trabalhador já se utilizou todos os seus recursos tanto 
psicoafetivos, quanto intelectuais para responder às demandas 
impostas pela organização e conclui que não há mais o que 
fazer para adaptar-se ou para transformar o seu trabalho.” 
(SANTOS; HAUER; FURTADO, 2019, p. 18).
O sofrimento no trabalho afeta o trabalhador, seus familiares 
e a própria instituição, uma vez que ocasiona o aumento dos 
afastamentos médicos e do absenteísmo, maior frequência 
de acidentes de trabalho, redução da eficácia e sobrecarga de 
trabalho dos demais profissionais (DOLAN, 2006). 
Reconhecer e compreender as características presentes nos 
ambientes laborais capazes de afetar a saúde do trabalhador 
não é uma tarefa fácil, pois cada contexto laboral tem suas 
especificidades, que exigem um diagnóstico situacional 
desenvolvido por técnico especializado, como um psicólogo 
organizacional, por exemplo. 
Palavra do Especialista

Saúde Mental e Qualidade de Vida28 • Módulo 1
Seguindo as ideias de Rossi (2013), podemos 
entender que relações interpessoais conflituosas 
com colegas e chefias, impossibilidade de 
crescimento, falta de autonomia e de condições de 
trabalho são fontes de estresse no trabalho. Bem 
como burnout, assédio moral e sexual são situações 
que causam extremo sofrimento e podem afetar 
drasticamente a saúde do trabalhador. 
Vejamos, na figura a seguir, o conceito de assédio moral e 
sexual, bem como suas consequências.
Caracterizado pela 
humilhação contínua ao 
trabalhador, visando forçar 
a sua demissão. Ele se dá 
através da repetição de 
comportamentos abusivos 
e constrangedores, 
de inferiorização, 
amedrontamento, 
indiferença, isolamento, 
entre outros.
Caracterizado por 
comportamentos de teor 
sexual desrespeitoso, em 
que geralmente o agressor 
– que pode ser um colega 
de trabalho ou um superior 
hierárquico – manifesta o 
assédio com insinuações, 
gestos e contato de 
origem sexual, chantagens, 
ameaças e/ou promessas de 
promoções, além de outros.
CONSEQUÊNCIAS
Geram dano moral e 
prejuízos na saúde mental 
e física do trabalhador, 
resultando em ansiedade, 
depressão, estresse 
pós-traumático, burnout, 
incapacidade laboral e até 
mesmo ideação suicida e/
ou desemprego. (CATALDI, 
2015).
CONSEQUÊNCIAS
As consequências são 
diversas: ansiedade, baixa 
autoestima, redução da 
produtividade, absenteísmo, 
depressão, afastamento por 
doenças, demissão, entre 
outras (BRASIL, 2019).
ASSÉDIO MORAL
ASSÉDIO SEXUAL
Figura 11: Assédio moral e sexual e suas 
consequências. Fonte: labSEAD-UFSC (2020).
Saúde Mental e Qualidade de Vida29 • Módulo 1
Sabemos que qualquer tipo de trabalho possui fatores 
potencializadores da motivação ou da frustração, do bem-
estar ou adoecimento. Contudo, existem especificidades das 
instituições de segurança pública que merecem ser discutidas 
com maior profundidade, tendo em vista as consequências na 
saúde dos profissionais, como é o caso dos profissionais de 
segurança pública.
Vamos seguir com nosso estudo e conhecer sobre o 
sofrimento psíquico no contexto da segurança pública.
Sofrimento psíquico no contexto da 
segurança pública 
Conforme Santos, Hauer, Furtado (2019), o sofrimento psíquico 
podeser compreendido como uma experiência subjetiva, 
vivenciada de maneira distinta por cada indivíduo. Tal sofrimento 
pode se manifestar através de sintomas, angústias, inibições, 
compulsão, repetição, entre outros. Também pode ser 
entendido como um conjunto de fatores psicológicos que 
afetam o funcionamento adequado de um indivíduo, que foge 
de seu domínio pessoal, causando-lhe sofrimento, atrelado a 
sentimentos desagradáveis ou emoções que o afetam. 
Estudos que relacionam saúde mental e trabalho nas mais 
diversas categorias profissionais ainda são recentes no 
contexto acadêmico científico. A França, país pioneiro nesse 
tipo de pesquisa, desde a Segunda Guerra Mundial, vem 
elaborando projetos com contribuições da Psiquiatria Social. 
No Brasil, somente a partir dos anos 1980 houve impulso 
desse tipo de pesquisa, sendo ainda escassos programas de 
prevenção e promoção de saúde mental dos trabalhadores em 
nosso país (AMADOR et al., 2002).
Apesar dessa incipiência de trabalhos, pesquisas e o 
estabelecimento de bases metodológicas referentes à relação 
trabalho-saúde junto às polícias vêm ocupando lugar de 
destaque tanto no meio acadêmico quanto nas próprias 
instituições policiais. 
Saúde Mental e Qualidade de Vida30 • Módulo 1
Redução ou 
perda da força e 
resistência física.
Esse processo de debate se deu especialmente em 
razão da peculiaridade da função, ou seja, o contexto 
de risco diário atrelado ao movimento histórico 
social, que, a partir da abertura da democracia no 
Brasil, coloca em discussão a prática dos policiais, 
entre outros assuntos decorrentes da função que 
antes eram sigilosos.
Para Santos, Hauer e Furtado (2019), quando o peso psíquico 
do trabalho é grande, isso resulta em tensão e desprazer, além 
de fadiga, astenia e outras patologias. 
É importante destacar que profissionais de segurança pública 
têm sua missão constitucional, os seus deveres, como a 
preservação da ordem pública, a segurança e a proteção das 
pessoas e do patrimônio. Essa missão se dá por meio de 
policiamento ostensivo, prisão de sujeitos que transgridam a 
lei, orientação e advertência à população e os mais diversos 
tipos de ocorrência.
Santos, Hauer e Furtado (2019) ainda entendem que a 
profissão do policial está intimamente ligada a muita 
cobrança institucional, disciplina rígida e um alto risco 
ocupacional. A rotina desse profissional em sua função pode 
provocar danos à sua integridade física e de outros. 
Ser policial, portanto, pode ser entendido como estar 
num alto grau de vulnerabilidade ao sofrimento 
psíquico, uma vez que sua rotina de trabalho é 
marcada por tensão e perigos constantes. 
Um fator de destaque associado à atividade policial são os 
distúrbios de sono. Esse deficit orgânico pode ocasionar uma 
série de consequências para a vida do profissional. Vamos 
conhecer algumas delas na figura a seguir. 
Saúde Mental e Qualidade de Vida31 • Módulo 1
Santos, Hauer e Furtado (2019) ainda descrevem outra 
característica que pode ter impacto na saúde mental do 
policial: a exposição maior a tragédias humanas, que 
coloca o profissional em risco para o desenvolvimento de 
transtornos mentais, além de potencial risco para abuso de 
álcool e outras drogas.
As instituições devem zelar pela saúde de seus profissionais, 
ofertando ações de prevenção de doenças mentais, 
especialmente do suicídio. Santos, Hauer e Furtado (2019) 
apontam que a prevenção institucional deve considerar três 
níveis, os quais estão apresentados na figura seguinte.
 
Condução 
perigosa de 
veículos
Erros 
administrativosAbsenteísmo
Rompimento da 
segurança por 
conta da fadiga
Raiva de 
maneira 
descontrolada 
Figura 12: 
Consequências do 
distúrbio do sono. 
Fonte: labSEAD-
UFSC (2020).
Saúde Mental e Qualidade de Vida32 • Módulo 1
Figura 13: Níveis 
da prevenção 
institucional contra 
o suicídio. Fonte: 
labSEAD-UFSC 
(2020).
PREVENÇÃO SECUNDÁRIA
PREVENÇÃO TERCIÁRIA
Direcionamento de grupos específicos 
de baixo, médio ou alto risco de 
cometer suicídio. Já existe, portanto, 
a identificação dos possíveis grupos 
de risco e as estratégias específicas 
direcionadas a essa população.
Ação direcionada aos indivíduos que 
já tentaram suicídio, com o objetivo de 
impedir a repetição do ato.
Nesse sentido, a prevenção institucional se refere a uma 
prevenção que tem por objetivo a sensibilização dos 
gestores e/ou comandantes para que estejam capacitados 
e busquem técnicos especializados para intervir de forma 
assertiva quando for necessário. Um bom exemplo seria o 
desenvolvimento de capacitações e esclarecimentos acerca 
dos transtornos mentais, avaliações periódicas individuais e 
institucionais sobre as fontes de estresse e sua incidência, 
bem como campanhas educativas de incentivo a mudanças 
comportamentais inadequadas, a superação de preconceitos e 
estigmas e a valorização da qualidade de vida no trabalho.
PREVENÇÃO PRIMÁRIA
É chamada de prevenção universal e diz 
respeito à ação de conscientização acerca 
da problemática de estratégias para 
identificação e manejo, entre outros.
Saúde Mental e Qualidade de Vida33 • Módulo 1
Aula 3 – Qualidade de Vida no Trabalho
CONTEXTUALIZANDO...
De acordo com Almeida et al. (2014), nos últimos anos, 
há uma preocupação cada vez maior com a melhoria da 
qualidade de vida do trabalhador, bem como um alerta maior 
aos riscos aos quais o trabalhador pode estar exposto e 
que podem ocasionar doenças ocupacionais e o aumento 
dos atendimentos e afastamentos médicos, ocorrência de 
acidentes de trabalho, redução da eficácia e absenteísmo.
Então, a preocupação com a qualidade de vida no trabalho 
surge como empenho no sentido da humanização do trabalho. 
Vamos seguir nossos estudos aprendendo sobre a qualidade 
de vida no âmbito organizacional.
CONCEITOS E VARIÁVEIS
Existem inúmeros fatores que podem de alguma forma afetar 
o ambiente de trabalho, gerando prejuízos no bem-estar e na 
saúde do profissional e, consequentemente, na instituição a 
que pertencem. Esses fatores podem ser considerados como 
fontes de estresse e se diferem entre as profissões, atividades 
desempenhadas e até mesmo entre os profissionais que 
trabalham na mesma instituição, pois cada um terá a sua 
percepção a respeito dos fatos, pessoas ou situações. Nesse 
sentido, Santos (2010, p. 27) afirma que, “para algumas 
pessoas, o local de trabalho pode trazer tranquilidade e 
satisfação e para outras não”.
A preocupação com a qualidade de vida dos 
profissionais no ambiente corporativo surge como 
empenho no sentido da humanização do trabalho. 
Saúde Mental e Qualidade de Vida34 • Módulo 1
Observa-se que a forma de estruturação do trabalho e das 
organizações impõe uma necessidade de adaptação do 
indivíduo aos parâmetros organizacionais, não considerando 
os seus interesses e desejos. A abordagem da qualidade de 
vida vem, então, agregar algumas preferências humanas no 
desenho e gestão de princípios organizacionais, buscando 
torná-los mais aceitáveis ao indivíduo e contribuir para a sua 
qualidade de vida geral (SANT’ANNA, 2007).
Segundo Chiavenato (2004, p. 448), o termo “Qualidade de 
Vida no Trabalho” surgiu na década de 1970, por Luiz Davis, 
para referir-se à preocupação com o bem-estar geral e à 
saúde dos trabalhadores no desempenho de suas tarefas. 
O mesmo autor cita que atualmente o conceito se 
refere aos aspectos físicos e psicológicos do local 
de trabalho. Corresponde tanto às expectativas 
e reivindicações dos trabalhadores quanto ao 
interesse das organizações pelos efeitos na 
produtividade e qualidade do trabalho executado. 
Para tanto, as organizações necessitam de profissionais 
motivados, comprometidos, atuantes. Estes, por sua vez, 
precisam das condições ambientais adequadas, de um clima 
organizacional favorável, do apoio e do reconhecimento da 
equipe de trabalho (colegas) e dos gestores. 
Saúde Mental e Qualidade de Vida35 • Módulo 1
Figura 14: 
Profissional de 
segurança pública 
motivado. Fonte:labSEAD-UFSC 
(2020).
Chiavenato (2004) ainda afirma que as organizações estão 
cientes de que, para satisfazerem os clientes externos, 
precisam primeiramente satisfazer os clientes internos, daí 
a contínua valorização dos colaboradores ser a marca das 
empresas internacionais. Ao investir diretamente em seus 
colaboradores, a organização terá profissionais satisfeitos 
que produzem melhor.
Nesse contexto, torna-se claro a importância da gestão 
de qualidade de vida, para otimizar o potencial humano e 
alcançar os objetivos organizacionais. Essa ideia de satisfazer 
não só as organizações mas também os seus colaboradores 
é primordial, pois o sistema capitalista acarretou perda de 
poder do trabalhador sobre seu trabalho e de seu significado, 
fazendo com que muitas vezes o trabalho seja percebido 
como fonte de sofrimento para o indivíduo e de prejuízo para 
sua qualidade de vida. 
Saúde Mental e Qualidade de Vida36 • Módulo 1
Não se trata de uma tarefa fácil, contudo, tanto 
quanto em outros contextos de trabalho, é preciso 
identificar os valores praticados nas organizações, as 
contradições entre os discursos correntes e a prática.
Para Rossi (2011), a qualidade de vida pode ser vista 
mediante a análise de um conjunto de fatores relacionados 
aos aspectos pessoais, sociais e profissionais. Não há 
dúvida de que a valorização profissional é uma importante 
variável nesse contexto, de maneira que isoladamente não 
garante o bem-estar do profissional, mas deve ser uma 
política a ser incrementada e valorizada pelos gestores. 
Por outro lado, é necessário destacar que um profissional 
desvalorizado tende à perseguição de comportamentos que 
inviabilizam uma vida de qualidade. 
Conforme Limongi-Franca (2003), a qualidade de vida no 
trabalho envolve diversos fatores, os quais apresentamos na 
imagem a seguir.
Qualidade 
de vida no 
trabalho
Possibilidades 
de progresso 
na organização
Satisfação com 
a execução do 
trabalho
Remuneração 
e benefícios
Reconhecimento 
Relacionamento 
interpessoal
Ambiente físico 
e psicológico 
de trabalho
Autonomia para 
tomar decisões
Possibilidades 
de participar 
ativamente das 
decisões da 
organização 
Figura 15: Fatores que envolvem a qualidade de vida do profissional no trabalho. 
Fonte: labSEAD-UFSC (2020).
Saúde Mental e Qualidade de Vida37 • Módulo 1
Quando esses fatores são inexistentes, começa a ocorrer a 
decadência da qualidade de vida, que se manifesta através 
de vários indícios, como o surgimento de novas doenças, 
dentre as quais prevalece o fenômeno do estresse. O estresse 
está associado a variáveis que perpassam os níveis dos 
enfrentamentos apreendidos pelos indivíduos, das exigências 
de trabalho, do funcionamento do grupo e da organização. 
Também está relacionado às influências exercidas pelo 
ambiente externo ao sistema que está sob foco. Valores 
destoantes podem estar na base da cultura que favorece 
o desenvolvimento do estresse patológico e adoece a 
organização de trabalho (ROSSI; MEURS; PERREWÉ, 2013).
Diante dessas necessidades, observa-se a importância 
da implantação, desenvolvimento de ações, projetos ou 
programas de qualidade de vida que estão diretamente 
vinculados ao bem-estar dos profissionais.
Ou seja, investir em programas de qualidade de vida 
é investir na saúde dos colaboradores, zelando pelo 
ser humano. O resultado pode ser observado na 
consolidação da cultura organizacional. 
A opção por um programa de qualidade de vida deve ser 
realizada com base em estudos relacionados à caracterização 
psicossocial da organização, fundamentados nos princípios 
e valores arraigados entre os trabalhadores. A partir dessa 
dinâmica, é possível se mobilizar para a adoção de novas 
práticas gerenciais e mudanças efetivas. (ROSSI; MEURS; 
PERREWÉ, 2013). 
A Organização Mundial de Saúde define qualidade de vida como:
Saúde Mental e Qualidade de Vida38 • Módulo 1
 
 
A percepção do indivíduo da satisfação de suas necessidades 
em busca de autorrealização e felicidade, independentemente 
do seu estado físico, mental ou financeiro (OMS, 1998).
Assim, podemos supor que a qualidade de vida pode fornecer 
o alicerce necessário para a promoção da saúde e prevenção 
de doenças, no qual se faz necessário o equilíbrio entre os 
diversos aspectos da vida do indivíduo: cuidados físicos, 
família, trabalho, relacionamentos, espiritualidade e lazer.
Palavra do Especialista

Figura 16: 
Atividade física 
é um dos fatores 
determinantes para 
qualidade de vida. 
Fonte: Pixabay 
(2020).
A prática contínua de atividades físicas é um dos fatores 
determinantes da relação entre saúde e qualidade de vida. 
Geralmente está associada à prevenção de doenças ou 
superação de dificuldades. Contudo, os cuidados físicos 
ultrapassam a saúde corporal e abrangem a saúde mental, 
auxiliando de maneira biopsicossocial o indivíduo, sendo 
indicado para o tratamento de doenças como a depressão e 
o transtorno de ansiedade. Entre os benefícios dos cuidados 
físicos, podemos destacar: 
Saúde Mental e Qualidade de Vida39 • Módulo 1
• Aumento da autoestima.
• Melhora na qualidade do sono e redução do estresse. 
• Auxílio no desempenho dos estudos, entre outros. 
Os cuidados físicos não se restringem apenas a exercícios, mas 
também à manutenção de uma alimentação equilibrada. Outro 
fator importante é a moderação, a intensidade dos exercícios, 
pois de forma demasiada pode acarretar malefícios. 
Para os profissionais de segurança pública, os cuidados 
físicos são essenciais, não estar com a saúde em dia 
é um risco, devido a constantes situações que exigem 
condicionamento físico adequado dos profissionais, visto 
que na operacionalidade cotidiana frequentemente ocorrem 
eventos inesperados e/ou de grande vulto. 
Além disso, as guarnições estão cada vez com número de 
efetivo reduzido, o que aumenta ainda mais a necessidade de os 
profissionais estarem preparados para lidar com resistências de 
conduzidos ou qualquer outro fator que exija preparo físico. 
Há países, por exemplo, onde há apenas um agente de 
segurança em cada viatura do serviço ordinário, porém, 
no caso de necessidade de apoio, outras viaturas prestam 
suporte rapidamente. 
Mesmo em ocorrências simples, sempre haverá um grande 
número de envolvidos, e o agente de segurança, muitas vezes, 
precisará ter condições físicas para atuar de forma enérgica, 
efetiva e resiliente. 
Dependendo do contexto de atuação desses profissionais, os 
equipamentos utilizados no trabalho podem chegar a pesar 
mais de vinte quilos. É o caso de um equipamento comum: 
os coletes. No Brasil, eles são usados nas corporações 
Saiba mais

Saúde Mental e Qualidade de Vida40 • Módulo 1
e suas placas são muito pesadas, além de reduzirem a 
mobilidade e serem extremamente quentes. 
Figura 17: Colete 
do profissional de 
segurança exige 
resistência física. 
Fonte: Shutterstock 
(2020).
No Brasil, outro fator que podemos destacar como atenção 
aos cuidados físicos essenciais é o fato de a carga horária de 
um profissional da segurança pública normalmente ser de 24 
horas de trabalho por 72 horas de descanso. Isso acarreta a 
diminuição da disposição dos profissionais para se exercitarem 
de forma frequente e saudável, além do aumento do número de 
profissionais que praticam pouca atividade física semanal. 
A quantidade de horas a que os policias se expõem durante 
o trabalho, seja sentados em patrulhas rotineiras dentro das 
viaturas ou exercendo serviços administrativos nos quartéis, 
contribui de forma significativa para o aumento no índice 
de massa corporal não ideal para sua altura, tornando-
os sedentários, possibilitando morbidades relacionadas a 
problemas de saúde de origem física como diabetes, hipertensão 
ou colesterol alto (MINAYO; ASSIS; OLIVEIRA, 2011).
Outro aspecto fundamental para obtemos qualidade de vida é 
o âmbito familiar, pois ocorre a formação e o desenvolvimento 
Saúde Mental e Qualidade de Vida41 • Módulo 1
do indivíduo, sendo importanteno ciclo de parentesco e no 
exercício de execução dos papéis sociais, também como 
membro de uma família. Fazer com que a entidade familiar 
seja saudável, na qual se possa encontrar afeto e carinho, 
bem como apoio para superar as dificuldades, pode auxiliar no 
desenvolvimento da resiliência, proporcionando ao indivíduo 
inúmeros benefícios, os quais dificilmente serão substituídos 
por outras áreas da vida. 
Figura 18: A família 
como aspecto 
fundamental para 
qualidade de vida. 
Fonte: Pixabay 
(2020).
A estrutura familiar, em sua convivência, permite que o agente 
de segurança se desvincule dos problemas alheios das 
demandas profissionais e volte a se atentar à sua intimidade 
familiar, aos valores e ideias compartilhados por eles, onde 
demandas próprias são de acordo com seus hábitos e 
costumes desenvolvidos. 
Ter a capacidade de dividir bem os momentos 
profissionais, independentemente da energia 
emocional gasta em serviço, com os momentos 
entre familiares, é um desafio norteador que precisa 
sempre de constante ressignificação e estratégia 
emocional assertiva. 
Saúde Mental e Qualidade de Vida42 • Módulo 1
Não é simples questão de levar ou não problemas do serviço 
para casa e vice-versa, mas de construir crenças positivas 
acerca do valor do trabalho exercido e de sua necessidade, 
com ideia de integralidade, em que sua própria família é 
afetada pelo bom andamento da vida em sociedade devido ao 
serviço de outros agentes e também ao seu próprio. 
Dessa forma, é propício zelar pelas relações 
familiares saudáveis e resinificar os fatores 
estressores diversos inerentes à profissão para se ter 
maior qualidade de vida também em família, dando 
significado complementar existencial ao agente.
Assim, é na própria convivência familiar que o agente poderá 
manifestar suas vulnerabilidades e encontrar, por exemplo, 
nos filhos, motivação para renovar o vigor e as energias. Ao se 
desvencilhar dos equipamentos operacionais, dos coturnos, da 
arma, da farda em geral, surge a mãe ou pai afetuoso, que, com 
a mesma – ou mais intensa – coragem e disposição, manifesta 
sua alegria de estar junto à família, transcendendo, assim, 
os momentos tensos vividos no serviço, para canalizar sua 
atenção afetiva aos seus entes queridos. É criar oportunidades, 
com inteligência emocional, de convivência harmoniosa, 
equilibrada e atitudes positivas.
 
Isso é apoiado por Souza e Hutz (2008), que apontam que os 
relacionamentos contribuem para a promoção da saúde, bem-
estar e felicidade do indivíduo, além de serem importantes 
para o desenvolvimento cognitivo, emocional e social. Podem 
ser vistos como um processo dinâmico em que ocorre 
transformações devido aos aspectos culturais e sociais. 
Os relacionamentos estão, portanto, ligados a sentimentos 
de prazer, companheirismo, confiança, reciprocidade, 
compreensão, altruísmo, além de honestidade, compromisso, 
respeito, espontaneidade, cuidado, expressão de sentimentos 
Saúde Mental e Qualidade de Vida43 • Módulo 1
e tantos outros. Dessa forma, pode-se analisar os 
relacionamentos saudáveis como um fator terapêutico. 
Para isso, é preciso ativar a mente para não cair 
no automático nos relacionamentos familiares, 
mas ser também ali constantes oportunidades de 
comunicações afetivas como diálogo com interesse 
na vida de cada membro familiar e em seus anseios. 
Nesse contexto, é de suma importância que os 
relacionamentos conjugais ou de amizade sejam funcionais e 
saudáveis, pois são responsáveis por vínculos profundos para 
o indivíduo, os quais se fortalecem através do respeito, do 
amor, da intimidade e do investimento afetivo na relação. 
Figura 19: Relações 
saudáveis são um 
importante aspecto 
fundamental para 
qualidade de vida. 
Fonte: Pixabay 
(2020).
Os indivíduos buscam nos relacionamentos uma ampla 
afinidade emocional, mental e sexual, a fim de alcançar o 
amor e a felicidade e satisfazer suas necessidades pessoais e 
sociais. Algumas variáveis também devem ser consideradas, 
como: motivos do início e histórico do relacionamento, divisão 
financeira, diferenças de idade e cultura. 
Saúde Mental e Qualidade de Vida44 • Módulo 1
Personalização: 
a pessoa tende a 
atribuir culpa a si 
mesma, nas mais 
diversas situações 
que vive.
Filtro mental: 
focamos nossa 
atenção somente em 
aspectos negativos 
e ignoramos todo o 
resto.
É a condição de 
relativa estabilidade 
da qual o organismo 
necessita 
para realizar 
suas funções 
adequadamente 
para o equilíbrio do 
corpo.
Direcionando para relações conjugais, Dessen e Braz (2005, 
apud SCORSOLINI-COMIN; SANTOS, 2010) afirmam que os 
relacionamentos conjugais são fundamentais tanto para a 
qualidade de vida no aspecto familiar, como na percepção da 
atuação de papéis de pais e mães entre os próprios cônjuges.
Na relação do casal, o equilíbrio entre a profissão, 
a família e o espaço individual nem sempre é uma 
tarefa fácil, mas é um aspecto a ser levado em 
consideração para um relacionamento saudável, 
sendo facilitado quando existe uma forte parceria 
entre os dois. 
Segundo Maldonado (2006), as crises sempre vão existir, 
mas é preciso ver nelas uma oportunidade de abrir novos 
caminhos, vê-las por outros ângulos e ser mais flexível, pois, 
após a superação, poderá ocorrer o aumento da autoestima, 
o desenvolvimento da resiliência (capacidade de superar as 
adversidades) e até mesmo o estreitamento dos laços. 
Distorções cognitivas como a da personalização ou do 
filtro mental são desafios constantes pessoais que podem 
levar o indivíduo a, sem perceber, interpretar de forma errônea 
a convivência com seu cônjuge.
O lazer é outro aspecto importante. É através de atividades 
de lazer que podemos relaxar, descontrair e sair da rotina. 
Esses momentos são necessários à saúde, visto que nosso 
corpo precisa de um equilíbrio, já que passamos tanto 
tempo trabalhando ou lidando com responsabilidades, essas 
atividades de lazer são capazes de trazer a homeostase para 
nossa saúde física e psíquica. 
O lazer é algo subjetivo e pode ser executado de diversas 
formas como: passear, conhecer pessoas, descansar e muitas 
outras atividades. 
Saúde Mental e Qualidade de Vida45 • Módulo 1
O importante é que nesses momentos ocorra um 
sentimento de alegria e uma sensação de bem-estar. 
Dessa forma, um tempo reservado para o lazer é 
essencial para contribuir para uma melhora na 
qualidade de vida.
A OMS criou um instrumento para medir a qualidade de vida, e, 
entre os aspectos avaliados, estão a espiritualidade, a religião 
e as crenças pessoais. Pode-se citar alguns dos fatores vistos 
para análise nessa área, como otimismo e esperança, paz 
interior, admiração e outros. 
A espiritualidade está relacionada com o sentido da vida para 
o indivíduo, ou seja, a maneira como o indivíduo percebe o 
significado e o propósito de sua existência.
 
Os modelos mais antigos de organizações não davam muito 
espaço para a espiritualidade, entretanto, nos últimos anos, 
esse tem sido um dos temas pilares a ser trabalhado no que 
tange à qualidade de vida e ao desenvolvimento pessoal e 
profissional dentro das instituições. 
Figura 20: A 
espiritualidade 
é um importante 
aspecto 
fundamental para 
qualidade de vida. 
Fonte: Pixabay 
(2020).
Saúde Mental e Qualidade de Vida46 • Módulo 1
A espiritualidade não necessariamente está ligada a práticas 
religiosas, apenas reconhece que o ser humano possui uma 
vida interior, alma e /ou espírito, que precisa ser alimentada, 
agregando-se a outros temas como valores, ética, motivação, 
liderança e equilíbrio. 
A espiritualidade ajuda as pessoas a aumentarem o seu 
nível potencial de realização, pois auxilia na reflexão 
acerca dos problemas gerados pelos conflitos entre vida 
de trabalho e pessoal, proporcionando aos indivíduos bem-
estar e motivação. 
Por fim, podemos compreender o quão importante é 
discutirmos e entendermos o que envolve a qualidade de vida 
do profissional de segurança pública no âmbito corporativo.O sofrimento que pode ser gerado pelo ambiente ou pela 
exigência da função acarreta consequências graves para o 
agente, então a quebra de estereótipos e o preconceito sobre 
saúde mental é essencial. 
Assim, lembre-se de preservar a sua saúde mental e o bem-
estar do convívio em sua unidade de trabalho. Saiba respeitar 
seus limites, mas sempre cumprindo com seus deveres.
Saúde Mental e Qualidade de Vida47 • Módulo 1
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