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Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio Cursos de Licenciatura - UFRRJ / CEDERJ Fundamentos da Educação II para as Licenciaturas - UFRRJ AD1 (2020-2) Coordenadora: Profª. Sílvia Maria Melo Gonçalves 1ª QUESTÃO: (5,0) Faça um texto, de até duas laudas, sobre a criança em idade escolar. Na idade escolar (criança em idade escolar é considerada aquela entre 6/7 anos e 11/12 anos) é quando elas interagem com o mundo fora do familiar, deparam-se com regras e exigências de conduta social, o que contribui com a construção de padrões e hábitos que influenciam na sua vida jovem e adulta. Entre 6 e 9 anos de idade observa-se a maior parte das mudanças que dizem respeito à necessidade de estabelecer relacionamentos fora da família. A escola representa o primeiro contato com o esse mundo exterior, com colegas e professores que influenciam na formação do indivíduo. Nessa fase, a criança passa a ter planos, pensar no futuro e naqueles ao seu redor, e se vê profundamente comprometida com o aprendizado formal (escola) e aprendizado informal (relações sociais). É importante destacar que o ambiente escolar se torna um dos principais cenários para a vivência de um conflito para o desenvolvimento psicossocial cujo o psicanalista alemão Erik Homburger Erikson (1902 - 1994) nomeou de “produtividade x inferioridade” (5 a 11 anos). Erikson utiliza a palavra “produtividade” relacionando-a ao desenvolvimento e competência, concluindo que, nesta fase, em várias culturas, fazem- se importantes aprendizagens sociais. Já o termo “inferioridade” refere-se à possibilidade da criança, quando em circunstâncias menos favoráveis, desenvolver neste período um sentimento de inadequação por não se sentir segura nas suas capacidades ou não se sentir reconhecida em seu papel no grupo social a que pertence. É aqui que a criança passa a perceber competências e papéis específicos que fazem parte de sua cultura. É no contato com seus pares que a formação cultural se molda, uma vez que a criança precisa desprender-se do seu egocentrismo e onipotência em prol da convivência com os demais. A teoria do Erikson corresponde a teoria de desenvolvimento psicossexual do austríaco Sigmund Schlomo Freud (1856 - 1939) a qual chamou de “fase de latência” (5/6 a 12 anos). A palavra latência conduz inicialmente à ideia de que algo se encontra em estado de espera. Porém, não é o que se observa. Nessa fase, ocorre uma importante reorganização das defesas, as quais estão apoiadas em dois pilares: os planos afetivo e cognitivo. Em relação à libido, foco dos estudos psicanalíticos sobre o desenvolvimento humano, o equilíbrio da latência é concretizado quando forem dados os passos em direção à resolução do Complexo de Édipo. A identificação com os pais torna-se parte da evolução da personalidade da criança, estabelecendo assim um relacionamento de neutralidade com os mesmos. A imagem dos pais deixa de ser tão idealizada tornando-a mais passível de identificação. Nesse período, a libido é impedida de se manifestar em sua forma mais claramente sexualizada, isso explica a necessidade do escolar de praticar atividades manuais, esportes e competições que aparecem como um conjunto de ações e condutas com características sublimatórias, fortalecendo o ego e elevando a autoestima, o que permite uma melhor convivência social. Diferentemente das primeiras etapas de vida, a criança agora inicia um desligamento progressivo dos cuidadores, fazendo com que se intensifiquem os laços com os amigos, sendo que meninos e meninas se distanciam, reunindo-se em grupos praticamente antagônicos. Quando a criança está chegando ao final do período da latência, o antigo interesse pelo próprio corpo se dirige para a curiosidade pelo corpo do outro. É nesse momento que se observam alguns movimentos de segregação de gênero, sendo que as amizades entre meninos são extensivas e limitadas enquanto que as meninas costumam ter amizades mais intensas e facilitadoras. Os vínculos de amizade fortalecem a construção da identidade sexual. Além disso, surge a necessidade do conhecimento do mundo e das leis que o regem, sendo que o senso de autoestima deriva agora das realizações. Em relação ao desenvolvimento cognitivo, o suíço Jean William Fritz Piaget (1896 - 1980) apontou para um importante salto que ocorre nesta fase: a criança passa do estágio pré-operatório para o estágio das operatório concreto (6/7 a 11/12 anos). Para Piaget, é nesse estágio que se reorganiza verdadeiramente o pensamento. A criança está apta para iniciar um processo de aprendizagem sistemática e lidar com conceitos abstratos (de forma concreta) como números e relacionamentos. No entanto, precisa da realidade concreta para realizar as mesmas, ou seja: está fortemente ligada ao concreto, a percepção concreta das situações vividas. Nesse período, suas próprias observações e experiências servem como ponto de apoio para a aprendizagem. Aqui, a criança passa a ter capacidade de utilizar a lógica indutiva, isto é, parte de suas próprias experiências para a compreensão de um princípio geral. Contudo, segundo o autor, ainda não é capaz de utilizar a lógica dedutiva, na qual a partir de um princípio geral pode-se gerar hipóteses jamais vividas. - BEE, H.; GARCEZ, R. (trad.). O ciclo vital. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997; - DAVIDOFF, L. L. Introdução a Psicologia: Terceira Edição. São Paulo: Pearson Amkron Books, 2001; - EIZIRIK, C. L.; KAPCZINSKI, F.; BASSOLS, A. M. S. (Orgs.). O ciclo da vida humana: uma perspectiva psicodinâmica. Porto Alegre: Artmed, 2001. 2ª QUESTÃO: (5,0) Faça um texto, de até duas laudas, sobre a relevância da Psicologia para a educação. As origens da psicologia remontam à Grécia antiga, por volta de 500 - 400 anos a.C., com uma abordagem puramente filosófica. Com a junção das palavras gregas psyché (alma) e logos (palavra, razão ou discurso) surgiu o termo psicologia, que seria “discurso sobre a alma”. A maioria dos filósofos interessavam-se pelos produtos da alma (essência imaterial) e a razão entre eles. Compreender as paixões humanas vem sendo objeto de interesse e estudos deste que o ser humano alçou à consciência de sua existência. Só depois de mais ou menos 2000 anos que a psicologia passou ser considerada como uma ciência. Em 1879 foi instituída como disciplina científica no primeiro Instituto de Psicologia, em Leipzig, na Alemanha, pelo alemão Wilhelm Wundt (1832 - 1920). O alemão Hermann Ebbinghaus (1850 -1909), aluno de Wundt, resumiu a trajetória descrita em uma única frase “A psicologia possui um longo passado, mas uma história curta”. Wundt criou o primeiro laboratório de psicologia para estudos voltados em medidas e classificação das sensações no seu aspecto visual, táctil e cinestésico. Onde os primeiros psicólogos profissionais adquiriram as competências de trabalho experimental para estudar a mente humana. Para captarmos melhor o estudo da psicologia podemos dividi-las em: psicologia do senso comum e psicologia cientifica. A primeira é um conhecimento intuitivo, é a que aprendemos no dia a dia, por exemplo, o fato de sabermos que tudo que é jogado de uma certa altura cai, embora algumas coisas levem um pouco mais de tempo que outras. A segunda é focada em fatos que podem ser comprovados cientificamente, pois seu embasamento é científico. De uma forma bem ampla o objeto de estudo da psicologia é o ser humano, estudando a subjetividade, tornando compressível a totalidade da vida humana e o indivíduo em todas as suas expressões visíveis, invisíveis, singulares, genéricas, sociais, históricas e culturais. Devido às peculiaridades inerentes a cada indivíduo, torna-se tarefa árdua quantificá-la. Possui características de caráter filosófico, mítico entre outros. Issomostra a vocação inter e multidisciplinar em face das mais variadas correntes do pensamento, da antiguidade à contemporaneidade. O austríaco Sigmund Freud (1856 - 1939), criador da psicanálise (ramo clínico teórico que se ocupa em explicar o funcionamento da mente humana, ajudando a tratar distúrbios mentais e neuroses) nos ofereceu reflexões acerca da mente inconsciente associada à consciência e traçou um paralelo entre ambas. Dividiu a inconsciência em três elementos que auxiliam no equilíbrio e regulação do comportamento: ID (onde se encontram os instintos e pulsões relacionados ao prazer, como os desejos inconscientemente carnais, materiais e sexuais, por exemplo), EGO (caracteriza a personalidade de cada indivíduo, agindo como o equilíbrio do id, princípios dos prazeres inconscientes e do superego, as regras morais que limitam a extravagância do id) e SUPEREGO (monitora a mente humana, mantendo-a sempre alerta aos princípios da moral, evitando que ocorram desvios exagerados em direção ao id). Segundo S. Freud, grande parte dos processos psíquicos da mente humana estão em estado de inconsciência, sendo estes dominados pelos desejos sexuais, com isso, suscitou debates acalorados que resultaram no tópico da sexualidade (a natureza do desejo, pulsão sexual e histeria), sendo um dos pioneiros na construção desse pensamento ao lado do francês Jacques Lacan (1901 - 1981) e do suíço Carl Gustav Jung (1875 - 1961). Por sua vez, o Behaviorismo (parte da psicologia que tem o comportamento como objeto de estudo) reside nas duas premissas: metodológico ou clássico e radical. Cujo o precursor estadunidense John Broadus Watson (1878 - 1958) postula que somos tábula rasa e o pioneiro estadunidense Burrhus Frederic Skinner (1904 - 1990) defendeu o comportamento operante, que segundo ele, é um método de aprendizado que ocorre através de recompensas e punições. Através de condicionamento operante, uma associação é feita entre um comportamento e uma consequência para esse comportamento. A Psicologia na educação se sustenta na sabedoria de nossos antepassados e enriquece-nos uma vez que complementa o estudo. Somada a isso, as descobertas da neurociência potencializam ainda mais o assunto. Cooperando na construção do conhecimento do indivíduo, nessa forma o professor pode ter a presunção de como o sujeito aprende e também colabora para quem está lecionando entender melhores quais alunos não estão aprendendo e a causa desta falha. Na área da licenciatura instrumentaliza os caminhos com vistas a decifrar a mente conflitante dos jovens, principalmente. Trata- se de um apanhado geral sobre as mais diferentes visões de mundo e trafega sob diversos pontos de vista. Para uma melhor relação do professor com o discente e procura amenizar eventuais choques de cultura na sala de aula. Chama a atenção para o traquejo social, razão pela qual focaliza no diálogo, entendimento e pacificação dentro do cenário escolar. Hoje, num mundo repleto de tecnologia e distrações promove a harmonia, de forma que descortine eventuais problemas. Como manter os alunos concentrados, com motivação necessária e sedentos pelo conhecimento. A psicologia se destina a elevar as capacidades socioemocionais, inteligência emocional e formar cidadãos cônscios e emancipados. Em suma, a educação calcada na psicologia converge para repensar o significado da educação também na arena digital, salva guardar a ensino - aprendizagem e garantir a qualidade do processo pedagógico. - BOCK, A. M. B.; FURTADO, O.; TEIXEIRA, M. L. Psicologias: uma introdução ao estudo da Psicologia. São Paulo: Saraiva, 14 edição, 2009. ATENÇÃO AO PRAZO DE POSTAGEM NA PLATAFORMA! 12/09/2020 (23h 55min) BOA AVALIAÇÃO!
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