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DIABETES MELLITUS Profª Drª Myrella Lira myrellacariryl@gmail.com DIABETES MELLITUS (DM) Definição: • Diabetes Mellitus (DM) é um grupo de doenças metabólicas, com etiologias diversas, caracterizado por hiperglicemia resultante de uma deficiente secreção de insulina pelas células β, resistência periférica a ação da insulina ou ambos. (MAHAN; RAYMOND, 2018) CLASSIFICAÇÃO DA DM DM Tipo 1 DM Tipo 2 Tipos específicos de DM DM gestacional Corresponde a 10 a 20% dos casos de DM. Caracteriza-se por uma deficiência absoluta de insulina, decorrente de uma destruição auto-imune das células β. A hiperglicemia se manifesta quando 90% das células β são destruídas. Corresponde a 80 a 90% dos casos de DM. Caracteriza-se por uma resistência periférica a ação da insulina, associada a uma deficiente secreção de insulina pelo pâncreas e um aumento da produção hepática da glicose. Defeitos genéticos na função das células β, defeitos genéticos na ação da insulina, doenças do pâncreas exócrino (fibrose cística, pancreatite) ou DM decorrente de medicamentos ou substancias químicas. s Qualquer intolerância a glicose, de intensidade variável, com início ou diagnóstico durante a gestação, ocasionado tanto pela resistência a insulina quanto a diminuição da função das células β. (ADA, 2019; OMS, 2020) QUADRO CLÍNICO NO DIABETES DM Tipo 1 DM Tipo 2 Hiperglicemia Sintomas variáveis Polidpsia Hiperglicemia Poliúria Polidpsia Perda de peso significante Poliúria Distúrbios de eletrólitos Polifagia Perda de peso Câimbras , formigamentos QUADRO CLÍNICO NO DIABETES (MAHAN; RAYMOND, 2018) Complicações agudas: • Hipoglicemia (sudorese, taquicardia, cefaléia, palidez, tremores) • Hiperglicemia • Cetoacidose Complicações crônicas • Doenças macrovasculares (Doença cardíaca, vascular, cerebrovascular) • Dislipidemia • Hipertensão • Doença microvascular ( retinopatia, nefropatia, neuropatia, amputação de membro) COMPLICAÇÕES DO DIABETES DIAGNÓSTICO DA DM Glicose em jejum (mg/dL) Glicose 2 h após sobrecarga com 75g de glicose (TOTG- mg/dL) Glicose ao acaso (mg/dL) Hemoglobina glicada Normoglicemia < 100 < 140 - < 5,7% Pré-diabetes 100 a 125 140 a 199 - 5,7 a 6,4 Diabetes ≥ 126 ≥ 200 ≥ 200 ≥ 6,5% (SBD, 2020) DIAGNÓSTICO DA DIABETES GESTACIONAL Primeira consulta do pré- natal 1 – Investigar DM prévia : glicose em jejum ≥ 126 mg/dl; TOTG ≥ 200 mg/dl; HbA1c ≥ 6,5% DM prévia e DMG 2 – Glicemia de jejum > 92 mg/dL < 126 mg/dl DMG 3 – Glicemia de jejum < 92 mg/dL rastrear DMG entre 24 e 28 semanas de gestação com TOTG 24 – 28 Semanas de gestação : Realização do TOTG Diagnóstico de DMG com no mínimo um dos valores seguintes alterados: Glicemia de jejum > 92 mg/dL; Glicemia 1 hora após sobrecarga ≥ 180 mg/dL; Glicemia 2 horas após sobrecarga ≥ 153 mg/dL. (SBD, 2020) DIAGNÓSTICO DA DIABETES GESTACIONAL (SBD, 2020) Indivíduo < 45 anos, com sobrepeso ou obesidade e apresente mais um fator de risco dentre os seguintes: Pré-diabetes Histórico familiar (parente de 1°) Raça ou etnia de risco (negros, hispânicos ou índios pima) Mulheres com DMG Histórico de doença cardiovascular Hipertensão arterial HDL < 35 mg/dl e/ou TG > 250mg/dl Síndrome de ovários policísticos Sedentarismo Acantose nigricans FATORES DE RISCO PARA DM Tipo 2 (SBD, 2020) Idade materna avançada Sobrepeso, obesidade ou ganho excessivo de peso na gravidez atual Disposição central excessiva de gordura corporal Histórico familiar (parente de 1°) Crescimento fetal excessivo, polidrâmnio, hipertensão ou pré-eclâmpsia na gravidez atual; Antecedentes obstétricos de abortamentos de repetição, malformações, morte fetal ou neonatal, macrossomia ou DMG; Síndrome de ovários policísticos; Baixa estatura (inferior a 1,5 m). FATORES DE RISCO PARA DIABETES GESTACIONAL (SBD, 2020) TRATAMENTO MONITORAÇÃO Glicose sanguínea Hb A1c MEDICAÇÃO Insulina Hipoglicemiantes EXERCÍCIO ALIMENTAÇÃO • Manter a glicemia normal ou próxima; • Atingir níveis adequados de lipídios séricos; • Prover quantidade adequada de energia; • Prevenir e tratar complicações agudas e crônicas; • Adequar dieta ao exercício físico e terapia medicamentosa • Promover a saúde a partir de uma nutrição adequada Tratamento Nutricional Objetivos da terapia nutricional: (CUPPARI, 2018) • Elaborar plano alimentar integrando alimentação com uso da insulina e exercício; • Recomenda-se aos pacientes que usam insulina fazer refeições em horários definidos; • Monitorar a glicemia e ajustar as doses de insulina a quantidade de alimento ingerida; Insulina de ação rápida permite maior flexibilidade quanto ao horário das refeições. Terapia nutricional no DM tipo 1 ÍNDICE GLICÊMICO NORMAL META Glicemia pré-prandial < 100 mg⁄dL 80 – 130 mg⁄dL Glicemia pós-prandial (1-2hs) < 140 mg⁄dL < 180 mg⁄dL HbA1c < 5,7% < 7% RECOMENDAÇÕES PARA CONTROLE GLICÊMICO (ADA, 2019) ÍNDICE GLICÊMICO META Glicemia jejum < 95 mg⁄dL Glicemia pós-prandial (1hs) < 140 mg⁄dL Glicemia pós-prandial (2hs) < 120 mg⁄dL RECOMENDAÇÕES PARA CONTROLE GLICÊMICO DMG (ADA, 2019) METAS DE LIPÍDEOS E PA LIPÍDEOS (mg⁄dL) PRESSÃO ARTERIAL (mmHg) Colesterol < 200 Sistólica < 130 LDL < 100 Diastólica < 80 HDL Homens > 45 Mulheres > 55 Triglicerídeos < 150 Diabéticos do tipo 2 com excesso de peso PERDA DE PESO Resistência a insulina Melhora a glicemia Lipídeos séricos a PA Importante: Conduta nutricional apoiada em mudança comportamental e atividade física adequada PROTEÍNAS • 0,8 a 1 g/Kg/dia (15 – 20 % das calorias totais) • Nefropatia: 0,8 g/Kg/dia ( 50% de AVB) Estudos mostram que mais importante que a redução da quantidade total de ptn é a redução da proporção de ptn de origem animal. Recomendações nutricionais Mais frequente com menor controle glicêmico Pacientes com HbA1c > 11% Risco Pacientes com HbA1c < 8% Risco Gorduras: 25 a 30% do VCT Obesos: < 30% Saturados < 10% do VCT Polinsaturados até 10% do VCT Monoinsaturados até 20% do VCT Colesterol < 300mg/dia Recomendações nutricionais “A porcentagem recomendada de gordura depende do perfil lipídico e dos objetivos relacionados a glicemia, lipídios séricos e peso” Carboidratos: 45-60% Recomendações nutricionais • Anteriormente acreditava-se, que no tratamento da DM, o uso de açucares simples era proibido, devendo-se apenas usar amido; •Ao observar as diferentes respostas glicêmicas dos alimentos, a prioridade passou a ser dada a quantidade total de carboidratos consumidos, do que propriamente sua fonte. • A contagem de carboidrato prioriza o total de carboidratos consumidos por refeição, considerando que entre 15 min a 2 h os carboidratos são 100% convertidos em glicose (resposta glicêmica pós-prandial) Carboidratos: Recomendações nutricionais • É recomendado dar preferência aos carboidratos ricos em fibras e que a ingestão desse macronutriente seja a partir de vegetais, frutas, grãos integrais, legumes e produtos lácteos, distribuídos em quantidade equilibrada ao longo do dia. • Substituir alimentos de alto índice glicêmico por alimentos de baixo índice glicêmico (ervilhas, lentilhas, pão de centeio, grãos integrais, cevada, aveia, quinoa), sobretudo quando consumidos de maneira isolada. Carboidratos: Recomendações nutricionais • Estes devem ser distribuídos de 10 a 15% no café da manhã, 30% no almoço e jantar e o restante nos lanches, objetivando-se evitar episódios de hiperglicemia, hipoglicemia ou cetose. Indicação: • Portador de DM tipo 1 em uso de insulina ou bomba de infusão ou terapia com múltiplas drogas; • Portador de DM tipo 2 em uso de insulina, medicamentos orais ou apenas tratamento dietético. Contagem de carboidratos 1 unidade de insulina 15g de carboidrato • 15 g = 3 colheres de arroz 2 colheres de feijão ½ xícara de macarrão ½ pão francês 2 biscoitos 1fatia de pão de forma 1 batata pequena 4 colheres de milho 1 fruta média ou fatia grossa 1 colher de açucar Contagem de carboidratos Índice glicêmico X carga glicêmica: Índice Glicêmico (IG): resposta glicêmica quant. CHO, tipo do açúcar, natureza do amido, cozimento e processamento, forma do alimento, outros nutrientes. Carga Glicêmica (CG): quant. CHO x índice glicêmico / 100 Recomendações nutricionais ÍNDICE GLICÊMICO REPRESENTA A QUALIDADE DE UMA QUANTIDADE FIXA DE CARBOIDRATO DISPONÍVEL DE UM DETERMINADO ALIMENTO, EM RELAÇÃO A UM ALIMENTO- CONTROLE, QUE NORMALMENTE É O PÃO BRANCO OU A GLICOSE. SÃO CLASSIFICADOS BASEADOS EM SEU POTENCIAL EM AUMENTAR A GLICOSE SANGÜÍNEA. ATRAVÉS DA ANÁLISE DA CURVA GLICÊMICA PRODUZIDA POR 50g DE CARBOIDRATO (DISPONÍVEL) DE UM ALIMENTO TESTE EM RELAÇÃO A CURVA DE 50g DE CARBOIDRATO DO ALIMENTO PADRÃO (GLICOSE OU PÃO BRANCO). CG = IG x Teor CHO disponível na porção do alimentos/ 100 CARGA GLICÊMICA Comparação entre IG e CG Alimento IG CG Maçã 40 6 Batata assada 85 26 Pão puro 72 25 Arroz integral 50 16 Açúcar refinado 58 6 CLASSIFICAÇÃO IG CG Alto ≥ 70 ≥ 20 Médio 56 - 69 11 - 19 Baixo ≤ 55 ≤ 10 • Considerando a glicose como controle Ingestão de Sódio • Diabéticos: No máximo 3000mg de Na/dia • HA leve a moderada: No máximo 2400mg/dia • HA e Nefropatia: No máximo 2000mg/dia • Alimentação sem sal adicional e restrita em alimentos ricos em sal 2000mg de Na/dia 25% fibra solúvel Para atingir: 5 ou + porções de frutas ou vegetais/dia e 6 ou + porções de grãos Fibras – 20 a 35 g/dia ÁLCOOL COM INSULINA: HOMENS - 2 Doses por dia MULHERES -1 Dose por dia (360ml de cerveja, 150ml de vinho ou 45ml de bebida destilada) - Concomitante à ingestão de alimentos SEM INSULINA: - Substituir por grupo de gordura: 1 dose (30g álcool) = 2 grupos de lipídeos - Restringir para controle de peso e triglicerídeos • Calóricos: - Frutose – ↓ resposta glicêmica - Xarope de milho - Sucos ou concentrados de frutas - Mel, melaço - Sorbitol, Manitol, Xilitol ADOÇANTES • Não Calóricos: - Sacarina - Ciclamato - Aspartame - Acessulfame K - Sucralose - Stevia • PRODUTOS DIET E LIGHT • MICRONUTRIENTES: RDA Cromo → TNP prolongada → deficiência Diuréticos – ↓K Inibidores de ECA – ↑K RECOMENDAÇÕES COMO TRATAR A HIPOGLICEMIA? - 15 a 20g de CHO (G= 50-70mg/dL) - Esperar 15 min - Verificar glicemia e monitorar sintomas Paciente Acordado: • Tomar um copo de suco de frutas com açúcar ou refrigerante não- dietético, ou água com açúcar, ou chupar duas a quatro balas não- dietéticas, ou aplicar 1 ampola de glucagon (1/2 ampola em crianças) via intramuscular, endovenosa ou subcutânea. Paciente inconsciente: • Colocar açúcar ou mel (uma colher das de sopa cheia) entre a bochecha e os dentes. Não dar líquidos, não forçar a abertura da boca e massagear a bochecha (provocando aumento de saliva, que derreterá o açúcar e fará com que ele seja engolido mais rapidamente). • Quando a pessoa estiver acordando → procedimento de paciente acordado. Quando a pessoa acordar deve fazer um pequeno lanche. • O cálculo do VET será de acordo com o IMC. O ganho de peso ao longo da gestação será de acordo com o IMC pré-gestacional. RECOMENDAÇÕES DMG (SBD, 2020) RECOMENDAÇÕES DMG CARBOIDRATOS 40 – 55% (preferência por CHO de baixo índice glicêmico ) PROTEÍNAS 15 – 20% LIPÍDIEOS 30 – 40 % Fibras 25 a 30g/dia (SBD, 2020) • 40 -55%. • Estes devem ser distribuídos de 10 a 15% no café da manhã, 30% no almoço e jantar e o restante nos lanches, objetivando- se evitar episódios de hiperglicemia, hipoglicemia ou cetose. RECOMENDAÇÕES DMG CARBOIDRATOS Os edulcorantes (aspartame, sacarina, acessulfame-K e sucralose) podem ser usados como alternativa para a substituição da sacarose, entretanto, devem ser utilizados com moderação, conforme os limites diários recomendados pela OMS e aceitos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa): • Sacarina: 2,5 mg/kg de peso corporal; • Ciclamato: 11 mg/kg de peso; • Aspartame: 40 mg/kg de peso; • Acessulfame-K: 15 mg/kg de peso; • Esteviosídeo: 5,5 mg/kg de peso; • Sucralose: 15 mg/kg de peso (C) RECOMENDAÇÕES DMG (SBD, 2020) ADOÇANTES • Elaborar cardápio qualitativo para Diabetes Mellitus • Pesquise sobre Dieta Low Carb Exercício • A próxima aula 24/09 será a apresentação dos seminários sobre dietas hospitalares • Cada grupo elaborar um cardápio quali/quantitativo (2000 Kcal) sobre dietas hospitalares • Apresentar artigos • Vale nota Apresentação de Seminários Bibliografia
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