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Estudo de caso - Paciente diabético

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ÁREA DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
CURSO DE NUTRIÇÃO 
FISIOPATOLOGIA E DIETOTERAPIA 1 
 
 
 
 
 
 
 
MÉLANE LAGO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTUDO DE CASO: DIABETES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª: Elisângela Colpo 
 
 
 
 
 
Santa Maria 
2018
 
1. APRESENTAÇÃO DO CASO 
A. E. S. S., sexo masculino, 64 anos, carpinteiro aposentado, ex-etilista e ex-tabagista, 
casado, reside em Santa Maria no bairro Salgado Filho com a esposa e filhos. Paciente 
interna na unidade Santa Inês (16/03/2018) proveniente da unidade Santa Clara com 
diagnóstico de DPOC. Refere HAS, DM e ter sofrido IAM há 2 anos (marcapasso), 
stent nas pernas. Histórico familiar de DM (mãe e irmãos). Amputação da perna 
esquerda na região da tíbia há 1 ano (DM), halux do MID há 6 meses (DM) e orelha 
direita por neoplasia há 8 anos. Apresenta erisipela bolhosa na região posterior da perna 
direita. Dieta VO hipossódica para DM. 
 
2. INTRODUÇÃO 
 
Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma doença passível de 
prevenção e tratamento, causada por uma limitação parcialmente reversível do fluxo 
aéreo, geralmente progressiva. Está associada a uma resposta inflamatória anormal dos 
pulmões à inalação de partículas tóxicas, sendo primariamente causada pelo hábito de 
fumar cigarros (FERNANDES; BEZERRA, 2006), porém a suscetibilidade genética 
também é um possível fator causal (MAHAN; ESCOTT-STUMP; RAYMOND, 2013). 
A DPOC pode ser dividida em duas categorias, enfisema (tipo I), caracterizado 
por alargamento e destruição anormal e permanente dos alvéolos; e bronquite crônica 
(tipo II), na qual há uma tosse com inflamação dos brônquios e outras alterações 
pulmonares. A saciedade, mas não a superalimentação, é particularmente importante 
para pacientes com capacidade de troca de gases comprometida, uma vez que a ingestão 
de calorias em excesso resulta em CO2 que deve ser expelido. Outros processos 
simultâneos de doenças, como diabetes mellitus (DM) também afetam as quantidades 
totais, os níveis e os tipos de proteína, gordura, e carboidratos que devem ser prescritos 
(MAHAN; ESCOTT-STUMP; RAYMOND, 2013). 
A DM é uma doença metabólica definida pela presença de hiperglicemia, 
resultante de defeitos na ação da insulina, na secreção de insulina ou em ambas 
(DIRETRIZES DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2016). A atividade 
reguladora da insulina está perturbada: ela é produzida, mas alguns aspectos do sistema 
de resposta a este hormônio estão defeituosos (NELSON; COX, 2014). 
 
A insulina é um hormônio produzido pelas células β do pâncreas, necessária para 
uso ou armazenamento dos combustíveis do corpo (carboidratos, proteína e gordura). 
Os diabéticos não produzem insulina suficiente. Com a deficiência de insulina, a 
hiperglicemia ocorre (MAHAN; ESCOTT-STUMP; RAYMOND, 2013). 
O DM não é uma doença única e sim um grupo heterogêneo de síndromes 
multifatoriais e poligênicas, que são a principal causa de cegueira e amputação no 
adulto, e uma importante causa de falha renal, dano neural, ataques cardíacos e 
acidentes vasculares cerebrais (AVC). Existem duas classes clínicas principais da 
doença: DM tipo 1, DM tipo 2 (HARVEY; FERRIER, 2012). 
O DM tipo 1 ocorre geralmente em crianças e jovens, sendo em geral de 
natureza autoimune, e requer insulinoterapia e controle cuidadoso, por toda a vida, do 
equilíbrio entre a ingestão dietética e a dose de insulina (SILVA; MURA, 2010). 
Caracteriza-se pela destruição das células β pancreáticas, que levam a completa 
deficiência de insulina e, consequentemente, a hiperglicemia (MAHAN; ESCOTT-
STUMP; RAYMOND, 2013). Os sintomas característicos do diabetes tipo 1 (e tipo 2) 
são sede excessiva e micção frequente (poliúria), levando à ingestão de grandes 
volumes de água (polidipsia). Esses sintomas são devidos à excreção de grande 
quantidade de glicose na urina (glicosúria) (NELSON; COX, 2014). 
Já no DM tipo 2, a hiperglicemia é desenvolvida gradualmente, sendo mais 
comum em adultos e sua prevalência aumenta com a idade, estando associada a um 
aumento da resistência aos efeitos da insulina em seus locais de ação, bem como a 
diminuição da secreção de insulina pelo pâncreas. Esses indivíduos têm um risco 
aumentado de desenvolver complicações macro e microvasculares (McPHEE; 
GANONG, 2011). Dentre os fatores de risco estão fatores genéticos e ambientais, 
incluindo história familiar de diabetes, idade avançada, obesidade, especialmente 
obesidade intra-abdominal, sedentarismo e pré-diabetes. O DM tipo 2 é caracterizado 
por uma combinação de resistência à insulina e falha das células β do pâncreas. Os 
níveis endógenos de insulina podem estar normais, reduzidos ou aumentados, mas não 
estão adequados para superar a resistência à insulina concomitante, resultando em 
hiperglicemia (MAHAN; ESCOTT-STUMP; RAYMOND, 2013). A elevação crônica 
da glicose sanguínea está associada às complicações crônicas do diabetes - aterosclerose 
prematura, retinopatia, nefropatia e neuropatia (HARVEY; FERRIER, 2012). 
O estágio que precede o diabetes tipo 2 é denominado síndrome metabólica, e é 
caracterizado por obesidade, especialmente no abdômen; hipertensão arterial (HAS); 
 
lipídeos sanguíneos anormais (altos TAG e LDL, baixo HDL); glicose sanguínea 
levemente elevada; e uma capacidade reduzida de remover a glicose sanguínea em um 
teste de tolerância à glicose. As pessoas com síndrome metabólica apresentam, com 
frequência, alterações nas proteínas sanguíneas, associadas com coagulação anormal 
(alta concentração de fibrinogênio) ou inflamação (alta concentração de peptídeo C 
reativo) (NELSON; COX, 2014). 
Uma vez diagnosticados, indivíduos com DM tipo 2 podem controlar a doença 
apenas com dieta, ou com dieta e medicamentos que aumentam a secreção endógena de 
insulina (sulfoniluréias), diminuem a resistência à insulina nos tecidos hepáticos 
(biguanidas), periféricos (tiazolidinedionas), ou interferem com a absorção intestinal de 
carboidratos (inibidores da α-glicosidade intestinal) (HARVEY; FERRIER, 2012). 
As pessoas com um ou outro tipo de diabetes não conseguem captar de maneira 
eficiente a glicose do sangue. A insulina provoca o deslocamento dos transportadores de 
glicose (GLUT4) para a membrana plasmática no músculo e no tecido adiposo. Sem 
glicose disponível, os ácidos graxos tornam-se o combustível principal, levando a 
oxidação excessiva dos ácidos graxos no fígado. A acetil-CoA produzida pela β-
oxidação não é oxidada completamente pelo ciclo do ácido cítrico, gerando um acúmulo 
de acetil-CoA, que leva à superprodução dos corpos cetônicos, acetoacetato e β-
hidroxibutirato, que não são usados pelos tecidos extra-hepáticos na velocidade com 
que são produzidos no fígado. Os corpos cetônicos são ácidos carboxílicos que se 
ionizam, liberando prótons. No diabetes não controlado, esta produção de ácido pode 
superar a capacidade do sistema tampão bicarbonato do sangue e produzir uma redução 
no pH sanguíneo (acidose), ou pode combinar-se com a cetose (cetoacidose), 
combinação potencialmente letal (NELSON; COX, 2014). 
O estilo de vida sedentário, alimentação inadequada e o consequente aumento de 
peso na população mundial, tanto em adultos como em crianças, têm aumentado o 
número de casos de DM. A obesidade tem sido apontada como um dos principais 
fatores de risco para o DM tipo 2 (SILVA; MURA, 2010). 
A etiologia da obesidade é complexa e multifatorial, englobando causas 
genéticas, ambientais (estilo de vida) e fatores emocionais. A idade é um fator muito 
importante, pois existe uma redução no metabolismo basal conforme a idade aumenta 
(MARTINS & MARINHO et al., 2003). Outros fatores que contribuem para o 
sobrepeso e obesidade, estão a crescente substituição dos alimentos in natura ricos em 
fibras, vitaminas e minerais, por produtos industrializados, associado a um estilo de vida 
 
sedentário, favorecido por mudanças na estrutura de trabalho e avanços tecnológicos 
que,juntos, compõem o quadro dos principais fatores etiológicos da obesidade – doença 
metabólica crônica caracterizada pelo excesso de gordura corporal (GC) 
(SARTORELLI, 2003). 
Existem vários métodos utilizados para a avaliação do excesso de GC, sendo 
mais utilizado o índice de massa corporal (IMC), classificando-se com sobrepeso 
indivíduos que tiverem um IMC de 25 a 29,9 kg/m², e como obesos os indivíduos que 
tiverem seu IMC maior ou igual a 30 kg/m² (MUSSOI, 2014). O tecido adiposo, além 
do seu papel como depósito de energia, possui um potencial desencadeador de 
processos inflamatórios relacionados a problemas de saúde como o DM (SILVA; 
MURA, 2010). 
Os objetivos principais da terapia nutricional no DM são o de atingir e manter 
normais a glicemia, os lipídeos séricos e a pressão arterial. As dietas hipocalóricas estão 
associadas com um aumento da sensibilidade à insulina, e melhoria nos níveis de 
glicose sanguínea; e uma perda de peso moderada, tem-se mostrado eficiente para 
reduzir a hiperglicemia, a dislipidemia e a hipertensão, melhorando o controle 
metabólico a longo prazo (CUPPARI, 2014). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.1 Organograma 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fatores 
genéticos 
Resistência à 
insulina 
Fatores 
ambientais 
Hiperglicemia 
História familiar de diabetes 
História de doença vascular 
Idade avançada 
Obesidade 
Sedentarismo 
Pré-diabetes 
Intolerância à 
glicose 
Diabetes tipo 2 
SINTOMAS 
Hiperglicemia 
Fadiga 
Sede excessiva 
Poliúria 
CONSEQUÊNCIAS 
Falha renal 
Dano neural 
Ataques cardíacos 
AVC 
TRATAMENTO 
Mudança de estilo de vida 
Terapia nutricional 
Atividade física 
Médico (medicamentos) 
 
3. AVALIAÇÃO NUTRICIONAL 
 
3.1 Avaliação nutricional 
 
3.1.1 Antropometria 
 
Data: 19/03/2018 
Altura = 1,67m Peso com desconto da amputação = 82Kg 
IMC = 29,4kg/m2 → Sobrepeso 
 
3.1.2 Exames bioquímicos 
 
Exames Data 07/03/2018 
Data 
10/03/2018 
Data 
12/03/2018 
Data 
13/03/2018 
Data 
15/03/2018 
Data 
19/03/2018 
Eritrócitos 3,97 3,71 3,76 3,85 3,75 3,92 
Hemoglobina 11,3 10,2 10,5 10,7 10,4 11,2 
Hematócritos 33,5 31,1 31,6 32,1 31,4 32,9 
H.C.M. 28,5 27,5 27,9 27,8 27,7 28,6 
C.H.C.M. 33,7 32,8 33,2 33,3 33,1 34,0 
V.C.M. 84,4 83,8 84,0 83,4 83,7 83,9 
R.D.W. 14,6 14,9 14,9 14,7 14,8 15,0 
Leucócitos 9.730 13.600 9.850 9.580 9.860 5.780 
Bastonetes 10,00 10,00 10,00 10,00 10,00 3,50 
Segmentados 82,10 77,80 67,00 74,60 74,20 57,00 
Eosinófilos - - 0,10 0,10 0,10 4,00 
Basófilos 0,20 0,10 0,30 0,40 0,50 2,10 
Monócitos 2,90 4,90 7,70 3,90 3,90 7,60 
Linfócitos 4,80 7,20 14,90 11,00 11,30 25,80 
Plaquetas 192.000 241.000 276.000 312.000 282.000 217.000 
Creatinina 1,25 1,07 0,97 0,84 0,84 - 
Sódio 136,00 135,00 139,00 136,00 - - 
Potássio 4,50 3,70 3,90 3,70 - - 
Magnésio - - - 2,74 - - 
PCR 11,15 13,61 - 10,16 7,15 - 
Uréia - 54,00 48,00 - 36,00 - 
 
Paciente apresenta valor de hemoglobina abaixo do valor de referência (13,5 a 
18g/dl), podendo estar relacionado a anemia. Os valores de eritrócitos e hematócritos 
estão abaixo dos valores de referência (4,3 a 5,5 e 40% a 54%, respectivamente). 
Hematócrito reduzido pode representar anemia hemolítica, síntese deficiente de 
hemoglobina, deficiência de vitamina B12 e ácido fólico. O valor de PRC (Proteína C 
 
Reativa), de acordo com o valor de referência (>3) é de risco alto e indica algum 
processo inflamatório agudo, infecções e neoplasias, porém o último exame apresenta 
uma melhora em comparação aos demais exames realizados anteriormente. 
H.C.M., C.H.C.M. e o V.C.M. estão dentro dos valores de referência e não 
apresentam alterações nos exames realizados quase diariamente. O R.D.W. está acima 
do valor de referência (11,5 a 14,5), sendo frequentemente causada por uma deficiência 
nutricional de ferro, folato ou vitamina B12. 
Os Bastonetes e os Segmentados estão dentro dos valores de referência (3 a 5 % 
e 55% a 65%, respectivamente) conforme o último exame, mas nota-se que 
anteriormente os valores estavam acima da referência, portanto o paciente 
possivelmente apresenta uma melhora de alguma infecção bacteriana aguda (bastonetes) 
ou por bactérias e fungos (segmentados). 
Já os Basófilos e os Monócitos estão com os valores elevados em relação aos 
valores de referência (0% a 1% e 2% a 4%, respectivamente), aumentando a cada novo 
exame realizado. Valores de Basófilos elevados podem indicar que o sistema imune 
tenha detectado algum problema de alergia no organismo, ou uma possível inflamação 
prolongada como acontece, por exemplo, em casos de asma, rinite ou urticária. Valores 
elevados de Monócitos podem estar relacionados a infecções agudas, doença 
inflamatória ou até mesmo câncer. 
O sódio, potássio, magnésio e as plaquetas estão dentro dos valores normais de 
referência, não havendo nenhuma alteração significativa nos últimos exames. 
A Creatinina encontra-se dentro dos valores de referência (0,7 a 1,6), porém 
percebe-se que, nos dois últimos exames, houve uma diminuição dos valores, indicando 
uma possível perda de massa magra. 
Os valores de Uréia estão dentro dos valores de referência (10 a 40md/dl), 
entretanto os valores dos exames iniciais apresentavam valores elevados, indicando 
possíveis problemas renais devido a uma insuficiência renal, doença que prejudica a 
função dos rins e que surge devido a pressão alta, diabetes, infecções ou desidratação, 
por exemplo. 
(CALIXTO-LIMA; REIS, 2012) 
 
 
 
 
 
 
HEMOGLUCOTESTE 
Data HGT (mg/dL) Horário 
16/03 367 14:00 
17/03 149 08:20 
18/03 437 14:00 
19/03 209 20:00 
20/03 143 08:00 
21/03 342 14:55 
22/03 280 14:08 
23/03 213 20:03 
24/03 254 08:07 
25/03 437 20:40 
26/03 401 20:00 
27/03 437 13:48 
28/03 437 02:05 
 
 A avaliação da glicemia ao longo do dia é importante para o melhor controle 
glicêmico (CALIXTO-LIMA; REIS, 2012). Segundo os exames, o paciente encontra-se 
com a diabetes descompensada, com grandes variações no nível de glicemia durante o 
dia, com picos glicêmicos de até 437mg/dL nos últimos exames. 
 
 
3.1.3 Exames clínicos 
 
Pressão arterial: 160/90mmHg → Hipertensão estágio 2 (valor de referência de 
normalidade: 120/80mmHg) (SBC, 2016). 
F.C.: 84bpm 
F.R.: 23rpm 
SAT: 97% 
T: 35,1°C 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.1.4 Avaliação dietética 
 
Recordatório alimentar – Hábito domiciliar 
Refeição Alimentos Medida caseira Quantidade (g) 
Desjejum 
(10:30h) 
Fruta (banana ou maçã ou 
mamão) 1 unid./fatia 90g 
Café com leite integral 
Açúcar 
1 xícara 
1 col. sobremesa 
150ml 
5g 
Almoço (12h) 
Bolacha água e sal 10 unid. 50g 
Arroz branco 2 col. sopa 50g 
Feijão preto 1 concha média 110g 
Salada (beterraba, tomate, 
alface) A vontade 
Carne bovina 1 pedaço grande 80g 
Lanche da tarde 
(17h) Repete o desjejum 
Janta (19h) Repete o almoço 
Ceia (22h) Leite integral 1 copo americano 100ml 
 
VET 1329 kcal 
Carboidratos Proteínas Lipídeos Fibras 
181,66g (54%) 63,34g (19%) 41,55g (28%) 25,15g 
 
Vitaminas (mg/mcg) 
B1 B2 B3 B12 B6 Folato C E A 
Referência/Valor na dieta 
1,2 1,3 16 2,4 1,7 400 90 15 900 
1,31 1,51 19,66 4,53 0,89 17,69 39,38 1,3 83,61 
 
Minerais (mg/mcg) 
Ca Fe K Mg Mn Na P Se Zn 
Referência/Valor na dieta 
1200 8 4700 420 2,3 2300 700 55 11 
613,73 11,99 2506,57 255,81 1,92 1496,19 1061,46 50,22 13,99 
 
O recordatório alimentar foi feito conforme o hábito alimentar do paciente, 
porém estava incompleto e as quantidades foram aproximadas, para que se chegasse em 
um valor, no entanto este valor está subestimado visto que faltam informações no 
recordatório. 
A análise resultou em um Valor Energético Total (VET) de 1329kcal, com 
consumo de 54% de carboidratos, 19% de proteínas de alto e baixo valor biológico, e 
28% de lipídeos. Dieta hipocalórica, hipolipídica, hiperproteica, normoglicídica, com 
baixo consumo de fibras, vitaminas e minerais, visto que há pouco consumo defrutas, 
verduras e legumes, não sendo possível quantificar este valor, visto que foram dados 
 
não informados. Também não foi informado a quantidade de água ingerida no dia. A 
análise mostra que o paciente fica várias horas sem se alimentar, sendo que sua primeira 
refeição é as 10:30h. 
 
3.2 Diagnóstico nutricional 
 
Diagnóstico nutricional segundo a Associação Americana de Dietética (ADA) 
Domínio IN Diagnóstico 
Ingestão 
nutricional 
IN-1.5 
IN-2.2 
IN-3.1 
IN-4.1 
IN-5.4 
IN-5.5 
IN-53.4 
IN-53.5 
IN-54.1 
IN-55.1 
Ingestão excessiva de energia 
Ingestão oral excessiva de alimento/bebida 
Ingestão insuficiente de líquidos 
Ingestão insuficiente de substâncias bioativas 
Necessidade diminuída de calorias 
Desequilíbrio de nutrientes 
Ingestão irregular de carboidratos 
Ingestão insuficiente de fibras 
Ingestão insuficiente de vitaminas 
Ingestão insuficiente de minerais 
Nutrição clínica 
NC-2.1 
NC-2.2 
 
 
NC-3.3 
Alteração na utilização de nutrientes 
Alteração nos valores laboratoriais associados à 
nutrição: glicose, hemoglobina, creatinina, sódio, 
potássio 
Sobrepeso/obesidade 
Comportamento 
nutricional 
CN-1.1 
 
CN-1.3 
CN-1.4 
CN-1.5 
CN-1.6 
 
CN-1.7 
CN-2.1 
CN-2.5 
Despreparo de conhecimento sobre alimentos e 
nutrição 
Despreparo para mudança na dieta/estilo de vida 
Deficiência no auto monitoramento 
Distúrbio no padrão alimentar 
Adesão limitada às recomendações relacionadas com a 
nutrição 
Escolhas alimentares indesejáveis 
Inatividade física 
Qualidade de vida e nutrição deficientes 
(MARTINS, 2008 apud MUSSOI, 2016) 
 
3.3 Necessidades nutricionais 
 
3.3.1 NED 
 
EER para Adultos > 19 anos (homens) 
EER= 662 – (9,53 x idade) + A.F (15,91 + Peso) + (539,6 x altura) 
EER= 662 – 609,92 + 1.304,62 + 901,1 
EER= 2.257,8 kcal 
 
* Devido ao paciente estar com sobrepeso, fez-se a redução de 500 kcal/dia, resultando 
em uma necessidade energética diária de 1.800 kcal. Mantida até que se atinja o peso 
ajustado de 76,8Kg. 
* A fórmula utilizada foi escolhida por contemplar desde a faixa etária, peso e altura até 
nível de atividade física, sendo então uma das mais completas para este tipo de caso. 
 
3.3.2 Proteínas, lipídeos, carboidratos, fibras, micronutrientes e 
necessidade hídrica 
 
 Proteínas Lipídeos Carboidratos 
Kcal 328 450 1.022,4 
Gramagem 82 50 255,6 
% 18,2 25 56,8 
 
 EAR UL 
Vitamina C 75mg 2.000mg 
Vitamina D 10 mcg 100mcg 
Zinco 9,4 mg 40mg 
Sódio Até 2.000 mg - 
(IOM, 1997 in MUSSOI, 2016) 
Fibra alimentar: 30g/dia (SOB, 2016) 
Necessidade hídrica: 3,7 L/dia Conforme a AI para homens de 51 a 70 anos de idade 
(IOM, 2005 in MUSSOI, 2014). 
Os valores estabelecidos para macronutrientes e fibras foram baseados nas Diretrizes da 
Sociedade Brasileira de Obesidade (2015) e Sociedade Brasileira de Diabetes (2016). 
 
 
4. PRESCRIÇÃO DIETOTERÁPICA 
 
• Dieta hipocalórica, normoglicídica, normoproteica e nomolipídica; 
• Proteína: 1g/kg/peso 
• Via oral; 
• Volume reduzido 
• Consistência normal 
• Fracionamento: 5 refeições ao dia 
• 3,7 l/dia 
 
Segunda a Diretriz da Sociedade Brasileira de Diabetes (2017) as recomendações de 
micronutrientes para obesos e diabéticos é a mesma de uma pessoa saudável, no 
entanto, alguns nutrientes auxiliam especificamente no diabetes. 
Vitamina C: Alimentos com potencial efeito antioxidante podem reduzir o estresse 
oxidativo causado pelo DM. 
Vitamina D: Efeito positivo na sensibilidade à insulina, assim como a diminuição do 
estado inflamatório. 
Zinco: Possível regulação das funções das ilhotas pancreáticas e promoção da 
homeostase glicêmica. 
 
5. INTERAÇÃO DROGA X NUTRIENTE 
 
Nebulização com O2 -1,0000 unidade – inalatório 4H/4H com 3ml de SF e 30gts de 
ATROVENT: bronco dilatador de inalação oral. Este medicamento causa náusea, 
dispepsia. Não apresenta interação com alimentos. 
 
OMEPRAZOL – 40mg/IV- 1,0000 frasco ampola – EV – endovenosa 24H/24H: É um 
medicamento anti úlcera, antissecretório. Para administrar através da sonda pode abrir a 
cápsula e misturar com 40ml de suco de maçã. O uso dele diminui a absorção de ferro e 
de Vit B12. 
 
 
CLONAZEPAM – 0,5mg – 1,0000 comprimido – VO 24H/24H: É um anti 
convulsionante, anti pânico. Pode ser tomado com alimento para menor desconforto 
gastrointestinal; limitar a cafeína. 
 
CEFTRAXONA – 1g – 1,0000 frasco ampola endovenosa – 12H/12H: É um antibiótico 
antibacteriano. Tomar a suspensão com alimento para maior absorção. Se usar em forma 
de comprimido pode ser tomado sem alimento, porém com o alimento tem maior 
absorção. Na dieta considerar conteúdo de Na em dietas hipossódicas. Pode necessitar 
de aumento de Vit K ou suplemento. 
 
IPRATRÓPIO – 0,25mg/ml20ml – 1,0000 frasco inalatório 4H/4H 30gts na 
nebulização de 4H/4H: É um medicamento bronco dilatador, anticolinérgico. Deixa 
boca seca e paladar metálico/amargo, náusea, dispepsia, tontura, distúrbios visuais, 
palpitações, irritação. Causa retenção de urina. Não há interação com fármacos. 
 
ÁCIDO ACETILSALISÍLICO – 100mg – 2,0000 comprimido via oral – 24H/24H: É 
um medicamento analgésico, antitérmico; pode ser tomado com água ou com leite ou 
com alimento para diminuir o desconforto gastrointestinal, porém diminui a absorção do 
mesmo. Na dieta assegurar ingestão hídrica para uma boa hidratação. Aumentar a 
ingestão de alimentos ricos em Vit C e folato com doses altas e uso a longo prazo. 
Evitar ou limitar alho, gengibre e ginko. Limitar cafeína para menor efeitos 
gastrointestinais. 
 
ÓLEO MINERAL – 100ml – 1,0000 frasco via oral 8H/8H-20ml VO de 8H/8H: 
Laxante, lubrificante oral. Tomar com o estômago vazio 2 antes ou após as refeições e 
de vitaminas lipossolúveis. Dieta ricas em fibras com 1,5, 2,0L de líquidos /dia para 
prevenir obstipação. 
 
INSULINA NPH 100UI/ML – 10 ML-10,0000 Mililitro-subcutânea-24h/24ha: É um 
hipoglicemiante. Evitar ou usar álcool com precaução pois aumenta o efeito 
hipoglicemiante da insulina. 
 
 
CLINDAMICINA 150mg/ ml 4ml- Ampola endovenosa 6h/6h: É um antibiótico usado 
para tratamento de infecções graves hospitalares, o que acarreta na inibição da síntese 
proteica, e pode promover anorexia ou uma colite pseudomembranosa. 
 
DIMETICONA 75 mg / dl-VO 8h/8h: É um anti flatulência oral e deve se evitar bebidas 
carbonatadas e alimentos formadores de gases para prevenir a flatulência. 
 
HEPARINA 5.000 UI/ 25 ml. Ampola subcutânea 12h/12h: É um medicamento 
utilizado para inibição da coagulação do sangue, prevenindo e tratando trombolismo ou 
trombose profunda. Não há interação com os alimentos. Para as lactantes, o 
medicamento não é excretado no leite, mas ainda que raramente, pode causar na mãe 
que amamenta grave osteoporose e colapso vertebral. 
 
FUROSEMIDA 10 mg/ml 2ml 2,0000 Ampola endovenosa 6h/6h: É um anti-
hipertensivo, pode ser tomado com alimento ou leite para diminuir o desconforto 
abdominal. Pode causar anorexia, aumenta a sede, sorbitol em solução pode causar 
diarreia em altas doses. Limitar o uso de álcool, precaução na lactação e em diabéticos 
(aumenta a glicose). 
 
DIGOXINA 0.25 mg – VO 24H/24H: É um medicamento usado em pacientes com 
insuficiência cardíaca, interferindo no estado nutricional do paciente pois tem a ação de 
reduzir o apetite, podendo desencadear náuseas, vômitos e diarreias. 
 
ENALAPRIL 5 mg – V0- 12h/12h: É um anti-hipertensivo. Pode ser usado antes ou 
após as refeições. Não há interações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6. CARDÁPIO 
 
 
 
Orientações da dieta 
 
 Desjejum: O café com leite deve ser ingerido sem açúcar; 
 Colação: Amassar a banana com um garfo, colocar a aveia e salpicar canela por cima; 
 Almoço: A fruta (sobremesa) deverá ser ingerida sempre após a refeição principal, para que 
seu açúcar seja absorvido mais lentamente; 
 Lanche: A maçã com a casca deverá ser picada e misturada com o iogurte e a aveia; Jantar: A laranja deverá ser ingerida com o bagaço, retirar apenas a casca, deixando toda a 
parte branca. Ingeri-la após a refeição principal. 
 
 
 
Refeição Cardápio Ingredientes Medida Caseira Per capita 
Desjejum (8h) 
Sanduíche 
Pão de forma integral 2 fatias 50g 
Alface 2 folhas M 20g 
Tomate 2 fatias M 30g 
Queijo mussarela 1 fatia M 20g 
Manteiga sem sal 2 pontas de faca 6g 
Café com leite Café solúvel 1 col. café 5g Leite desnatado 1 xicara 150ml 
Colação (09:30h) Fruta com aveia 
Banana 1 unidade P 70g 
Aveia em flocos 1 col. sopa CH 20g 
Canela ½ cl chá 0,5g 
Almoço (11h) 
Arroz integral com 
milho 
Arroz integral 3 col. sopa CH 75g 
Milho verde cozido 1 col. sopa 24g 
Salada 
Cenoura crua ralada 2 col. sopa 24g 
Chuchu cozido 2 col. sopa 40g 
Couve manteiga refogada 3 col. sopa 40g 
Abóbora refogada 1 col. sopa CH 90g 
Carne Frango (peito, sem pele) 1 bife P 55g Óleo de soja 1 col. sopa 8ml 
Fruta (sobremesa) Mamão formosa 2 fatias P 200g 
Lanche (15h) Iogurte com fruta e aveia 
Iogurte natural desnatado 1 xícara 100ml 
Aveia em flocos 2 col. sopa 30g 
Maçã com casca 1 unidade M 90g 
Jantar (18h) 
Arroz integral Arroz integral 3 col. de sopa CH 75g 
Feijão preto Feijão preto 1 concha M CH 140g 
Carne Óleo de soja 1 col. sopa 8g Frango (peito, sem pele) 1 bife P 50g 
Salada mista Tomate 2 fatias M 30g Alface 2 folhas M 20g 
Fruta (sobremesa) Laranja com bagaço 1 unid. P 90g 
Ceia (20h) Bolacha água e sal Bolacha água e sal 5 unidades 6g Chá Chá de camomila 1 xícara 100ml 
 
Kcal total Proteína Carboidratos Gorduras totais Fibras 
1792 81,6g (18%) 254,3g (57%) 49,7g (25%) 46,38mg 
 
Micronutriente Prescrito Recomendado Adequação (%) 
Cálcio 920,43mg 1200mg 76,7 
Magnésio 423,65mg 320mg 132,3 
Manganês 4,21mg 1,8mg 233,8 
Fósforo 1237,52mg 700mg 176,7 
Ferro 9,78mg 8mg 122,2 
Sódio 851,24mg 1300mg 65,5 
Potássio 3345,50mg 4700mg 71,2 
Cobre 4,53mg 0,9mg 503,3 
Zinco 8,36mg 8mg 104,5 
Vitamina A 78,53mcg 700mcg 11,2 
Tiamina (B1) 2,31mg 1,1mg 210 
Riboflavina (B2) 1,16mg 1,1mg 105,4 
Piridoxina (B6) 0,55mg 1,5mg 3,7 
Niacina (B3) 17,25 14mg 123,2 
Vitamina C 303,53mcg 75mcg 404,7 
 
 
 
 
 
Alimento Medida caseira Alimento substituto Medida caseira 
Pão de forma integral 2 fatias Torrada integral 2 fatias 
Alface 2 folhas M Rúcula 6 folhas 
Tomate 2 fatias M Berinjela 2 fatias M 
Queijo mussarela 1 fatia M Queijo prato 1 fatia M 
Manteiga sem sal 2 pontas de faca Margarina sem sal 2 pontas de faca 
Café solúvel 1 col. café Cacau em pó 2 col. de café 
Leite desnatado 1 xicara Iogurte Light 1 copo 200 ml 
Banana 1 unidade P Maça 1 unid. P 
Aveia em flocos 1 col. sopa CH Granola 1 col. sopa CH 
Arroz integral 3 col. sopa CH Batata doce 2 pedaços M 
Milho verde cozido 1 col. sopa Mandioca 1 unid. P 
Cenoura crua ralada 2 col. sopa Abóbora 2 col. sopa 
Chuchu cozido 2 col. sopa Couve flor 2 col. de sopa 
Couve manteiga 3 col. sopa Brócolis 3 flores 
Abóbora refogada 1 col. sopa CH Abobrinha 2 rodelas 
Frango 1 bife P Bife de gado 1 bife P 
Óleo de soja 1 col. sopa Óleo de canola 1 col. sopa 
Mamão formosa 2 fatias P Goiaba 1 unid. M 
Maçã com casca 1 unidade M Pera 1 unid. M 
Feijão preto 1 concha M CH Lentilha 1 concha M CH 
Laranja com bagaço 1 unid. P Limão 1 unid. P 
Bolacha água e sal 5 unidades Biscoito integral trigo 5 unidades 
Chá de camomila 1 xícara Chá de Cidreira 1 xícara 
 
7. JUSTIFICATIVA DA DIETOTERAPIA 
 
A dietoterapia é um dos aspectos mais importantes no tratamento de um paciente 
diabético, devido a isso, é importante considerar todos as patologias associadas para um 
planejamento dietoterápico adequado. 
A partir do diagnóstico de sobrepeso, torna-se fundamental a manutenção de 
uma perda de peso modesta e gradual. Uma perda de 5% do peso inicial tem 
demonstrado bons resultados no controle glicêmico e na redução da necessidade de 
medicamentos antidiabéticos, além disso, intervenções mais intensivas com dietas de 
valor energético muito baixo apesar de promover uma perda de peso inicial de 10 a 
15%, provocam um ganho de peso mais frequente após o termino do tratamento 
(DIRETRIZES DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2017). 
Diante disso e conforme os protocolos de perda de peso em pacientes com 
diabetes, foi elaborado uma dieta hipocalórica com uma redução de 500 kcal/dia a partir 
da necessidade energética calculada, essa redução é indicada para indivíduos com IMC 
entre 27 e 35 kg/m². 
O indivíduo com diabetes e hipertensão apresenta um universo de mecanismos 
fisiopatológicos que o estratifica como de maior risco cardiovascular e renal. Nesse 
contexto, se agregam outras condições mórbidas como obesidade, dislipidemia, apneia 
do sono, entre outras que amplificam as chances de agravos à saúde (DIRETRIZES DA 
SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2017). Diante, disso, o plano alimentar 
elaborado com uma dieta hipossódica fez-se necessário para a melhora da qualidade e 
expectativa de vida do paciente. 
 
Carboidratos 
 As recomendações de carboidratos para diabéticos são semelhantes às 
definidas para a população geral, no entanto, alguns estudos indicam melhora do 
controle glicêmico e da sensibilidade à insulina ao comparar dietas com baixa e 
alta concentração de carboidratos, reforçando que dietas com 
baixo teor deste nutriente podem ser benéficas. Em contrapartida, outros estudos 
apontam que não há diferença no controle glicêmico de indivíduos em dieta reduzida de 
carboidratos. Apesar disso, é consenso que a qualidade e a quantidade dos carboidratos 
consumidos afetam a resposta glicêmica e, também, que a observação do IG e da CG 
 
pode trazer benefícios adicionais quando o total de carboidratos da refeição é 
contabilizado (DIRETRIZES DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2017). 
 O plano alimentar é composto por uma dieta normoglicídica, priorizando 
carboidratos complexos, sendo que as fontes desse nutriente na dieta estão presentes no 
macarrão integral, arroz, pão integral, aveia, bolacha de água e sal, leite, banana e 
laranja. 
 
Proteínas 
Não há evidências de que a ingestão proteica usual para a 
maioria dos indivíduos (1 a 1,5g por kg de peso corporal/dia), representando 15 a 20% 
da ingestão total de energia, precise ser modificada para aqueles com diabetes e função 
renal preservada. A prescrição de proteína deve ser individualizada, considerando-se o 
diagnóstico nutricional e o controle glicêmico. Além disso, essa ingestão em gramas por 
kg/dia deve ser mantida ou aumentada com dietas de baixo consumo energético 
(DIRETRIZES DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2017). 
O plano alimentar é composto por uma dieta normoproteica, com valores 
estabelecidos a partir de cálculo de 1g/kg/peso. A dieta é constituída por proteínas de 
alto e baixo valor biológico, sendo que as principais fontes na dieta são o frango, feijão, 
iogurte, queijo e leite. 
 
Lipídios 
A recomendação da quantidade de lipídios para diabéticos ainda é incerta, 
devendo ser individualizada, sendo assim, a distribuição desse macronutriente deve ser 
baseada, portanto, na avaliação individualizada e em padrões alimentares, preferências e 
metas metabólicas. De acordo com a IOM, a ingestão de lipídios deve ser composta por 
ácidos graxos monoinsaturados e poli-insaturados em maior oferta, além disso, o 
consumo de ácidos graxos ômega-3 está associado a uma menor incidência de DM2 
(DIRETRIZES DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2017). 
Devido ao fato dessa recomendação ser individualizada, é importante considerar 
que o paciente que apresenta sobrepeso e obesidade não deve consumir um excesso de 
lipídios. Diante disso, foi elaborado uma dieta normolipídica, tendo como principais 
fontes o óleo de soja, queijo, leite, iogurte e frango. 
 
 
 
Micronutrientes 
As recomendações de micronutrientes para diabéticos são as mesmas de pessoal 
sem diabetes. A deficiência de vitaminas e minerais é frequente em indivíduos com 
diabetes, sendo que as principais causassão perdas na urina, diminuição da capacidade 
intestinal de absorção e baixa ingestão dietética. Para atingir as necessidades diárias de 
vitaminas e minerais, indivíduos com diabetes devem ter um plano alimentar variado, 
com o consumo mínimo de duas a quatro porções de frutas, sendo pelo menos uma rica 
em vitamina C (frutas cítricas), e de três a cinco porções de hortaliças cruas e cozidas 
(DIRETRIZES DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2017). 
Tratando-se de suplementação, não existem evidências sobre os benefícios da 
suplementação de vitaminas e minerais para diabéticos em comparação com a 
população geral, a não ser que se tenha uma deficiência subjacente (MAHAN; 
ESCOTT-STUMP; RAYMOND, 2013). 
 
Vitamina C 
Estudos mostram benefícios de alimentos funcionais com potenciais efeitos 
antioxidantes. Experimentalmente, a modulação do estresse oxidativo por antioxidantes 
parece ter resultado positivo, mas estudos de intervenção não recomendam 
suplementação de antioxidante com o único propósito de prevenir o DM2. Uma 
alimentação rica em frutas e hortaliças pode proporcionar melhor combinação de 
antioxidantes (DIRETRIZES DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2017). 
A vitamina C pode ser encontrada no plano alimentar em maior quantidade no suco de 
laranja. 
 
Vitamina D 
A deficiência de vitamina D também é evidente em indivíduos com diabetes e 
está relacionada com o mau controle glicêmico. Os efeitos positivos 
da vitamina D seriam a sensibilidade à insulina e a sua secreção, bem como a 
diminuição do estado inflamatório (DIRETRIZES DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE 
DIABETES, 2017). Como fontes dessa vitamina na dieta estão presentes a carne de 
frango, iogurte e queijo. 
 
 
 
 
Zinco 
Com relação aos minerais, as deficiências são mais evidentes no metabolismo do 
zinco e do magnésio. Essas alterações parecem estar relacionadas com aumento das 
concentrações de HbA1c, progressão do diabetes e complicações. O zinco parece 
regular a função das ilhotas pancreáticas e promover a homeostase glicêmica. A 
suplementação de zinco traz benefícios ao controle glicêmico de indivíduos com DM1 e 
DM2, no entanto, indivíduos com diabetes sem deficiência de zinco não apresentam 
efeitos adicionais da suplementação (DIRETRIZES DA SOCIEDADE BRASILEIRA 
DE DIABETES, 2017). No plano alimentar o zinco está presente na carne de frango, 
iogurte e queijo. 
 
Magnésio 
O magnésio tem a função de modular o transporte de glicose por meio das 
membranas, envolvendo-se em diversas ações enzimáticas que influenciam na oxidação 
da glicose, e pode sua deficiência contribuir para resistência à insulina. Além disso, a 
deficiência de Mg é preditora de diabetes, pois a hipomagnesemia tem 
sido relatada em 25 a 47% dos diabéticos (COZZOLINO, 2012). O magnésio pode ser 
encontrado no plano alimentar através do frango, leite, aveia, pão integral e feijão. 
 
Ferro 
Estudos relatam que uma concentração de ferro aumentada, junto com a 
hipoglicemia e resistência à insulina podem estar relacionados com o 
desenvolvimento de diabetes. Uma das sugestões seria a deposição direta de ferro na 
célula β pancreática, assim aumentando as espécies relativas de oxigênio, o que pode 
prejudicar a secreção de insulina pelo pâncreas (COZZOLINO,2012). Esse nutriente 
está disponível na dieta no frango, aveia, feijão e couve. 
 
Cálcio 
Estudos recente sugerem que uma alta ingestão de cálcio vem sendo relacionada 
com a perda de peso. Vários estudos apontam que a ingestão de cálcio está associada à 
redução de massa gordo ou do peso corpóreo. 
Apesar dos estudos não demonstrarem efeitos do cálcio sobre o gasto energético 
total (GET), um aumento da oxidação de gordura tem sido um mecanismo proposto 
para explicar o impacto do cálcio da dieta ou de produtos lácteos sobre a massa gorda 
 
corporal (COZZOLINO, 2012). Esse nutriente pode ser encontrado na dieta através do 
queijo, leite e pão integral. 
 
8. CONDUTA 
 
Solicita-se exames de glicemia capilar para um controle intensivo da glicemia, 
além de um hemograma completo, transferrina, Vitaminas B12 e B9. A terapia 
nutricional oral sugerida deve ser mantida, juntamente com um aconselhamento sobre o 
tratamento geral da doença. 
Sugere-se que o paciente tenha acompanhamento com um dermatologista para 
tratamento da erisipela bolhosa, pneumologista para DPOC, e um psicólogo, para 
tomada de ações benéficas para mudanças de hábitos que venham a melhorar sua 
qualidade de vida. 
 
 
9. EVOLUÇÃO EM PRONTUÁRIO (SOAP) 
 
S: A. E. S. S., sexo masculino, internado por DPOC. Relata ser hipertenso, diabético e 
ter sofrido infarto agudo do miocárdio há 2 anos. Relata também que a amputação da 
perna esquerda na região da tíbia há 1 ano e dedão do pé direito há 6 meses, é em 
decorrência da DM e orelha direita por neoplasia há 8 anos. 
 
 O: O paciente possui marcapasso, stent nas pernas e possui erisipela bolhosa na região 
posterior da perna direita. O paciente apresenta IMC = 29,4kg/m2, indicando sobrepeso. 
Peso atual com desconto da amputação 82Kg e altura de 167cm, peso ideal 61,3kg e 
peso ajustado de 76,82kg, % adequação do peso refere-se a 133,76%, resultando em 
obesidade. Nos exames bioquímicos a hemoglobina, eritrócitos e hematócritos estão 
abaixo do valor de referência, o valor de PRC é >3, o RDW está acima do valor de 
referência. Os basófilos e monócitos estão elevados em relação aos valores de 
referência. 
 
A: Segundo IMC paciente está com sobrepeso, e de acordo com seu recordatório 
alimentar o paciente consome uma dieta de 1329kcal, hipocalórica, hipolipídica, 
hiperproteica e normoglicídica (com consumo de CHO simples), baixo consumo de 
fibras, vitaminas e minerais, e baixo consumo hídrico. Os valores da hemoglobina baixa 
 
indicam anemia, os eritrócitos e hematócritos abaixo dos valores de referência indicam 
anemia, podendo também indicar deficiência de Vit. B12 e ácido fólico. O valor de PCR 
(>3) é de risco alto, podendo estar relacionado com algum processo inflamatório e a 
neoplasia da orelha direita. R.D.W acima do valor de referência pode estar relacionado 
com alguma deficiência nutricional como o ferro. Os basófilos e monócitos elevados 
podem estar relacionados com algum processo infeccioso ou de inflamação, até mesmo 
neoplasias. 
 
P: Dieta via oral, consistência normal, volume normal com VCT 1800kcal, dieta 
hipossódica, hipocalórica, normoglicídica (58,6%), normoproteica (1 – 1,5g/kg peso, 
18,2%, normolipídica (25%), fibra alimentar 30g/dia, micronutrientes importantes: 
vitamina C: 75mcg, vitamina D: 10mcg, zinco: 9,4mg, sódio: até 2000mg. 
Fracionamento de 5 a 6 refeições ao dia, ingestão hídrica 2,5 litros. Solicita-se exames 
mais detalhados para detectar o tipo de anemia que o paciente possui. 
 
10. ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS 
 
 O fracionamento da alimentação é fundamental. Procure realizar de 5 a 6 
refeições/dia; 
 Mastigue bem os alimentos e aprenda a saboreá-los: a mastigação estimula o 
centro da saciedade; 
 Evite o consumo de açúcar, mel, doces de modo geral, refrigerantes e produtos 
industrializados; 
 Consuma fibras, que diminuem a velocidade de absorção dos carboidratos, 
ajudando a controlar a glicemia; 
 Evite o consumo de bebidas alcóolicas; 
 Procure comer frutas e verduras diariamente; 
 Ingira água diariamente; 
 Dê preferência a alimentos integrais; 
 Diminua o consumo de sal, troque por temperos naturais; 
 O consumo diário de frutas é essencial para se obter nutrientes necessários, mas 
não exagere nas quantidades, pois elas possuem “frutose”, uma forma de 
carboidrato que também eleva a glicemia. 
 
 
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