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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE CIÊNCIAS NATURAIS E EXATAS DEPARTAMENTO DE QUÍMICA FÍSICO-QUÍMICA EXPERIMENTAL II Prática nº 11: Determinação do volume parcial molar Alunas: Alice Visentini e Tâmie Duarte 14 de novembro de 2019 Santa Maria/RS SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO........................................................................................................ 2. OBJETIVO.................................................................................................................. 3. MATERIAIS E MÉTODOS.......................................................................................... 3.1 Equipamentos............................................................................................................... 3.2 Reagentes...................................................................................................................... 3.3 Procedimento experimental........................................................................................ 4. RESULTADOS.............................................................................................................. 5. DISCUSSÕES E CONCLUSÃO.................................................................................... Referências.......................................................................................................................... 3 4 4 4 4 4 5 5 7 9 1. INTRODUÇÃO ' Muitas aplicações da termodinâmica tratam de processos que envolvem misturas de vários componentes, sejam gasosos ou líquidos. Em virtude da composição destes sistemas se modificarem em decorrência da transferência de massa, ou da reação química, ou das interações intermoleculares entre os componentes, a descrição termodinâmica do sistema deve levar em conta a influência da composição nas suas propriedades assim como a temperatura e a pressão. 1 Há uma classe de propriedades termodinâmicas conhecidas como propriedades parciais, que trazem uma relação fundamental entre propriedade para soluções homogêneas com composição variável. Em uma solução líquida de etanol e água, por exemplo, tem-se o volume parcial molar do etanol e o volume parcial da água na solução, e seus valores, em geral, são diferentes dos volumes molares do etanol puro e da água pura, nas mesmas condições de temperatura e pressão. 1 A razão para essa diferença é que o volume ocupado por um dado número de moléculas de água depende das moléculas que as rodeiam. O volume molar parcial de um componente numa solução varia com a composição da solução porque o ambiente de cada tipo de molécula muda com a composição da solução, o que resulta numa variação das forças intermoleculares. 2 De maneira geral, podemos dizer que uma grandeza parcial molar é a contribuição (por mol) que uma substância faz a uma propriedade total da mistura. A grandeza parcial molar que melhor ilustra esse conceito é a o volume parcial molar de uma substância. Temos que ter em mente que apesar de 1 mol de uma substância, quando pura, ter o seu volume característico, 1 mol dessa mesma substância quando parte de uma mistura com outra substância pode contribuir diferentemente para o volume total da mistura. A princípio isso pode parecer estranho; pois como pode uma substância que ocupa um dado volume quando misturada a outra pode resultar numa contribuição diferente ao volume total da mistura? Temos que levar em conta que a moléculas interagem de modo distinto quando estão na sua forma pura e nas misturas. 3 Volumes parciais molares são grandezas muito apropriadas para tratamento de misturas reais, incluindo soluções, o qual os volumes dos componentes iniciais não se comportam de maneira linear a contribuição ao volume final. Portanto, no estudo de soluções a propriedade parcial molar é muito importante, pois pode ser vista como a contribuição específica da substância i para a propriedade total da solução, como mostra a equação (1): Onde M t representa qualquer propriedade termodinâmica extensiva variando o número de mols do componente i e os outros parâmetros constantes. A propriedade parcial molar é uma função resposta, representando a variação da propriedade total M t devida à adição, a temperatura e pressão constantes, de uma quantidade diferencial da espécie i a uma quantidade finita de solução. 1,3 Considerando que o volume total V de uma mistura binária é uma propriedade extensiva e a mistura contém n1 moles do componente 1 e n2 moles do componentes 2, então os volumes molares parciais V1 e V2 determinados pelas equações (2) e (3): 2. OBJETIVO Determinar os volumes parciais molares dos componentes de misturas binárias formadas por água e álcool em diferentes frações molares. 3. MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 Equipamentos 8 Balões volumétricos com tampa Provetas de 50 e 100 mL Cronômetro Balança Analítica 3.2 Reagentes Solução de etanol comercial H2O destilada 3.3 Procedimento experimental Numeraram-se oito balões, os quais foram pesados. Adicionou-se certa quantia de água destilada (apresentadas na tabela dos resultados), e pesaram-se novamente. Adicionou-se etanol de forma que completassem 100 mL até a marca do menisco. Os balões foram bem agitados e deixados em repouso por 10 minutos, então pesados pela ultima vez. 4. RESULTADOS Balão Massa do balão (g) Volume de água (mL) Massa do balão com água (g) Massa do balão com água e etanol (g) 1 45,989 0 126,229 2 59,626 10 69,454 142,087 3 50,87 20 70,534 135,757 4 43,017 40 82,592 132,25 5 66,126 50 115,867 157,758 6 63,194 60 122,812 156,224 7 42,325 80 121,579 137,832 8 47,342 100 146,3 Para cada balão repetiu-se os seguintes cálculos: Cálculo do número de mols H2O: 1 mol H2O - 18g X mol - Y(massa balão com água – massa balão) g Balão 2: massa balão com água – massa balão = 9,828 g 1 mol H2O - 18g X mol H2O - 9,828 g X= 0,546 mol H2O Cálculo do número de mols EtOH: 1 mol EtOH – 46 g X mol – Y (massa balão água e etanol – massa balão água) g Balão 2: massa balão água e etanol – massa balão água= 72,633 g 1 mol EtOH - 46 g X mol EtOH - 72,633 g X=1,579 mol EtOH Cálculo da fração molar H2O: XH2O= nH2O / nH2O + nEtOH Balão 2: XH2O= 0,546/(0,546+1,579) = 0,257 Cálculo da fração molar EtOH: XEtOH= 1-XH2O Balão 2: XEtOH= 1-0,257 = 0,743 Cálculo do volume molar médio da solução: Vm= Va+Xb (dVb/dXb) Balão Nº mols água Nº mols etanol Fração molar água (Xa) Fração molar etanol (Xb) Volume molar médio da solução (Vm) Volume molar médio da água (Va) Volume molar médio do etanol (Vb) 1 0 1,744 0 1 56,929 17,786 56,929 2 0,546 1,579 0,257 0,743 47,05 17,966751 57,115919 3 1,0924 1,418 0,435 0,565 39,84 17,724205 56,877645 4 2,1986 1,080 0,67 0,329 30,5 17,621953 56,74189 5 2,7634 0,911 0,752 0,248 27,21 17,502536 56,663584 6 3,312 0,726 0,82 0,179 24,76 17,753403 56,87694 7 4,403 0,353 0,926 0,074 21,03 18,133418 57,298642 8 5,497 0 1 0 17,783 17,783 56,95 y = 39,145x + 17,783 R² = 0,9998 0 10 20 30 40 50 60 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 Volume molar médio x fração molar do etanol y = -39,167x + 56,929 R² = 0,9994 0 10 20 30 40 50 60 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 V o lu m e m o la r m éd io Xágua Volume molar médio x fração molar da água 56,6 56,7 56,8 56,9 57 57,1 57,2 57,3 57,4 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 Vb x Xb 5. DISCUSSÕES E CONCLUSÃO Analisando as tabelas, percebe-se que o volume parcial molar é maior quanto maior a fração molar do etanol e diminui conforme o aumento da quantidade de água presente nos balões (fração molar da água). Nota-se que não sedeterminou o volume parcial molar para o balão 1 por se tratar de etanol puro, portanto, sendo igual ao volume molar puro, bem como do balão 8, por se tratar de água pura. Observando os dois gráficos plotados, percebe-se que ambos possuem um mesmo coeficiente de determinação (r²= 0,9998 e 0,9994), indicando que tanto a fração molar do etanol quanto a da água relacionam-se linearmente com o volume parcial molar. Quanto ao coeficiente angular, percebe-se que os dois são iguais em módulo, porém apresentam sinais contrários (39,145x;-39,145x), isso se deve ao fato da fração molar do etanol diminuir à mesma proporção que a fração da água aumenta, resultando em variações iguais em módulo do volume molar. Os coeficientes lineares das duas equações das retas representam o volume molar quando a fração molar da espécie é zero. Nesse ponto, a fração molar da outra espécie é igual a 1, indicando que o volume molar real da mistura é igual ao volume molar de tal substância pura. Comparando-se com os valores encontrados na literatura (Água: 18,046 cm³/gmol; Etanol: 58,392 cm³/gmol), percebe-se que os encontrados estão próximos (Água: 17,783 cm³/gmol; Etanol: 56,929 cm³/gmol), validando o método utilizado. Quanto ao volume parcial molar da água e do etanol, percebe-se que (analisando da direita para a esquerda) este diminui com a diminuição da sua fração molar, 17,4 17,5 17,6 17,7 17,8 17,9 18 18,1 18,2 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 Va x Xa atingindo seu valor mínimo próximo de 0,25, passando a aumentar, chegando a ser maior que o volume molar da substância pura a partir de frações menores que 0,1. A partir dos dados coletados, dos cálculos feitos e dos resultados discutidos, pode-se concluir que a prática atingiu seu objetivo de forma satisfatória. Pode-se determinar o volume parcial molar da água e do etanol para os 8 balões, encontrando-se valores plausíveis para cada mistura. Referências [1] SMITH, J. M.; VAN NESS, H. C.; ABBOTT, M. M. Introdução à termodinâmica da Engenharia Química. LTC, 7ª ed., 2000. [2] SCHÄFER, W; KLUNKER, J.; SCHELE NZ, T.; MÉIE R, T.; SYMONDS, A. P. Series of publications. Laborator y Experiments Chemistry. Göttinger, 1ª ed., 1995. [3] ATKINS, P. e JONES, P. Físico - Química: Fundamentos. LTC. 5ª ed., 2011.
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