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1 Tecnologias Educacionais Aplicadas ao Trabalho Psicopedagógico Prof. Antônio Palmeira de Araújo Neto Profa. Edna Genghini PROFESSOR-AUTOR Antônio Palmeira de Araújo Neto é mestre em Engenharia de Produção pela Universidade Paulista – Unip (2013). Especialista em Gestão da Tecnologia da Informação pelo Centro Universitário UNINASSAU em Pernambuco (2010). Engenheiro de Telecomunicações pela Universidade de Pernambuco (2008). Profissional certificado em ITIL v3 Foundation e COBIT v4.1 Foundation. Professor de disciplinas de Tecnologia da Informação dos cursos de graduação (presencial e a distância) em Gestão de TI do Centro Universitário do Senac. Professor de disciplinas de Tecnologia da Informação e Redes de Computadores na Universidade Paulista – Unip. Professor de disciplinas técnicas de Telecomunicações do Instituto Técnico de Barueri. Tem experiência de mais de dez anos em Gestão e Governança de TI e na prestação de serviços de TI a empresas do segmento financeiro e concessionárias de serviços de telecomunicações. PROFESSORA COLABORADORA/COORDENADORA Edna Barberato Genghini é professora universitária desde 2002. Atualmente na função de coordenadora para todo o Brasil de três cursos em nível de pós-graduação lato sensu: em Psicopedagogia Institucional, Docência para o Ensino Superior e Formação em Educação a Distância pela Universidade Paulista – Unip-EaD, onde também atua como professora adjunta nas modalidades SEI e SEPI. É diretora e psicopedagoga da Mentor Orientação Psicopedagógica Ltda. Me. desde 1991. Possui graduação em Economia Doméstica – Faculdades Integradas Teresa D’Ávila de Santo André (1980), graduação em Pedagogia pela Universidade Guarulhos (1985), pós-graduação em Psicopedagogia pela Universidade São Judas (1987), mestrado em Ciências Humanas pela Universidade Guarulhos (2002) e pós-graduação lato sensu em Formação em Educação a Distância pela Unip (2011). É autora e coautora de livros-texto para cursos de pós-graduação lato sensu em Psicopedagogia Institucional, Docência para o Ensino Superior e Formação em Educação a Distância da Unip-EaD. Áreas de interesse: neurociências – educação inclusiva – psicopedagogia clínica e institucional – formação e gestão em educação a distância – formação de docentes para o ensino superior. SUMÁRIO APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................... 4 UNIDADE I .............................................................................................................................................. 6 1. INTRODUÇÃO ÀS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO ......................... 6 1.1 Histórico das tecnologias da informação e da comunicação ..................................................... 6 1.2 Conceitos básicos de tecnologias da informação e da comunicação ........................................ 9 1.2.1 Infraestrutura de TI ................................................................................................................... 11 1.2.2 Hardware .................................................................................................................................. 12 1.2.3 Computadores .......................................................................................................................... 16 1.2.4 Software ................................................................................................................................... 17 1.2.5 Banco de dados ....................................................................................................................... 20 1.2.6 Redes de computadores .......................................................................................................... 23 UNIDADE II ........................................................................................................................................... 26 2. FERRAMENTAS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO UTILIZADAS NAS ORGANIZAÇÕES 26 2.1 Aplicações utilizadas nas organizações ................................................................................... 26 2.2 Inteligência artificial .................................................................................................................. 28 2.3 Tecnologias de redes e a internet ............................................................................................ 30 2.4 Sistemas de informação ........................................................................................................... 31 2.5 Microsoft Excel ......................................................................................................................... 34 2.5.1 Introdução................................................................................................................................. 34 2.5.2 Iniciando o uso da planilha ....................................................................................................... 39 UNIDADE III .......................................................................................................................................... 47 3. AS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO E O PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM .................................................................................................................................. 47 3.1 Histórico da tecnologia na educação ....................................................................................... 47 3.2 As novas tecnologias educacionais ......................................................................................... 49 3.3 Tecnologias assistivas .............................................................................................................. 51 3.4 Os professores e o uso das novas tecnologias ........................................................................ 53 3.5 O computador e a alfabetização .............................................................................................. 55 3.6 Processo de aprendizagem utilizando games.......................................................................... 55 3.7 Educação a distância ............................................................................................................... 56 3.7.1 Histórico da educação a distância ........................................................................................... 56 3.7.2 Ambientes virtuais de aprendizagem (AVAs) ........................................................................... 59 3.7.3 Fórum de discussão ................................................................................................................. 62 3.7.4 Chat .......................................................................................................................................... 64 3.7.5 Videoaulas e as videoconferências .......................................................................................... 65 UNIDADE IV .......................................................................................................................................... 67 4. TECNOLOGIAS APLICADAS AO TRABALHO PSICOPEDAGÓGICO ..................................... 67 4.1 A psicopedagogia e o psicopedagogo ..................................................................................... 67 4.2 Tecnologias aplicadas .............................................................................................................. 68 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................... 77 4 APRESENTAÇÃO As tecnologias da informação e da comunicação são ferramentas fascinantes, principalmente nos dias de hoje. Não há como não as contemplar em todas as áreas da vidadas pessoas na sociedade. Antes privilégio de poucos, essas tecnologias têm sido desmistificadas, apresentando-se cada vez mais como um ferramental extremamente comum e útil em diversas organizações, negócios e no nosso cotidiano, reinventando processos, contribuindo com a disseminação do conhecimento e contribuindo para que o mundo fique interconectado, em todos os sentidos. Fomentando a disseminação do conhecimento e universalizando a educação, a TI tem apoiado os processos de ensino e de aprendizagem, como base para a educação a distância, proporcionando grande oportunidade de disseminação de informações que favorecem a construção de processos pedagógicos inovadores. Quando mencionamos “tecnologias da informação e da comunicação”, o que queremos dizer? Quais são essas tecnologias? Muitos são os recursos que suportam toda a assim chamada infraestrutura TI, composta eminentemente por hardware, software, bancos de dados e redes computadores. Uma das grandes chaves do sucesso no uso da TI é descobrir como utilizar todas estas “peças” da infraestrutura de modo estratégico visando agregar valor ao dia a dia das pessoas. Conhecer e entender TI não é fácil, porque nesta área tudo se atualiza muito rápido. Logo as tecnologias ficam obsoletas. Por isso a importância da busca constante do conhecimento em TI (ARAÚJO NETO, 2015, p. 9). Quaisquer profissionais nos dias de hoje, principalmente da área de educação, precisam estar abertos para dominar as tecnologias, compreendê-las e assim utilizá-las, visando à melhoria dos seus processos diários. O objetivo deste componente curricular é conhecer o histórico das tecnologias da informação e da comunicação, reconhecendo a importância destas tecnologias no processo de ensino e aprendizagem. Também se pretende identificar ferramentas de TI que podem ser utilizadas nas organizações e no trabalho do psicopedagogo. Este material textual foi dividido em quatro unidades. A unidade I apresenta uma introdução geral sobre o histórico e a introdução às tecnologias da informação e da comunicação, buscando-se conhecer a infraestrutura de TI como um todo. A unidade II apresenta um conjunto de ferramentas de TI utilizadas nas organizações, dentre elas o computador, as aplicações, a inteligência artificial, os sistemas de informação e as planilhas eletrônicas. A unidade III aborda as tecnologias da informação e da comunicação e o processo de ensino e aprendizagem. Também nesta mesma unidade, destaca-se a importância da EaD no processo de ensino e aprendizagem. 5 A unidade IV é um pouco mais específica e apresenta as tecnologias aplicadas ao trabalho do psicopedagogo. Esperamos que você tenha uma boa leitura e se sinta motivado a ler e conhecer mais sobre tecnologia da informação e como aplicá-la em seu dia a dia de psicopedagogo. Boa leitura! 6 UNIDADE I 1. INTRODUÇÃO ÀS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO O primeiro grande desejo do homem era o de fazer cálculos com rapidez. Por volta de 2000 a. C. se encontra o marco inicial dos dispositivos calculadores, com o surgimento do ábaco. Esse primeiro dispositivo calculador utilizava varetas deslizantes com contas de madeira para fazer cálculos binários. O significado do nome computador é calculador. Por isso, convém referir-se a uma calculadora como um computador, compreendendo-se o significado de seu nome. 1.1 Histórico das tecnologias da informação e da comunicação Após o surgimento do ábaco, é possível também considerar outros artefatos com praticamente a mesma finalidade de efetuar cálculos, mas sustentados por novas tecnologias. Isso bem antes do computador com características modernas que se conhece nos dias de hoje. Próximo ao século XIX, verifica-se já o surgimento de tecnologias de comunicação, tais como o telégrafo e o telefone, além do uso acelerado da energia elétrica e da própria lâmpada. Já no século XX, impulsionada pela Primeira e Segunda Guerras Mundiais, percebe-se grande evolução das tecnologias, principalmente das tecnologias de informação com características ainda rústicas. 7 É comum conceber a evolução da informática como a evolução do computador, embora as tecnologias da informação sejam mais amplas do que o computador. A informática ou, podemos assim dizer, a tecnologia da informação (TI), começou a ser utilizada pelas organizações, por volta da década de 1960, a partir dos famosos mainframes. Estes eram computadores de grande porte, com alto poder de processamento centralizado e extremamente caros, além de se apresentarem com poucas opções tecnológicas. Nesse período inicial, a área de TI das organizações objetivava apenas o fornecimento de recursos para suportar o controle operacional de forma centralizada. Era comum referir-se à área de TI como área de CPD, que significa Centro de Processamento de Dados. O CPD tinha como finalidade suportar esse processamento centralizado e manter os terminais de computadores operando de forma adequada. É comum observar também, nesse contexto, que o desenvolvimento de aplicativos e de soluções tecnológicas, baseado no uso de computadores, ainda era muito incipiente e com estruturas tímidas. Utilizavam-se rotinas praticamente “artesanais” para a criação de recursos tecnológicos e de programas capazes de atender às necessidades dos negócios. Vale salientar também que, nesse período, as ferramentas tinham uma valorização superior quando comparadas aos processos, de forma que os processos sempre tinham de se adaptar às ferramentas. É na década de 1970 que se começa a mencionar o uso dos primeiros Sistemas de Informação (SI), nos ambientes empresariais, gerando grandes benefícios para os negócios das organizações. A TI recebe grande importância e começa-se a perceber, naquele momento, que ela é um recurso organizacional importante, inclusive para a tomada de decisão. Eleva-se, assim, a TI, de um simples recurso de operação, a uma ferramenta fundamental para a tomada de decisão, além de sua contribuição para a inovação e a aprendizagem. A década de 1980, caracterizada por grandes mudanças e por quebra de paradigmas, é muito afetada pela ideia de globalização e de internacionalização. Esse período favorece uma profissionalização da área de TI, trazendo novidades nunca antes vistas, tais como as terceirizações, a integração de sistemas, os sistemas interorganizacionais, os sistemas distribuídos e o uso acelerado das telecomunicações. Também, nesse recorte histórico, encontra-se uma execução de negócios dependente cada vez mais da aplicação da TI. Em 1990, a TI é convocada a estar presente no centro da discussão estratégica das empresas, favorecendo transformações no negócio e agregando cada vez mais valor às iniciativas organizacionais (ARAÚJO NETO, 2018, p. 7). No início deste milênio (ano 2000), contempla-se uma mudança do modelo cliente-servidor (caracterizado pelo uso de intranets) para os modelos baseados na web, em que os sistemas são operados por meio da internet. 8 Tudo isto torna-se cada vez mais possível a partir da ubiquidade da internet e pela democratização no uso da banda larga, principalmente nos países desenvolvidos Também se verifica que os sistemas de software proprietários vão dando cada vez mais espaço para uma proposta de sistemas de software abertos, com o uso do software livre, com destaque para o sistema operacional aberto Linux atuando como o sistema dos servidores das redes no ambiente web. Todas essas megamudanças ocorrem revolucionando a forma como a sociedade, de forma geral, enxerga o mundo e realiza suas tarefas. Um bom exemplo são as novas formas de comércio eletrônico, que possibilitam aos usuários adquirirem produtos por meio de poucos cliques. Para conhecer um pouco mais sobre a evolução da informática, consulte o segundo capítulo do livro Informática – Conceitos e aplicações, de Marcelo Marçula e PioArmando Benini Filho. Vivencia-se um período de transformação e quebra de paradigmas, compartilhando-se uma grande vitória da humanidade: a informação anywhere/anytime (em todo lugar/em todo tempo). A partir da informação e das tecnologias que com ela trabalham, nascem as ideias inovadoras e seu uso inteligente pelas pessoas. Assim, as tecnologias da informação têm se tornado cada vez mais uma realidade inerente à vida de todos, pessoas e empresas, e uma ferramenta fundamental para as organizações, gerando aumento da produtividade e qualidade dos produtos e serviços. A tecnologia tem auxiliado na habilidade de manipular um grande volume de transações por um custo unitário médio decrescente, de apoiar operações geograficamente dispersas por intermédio do processamento distribuído e de oferecer novos produtos e canais de distribuição (ARAÚJO NETO, 2015, p. 16). Saindo um pouco do contexto organizacional e adentrando a realidade mais concreta das pessoas, observa-se TI em tudo que se faz e se opera. Por exemplo, deseja-se ir ao cinema, então verifica-se a sessão por meio de smartphones, compra- se, inclusive, as entradas. Consulta-se a previsão do tempo, as principais notícias, os extratos bancários e diversas outras informações, com poucos cliques ou toques na tela do smartphone. 9 1.2 Conceitos básicos de tecnologias da informação e da comunicação Na verdade, o que é tecnologia? É o mesmo que tecnologia da informação? Tecnologia da informação e tecnologias da informação são a mesma coisa? O que dizer sobre tecnologias da informação e da comunicação? Em primeiro lugar, convém dizer (para surpresa de muitos) que nem toda tecnologia é tecnologia da informação. […] a tecnologia é concebida como um conjunto de procedimentos, inovações, processos, métodos, ferramentas e conhecimentos por meio dos quais as capacidades humanas de uma sociedade podem ser ampliadas (ARAÚJO NETO, 2015, p. 16). Para sustentar a ideia de que uma tecnologia não necessariamente é TI, é possível citar, por exemplo, uma simples caneta esferográfica. Ela nada tem de TI e mesmo assim é uma tecnologia. O que é mesmo TI? A Tecnologia da Informação (TI) é o conjunto formado por hardware, softwares, bancos de dados, redes de computadores que associados a procedimentos, inovações e métodos que auxiliam no processo de transformação de dados em informação e de informação em conhecimento de modo a gerar valor para as pessoas e organizações que dela se utilizam. A TI contribui para a tomada de decisão gerando mais rapidez e flexibilidade nos processos de negócios, reinventando o fluxo de informação e o modo como o ambiente organizacional se desenvolve (ARAÚJO NETO, 2015, p. 17) Alguns autores, sobretudo aqueles dedicados à área de educação no Brasil, mencionam a Tecnologia da Informação (TI) como Tecnologia da Informação e da Comunicação (TIC). Convém dizer que os dois termos representam a mesma coisa, podendo dispensar-se o termo “comunicação”, devido ao fato de este ser um dos recursos de TI. Outros autores mencionam muito a expressão “tecnologias da informação” que, na verdade, representa o conjunto de ferramentas ou ferramental. Ou seja, eles também retomam o mesmo conceito. Para bem entender as tecnologias da informação e da comunicação, é necessário conhecer os conceitos de dado, informação e conhecimento. Laudon e Laudon (2011) defendem que os dados se apresentam como correntes de fatos brutos e que representam eventos existentes nas organizações ou nos ambientes físicos, antes de terem sido organizados ou arranjados, para poderem ser usados. 10 Entre exemplos de dados, é possível citar uma sequência de letras (a, b, c, d, e, f, g, h, i, j) ou uma sequência de números (1, 2, 3, 4, 5, 6). Tanto a sequência de números quanto a sequência de letras por si sós nada representam e nada revelam, ou seja, não agregam um valor. Trata-se de algo bruto e não estruturado, não conduzindo à compreensão de algo. Informação é um conjunto de dados organizados com valor adicional, que podem representar algo estruturado. Para melhor exemplificar, considerando- se que os números 1,0; 2,0; 3,0; 5,0 foram colhidos de um diário de classe de um professor sobre um determinado aluno, tem-se a informação das notas de suas provas (ARAÚJO NETO, 2015, p. 14). A figura a seguir esboça o processo de transformação dos dados em informação. Fonte: adaptado de Stair e Reynolds (2011, p. 6). Conhecimento é a compreensão sobre o valor das informações e a consciência da maneira de sua utilização no apoio a tarefas específicas ou para tomada de uma decisão. Como é sabido, os dados são fatos brutos que podem ser processados, organizados em conjunto, com valor, a fim de se obter a informação. Por meio das informações alcança-se o conhecimento. A figura a seguir ilustra o conceito hierárquico de dados, informação e conhecimento. 11 Fonte: adaptado de Costa et al. (2012, p. 2). Recorrendo-se aos exemplos anteriores (que mencionam os conceitos de dado e de informação), pode-se afirmar que, se o aluno tem as informações de notas iguais a 1,0; 2,0; 3,0; 5,0, o conhecimento o impulsiona a estudar mais, porque as notas estão muito baixas. Infraestrutura de TI A infraestrutura de TI é uma composição de itens compartilhados (hardware, software, bancos de dados e redes/telecomunicações) de sistemas de informação que formam a base dos sistemas computadorizados. O hardware consiste nos recursos computacionais capazes de realizar as atividades de entrada, saída e processamento de dados. Nesse item estão inclusos os computadores pessoais, notebooks, mainframes, dispositivos móveis e suas constituições. Os softwares abrangem os programas de computador que gerenciam as atividades computacionais (software de sistemas) e que auxiliam o usuário em suas atividades básicas nos processos de negócios (software aplicativo). Os bancos de dados são uma coleção de dados organizacionais, contendo informações dos negócios, na forma de arquivos relacionados. Eles são um componente fundamental e valioso para o funcionamento dos sistemas computadorizados. As redes de computador e as telecomunicações consistem no componente que proporciona a comunicação de dados, voz e imagem dentro do negócio, por meio de uma transmissão eletrônica de sinais. 12 Hardware Stair e Reynolds (2011) afirmam que o hardware é qualquer maquinário (utilizando circuitos digitais) que contribui com a execução de atividades de entrada, saída, processamento e armazenamento de um sistema de informação. O hardware é um dos componentes mais importantes da infraestrutura de TI e é por meio dele que o usuário entra em contato com o mundo da TI. O melhor exemplo é o próprio computador, que antes estava nas mesas e agora está nas mãos dos usuários. Desde o lançamento do primeiro computador, o hardware só se aprimorou. Impulsionado pela engenharia eletrônica e pelas tecnologias de construção de circuitos integrados, é considerado um grande criador de vantagem competitiva, fazendo com que as empresas queiram cada vez mais investir. Conforme mencionado anteriormente, o termo computador remete a um dispositivo com capacidade de executar cálculos, ou seja, um calculador. É justamente isso que faz um computador: apenas cálculos, utilizando operações lógicas e matemáticas. Alguns autores se referem ao computador como um sistema computacional, devido a ele ser formado por partes, com um objetivo definido, que é efetuar o máximo de tarefas em substituição à pessoa humana. Por isso são sempre feitas analogias entre os computadores e as pessoas. Claro que há uma série de diferenças entre as pessoas e os computadores ao executarem tarefas, mas a principal é a forma como tarefas e operações são executadas e “enxergadas”. Em primeiro lugar, um computador executa todas as suas atividades a partir deinformações que foram anteriormente prestadas. Em segundo, o computador só entende bits e bytes. Um bit é a representação de um dígito numérico no sistema de numeração binário. Um byte é um conjunto de oito bits. A partir dos bits e bytes são formados as instruções primitivas e os códigos que fazem o computador funcionar. As instruções primitivas são também chamadas de linguagem de máquina; remetem ao nível mais baixo e concreto de uma estrutura de computador que não é “compreensível” pelo usuário. O usuário “enxerga” a linguagem de alto nível do computador, que está separada e distante da linguagem de baixo nível ou linguagem de máquina. A ideia mais atual de estrutura básica de um sistema computacional está apresentada na figura a seguir. 13 Fonte: adaptado de Stallings (2010, p. 51). O sistema computacional básico é formado por unidade central de processamentos, memórias, dispositivos de entrada e saída e barramento. Grande parte desses componentes está instalada na placa-mãe em um computador comum. O primeiro item do sistema computacional a ser mencionado é o processador ou unidade central de processamento (UCP), conhecida também como CPU, sua sigla em inglês. É o processador o coração de todo o sistema, que tem a função de executar as instruções dos programas de computador. A função básica da CPU de executar programas se faz pela busca de uma instrução na memória, pela interpretação da instrução, pela busca de dados e pelo processamento de dados e escrita de dados. De forma geral, a CPU é composta de três componentes: unidade lógica e aritmética (ULA), unidade de controle, registradores. A unidade de controle é responsável por buscar informações na memória principal. A unidade lógica e aritmética é responsável por realizar os cálculos e a comparação entre os valores. Os registradores compõem uma memória de alta velocidade (interna à CPU), utilizada para armazenar resultados temporários e para controle do fluxo de informações. De forma errada, algumas pessoas se referem ao gabinete do computador (artefato metálico onde se situam todas as placas e componentes de hardware) como CPU. A CPU, no entanto, é um circuito integrado (chip). O segundo componente do sistema computacional é a memória. Considerado como um item da estrutura interna do computador, ela armazena programas e dados, apresentando-se sob diversos tipos, quanto à hierarquia, à proximidade do CPU e a características próprias. 14 Dentre todas as características das memórias, duas são fundamentais para o bom funcionamento do computador, no que tange à sua dependência das memórias: tempo de acesso e capacidade de armazenamento. O tempo de acesso, também conhecido como latência, é o tempo gasto para realizar uma operação de leitura e escrita. A operação de leitura é nada mais do que copiar algo da memória; já a operação de escrita é copiar algo na memória. A capacidade é outra característica importante; ela expressa a quantidade bytes que podem ser armazenados na memória. Os principais tipos de memória são: Armazenamento temporário: memória RAM (random access memory), que significa memória de acesso aleatório. Quando o computador é desligado, tudo que estava na memória é apagado. Apenas de leitura: memórias ROM (read only memory), que significa memória apenas de leitura. Quando o computador é desligado, nada do que estava na memória é perdido. O terceiro elemento do sistema computacional é o barramento. Ele representa os caminhos elétricos que proveem a ligação de dois ou mais dispositivos. Na história da computação, existiram diversos tipos de barramentos. Alguns já estão em desuso, enquanto outros continuam sendo utilizados por diversas placas. Os barramentos são compostos por três partes distintas: barramento de dados, barramento de endereços, barramento de controle. No barramento de dados trafegam os dados do sistema computacional. No barramento de endereço trafegam as informações das posições de memória em que estão situados os dados. Pelo barramento de controle trafegam informações de controle do sistema. O quarto componente do sistema computacional é o conjunto de dispositivos de entrada e saída, que são responsáveis por fazer a interface do computador com o mundo exterior, ou seja, com o usuário. Os dispositivos de entrada e saída são conhecidos como periféricos e são conectados ao restante do sistema computacional por meio de barramentos e portas de comunicação (ARAÚJO NETO, 2015). Dentre os principais dispositivos de entrada e de saída, é possível citar: Teclado: considerado um dos mais antigos; é composto por teclas que representam um sinal único quando pressionados. Mouse: permite realizar atividades não relacionadas à digitação; funciona como um apontador para selecionar opções, efetuar desenhos etc. Scanner: permite realizar a digitalização de documentos; hoje, muito integrado a impressoras, que recebem o nome de multifuncional. Leitor de código de barras: dispositivo que efetua leitura de código de barras a partir da utilização de feixes de laser. Câmera: utilizada para capturar imagens estáticas ou em movimento. Microfone: utilizado para captação de ondas sonoras. 15 Monitores de vídeo: utilizados para apresentar o resultado de um processamento por meio de uma imagem; em suas versões touch screen, servem como dispositivo de entrada. Impressora: dispositivo que apresenta resultado de processamento em documentos impressos. Dispositivos de armazenamento externo: responsáveis por armazenar, externamente, dados a memórias principais e secundárias do computador. Um bom exemplo são os gravadores de fita magnética, de DVD/CD e os dispositivos de memória USB. Cada dispositivo de E/S consiste de duas partes: o dispositivo em si e seu controlador. A função principal do controlador é controlar seu dispositivo de entrada e saída, garantindo o acesso ao barramento. 16 Computadores Existem hoje no mercado diversos tipos de computadores. Os autores dão diversas classificações, mas, de forma geral, denominam-se: computadores pessoais; computadores portáteis; supercomputadores; mainframes; servidores; smartphones. Os computadores pessoais, também conhecidos como desktops, são os famosos computadores de mesa ou PCs. O primeiro deles foi projetado por John Blankenbaker, em 1971, e seu nome era Kenbak-1. Ele não tinha processador, sendo formado por chips numa placa de circuito. Foram comercializados apenas quarenta equipamentos. O Micral 1973 foi o primeiro computador pessoal com um processador (utilizou o processador Intel 8080). Desenvolvido por Thi Truong, foi comercializado por U$ 1.750,00, mas nunca penetrou no mercado americano. O Altair 8800 foi lançado em 1975, com uma capacidade bem superior ao anterior. Foi projetado por Ed Roberts, que cunhou pela primeira vez o termo computador pessoal. Ele custava U$ 297,00 e teve alta penetração no mercado americano. Por volta de 1976, Steve Jobs e Steve Wozniak fundaram a Apple e projetaram o Apple I e, logo após, em 1977, o Apple II, um computador pessoal um pouco mais parecido com a ideia de desktop que se tem hoje. O Apple III foi o PC projetado para concorrer com a IBM em 1981, que já comercializava os seus PCs. Em 1984, a Apple lança o Macintosh, o primeiro computador com interface gráfica. É bem verdade que atualmente os usuários de desktops têm diminuído. O espaço para os notebooks e smartphone tem aumentado. No entanto, ainda existe uma parcela considerável de mercado que enxerga a relação custo-benefício favorável. Um bom exemplo seriam os usuários de jogos digitais. Outro tipo de computador é o portátil, assim chamado por satisfazer os interesses de mobilidade dos usuários. Os notebooks, os netbooks e os tablets são eles. Surgiram pela primeira vez em 1981, pelas mãos de Adam Osborne. O primeiro computador portátil recebeu o nome de Osborne 1, noentanto ele não se parece muito com os modelos mais modernos e parrudos. Os supercomputadores são muito potentes, com altíssimo desempenho, mas diferentemente dos mainframes, são utilizados em aplicações específicas, que exigem capacidades computacionais extensas e rápidas. Entre as aplicações do mainframe, encontram-se pesquisas militares, previsão de desastres naturais, pesquisas nas áreas de saúde, entre outros. Seymour Cray (cofundador da Empresa Control Data) projetou, em 1960, o primeiro supercomputador e, logo depois, em 1972, ele fundou a empresa Cray Research Inc., responsável pela fabricação de diversos supercomputadores. 17 Acesse o site www.top500.org e conheça a lista dos mais potentes supercomputadores do mundo. O maior supercomputador do Brasil está em Salvador e ocupa a posição 95 do ranking. Os mainframes, ainda não completamente obsoletos, são computadores potentes de alto desempenho e capacidade, desenvolvidos, nos anos 1960 pela IBM, para muitas corporações. Hoje, no entanto, está restrito a um número menor de modelos de negócios, tais como: bancos, varejistas, seguradoras, companhias aéreas, empresas de cartões de crédito, governos, entre outros. Normalmente são mantidos em centros de dados com acesso restrito e processam grande quantidade de transações. É comum certa confusão entre os conceitos e as aplicabilidades dos supercomputadores e dos mainframes. A chave para o entendimento das diferenças entre um e outro reside, em primeiro lugar, na compreensão de que os mainframes processam dados de várias aplicações de usuários ao mesmo tempo. Aos poucos os mainframes têm perdido espaço para os servidores, que cumprem um papel relativamente parecido, mas em um contexto diferente. Os Servidores são computadores responsáveis pelo gerenciamento de uma rede de computadores e o fornecimento de serviços. Outro tipo de computador extremamente utilizado nos dias de hoje é o smartphone, que tem alcançado grande popularidade, principalmente a partir da universalização do acesso à internet e à quantidade de aplicações disponíveis nas mais diversas plataformas que podem ser acessadas por ele. Software O software é o componente da infraestrutura de TI que, de fato, faz o hardware funcionar. Ambos são programas que comandam a operação do computador e disponibilizam, para o usuário, aplicações para serem utilizadas em suas tarefas diárias. Esses programas são um conjunto de instruções que dizem o quê, quando e como devem ser realizadas as operações pelo sistema computacional. De forma geral, os softwares são classificados em software de sistemas e software de aplicação. O quadro a seguir mostra uma relação entre o software de aplicação e o software de sistemas. http://www.top500.org/ 18 Fonte: adaptado de Stair e Reynolds (2011, p. 123). Os softwares de sistemas comandam o hardware, gerenciando e coordenando suas funcionalidades, fazendo a interface entre as aplicações (software de aplicação) e todo o aparato de hardware. O melhor exemplo de software de sistemas são os sistemas operacionais. Sistema operacional é um conjunto de programas que controla o hardware do computador, dos recursos de entrada e saída, de armazenagem dos programas e de dados, agindo como interface com os softwares aplicativos, conforme ilustrado na figura a seguir. Fonte: adaptado de Laudon e Laudon (2011, p. 117). 19 Normalmente o sistema operacional está armazenado em um disco, onde, logo após iniciar-se o sistema computacional, partes do sistema operacional são carregadas na memória do computador. A efetividade do computador está diretamente ligada à atuação do sistema operacional. Devido a isso, é de suma importância a escolha do sistema operacional alinhado ao sistema computacional para que as necessidades, tanto de hardware quanto de software, estejam aderentes. Os sistemas operacionais mais conhecidos e mais utilizados no mercado são os da Microsoft (Windows) para desktop e notebooks. Para smartphones e tablets, os mais utilizados são os da Apple (IOS) e da Google (Android). Os softwares também podem ser considerados como softwares de aplicação. Eles auxiliam na execução das tarefas de negócios, ou seja, são voltados a expectativas específicas dos usuários, atendendo a finalidades gerais e específicas. Dentre os exemplos de software de aplicação estão os processadores de texto, as planilhas eletrônicas, os softwares de e-mail, os geradores de apresentação etc. Segundo Stair e Reynolds (2011), os softwares de aplicação interagem com os softwares de sistemas para utilizar os recursos de hardware necessários a sua operação e assim exercerem suas funcionalidades. Os softwares de aplicação podem ser divididos em: software vertical e software horizontal. Os verticais executam tarefas comuns a um determinado ramo de negócio. Os horizontais são dedicados a todos os ramos de negócio, por automatizarem processos comuns a todas as indústrias. Os softwares de aplicação também podem se dividir em proprietários e de prateleira. O software proprietário é desenvolvido para atender a uma necessidade específica da organização. Pode ser desenvolvido internamente (pelos profissionais de TI) ou por empresas terceirizadas, com expertise suficiente. Quando esse desenvolvimento ocorre internamente, na organização, há maior controle sobre os processos de desenvolvimento e, consequentemente, sobre os resultados. As principais vantagens do software proprietário são fazer exatamente o que se quer e a facilidade na modificação de características, conforme as necessidades. As principais desvantagens do software proprietário são consumo de tempo (que é alto) e um risco potencial de desempenho limitado. Os softwares de prateleira são adquiridos diretamente da prateleira da loja, por meio de empresas especializadas que desenvolvem soluções-padrão e pré-formatadas, com as melhores práticas e costumes das organizações, para apoio aos processos de negócios. As principais vantagens do software de prateleira são o custo inicial de desenvolvimento mais baixo e a alta qualidade. Suas principais desvantagens são pagamento por características não requisitadas e não ter características importantes, exigindo futuras modificações ou personalizações. Os softwares também podem ser classificados em: Freeware – distribuído gratuitamente, mas sem revelar o código-fonte; Free software – pode ser ou não distribuído gratuitamente e são permitidas modificações e redistribuição; 20 Open source – distribuído sob licença, com código-fonte de domínio público ou com copyright. Neste, o código-fonte pode ser modificado; Shareware – distribuído gratuitamente, com uso gratuito limitado e, após período de teste, exige-se pagamento pela utilização; Adware – distribuído gratuitamente sob concordância do usuário em visualizar propagandas; Domínio público – distribuído sem copyright. Banco de dados Muitas organizações e as pessoas, de forma geral, já começam a perceber que um de seus grandes tesouros são os seus dados. Eles representam a matéria-prima para a geração da informação completa e precisa, para tudo o que envolve nossos processos diários, apresentando-se de diversas formas, obedecendo a uma hierarquia que se inicia na menor porção de dados, manipulável por um sistema computacional: o bit. O bit é um sinal digital 0 ou 1 que representa a ausência ou a presença de um sinal elétrico. Um conjunto de 8 bits formam um byte. Um byte pode representar um caractere, que pode ser uma letra minúscula, uma maiúscula, um número ou um caractere especial. Vários caracteres organizados formam o campo. Um conjunto de campos agrupados forma um registro. Registros inter-relacionados formam arquivos que, se relacionados entre si, formam uma base de dados. Essa é a hierarquia dos dados. Um banco de dados, também conhecido por base de dados, é uma coleçãoorganizada de fatos e de informações, consistindo em dois ou mais arquivos de dados relacionados. Auxilia as empresas a gerir informações para reduzir custos, para aumentar lucros, para acompanhar atividades anteriores do negócio e para criar novas oportunidades de negócios. As principais vantagens dos bancos de dados são: Utilização estratégica aperfeiçoada dos dados corporativos. Redução na redundância de dados. Melhoria na integridade dos dados. Modificação e atualização mais fáceis. Independência dos programas. Melhor acesso aos dados e às informações. Padronização no acesso de dados. 21 Estrutura para desenvolvimento de programas. Melhor proteção dos dados. Compartilhamento do recurso de dados. Desenvolvido com o objetivo de simplificar os sistemas de gerenciamento de bancos de dados, o modelo relacional de banco de dados é aquele que organiza os dados em tabelas bidimensionais (denominadas relações) com colunas e linhas. Toda informação nesse banco de dados é representada por valores em relações ou tabelas. Estas não são relacionadas umas às outras no momento do projeto. Entretanto, os projetistas utilizam o mesmo domínio em várias relações e, se um atributo é dependente de outro, essa dependência é garantida por meio da integridade referencial. Nesse tipo de campo, trabalha-se com o conceito de campo e registro. O campo (coluna) é o atributo específico das entidades de um banco de dados relacional. O registro (linha) é a informação específica de uma entidade. A figura a seguir mostra uma tabela de um banco de dados relacional contendo quatro registros e cinco campos. Fonte: elaborado pelo autor. Outro conceito importante nesse tipo de banco de dados é o de chave primária, também conhecida como campo-chave, que na verdade é um campo que identifica exclusivamente um registro. Na figura anterior afirma-se que a chave primária é o campo Número_Fornecedor. A lógica de trabalho do banco de dados relacional é o uso do relacionamento, pelo fato de ela determinar o modo como os registros de cada tabela se associam a registros de outras. O relacionamento indica a ligação entre os participantes das entidades de dados em um determinado banco de dados e permite ao projetista de BD criar um modelo lógico, consistente, da informação a ser armazenada. No entanto, só existirá 22 um relacionamento se houver um campo de pesquisa específico de uma tabela chamado chave estrangeira. A figura a seguir mostra um relacionamento entre duas tabelas de um banco de dados relacional. A primeira é a de fornecedores, com a chave primaria igual ao campo Número_Fornecedor. A segunda, é a de produtos, com a chave primária igual ao campo Número_Produto. A chave estrangeira que se encontra na tabela de produtos é o campo Número_Fornecedor Fonte: elaborado pelo autor. Os relacionamentos podem ser de três tipos: 1. relacionamento um para um – quando um registro de uma tabela se relaciona apenas com um registro de outra tabela; 2. relacionamento um para muitos – quando um registro de uma tabela se relaciona com muitos registros de outra tabela; 3. relacionamento muitos para muitos – quando muitos registros de uma tabela se relacionam com muitos registros de outra tabela. Na figura anterior, encontra-se um relacionamento um para muitos, porque temos um registro de fornecedor que aparece muitas vezes na tabela de produtos. Nada mais normal, pois um fornecedor pode comercializar muitos produtos. 23 Redes de computadores Uma rede de computadores é um conjunto de componentes capazes de favorecer a troca informações e o compartilhamento de recursos, interligados por um sistema de comunicação. As redes de computadores baseiam-se nos princípios de uma rede de informações que, por meio de hardware e software, torna-as mais dinâmicas para atender suas necessidades de comunicação. Os componentes de uma rede de computadores são: protocolos, meios de comunicação, mensagens e dispositivos. Os protocolos representam as regras que regem o processo de comunicações entre os dispositivos. Eles normalmente são criados em um contexto descrito por um modelo ou padrão, não operando de forma isolada, mas totalmente interligados entre si, formando uma pilha de protocolos. Isso porque os computadores não somente utilizam um protocolo para se comunicarem, mas vários. Os meios físicos têm um papel fundamental nas redes de computadores. Eles interligam a origem ao destino. A utilização de determinado meio vai depender da velocidade desejada, do custo que se deseja ter e da capacidade e desempenho que se espera dele. Os meios de transmissão confinados também são chamados de meios guiados. São caracterizados pelo uso de algo palpável, normalmente um cabo. Os meios físicos guiados são: cabo de pares metálicos, cabo de fibra óptica e o cabo coaxial. O cabo de pares trançados consiste em um conjunto fios agrupados em pares metálicos, com uma capa plástica e com um trancamento entre eles a fim de evitar a interferência eletromagnética de um par no outro. É o meio físico mais utilizado nas redes de computadores e em telecomunicações, tendo aplicações na telefonia, nas redes locais e nas redes de longa distância também. O cabo de fibra óptica consiste num cabo contendo uma fibra de vidro transparente e bem fina que transporta a informação por meio de um sinal de luz na fibra. O cabo coaxial, composto por um condutor interno com blindagem metálica, é empregado em transmissão digital e em sinais de televisão. O quadro a seguir mostra as diferenças entre os três cabos considerados meios guiados. 24 Fonte: adaptado de Stair e Reynolds (2011, p. 211). Os meios físicos não confinados são também conhecidos como não guiados. São todos aqueles que operam por meio de um sinal de rádio enviado pelo ar. Dentre os sistemas de transmissão que operam em longa distância através do ar elencam-se os sistemas de comunicação via satélite, a telefonia móvel celular, os sistemas de radiovisibilidade e a radiodifusão de broadcast. A mensagem é aquilo que se deseja transmitir entre a origem e o destino. A formação, a codificação e a formatação da mensagem obedecem a regras, conhecidas como protocolos. Os dispositivos são os elementos responsáveis pela transmissão, recepção e encaminhamento de dados. Eles estão divididos em: dispositivos finais – formam a interface entre os usuários e a rede de comunicação subjacente; dispositivos intermediários – conectam os hosts individuais à rede e podem conectar várias redes individuais para formar uma rede interconectada. 25 O ponto central desta unidade foi apresentar um histórico e uma introdução às tecnologias da informação e da comunicação. Já na primeira parte, mencionou-se a evolução dessas tecnologias em seus mais variados componentes (hardware, software, bancos de dados e redes de computadores). No item seguinte, conceituou-se tecnologias da informação e da comunicação, além de terem sido abordados termos-chave utilizados na informática. No terceiro item desta unidade, o cerne residiu em uma introdução à infraestrutura de TI. Já nos itens seguintes, efetuou-se um aprofundamento de seus componentes, apresentando-se aspectos voltados a sua aplicabilidade no dia a dia das pessoas. 26 UNIDADE II 2. FERRAMENTAS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO UTILIZADAS NAS ORGANIZAÇÕES Uma das decisões mais importantes nas organizações reside na escolha dos melhores e mais adequados softwares, sejam estes de sistemas ou de aplicações, para quaisquer tipos de computadores e infraestrutura de TI. Sobre as aplicações, deve-se pensar nas vantagens em se comprar o software ou em se desenvolver internamente o próprio software. É o tipo de decisão conhecida como make or buy. 2.1 Aplicações utilizadas nas organizações Um dos softwares mais utilizados em uma organizaçãoe pelas pessoas, de forma geral, é o processador de texto. Trata-se do aplicativo mais popular, porque permite aos usuários criarem, editarem, revisarem e imprimirem textos com aparência profissional por meio da disponibilização de diversas ferramentas de criação e formatação de frases, expressões e parágrafos. Os processadores de texto mais populares atualmente são o Microsoft Word, da Microsoft e o BrOffice. No entanto, já existem soluções de processadores de texto em nuvem, como o Google Docs. A figura a seguir apresenta a janela principal do Microsoft Word. Fonte: Microsoft Word. 27 Por meio de recursos avançados, como corretores ortográficos, os processadores de texto identificam e corrigem erros de grafia, sugerem formação de frases e melhorias no texto redigido, além de implementarem correções gramaticais e pontuação. A maioria dos processadores de texto permite que o usuário crie documentos com gráficos, formas, imagens e figuras criadas e diagramadas a partir dos recursos de ilustração do próprio processador de texto ou importadas de outros processadores. Outro software aplicativo extremamente popular é a planilha eletrônica, que se revela como uma grande aliada na montagem de modelagem, no planejamento e na análise de negócios que requerem cálculos diretos e interdependentes, com apresentação de resultados gráficos, tendências, objetivos etc. Uma das funcionalidades mais importantes de uma planilha eletrônica é a capacidade de formatação gráfica dos dados em análise. A maioria das planilhas de mercado é apresentada por meio de gráficos do tipo colunas, linhas, pizza, barras, área, dispersão e outros mais variados tipos, os quais permitem que o usuário faça uma análise visual das informações ali contidas de forma a rapidamente identificá-las e, assim, partir para uma tomada de decisão imediata. A planilha eletrônica mais conhecida é o Microsoft Excel, que integra o pacote Office. A figura a seguir apresenta a janela principal do Excel. Fonte: Microsoft Excel. Os softwares aplicativos geradores de apresentação também têm grande importância por serem um auxiliar na montagem de apresentações, as quais exigem recursos multimídia como gráficos, fotos, animações, imagens e videoclipes. Normalmente os softwares aplicativos geradores de apresentação constituem- se por slides, os quais são a área de trabalho do usuário. Assim como em uma prancheta de desenho, o usuário poderá montar sua apresentação utilizando todos os recursos gráficos e de multimídia disponibilizados pela ferramenta. Por meio dessas 28 funções, o usuário pode criar novas apresentações ou lançar mão de apresentações pré-definidas (sugeridas) para modelar seus dados. Os recursos de apresentação têm como finalidade chamar a atenção da plateia ou do público para informações importantes constantes nos slides e proporcionar certa dinamização da apresentação. Os geradores de apresentação normalmente disponibilizam animações de slides do tipo desvanecimento, entrada de texto pela direita, entrada de texto pela esquerda, de cima para baixo, de baixo para cima, granularização, efeito persiana vertical e horizontal, dentre outros. O principal e mais conhecido gerador de apresentação é o Microsoft Power Point, que integra o pacote Office. A figura a seguir apresenta a janela principal do Power Point. Fonte: Microsoft Power Point. 2.2 Inteligência artificial Todos os sistemas e as soluções em tecnologias de informação capazes de simular ou duplicar as funções do cérebro humano, além de comportamentos e padrões humanos, são conhecidos como sistemas de inteligência artificial. A ideia dessas soluções é apresentar plataformas tecnológicas que demonstrem características inteligentes. Desde que o termo inteligência artificial foi definido nos anos de 1950, especialistas discordam sobre a diferença entre a inteligência natural e a artificial. Os computadores podem ser programados para ter bom senso? Diferenças profundas separam a inteligência natural da artificial, mas elas declinam em número. Uma das forças motoras da pesquisa em inteligência artificial é a tentativa de entender como as pessoas realmente raciocinam e pensam. Criar máquinas que possam raciocinar é possível somente quando 29 entendermos realmente nossos processos de raciocínio (STAIR; REYNOLDS, 2011, p. 419). As principais características do comportamento inteligente que os sistemas de inteligência artificial tentam reproduzir, com muita dificuldade, são: resolução de situações complexas; resolução de problemas, mesmo que faltem informações; determinação do que é importante; reação rápida e correta diante de novas situações; entendimento de imagens; interpretação e manipulação de símbolos; criatividade e imaginatividade; aprendizado com a experiência e aplicação de conhecimentos adquiridos da experiência. O quadro a seguir apresenta uma comparação entre a inteligência natural (humana) e a inteligência artificial (sistemas computacionais). Fonte: Stair e Reynolds, 2011, p. 420. A inteligência artificial envolve diversas especialidades, sendo por isso bem multidisciplinar. Os principais ramos da inteligência artificial são: robótica, sistemas de 30 visão, processamento da linguagem natural, reconhecimento de voz, sistemas de aprendizagem, sistemas de lógica difusa, algoritmo genético e redes neurais. A robótica é o ramo que trata do desenvolvimento de dispositivos mecânicos ou computacionais e que desempenha tarefas humanas, onde é exigido alto grau de precisão, com atividades rotineiras e perigosas para as pessoas que as desempenham. Os sistemas de visão são compostos por hardware e software que permitem a captura, armazenamento e manipulação de imagens por parte de um sistema computacional. Os sistemas de processamento de linguagem natural e reconhecimento de voz são aqueles que permitem que um computador compreenda e reaja a declarações e a comandos feitos em uma linguagem natural das pessoas. Normalmente o processamento de linguagem natural corrige erros de soletração, converte abreviações e comandos. Os sistemas de aprendizagem são aqueles que combinam hardware e software e permitem ao computador mudar seu modo de funcionamento ou reagir a situações com base na realimentação que recebe. Os sistemas de lógica difusa são tecnologias baseadas em regras próprias para trabalho com imprecisões, descrevendo um processo de modo linguístico e depois representando por meio de regras. Os algoritmos genéticos são sistemas que encontram soluções ideais de um problema específico, baseando-se em métodos inspirados na biologia evolucionária, nas mutações e nos cruzamentos. As redes neurais são sistemas computacionais que simulam o funcionamento de um cérebro humano. Esse tipo de sistema utiliza um alto poder de processamento paralelo, numa arquitetura própria parecida com a estrutura cerebral das pessoas. As redes neurais são utilizadas para resolver problemas complexos, com o uso de grande quantidade de dados, por meio do aprendizado de padrões e modelos. 2.3 Tecnologias de redes e a internet Com o crescimento exponencial do uso da internet pela sociedade, percebem-se diversas tecnologias e ferramentas que têm modificado a forma como se dão as atividades e a rotina das pessoas. Claro que tudo começou a partir da primeira necessidade que os computadores tinham de se interligar e de compartilhar recursos. Hoje, o mundo está praticamente todo interligado, as ferramentas de redes são cada vez mais utilizadas e diversos aplicativos em plataforma mobile têm feito toda diferença. Fazendo grande sucesso, é possível citar primeiro as redes sociais. Elas fornecem toda estrutura de comunicação entre grupos de pessoas, possibilitando a troca de interesses e informações. Surgiram por volta da década de 1990, com grande sucesso e destaque para asredes Classmates e ICQ. Hoje alcançam praticamente todos os usuários da internet por meio de conhecidas plataformas como Facebook, LinkedIn, Twitter, Google+, Instagram. Com grande penetração em praticamente todos os tipos de públicos, as redes sociais se apresentam como verdadeiras oportunidades para alavancar negócios, 31 agregar valor a produtos, por meio de propagandas, e até mesmo fornecer informações para as empresas conhecerem melhor o perfil dos consumidores. Além das redes sociais, outra grande tecnologia é a de computação em nuvem, que permitiu o compartilhamento de muitos recursos antes utilizados em computadores isolados. As tecnologias de computação em nuvem permitem o compartilhamento de capacidades de armazenamento, de cálculos e aplicativos centralizados que podem ser acessados por qualquer computador com acesso à internet. Um bom exemplo disso é o uso de recursos como o Onedrive, da Microsoft, e do Drive, do Google Docs, utilizados por tantas pessoas no mundo inteiro. É possível citar também a videoconferência como importante ferramenta de comunicação. Ela contribui muito para agilidade dos processos de negócios, porque permite que pessoas realizem uma conferência combinando, ao mesmo tempo, voz e imagem. Os executivos, que antes gastavam horas se deslocando por meio de viagens aéreas ou terrestres, podem alcançar muito mais eficiência por meio da videoconferência para se reunirem com clientes, funcionários e fornecedores. Até a justiça brasileira aderiu ao uso dessa ferramenta. A lei 11.900, de 8 de janeiro de 2009, permitiu o uso videoconferência para o interrogatório e oitiva de testemunhas. Entre as vantagens no uso da videoconferência estão: economia de tempo; economia de recursos financeiros investidos em viagens; agilidade no processo de tomada de decisão. O tráfego de voz sobre o protocolo IP foi também uma das inovações em telecomunicação que mais agregaram valor aos negócios. Essa tecnologia permite a transmissão da voz através de pacotes de dados do Protocolo de Internet (IP), ao invés do uso do sistema comutado de telefonia. O objetivo da tecnologia de voz sobre IP é prover uma alternativa aos sistemas tradicionais de telefonia, mantendo a qualidade (disponibilidade, confiabilidade e capacidade de recuperação) das redes públicas comutadas. A grande limitação dessa tecnologia está em não ter, em algumas situações, uma conexão de internet com largura de banda e qualidade necessárias ao bom funcionamento das chamadas. As principais vantagens da tecnologia de voz sobre IP são: diminuição nos custos com telefonia; convergência de serviços de telecomunicações; interligação a uma rede mundial. 2.4 Sistemas de informação Os recursos de infraestrutura de tecnologia da informação suportam a existência de sistemas de informação. Os sistemas representam um conjunto de tecnologias de informação, pessoas e procedimentos que transformam e disseminam informações em determinada organização. Esses sistemas possuem entradas (normalmente são dados) e saídas (podem ser dados e informações), além de um mecanismo de realimentação controlada. A figura a seguir apresenta essa ideia. 32 Fonte: adaptado Stair e Reynolds (2011, p. 9). É comum as pessoas se referirem à área de TI como área de sistemas de informação ou área de SI. São muitos os papéis dos sistemas de informação. Dentre eles, é possível citar: Auxílio nos processos operacionais diários, aumentando a eficiência, a produtividade e o atendimento ao cliente. Auxílio no processo de tomada de decisão em uma organização, nos mais variados níveis de gerência. Suporte a estratégias na busca de vantagens competitivas para o desenvolvimento de novos produtos e serviços, ou novas oportunidades; É comum compreender os sistemas de informação a partir de três perspectivas, também conhecidas como dimensões dos sistemas de informação: organizacional, tecnológica e humana. Stair e Reynolds (2011, p. 15) apresentam as dimensões da seguinte forma: Na dimensão organizacional, coloca-se em evidência a organização que utiliza o SI, bem como todas as suas ações no intuito de moldá-lo e estabelecer procedimentos formais e regras de acordo com sua cultura. Na dimensão humana, consideram-se as pessoas, porque elas desenvolvem os SI, treinam e são treinadas, além de serem responsáveis diretamente pelas definições da interface homem-máquina. A dimensão tecnológica é aquela que permitiu a automatização dos sistemas informações porque agregou aos sistemas todos os recursos tecnológicos de hardware, redes, software e bancos de dados. Para melhor compreender, voltemos ao exemplo da escola de ensino médio. O SI a ser implementado é um dedicado ao cadastro de alunos, incluindo dados pessoais 33 e acadêmicos. Ao desenvolver-se um sistema de informação para esse tipo de organização, é necessário considerar, para as três dimensões: Organizacional – Quais valores balizam as ações a serem desempenhadas pela empresa e podem influenciar no desenvolvimento do sistema? Quais processos desenhados vão ditar as tarefas desempenhadas pelo sistema? Humana – Quais serão os usuários deste sistema? Qual seria o tipo de interface mais interessante? Tecnológica – Qual é a capacidade de hardware e sistema operacional necessários para que o sistema funcione? Qual será o banco de dados? Há alguma particularidade nas redes de computadores? A partir dos objetivos a serem atingidos por meio do uso de SIs, é possível dividi-los por abrangência e por nível decisório. Na abrangência, encontra-se uma classificação funcional (departamentalizada) atendida pelos sistemas, ao passo que no nível decisório, encontra-se o nível funcional no processo de tomada de decisão. Partindo-se do pressuposto da abrangência, os sistemas de informação podem ser divididos em três tipos: sistemas departamentais; sistemas integrados; sistemas interorganizacionais. Essa classificação pode ser vista na figura a seguir. Fonte: Eleutério (2015, p. 96). Os sistemas departamentais atendem a determinada área ou departamento, de forma isolada, auxiliando na execução de processos específicos. Esses sistemas têm seus próprios bancos de dados, que não são compartilhados com outros sistemas. Por exemplo, em uma universidade, cada departamento pode ter um sistema de informação departamental diferente, considerando as particularidades dos processos. Os sistemas integrados são utilizados por diversas áreas do ambiente organizacional, ao mesmo tempo e de forma integrada, com um mesmo banco de dados. Alguns autores se referem a esses sistemas como ERP (Enterprise Resource Planning) ou sistemas de planejamento de recursos empresariais. O principal objetivo do ERP é fornecer um acesso totalmente integrado, de forma automatizada, para os departamentos, por meio de módulos de softwares específicos. Os sistemas interorganizacionais auxiliam, de forma conjunta, a mais de uma organização com titularidades e gerências independentes. 34 Também é possível classificar os sistemas de informação quanto ao nível decisório. A figura a seguir apresenta essa classificação. Fonte: Eleutério (2015, p. 98). Os sistemas de processamento de transações (SPT) trabalham na captação e no processamento de dados detalhados necessários para a atualização dos registros das operações de negócios. Os sistemas de informações gerenciais auxiliam o gerenciamento e o planejamento das operações de uma empresa, suportando decisões estruturadas. Os sistemas de informação estratégica auxiliam no processo de tomada de decisões não estruturadas (ELEUTÉRIO, 2015, p. 99). 2.5 Microsoft Excel Considerado um dos mais robustos aplicativos criados pela Microsoft, o Excel é um software capaz de criar e de gerenciar planilhas eletrônicas, em formato matricial, composto por células organizadas em linhas e colunas, possibilitandomanipular diversos tipos de dados por meio de cálculos e fórmulas. Introdução A versão 2016 é destinada a computadores pessoais e pode ser instalada separadamente ou no pacote de aplicativos conhecido como pacote Office 365, da Microsoft, vendido como um serviço de assinatura alojado na nuvem. O Excel pode ser utilizado também em plataformas MAC (de propriedade da Apple). Também há uma versão móbile, disponível para uso em smartphone com plataformas Android ou iOS. 35 Comparando-se a versão 2016 com as versões anteriores, as principais mudanças foram: Recurso Diga-me – destinado ao fornecimento de informações rápidas sobre o aplicativo para o usuário. Gráficos novos – inclusão de seis novos tipos de gráficos (cascata, histograma, Pareto, caixa e caixa estreita, treemap e explosão solar). Seleção múltipla com segmentação de dados – a forma de segmentar dados está com um recurso diferenciado, devido a um novo botão de seleção múltipla na barra de títulos de segmentação de dados. Inserção diferenciada de fórmulas – quando o dispositivo é sensível ao toque, é possível inserir fórmula matemática utilizando-se caneta stylus ou até mesmo o dedo. As pastas de trabalho do Excel são salvas no formato .xlsx e podem utilizar planilhas das versões anteriores, entre a de 2007 e a de 2016. As versões anteriores a 2007 não são compatíveis com o Excel 2016. Para abrir a aplicação Excel 2016, o usuário poderá localizar o programa diretamente no botão iniciar da barra de tarefas, clicar em todos os programas e procurar o Excel 2016, ou simplesmente digitar o nome do programa na opção de pesquisa próximo ao botão iniciar, conforme pode ser visto na figura a seguir. 36 Fonte: elaboração pelo autor, s.d. Ao abrir o programa, será colocada à disposição do usuário uma série de modelos internos de ferramentas e de recursos pré-formatados utilizando o Excel. A figura a seguir apresenta algumas opções disponíveis. 37 Fonte: Frye (2016, p. 7). Para fins didáticos, neste material textual, será mantido o foco na planilha em branco. Dessa forma, ao selecionar a pasta de trabalho em branco, o usuário terá à disposição uma pasta contendo diversas planilhas que podem ser vistas na figura a seguir. 38 Fonte: Microsoft Excel. É possível modificar os nomes das planilhas de trabalho do Excel, conforme o usuário desejar. Elas funcionam como uma subdivisão da pasta de trabalho, na barra de guias. Fonte: Frye (2016, p. 13). 39 Iniciando o uso da planilha A figura a seguir apresenta uma visão geral de uma planilha em branco do Excel e suas ferramentas. Fonte: Perez e Andrade (2016, p. 25). O primeiro componente a ser compreendido é a faixa de opções. É por meio dela que o usuário executará uma série de comandos, tais como inserir, editar, formatar dados, entre outros. Esses comandos são agrupados por semelhança, em guias dedicadas a tarefas específicas. Assim a faixa de opções é composta pelas seguintes opções: Guias – abas que organizam os grupos e os comandos. Grupos – conjunto de comandos organizados de forma lógica. Comandos – botão, caixa ou menu que produz alterações no documento ou programa. A figura a seguir apresenta a faixa de comandos: 40 Fonte: Perez e Andrade (2016, p. 25). As principais guias do Excel 2016 são: Página Inicial, Inserir, Layout de Página, Fórmulas, Dados, Revisão e Exibir. A guia Página Inicial tem a finalidade de promover a formatação e a edição do conteúdo das planilhas. A figura a seguir mostra a guia Página Inicial. Fonte: Perez e Andrade (2016, p. 26). 41 A guia Inserir apresenta todos os elementos que podem ser inseridos na planilha. Entre eles estão as tabelas, os gráficos, as figuras e as ilustrações. A figura a seguir apresenta esta guia. Fonte: Perez e Andrade (2016, p. 26). A guia Layout da Página disponibiliza ferramentas que auxiliam na configuração de propriedades de páginas, temas, cores, opções de impressão, entre outros. A figura a seguir apresenta a guia Layout da Página. Fonte: Perez e Andrade (2016, p. 26). A guia Fórmulas apresenta a possibilidade do uso de fórmulas, exibidas por categoria. A figura a seguir apresenta essa guia. 42 Fonte: Perez e Andrade (2016, p. 26). A guia Dados suporta comandos com a finalidade de manipular dados internos com fontes externas, filtros e conexões. A figura a seguir apresenta essa guia. Fonte: Perez e Andrade (2016, p. 26). A guia Revisão permite executar tarefas relacionadas à revisão de texto, à tradução de idiomas, além de inserir comentários e alterar pasta trabalho. A figura a seguir apresenta essa guia. Fonte: Perez e Andrade (2016, p. 27). A guia Exibir auxilia o usuário na alteração do modo de exibição da planilha, na modificação de zoom, na organização de janelas e na criação de macros. A figura a seguir apresenta essa guia. 43 Fonte: Perez e Andrade (2016, p. 27). Outra guia importante é a guia Arquivo, presente nos aplicativos da Microsoft desde as versões 2010. Por ela, é possível criar novos trabalhos, abrir planilhas recentemente utilizadas, além de imprimir, compartilhar, entre outros. A figura a seguir apresenta detalhes dessa guia. Fonte: Perez e Andrade (2016, p. 28.) A barra de Ferramentas de Acesso Rápido opera de forma independente da guia que o usuário selecionou. Dentre as opções disponíveis na barra de ferramentas, é possível citar: botão Salvar, botão Desfazer, botão Refazer. 44 A barra de Ferramentas de Acesso Rápido pode ser personalizada. Nela, novos itens podem ser colocados ou retirados conforme a necessidade do usuário. Para isso, é necessário que o usuário clique no botão Personalizar, conforme indicado na figura a seguir, e selecione as opções desejadas. Fonte: elaborado pelo autor, s.d. A barra de título situa-se na parte superior do programa e apresenta os seguintes componentes: Barra de Ferramentas de Acesso Rápido, nome do arquivo, botão Entrar, opções de exibição da faixa de opções, Minimizar, Maximizar, Fechar. Os outros componentes do Excel são: caixa de nome, barra de fórmulas, células, guias de planilha, barra de rolagem, barra de status, barra de zoom. A caixa de nome apresenta a descrição da célula selecionada. No caso de seleção de mais de uma célula, a caixa de nome apresenta o intervalo de seleção. A barra de fórmulas fica praticamente ao lado da caixa de nome e abaixo da faixa de opções. A figura a seguir apresenta a barra de fórmulas e a caixa de nome. 45 Fonte: elaborado pelo autor, 2018. As barras de rolagem, de status e de zoom situam-se na parte inferior da planilha. Elas servem respectivamente para rolar entre os dados, exibir informações referentes às células selecionadas e alterar o tamanho de exibição da planilha. A figura a seguir apresenta cada uma dessas barras mencionadas. 46 Fonte: elaborado pelo autor, 2018. Tendo compreendido os conceitos básicos de TI, na unidade I, o foco desta unidade residiu nas ferramentas de tecnologia da informação utilizadas nas organizações. Já no primeiro item, tratou-se do computador, seus tipos e suas classificações. No segundo item, mencionaram-se diversas aplicações utilizadas pelas organizações de forma geral. A ideia de aplicação apresentada foi em softwares, haja vista eles serem classificados em software de sistemas e software de aplicação. No terceiro item, a temática foi a inteligência artificial e um paralelo traçado com a inteligência humana, apresentando-se seus diversos usos. No item quatro, o foco se deu nas tecnologias de redes de computadores e a internet para o uso eficiente e eficaz da TI. No item cinco, apresentaram-se os sistemas de informação; na última parte, aprofundou-se o uso de planilhas eletrônicasutilizando-se o Microsoft Excel. 47 UNIDADE III 3. AS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO E O PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM Ao falar sobre informática ou tecnologias da informação, de forma imediata remete-se apenas ao bom e velho computador, nas suas diversas variantes e dispositivos relacionados, tais como smartphones, laptops, supercomputadores, impressoras, scanners, modems, entre outros. Como foi constatado nos capítulos anteriores, as tecnologias da informação e da comunicação causaram uma verdadeira revolução na forma como se vivencia todos os aspectos da vida humana. 3.1 Histórico da tecnologia na educação A educação, fundamentada nos processos de gestão, de ensino, de aprendizagem e de mediação tecnopedagógica, também se utiliza, e muito, das tecnologias da informação e comunicação como eficiente ferramental na busca de seus objetivos. Não só como ferramental, mas como agente catalisador de mudanças, as tecnologias da informação têm alterado o ritmo e a velocidade do ensinar e do aprender, alterando tempo e espaço nos contextos da educação. Um bom exemplo disso é sua utilização na educação a distância, tão presente na vida das pessoas. A prática docente tem sido forçada a se reinventar nestes tempos tecnológicos, impulsionando os professores a utilizarem novas formas de condução do processo pedagógico. Os professores têm percebido que o aluno, que nasceu nesta geração totalmente digital, não mais se satisfaz com as formas arcaicas de mediação e exposição de conteúdo. Para muitos, o giz e a lousa, que não fazem sentido, têm sido substituídos paulatinamente por ferramentas como tablets, smartphone, lousas digitais, ambientes virtuais de aprendizagens, dentre outros. No Brasil, tudo começou na década de 1970, quando os setores administrativos e de secretaria das instituições de ensino começaram a se informatizar, por meio de sistemas de informação, acompanhados de ferramentas de infraestrutura de TI, como computadores, impressoras, tecnologias de rede e de banco de dados. Alguns autores descrevem o desenvolvimento das tecnologias da informação dentro do processo educacional em ondas. A primeira onda trouxe as ferramentas de software e de informática básica para os contextos administrativos das escolas. Em um segundo momento, surgiram os softwares educativos utilizados no processo de ensino e de aprendizagem. Em um terceiro momento, com o uso da internet, o surgimento da aprendizagem colaborativa por meio de redes ganha uma força extraordinária. No primeiro momento do uso da informática nas escolas, uma das grandes barreiras era a formação das pessoas envolvidas no processo educacional. Elas não tinham conhecimento das ferramentas, além de terem grandes dificuldades de 48 operação em nível de usuário, o que dificultava a execução de tarefas que envolviam sistemas e computadores. Foi quando, na década de 1980, surge o primeiro grande projeto público com o objetivo de utilizar a informática como ferramenta nos processos de ensino e de aprendizagem. O nome do projeto era o Educom, considerado fruto do Primeiro Seminário Nacional de Informática na Educação, coordenado pela Universidade de Brasília. Nessa época (década de 1980), devido ao fechamento de mercado que o Brasil vivia, eram escassas as ferramentas e as tecnologias de informática. Principalmente em software para a área educacional. O Educom também tinha como meta a criação de centros de pesquisa sobre informática na educação, que foram inicialmente implantados nas Universidades Federais de Pernambuco, do Rio de Janeiro, de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul. A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) também teve um desses centros instalados. Na Unicamp também foi desenvolvido um projeto voltado a tecnologias aplicadas à educação, conhecido como Logo. O Logo foi uma linguagem computacional criada em 1967, nos Estados Unidos, especificamente para o ensino da matemática. Em um primeiro momento restrito a grandes laboratórios e já na década de 1970 utilizado em escolas públicas norte-americanas, o Logo chega à década de 1980. Conheça alguns projetos de tecnologias aplicados à educação da Unicamp no endereço eletrônico www.nied.unicamp.br. Ainda na década de 1980, mais próximo do final, surge o Programa Nacional de Informática Educativa (Proninfe). Impulsionado pelo Educom, a ideia do Proninfe era trabalhar a formação de professores nas questões voltadas à informática. Assim observa-se uma transição da primeira onda (foco em processos administrativos da educação) para a segunda onda (foco em processos de ensino e de aprendizagem). Na década de 1990, as ferramentas de tecnologias de informação começaram, aos poucos, a ter seu uso disseminado na sociedade e na vida das pessoas, ocorrendo um movimento paralelo ao desenvolvimento da informática nas escolas. Surgem algumas escolas de informática básica, apresentando cursos voltados a http://www.nied.unicamp.br/ 49 softwares aplicativos, tais como planilhas eletrônicas, editores de texto, geradores de apresentação, entre outros. O surgimento desses cursos e de escolas de informática básica aceleraram ainda mais o uso das tecnologias da informação no contexto educacional. Claro, a princípio para atender a demandas de mercado de trabalho, mas em um segundo momento, houve pressão para as escolas a terem em suas grades curriculares a formação em informática. No final da década de 1990, surge o Programa Nacional de Informática na Educação (Proinfo), que cria os Núcleos de Tecnologias Educacionais (NTE) para a formação de professores e técnicos, além de distribuição de computadores para as escolas públicas Ainda nesse período (década de 1990), o acesso às redes de computador e à internet começam a se popularizar, de forma precária, é claro, mas favorecendo o direcionamento da internet nas escolas. Outro grande destaque desse período é a criação de disciplinas específicas voltadas para a informática nos cursos de licenciatura e pedagogia, o que favorecia ainda mais a formação de professores, com um trabalho alinhado ao uso de ferramentas de TI. No início deste século, foram grandes os movimentos no intuito de popularizar cada vez mais o uso das ferramentas de tecnologia da informação dentro da escola. Hoje, é possível afirmar que informática e educação são praticamente indissociáveis, porque justamente trouxeram não somente o professor e os funcionários da escola para serem usuário da informática, mas agora os próprios alunos. Antes, para efetuar quaisquer pesquisas, os alunos recorriam àquelas grandes enciclopédias encontradas em quaisquer bibliotecas. Hoje, é possível achar milhares de fontes (é verdade que algumas não são confiáveis), que trazem diversas informações sobre os mais variados assuntos pesquisados. Sem contar inclusive que muitas informações podem ser encontradas em plataformas que trazem não só textos escritos, mas vídeos, e-books, entre diversos outros recursos que só facilitam o processo educacional. É possível citar inúmeras situações e contextos em que o uso da informática e da internet revolucionaram a forma como aprendemos, mas nenhum outro expressa melhor essa afirmação que os processos de educação a distância, que serão vistos adiante. 3.2 As novas tecnologias educacionais Foi mencionado na primeira unidade desta disciplina que o conceito de tecnologia está associado a um ferramental que amplia as capacidades humanas e não necessariamente precisa ser uma tecnologia da informação e da comunicação. Quando se observa o ambiente da sala de aula, vê-se como tecnologias o giz, a lousa, o projetor, jogos com encaixes ou argolas, dentre outros que sequer remetem a um computador. Por isso, é comum referir-se às tecnologias da informação e da comunicação para a área de educação como as novas tecnologias que vêm dando protagonismo à figura do aluno como sujeito ativo no processo
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