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Resumo - O DESENVOLVIMENTO DA LIBIDO E AS ORGANIZAÇÕES SEXUAIS

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TEXTOS DESENVOLVIMENTO 
 
TEXTO 1: O DESENVOLVIMENTO DA LIBIDO E AS ORGANIZAÇÕES SEXUAIS 
 
● As perversões sexuais dos adultos justificam a afirmação de que a 
sexualidade e a reprodução não coincidem, porque todas as perversões 
negam o objetivo da reprodução 
● Além disso, tem-se que consciente e psíquico não são a mesma coisa. 
Ampliação do conceito de psíquico, reconhecendo como psíquico algo que 
não é consciente. 
● Não podemos evitar postular a existência de algo ‘sexual’ que não é ‘genital’ - 
que não tem nenhuma relação com a reprodução 
● O que torna a atividade dos pervertidos tão inconfundivelmente sexual é o 
fato de, via de regra, um ato de satisfação pervertida ainda assim terminar 
em orgasmo completo e emissão de produtos genitais > em crianças, o 
orgasmo e a excreção genital raramente são possíveis; em lugar disso, há 
elementos que que certamente não são reconhecidos como sendo 
nitidamente sexuais. 
● Um ou outro traço de perversão raramente está ausente da vida sexual das 
pessoas normais. 
● Podemos considerar também que precondições indispensáveis do prazer 
sexual são o ver e o sentir o objeto. 
● A ​essência das perversões não está na extensão do objetivo sexual, nem 
na substituição dos genitais, e, mesmo, nem sempre na escolha diferente do 
objeto, mas sim unicamente na exclusividade com a qual se efetuam esses 
desvios e em consequência dos quais ​o ato sexual a serviço do objetivo 
de reprodução é posto de lado. 
● É fácil concluir que a sexualidade normal surgiu de algo que existia antes 
dela, eliminando determinados aspectos desse material como inservíveis e 
reunindo o restante a fim de subordiná-lo a uma nova finalidade, a da 
reprodução. 
● A sexualidade pervertida é, via de regra, muito bem centrada: todas as suas 
ações se dirigem para um fim - geralmente um único fim. 
● À sexualidade infantil, por outro lado, falando genericamente, falta essa 
centralização; seus instintos componentes separados possuem iguais 
direitos, cada um dos quais seguindo seus próprios rumos na busca do 
prazer - Fragmentação? 
● Naturalmente, tanto a ausência como a presença da centralização 
harmonizam-se bem com o fato de que tanto a sexualidade pervertida como 
a normal surgiram da sexualidade infantil. 
● “Os senhores certamente estarão assumindo uma posição muito mais sólida 
na determinação das características do sexual, se deste ​eliminarem a 
referência à reprodução, que se torna indefensável nas perversões e, em seu 
lugar, colocarem ​atividade genital​. 
● Porém, os genitais podem ser representados, relativamente à sua produção 
de prazer, por ​outros órgãos​, como no caso do beijo, ou das práticas 
pervertidas, ou dos sibatibas, ou dos sintomas de histeria. 
● Nessa neurose, é muito comum acontecer que os sinais de estimulação, as 
sensações e as inervações e até mesmo os processos de ereção, que 
pertencem propriamente aos genitais, se ​desloquem para outras regiões 
remotas do corpo. 
● Do terceiro ano de vida em diante​, aproximadamente, os genitais já 
começam a excitar-se, um período de masturbação infantil - da satisfação 
genital, portanto - inicia-se talvez, regularmente. Os fenômenos mentais e 
sociais da vida sexual não necessitam mais estar ausentes. 
● Os fins sexuais nesse período de vida, estão intimamente relacionados com 
as investigações sexuais que a criança, por essa época, empreende. 
 
● Do sexto ao oitavo ano de vida em diante​, podemos observar uma parada 
e um retrocesso no desenvolvimento sexual, que, nos casos em que 
culturalmente há mais condições, podemos chamar de ​período de latência​. 
○ O período de latência também pode estar ausente 
○ A maior parte das experiências e dos impulsos mentais anteriores ao 
início do período de latência agora sucumbe à ​amnésia infantil > ​o 
esquecimento que nos oculta nossa primeira juventude e nos torna 
estranhos a ela. 
○ Em toda a psicanálise, coloca-se diante de nós a tarefa de trazer 
novamente à memória esse período esquecido da vida. 
○ Esse esquecimento é o resultado da repressão. 
 
● A partir do ​terceiro ano de vida​, a vida sexual da criança mostra muita 
semelhança com a do adulto. 
○ Desta difere por lhe faltar uma organização estável sob a primazia dos 
genitais, por seus inevitáveis traços de perversão e, também, 
naturalmente, pela intensidade muito menor de toda a tendência 
sexual. 
○ obs: do ponto de vista da teoria, as fases mais interessantes do 
desenvolvimento sexual (ou libidinal) situam-se em época anterior a 
esta. 
● A vida sexual da criança antes da primazia dos genitais 
○ A primazia já tem seus preparativos no primeiro período da infância, 
prévio ao período de latência, e se organiza, permanentemente, da 
puberdade em diante. 
○ Porém, uma espécie de organização frouxa, que pode ser chamada de 
pré-genital​, existe durante esse período inicial.> Durante essa fase, o 
que está em primeiro plano não são os instintos componentes 
genitais,mas os sádicos e anais. 
○ Nesse contexto, se estabelece um contraste entre ‘ativo’ e ‘passivo, 
que é precursor da polaridade sexual e que, daí em diante, se solda a 
essa polaridade (masculino/feminino) 
○ O que nos apresenta como ​masculino ​nas atividades dessa fase > 
expressão de um instinto de domínio que facilmente pode se 
transformar em crueldade. 
○ As tendências que visam a um fim passivo vinculam-se a zona 
erógena do orifício anal, que é muito importante nesse período. Os 
instintos de olhar e adquirir conhecimento estão funcionando 
poderosamente; os genitais realmente desempenham seu papel na 
vida sexual, apenas como órgaos de excreção de urina. 
● Os instintos componentes parciais dessa fase não existem sem objetos, mas 
esse objetos ​não convergem necessariamente em um único objeto 
(fragmentação?) > A ​fase sádico-anal é o precursor imediato da fase de 
primazia genital. 
● Anterior a fase sádico-anal do desenvolvimento libidinal, podemos divisar 
um estádio de organização ainda mais precoce e primitivo, no qual a ​zona 
erógena da boca desempenha o papel principal > a atividade sexual da 
sucção​ pertence a esse estádio. 
● Resuminho: A vida sexual (ou função libidinal) não emerge como algo pronto 
e nem tem seu desenvolvimento ulterior ditado pelo seu próprio aspecto 
inicial, mas passa por uma série de ​fases sucessivas que não se parecem 
entre si; 
○ Sua evolução repete-se, portanto, várias vezes 
○ O ponto crítico desse desenvolvimento é a subordinação de todos os 
instintos parciais à ​primazia dos genitais e, com isso, a ​sujeição da 
sexualidade à função reprodutiva​. ​FASE FÁLICA 
○ A esta ^ precede uma vida sexual que poderia ser descrita como 
anárquica - a atividade independente dos diferentes instintos parciais 
buscando o prazer do órgão. 
○ Tal anarquia é mitigada por inícios infrutíferos de organizações 
‘pré-genitais’ - uma ​fase sádico anal precedida por uma ​fase oral que 
é, talvez, a mais primitiva. 
○ Obs: a libido passa através de um percurso evolutivo muito longo e 
sujeito e muitas interrupções e isso tem influência na constituição das 
neuroses. 
● Outro aspecto do desenvolvimento: a relação entre os ​instintos sexuais 
parciais​ e seu​objeto​ e uma de suas consequências relativamente tardias. 
○ Alguns dos componentes do instinto sexual têm, desde o início, um 
objeto e aderem a este. Outros, mais definidamente vinculados a 
determinadas zonas erógenas do corpo, têm, inicialmente. apenas um 
objeto… 
○ Assim, o ​primeiro objeto do componente oral do instinto sexual é 
o seio materno​, que satisfaz a necessidade de alimento do bebê. 
○ O compoente erótico, que é satisfeito simultaneamente durante a 
sucção (nutricional), torna-se independente com o ato de sucção 
sensual; abandona o objeto externo e o substitui por uma área do 
corpo do próprio bebê. O instinto oral torna-se ​auto-erótico​, como o 
são, no início, os instintos anais e os outros instintos erógenos. 
○ O desenvolvimento subsequente, para dar ao assunto toda concisão 
possível, tem dois objetivos: 
■ O ​primeiro​, o ​abandono do auto-erotismo​, logo, a 
substituição do corpo da própria criança por um ​objeto 
externo 
■ E ​em segundo lugar​, a unificação dos diversos objetos dos 
instintos separados e sua ​substituição por um único objeto​. 
○ Naturalmente, essa substituição só pode ser realizada se o objeto for 
um ​corpo total​, semelhante ao do próprio sujeito. 
○ Dizemos que a mãe é esse primeiro objeto de ‘amor’. Na época em 
que a mãe se torna o objeto de amor da criança, o trabalho psiquico 
de ​repressão já começou > trabalho que consiste em uma parte dos 
fins sexuais subtrair-se ao conhecimento consciente. 
○ A essa escolha que a criança faz, ao tornar sua mãe o primeiro objeto 
de seu amor, vincula-se tudo aquilo que, sob o nome de ‘​complexo 
de édipo​’, veio a ter tanta importância na explicação psicanalítica das 
neuroses e tem tido uma parte não menor, talvez, na resistência à 
psicanálise. 
 
● Complexo de édipo 
○ Não pode haver dúvida de que o complexo de édipo pode ser 
considerado uma das mais importantes fontes do sentimento de culpa 
com que tão frequentemente se atormentam os neuróticos. 
○ Dois desejos: eliminar o pai e, em lugar deste, desposar a mãe - e 
horrorizar-se com esses mesmos desejos. 
○ A mãe satisfaz todas as necessidades da criança, de modo que esta 
tem interesse em evitar que ela venha a dispensar cuidados a uma 
outra pessoa. 
○ Nessa situação, o interesse egoístico simplesmente oferece um ponto 
de apoio ao qual a tendência erótica se vincua. 
○ Diversas situações da infância, como a insistencia do filho de dormir 
ao lado da mãe, demonstra inequivocamente a natureza aerótica de 
sua ligação com a mãe. 
○ Enquanto isso, há um pai amiúde que compete com a mãe em 
proporcionar cuidados ao menino, e, no entanto, não lhe é atribuída a 
mesma importância que a ela. 
○ Em resumo: não existe crítica que possa eliminar dessa situação o 
fator da ​preferência sexual​. 
■ Do ponto de vista do interesse egoístico, seria simplesmente 
uma tolice um menino não preferir suportar o fato de ter duas 
pessoas a seu serviço, a ter apenas uma. 
○ As coisas se passam de modo exatamente igual com as ​meninas​, 
com as devidas modificações: uma afetuosa ligação com o pai, uma 
necessidade de eliminar a mãe, por julgá-la supérflua, e de tomar-lhe o 
lugar, um coquetismo que já utiliza os métodos da futura feminilidade- 
- tudo isso oferece um quadro encantador, especialmente em meninas, 
o que nos faz esquecer as consequências possivelmente graves que 
se escondem nessa situação infantil. 
○ Os próprios pais exercem uma influência decisiva no despertar da 
atitude edipiana da criança, ao cederem ao empuxo da atração 
sexual, e que, onde houver diversas crianças, por exemplo, o pai dará 
definidas provas de sua maior afeição por sua filha e a mãe pelo filho. 
> Mas a natureza espontânea do complexo de édipo não pode ser 
seriamente abalada até mesmo por esse fator. 
○ Novos irmãos e irmãs serão recebidos com ​aversão​, o que faz com 
que, sem hesitações eles sejam, em desejo, eliminados. 
○ À medida em que os irmãos crescem, a atitude do menino/menina 
sofrem transformações muito significativas. Por exemplo, o menino 
pode tomar sua irmã como objeto de amor, à maneira substituta da 
mãe infiel. E vice-versa. 
○ As investigações sexuais da criança, com todas as suas 
consequências, geralmente se originam dessa experiência vital sua. 
○ Isto e muito mais de natureza semelhante será demonstrado pela 
observação direta de crianças e pelo exame de recordações retidas 
desde a infância, não influenciadas pela análise. 
○ Assim, a ​posição que a criança ocupa na sequência da família é de 
extrema importância na determinação da forma de sua vida posterior, 
e deve merecer consideração em toda anamnese. 
○ Nisso tudo, deixa-se de atentar para o fato de que uma proibição tão 
peremptória (incesto), não seria necessária nas leis e nos coonstumes, 
se houvessem barreiras naturais seguras contra as tentações do 
incesto. > A verdade é justamente o oposto > A primeira ​escolha 
objetal de um ser humano é regularmente ​incestuosa e necessita 
das mais severas proibições para impedir que esta tendência infantil 
persistente se realize. 
○ Sempre que alguém faz um relato de um acontecimento passado, 
ainda que seja um historiador, devemos ter em mente o que é que ele 
intencionalmente faz recuar do presente, ou de alguma época 
intermediária, para o passado, falsificando, com isso, o seu quadro 
referente ao fato. > De ora em diante teremos que descobrir as razões 
disso, e teremos de, no geral, considerar atentamente o fato do 
‘fantasiar retrospectivo’. 
○ O fato clínico que se apresenta sob a forma de ​complexo de édipo​, 
tal como é estabelecido pela análise, é da mais alta significação 
prática. 
● Puberdade: constatamos que, na puberdade, quando os instintos sexuais, 
pela primeira vez, fazem suas exigências como toda a sua força, os velhos 
objetos incestuosos familiares são retomados mais uma vez e novamente 
catexizados com a libido​. 
○ A escolha objetal infantil era apenas uma escolha débil, mas já era um 
começo que indicava a direção para a escolha objetal na puberdade. 
○ Nesse ponto, desenrolam-se assim, processos emocionais muito 
intensos, que seguem a direção do complexo de édipo ou reagem 
contra ele. Processos esses que são intoleráveis e devem, em larga 
escala, permanecer apartados da consciência. 
○ Dessa época em diante, o indivíduo humano tem de se dedicar à 
grande tarefa de desvincular-se de seus pais e, enquanto esta tarefa 
não for cumprida, ele não pode deixar de ser uma criança para se 
tornar membro da comunidade. 
● Os ​neuróticos, porém, não chegam a ​nenhuma solução​: o filho permanece 
por toda a vida subjugado à autoridade do pai e é incapaz de transferir sua 
libido a um objeto sexual externo. Com o relacionamento modificado, o 
mesmo destino pode esperar a filha. 
○ Nesse sentido, o ​complexo de édipo pode ser considerado, 
justificadamente, como o ​núcleo das neuroses​. 
 
● OBS: ​Origem dos impulsos de natureza pervertida ou incestuosa: São arranjos da libido e 
das catexias objetais que datam o início da infância e que, desde então, foram abandonadas no 
que respeita a ​vida consciente​, mas que provam ainda estar presentes,no período noturno, e 
ser capazes de funcionar em certo sentido. No entanto, de vez que todos, e não apenas os 
neuróticos, experimentam sonhos pervertidos, incestuosos e assassinos, podemos concluir que 
as pessoas que s~~ao normais, atualmente, percorreram um caminho evolutivo que passou 
pelas perversões e catexias objetais do complexo de édipo e que este é o caminho do 
desenvolvimento normal e que os ​neuróticos ​simplesmente nos mostram, de forma ampliada 
e grosseira, aquilo que a análise dos sonho nos revela também em pessoas sadias.

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