Buscar

TCC GESTÃO FAVEVI

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

12
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSUNÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO FAVENI
O TRABALHO DO PEDAGOGO NOS ESPAÇOS EDUCATIVOS
WELLIAINE DE OLIVEIRA ROSA SILVA
GOVERNADOR VALADARES
2018
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSUNÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO FAVENI
WELLIAINE DE OLIVEIRA ROSA SILVA
Artigo científico apresentado a FAVENI como requisito parcial para obtenção do título de Pós-Graduação em Gestão do Trabalho Pedagógico (Administração, Inspeção, Orientação e Supervisão).
GOVERNADOR VALADARES
2018
O TRABALHO DO PEDAGOGO NOS ESOAÇOS EDUCATIVOS.
Welliaine de Oliveira Rosa Silva
RESUMO
A presente pesquisa terá como enfoque, O trabalho do pedagogo nos espaços educativos, tem como propósito contribuir para a compreensão e o possível aprimoramento do trabalho pedagógico em espaços escolares e não escolares diante do novo paradigma de organização presente no processo educativo intitulado Gestão Democrática. Esse trabalho é desenvolvido nesses espaços, pelo profissional antes habilitado pelo curso de pedagogia, como Supervisor Escolar ou Orientador Educacional ou ainda Coordenador Pedagógico. Nesse contexto poderemos entender que a Gestão Democrática implica na efetivação de novos processos fundamentados em uma dinâmica que favorece o empenho de esforços coletivos e participativos de decisão. A possibilidade de organização contempla desde a limitada participação até a efetivação de processos que busquem fazer com que os diferentes segmentos da comunidade escolar compartilhem a tomada de decisão e mesmo ações por meio do trabalho coletivo.
Palavras-chave: Pedagogo, Organização, Gestão Democrática e Comunidade.
INTODUÇÃO
O Trabalho do pedagogo nos espaços educativos, nos leva a entendermos primeiramente o conceito de pedagogia, a relação da pedagogia com as demais ciências da educação, a contextualização histórica dos primórdios da função do pedagogo, de intendente a inspetor escolar. Posteriormente a mudança de nomenclatura (da função à profissão), de acordo com os diferentes períodos traçados pela educação brasileira.
A pesquisa auxiliará no entendimento do conceito de pedagogia em sua contextualização histórica e política e sua relação com as ciências da educação. Também poderemos entender a evolução histórica e política da pedagogia no Brasil, bem como a legislação que trata da formação do pedagogo em suas especificidades. Dentro da analise que faremos sobre 
Mas afinal o que é pedagogia? No início desta pesquisa convidamos você a analisar o conceito de pedagogia de forma contextualizada historicamente.
1. CONCEITO DE PEDAGOGIA
Libâneo (2002) argumenta que, sempre que pensamos em formação humana, podemos considerar uma diversidade de práticas educativas que se realizam na sociedade em muitos lugares e modalidades diferenciadas. A toda educação corresponde uma prática educativa, uma diversidade de trabalho pedagógico para além das atividades de educação escolar e ensino-aprendizagem.
A pedagogia então pode ser considerada a teoria e prática da educação. Teoria construída a partir e em função das exigências da realidade educacional. Mediante conhecimentos científicos, filosóficos e técnico-profissionais, investiga a realidade educacional em constante transformação, busca o entendimento dos problemas educativos.
Pedagogo é o profissional que atua em várias instâncias da prática educativa, ligadas direta ou indiretamente à organização e aos processos de transmissão e assimilação de saberes, tendo em vistos objetivos de formação humana, previamente definida em contextualização histórica (LIBÂNEO, 2002).
2. PEDAGOGIA E SUA RELAÇÃO COM AS CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO
A partir da consciência histórica e da reflexão filosófica, podemos perceber as necessidades mais prementes da realidade, isso favorece o estabelecimento de objetivos para a ação educativa. De que forma podemos realizar tais objetivos? Com quais meios adequados? Quanto mais adequado for o conhecimento sobre a realidade, mais adequados serão os meios para agir sobre a realidade. Para o conhecimento da realidade, nós contamos hoje com as ciências.
Se buscarmos o entendimento de que a arte e a técnica, originalidade/ repetitividade, dizem respeito ao “fazer” e a ciência ao “conhecer”; a pedagogia enquanto sistematização da educação é uma teoria construída a partir e em função das exigências da realidade educacional. Segundo Saviani (2007), sua sistematização, ou seja, a sistematização da educação ampara-se, portanto, em bases históricas, filosóficas, científicas e tecnológicas, entre outras, para dar conta da ação pedagógica. No contexto podemos entender que a: Filosofia da Educação: Reflete criticamente sobre os problemas que a realidade educacional apresenta.
História da educação: estudo da realidade educacional na sua evolução através do tempo. Teologia da educação: estudo da realidade educacional a partir do conhecimento revelado. Nesse contexto, a função do curso de pedagogia destina-se à formação do educador, aquele que realiza que desenvolve a ação educativa. Para uma ação coerente ele necessita de fundamentação teórica. Para permitir-lhe essa fundamentação é que se criou o curso de pedagogia.
A pesquisa é o modo pelo qual adquirimos informações seguras e úteis sobre o processo educativo. O objetivo da ciência é ser capaz de entender, predizer ou controlar os eventos do mundo. Pesquisa pode ser entendida como uma investigação controlada.
O trabalho de pesquisa produz grande dose de energia psíquica e exige enorme tolerância à ausência de feedbacks imediatos, além de impor uma severa cobrança de exclusividade (FREITAS, 2002).
3. ESCOLA: ESPAÇO DE ATUAÇÃO DO PEDAGOGO
Segundo alguns autores, a institucionalização da relação entre escola e trabalho ocorre no Brasil ainda durante a Primeira República. Anterior a isso, intelectual brasileiro defendia uma educação para o trabalhador pautada em argumentos que defendiam e impunham, através da ordem, uma calma aparente. Forçada por uma ideologia que entende a alienação dos sujeitos como comportamento dócil, disciplinado para o trabalho.
A manifestação da supervisão surge, ainda na Antiguidade, na figura do pedagogo significando aquele que conduz, vigia, controla e supervisiona todos os atos da criança enquanto a encaminha ao local de aprendizagem, ainda na Grécia antiga. De acordo com estudos de Saviani (1999), o escravo que tomava conta da criança e a conduzia até o mestre do qual recebia a lição.
A função supervisora também se fazia presente na educação dos escravos por intermédio do intendente. Com o desenvolvimento das atividades agrícola e pastoril, o homem produzia o necessário para sua sobrevivência. A produção da sua atividade em contato com a natureza é também, naturalmente, a sua própria educação.
A supervisão ainda de forma rudimentar se estabelece num processo intermitente ora inspecionando, ora fiscalizando, ora controlando a organização do sistema educacional numa sociedade em constante movimento.
De acordo com Hidalgo (1999), a inspeção tradicional eclesiástica chegou ao ensino no Brasil logo após a ocupação de seu território pelos portugueses. A escola, de caráter confessional, era construída ao lado dos conventos levando instrução e catequese aos índios e colonos.
O curso de licenciatura em pedagogia destina-se a formação de professores para exercer funções de magistério na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental, nos cursos de ensino médio, na modalidade normal, de educação profissional na área de serviços e apoio escolar e em outras áreas nas quais sejam previstos conhecimentos pedagógicos.
O trabalho do pedagogo nos espaços escolares e não escolares, ou seja, para que o pedagogo atue no ambiente escolar e em outros espaços que possibilitem ensino e aprendizagem, o pedagogo deve estar segundo Kuenzer (1998):
Capacitado para compreender a nova realidade, apoiando-se nas distintas áreas do conhecimento, para produzir ciência pedagógica. Ter competência para identificar os processos pedagógicos que ocorrem no níveldas relações sociais mais amplas, e não apenas nos espaços escolares institucionalizados: nos movimentos sociais, na rua, no trabalho, sindicatos, ONGs, entre outros. Ter competência para dialogar com o governo em suas diferentes instâncias e com a sociedade civil (implementação ou enfrentamento). Ser capaz de transformar a teoria pedagógica em pratica pedagógica, sabendo selecionar e organizar conteúdos superando a organização curricular de disciplinas estanques, através da construção coletiva.
Que seja capaz de buscar a articulação entre a escola e o mundo das relações sociais e produtivas através de procedimentos metodológicos apoiados em bases epistemológicas adequadas. Que saiba organizar e gerir o espaço escolar de forma democrática, internamente e em suas articulações com a sociedade. Enfim, que seja o organizador de experiências pedagógicas escolares e não escolares, cujo significado seja definido pelos fins da educação como expressão do desejo coletivo da sociedade que queremos.
Partindo do pressuposto de que toda ação dos profissionais da escola é fundamentada no coletivo que dela participam o pedagogo, nesse contexto, tem a responsabilidade de colaborar na organização do trabalho, tanto no administrativo quanto no pedagógico, bem como garantir o funcionamento do sistema escolar.
A reflexão, como busca de soluções para os problemas pedagógicos, é o meio pelo qual pedagogos e professores podem apoiar o crescimento uns dos outros. A análise individual das práticas limita o crescimento de cada um. A proposta é criar comunidades de aprendizagem nas quais esses profissionais podem apoiar-se e desenvolverem-se mutuamente, aprendendo uns com os outros. Pedagogos e Professores, ao se tornarem reflexivos, acompanham e monitoram sua própria formação, são capazes de alcançar competência profissional como base para os conhecimentos teóricos que foram experimentados e adaptados às suas práticas. Entenderão cada processo de formação continuada como início de uma nova fase.
O pedagogo deve ter uma reflexão mais aprofundada sobre a articulação, deve empreender buscando uma formação compromissada, que consiga mediar teoria e prática numa perspectiva reflexiva. Autoavaliar atitudes, estratégias, torna-se a base de um trabalho responsável, comprometido e que valoriza as relações de um trabalho a ser desenvolvido de forma coletiva. 
4. GESTÃO DA EDUCAÇÃO
Gestão pode ser entendida como um termo que busca superar a concepção Taylorista/Fordista, ainda tão presente nas instituições e organizações, incluindo as educacionais.
A Intermediação escola, comunidade e família, também é proposta que surge com a gestão democrática.
Falar ou pensar em gestão na escola sempre nos remete às instâncias de decisão colegiadas. Essas instâncias, são aquelas no qual os interessados podem participar opinando, questionando, buscando melhores resultados, novas formas de trabalho, visando à qualidade do ensino. As instâncias colegiadas destacadas aqui são: Conselho Escolar, Grêmio Estudantil, APMF (Associação de Pais, Mestres e Funcionários) da escola.
A autonomia da instituição pública de ensino pode ser traduzida na escola pela construção da proposta pedagógica, prevista na LDB 9.394/96 quando assegura a participação de alunos, professores, pais, funcionários e demais interessados pelo desenvolvimento do trabalho. Porém mesmo contemplada na Lei, em seu aspecto formal, segundo SOUZA (2003) ainda não se garante a condição de seu exercício de forma prática.
Outro fator importante é a elaboração do Projeto Político Pedagógico, pois, é a partir deste que as propostas e as ações nele inseridas são executadas e avaliadas com o intuito de alcançar os objetivos propostos. Dourado salienta que:
(...) faz parte da história de luta dos trabalhadores em educação e movimentos sociais organizados em defesa de um projeto de educação pública de qualidade, social e democrática. Em diferentes momentos, tais lutas se levantaram para garantir maior participação dos trabalhadores em educação nos destinos da escola, no fortalecimento dos conselhos escolares, na definição do Projeto Político Pedagógico, na defesa da eleição de diretores, da autonomia escolar e de um crescente financiamento (2003, p.48- 52).
O projeto político-pedagógico deve ter como objetivo primordial a organização do trabalho pedagógico. O PPP apresenta-se articulado ao compromisso sociopolítico ao preocupar-se com a formação de um determinado tipo de homem, ao mesmo tempo em que se torna pedagógico por definir ações educativas e possuir características necessárias às escolas para cumprirem seus propósitos e sua intencionalidade. O PPP tem a ver com a organização do trabalho da escola como um todo e como organização da sala de aula (ação educativa), incluindo relação com o contexto social imediato, trabalhar conflitos, superar relações competitivas e autoritárias, procurando preservar a visão de totalidade.
Segundo Veiga e Resende (1998), o PPP, como instrumento de planejamento coletivo, procura resgatar a unidade do trabalho escolar, garantindo que não haja uma divisão entre os que os planejam e os que executam. Assim, o conselho escolar necessita zelar pela dimensão unitária do trabalho desenvolvido na escola, resgatando a função educativa de todos os que atuam em seu espaço.
GENTILI (1994), ao analisar a questão da qualidade da educação compatível com a educação emancipadora, afirma que convém verificar qual a lógica predominante que envolve as políticas públicas nos últimos anos. O conceito de qualidade da educação que prevalece nas políticas públicas, segundo o autor, foi construído a partir do argumento de que o Brasil havia atingido a quase universalização do ensino fundamental. Tal concepção apontou para um número suficiente de escolas e salas de aula para todos. A existência de crianças e jovens fora da escola era atribuída apenas à reprovação e à evasão escolar. Nessa concepção, a qualidade se reduz à superação do problema da reprovação e da evasão e não mais a sua democratização.
De acordo com GENTILI (1994) a gestão deve contribuir para o fortalecimento da escola pública e para a emancipação dos sujeitos sociais. O envolvimento da escola com a formação dos sujeitos, fundamentada numa concepção de mundo, sociedade e educação, que procura desenvolver conhecimentos, habilidades e atitudes que auxiliarão na autonomia de cada um, deve ser entendido como foco central a ser valorizado. Dessa forma o sujeito poderá relacionar-se consigo mesmo, com a natureza e com os outros homens. Enquanto que a escola pode romper com os modelos ou padrões preestabelecidos, contribuindo de forma compromissada com a formação dos sujeitos em seu aspecto cultural, social, econômico e político. Aspectos intimamente ligados à transformação da realidade e à emancipação dos sujeitos sociais.
Já é lugar comum a afirmação de que vivemos em uma época de mudança. Porém, a mudança mais significativa que se pode registrar é a do mundo como vemos a realidade e de como dela participamos, estabelecendo sua construção. No geral, em toda a sociedade, observa-se o desenvolvimento da consciência de que o autoritarismo, a centralização, a fragmentação, o conservadorismo e a ótica do dividir para conquistar, do perde- ganha, estão ultrapassados, por conduzirem ao desperdício, ao imobilismo, ao ativismo inconseqüente, à desresponsabilização por atos e seus resultados e, em última instância, à estagnação social e ao fracasso de suas instituições.
Essa mudança de paradigma é marcada por uma forte tendência à adoção de concepções e práticas interativas, participativas e democráticas, caracterizadas por movimentos dinâmicos e globais, com os quais, para determinar as características de produtos e serviços, interagem dirigentes, funcionários e “clientes” ou “usuários”, estabelecendo alianças, redes e parcerias, na busca de soluções de problemas e alargamento de horizontes.
É possível afirmar que, tendo em vista o momento de transição entre esses dois enfoques, a escola se defronta muitas vezes, ainda, com um sistemacontraditório em que as forças de tutela ainda se fazem presentes, ao mesmo tempo em que os espaços de abertura são criados, e a escola é instigada a assumir ações para as quais ainda não desenvolveu a competência necessária. Portanto, a escola e seus dirigentes se defrontam com a necessidade de desenvolver novos conhecimentos, habilidades e atitudes para o que não dispõem mais de modelos e sim de concepções.
Um novo paradigma emerge e se desenvolve sobre a educação, a escola e sua gestão-como, aliás, em todas as áreas de atuação humana: não existe nada mais forte do que uma idéia cujo tempo chegou à vista do que se trata de um movimento consistente e sem retorno. E a idéia que perpassa todos os segmentos da sociedade é a que demanda espaços de participação (LUCK, 1999) associados aos quais estão, inevitavelmente, os esforços de responsabilidade. Há de se dar conta, no contexto da escola, da multiculturalidade de nossa sociedade, da importância e riqueza dessa diversidade, associados à emergência do poder local e reivindicação de esforços de participação.
Em decorrência da situação exposta, muda a fundamentação teórico-metodológica necessária para a orientação e compreensão do trabalho da direção da escola, que passa a ser entendido como um processo de equipe, associado a uma ampla demanda social por participação.
Pensar a relação entre pedagogo e regente de sala de aula implica pensar a prática cotidiana da escola. E a prática cotidiana da escola está intimamente ligada à presença do professor regente de classe, profissional que regula e administra, diretamente com os alunos, o trabalho didático-pedagógico em sala de aula. É no entendimento da forma de tratamento dado pelo professor aos diferentes conteúdos, e das condições de existência dos alunos que o pedagogo sistematiza o seu trabalho no interior da escola.
Em recente pesquisa, COSTA (2006) constatou que a ação da equipe pedagógica com relação ao trabalho do professor no ambiente escolar se configura numa parceria na qual ambos, politicamente, apresentam identidade e posições definidas a partir das quais refletem, criticam e indagam a respeito de seu desempenho como profissionais que trabalham na escola.
O trabalho do professor dá sentido ao trabalho do pedagogo no interior da escola. Aponta seu objeto de ação e ajuda a refletir como desenvolver a ação. Contesta a concepção da ação supervisora centrada no controle puro e simples do trabalho do professore, em seu lugar, apresenta a possibilidade de ação conjunta voltada para a produção do trabalho do professor como em sala de aula como sujeito que ensina e aprende. Nessa perspectiva, a ação do pedagogo na escola é entendida como possibilidade de assessoria ao professor na relação entre teoria e prática e entre prática e realidade concreta.
A escola necessita de professores compromissados no sentido de apresentarem possibilidade de ensino e aprendizagem eficiente, libertadora, à população estudantil cada vez mais diversa culturalmente. Um professor que apresente a educação como caminho para o entendimento do ambiente que nos cerca, das questões éticas da ciência, da busca do entendimento das diferenças, na participação política, como um crítico das situações que aí estão e que devem ser mudadas.
Um professor compromissado diante da necessidade de entender a construção que os alunos trazem para sala de aula, a comunhão de conhecimentos, entre muitas outras contribuições. Na mobilização de saberes, atitudes, ética e valores que deveriam ser próprio de cada um e do coletivo.
Paulo Freire (1987) em pedagogia do oprimido permite a reflexão sobre o opressor, o oprimido e o ingênuo. Incita a pensar que se sentir oprimido não é o pior, na verdade o ruim é se sentir o ingênuo, que não se sente oprimido e oprime sem saber, estando a mando ingenuamente dos opressores.
5. CONCLUSÃO
Finalizando, compreendemos que o trabalho do pedagogo em espaços educativos, possibilita primeiramente a associação de princípios que se complementam, ou seja, a contextualização, que amplia o significado da pesquisa e a importância de que esse tema reverta-se em objetivos e projetos comuns para a integração do trabalho do pedagogo, diante das perspectivas da gestão, em espaços escolares.
O papel político-pedagógico do diretor, bem como do pedagogo da escola, de acordo com as novas propostas, devem privilegiar a gestão colegiada, por meio de discussões coletivas que vão além da simples legitimação ou cumprimento de um mero ritual burocrático institucionalizado, garantindo a livre organização dos segmentos da comunidade escolar.
Resta ainda resgatar o verdadeiro significado da participação, da autonomia e da qualidade do ensino público. A qualidade do ensino vinculado à do social com a garantia da apropriação crítica dos conhecimentos por aqueles que fazem parte da escola pública. Cabe a esses lutar pela existência de uma organização em que as relações sejam democráticas e os sujeitos, de fato, participem, refletindo sobre seu próprio trabalho e tomando as decisões sobre o que realizar.
O trabalho do pedagogo consiste em prestar acessória ao professor no processo de ensino e aprendizagem. Desenvolvido na relação entre professor e aluno, o processo de ensino e aprendizagem requer o conhecimento não apenas do aluno, mas também das condições concretas, pessoais e profissionais dos professores. Esse conhecimento implica a compreensão de que o professor e o pedagogo têm tarefas diferentes, numa luta comum.
Ao assumir a tarefa de parceiro do professor, os pedagogos iniciam um trabalho que poderá ser estendido por toda a equipe pedagógica e administrativa, propondo a ressignificação de suas atribuições, dos seus direitos, dos seus deveres, dos seus compromissos enquanto profissionais que possuem autonomia para decidir sobre a qualidade do seu trabalho.
A nação se empenha em ser forte, e a sua força dependerá da sua capacidade de produção. A educação afirma a clara tendência de tornar-se, com os ideais nacionais, a preparação para o trabalho em novas bases. Tem de deixar de ser um empreendimento do estado, no sentido formal, para ser um empreendimento sentido e desejado pelo povo, como obra necessária à direção e desenvolvimento da vida escolar.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DOURADO, Luiz Fernandes. Gestão escolar democrática- a perspectiva dos dirigentes escolares, 2003. 
______. Gestão da educação. Brasília: Universidade de Brasília, Centro de Educação a Distância, 2006. 
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1997. 
LIBÂNEO, José Carlos. Didática. Ed. 19. São Paulo: Cortez, 1994. 
______. Organização e gestão da escola: Teoria e Prática. Goiás: Alternativa, 1996. 
LÜCK, Heloísa et al. A escola participativa: O trabalho do gestor escolar. 3. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2005. 
______. Organização e gestão na escola. Goiânia: Alternativa, 2008. 
______. Dimensões de gestão escolar e suas competências. Curitiba: Editora Positivo, 2009. 
______. Gestão democrática da educação: desafios contemporâneos. 9. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009. 
PARO, Vitor Henrique. Por dentro da escola pública. 1. ed. São Paulo: Xamã, 1995. 
______. Gestão democrática da escola pública. 3. ed. São Paulo: Ática, 2006.

Outros materiais