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Livro do professor Livro didático Livro do professor Educação Física 9o. ano Volume 3 Esporte e lazer 14 Práticas de lazer 3 6 5 oLivro do proLivro do pro © W ik im ed ia C om m on s/ Ro uv en 31 07 Tema: Práticas corporais e lazer Neste semestre, nós vamos unir o estudo e a vivência das práticas corporais ao tema “lazer”. Você sabia que o lazer é um direito das pessoas? Isso mesmo! Mas será que todo mundo tem acesso a esse direito? Aqui, para podermos responder a essa questão e também para compreendermos melhor esse conceito, vamos conhecer a história do lazer e analisar de que forma ele está relacionado à sociedade. Por isso, estudaremos algumas práticas corporais ligadas ao universo dos jogos e também práticas esportivas que podem ser adaptadas e usufruídas como práticas de lazer. Vamos estudar jogos e brincadeiras que você provavelmente já conhece e que fizeram (e fazem) parte da infância de muitas pessoas. A partir do nosso estudo, essas práticas podem ganhar novos significados para você, pois refletiremos sobre a história delas e sobre a importância cultural que têm. Além disso, para ampliar os seus conhecimentos sobre a cultura corporal, vamos estudar dois esportes que são pouco praticados no Brasil, mas que têm inúmeras possibilidades de experimentação tanto na escola quanto nos momentos de lazer. A sua missão é transmitir os conhecimentos que você vai adquirir aqui à comunidade, no evento comunitário! Isso pode ser feito por meio de palestras, oficinas, exposições ou vivências. O importante é que esses novos conhecimentos sejam repassados aos convidados e também que sejam propostas novas reflexões sobre temas e conteúdos já conhecidos por todos. Lembre-se: nosso objetivo é garantir o acesso de todos às práticas corporais, mesmo que seja necessário adaptá-las. DK O E st úd io . 2 01 7. D ig ita l. 9o. ano – Volume 3 p p q j p M ar co s G ui lh er m e. 2 01 9. D ig ita l. 2 1. Para você, o que é lazer? 2. De que formas você considera que podemos usufruir desse direito? 3. Qual o papel das práticas corporais no tempo de lazer? 5 Práticas de lazer © Sh ut te rs to ck /M BI Orientações metodológicas.1 g cas. © Sh ut tee rs to ck /M BI Orientações metotoddddodod lógicas.ç todológicas.1 ©Shutterstock/Veja 3 O que é lazer? A partir de agora, vamos entender melhor o que é lazer e que relações ele tem com o dia a dia das pessoas, com a vida em sociedade e com as práticas corporais. Podemos começar definindo assim: o momento de lazer é o tempo que as pessoas usam (quando não estão trabalhando, nem estudando e nem fazendo suas obrigações domésticas) para realizar atividades artísticas, intelectuais, turísticas, físicas ou sociais. Ou seja, chamamos de lazer aquelas atividades que as pessoas escolhem livremente, sem nenhum interesse de retorno financeiro – o único retorno esperado é o prazer que a atividade proporciona durante sua realização. Objetivos • Entender o que é lazer e como ele se relacio- na à cultura. • Compreender que o acesso às práticas cor- porais é um direito de todos. • Atribuir novos sentidos e valores às práticas corporais. • Experimentar e fruir brincadeiras e jogos populares, entendendo a importância deles como patrimônio histórico-cultural. • Descrever brincadeiras e jogos populares. • Explicar as características e a importância das brincadeiras e jogos populares para a preservação das diferentes culturas. • Recriar brincadeiras e jogos populares. • Adequar essas práticas aos espaços disponí- veis (na escola ou fora dela). • Planejar e utilizar estratégias para que todos os colegas possam participar de forma segu- ra dos jogos e brincadeiras. • Agir de forma cooperativa e solidária na rea- lização das atividades propostas. • Ao realizar as atividades, fazer isso com res- ponsabilidade e respeito às características físicas próprias e dos colegas, sem discrimi- nação de qualquer tipo. Em outras palavras, podemos dizer que o lazer é considerado um meio pelo qual as pessoas buscam satisfação e podem alcançar autorrealização. Ele é reconhecido pela Constituição Brasileira como um direito de todo cidadão. O lazer também é chamado de “tempo de não trabalho”, porque é um momento em que as pessoas se desobrigam de suas tarefas. © Sh ut te rs to ck /E ld ar N ur ko vi c 9o. ano – Volume 34 Normalmente, também é no tempo de lazer que as pessoas realizam as práticas corporais. As ativida- des físicas, além de cumprirem um papel relevante na socialização, favorecem o combate ao sedenta- rismo, que tem crescido entre a população e traz diversos malefícios à saúde física, mental e social. Orientações metodológicas.2 Entrando em campo Como você deve saber, na maioria dos países do mundo existe um documento chamado constituição. Em cada país, é a constituição que reúne o conjunto de “leis maiores”, ou seja, as leis que regem o Estado. Veja a seguir o que afirma a Constituição Brasileira, no seu capítulo II, no item “dos direitos sociais”. Art. 6º. São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desam- parados, na forma desta Constituição. BRASIL. Constituição (1988). Constituição: República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal, 1988. É nessa lei que estabelecemos que, no Brasil, o lazer é considerado um direito da população. Mas, na prática, como você considera que as pessoas têm acesso a esse direito? Converse com os colegas e o pro- fessor sobre esse tema. O excesso de atividades de caráter passivo (sem movimento) pode estimular o sedentarismo, influenciando negativamente na qualidade de vida das pessoas. Existem basicamente dois tipos de lazer: 1. Lazer passivo: as atividades desenvolvidas nesse tipo de lazer quase não fazem com que as pessoas gastem energia. São nor- malmente práticas vinculadas ao estímulo do consumo (como os shoppings) e também à venda de produtos ligados às práticas cor- porais. Por exemplo, quando as pessoas somente assistem aos esportes e, como público, são incentivadas a consumir bebidas, comidas e acessórios relacionados àquele esporte. 2. Lazer ativo: as atividades desenvolvidas com criatividade e que contribuem para a melhora da qualidade de vida e da saúde das pessoas. Por exemplo quando, além de assistir às práticas cor- porais pela TV, as pessoas as adaptam e praticam nos momentos de lazer. Ou seja, são atividades que atingem a esfera social e da saúde individual. É importante que as atividades desenvolvidas nos momentos de lazer também contemplem práticas que movimentem o corpo. © Sh ut te rs to ck /Ir yn a T iu m en ts ev a © Sh ut te rs to ck /J ev an to P ro du ct io ns Podemos dizer que um comportamento sedentário é a prá- tica recorrente de atividades realizadas na posição deitada ou sentada, que não gastam energia, como ver televisão, usar o computador, assistir às aulas, trabalhar ou estudar na posição sentada e também a prática de jogos eletrônicos nessa po- sição. Isso quando, ao longo da semana, as pessoas realizam essas práticas sem a inserção de atividades físicas entre elas. Educação Física 5 Com o que estudamos até aqui, você já deve ter concluído que, no que se refere ao lazer, as escolhas que fazemos para ocupar o nosso tempo livre são muito importantes. O dia a dia das pessoas (e o seu está incluso aí) é sempre muito acelerado, seja com estudo ou trabalho, seja com ambos, e, por isso, é comum que as práticas de lazer escolhidas sejam as passivas. Mas não é só o cotidiano que contribui para que as pessoas se movimentem pouco: os espaços tam- bém contam. Pense bem: no que diz respeito às escolhas pessoais, só podemos optar entre aquilo que conhecemos e aquilo a que temos acesso, certo? Então, para podermos ampliar as nossas possibilidades de lazer, precisamos de espaços públicos que tenham condiçõese estruturas adequadas para a prática de diversas atividades. Além disso, quando conhecemos novas e diferentes práticas, podemos fazer escolhas diversificadas no nosso tempo livre. E será que as aulas de Educação Física, na escola, podem ser consideradas momentos de lazer? A resposta é não. Nesses momentos, você está estudando as práticas corporais. Um dos objetivos das aulas de Educação Física é apresentar e debater o tema do lazer, para ampliar os seus conhecimentos sobre o assunto e sobre as práticas corporais possíveis de serem inseridas no seu tempo livre (fora da escola). Como vimos, a prática de atividades físicas e a criatividade são elementos importantes para diversifi- carmos as atividades de lazer. Agora, você vai vivenciar uma possibilidade de transformação do futebol em uma prática lúdica: o golzinho. Preste atenção às orientações do professor e divirta-se. Agora, vamos falar sobre o lazer ativo. Em outros anos, você estudou que a criatividade é um elemento importante nas práticas corporais, e aqui não é diferente: devemos usar a criatividade para criar e recriar atividades nos nossos momentos de lazer. Além disso, quando conhecemos os elementos básicos das diversas práticas corporais, fica mais fácil ser criativo. Desde o sexto ano, você já aprendeu sobre diversas práticas corporais, mas quais delas você considera que podem ser realizadas nos momentos de lazer? E de que forma elas podem ser adaptadas para que isso seja possível? Indique suas respostas no quadro a seguir. O gabarito indicado no quadro é uma sugestão. Prática corporal Modificações para a vivência no lazer Ginástica circense Utilização do slackline em praças e parques, construção dos mala- bares para vivência do malabarismo. Bocha Utilização de espaços e materiais adaptados, como bolas de bor- racha ou de tênis. Organize as ideias Atividades Orientações para a realização da atividade. Aula 1.3 9o. ano – Volume 36 Saiba + Como você já sabe, o que hoje chama- mos de lazer é o tempo em que não estamos trabalhando, estudando ou desenvolvendo outra tarefa obrigatória e com finalidades específicas. Mas será que sempre foi assim? As pessoas sempre tiveram esse tempo de lazer? Quais práticas faziam parte desse tem- po em outros momentos históricos? Existem concepções diferentes sobre a his- tória do lazer. Por exemplo, alguns estudiosos dizem que o lazer sempre fez parte da vida em sociedade, como as Olimpíadas, as peças tea- trais da Grécia Antiga, as festas e feriados reli- giosos, os combates de gladiadores em Roma e o carnaval da Idade Média. Isso porque essas atividades estavam relacionadas à busca pela cultura e pela recreação, como forma de lazer. Outros estudiosos dizem que lazer é um conceito que surgiu após a Revolução Industrial, ou seja, que é um fenômeno da sociedade moderna. Isso porque, com o desenvolvimento de no- vas formas de produção, o tempo de trabalho foi estabelecido de forma rígida, diferentemente de como era em outros períodos da história (ou seja, as pessoas passaram a ter horários fixos – e longos! – para trabalhar). Com isso, foi preciso definir também o tempo de não trabalho, do lazer. Assim, as atividades de lazer foram criadas para que os trabalhadores pudessem ter mo- mentos para restaurar suas forças, por meio de atividades lúdicas e culturais, e se prepararem para uma nova jornada de trabalho. Independentemente de ter sido criado na Grécia Antiga ou no pós-Revolução Industrial, precisamos saber que, como toda construção humana, tanto as atividades quanto o con- ceito de lazer passaram por alterações ao longo da história. Você deve estar se perguntando por que não podemos afirmar com certeza que o conceito de lazer foi criado na Grécia Antiga. Perceba que, para compreender uma prática ou um conceito, precisamos também entender o contexto social no qual ele foi criado. Sabemos que a sociedade da Grécia Antiga, por exemplo, era bastante diferente da so- ciedade atual. Os valores, os costumes e as formas de vida eram também muito diferentes dos atuais. Então, precisa- mos olhar e compreender o contexto próprio daquela so- ciedade tendo o cuidado de não estabelecer relações com a nossa forma de viver, e também o cuidado de não fazer julgamentos com base no que experimentamos hoje. Lembre-se: isso vale para o estudo de todas as práticas corporais porque, de alguma for- ma, todas elas foram criadas e transformadas ao longo do tempo. Então não podemos afirmar se as práticas realizadas antes da Revolução Industrial eram práticas de lazer, uma vez que, naquela época, as formas de vida e de trabalho eram diferentes das que vivenciamos hoje. • O Odeão de Herodes Ático é um teatro grego que chegava a reunir um público de 5 mil pessoas para assistir a apresenta- ções teatrais Na Grécia Antiga, as atividades artísticas e esportivas eram parte da cultura e da educação, mas existem divergências entre os estudiosos da área sobre a possibilidade de chamar essas atividades de lazer com o mesmo sentido que atribuímos a essa palavra hoje em dia. • Mulheres trabalhando em máquinas têxteis, em Boston, Estados Unidos, 1910 – período que marcou a transformação social do tra- balho Para alguns estudiosos, o conceito de lazer só passou a existir em função da forma de trabalho desenvolvida no período da Revolução Industrial. ©Shutterstock/Steve Scribner © Sh ut te rs to ck /E ve re tt H is to ric al Educação Física 7 Agora, você vai praticar uma brincadeira muito presente na vida de crianças e de adultos de várias ge- rações: o futebol de botão. Perceba que esse jogo é um dos muitos que podem ser inseridos no seu tempo de lazer. Ao final deste semestre, você e a sua turma têm o desafio de fazer mais um evento comunitário. Lembre-se de que, dessa vez, as práticas desenvolvidas devem estar relacionadas ao lazer. É muito provável que esse tema seja bastante conhecido pela comunidade e, sendo assim, será possível aprofundar os conhecimentos sobre ele e também levantar questões que despertem novas reflexões sobre esse assunto. Como primeira atividade de planejamento do evento, você e o seu grupo podem fazer uma pesquisa na comunidade. Verifiquem quais são os espaços de lazer disponíveis, como eles são utilizados pelas pessoas e quais as possibilidades de eles serem escolhidos como o local para a realização do evento. No material de apoio, há uma sugestão de roteiro de pesquisa. 4 Orientações metodológicas. Atividades Orientações para a realização da atividade. Aulas 2 e 3.5 Os jogos e o lazer Os jogos são práticas que estão muito presentes nos momentos de lazer das pessoas. Podemos chamar de “jogo” as atividades lúdicas que são realizadas em grupo e que podem ser alteradas a qualquer tempo. Por exemplo, um esporte tem regras fixas e um objetivo, que é a vitória. Os jogos, por outro lado, podem ter suas regras mudadas ou adaptadas a determinadas realidades, e nem sempre há um vencedor e um perdedor, porque o objetivo pode ser participar e se divertir. Os jogos fazem parte da nossa cultura há muitos séculos e podem ser classificados das seguintes formas: • tradicionais e populares, que são transmitidos e transformados ao longo das gerações; • de mesa; • de tabuleiro; • eletrônicos. É muito comum que as pessoas ocupem seu tempo livre com diferentes tipos de jogos, como carta, dominó, xadrez e eletrônicos, ou, ainda, com práticas corporais, como jogos com bola, com raquete, com rede, entre ou- tros. A partir de agora, vamos conhecer melhor alguns jo- gos tradicionais e suas possibilidades de inserção no lazer. No mundo todo, os diversos tipos de jogos são parte dos momentos de lazer das pessoas. © Sh ut te rs to ck /P ha us to v 9o. ano – Volume 38 Jogos e brincadeiras tradicionais No universo dos jogos e brincadeiras, existem os que podemos chamar de “tradicionais”. São aqueles trans- mitidos de geração em geração (dentro da família, nas brincadeiras com crianças mais velhas, etc.),geralmen- te ensinados e aprendidos em espaços informais (na rua, em clubes, em parques). Como exemplos dessas práticas tradicionais, podemos citar as brincadeiras como pular corda, mãe pega e amarelinha. Essas práticas populares são geralmente caracterizadas por um conjunto de regras flexíveis. Ou seja, as regras mudam de acordo com as diferentes épocas e partes do mundo onde o jogo (ou brincadeira) é praticado – são recriadas pelos grupos que as realizam. A partir de agora, nós vamos reviver e conhecer melhor algu- mas dessas práticas tradicionais, começando por um jogo com bola bastante praticado no Brasil: o caçador. Caçador? Talvez você esteja se perguntando que jogo é esse, já que ele tem muitos nomes, que mudam de acordo com as diversas regiões do nosso país. Você pode conhecê-lo também como barra bola, bola queimada, cemitério, guerra, mata-mata, mata-soldado, queimada, carimba ou baleado. E aí, já sabe de que jogo estamos falando? Como você pode perceber, esse jogo é um exemplo da diver- sidade de regras, nomes e dinâmicas dos jogos tradicionais em diferentes lugares do Brasil e do mundo. Assim como os demais jogos tradicionais ou populares, é difícil determinar a origem do caçador. O que sabemos é que os jogos com bola sempre estiveram presentes em diversas culturas, como a europeia e a egípcia – no Egito Antigo, eles já eram pra- ticados nos momentos de recreação. Uma história que pode estar ligada à origem do caçador é o trei- namento militar de um país chamado Papônia, que se localizava na Europa Meridional. O exército que servia ao Rei Papus era submetido a um treinamento que envolvia o arremesso de bolas de fogo, o que pode ter dado origem ao jogo que praticamos hoje. Atualmente, o caçador é praticado por muitas pessoas, nos mo- mentos de lazer, e também é muito praticado nas escolas, tanto nas aulas de Educação Física quanto nos momentos de intervalo/recreio. Esse jogo desenvolve a agilidade, destreza e força dos pratican- tes. No Brasil, o caçador não é um esporte oficial, mas, nos Estados Unidos, é um esporte muito praticado e com competições oficiais. O caçador é um jogo presente em muitas culturas e, por isso, ele é adaptado a diversas características locais. Nos Estados Unidos, o caçador é conhecido como dodgeball e é um esporte com regras e competições oficiais. Você provavelmente já deve ter jogado caçador, mas lembre-se: nesse momento, é importante se co- nectar ao que estudamos neste capítulo sobre a importância dos jogos como atividades de lazer e a rique- za cultural e histórica das práticas esportivas. Preste atenção nas regras do caçador e vamos ao jogo! Orientações para a realização da atividade. Aula 4.6 Atividades © Sh ut te rs to ck /M BI © Sh ut te rs to ck /K PG _P ay le ss Educação Física 9 Hoje em dia, sempre que alguém diz a palavra “brinquedo”, automatica- mente a relacionamos a objetos que são apenas para crianças, não é mesmo? Mas saiba que nem sempre foi assim. Alguns estudiosos dizem que grande parte dos objetos que hoje consideramos como brinquedos tiveram, antiga- mente, histórias e simbologias ligadas aos aspectos da vida cotidiana, alguns eram inclusive ligados à religiosidade. Então, muitos objetos que se tornaram brinquedos tinham, em outros tem- pos, finalidades no mundo adulto. Somente com o passar dos anos é que os usos desses objetos foram recriados pelas crianças. Aliás, sabia que o próprio conceito de criança não existiu desde sempre? Até o século XV, aproximadamente, o status de criança era indiferenciado do dos adultos. Crianças eram consideradas e tratadas como “pequenos adultos”. Mais tarde, já na Renascença, esse conceito foi aos poucos se desenvolvendo, de forma que a infância passou a ser vista como uma fase da vida humana diferente das outras. Então, antes da determinação dessa fase da vida, os ob- jetos ou brinquedos eram de uso de pessoas de diversas idades. A pipa (que você também pode conhecer pelos nomes papagaio, raia, quadra- do, curica, arraia, pandorga) é outra brincadeira/brinquedo tradicional e que está bastante presente nos momentos de lazer de crianças e adultos do mundo todo. Esse brinquedo sempre esteve ligado à imaginação humana, que desde o início de sua história busca explicações para os fatos da vida e da natureza. A pipa representa o sonho humano de voar e ascender ao céu como uma forma de superar os seus próprios limites. Ela é um objeto com usos que, ao longo da história, vão além do brincar. Por exemplo: • Na China, soltar pipas é uma prática que data de 200 anos antes de Cristo e é feita como oferenda aos deuses ou como parte de rituais e cerimônias. • Na Polinésia, a pipa faz parte das lendas locais, envolvendo deuses e a conexão com a natureza. • Na mitologia grega, existe a “corda de ouro”, por meio da qual Zeus mantinha presas todas as coisas do mundo. Essa corda mágica ligaria o mundo terreno ao céu. Nesse contexto, o mito de Ícaro é um símbolo da vontade humana de conhecer as coisas do “outro mundo” ou tornar-se super-humano. De acordo com a lenda, ele construiu asas de cera para fugir de um labirinto e conse- guiu, mas cedeu aos encantos de poder voar, aproximou-se demais do Sol e o calor derreteu as asas de cera, fazendo Ícaro cair no mar de Egeu. Ainda hoje, a pipa é um objeto muito presente na cultura popular, e é usada como brinquedo por crianças, jovens e adultos. No Brasil, é frequente vermos pes- soas brincando com pipas nas ruas e nos parques. Existem também muitas campanhas para combater os riscos que estão relacionados ao uso incorreto desse brinquedo (ce- rol, quedas, atropelamentos e perigos da rede elétrica). A pipa tem relação com diversas culturas. Em muitos lugares do mundo, é um símbolo das crenças e dos desejos das pessoas. Encantado com a possibilidade de voar, Ícaro se aproximou muito do Sol e, com isso, derreteu suas asas. Quem diria que um brinquedo tão comum poderia ter tantas relações com culturas diversas do mundo todo, não é mesmo? Agora, além de refletir sobre isso, você terá a oportunidade de aprender ou relembrar como construir uma pipa e soltá-la. Siga as orientações disponíveis no material de apoio. Orientações para a realização da atividade. Aulas 5 e 6.7 Atividades © Sh ut te rs to ck /Z ur ije ta ©Sh utterstock/Voropaev Vasiliy 9o. ano – Volume 310 Como vimos, a história da pipa vai além do seu uso como brinquedo pelas crianças. Esse objeto faz parte da cultura de diversos países e expressa crenças e desejos humanos. Por sua história tão rica e interessante, a pipa pode estar presente no evento comunitário: você e sua turma podem organizar uma oficina de construção de pipas ou até mesmo um festival, na escola ou em algum local apropriado na comunidade. Para orientar a oficina, vocês podem convidar pessoas da comunidade e, para apresentar os cuidados necessários no uso das pipas, podem chamar profissionais que trabalhem nas áreas de saúde e de energia elétrica. Assim, a comunidade poderá participar de um momento de integração, por meio da construção e das brincadeiras com a pipa, e também saber quais são os cuidados necessários para usar esse brinquedo de forma segura. 8 Orientações metodológicas. Práticas esportivas e lazer Até aqui, você já deve ter concluído que podemos usar o nosso tempo de lazer também para a prática esportiva, mas isso pode acontecer de diferentes maneiras: você pode atuar como um espectador (lazer passivo) ou ser um praticante dos esportes (lazer ativo). E perceba que, independentemente de você esco- lher assistir a um esporte ou praticá-lo, você precisará entender as habilidades técnicas necessárias para a modalidade esportiva em questão. A maioria dos esportes de categoria profissional tem uma ca- racterística em comum: o alto nível de rendimento técnico apre- sentado pelos jogadores. Os atletas profissionais que vemos pela televisão ou em eventos esportivos oficiais passam por processos seletivos, nos quaisforam escolhidos aqueles que apresentaram o perfil exigido para se tornar um atleta de alto nível. Eles se dedicam muito para alcançar o melhor desempenho e para serem campeões. O que vemos, então, principalmente quando o esporte é pro- fissional e transmitido pela televisão, é o que de melhor poderia ser apresentado em termos de força, técnica e tática. Dessa forma, podemos comparar o esporte a um espetáculo no qual os artis- tas são os atletas, e a plateia, pessoas que conhecem as regras da modalidade, entendem seu funcionamento e assumem o papel de torcedores, considerando os atletas seus legítimos representantes. Continuando nossa exploração dos jogos e brincadeiras tradicionais e a relação que eles têm com o lazer, agora vamos utilizar outro brinquedo bastante popular entre as crianças, principalmente nas décadas de 1970 e 1980: o carrinho de rolimã. Se você nunca ouviu falar desse brinquedo, terá a oportunidade de conhecê-lo. Atividades Orientações para a realização da atividade. Aula 7.9 Quem assiste a uma partida de futebol, seja no estádio, seja pela televisão, está em um momento de lazer. No entanto, para os atletas, esse mesmo momento é de trabalho. © Sh ut te rs to ck /M BI Educação Física 11 Agora que já estabelecemos uma relação entre esporte e lazer, reflita sobre as características próprias de cada tipo de prática esportiva. Depois, preencha este quadro. Aspecto do esporte Esporte para ser visto Esporte para ser praticado Objetivo Os praticantes estão em busca do desempenho físico, técnico e tático máximo; ambicionam o re- corde, o reconhecimento público, a distinção, a ascensão social e ganhos financeiros. Os praticantes estão em busca de divertimento, de prazer, de sociabilidade, de comunicação, de rela- xamento e de saúde. Regras/técnica As regras são rígidas e exige-se alto nível de domí- nio dos fundamentos técnicos. As regras são flexíveis e podem ser modificadas para atender ao nível técnico dos executantes. Desempenho Há imposição de desempenho pela exigência do público e dos patrocinadores. Obrigatoriedade de competição. Não há grande exigência de desempenho ou preo- cupação com competição. Experiência com a atividade A forte concorrência pode levar ao isolamento e à rivalidade. A maior liberdade de ação favorece a espontanei- dade e o desenvolvimento da criatividade. Organize as ideias Como você viu, quando as pessoas praticam esportes nos momentos de lazer, esses esportes têm ca- racterísticas diferentes daqueles que vemos pela televisão ou em eventos oficiais/profissionais. Agora, par- tindo dessa reflexão e do que já aprendeu com os jogos vivenciados nas aulas anteriores, você e sua turma vão criar um novo jogo, unindo elementos do caçador e do golzinho. Para isso, use o quadro disponível no material de apoio e ouça as orientações do professor. Atividades Orientações para a realização da atividade. Aula 8.10 Em modalidades esportivas profissionais, o nível de execução é muito alto e requer horas de treinamen- to e dedicação dos praticantes. Por isso, podemos dizer que, para as pessoas que assistem, trata-se de uma atividade de lazer, mas, para os atletas profissionais, trata-se de um trabalho. Tanto as características dos esportes de alto rendimento quanto a necessidade de seleção dos mais habilidosos são fatores que acabam limitando a participação de muitas pessoas nessas modalidades, pois não é simples alcançar o nível de habilidade motora exigido. Porém, para aqueles que estão dispostos, existem possibilidades de práticas desses esportes nas quais a lógica é facilitar a participação da maioria das pessoas, que podem continuar sendo espectadoras do esporte de alto rendimento, mas também se beneficiar como praticantes e, ao mesmo tempo, tornar seu lazer mais ativo. 9o. ano – Volume 312 Hora de estudo 1. Como podemos definir o conceito de lazer? 2. Quais são as condições necessárias para garantir o direito ao lazer a todas as pessoas? Retome as discussões realizadas na seção Entrando em campo (página 5). Políticas públicas, espaços públicos de lazer, condições de conhecer novas práticas corporais e de lazer, como nas aulas de Educação Física, ampliando as opções individuais. 3. Quais são as diferenças entre o lazer passivo o lazer ativo? 4. O tempo de lazer, como conhecemos hoje, sempre existiu? De que forma é possível compreender esse conceito ao longo da história? 5. O que são jogos? 6. Como podemos definir os jogos e brincadeiras tradicionais ou populares? 7. Por meio dos exemplos do caçador e da pipa, como podemos compreender a relação entre os jogos e a cultura? 8. Como as práticas esportivas podem ser inseridas nos momentos de lazer? O momento de lazer é um tempo em que as pessoas se encontram liberadas de suas obrigações profissionais, de estudo ou domés- ticas, para realizar atividades de cunho artístico, intelectual, turístico, físico ou social de sua preferência. São atividades escolhidas livremente e realizadas sem nenhum interesse de retorno financeiro; o único retorno esperado é o prazer que a atividade propor- ciona durante sua realização. No lazer passivo, as atividades desenvolvidas têm baixo gasto energético e são, via de regra, ligadas à estimulação do consumo e também à venda de produtos ligados às práticas corporais. No lazer ativo, as pessoas realizam as atividades desenvolvendo a cria- tividade e melhorando a qualidade de vida e a saúde. Além de assistir às práticas corporais pela TV, elas são recriadas e praticadas nos momentos de lazer. Existem dois pontos de vista: um que afirma que as diferentes sociedades sempre destinaram um tempo determinado para as atividades de lazer e outro que afirma que o tempo de lazer só passou a existir em contraposição ao tempo de trabalho, ambos determinados no período da Revolução Industrial. Portanto, é preciso compreender que as diferentes sociedades, em diferentes épocas, tinham organizações e modos de vida diferentes do nosso. Jogos são atividades lúdicas realizadas por um grupo de pessoas; seus espaços e suas regras são definidos pelo grupo e podem ser alterados a qualquer tempo. Ao contrário do esporte, que se caracteriza por regras fixas e tem como objetivo a vitória, no jogo, o objetivo pode ser a atividade em si, ou seja, nem sempre há um vencedor e um perdedor, a participação e a diversão são mais impor- tantes do que o resultado. Tanto o caçador quanto a pipa têm relações com as suas culturas de origem que vão além do que hoje conhecemos como brincar. Por meio das práticas similares e que deram origem aos jogos e brincadeiras que conhecemos hoje, os povos e grupos expressavam suas visões de mundo, treinavam o corpo ou estimulavam a imaginação. Hoje, aquelas práticas e objetos permanecem em nossa cultura, mas com outros significados. As práticas esportivas podem estar presentes no tempo de lazer. Porém, é possível estabelecer diferentes relações com elas, isto é, você pode atuar como um espectador (lazer passivo) ou ser um praticante dos esportes (lazer ativo). Essas duas possibilidades nos permitem entender os diferentes graus de habilidades técnicas necessárias para se praticar uma modalidade esportiva. Portanto, quando as práticas esportivas são incluídas no lazer, é preciso que se façam adaptações no esporte, possibilitando a participação de todos. São práticas caracterizadas por um conjunto de regras flexíveis, que podem variar em diferentes épocas e partes do mundo, sendo constantemente recriadas pelos grupos que as realizam. Esses jogos e brincadeiras são ensinados e aprendidos em espaços informais, nas brincadeiras com crianças mais velhas, na família, com colegas de escola e nos espaços da rua (como clubes, parques e na própria rua), sendo transmitidos através das gerações. 13 6 Orientações metodológicas.1 © Sh ut te rs to ck /S po tm at ik Lt d 1. O que você faz nos seus momentos de lazer? Pratica algum esporte? 2. Quais esportes você considera melhores paraos momentos de lazer? Por quê? 3. O que você sabe sobre o beisebol? E sobre o punhobol? Esporte e lazer © Sh ut te rs to ck /S to ck ph ot o- gr af 14 Punhobol Como estudamos no capítulo anterior, as práticas esportivas podem fazer parte das atividades de lazer, desde que sejam adequadas aos objetivos desse tempo. Também já sabemos que, para podermos recriar uma prática corporal, precisamos antes conhecer suas regras e fundamentos. A partir de agora, com tudo isso em mente, vamos conhecer um esporte que não é muito popular no Brasil, mas que é bastante praticado na Europa: o punhobol. Assim como aconteceu com outros esportes, existem diversos registros de práticas semelhantes ao que hoje é o punhobol. • Documentos que datam de 240 d.C., do imperador romano Gordiano III, já relatam práticas nas quais as pessoas utilizavam os punhos e a bola. • Em 1555, foram publicadas as primeiras regras de um esporte italia- no muito popular, similar ao punhobol, em um documento chamado Trattato del Giuco con la Palla di Messer. • O punhobol ganhou popularidade na Alemanha, onde é organizado des- de 1893, e faz parte do chamado Movimento Ginástico Alemão. • O primeiro campeonato de punhobol masculino aconteceu em 1913, e o feminino, em 1921. • Atleta de punhobol em um movimento de ataque Objetivos • Identificar algumas transformações dos es- portes ao longo da história. • Refletir sobre a influência da mídia nas apresentações dos esportes. • Formular e utilizar estratégias para solucio- nar os desafios técnicos e táticos no punho- bol e no beisebol. • Identificar os elementos técnicos ou técnico- -táticos e regras do punhobol e do beisebol. • Diferenciar o punhobol do beisebol com base nos critérios da lógica interna das ca- tegorias: rede/parede, campo e taco. • Verificar locais disponíveis na comunidade para a prática de esportes e das demais prá- ticas corporais aprendidas na escola. • Propor e produzir alternativas para praticar esportes no tempo livre. • Experimentar diferentes papéis (jogador, árbitro e técnico) e fruir o punhobol e o beisebol valorizando o trabalho em grupo e a atuação de cada participante. • Agir de forma cooperativa e solidária na realização das atividades propostas. • Ao realizar as atividades, fazer isso com res- ponsabilidade e respeito às características físicas próprias e dos colegas, sem discrimi- nação de qualquer tipo. • Propor e produzir alternativas para experi- mentação das práticas corporais não dispo- níveis na comunidade. O punhobol (chamado faustball, em alemão, ou fistball, em inglês) é um esporte de rede. Isso quer dizer que uma das principais características desse esporte, assim como de todos os esportes classificados assim, é a existência de uma rede que separa os campos adversários. O objetivo é arremessar, lançar ou re- bater a bola em direção à quadra adversária, de modo que a equipe rival seja incapaz de devolvê-la. Ao longo do oitavo e do nono ano, você já conheceu outros esportes de rede: voleibol, badminton, tênis de campo e de mesa e, dentro do conteúdo de esportes adaptados, no sexto ano, você conheceu o vôlei sentado. © W ik im ed ia C om m on s/ Ro uv en 31 07 15 Regras e dinâmica do punhobol Em um jogo de punhobol, a bola deve ser rebatida com os punhos ou com o antebraço. Quando usar- mos o punho, devemos manter as pontas dos dedos tocando a palma da mão (mão fechada). Se usarmos o antebraço, devemos manter a mão aberta. • Hoje, esse esporte é bastante praticado também na Áustria e na Suíça. • No início do século XX, muitos alemães migraram para o Brasil, principalmente para a Região Sul, e por isso o punhobol passou ser praticado aqui também. No Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Pa- raná existem cerca de 100 equipes. • Atualmente, diversos países, além da Alemanha, da Suíça e da Áustria, participam dos campeonatos continentais e mundiais, entre eles, Brasil, Itália, Argentina, Dinamarca, Uruguai, República Tcheca, Chile, Paraguai, Estados Unidos e Namíbia. • No Brasil, o esporte é organizado pelo Departamento de Punhobol da Confederação Brasileira de Des- portos Terrestres. E, internacionalmente, pela Confederação Internacional de Faustball. Agora, você vai vivenciar alguns fundamentos do punhobol e também vai praticar alguns jogos adap- tados ao espaço da escola para conhecer melhor a dinâmica desse esporte. Orientações para a realização da atividade. Aulas 1 e 2.2 Atividades Regras básicas • Cada equipe é formada por 5 jogadores. • O campo de grama para a prática de punhobol mede 20 m de largura × 50 m de comprimento. A rede é instalada no meio, formando dois lados (um para cada equipe) de 20 m de largura × 25 m de comprimento. • A rede ou fita fica a 2 m de altura para a mo- dalidade masculina e a 1,90 m de altura para a modalidade feminina. • Em uma partida com 3 sets, o time que vencer 2 ganha o jogo. Em um jogo de 5 sets, quem vencer 3 deles ganha a partida. • Para vencer um set, a equipe deve fazer 11 pontos, com uma diferença mínima de 2 pontos. Joga-se até que essa diferença seja atingida ou até quando uma equipe atingir 15 pontos. No punhobol, existem regras específicas em relação ao uso do antebraço (mão aberta) e do punho (mão fechada). © W ik im ed ia C om m on s/ Fe lix S to el dt 9o. ano – Volume 316 • Cada equipe pode dar no máximo 3 toques na bola, por três jogadores diferentes, antes de passar a bola para o campo adversário. • Antes de cada toque, a bola pode quicar 1 vez no chão. • Se dois jogadores da mesma equipe baterem juntos na bola, serão contados 2 toques. • A bola não pode ser empurrada ou conduzida. • A equipe que comete o erro reinicia a partida dando um novo saque. • O saque pode ser realizado por qualquer jogador, atrás da linha de 3 m. • A equipe que comete o erro reinicia a partida dando um novo saque. • O saquq e pop de ser realizado ppor qqualqquer joj gag dor,, atrás da linha de 3 m. 20 m 25 m 50 m 25 m 3 m 2 m 3 m Agora que já conhecemos as regras básicas do punhobol e como ele funciona, temos os dados necessários para podermos recriar essa prática. Podemos fazer essas adaptações do esporte: retirar as exigências técnicas e de desempenho, deixando-o mais lúdico, de forma que possa ser praticado por qualquer pessoa em seu tempo de lazer; adaptá-lo ao tempo e ao espaço disponíveis, para que seja mais uma opção de lazer. • Medidas oficiais de uma quadra de punhobol • Atleta realizando um saque em uma partida de punhobol © W ik im ed ia C om m on s/ Fl in ge flu ng Lima . 201 1. Di gital . Educação Física 17 Saiba + Como vimos, o punhobol é pouco divulgado no Brasil, mas mesmo assim o país tem re- sultados expressivos nos campeonatos internacionais desse esporte. Um exemplo é a equi- pe feminina do Clube Duque de Caxias, de Curitiba. Em 2017, o time conquistou o título do Campeonato Mundial Interclubes, vencendo a equipe alemã TSV Dennach e tornando-se hexacampeão da competição. Nessa ocasião, a equipe masculina Sogipa, de Porto Alegre, também conquistou o título, vencendo o time alemão TSV Pfunstadt. O desempenho das equipes brasileiras de punhobol demonstra que, com dedicação e trei- namento, é possível ter bons resultados. Mas o Brasil ainda precisa avançar muito no que se refere à organização e à divulgação de outros esportes, que vão além do futebol e do volei- bol, porque só assim mais pessoas terão acesso a essas outras modalidades e, quem sabe, novos atletas podem surgir, ampliando as possibilidades do país no campo esportivo. Todos os esportes podem ser praticados na escola, desde que sejam adaptados às aulas de Educação Física, configurando o que chamamos de esporte da escola. A prática do punhobol na escola é bastante possí- vel, porque esse esporte pode ser jogado tanto em locais abertos quanto em locais fechados, na grama ou outro piso disponível. A bola também pode ser adaptada, desde que seja macia e que quique. Além disso,é possível utilizar tanto uma rede de vôlei quanto uma corda ou elásticos para cumprir a função de dividir o campo de jogo. Como é um esporte sem contato físico, o punhobol também possibilita a participação de pessoas com estruturas físicas, idade e sexo diferentes. Algumas das regras do jogo (como a possibilidade de a bola quicar entre cada toque) fazem com que ele seja mais satisfatório, mesmo para aqueles que não têm tanta habilidade nos esportes. Outra regra que diferencia esse esporte dos demais é a do saque: ao contrário do voleibol, o time que sofreu o ponto é quem saca; e isso evita que a equipe que está vencendo impossibilite a equipe adversária de jogar, impondo uma superioridade. O fato de o saque ser executado na linha dos 3 metros, e não no fundo, também facilita a aprendizagem e a vivência do punhobol, uma vez que é mais fácil colocar a bola em jogo. Além disso, não há rodízio entre as posições em campo. A regra que determina que um jogador pode tocar na bola apenas uma vez antes de passá-la para o campo adversário favorece o fortalecimento do espírito de equipe e faz com que mais jogadores do time participem da jogada, sem favorecer os mais habilidosos. Todos esses elementos fazem do punhobol uma prática bastante acessível, tanto na escola quanto nos momentos de lazer. Conexões Para praticarmos um esporte na escola, devemos levar em consideração os espaços disponíveis, os materiais a que temos acesso e os participantes envolvidos. ©Wikimedia Commons/Rouven3107 Quando praticamos um esporte aplicando todas as regras e exigências da prá- tica esportiva oficial nas aulas de Educação Física, como número de jogadores, separação entre meninos e meninas e uso das regras oficiais, por exemplo, dize- mos que estamos praticando um esporte na escola. Quando dizemos espor- te da escola estamos nos referindo às práticas esportivas adaptadas ao espaço escolar e às características dos alunos, para possibilitar a participação de todos 9o. ano – Volume 318 Como você já deve ter percebido até aqui, o punhobol é parecido, em algumas coisas, com o voleibol. Agora, observe este quadro e preencha as colunas com as informações solicitadas, indicando o que esses dois esportes têm em comum e também as características de cada um deles. Elementos do esporte Voleibol Punhobol Número de jogadores em quadra 6 5 Saque Ao sacar, o pé do jogador deve estar na área de saque, no fundo da quadra, e não pode tocar na quadra. Todos os jogadores realizam o saque, em sis- tema de rodízio. O saque pode ser realizado por qualquer jo- gador, atrás da linha de 3 m, próximo à rede. Não há rodízio e nem obrigatoriedade de to- dos os jogadores sacarem. Partes do corpo que podem tocar a bola Todas as partes do corpo. Punho e antebraço. Curiosidades Pessoal. O bloqueio do saque do adversário é consi- derado falta. Pessoal. A equipe que comete o erro é que faz o saque na nova disputa de pontos. Antes de cada batida, a bola pode tocar uma vez no chão. Organize as ideias Agora que você já conhece as regras básicas e a dinâmica do punhobol, vamos praticar alguns jogos e participar de um festival de punhobol. Lembre-se: é muito importante que você participe das atividades não só jogando, mas também ajudando na montagem dos espaços necessários, na arbitragem e nas de- mais funções exercidas ao longo das aulas. Anote suas percepções no caderno, para depois conversar com os colegas sobre as possibilidades de inserir essas práticas no evento comunitário. Como vimos no capítulo anterior, o lazer é um direito de todo cidadão e pode ser usufruído de forma ativa ou passiva, com a prática de esportes, passeios e divertimentos em geral. Agora, para que você e sua turma tenham mais elementos para organizar as atividades desenvolvidas no evento comunitário, atendendo às expectativas da comunidade e ampliando sua reflexão sobre esse tema, faça uma pesquisa com familiares, vizinhos, professores e funcionários da escola para verificar qual é a compreensão deles sobre o lazer e quais são as práticas mais presentes nesse momento. Depois, usem os dados coletados para desenvolver atividades práticas, palestras e exposições sobre o tema. No material de apoio, você encontrará uma sugestão de roteiro de pesquisa. 3 Orientações metodológicas. 4 Orientações para a realização da atividade. Aulas 3 e 4. Atividades Educação Física 19 Beisebol Você já deve ter ouvido falar sobre o beisebol, embora esse também seja um esporte pouco praticado no Brasil. É importante saber que, assim como o críquete e o softbol, o beisebol é classificado como um esporte de campo e taco, e a característica principal desse tipo de esporte é rebater a bola lançada pelo adversário o mais longe possível, para dificultar a sua recuperação. Ou seja, quanto mais longe a bola for rebatida, mais bases (ou uma maior distância) poderão ser percorridas pela equipe que está atacando. Agora, você vai conhecer melhor o beisebol e analisar como ele pode ser adaptado às atividades de lazer. Existem muitas práticas esportivas (como o ríquete e o softbol ) que são similares ao beisebol, ou seja, que também têm como atividade principal o uso do taco e a bola rebatida. • Na foto, o famoso jogador de beisebol Royce ‘Ross’ Youngs, que jogou pelo time New York Giants. Sua carreira terminou quando ele morreu de doença de Bright, aos 30 anos, em 1927 Assim como acontece com outros esportes, a origem do beisebol é incerta: • Sabemos que jogos com bola e taco já es- tavam presentes na cultura do Egito havia mais de 2 mil anos. • Na Romênia e na Rússia, também existem relatos de jogos similares, a partir do século XIV. • Na Alemanha, havia um jogo parecido, cha- mado Schlagball. • Além disso, existem diversas relações entre o beisebol e outro jogo chamado rounders, e há relatos de que ambos tiveram origem no críquete, que já era praticado na Inglaterra desde o século XVII. Não existem provas que demonstrem como o es- porte com bola e taco chegou aos Estados Unidos, mas podemos concluir que os processos de migração e colonização inglesa tiveram grande influência nesse processo. • 1845: as primeiras regras do beisebol foram organi- zadas na cidade de Nova Iorque, e rapidamente ele passou a ser um esporte profissional. • 1850: a Associação Nacional de Jogadores de Beise- bol foi fundada. • 1876: a Liga Nacional começou a ser realizada. Logo no início da sua prática, o beisebol foi levado a outros países, como Japão e Cuba, que hoje são gran- des forças mundiais no esporte. No século XX, o bei- sebol se consolidou como prática mundial, com ligas organizadas em diversos países, como Austrália, Porto Rico, Venezuela, México e Itália. © Sh ut te rs to ck /C hr isV an Le nn ep Ph ot o ©Shutterstock/Everett Historical 9o. ano – Volume 320 Saiba + No Japão, o beisebol é um esporte muito popular, praticado por pessoas de todas as ida- des e em diversos campeonatos. Esse esporte chegou ao país em 1873, e foi jogado pela primeira vez no local onde hoje é a Universidade de Tóquio, sob a orientação de Horace Wilson. O primeiro time amador do país, o Clube Atlético Shimbashi, foi formado em 1880. Em 1934, uma equipe formada pelos melhores jogadores amadores do Japão recebeu a seleção ame- ricana de beisebol para um jogo amistoso. Daquela seleção de atletas japoneses, surgiu o primeiro time profissional do país: o Nihon Baseball Club. O beisebol chegou ao Brasil junto com a imigração japonesa, a partir de 1908, e ainda é bastante praticado pelas comunidades japonesas no país. Como já mencionamos, existem diversos esportes que utilizam taco. Alguns exemplos são polo, hóquei, críquete e croqué. Como temos visto ao longo dos nossos estudos, muitas práticas esportivas surgiram de práticas lúdicas, passando pelo processo de esportivização, até alcançar um alto nível de organização, com regras, competições e instituições internacionais. No universo das práticas corporais, existem muitosjogos que têm relação, ou que são muito parecidos, com os esportes. Uma das práticas relacionadas aos esportes de campo e taco é o tradicional jogo de bets, que você também pode conhecer pelos nomes “jogo de taco”, “bete”, “bete-ombro”, “tacobol”, “casinha”, “bets lombo”, “becha”, entre outros. Alguns estudiosos dizem que o bets é uma versão simplificada do críquete, e também que o nome desse jogo seria uma homenagem à rainha da Inglaterra, Elisabeth. Outros dizem que o nome do jogo é uma derivação do termo da língua inglesa bet (aposta, em português), por causa das apostas que eram realizadas nas partidas de críquete. Há, ainda, relatos de que o nome “bets” surgiu da palavra da língua inglesa bat (bastão, em português). Especula-se que o jogo de bets foi trazido ao Brasil pelos ingleses que vieram trabalhar na exploração de madeira, no norte do estado do Paraná. Com o tempo, a brincadeira passou a ser muito praticada tanto por crianças quanto por adultos, nos momentos de lazer. Conexões lúdicas: que é relativo a jogos e brincadeiras, que visa ao divertimento, algo que se faz por gosto. Regras do jogo de bets Como é uma prática com diferenças regionais, as regras do jogo de bets podem variar bastante, mas vamos resumir: • É um jogo no qual duas duplas se enfrentam em funções de ataque e de defesa, de forma alternada. • A dupla que está com o taco deve rebater a bola lançada pelo oponente o mais longe possível. • Quando a bola for rebatida, os dois rebatedores que estavam guardando posição em bases opostas correm um em direção ao outro, com o objetivo de cruzar os tacos no meio do campo e de trocar de base. • Toda vez que isso ocorre, a dupla de rebatedores marca um ponto. • Se a dupla de arremesso conseguir derrubar a “casinha” que está dentro das duas bases, consegue ganhar os tacos para tentar fazer os pontos. • Ganha quem fizer nove pontos primeiro. Educação Física 21 E como será que o jogo de bets é praticado na sua cidade? Faça uma pesquisa com os seus pais, respon- sáveis, avós ou pessoas de mais idade, perguntando se conhecem o jogo e quais são as regras dele. É muito provável que as pessoas falem de regras diferentes! Depois, converse com os colegas e o professor sobre os dados que você coletou e sobre as eventuais adaptações do jogo que você descobriu. Por último, anote no quadro a seguir as regras do jogo. Campo de jogo Pessoal. Sugestões: Campo de areia. Pontuação O jogo termina quando uma dupla chega a 9 pontos. Casinha e base (regras, materiais utilizados) Casinha feita com latas de alumínio, com areia dentro. Base marcada na areia em formato circular. Quem está com o taco não pode tirá-lo da casinha, somente na hora da rebatida. Se o jogador que está com o taco derrubar sua própria casinha, perde o taco. Duração do jogo Até uma das equipes chegar à pontuação máxima estabelecida. Demais regras “Carne”: quando a bolinha arremessada bate no jogador que está com o taco. “Bete atrás”: quando o rebatedor manda a bolinha para trás; se isso ocorrer três vezes, ele perde o taco. “Bolinha perdida”: se a bolinha se perde após a rebatida, a equipe que está com o taco não pode marcar pontos. Como você sabe, estamos estudando o lazer e como os jogos e os esportes podem ser inseridos nesses momentos. Com foco nisso, agora vamos relembrar na prática o tradicional jogo de bets. Lembre-se: além de divertido, esse também é um meio para praticar alguns elementos que estão presentes no beisebol. Atividades 5 Orientações para a realização da atividade. Aula 5. Regras e dinâmica do beisebol Primeiro, vamos conhecer o campo de beisebol. • Ele é um semicírculo que contém uma parte interna em forma de quadrado com 27,4 metros de lado. • Em cada canto do campo, há uma placa chamada base. • As bases ficam posicionadas nos pontos de encontro en- tre o quadrado e o semicírculo. Perceba que o campo tem quatro bases, que são os pontos dentro da área entre o quadrado e o semicírculo. Em cada uma delas há um juiz, sendo o árbitro principal o da quarta base, a última a ser ultrapassada. É ele quem resolve os principais lances. e o a o quadrado e o base, a última Ma rco s G om es. 20 12 . D igi tal . • Campo de beisebol 9o. ano – Volume 322 Sobre a partida de beisebol: • Ela é disputada entre duas equipes, com nove jogadores cada. • O objetivo do time que está atacando é que o rebatedor se torne um corredor, avançando pelas bases. • O objetivo do jogo é fazer o maior número de pontos quando se está no ataque, obtidos quando um atacante corre passando pelas bases sem ser eliminado. • O atacante pode percorrer todas as bases, parando de uma em uma ou passando por todas em uma só corrida. • A equipe adversária, que está na defesa, precisa impedir que o atacante (corredor) avance pelas bases. • Os defensores tentam eliminar o corredor, segurando a bola rebatida antes que ela toque no chão, ou enviando-a para um defensor da base antes que o corredor passe por ela. • As equipes atuam alternadamente no ataque e na defesa, e cada alternância caracteriza um inning. O jogo termina após nove innings. • Uma alternância ocorre quando três atacantes rebatedores são eliminados. • A partida pode terminar na quarta ou quinta rodada, quando a diferença de pontos for maior ou igual a quinze, ou na sexta ou sétima rodada, quando a diferença de pontos for maior ou igual a dez. • O comum é que uma partida dure, em média, de uma hora até quatro horas, mas, como não pode haver empate, é possível que dure mais tempo que isso. Ações ofensivas do beisebol Como você já estudou, ao contrário dos esportes de invasão (como o futebol e o basquetebol), no bei- sebol, as ações de ataque e defesa são realizadas de forma alternada pelas equipes. Agora, para que você entenda melhor a dinâmica desse esporte, vamos conhecer as ações defensivas e as ações ofensivas dele, e também as funções dos jogadores em cada uma dessas situações de jogo. • Na foto, você vê um atacante correndo até a base, para marcar pontos • Atacante rebatendo a bola – após a rebatida, ele poderá avaliar quantas bases serão percorridas © Sh ut te rs to ck /Z so lt_ uv eg es Primeiro, vamos falar das ações ofensivas, ou seja, das ações em situações de ataque. Nesse caso: • Um jogador de cada vez atua na função de rebatedor. • Depois de conseguir rebater a bola, o objetivo é correr pelas quatro bases para fazer um ponto. • É a distância que o rebatedor conseguir enviar a bola que vai determinar quantas bases serão percorridas. • Ele só deve correr até a próxima base se acreditar que haverá tempo para o seu deslocamento, caso contrário, é eliminado. • Isso significa que a estratégia de parar ou não em uma base dependerá do tipo de rebatida. © Sh ut te rs to ck /m Ta ira Educação Física 23 Ações defensivas do beisebol O objetivo dos jogadores quando estão na defesa é eliminar os rebatedores, impedindo que façam pontos. Para isso, os defensores exercem diferentes funções e posicionamentos em campo. • Posição dos jogadores na situação de defesa Funções desempenhadas pelos jogadores na defesa Arremessador (pitcher ): jogador fundamental na equipe, o arremessador lança a bola em direção ao receptor, tentando fazer com que ela não seja rebatida pelo atacante da outra equipe. Se isso ocorrer, ou seja, se o atacante não conseguir rebater, o arremessador consegue um strike. Com três strikes, o rebatedor adversário estará eliminado. No entanto, para que o arremesso seja válido, ele deve ser lançado na zona de stri- ke. Se a bola for lançada fora da zona de strike quatro vezes, o rebatedor ganha o direito de ir até a primeira base. • O arremessador Jonathan Ramos lan- çando uma bola curva, no campeonato da Eastern League Minor, em 2014 Tipo de rebatida Distância percorrida Rebatida simples (single) A bola foi enviada a uma distância pequena, obrigando o atacante a parar na primeira base (base 1), para evitar ser eliminado. Rebatida dupla(double) A bola foi enviada a uma distância média, forçando o atacante a parar na segunda base (base 2), para evitar ser eliminado. Rebatida tripla (triple) A bola foi enviada a uma distância grande, permitindo que o atacante pare na terceira base (base 3), para evitar ser eliminado. Rebatida quádrupla (home run) A rebatida é tão forte que a bola é enviada para fora da área do campo, permitindo que o atacante percorra as quatro bases no mesmo lance, sem parar em nenhuma delas. © Sh ut te rs to ck /A sp en P ho to M ar co s G om es . 2 01 2. Dig ita l. 9o. ano – Volume 324 Receptor (catcher): o receptor fica abaixado atrás do rebatedor da equipe adversária para pegar as bolas lan- çadas pelo arremessador. Essa posição permite ter uma visão privilegiada do jogo, dando ao receptor condições de orientar o tipo de arremesso mais eficiente para cada situação, além de poder orientar os demais jogadores da defesa. • Receptor em posição. Perceba os equipamentos de proteção que o jogador utiliza, como a luva, as ca- neleiras, protetores de joelho e o protetor de rosto • Na foto, você vê o jogador do time St. Louis Cardinals (time de vermelho) correndo para a primeira base contra o Chicago Cubs (time de azul), que tenta interceptar a bola antes que o adversário chegue à base • Na foto, você vê o jogador Mason Williams, cen- ter field do time Trenton Thunder, devolvendo uma bola após a defesa Atividades Agora, você poderá praticar os elementos do beisebol, como as ações de rebater, correr e recuperar a bola. Lembre-se: o objetivo das aulas não é que você realize os movimentos com perfeição, mas que os conheça e os vivencie de forma lúdica. 6 Orientações para a realização da atividade. Aulas 6, 7 e 8. Defensores internos: ficam próximos às bases e são res- ponsáveis por interceptar as bolas rebatidas de pequena distância e por receber a bola lançada pelos defensores externos antes que os corredores da equipe adversária passem por elas. Os defensores internos são chamados de: primeira base (first base); segunda base (second base); terceira base (third base); interbase (shortstop). Defensores externos: conhecidos também como “jardineiros”, os defensores externos são os responsáveis por cobrir as bolas rebatidas em média e longa distâncias e que passam pelos defensores das bases. São conhecidos como: jardineiro esquerdo (leftfield); jardineiro central (center field); jardineiro direito (rightfield). © Sh ut te rs to ck /F lo rid aS to ck © Sh ut te rs to ck /A lis on Y ou ng © Sh ut te rs to ck /A sp en P ho to Educação Física 25 Saiba + Cada esporte, em sua prática profissional, exige a utilização de equipamentos específicos. Por exemplo, esportes de taco ou que têm situações de contato físico intenso, como o fute- bol americano e o hóquei, exigem equipamentos ainda mais especiais e com funções muito importantes, como a segurança física dos competidores. É claro que no beisebol não poderia ser diferente. Os atletas devem seguir as orientações a respeito dos equipamentos não só para cumprir as regras, mas também para preservar sua saúde. Por isso, além do uniforme, os rebatedores devem utilizar o taco, feito de madeira, as luvas e o capacete, responsável pela proteção da cabeça e das orelhas do atleta. Já o receptor utiliza mais equipamentos: a máscara gradeada, que protege o rosto e o pescoço; a luva, para pegar a bola; uma proteção no peito; joelheiras; caneleiras; e protetores nos pés. Tudo para evitar acidentes com as bolas arremessadas. Além disso, como os campos são geralmente ao ar livre, os defensores usam bonés para se protegerem da luz do sol e dos raios ultravioleta e também as luvas para agarrar as bolas rebatidas. Equipamentos gerais Taco Feito de madeira, é usado pelo rebatedor Capacete Protege a cabeça do contato com a bola Bola É feita de borracha e coberta com couro Calça, camisa, chuteiras e boné São os componenetes do uniforme Luva Proteção peitoral Joelheiras, caneleiras e proteção para os pés Apanhador É o jogador que está mais sujeito ao contato com a bola, por isso utiliza equipamentos protetores. Máscara gradeada Cobre o rosto e pescoço do apanhador O uso dos equipamentos de segurança é fundamental no beisebol, visto que uma bola arremessada pode chegar a 150 km/h e, em caso de contato, pode causar graves danos físicos aos atletas. Para melhorar a tecnologia dos capacetes utilizados, diversas pesquisas vêm sendo realizadas. Uma delas indica que uma bola de beisebol, quando arremessada a 50 km/h contra uma cabeça desprotegida, resulta em uma fratura craniana. Com o uso do capacete, o atleta sentirá dor, mas não sofrerá fraturas. D iv o Pa di lh a. 2 01 9. 3 D . 9o. ano – Volume 326 Softbol Em 1887, nos EUA, foi criada uma forma diferente de se jogar beisebol. Para que fosse possível jogar em locais fechados, algumas adaptações foram feitas, e assim foi criado o softball, que conhecemos no Brasil como softbol. Atualmente, ele é praticado em campos de grama abertos, mas tem algumas características diferentes do beisebol: 8 Orientações metodológicas. Assim como a pipa, o jogo de bets é bastante tradicional e faz parte da cultura dos jogos populares. Você e sua turma podem incluir o bets no evento comunitário realizando um grande torneio, envolvendo toda a comunidade. As duplas poderão ser formadas por pais e filhos, alunos e professores, funcionários da escola e seus filhos e demais possibilidades que esse jogo permite. Para que isso seja possível, combine com os colegas todas as etapas necessárias para a organização do evento, anotando todas as ideias, materiais e espaços disponíveis. Também é possível inserir no evento o punhobol e o beisebol, desde que adaptados à realidade da escola. Lembre-se: é preciso articular a prática desses esportes com o tema do lazer, suas histórias e curiosidades para ampliar o conhecimento da comunidade sobre as práticas vivenciadas. © Sh ut te rs to ck /J on O su m i Essas características fazem com que o jogo seja mais soft (suave), porque além de as bolas serem arre- messadas em uma velocidade menor, o campo a ser percorrido também é menor, e o tempo de uma par- tida é inferior ao das partidas de beisebol. Fora essas diferenças, as demais regras são iguais às do beisebol. O softbol é disputado nos Jogos Pan-Americanos desde 1979, e, atualmente, só em competições de equipes femininas. Esse esporte já esteve presente nos Jogos Olímpicos quatro vezes (1996, 2000, 2004 e 2008), mas também só com equipes femininas. O softbol, assim como o beisebol, voltará ao programa olímpico em 2020. • Campo de jogo: menor • Tempo de jogo: menor, 7 tempos (innings) • Bola: maior • Forma de lançamento da bola: por baixo, na altura do quadril • Taco utilizado: de alumínio • Bola prestes a ser rebatida no softbol. Perceba o lançamento baixo, na altura do quadril Orientações metodológicas.7 Educação Física 27 Hora de estudo 1. Qual é a origem do punhobol e como o esporte chegou ao Brasil? 2. Cite três regras do punhobol que diferenciam essa prática de outros esportes com rede. 3. Quais são as características que permitem a prática do punhobol nas escolas? 4. Qual a relação do beisebol com outros esportes com taco? 5. Defina, de forma breve, a dinâmica do beisebol. 6. Defina, de forma breve, como se desenvolvem as ações ofensivas no beisebol. 7. Quais são as funções desempenhadas pela equipe de beisebol quando ela está na defesa? 8. Quais são as regras básicas do jogo de bets? Assim como outros esportes, não há uma definição certa sobre sua origem. Em 1555, foram publicadas as primeiras regras de um esporte italiano muito popular, similar ao punhobol, num documento chamado Trattato del Giuco con la Palla di Messer. O esporte como conhecemos hoje foi sistematizado na Alemanha, no século XIX. O punhobol chegou ao Brasil junto com os imigrantes ale- mães, principalmente no sul do país. Antesde cada toque, a bola pode quicar 1 vez no chão; a equipe que comete o erro reinicia a partida dando um novo saque; o saque pode ser realizado por qualquer jogador, atrás da linha de 3 m. Possibilita a participação de pessoas com estrutura física, idade e sexo diferentes, uma vez que é um esporte sem contato físico; ao contrário do voleibol, o time que sofreu o ponto é quem saca, evitando que a equipe que está vencendo impossibilite a equipe adversária de jogar, impondo uma superioridade; a regra que determina que um jogador pode tocar na bola apenas uma vez antes de passá-la para o campo adversário contribui para o fortalecimento do espírito de equipe e possibilita que todos os jogadores do time participem da jogada, sem favorecer os mais habilidosos. Jogos com bola e taco já estavam presentes na cultura do Egito havia mais de 2000 anos. Na Romênia e na Rússia, também existem relatos de jogos similares, no século XIV. Na Alemanha, havia um jogo parecido, chamado Schlagball. Existem diversas relações entre o beisebol e outro jogo chamado rounders, e ambos teriam sua origem no críquete, esporte organizado no século XVII, na Inglaterra. Atualmente, ele faz parte do grupo de esportes com bola e taco, como polo, hóquei, críquete e croqué, além do bets, brincadeira tradicional que utiliza esses elementos. O objetivo do time que está atacando é que o rebatedor se torne um corredor, e a equipe adversária, que está na defesa, busca im- pedir o avanço do atacante através das bases. Nas ações ofensivas, um jogador por vez atua na função de rebatedor. Depois de conseguir rebater a bola, o objetivo é correr pelas quatro bases para fazer um ponto. Porém, é a distância que o rebatedor conseguir enviar a bola que vai determinar quantas bases serão percorridas. Isso significa que a estratégia de parar ou não em uma base dependerá do tipo de rebatida. Arremessador (pitcher): lança a bola em direção ao receptor, tentando fazer com que ela não seja rebatida pelo atacante da outra equipe. Receptor (catcher): o receptor fica abaixado atrás do rebatedor da equipe adversária para pegar as bolas lançadas pelo arre- messador. Defensores internos: ficam próximos às bases e são responsáveis por interceptar as bolas rebatidas de pequena distância e por receber a bola lançada pelos defensores externos antes que os corredores da equipe adversária passem por elas. Defensores externos: ficam responsáveis por cobrir as bolas rebatidas em média e longa distâncias e que passam pelos defensores das bases. Duas duplas se enfrentam em funções de ataque e de defesa que se alternam. A dupla que está com o taco deve rebater a bola lan- çada pelo oponente o mais longe possível, momento em que os dois rebatedores que estavam guardando posição em bases opostas correm um em direção ao outro, com o objetivo de cruzar os tacos no meio do campo e de trocar de base. Toda vez que isso ocorre, a dupla de rebatedores marca um ponto. Se a dupla de arremesso conseguir derrubar a “casinha”, que está dentro das duas bases, consegue ganhar os tacos para tentar fazer os pontos. Ganha quem fizer nove pontos primeiro. 28 Capítulo 5 – Página 8 – Você em ação! Capítulo 5 – Página 10 – Atividades 9o. ano – Volume 3 Material de apoio Educação Física 1 Local Responsável pelo espaço Formas de utilização Público que utiliza Possibilidades de utilização 66 cm 23 cm 46 cm 46 cm 26 c m 22 c m 18 c m 23 cm 23 cm23 cm Imagem 1 Imagem 2 Imagem 3 Imagem 4 Imagem 5 Imagem 6 Capítulo 5 – Página 12 – Atividades Capítulo 6 – Página 19 – Você em ação! Nome do jogo Espaço, equipes e funções Objetivo Regras Sistema de pontuação 2 Nome/Idade Profissão O que é lazer para você? Quanto tempo de lazer você tem na semana? Como utiliza esse tempo? Gostaria de utilizar o tempo de lazer de outras formas? Como?
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