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Empreendedorismo: Conceitos e Aplicações

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EMPREENDEDORISMO
Caro(a) aluno(a),
A Universidade Candido Mendes (UCAM), tem o interesse contínuo em
proporcionar um ensino de qualidade, com estratégias de acesso aos saberes que
conduzem ao conhecimento.
Todos os projetos são fortemente comprometidos com o progresso educacional
para o desempenho do aluno-profissional permissivo à busca do crescimento
intelectual. Através do conhecimento, homens e mulheres se comunicam, têm
acesso à informação, expressam opiniões, constroem visão de mundo, produzem
cultura, é desejo desta Instituição, garantir a todos os alunos, o direito às
informações necessárias para o exercício de suas variadas funções.
Expressamos nossa satisfação em apresentar o seu novo material de estudo,
totalmente reformulado e empenhado na facilitação de um construto melhor para
os respaldos teóricos e práticos exigidos ao longo do curso.
Dispensem tempo específico para a leitura deste material, produzido com muita
dedicação pelos Doutores, Mestres e Especialistas que compõem a equipe docente
da Universidade Candido Mendes (UCAM).
Leia com atenção os conteúdos aqui abordados, pois eles nortearão o princípio de
suas ideias, que se iniciam com um intenso processo de reflexão, análise e síntese
dos saberes.
Desejamos sucesso nesta caminhada e esperamos, mais uma vez, alcançar o
equilíbrio e contribuição profícua no processo de conhecimento de todos!
Atenciosamente,
Setor Pedagógico
 
Este módulo deverá ser utilizado apenas como base para estudos. Os créditos da autoria dos conteúdos aqui apresentados são dados aos seus respectivos autores. 3 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO .............................................................................................................................4 
 
CAPÍTULO 1 - EMPREENDEDORISMO, COMPETITIVIDADE E CRESCIMENTO 
ECONÔMICO ...............................................................................................................................7 
 
CAPÍTULO 2 - EMPREENDEDORISMO NO BRASIL ........................................................17 
 
CAPÍTULO 3 - TIPOS DE EMPREENDEDORISMO E SUAS CARACTERÍSTICAS .....24 
 
CAPÍTULO 4 - EMPREENDEDORISMO DE NEGÓCIO ....................................................32 
 
CAPÍTULO 5 - CARACTERÍSTICAS DO COMPORTAMENTO EMPREENDEDOR ...35 
 
CAPÍTULO 6 - EMPREENDEDORISMO CORPORATIVO CONCEITOS E 
APLICAÇÕES .............................................................................................................................41 
 
CAPÍTULO 7 - PLANO DE NEGÓCIOS .................................................................................45 
 
CAPÍTULO 8 - PERSPECTIVAS PARA O EMPREENDEDORISMO ...............................52 
 
REFERÊNCIAS ...........................................................................................................................60 
 
 
 
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INTRODUÇÃO 
 
O conceito de empreendedorismo é muito subjetivo, apesar de ser muito conhecido, mas 
não consegue-se definir realmente o que seja. Essa subjetividade pode ser devido as diferentes 
concepções ainda não consolidadas sobre o assunto ou por se tratar de uma novidade, 
principalmente no Brasil, onde o tema se popularizou a partir da década de 90. A ascensão do 
empreendedorismo vem paralelamente ao processo de privatização das grandes estatais e 
abertura do mercado interno para concorrência externa. Por isso a grande importância de 
desenvolver empreendedores que ajudem o país no seu crescimento e gere possibilidade de 
trabalho, renda e maiores investimentos. 
De acordo com o dicionário eletrônico Wikipédia, empreendedorismo é o movimento 
de mudança causado pelo empreendedor, cuja origem da palavra vem do verbo francês 
“entrepreneur” que significa aquele que assume riscos e começa algo de novo. Apesar de o 
prospecto empreendedorismo estar cada vez mais em evidência nos artigos, revistas, internet, 
livros e aparentar ser um termo “novo” para os profissionais, é um conceito antigo que assumiu 
diversas vertentes ao longo do tempo. Só no início do século XX, a palavra empreendedorismo 
foi utilizada pelo economista Joseph Schumpeter, em 1950, como sendo, de forma resumida, 
uma pessoa com criatividade e capaz de fazer sucesso com inovações. 
Mais tarde, em 1967, com K. Knight e em 1970, com Peter Drucker foi introduzido o 
conceito de risco, uma pessoa empreendedora precisa ariscar em algum negócio. E em 1985, 
com Pinchot foi introduzido o conceito de intra-empreendedor, uma pessoa empreendedora, mas 
dentro de uma organização. 
Ainda para Schumpeter, empreendedor é aquele que destrói a ordem econômica 
existente pela introdução de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de 
organização ou pela exploração de novos recursos e materiais. 
Contudo, parece uma definição de empreendedor que atende na atualidade e que está 
baseada nas diversas definições vistas até então, o empreendedor é aquele que detecta uma 
oportunidade e cria um negócio para capitalizar sobre ela, assumindo riscos calculados. 
Caracteriza a ação empreendedora em todas as suas etapas, ou seja, criar algo novo mediante a 
identificação de uma oportunidade, dedicação e persistência na atividade que se propõe a fazer 
 
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para alcançar os objetivos pretendidos e ousadia para assumir os riscos que deverão ser 
calculados. 
Buscando ainda as raízes do empreendedorismo, tem-se um resgate histórico e de 
identificação com outra definição de empreendedorismo, sendo o empreendedor aquele que 
assume os riscos de forma ativa, físicos e emocionais, e o capitalista assume os riscos de forma 
passiva. Na Idade Média, o empreendedor deixa de assumir riscos e passa a gerenciar grandes 
projetos de produção principalmente com financiamento governamental. 
E no século XVII, surge a relação entre assumir riscos e o empreendedorismo. Bem 
como a criação do próprio termo empreendedorismo que diferencia o fornecedor do capital, 
capitalista, daquele que assume riscos, empreendedor. Mas somente no século XVIII, que 
capitalista e empreendedor foram complemente diferenciados, certamente em função do início da 
industrialização. 
Com as mudanças históricas, o empreendedor ganhou novos conceitos. Na verdade, são 
definições sob outros ângulos de visão sobre o mesmo tema, tendo como uma das primeiras 
definições da palavra empreendedor elaborada no início do século XIX pelo economista francês 
J. B. Say, como aquele que transfere recursos econômicos de um setor de produtividade mais 
baixa para um setor de produtividade mais elevada e de maior rendimento. 
Empreendedorismo designa os estudos relativos ao empreendedor, seu perfil, suas 
origens, seu sistema de atividades, seu universo de atuação. Empreendedor é utilizado para 
designar, principalmente, as atividades de quem se dedica a geração de riquezas, seja na 
transformação de conhecimentos em produtos ou serviços, na geração do próprio conhecimento, 
ou na inovação em áreas como marketing, produção, organização, entre outras. 
O empreendedor é uma pessoa que imagina, desenvolve e realiza visões, alguém capaz 
de identificar, agarrar e aproveitar oportunidade, buscando e gerenciando recursos para 
transformar a oportunidade em negócio de sucesso. 
O empreendedorismo busca a autorrealização que quem utiliza este método de trabalho, 
estimular o desenvolvimento como um todo e o desenvolvimento local, apoiando a pequena 
empresa, ampliando a base tecnológica, criar empregos, evitar armadilhas no mercado que está 
incidido. E reorientar o ensino brasileiro para a velocidade nas mudanças, novas tendências 
internacionais, adaptar-se ao novo mercado, com ética e cidadania. 
 
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O empreendedorismo se constitui em um conjunto de comportamentos e de hábitos que 
podem ser adquiridos, praticados e reforçados nos indivíduos, ao submetê-los a um programa de 
capacitação adequado de forma a torná-los capazes de gerir e aproveitar oportunidades, melhorar 
processos e inventar negócios. 
Para ser um empreendedor deve-se considerar como habilidades: transformar uma ideia 
em realidade; identificar uma oportunidade; contagiar pessoas com suas ideias; estar pronto para 
assumir riscos e aprender com os erros. É ser um profundo conhecedor do todo e não só de 
algumas partes e ser capaz de utilizar essas informações para seu próprio aperfeiçoamento. 
 
 
 
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CAPÍTULO 1 - EMPREENDEDORISMO, COMPETITIVIDADE 
ECRESCIMENTO ECONÔMICO 
 
Raimundo Eduardo Silveira Fontenele1 
 
INTRODUÇÃO 
 
O empreendedorismo e sua relação com vários outros temas mais amplos, como o 
crescimento e desenvolvimento dos países, tem evidenciado um campo de pesquisa caracterizado 
pela sua interdisciplinaridade e complexidade, mas também pela amplitude de suas 
possibilidades de desenvolvimento científico. A relação entre empreendedorismo e crescimento 
econômico, por exemplo, parece clara, principalmente quando a discussão está centrada nas 
diferenças de impacto dessa relação entre os países. 
Dentro dessa realidade, a busca de respostas sobre os fatores que mais influenciam o 
crescimento econômico dos países tem sido uma preocupação por um número expressivo de 
pesquisadores, notadamente os economistas ligados ao crescimento e desenvolvimento 
econômico. Entretanto, a maior parte da literatura sobre o assunto, dominada pelo paradigma 
neoclássico, não integrou a figura do empreendedor nos seus princípios fundamentais. Esta 
ausência do empreendedor deve-se principalmente às dificuldades teóricas, o que acarreta graves 
lacunas na compreensão dos mecanismos básicos de funcionamento da economia. 
O fato de o empreendedorismo não ter sido incluído nas análises de crescimento 
econômico, notadamente nos modelos neoclássicos, devido às suas limitações na formulação de 
modelos matemáticos, torna restrita a compreensão da realidade do mundo atual (Baumol, 1968). 
Kirzner (1973) também enfatizava que o modelo neoclássico não consegue introduzir em suas 
análises variáveis comuns ao mundo real do empresário, tais como a qualidade do produto, a 
tecnologia e a capacidade empreendedora. 
Com a criação e difusão de indicadores macroeconômicos como o Global 
Entrepreneurship Monitor [GEM] e o GrowthCompetitiveness Index [GCI], tornou-se possível 
aprimorar a compreensão da relação do empreendedorismo com o crescimento econômico. O 
 
1RAC, Curitiba, v. 14, n. 6, art. 6, pp. 1094-1112, Nov./Dez. 2010. Disponível em: 
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-65552010000700007>. 
 
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GEM, por exemplo, adota postura mais abrangente e considera a contribuição de todo tipo de 
negócio no crescimento dos países, visto que a pesquisa parte da premissa de que o crescimento 
econômico resulta da ação de dois processos distintos, porém complementares: as atividades de 
inserção e intercâmbio no comércio internacional, promovidas por empresas estabelecidas de 
grande porte, que geram demandas internas por novos produtos e serviços, e as atividades 
diretamente relacionadas com o processo empreendedor e que são responsáveis pela criação e 
crescimento de novas empresas (GEM, 2007). 
O Global Entrepreneurship Monitor [GEM], além de incorporar esse caráter 
multidimensional do empreendedorismo, ultrapassa as análises centradas exclusivamente na 
empresa e volta a sua atenção para o indivíduo em suas interações com o ambiente que o cerca. 
Nesse sentido, o conceito GEM de empreendedorismo visa captar toda e qualquer atividade que 
tenha característica de esforço autônomo para a abertura de nova atividade econômica, de modo 
a verificar em que medida determinada população é empreendedora. 
A revisão de literatura revela a ausência de modelos empíricos com o uso dos dados 
mais recentes do GEM. Nessas condições, a pesquisa tem como objetivo investigar, em caráter 
exploratório, a influência da renda per capita e de variáveis macroeconômicas e 
microeconômicas definidas no Global Competitiveness Index [GCI], nas Taxas de 
Empreendedorismo Total, TEA (Total EntrepreneurialActivity [TEA]) dos países pesquisados 
pelo GEM. A questão fundamental a ser analisada é: até que ponto a educação, a infraestrutura, o 
nível de endividamento, a inflação, as contas públicas, o nível de abertura da economia, são 
importantes para explicar as diferenças da taxa de empreendedorismo total entre os países? 
No tratamento dos dados buscou-se separar os índices do GCI nos nove pilares de 
competitividade estabelecidos no último relatório, com o objetivo de identificar as diferenças da 
influência da taxa de empreendedorismo, medida pelo Total EntrepreneurialActivity [TEA]. 
Desse modo, será possível investigar entre os diversos fatores, tais como educação, 
infraestrutura, nível de endividamento, inflação, contas públicas, nível de abertura da economia 
etc. aqueles que apresentam maior correlação com o empreendedorismo. 
A relevância deste estudo está fundamentada na possibilidade de se iniciar um processo 
de entendimento sobre como se manifestam esses fatores no processo de criação de empresas de 
 
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diferentes países, o que permitirá analisar o papel do empreendedorismo no desempenho 
econômico dos países. 
 
EMPREENDEDORISMO E CRESCIMENTO ECONÔMICO 
 
Apesar de o espírito empreendedor ter sido excluído na teoria de crescimento 
econômico, muitos economistas postulam que a capacidade empreendedora é vital para o 
progresso econômico, principalmente com as contribuições de Schumpeter (1934) e Kirzner 
(1973). Schumpeter contribuiu para o estudo do empreendedorismo, ao recuperar a figura do 
empreendedor na economia, apresentando-o como o principal promotor do desenvolvimento 
econômico, graças à sua função de inovador e sua capacidade de fazer novas combinações de 
recursos produtivos (Lambing&Kuehl, 2007). 
Schumpeter (1942/1984) expandiu o conceito de empreendedorismo com a introdução 
da noção de destruição criativa, na qual demonstrava que o empreendedor, ao incorporar 
inovações e novas tecnologias contribuía para a substituição de produtos e processos 
ultrapassados. Assim, o empreendedor assumia não apenas papel central no avanço e 
desenvolvimento da economia e da sociedade, como protagonizava também um papel 
fundamental na evolução da vida empresarial e na substituição das empresas estabelecidas por 
novas organizações mais capazes de aproveitar as inovações. Os trabalhos de Reynolds (1999) 
comprovaram a associação entre a destruição criativa e o crescimento econômico. 
A limitação dos modelos neoclássicos não se restringe apenas à exclusão do 
empreendedorismo em suas análises. Na década de 80, a partir dos trabalhos de Paul Romer e 
Robert Lucas, as teorias de crescimento econômico passaram a inserir nos modelos tradicionais 
variáveis não necessariamente econômicas, como é o caso da formação do capital humano como 
um dos principais determinantes de crescimento de longo prazo (Bleaney&Nishiyama, 2002; 
Sala-i-Martin &Mulligan, 2000).Os modelos de crescimento econômico tiveram ainda as contribuições de Romer, de 
1987 e 1990, as de Aghion e Howitt, em 1992, e as de Grossman e Helpman, em 1991. Eles 
inseriram nos modelos, entre outras coisas, a incorporação da pesquisa e do desenvolvimento, a 
concorrência imperfeita, o governo e o progresso técnico (Tenani, 2004). 
 
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Essa evolução na teoria do crescimento econômico, com a inserção do capital humano, 
da tecnologia e da inovação na função de produção, possibilitou um melhor arcabouço teórico e 
científico, visando compreender melhor a evolução do Produto Interno Bruto [PIB] dos países ao 
longo do tempo, visto que acrescentaram ao modelo original variáveis como capital humano e 
tecnologia/inovação. 
A contribuição do espírito empreendedor para o crescimento econômico pode ser 
avaliada pelas transformações decorrentes da introdução de novos produtos no mercado, pelas 
mudanças tecnológicas e por mudanças nos processos produtivos (Acs&Audretsch, 1990). O 
impacto das iniciativas empreendedoras gera aumento de eficiência com o consequente aumento 
na concorrência, além de mudanças no comportamento do consumidor, que preferirão adquirir 
produtos mais inovadores existentes no mercado. Menciona-se ainda o fato de que a cultura 
empreendedora acelera a descoberta de novos produtos; sua disseminação desempenha papel 
importante no processo de aprendizagem (Audretsch& Feldman, 1996; Audretsch&Stephan, 
1996). 
Na década de 90, alguns estudos identificaram a contribuição do empreendedorismo 
para o crescimento econômico, porém se limitaram ao contexto regional, setorial e/ou 
empresarial. Um dos trabalhos foi desenvolvido por Reynolds, Storey e Westhead (1994), no 
qual fazem uma comparação entre as taxas de criação de novas empresas em várias regiões de 
países europeus. Neste estudo os autores concluíram que a criação de empresas nos vários países 
é influenciada pelo engajamento do governo no apoio ao empreendedorismo, por mediação de 
incentivos à concepção de novos projetos de empresas, o que pode ser obtido por meio de 
mudanças nas leis e instituições; do oferecimento de facilidades para a gestação de novas 
empresas (por exemplo, fornecendo infraestruturas, disponibilizando cursos de formação); pelo 
apoio à sobrevivência e crescimento das start-ups, mediante o acesso às redes de informação, da 
disponibilização de consultoria, da criação de incubadoras e de outros recursos. 
Em outro estudo, Reynolds, Bygrave e Autio (2003) concluem que os fatores que 
afetam o nível de empreendedorismo das economias são diferentes entre os países ricos e os 
países menos ricos. Nos países mais ricos existe maior influência dos seguintes fatores: a 
imigração, as taxas históricas de crescimento e a educação, enquanto nos países menos ricos 
sobressai a dimensão da economia informal. 
 
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Carree e Thurik (1999) estudaram o efeito da iniciativa empresarial nas economias 
desenvolvidas e nos países em desenvolvimento. Eles concluíram que a presença de Pequenas e 
Médias Empresas [PMEs] beneficiam comparativamente de forma mais intensiva os países 
europeus mais desenvolvidos do que nos países com renda per capita mais baixa, como Portugal 
e Espanha. 
Para Audretsch e Thurik (2001) não foram apenas a reestruturação de grandes empresas 
e a crescente colaboração entre elas, por meio da formação de alianças estratégicas, as únicas 
alterações no cenário econômico. Os autores denominaram essa nova economia, formada por 
pequenas empresas, de entrepreneurialeconomy, com o objetivo de se diferenciar da 
managedeconomy, cuja transição ocorreu entre a década de 70 até o início da década de 90. Esse 
fenômeno foi também identificado em diversos estudos (Acs&Audretsch, 2003; Brock& Evans, 
1989; Loveman&Sengenberg, 1991; Thurik, 1999), e sua ocorrência foi verificada em vários 
países industrializados, tais como os Estados Unidos, a Alemanha, o Reino Unido e a Itália. 
Essa nova entrepreneurialeconomy foi responsável pela criação de muitos postos de 
trabalho e pela obtenção de altas taxas de crescimento nos países que adotaram essa transição 
(Audretsch&Thurik, 2001; Audretsch, Weigand, &Weigand, 2001; Carree&Thurik, 1998; 
Thurik, 1996). Outros autores, porém, atribuem a capacidade dessas pequenas empresas em 
absorverem a mão de obra desempregada como efeito dos processos de downsizing realizados 
pelas grandes organizações (Audretsch, 1995; Konings, 1995; G. B. Robson &Gallangher, 
1994). 
As pesquisas de Audretsch e Thurik (2001) argumentam que o modelo da 
managedeconomy é caracterizado por ganhos de escala, ditados pela predominância de fatores de 
produção, tendo o capital e a mão de obra não qualificada como fontes de vantagem competitiva. 
Em contrapartida, na entrepreneurialeconomy o conhecimento substitui os fatores de produção 
tradicionais como fonte de vantagem competitiva, tal como identificaram Romer (1994) e Lucas 
(1988). 
Esses esforços em investigar empiricamente o impacto do “espírito empreendedor” na 
economia se limitaram ao âmbito da empresa, de regiões ou por setor, enquanto as análises 
comparativas entre países são bastante escassas (Stel, Carree, &Thurik, 2005). Uma importante 
 
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contribuição na literatura são os trabalhos de Carree e Thurik (2003), em que são feitas análises 
empíricas da contribuição do empreendedorismo para o crescimento econômico. 
 
EMPREENDEDORISMO E COMPETITIVIDADE 
 
As primeiras abordagens teóricas referentes à obtenção de vantagens competitivas 
foram concebidas pelos economistas clássicos. Em contraposição ao pensamento mercantilista e 
respaldado pelo princípio da divisão do trabalho, Adam Smith, com a sua Teoria das Vantagens 
Absolutas, apregoou as vantagens do livre comércio e da comercialização do excedente de 
produção, fruto da especialização internacional dos países. Para Smith, as nações se especializam 
na produção daquilo para o qual estão mais aparelhadas e, em seguida, trocam a produção 
excedente entre si, sendo todas beneficiadas (ARAÚJO, 1988). 
Aperfeiçoando a teoria de Smith, David Ricardo propõe a teoria das Vantagens 
Comparativas na qual defende que um país deve especializar-se não nas produções em que 
obtém vantagem absoluta, mas sim naquelas em que dispõem maiores vantagens relativas, 
obtidas pelo mais baixo custo de produção. A teoria das Vantagens Comparativas de David 
Ricardo permite mostrar que, embora um país esteja em condições de produzir a totalidade dos 
bens e serviços que consome, é do seu interesse limitar a sua produção aos bens e serviços, cujo 
custo de produção é relativamente mais baixo do que os estrangeiros, trocando a parte não 
consumida destes bens pelos que são produzidos no estrangeiro a custo relativamente mais 
elevado (CUNHA, 1997). 
A Teoria das Vantagens Comparativas, assim como a Teoria Clássica do Comércio 
Internacional que a originou, baseia-se no diferencial dado pelos custos de produção ou nas 
diferenças de produtividade entre as nações, tendo servido como referencial para a construção de 
outras teorias, a exemplo das Dotações Fatoriais de Heckscher e Ohlin (Moreira & Melo, 2003). 
Para os autores as trocas internacionais são explicadas com base na abundância ou escassez 
relativa dos vários fatores de produção – terra, mão-de-obra, recursos naturais e capital. Cada 
país tende a especializar-se na produção e venda dos bens e serviços que integrem quantidades 
importantes dos fatores de produção de que dispõemem abundância. Para Heckscher e Ohlin um 
país disporá de vantagem comparativa na produção do bem que utilize mais intensamente o fator 
 
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de que tem uma abundância relativa. Exportará este bem e importará o bem que for intensivo no 
fator de produção para o qual é menos dotado (CUNHA, 1997). 
Entretanto, baseando-se nos padrões atuais observados nas transações comerciais 
travadas entre os países, alguns teóricos analistas da competitividade, a exemplo de Michael 
Porter, passaram a criticá-la, afirmando que esta teoria não consegue mais explicar a 
competitividade internacional. Porter (1993) fez uma crítica das Vantagens Comparativas, 
colocando como exemplo países como a Coréia do Sul e os Estados Unidos. Para o autor, a 
Coréia do Sul, mesmo estando completamente descapitalizada após a guerra, conseguiu 
exportações expressivas em indústrias de capital relativamente intensivo, como aço, construção 
naval e automóveis, enquanto os Estados Unidos, apesar de deterem mão-de-obra especializada, 
cientistas e capital, diminuíram a sua participação nas exportações de indústrias que requerem a 
dotação desses fatores, como a de produtos eletrônicos sofisticados, semicondutores e máquinas-
ferramentas. 
Para Porter (1993), o único conceito significativo de competitividade em nível nacional 
é a produtividade nacional. O autor sugere que se deve abandonar toda a ideia de nação 
competitiva como expressão que tenha grande significado para a prosperidade econômica. A 
produtividade das empresas é o que realmente influencia e determina os níveis da prosperidade 
econômica de um país. Por outro lado, ele afirma que nenhuma nação pode ser competitiva em 
tudo, ou ser exportadora líquida de tudo, o que caracteriza o foco setorial de sua análise. Para 
encontrar as respostas, devemos focalizar não a economia como um todo, mas indústrias 
específicas e segmentos da indústria. 
As relações que Porter estabelece entre os determinantes da vantagem nacional 
configuram um modelo que se tornou generalizadamente conhecido como o diamante 
competitivo. Duas variáveis que podem influenciar o sistema nacional de forma relevante, 
afetando os determinantes da vantagem competitiva, são acrescentadas por Porter (1993), 
completando o seu modelo teórico, trata-se do acaso – acontecimentos fora do controle das 
empresas e do governo – que, por meio de políticas diversas, pode atuar para melhorar ou piorar 
a vantagem nacional. 
Outra contribuição relevante para a compreensão desta temática é o estudo da 
espacialização internacional do economista Paul Krugman. No seu trabalho Krugman traça uma 
 
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crítica inicial às análises da economia internacional, indicando que estas não fazem uso dos 
resultados da geografia econômica ou das teorias da localização, tratando os países como pontos 
carentes de dimensão e ignorando o papel do espaço e dos custos dos transportes dos fatores de 
produção e dos bens comercializados (KRUGMAN & BALDWIN, 2001). Conforme este autor, 
embora não se perceba um consenso entre os estudiosos, hoje as novas teorias do comércio, entre 
as quais o autor inclui a sua própria teoria, estão se preocupando com novas questões, como os 
rendimentos crescentes de escala, a concorrência imperfeita, os equilíbrios múltiplos e o papel 
decisivo dos acontecimentos históricos. 
Isto significa que as diferenças de competitividade entre as nações dependem das 
influências de fatores econômicos, políticos, ambientais etc., que muitas vezes são extremamente 
difíceis de serem avaliados e dependem dos estágios de desenvolvimento em que as nações se 
encontram. Além do mais, os fatores mudam com o tempo e sua importância depende 
principalmente de suas complementaridades e de suas influências no ambiente internacional 
(ARRUDA, TELLO, & ARAÚJO, 2007). 
Para Castells (1999) a competitividade na nova economia global é relacionada a quatro 
fatores: a capacidade política das instituições nacionais e supranacionais para impulsionar a 
estratégia de crescimento dos países, o diferencial entre os custos de produção no local de 
produção e os preços do mercado de destino, o acesso a um grande mercado influente e, a 
capacidade tecnológica, destacando a importância de ter uma base de fornecimento para o 
sistema científico, tecnológico, industrial e social. Segundo o autor, a economia global, de 
caráter assimétrico, parece demonstrar que nem todos têm as mesmas condições de 
produtividade em decorrência destes fatores, nem o mesmo acesso ao consumo: a realidade é que 
há um contraste entre condições de vida, de pobreza, miséria, violência, educação, de exclusão 
social como, por exemplo, o caso da América Latina e da África. 
Segundo Rei (2007), a literatura sobre crescimento econômico apresenta um vasto 
número de fatores que afetam a competitividade. Alguns concentram-se nas relações mais 
imediatas e diretas, como, por exemplo, o progresso tecnológico. Outros analistas, em particular 
aqueles que se interessam pela história econômica ou a explicação das diferenças de crescimento 
entre países, salientam a importância de fatores institucionais e políticos na determinação do 
crescimento econômico. Por outro lado, Carvalho (1992) distingue dois tipos de causas que estão 
 
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na base das variações da competitividade: causas fundamentais e causas próximas. Enquanto nas 
primeiras se englobam fatores como a cultura e os valores, a propensão para a poupança e o 
investimento ou a formação científica e tecnológica, nas segundas incluem-se fatores como a 
eficiência produtiva, o mercado, a organização, a Pesquisa e Desenvolvimento [P&D], as 
economias de escala, a formação profissional ou a diversificação de produtos. 
Para Rei (2007) nenhum desses fatores funciona isoladamente. Segundo o autor 
contribuições recentes na literatura enfatizam a interação do capital físico, capital humano e 
P&D; alguns fatores podem mesmo requerer influências complementares de outros fatores para 
produzirem maior efeito. Em outras palavras, para um país atingir maior patamar de 
competitividade, pode não ser suficiente basear-se em alguns fatores isolados. Deste ponto de 
vista, os fatores subjacentes são importantes. Uma alteração na organização empresarial, nas 
práticas de gestão ou a adoção e desenvolvimento de novas tecnologias podem não ocorrer sem o 
incentivo da concorrência e sem a abertura ao comércio e ao investimento. 
Igualmente como o empreendedorismo as diferenças de competitividade entre as nações 
estão sendo avaliadas por mediação de indicadores macroeconômicos desenvolvidos pelas 
instituições internacionais. O conjunto de indicadores que está sendo muito utilizado para 
comparar a competitividade entre as nações é o desenvolvido pelo World EconomicForum 
[WEF] no documento chamado The Global CompetitivenessReport, publicado anualmente. Na 
definição dos índices do Global Competitiveness Index [GCI], leva-se em consideração que “o 
desenvolvimento econômico é um processo dinâmico de melhorias sucessivas em que as 
economias encontram maneiras cada vez mais sofisticadas de produzir e competir” (Martin, 
Blanke, Hanouz, Geiger, Mia, &Paua, 2008, p. 3, tradução nossa). Assim, o processo de 
desenvolvimento econômico envolve estágios. Para a construção do índice são considerados 
nove pilares, três estágios de desenvolvimento, visto que, muito embora sejam importantes em 
qualquer economia, eles apresentam impactos diferenciados, dependendo do estágio em quese 
encontram (ARRUDA et al., 2007). 
A busca de indicadores para tratar das relações entre empreendedorismo, crescimento 
econômico e competitividade exigiu consultas a fontes as mais diversas, tanto nacionais quanto 
internacionais. No que se refere ao empreendedorismo, a metodologia GEM é uma referência 
mundial nos estudos do fenômeno do empreendedorismo, razão pela qual seus dados foram 
 
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utilizados na parte empírica da pesquisa. Apesar da importância dos dados do GEM para fins de 
comparações internacionais, tais dados devem ser analisados com restrições, para identificar com 
mais coerência as variáveis culturais e históricas relacionadas ao Empreendedorismo. Portanto, 
os dados do GEM devem ser revistos com o objetivo maior de conseguir mapear a trajetória e as 
oscilações dos indicadores do empreendedorismo de cada país ao longo dos últimos anos. 
 
 
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CAPÍTULO 2 - EMPREENDEDORISMO NO BRASIL 
 
A partir da década de 1990, pesquisadores no campo de empreendedorismo têm se 
preocupado, em suas abordagens teóricas, em responder à seguinte questão: "Do que estamos 
falando quando falamos em empreendedorismo?” Esse debate tem sido sustentado por 
pesquisadores reconhecidos da área, tais como: William Gartner, Scott Shane, 
SankaranVenkataraman, Saras Sarasvathy, Per Davidsson, Pierre André-Julien, dentre outros, e 
tem contribuído sobremaneira para a construção de bases epistemológicas em 
empreendedorismo. 
Ainda que muitos aspectos da teoria não representem um consenso, é possível visualizar 
determinadas fronteiras que estabelecem o campo para estudos, tal como a busca de uma 
compreensão sobre o processo de criação e crescimento de negócios, abrangendo não apenas o 
surgimento, a identificação de oportunidades e o papel do empreendedor ou da empreendedora, 
mas também o ambiente e os agentes nele presentes. 
Nesse sentido, o empreendedorismo representa a possibilidade de compreensão para 
além da abertura de um negócio, tanto antes como depois. Antes da abertura, porque não há 
como isolar ou dimensionar precisamente o momento exato em que ocorre a concepção de um 
novo negócio, mas sabe-se que a atividade empreendedora já se encontra em marcha. Depois, 
porque, mesmo após a abertura de um negócio, o processo de criação não se encerra de forma 
repentina. 
Entretanto, limites dessa natureza não se restringem ao empreendedorismo, também 
dizem respeito às ciências sociais; afinal, trata-se de uma realidade dinâmica, socialmente 
construída. Nesse contexto, o empreendedorismo oferece uma possibilidade ampla para 
pesquisas e pesquisadores que buscam uma explicação do mundo dos negócios guiada não 
somente pela racionalidade econômica, mas pela compreensão da relação entre os atores e destes 
com o ambiente. 
Ademais, a pesquisa em empreendedorismo se mostra importante na medida em que 
explica a dinâmica de pequenos negócios que influenciam social e economicamente diversos 
países, dentre os quais constam também os negócios familiares. Vale ainda ressaltar que, 
atualmente, os pequenos negócios possuem uma dimensão diferente da que tiveram durante 
 
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muitos anos. Ou seja, hodiernamente, eles não atuam apenas no local, mas também já se 
internacionalizam, apresentando uma nova dinamicidade e uma nova configuração em termos de 
estruturas e recursos. Essas características passarão a determinar uma influência ainda maior no 
desenvolvimento local, principalmente se o crescimento for rápido e com recursos tecnológicos. 
Retomando a perspectiva de construção social da realidade, observa-se que atores 
sociais com interesses e perfis diversos empreendem – homens, mulheres, jovens, casais, grupos, 
aposentados, dentre outros –, implicando diferentes trajetórias para pequenos negócios e 
requerendo também o emprego de teorias de outros campos para compreensão do fenômeno, 
como, por exemplo, a psicologia, a sociologia, a antropologia e a economia. 
Esses aspectos contribuem para visualizar a ampla dimensão do campo para estudos, o 
que talvez justifique a dificuldade em responder à questão apresentada no início deste texto. Com 
isso, recrudescem, a cada dia, abordagens explicativas, descritivas e interpretativas, no que se 
refere ao processo empreendedor, ao comportamento empreendedor, ao perfil empreendedor ou a 
outros agentes, como o caso apresentado por Louis Jacques Filion sobre o papel dos 
facilitadores. Essa dinamicidade oferece muitas possibilidades de novos estudos e da conjugação 
da criatividade com a exigência de esforço contínuo no exercício da pesquisa, estimulando 
aqueles que escolheram ou que escolhem trilhar esse caminho. 
No Brasil, no final da década de 1990 e, sobretudo a partir do ano 2000, as publicações 
nesse tema se intensificaram, como resultado de pesquisas desenvolvidas em instituições de 
ensino superior e de programas de pós-graduação. Nota-se, nesses estudos, que há 
principalmente a influência de pesquisadores canadenses, norte-americanos e europeus. Mesmo 
assim, pesquisas sobre a reflexão baseada na realidade brasileira são crescentes, e uma das 
referências nesse campo são os trabalhos publicados nos encontros do EGEPE (Encontro de 
Estudos sobre Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas), que teve início no ano 2000, 
na Universidade Estadual de Maringá. Em seguida, outros encontros foram realizados em 
Londrina, Curitiba e Brasília. 
Os estudos apontam uma rica diversidade de temas e de realidades em regiões distintas 
do país, além da utilização de diversos procedimentos metodológicos, representando relevantes 
contribuições científicas para a área. Acima de tudo, os estudos também contribuem para a 
constatação de quão vasto é o campo de estudos em empreendedorismo e como há necessidade 
 
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de ampliar o número de pesquisadores na área. Sendo assim, espera-se que estas pesquisas 
sirvam como fonte de consulta para outras pesquisas, para discussões em salas de aulas e para 
orientação a gestores de pequenos negócios, para aqueles que desejam abrir um pequeno negócio 
ou para consultores e órgãos de fomento. 
O empreendedorismo ganhou força no Brasil somente a partir da década 1990, com a 
abertura da economia que propiciou a criação de entidades como SEBRAE (Serviço Brasileiro 
de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e SOFTEX (Sociedade Brasileira para Exportação de 
Software). Antes desse momento o termo empreendedor era praticamente desconhecido e a 
criação de pequenas empresas era limitada, em função do ambiente político e econômico, nada 
propício do país. Porém, não significa que não existiram empreendedores, deve-se salientar que 
muitos visionários atuaram em um cenário obscuro, deram tudo de si, mesmo sem conhecerem 
formalmente finanças, marketing, organização e outros conteúdos da área empresarial, a 
exemplo, o célebre industrial Francisco Matarazzo, e tantos outros que contribuíram para o 
desenvolvimento da economia do país. 
O SEBRAE é amplamente difundido entre os pequenos empresários brasileiros, com 
finalidade de informar e dar suporte necessário para a abertura de uma empresa, bem como 
acompanhar através de consultorias seu andamento, solucionando pequenos problemas do 
negócio. Este órgão está de certa forma, implantando a cultura empreendedora nas universidades 
brasileiras, aopromover em parceria com outros países, o Desafio SEBRAE, uma competição 
entre acadêmicos de várias nacionalidades, que têm como tarefa, administrar uma empresa 
virtual. 
A SOFTEX foi criada para ampliar o mercado das empresas de software através da 
exportação e incentivar a produção nacional, para isso foram desenvolvidos projetos para a 
capacitação em gestão e tecnologia dos empresários de informática. Além de alavancar o 
desenvolvimento de tecnologias nacionais, essa entidade conseguiu através de seus programas, 
popularizar no país termos como plano de negócios (business plan) que até então eram ignorados 
pelos empresários. 
Apesar do pouco tempo, o Brasil apresenta ações que visam desenvolver um dos 
maiores programas de ensino de empreendedorismo e potencializa o país perante o mundo nesse 
milênio. Tem-se alguns exemplos: 
 
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1. Os programas SOFTEX e GENESIS (Geração de Novas Empresas de Software, 
Informação e Serviço), que apoiam atividades de empreendedorismo em software, 
estimulando o ensino da disciplina em universidades e a geração de novas empresas 
de software (start-ups). 
2. Ações voltadas à capacitação do empreendedor, como os programas EMPRETEC e 
Jovem Empreendedor do SEBRAE. E ainda o programa Brasil Empreendedor, do 
Governo Federal, dirigido à capacitação de mais de 1 milhão de empreendedores em 
todo país e destinando recursos financeiros a esses empreendedores, totalizando um 
investimento de oito bilhões de reais. 
3. Diversos cursos e programas sendo criados nas universidades brasileiras para o 
ensino do empreendedorismo. É o caso de Santa Catarina, com programa Engenheiro 
Empreendedor, que capacita alunos de graduação em engenharia de todo o país. 
Destaca-se também o programa REUNE, da CNI (Confederação Nacional das 
Indústrias), de difusão do empreendedorismo nas escolas de ensino superior do país, 
presente em mais de duzentas instituições brasileiras. 
 
A recente explosão do movimento de criação de empresas de Internet no país, 
motivando o surgimento de entidades com o Instituto e-cobra, de apoio aos empreendedores das 
ponto.com (empresas baseadas em Internet), com cursos, palestras e até prêmios aos melhores 
planos de negócios de empresas Start-upsde Internet, desenvolvidos por jovens empreendedores. 
Finalmente, mas não menos importante, o enorme crescimento do movimento de 
incubadoras de empresas no Brasil. Dados da ANPROTEC (Associação Nacional de Entidades 
Promotoras de Empreendimentos de Tecnologias Avançadas) mostram que em 2000, havia mais 
de 135 incubadoras de empresas no país, sem considerar as incubadoras de empresas de Internet, 
totalizando mais de 1.100 empresas incubadoras, que geram mais de 5.200 empregos diretos. 
Essas iniciativas são de suma importância para os empreendedores brasileiros que 
apesar dos percalços são fundamentais para a economia do país. No entanto, é necessário que 
ações governamentais resgatem o avanço proveniente da iniciativa privada e de entidades não-
governamentais, valorizem a capacidade empreendedora dos brasileiros e solucionem os 
problemasapontados no relatório Global Monitor (GEM) - Monitor Global do 
 
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Empreendedorismo, organizado pela BabsonCollege, EUA, e London Schoolof Business, 
Inglaterra, e realizado em 29 países, apontou os seguintes resultados para o Brasil em 2001 
(BRITTO; WEVER, 2003, p.20 e 21): 
O Brasil possui um nível relativamente alto de atividade empreendedora: a cada 100 
adultos, 14,2 são empreendedores, colocando-o em quinto lugar do mundo. No entanto, 41% 
deles estão envolvidos por necessidade e não por oportunidade; as mulheres brasileiras são 
bastante empreendedoras: a produção é de 38%, a maior entre os 29 países participantes do 
levantamento; a intervenção governamental possui duas facetas: tem diminuído, mas ainda se 
manifesta como um fardo burocrático; a disponibilidade de capital no Brasil se ampliou. Mas 
muitos empreendedores brasileiros ainda percebem o capital como algo difícil e custoso de se 
obter. Para piorar, os programas de financiamento existentes não são bem divulgados; 
A falta de tradição e o difícil acesso aos investimentos continuam a ser principais 
impedimentos à atividade empreendedora, o brasileiro não tem o hábito de fazer planos para o 
longo prazo, devido à conjuntura econômica do país. Nos países desenvolvidos, é perfeitamente 
comum o financiamento de imóveis, com planos que levam de dez a trinta anos para serem 
liquidados. Existe uma necessidade urgente de estimar as práticas de investimentos; 
O tamanho do país e suas diversidades regionais exigem programas descentralizados. 
As diferenças regionais de cultura e infraestrutura também exigem uma abordagem localizada do 
capital de investimento e dos programas de treinamento; infraestrutura precária e pouca 
disponibilidade de mão de obra qualificada têm impedido a proliferação de programas de 
incubação de novos negócios fora os centros urbanos; o ambiente político e econômico tem 
aumentado o nível de risco e incerteza sobre a estabilidade e o crescimento. 
Sobreviver em uma economia completamente instável é extremamente complicado, 
devemos ressaltar ainda, que no Brasil não existem políticas industriais concretas, as políticas 
aqui existentes giram em torno de subsídios e tarifas, políticas protecionistas são nocivas à 
economia, pois agindo desta forma, o país pode ser vítima de políticas intervencionistas por parte 
de outros países, o que dificulta as exportações. Contudo, a consolidação do capital de risco e o 
papel do Angel (“anjo”- investidor pessoa física) também estão se tornando realidade, motivando 
o estabelecimento de cenários otimistas para os próximos anos. 
 
 
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Existe uma necessidade de aprimoramento no sistema educacional como um todo o que 
estimulará a cultura empreendedora entre os jovens adultos. Não há proteção legal dos direitos 
de propriedade intelectual, altos custos para registros de patentes no país e fora dele e parcos 
mecanismos de transferência tecnológica. As universidades ainda estão isoladas da comunidade 
de empreendedores. 
Portanto, percebe-se que o início da difusão do empreendedorismo no Brasil, nasce por 
conveniência do governo e sobrevivência de muitos trabalhadores que saíram das grandes 
estatais após o processo de privatização. A partir disso, o governo se propõe a fornecer subsídios, 
acima citados, para que os trabalhadores tivessem a possibilidade de contribuir para o 
desenvolvimento e a geração de emprego no Brasil. 
No Brasil, o empreendedorismo por necessidade corresponde, em média, a 55% da 
taxatotal de empreendedorismo. Ainda que a principal causa da ação empreendedora seja a 
necessidade, isso nunca poderá ser visto como um mau sinal. A iniciativa de criar negócios já 
sinaliza, por si só, uma reação positiva às dificuldades. O mais importante é que esses novos 
negócios sobrevivam, gerem empregos e riqueza. De um modo geral, o empreendedorismo por 
necessidade tende a ser mais elevado entre os países em desenvolvimento, visto que, nesses 
países as dificuldades de inserção no mercado de trabalho são maiores, levando, 
consequentemente, as pessoas a buscar e/ou criar alternativas de ocupação. (KARAM, 2002, 
p.7). 
Na verdade, o Brasil precisa mudar, “e rapidamente”, suas políticas de apoio às micro 
epequenas empresas. Há uma necessidade radical de mudanças na cultura empreendedora 
brasileira, pois os grandes entraves estão no acessoe no custo do capital necessário; na 
elevadíssima carga de tributos e exigências fiscais e legais; na capacitação para a gestão do 
negócio e no fato de que políticas e programas dedicados ao setor não são totalmente adequados 
à realidade do empreendedor. 
É válido destacar que prosperar no ramo em que investiu não é tarefa fácil. O fenômeno 
do empreendedorismo surge como uma epidemia benigna, reduzindo o impacto do desemprego. 
No entanto, muitas das empresas criadas em condições desfavoráveis se mostram frágeis e não 
conseguem sobreviver, aproximadamente metade dessas empresas morre ou desaparece antes de 
completar o segundo ano de vida. Assim, a escolaridade dos empreendedores é um dos fatores 
 
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que tem influência no sucesso ou fracasso de seus negócios. Conforme recente pesquisa do 
Sebrae-MG, no grupo das empresas de sucesso, 63% dos empresários têm curso superior 
completo ou incompleto, contra 47% no grupo das empresas extinta. 
Outro fator fundamental é a experiência prévia do empreendedor, isto é, quando o 
empresário teve a oportunidade de trabalhar, sobretudo como empregado, em outra empresa 
semelhante, antes de abrir o seu próprio negócio, suas chances de sucesso sãomaiores. O 
empreendedorismo deve se expressar como elemento importante na edificação do bem estar da 
coletividade. Consequentemente, ele não pode ser um instrumento de concentração de renda, de 
aumento de diferenças sociais ou uma estratégia pessoal de enriquecimento e sim ser relacionado 
à capacidade de se gerar utilidade para os outros e riquezas acessíveis a todos. 
Portanto, empreendedorismo é um fator chave da economia de qualquer país. A 
iniciativa de indivíduos que desenvolvem e empreendem ideias contribui para que a economia se 
estruture, cresça e consolide, criando riqueza e gerando empregos. O empreendedor deveria ser 
por todos os aspectos o centro de atenção das instituições de uma sociedade. Apesar de haver 
uma suspeita por muito tempo já de que isso é verdadeiro pouco se fez de concreto para 
realmente compreender esse fenômeno, e avaliar a extensão de sua contribuição para o 
desenvolvimento econômico, tecnológico e social de um país. 
Mais do que crer no futuro promissor do país – cantado e prometido há tanto tempo –, o 
brasileiro acredita no seu próprio potencial empreendedor, no seu tino, na sua visão, no seu faro 
para negócios, no seu tato para relacionamentos. Falta apenas combinar esse talento natural com 
técnicas referendadas de administração, como avaliação de mercado, plano de negócios e 
planejamento estratégico. 
 
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CAPÍTULO 3 
TIPOS DE EMPREENDEDORISMO E SUAS CARACTERÍSTICAS 
 
Existe a concepção do empreendedor nato, aquele que nasce com as características 
necessárias para empreender com sucesso. No entanto, como se trata de um ser social, 
influenciado pelo meio que em que vive, a formação empreendedora pode acontecer por 
influência familiar, estudo, formação e prática. 
Para Dolabella (1999, p. 12), para se aprender a empreender, faz-se necessário um 
comportamento pró-ativo do indivíduo, o qual deve desejar “aprender a pensar e agir por conta 
própria, com criatividade, liderança e visão de futuro, para inovar e ocupar o seu espaço no 
mercado, transformando esse ato também em prazer e emoção”. No campo científico e 
acadêmico, a formação empreendedora pode ser caracterizada por situações que contribuem 
diretamente para que esta ação aconteça. Entre elas, podem-se citar duas características que 
incidem diretamente, a primeira é a natureza da ação, caracterizada por buscar fazer algo 
inovador ou diferente do que já é feito. 
Neste ponto, o empreendedorismo está ligado diretamente às modificações de processos 
(ou de produtos). E a segunda é a falta ou inexistência de controle sobre as formas de execução e 
recursos necessários para se desenvolver a ação desejada, liberdade de ação. Estes dois fatores 
são considerados importantes na ação empreendedora, uma execução de algo sem controle e sem 
métodos com uma nova concepção. Isso não significa que todas as ações de mudanças são 
empreendedoras. Será se, ambos os quesitos estiverem presentes. Da mesma forma, nem todas as 
ações desenvolvidas, com risco, sem controle dos processos são ações empreendedoras, pois nem 
sempre são ações inovadoras. 
Filon (1999), estabelece um modelo com quatro fatores fundamentais para que uma 
ação seja empreendedora (visão, energia, liderança e relações), visando à formação do 
profissional empreendedor. Destaca-se como principal característica as relações, a qual, segundo 
o autor, se obtém os conhecimentos fundamentais e necessários dentro de uma estrutura de 
mercado: as informações necessárias para a tomada de decisões e o conhecimento da realidade 
do mercado. 
 
 
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Atualmente, as organizações possuem uma grande necessidade de buscar e desenvolver 
profissionais com perfil empreendedor, devido ao fato de estes, serem os responsáveis pelas 
modificações, criações e visões inovadoras para se obter um destaque maior e uma diferenciação 
positiva frente à concorrência. Os empreendedores são visionários, dotados de ideias realistas e 
inovadoras, baseados no planejamento de uma organização, intervêm no planejado e propõem 
mudanças. O empreendedor desenvolve um papel otimista dentro da organização, capaz de 
enfrentar obstáculos internos e externos, sabendo olhar além das dificuldades, com foco no 
melhor resultado. 
Além das características acima comentadas, o empreendedor tem um perfil de liderança 
para obter êxito em suas atividades, como é o grande responsável em colocar em prática as 
inovações, métodos e procedimentos que propôs, deverá estimular os envolvidos na realização 
das atividades, de forma a alcançar as metas traçadas. 
Não existe um único tipo de empreendedor ou um modelo-padrão que possa ser 
identificado, apesar de várias pesquisas existentes sobre o tema terem como objetivo encontrar 
um estereótipo universal. Por isso é difícil rotulá-lo. Por outro lado, esse fato mostra que tornar-
se empreendedor é algo que pode acontecer a qualquer um. 
É bastante comum uma pessoa, ao ser solicitada a dar um exemplode empreendedor, 
lembrar-se daqueles mais famosos, que têm exposiçãona mídia, que lideram grandes empresas e 
que geralmente são bemsucedidosfinanceiramente. Exemplos como Antônio Ermírio de 
Moraes,Sílvio Santos, Abílio Diniz, Samuel Klein, Luisa Helena são recorrentes.Mas a pergunta 
seguinte é se eles são natos ou se podem se prepararpara ser empreendedores. E, depois, se são 
influenciados pela família,se atuam no mundo corporativo, se são empreendedores sociais etc.A 
seguir são apresentados e definidos vários tipos de empreendedores. 
 
Tipo 1 — O Empreendedor Nato (Mitológico) 
 
Geralmente são os mais conhecidos e aclamados. Suas histórias sãobrilhantes e, muitas 
vezes, começaram do nada e criam grandes impérios.Começam a trabalhar muito jovens e 
adquirem habilidade de negociação e de vendas. Em países ocidentais, esses empreendedores 
natossão, em sua maioria, imigrantes ou seus pais e avós o foram. Sãovisionários, otimistas, 
 
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estão à frente do seu tempo e comprometem-se100% para realizar seus sonhos. Suas referências 
e exemplos a seguirsão os valores familiares e religiosos, e eles mesmos acabam por se 
tornarumagrande referência. Se você perguntar a um empreendedor natoquem ele admira será 
comum lembrar da figura paterna/materna oualgum familiar mais próximo ou, em alguns casos, 
não haver algum exemploespecífico para citar. Exemplos: Bill Gates, Andrew Carnegie, 
SílvioSantos, Irineu Evangelista de Souza (Barão de Mauá) etc. 
 
Tipo 2 — O Empreendedor que Aprende (Inesperado) 
 
Este tipo de empreendedor tem sido muito comum. É normalmenteuma pessoa que, 
quando menos esperava, se deparou com uma oportunidadede negócio e tomou a decisão de 
mudar o que fazia na vidapara se dedicar ao negócio próprio. É o caso clássico de quando a 
oportunidadebate à porta. É uma pessoa que nunca pensou em ser empreendedor,que antes de se 
tornar um via a alternativa de carreira em grandes empresas como a única possível. 
 
O momento de disparo ou de tomadade decisão ocorre quando alguém o convida para 
fazer parte deuma sociedade ou ainda quando ele próprio percebe que pode criarum negócio 
próprio. Geralmente demora um pouco para tomar a decisãode mudar de carreira, a não ser que 
esteja em situação de perder oemprego ou já tenha sido demitido. Antes de se tornar 
empreendedor,acreditava que não gostava de assumir riscos. Tem de aprender a lidarcom as 
novas situações e se envolver em todas as atividades de um negóciopróprio. Quem está pensando 
em uma alternativa à aposentadoriamuitas vezes se encaixa nesse tipo. 
 
Tipo 3 — O Empreendedor Serial (Cria Novos Negócios) 
 
O empreendedor serial é aquele apaixonado não apenas pelas empresasque cria, mas 
principalmente pelo ato de empreender. É umapessoa que não se contenta em criar um negócio e 
ficar à frente dele atéque se torne uma grande corporação. Como geralmente é uma 
pessoadinâmica, prefere os desafios e a adrenalina envolvidos na criação dealgo novo a assumir 
uma postura de executivo que lidera grandes equipes.Normalmente está atento a tudo o que 
 
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ocorre ao seu redor e adoraconversar com as pessoas, participar de eventos, associações, 
fazernetworking. Para esse tipo de empreendedor, a expressão “tempo é dinheiro”cai como uma 
luva. Geralmente tem uma habilidade incrível demontar equipes, motivar o time, captar recursos 
para o início do negócioe colocar a empresa em funcionamento. 
 
Sua habilidade maior éacreditar nas oportunidades e não descansar enquanto não as vir 
implementadas. Ao concluir um desafio, precisa de outros para se mantermotivado. Às vezes se 
envolve em vários negócios ao mesmo tempo enão é incomum ter várias histórias de fracasso. 
Mas estas servem de estímulopara a superação do próximo desafio. 
 
Tipo 4 — O Empreendedor Corporativo 
 
O empreendedor corporativo tem ficado mais em evidência nos últimosanos, devido à 
necessidade das grandes organizações de se renovar,inovar e criar novos negócios. São 
geralmente executivos muitocompetentes, com capacidade gerencial e conhecimento de 
ferramentasadministrativas. Trabalham de olho nos resultados para crescer nomundo 
corporativo. Assumem riscos e têm o desafio de lidar com a faltade autonomia, já que nunca 
terão o caminho 100% livre para agir. Issofaz com que desenvolvam estratégias avançadas de 
negociação. São hábeis comunicadores e vendedores de suas ideias. 
Desenvolvem seu networking dentro e fora da organização. Convencem as pessoas a 
fazerem parte de seu time, mas sabem reconhecer o empenho da equipe. Sabem se autopromover 
e são ambiciosos. Não se contentam em ganhar o que ganham e adoram planos com metas 
ousadas e recompensas variáveis. Se saírem da corporação para criar o próprio negócio podem 
ter problemas no início, já que estão acostumados com as regalias e o acesso a recursos do 
mundo corporativo. 
O termo empreendedor é aqui utilizado não no sentido de quem abre empresas, mas no 
sentido de quem imagina, desenvolve e realiza visões dentro de organizações. O 
intraempreendedor atua dentro de uma empresa. Ele não é o proprietário das máquinas e dos 
equipamentos, do capital – o que não significa que ele não possa, dentro daquela organização, 
desenvolver um projeto ou um produto. As qualidades e características do empreendedor e do 
 
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intraempreendedor vão ser as mesmas: auto-estima, capacidade de argumentação, capacidade de 
decidir por conta própria, capacidade para correr riscos. O mais importante no 
intraempreendedorismo é identificar e desenvolver as características empreendedoras das 
pessoas. 
Para ser um funcionário empreendedor não basta ter apenas idéias, é necessário que 
estas idéias sejam desenvolvidas e implantadas. Essas visões são as idéias de inovação, de 
criação de novos produtos ou serviços que os funcionários possuem. Os intraempreendedores, 
assim como os empreendedores, não são necessariamente inventores de novos produtos ou 
serviços. Sua contribuição está em tomar novas idéias ou mesmo protótipos e transformá-los em 
realidades lucrativas. 
 
Tipo 5 — O Empreendedor Social 
 
O empreendedor social tem como missão de vida construir ummundo melhor para as 
pessoas. Envolve-se em causas humanitárias comcomprometimento singular. Tem um desejo 
imenso de mudar o mundo criando oportunidades para aqueles que não têm acesso a elas. 
Suascaracterísticas são similares às dos demais empreendedores, mas a diferençaé que se 
realizam vendo seus projetos trazerem resultados para osoutros e não para si próprios. Os 
empreendedores sociais são um fenômenomundial e, principalmente em países em 
desenvolvimento, comoo Brasil, têm um papel social extremamente importante, já que atravésde 
suas ações e das organizações que criam preenchem lacunas deixadaspelo poder público. De 
todos os tipos de empreendedores é o únicoque não busca desenvolver um patrimônio financeiro, 
ou seja, não temcomo um de seus objetivos ganhar dinheiro. Prefere compartilhar seusrecursos e 
contribuir para o desenvolvimento das pessoas. 
O empreendedorismo de caráter social tem como finalidade a gestão de um 
empreendimento coletivo, que promova o desenvolvimento sócio-econômico de uma região. 
Trata-se da inclusão de pessoas sem renda ao processo criativo e produtivo. É um compromisso 
político que pode gerar grandes transformações sociais com a utilização de poucos recursos 
financeiros, com base na ação solidária de membros de uma comunidade. 
 
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Muitas organizações não governamentais desenvolvem este tipo de trabalho no Brasil. 
São entidades empreendedoras na medida em que inovam nos métodos e nas soluções e geram 
resultados de baixo custo e de grande alcance social. Existem também empreendedores sociais, 
que atuam na formação, especialmente no treinamento e qualificação pessoal, através da criação 
de pequenas entidades locais de interesse público e sem fins lucrativos. Algumas ações 
governamentais também podem promover o empreendedorismo social, engajando pessoas que 
tenham sensibilidade para o problema. 
O empreendedorismo social promove a sensibilização de pessoas essenciais ao processo 
de mudança. São líderes comunitários que atuam como agentes multiplicadores do entusiasmo 
empreendedor. Na maioria das vezes, são voluntários que encontraram motivos para inovar o 
modo de vida. São sonhadores que desejam uma vida melhor. São incansáveis realizadores da 
causa coletiva, que buscam o reconhecimento e o valor de suas ações. 
Para os empreendedores sociais, a missão social é central e explícita. E obviamente isso 
afeta a maneira como os empreendedores sociais percebem e avaliam as oportunidades.A 
criação central torna-se o impacto relativo à missão e não o a riqueza. Para os empreendedores 
sociais a riqueza é apenas um meio para um determinado fim. Já para os empreendedores de 
negócio, a geração de riquezas é uma maneira de mensurar a geração de valor. Isso ocorre 
porque os empreendedores de negócio estão sujeitos à disciplina do mercado, o qual na maioria 
das vezes é quem determina se eles estão mesmo gerando valor. Se eles não alternarem seus 
recursos para serem usados de forma mais economicamente produtiva, eles tenderão a serem 
postos de fora do mercado. 
 
Tipo 6 — O Empreendedor por Necessidade 
 
O empreendedor por necessidade cria o próprio negócio porquenão tem alternativa. 
Geralmente não tem acesso ao mercado de trabalhoou foi demitido. Não resta outra opção a não 
ser trabalhar por contaprópria. Geralmente se envolve em negócios informais, 
desenvolvendotarefas simples, prestando serviços e conseguindo como resultadopouco retorno 
financeiro. É um grande problema social para os paísesem desenvolvimento, pois apesar de ter 
iniciativa, trabalhar arduamentee buscar de todas as formas a sua subsistência e a dos seus 
 
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familiares,não contribui para o desenvolvimento econômico. Na verdade, os empreendedorespor 
necessidade são vítimas do modelo capitalista atual,pois não têm acesso a recursos, à educação e 
às mínimas condições paraempreender de maneira estruturada. Suas iniciativas 
empreendedorassão simples, pouco inovadoras, geralmente não contribuem com impostose 
outras taxas, e acabam por inflar as estatísticas empreendedorasde países em desenvolvimento, 
como o Brasil.Sua existência emgrande quantidade é um problema social que, no caso brasileiro, 
aindaestá longe de ser resolvido. 
 
Tipo 7 — O Empreendedor Herdeiro (Sucessão Familiar) 
 
O empreendedor herdeiro recebe logo cedo a missão de levar àfrente o legado de sua 
família. Empresas familiares fazem parte da estruturaempresarial de todos os países, e muitos 
impérios foramconstruídos nos últimos anos por famílias empreendedoras, que 
mostraramhabilidade de passar o bastão a cada nova geração. Mais recentemente,porém, tem 
ocorrido a chamada profissionalização da gestão deempresas familiares, através da contratação 
de executivos de mercadopara a administração da empresa e da criação de uma estrutura 
degovernança corporativa, com os herdeiros opinando no conselho deadministração e não 
necessariamente assumindo cargos executivos naempresa. O desafio do empreendedor herdeiro é 
multiplicar opatrimônio recebido. Isso tem sido cada vez mais difícil. O empreendedorherdeiro 
aprende a arte de empreender com exemplos da família,e geralmente segue seus passos. Muitos 
começam bem cedo a entendercomo o negócio funciona e a assumir responsabilidades na 
organização,e acabam por assumir cargos de direção ainda jovens. 
Alguns têmsenso de independência e desejo de inovar, de mudar as regras do 
jogo.Outros são conservadores e preferem não mexer no que tem dado certo.Esses extremos, na 
verdade, mostram que existem variações no perfildo empreendedor herdeiro. Mais recentemente, 
os próprios herdeirose suas famílias, preocupados com o futuro de seus negócios, têmoptado por 
buscar mais apoio externo, através de cursos de especialização,MBA, programas especiais 
voltados para empresas familiares, como objetivo de não tomar decisões apenas com base na 
experiência e nahistória de sucesso das gerações anteriores. 
 
 
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Tipo 8 — O “Normal” (Planejado) 
 
Toda teoria sobre o empreendedor de sucesso sempre apresenta oplanejamento como 
uma das mais importantes atividades desenvolvidaspelos empreendedores. E isso tem sido 
comprovado nos últimos anos,já que o planejamento aumenta a probabilidade de um negócio ser 
bemsucedido e, em consequência, leva mais empreendedores a usarem essatécnica para garantir 
melhores resultados. O empreendedor que “faz alição de casa”, que busca minimizar riscos, que 
se preocupa com os próximospassos do negócio, que tem uma visão de futuro clara e que 
trabalhaem função de metas é o empreendedor aqui definido como o “normal”ou planejado. 
“Normal” do ponto de vista do que se espera de umempreendedor, mas não necessariamente do 
que se encontra nas estatísticasgerais sobre a criação de negócios (a maioria dos empreendedores 
ainda não se encaixa na categoria “normal”). 
Então, o empreendedornormal seria o mais completo do ponto de vista da definição 
deempreendedor e o que a teria como referência a ser seguida, mas quena prática ainda não 
representa uma quantidade considerável de empreendedores.No entanto, ao se analisar apenas 
empreendedores bemsucedidos,o planejamento aparece como uma atividade bem comumnesse 
universo específico, apesar de muitos dos bem-sucedidos tambémnão se encaixarem nessa 
categoria. 
 
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CAPÍTULO 4 – EMPREENDEDORISMO DE NEGÓCIO 
 
Recentemente a revista Forbes publicou a lista dos homens mais ricos do mundo. Uma 
olhada rápida e podemos perceber que a maioria dos bilionários são empreendedores. Entre os 30 
brasileiros, metade deles são donos dos seus próprios negócios. A característica desta lista nos 
leva facilmente a generalizar a conclusão de que aspessoas escolhem o empreendedorismo como 
uma forma de ficar rico. 
 
Estudos acadêmicos com empreendedores em todo o mundo mostram que esta ideia é 
equivocada e que, na verdade, os verdadeiros empreendedores estão em busca de outras 
realizações. O que percebemos é que os empreendedores brasileiros podem ser classificados em 
quatro tipos na sua relação com o dinheiro: 
 
1) O empreendedor por necessidade, aquele que precisa do dinheiro para sobreviver, 
não encontra outra forma de remuneração por dificuldades para se inserir no mercado de trabalho 
e acaba adotando o caminho do empreendedorismo como forma de se sustentar. Geralmente 
estes empreendedores não desejavam ter um negócio próprio, pois se pudessem escolher 
perceberiam que a taxa de mortalidade é alta, já que, ou o empreendedor abandona seu negócio 
na primeira oportunidade de emprego que aparece, ou acaba quebrando mesmo por falta de 
planejamento, de estrutura ou porque a oportunidade não era sustentável ao longo do tempo. 
Existe uma dualidade na percepção de valor do dinheiro para estes empreendedores, ou eles se 
classificam como os artistas que veem em sua atividade uma necessidade para sobreviver, mas 
dão importância a coisas mais ‘nobres’ na vida; enquanto existem outros que gostariam de 
ganhar mais dinheiro e conseguir respirar um pouco, mas não conseguem e precisam se contentar 
em viver um dia de cada vez. Nesta categoria se encaixam alguns empreendedores autônomos, 
artistas e alguns profissionais liberais, micro-empreendedores e empreendedores informais; 
 
2) O empreendedor pós-sobrevivência. Trata-se daquele que começou como 
empreendedor por necessidade e consegue superar o sufoco dos primeiros anos, quando a 
instabilidade é alta e a fragilidade também. Normalmente às duras penas, estes empreendedores 
 
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conseguem estabilizar seus negócios e atingir um nível de volume de negócios que lhes garante 
um ganho mínimo sem sobressaltos. Estes empreendedores têm medo que seu negócio saia do 
controle, são traumatizados pelos primeiros anos de vida do empreendimento, passaram muitas 
dificuldadese respiram com alívio a estabilidade adquirida. Apesar da predisposição para 
assumir riscos, uma característica pela qual os empreendedores normalmente são conhecidos, 
este tipo de empreendedor não tem a mesma predisposição para desafios. Para ele, perder o 
negócio é um risco, proporcionalmente muito grande, por isso ele se contenta em ter um negócio 
pequeno, mas que ele consiga controlar e manter. Para eles, o negócio é um meio de vida e não 
vemos neles muitos arroubos de crescimento. Os pequenos negócios de sobrevivência,como 
mercadinhos de bairro, postos de gasolina, lojas de varejo, salões de cabeleireiro e outros, se 
encaixam nesta categoria; 
 
3) O empreendedor por oportunidade, que, embora bem empregado e com ótimas 
perspectivas de carreira no emprego tradicional, identifica uma oportunidade e cultiva há tempos 
o sonho de empreender e ser o dono do próprio nariz. Eles normalmente se prepararam bem 
antes de se lançar como empreendedores. Adquirem formação específica, ficam sempre de olho 
nas janelas de oportunidade, se mantém sempre informados, acumulam capital e, quando chega o 
momento, largam o emprego para seguir seus sonhos. A taxa de mortalidade destes 
empreendimentos é baixa porque os riscos proporcionais são bem menores do que os 
empreendedores por necessidade. A relação com o dinheiro que eles constroem varia em função 
de outros elementos que lhes dão satisfação, como equilíbrio de vida, hobbies e passatempos, 
família, viagens, prazer do trabalho, experimentação de coisas diferentes, vida social, entre 
outros. Para estes empreendedores, o dinheiro é bem-vindo sempre e cada vez mais, porém sua 
importância vai caindo à medida que ele vai atingindo uma remuneração que lhe dá um bom 
padrão de vida a ponto dele poder se concentrar em outras coisas que lhe dão satisfação. A noção 
de sucesso para estes empreendedores não é exclusivamente o financeiro e sim o equilíbrio 
propiciado por outras conquistas nas quais o dinheiro é apenas um destes componentes. Estes 
empreendedores querem que seus empreendimentos cresçam, mas não muito. Não se veem como 
donos de empresas gigantescas, às quais acabarão se tornando escravos. Ao contrário, preferem 
se manter como médias empresas em um crescimento orgânico, mas excelentes em seus campos 
 
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de atuação. Por isso mesmo, estes empreendedores não se dão muito bem com investidores de 
risco, pois, invariavelmente seus objetivos entram em conflito. Enquanto o investidor quer 
ganhar muito dinheiro e rápido, o empreendedor troca facilmente seus objetivos de maior ganho 
por uma causa social ou um bem maior que o seu negócio pode gerar. Para eles, empreender é 
um estilo de vida e não uma forma de enriquecer. Entram nesta categoriaempresas de tecnologia, 
serviços baseados em capital intelectual, negócios com médio a alto grau de inovação e nichos 
de mercado de alto padrão; 
 
4) Empreendedores de alto crescimento. Estes são os que querem sair na lista da Forbes. 
Para estes empreendedores, não há limite para crescer. Querem crescer muito e rápido. 
Representam o objeto de desejo de grandes investidores, pois compartilham os mesmos objetivos 
e reconhecem como principal, senão o único, parâmetro de desempenho, os demonstrativos de 
resultados. Estes empreendedores abrem mão de muita coisa para se dedicar aos negócios. 
Procuram estar sempre bem relacionados com pessoas de poder, valorizam o prestígio e são 
vaidosos. Para eles, não há outro objetivo em ter um negócio senão a de proporcionar a liberdade 
de comprar tudo que de bom e de melhor o dinheiro possa obter. Há quem questione estes 
empreendedores por seus valores e princípios, mas há uma grande quantidade de pessoas que se 
espelha em seus exemplos e cultivam os mesmos valores e objetivos. A mídia especializada trata 
de reforçar a mitificação destes empreendedores, dando ênfase e importância às suas histórias de 
vida e realizações, levando a uma questionável concepção do que é ter sucesso na vida. Nesta 
categoria, está qualquer tipo de negócio, desde que seja grande ou esteja na rota do alto 
crescimento. 
 
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CAPÍTULO 5 
CARACTERÍSTICAS DO COMPORTAMENTO EMPREENDEDOR 
 
Especialistas listam o que um pequeno empresário deve fazer para ser um bom chefe. 
Ser empreendedor é, quase sempre, ser um sonhador. O dono de uma pequena empresa precisa 
acreditar em um sonho para fazer seu negócio dar certo. Mais do que vontade, no entanto, é 
preciso adotar boas práticas de gestão e cuidar bem do relacionamento com a equipe para fazer o 
negócio crescer. 
Além de sonhar com o tão esperado lucro, os empresários devem colocar na lista de 
melhorias algumas práticas de gestão que vão ajudá-lo a conhecer melhor sua equipe, se 
aproximar dos consumidores e conseguir um resultado melhor para o negócio. Para João Baptista 
Brandão, professor da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio 
Vargas (FGV-EAESP), é um desafio ser um gestor admirado e que faz com que os funcionários 
se sintam parte do negócio. 
 
1.Saber delegar:Liderar não é fácil, mas é importante buscar uma relação com seus 
colaboradores em que os objetivos da empresa são expostos de maneira bem clara. A confiança 
no líder não é imposta; ela depende do tipo de relação que ele vai construir.Os colaboradores são 
o retrato de uma boa ou má gestão. É importante ter uma equipe unida e competente. Por isso, 
por mais desafiador que seja, os empresários precisam abrir mão da vontade de controlar tudo na 
empresa e confiar nos funcionários, delegando tarefas para ganhar tempo e produtividade. 
 
2. Escutar mais:Vida de empreendedor não é fácil. Muitas vezes, o negócio exige que 
o empresário passe parte do dia longe do negócio e muitos problemas podem escapar de sua 
visão. Por isso, é importante passar a mensagem certa aos funcionários e clientes. A melhor 
forma de fazer isso é escutar mais. Brandão conta que parece simples, mas estar presente, 
principalmente quando há problemas no negócio, não faz parte das práticas de muitas 
pessoas.Além de escutar os colaboradores, dê um retorno sobre o trabalho deles e estabeleça um 
diálogo constante. Trocar ideias e compartilhar objetivos e decisões. Além disso, conversar 
 
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constantemente com clientes e fornecedores vai ajudar sua empresa a desenvolver novos 
produtos ou serviços e descobrir o que o consumidor realmente espera da sua marca. 
 
3. Aceitar as limitações:Contribuições pontuais são essenciais para a descentralização 
de tarefas do empresário. O chefe de uma PME não precisa carregar todas as angústias ou 
dificuldades. Ele pode pedir a participação de um subordinado.Segundo Cristina, o ideal é treinar 
e capacitar as pessoas com competências que, às vezes, o empreendedor não tem. Dessa maneira, 
o ele poderá se dedicar menos a tarefas operacionais e mais a planejar e pesquisar sobre o 
mercado em que atua. Isso vale também para empresas com problemas. Muitas vezes, buscar 
ajuda com consultorias ou especialistas pode ser o melhor caminho para descobrir onde está a 
origem do problema do negócio. 
 
4. Reconhecer as pessoas:Fazer com que o funcionário correto seja reconhecido é uma 
prática importante e pode vir na forma de um elogio, por exemplo. O pensamento de que a 
pessoa “não fez mais nada do que a obrigação” está ultrapassado.Além disso, estimular o 
desenvolvimento do profissional é uma maneira de gerir bem a sua equipe. Incentivar os estudos, 
para que o colaborador

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