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PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA PRÁTICA CIRÚRGICA Saúde É um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença. Patrimônio Biológico que é representado por fluídos, íons, proteínas, células, tecidos, órgãos, etc. Princípio Tudo aquilo que é inerente a alguma coisa, com a capacidade de determinar sua natureza, a verdade geral, as leis e as regras que foram estabelecidas para a ação no âmbito de uma atividade específica. Princípios fundamentais da prática cirúrgica 1. Princípio da Necessidade do uso da cirurgia 2. Princípio da oportunidade do uso da cirurgia 3. Planejamento do ato operatório 4. Medidas de assepsia e antissepsia 5. Técnica cirúrgica atraumática 6. Medidas pré, trans e pós-operatórias PRINCÍPIO DA NECESSIDADE DO USO DA CIRURGIA Consiste na determinação correta e segura de que para a resolução do quadro clínico apresentado comporta que se faça uso de recursos terapêuticos próprios da cirurgia. Baseia-se no: - Diagnóstico definitivo; · Grau de comprometimento anatomo-funcional; · Terapêutica adequada: radical ou conservadora; · Condições de sobrevivência pós-operatória. INDICAÇÕES EXODÔNTICAS 1. Dentes com foco de infecção sem condições de tratamento 2. Dentes decíduos que retardam a erupção do permanente 3. Periodontoses avançadas sem condições de tratamento 4. Por razões protéticas 5. Dentes com lesões cariosas extensas 6. Dentes retidos ou impactados 7. Dentes supra-numerários 8. Por razões ortodônticas para criar espaço (sempre com autorização por escrito do ortodontista) 9. Dentes com raízes fraturadas 10. Raízes residuais 11. Dentes incluídos em neoplasia benigna 12. Dentes relacionados com infecções do seio maxilar sem condições de tratamento 13. Dentes que traumatizam tecidos moles 14. Dentes em regiões que sofrerão radioterapia 15. Por razões sócio-econômicas PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE DO USO DA CIRURGIA Em odontologia não existe cirurgia de urgência. O sucesso da cirurgia é dependente: · Habilidade do operador e auxiliar; · Organismo do paciente, condições locais e sistêmicas do paciente. CONTRA-INDICAÇÕES Gerais Temporárias ou Definitivas Locais Temporárias ou Definitivas CONTRA-INDICAÇÕES GERAIS TEMPORÁRIAS podem ser realizadas após compensar quadro clínico do paciente 1. Diabete mellitus 2. Discrasias sangüíneas 3. Hemofilia 4. Hipertensão arterial 5. Cardiopatias 6. Anemias 7. Alergias 8. Leucemia 9. Sífilis 10. Afecções hepáticas e renais 11. Aids 12. Quimioterapia 13. Menstruação 14. Gestação CONTRA-INDICAÇÕES GERAIS DEFINITIVAS 1. Pacientes extremamente debilitados CONTRA-INDICAÇÕES LOCAIS TEMPORÁRIAS 1. Processos infecciosos buco- faciais agudos 2. Paciente com aftas, herpes,ou candidíase oral 3. Neoplasias malignas orais 4. Radioterapia oral 5. Fraturas Buco-faciais recentes CONTRA-INDICAÇÕES LOCAIS DEFINITIVAS 1. Neoplasias intra-orais avançadas PLANEJAMENTO DO ATO OPERATÓRIO Decorrem do planejamento: · A técnica cirúrgica compatível; · O padrão da conduta cirúrgica; · Os recursos subsidiários de suporte ao paciente no trans e no pós-operatório; · A integração profissional. TÉCNICA CIRÚRGICA ATRAUMÁTICA È a que permite o desdobramento de um ato operatório sem que a espoliação do patrimônio biológico do paciente seja maior daquele que é inerente ao ato operatório em si. Resolver o quadro clínico sem aumentar o trauma cirúrgico, além daquele que é inerente à técnica cirúrgica usada. PRINCÍPIOS DA ASSEPSIA E ANTISSEPSIA Aplicar todos os recursos e os meios que impeçam a ocorrência de contaminação do campo cirúrgico por microorganismos. · Esterilização do instrumental e material cirúrgicos; · Construir a cadeia asséptica; · Diminuir ao máximo o número de m.o. no momento da cirurgia; · Adequação do instrumental após a cirurgia. MEDIDAS PRÉ, TRANS E PÓS-OPERATÓRIAS Medidas pré-operatórias: · Oportunidade cirúrgica; · Planejamento cirúrgico: Técnica; Tática; Padrão cirúrgico. Medidas Transoperatórias: · Suporte a homeostasia do paciente; · Diérese (separação dos tecidos); · Exérese (Remoção dos tecidos); · Síntese (União dos Tecidos) Medidas pós-operatórias: Imediatas: · Controle da dor; · Controle do edema; · Prevenção de infecção Mediatas: · Reavaliação do quadro clínico; · Correção das seqüelas cirúrgicas esperadas ou decorrentes de acidentes transoperatórios; · Preenchimento correto do prontuário do paciente a cada exame clínico realizado. Bibliografia Recomendada CENTENO, G.A.R. Cirugía bucal,1980. GREGORI, C.Cirurgia Buco-Dento-alveolar, 1996. KRUGER, G.Cirurgia Bucal e Maxilofacial, 1984. LASKIN, D.Cirugía bucal y Maxilofacial, 1987. MARZOLA, C. Técnica Exodôntica, 1994. PETERSON, L. Cirurgia Oral e Maxilofacial Contemporânea, 2000. SAILER F. H., PAJAROLA,G. F. Atlas Colorido de Odontologia-Cirurgia Bucal, 2000. INTRODUÇÃO À TÉCNICA EXODÔNTICA FASES DA TÉCNICA CIRÚRGICA Pré-operatório Trans-operatório Pós-operatório PRÉ-OPERATÓRIO Cuidados Gerais - Pré-medicação - Posicionamento da cadeira, do paciente e do CD Locais - Adequação da cavidade oral Orientação de higiene Tricotomia POSIÇÃO DA CADEIRA E PACIENTE PARA EXODONTIA DE DENTES SUPERIORES Plano oclusal dos dentes Superiores formando 45º com o plano horizontal POSIÇÃO DA CADEIRA E PACIENTE PARA EXODONTIA DE DENTES INFERIORES Plano oclusal de dentes Inferiores paralelo ao chão POSIÇÃO DO OPERADOR Defronte e à direita Atrás e à direita Maxila e Mandíbula lado esquerdo Mandíbula lado direito VIAS DE EXTRAÇÃO VIA ALVEOLAR Exodontia à fórceps Exodontia com extratores/alavancas VIA TRANSALVEOLAR Exodontia com retalho e odontosecção Exodontia por apicectomia (utiliza a Via transalveolar + via alveolar) TRANS-OPERATÓRIO · Diérese (abertura, rompimento de tecidos) · Exérese (remoção de tecidos) · Hemostasia (contenção da hemorragia) · Síntese (fechamento dos tecidos) SINDESMOTOMIA · Desinserção das fibras do ligamento periodontal (LPD) e gengiva a nível cervical ( sempre realizada primeiro por palatina ou lingual e depois por vestibular)para favorecer visualização por causa do sangramento), é a primeira manobra de uma exodontia. · Executada com a espátula 7. EXODONTIA COM FÓRCEPS VIA ALVEOLAR FÓRCEPS Histórico: John Tomes e Evrard - Inglaterra, 1852 Fórceps anatômicos/Ingleses Objetivos: 1o - Expansão do osso 2o - Extração do dente Empunhadura do fórceps: ver livro Carlos Gregori. INDICAÇÕES CLÍNICAS para uso de Fórceps Dentes com a coroa total ou parcialmente íntegra Raízes com ponto de aplicação para fórceps INDICAÇÕES RADIOGRÁFICAS para uso de Fórceps Em dentes uni ou multirradiculados com raízes normais ou expulsivas. NUMERAÇÃO DOS FÓRCEPS MAXILA (SUPERIORES): Fórceps 1 : Incisivos e Caninos SUPERIORES Fórceps 150: Incisivos e Pré-molares SUPERIORES Fórceps 65 : 69 - Raízes SUPERIORES Fórceps 18 L: Molares esquerdos superiore exceto terceiro Molar. Fórceps 18 R : Molares direitos superiores exceto terceiro Mola. MANDÍBULA (INFERIORES): 151: Incisivos, Caninos, pré-molares, e raízes de dentes inferiores. 16: primeiro Molar inferior 17: Segundo Molar inferior Técnica exodôntica Fase Pré-operatória · Diagnóstico · Planejamento · Eleição da técnica · Eleição do instrumental · Medidas de assepsia · Adequação da cavidade oral · Tricotomia facial · Pré-medicação · Posição do paciente e operador · Anti-sepsia intra e extra oral com PVPI (Polivinilpirrolidona Iodo) DESENVOLVIMENTO DA TÉCNICA EXODÔNTICA · Anestesia (de todos os nervos que envolvem tecidos duros e moles do dente em questão) · Sindesmotomia · Apreensão do fórceps · Aplicação dos mordentes - Inserção das extremidade afiladas dos mordentes por palatino e/ou lingual o mais subgengivalmente possível ao nível do colo anatômico · Preensão do colo anatômico · Movimentos de Luxação do dente · Luxação do dente com: · Movimentos de Intrusão( função: obtenção de ponto de apoio no fundo do alvéolo esmagamento de fibras periodontaisapicais e rompimento de fibras laterais do LPD, pendulares (V-P ou V-L) com a função de finalizar o rompimento de fibras do LPD e dilatar as tábuas do alvéolo até afrouxar o dente dentro do alvéolo, em dentes unirradiculares sem dilacerações apicais, com raiz cônica e reta IC, CInf, PMinf pode ser somado o movimento de rotação. Ao final é realizado o movimento de Tração que é realizado para proceder a extração propriamente dita que é executada após a luxação total do dente ou seja a Extrusão do dente. · ANÁLISE DO DENTE E RAIZES após a extração para ver se há processos ou se houve fratura do dente. · Cuidados com o alvéolo (remoção do septo interradicular e espícular ósseas, qdo houver, curetagem do alvéolo (remover processos patológicos) e obter coágulo. · Manobra de Chompret: Hemostasia e para aproximar tábuas ósseas = Compressão bi-digital das tábuas alveolares . · Manobra de Valsalva: em caninos superiores e demais posteriores superiores (deixar sangue no alvéolo, Paciente com a boca aberta, olhamos com visão direta ou com auxílio de espelho dentro do alvéolo prrenchido com sangue, tapamos o nariz do paciente com gaze e solicitamos que faça pressão para soltar o ar, como se fosse assoar o nariz com a boca aberta, se observarmos borbulhamento de sangue no alvéolo= Valsalva positiva = comunicação buço-sinusal = vedar com retalho de tecido mole e dar antibiótico e recomendar que paciente não assoe o nariz por 7 dias. · Sutura (dentes anteriores= ponto simples, dentes posteriores= sutura em X. Prescrever medicação para prevenção da dor, dar recomendações pós-operatórias e marcar remoção de pontos para 7 dias. OBEDECER INCLINAÇÃO DO LONGO EIXO DENTAL EM RELAÇÃO AOS ARCOS ALVEOLARES durante a luxação e tração do dente DENTE INCLINAÇÃO ICS, ILS, C, 1º e 2º PMS VESTIBULAR MOLARES SUP., ICI, ILI C, 1º e 2º PMI LINGUAL MOLARES INF. Processos patológicos, lesões devem ser sempre encaminhados para EXAME HISTOPATOLÓGICO PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO · Controle e prevenção da hemorragia · Controle e prevenção do edema · Controle da dor · Controle da infecção · Recomendações pós operatórias. PÓS-OPERATÓRIO MEDIATO · Manutenção da medicação · Higienização local · Remoção de pontos · Controle clínico · Controle radiográfico Início do Pós-operatório · Mediato: · Revisão clínica e liberação verbal do professor orientador; · Limpeza do paciente · Recomendações verbais e por escrito ao paciente ou acompanhante responsável; · Medicação com receita e carimbo do CD (Professor orientador): analgésico, e/ou antiinflamatório e/ou antibiótico. · Preenchimento de Fichas do SUS e prontuário com assinatura do professor orientador · Preenchimento de cartão do paciente: agendar RP no cartão e na pasta de triagem para o dia de retorno · Preenchimento de fichas individuais com assinatura do professor orientador · Se necessário preencher ficha para exame histopatológico e levar espécime ao Centro de diagnóstico de doenças da boca · Limpeza de instrumentais · Levar caixas fechadas com instrumentais para esterilização · Se precisar novo paciente anotar NP: Necessito paciente junto aos nomes do grupo cirúrgico (trio) na pasta de triagem da UCBMI. BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA CENTENO, G.A.R. Cirugía bucal,1980. GREGORI, C.Cirurgia Buco-Dento-Alveolar,1996. KRUGER, G.Cirurgia Bucal e Maxilofacial,1984. LASKIN, D.Cirurgía bucal y Maxilofacial,1987. MARZOLA, C. Técnica Exodôntica, 1994. PETERSON, L. Cirurgia Oral e Maxilofacial Contemporânea, 2000. SAILER F. H., PAJAROLA,G. F. Atlas Colorido de Odontologia - Cirurgia bucal, 2000. INSTRUMENTAL CIRÚRGICO ODONTOLÓGICO para UCBMFI Classificação do instrumental cirúrgico odontológico De acordo com as fases cirúrgicas: PRÉ-OPERATÓRIO: INSTRUMENTAL DE EXAME espelho bucal sonda exploradora número 5 espátula de madeira (material) afastadores de Minnesota Afastadores de Farabeuf abaixador de língua INSTRUMENTAL PARA ANTI-SEPSIA: pinça clínica Atenção Pinça de Allis tem os mordentes delicados e pode estragar se usada para anti-sepsia. ISTRUMENTAL ACESSÓRIO: Pinça Backaus (Pinça de Campo) TRANS-OPERATÓRIO INSTRUMENTAL DE DIÉRESE (abertura tecidual: punção, sindesmotomia, incisão, divulsão) Punção Punção Anestésica : Seringa carpule com refluxo Punção Exploratória ou Terapêutica: para identificar conteúdo de lesões.Seringa descartável ou de vidro de 10 ou 20ml com agulha grossa Sindesmotomia: sindesmótomo descoladores ou destaca-periósteo, e espátula 7. Cabo De Bisturi no. 3 e lâminas 10, 11, 12 e 15 Para conectar ou tirar a lâmina do cabo é necessário a utilização de um porta-agulha de modo a evitar acidentes ao manuseá-la. Empunhadura: Em “forma de caneta”, mantendo os dedos mínimo e anelar apoiados em estrutura rígida Tesouras Tesoura Cirúrgica curva e reta – remoção de sutura Tesoura Cirúrgica Romba Fina Reta Tesoura de Metzembaun Empunhadura:Aplica-se os dedos polegar e anelar nas argolas,apoiando-se o dedo indicador na interseção das lâminas que terá função de orientar e criar o triplo apoio. INSTRUMENTAL DE EXÉRESE (remoção de tecidos moles ou duros: osso, dentes). Tesoura de Goldman Fox –remoção de tecidos moles Instrumental acessório da exérese: Pinça de Adson com dente, Pinça de Adson sem dente (também usada para RP(remoção de Pontos) Cinzéis de bisel simples, goivo e bisel duplo: usados para ostectomia. Alveolótomo (ponta ativa reta) e Pinça Goiva (ponta ativa curva, goiva): usados para alveoloplastia, remoção de septos interradiculares e espículas ósseas. Limas Ósseas: regularização de tecido ósseo, acabamento final, são usadas com movimento de tração e nunca de vai e vem. Martelo cirúrgico de inox: auxiliar da odontosecção Instrumentos Rotatórios: alta rotação (esterilizável em autoclave), brocas cirúrgicas para osteotomia e ostectomia (Zecrya -haste longa, Bush )e brocas diamantadas para odontosecção (haste longa) Curetas cirúrgicas 85,86,87. As curetas têm a forma de colher com bordas cortantes e efetuam seu trabalho por ação mecânica de raspagem. Curetagem: É a manobra cirúrgica pela qual removemos formações estranhas, patológicas ou não, presentes no campo operatório ou ainda decorrentes do desdobramento do ato cirúrgico . Avulsão: É a retirada total ou parcial de um órgão fazendo uso de força mecânica. (Exodontias). Pode ser realizada por Fórceps ou alavancas (extratores) ALAVANCAS APICAIS RETA E ANGULADAS ALAVANCAS SELDIN RETA E ANGULADAS Empunhadura das alavancas Maxila: indicador sobre ponta ativa Mandíbula: polegar sobre ponta ativa INSTRUMENTAL DE HEMOSTASIA (prevenção ou contenção de hemorragia). Pinça hemostática reta e curva (mosquito) INSTRUMENTAL DE SÍNTESE (fechamento da ferida cirúgica). Pinça Porta Agulha Mayo-Hegar Empunhadora: Dedo anelar e polegar nas argoalas e indicador sobre as hastes (cabo) Agulhas atraumáticas para odontologia com fio pré-montado Fios de Sutura PÓS-OPERATÓRIO Instrumental para RP (remoção de pontos, sutura) espelho bucal tesoura pinça de adson sem dente ou pinça clínica Bibliografia Recomendada GREGORI, C. Cirurgia Buco Dento Alveolar. São Paulo: Sarvier, 1997. KRUGER, G.V. Tratado de Cirurgia Bucal. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 5ª ed. 1984. LASKIN, D. Cirurgia Bucal y Maxilo facial. Buenos Aires: Pan Americana, 1987.. MARZOLA, C. Técnicas Exodônticas. São Paulo: Pancast, 1988. PETERSON, L. J.; et al. Cirurgia Oral e Maxilofacial Contemporânea. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1996. PRADO,R.; SALIM, M. Cirurgia Bucomaxilofacial – Diagnóstico e Tratamento. Rio de Janeiro: Medsi, 2004. 546p.
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