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Farmacologia do Sistema Nervoso Autônomo

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Prof. Dra. Laís Brito Rodrigues
Farmacologia do Sistema Nervoso Autônomo
1
Divisões do Sistema Nervoso;
Funções do Sistema Nervoso Autônomo;
Fisiologia do Sistema Nervoso Autônomo;
Neurotransmissão adrenérgica
d.1. Catecolaminas
d.2. Receptores adrenérgicos
Farmacologia adrenérgica
Neurotransmissão colinérgica
f.1. Acetilcolina;
f.2. Receptores colinérgicos;
G. Farmacologia colinérgica;
H. Discussão de casos. 
Objetivos da aula
Divisões do Sistema Nervoso
Sistema Nervoso
Sistema nervoso periférico
Sistema nervoso central
Cérebro
Medula espinhal
Gânglios e nervos que se estendem a partir do SNC
Divisões do Sistema Nervoso
Sistema Nervoso Periférico
Aferente ou sensorial
Neurônio motor 
Somático
SNA parassimpático;
SNA simpático.
Eferente ou motor
Glândulas exócrinas
Músculo liso visceral
Músculo liso vascular
Músculo cardíaco
Autônomo
Visceral
Somático: via efetora é formada por 1 neurônio colinérgico que inverva o músculo esquelético.
Autônomo: via efetora é composta por 2 neurônios (pré e pós ganglionar) que fazem sinapse em um gânglio autonômico e inervam: glândulas exócrinas, músculo liso visceral, músculo liso vascular e músculo cardíaco. 
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Sistema Nervoso Autônomo
Transmissão colinérgica 
Transmissão adrenérgica
SNA simpático
SNA parassimpático
Neurônio pré-ganglionar
Neurônio pré-ganglionar
Neurônio pós-ganglionar
Neurônio pós-ganglionar
Gânglio
Gânglio
Farmacologia do Sistema Nervoso Autônomo Simpático
Antamofisiologia do Sistema Nervoso Autônomo Simpático
Tóraco- lombar
Neurônios 
pré-ganglionares
ACh
N
Gânglio
NA
Tecido alvo
Medula
Receptores adrenérgicos: α/β
Neurônios pós-ganglionares
O SNS apresenta origem na medula, na porção tóraco-lombar e emergem os neurônios pré- que podem se comunicar com mais de um gânglio e também são secretores de Ach. Assim como no SNP a ach sinaliza no receptor nicotínico nos neurônios pos ganglionares. No entento, os neurônios pós fazem mais comunicações com outros tecidos. Esses neurônios vão secretar NA nos tecidos e ação serão mediadas por receptores do tipo adrenérgicos. 
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Síntese de noradrenalina e adrenalina
Transmissão adrenérgica
Tirosina
DOPA
Dopamina
Noradrenalina
Adrenalina
Tirosina hidroxilase
DOPA descarboxilase
Dopamina β-hidroxilase
N-metiltransferase
Aminoácido precursor
O que pesquisas mostraram, no entanto, é que ao suplementar a quantidade de tirosina, pode se adquirir múltiplos benefícios particularmente úteis a diferentes processos dentro do corpo, incluindo a produção de uma série de neurotransmissores.
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Transmissão adrenérgica
Metabolismo e liberação da noradrenalina
Neurônio pré-sináptico
Neurônio pós-sináptico
Fenda sináptica
Vesícula sináptica
Receptores adrenérgicos
Tipos de receptores adrenérgicos
- alfa-1 
- alfa-2
- βeta-1
- βeta-2
- βeta-3
Receptores 
acoplados 
a Proteína G
G do tipo “q”
G do tipo “i”
G do tipo “s”
🡪
Gq – estimula fosfolipase c –transforma IP3 – ip3 promove liberação de ca2+ ???????????
Gi – inibe atividade de adenilato ciclase – reduz AMPc intracelular
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1. Receptores adrenérgicos
Funcionamento dos receptores adrenérgicos
2. Receptores adrenérgicos
Funcionamento dos receptores adrenérgicos
3. Receptores adrenérgicos
Funcionamento dos receptores adrenérgicos
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Receptores adrenérgicos 
Localização e ações
Fármacos de origem sintética que “imitam” as ações dos neurotransmissores: noradrenalina, adrenalina. 
Catecolaminas ou aminas simpaticomiméticas
CATECOLAMINAS
Compostos químicos derivados do aminoácido tirosina.
Fármacos: noradrenalina, epinefrina, dopamina, dobutamina e isoproterenol. 
Considerações sobre aminas simpaticomiméticas
Nem todos os fármacos apresentam todos os tipos de ações com a mesma intensidade.
As diferenças nos seus efeitos são quantitativas.
A ativação dos subtipos de receptores é influenciada:
Pela dose administrada.
Pelo agente selecionado
Atuam em pequenas doses e com respostas dose-dependentes de efeito rápido e curto
Além disso, a ativação diferencial dos
subtipos de receptores é influenciada tanto pelo agente selecionado
quanto pela dose administrada. 
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Considerações sobre aminas simpaticomiméticas
Em geral, o uso clínico é: 
Suporte a curto prazo da circulação em falência.
Compartilham o mesmo perfil de efeitos adversos:
Taquicardia, arritmias cardíacas e aumento do consumo de oxigênio do miocárdio.
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Principais características farmacocinéticas
Possuem baixa biodisponibilidade oral
Administrados por IV, IM e SC
Apresentam rápido início de ação
Breve duração de ação
Atravessam pouco a BHE
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Principais representantes
Epinefrina
Noradrenalina
21
Características da Epinefrina
Amina simpaticomimética endógena (gl. supra-renais – sustenta a circulação).
Agonista adrenérgico não-seletivo:
Administração exógena estimula os receptores α1, α2, β1 e β2. 
EFEITOS FINAIS DEPENDEM DA DOSE
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Ações da Epinefrina
Atua como potente agonista de receptores βeta:
Aumento da contratilidade miocárdica;
Aumento da frequência cardíaca.
Em todos os níveis de dosagem
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Ações da Epinefrina
Atua como agonista de receptores βeta-2 periféricos - predominante:
Vasodilatação.
Broncodilatação.
Doses baixas 
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Ações da Epinefrina
Doses altas 
Atua como agonista de receptores αlfa-1 - predominantemente:
Vasoconstrição.
Aumento da pós-carga. 
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Pontos-chave do uso
Monitoramento é necessário – PA, FC;
Administrada pelas vias:
Inalada – tratamento da asma.
SC e IM – tratamento da anafilaxia.
IV – recuperação hemodinâmica. 
Doses altas podem produzir vasoconstrição intensa que pode comprometer a perfusão orgânica.
Rapidamente metabolizada em metabólitos que são excretados pelos rins. 
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Aplicações clínicas
Principal aplicação: reanimação de parada cardíaca
Choque anafilático e cardiogênico
Situações em que se precisa de rápida restauração da função circulatória espontânea.
Choque cardiogenico: insuficiencia de perfusão pq o coração não consegue bombear sanhue de maneira adequada.
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Não-cardiovasculares: 
Broncoespasmo com risco de parada cardiorespiratória (relaxamento brônquico mediado por β2);
Broncoespasmo em crises agudas de asma (relaxamento brônquico mediado por β2)
Potencialização do efeito dos anestésicos locais (vasoconstrição local mediada por α1);
Tratamento das reações de hipersensibilidade. 
Aplicações clínicas
Efeitos adversos da Epinefrina
Tremores, ansiedade, cefaléia;
Taquiarritmias;
Vasconstrição renal severa;
Aumento de consumo de oxigênio pelo miocárdio;
Aumento da glicemia (estímulo para gliconeogênese e inibição da insulina);
Hemorragia intracraniana;
Hipertensão.
Características da Noradrenalina
Amina simpaticomimética endógena.
Atua como neurotransmissor.
Poderoso agonista dos receptores αlfa-1 – vasos periféricos.
Poderoso agonista dos receptores βeta-1 – sustenta desempenho cardíaco (sistólico e diastólico).
Ações da Noradrenalina
Agonista dos receptores αlfa-1:
Vasoconstrição potente que redireciona o fluxo sanguíneo do músculo esquelético para a circulação esplênica.
Agonista de receptores βeta-1:
Aumento de contratilidade miocárdica;
Aumento de frequência cardíaca.
Potente ação já em baixas doses!
** Doses de 0,02 mcg/kg/min a 1,0 mcg/kg/min.
Pontos-chave do uso da Noradrenalina
Administrada pela via IV com monitoramento.
Metabolização rápida em
metabólito inativos.
Doses terapêuticas – podem precipitar taquicardia, arritmias e aumento do consumo de oxigênio pelo miocárdio.
Aplicações clínicas da Noradrenalina
Frequentemente utilizada para suporte hemodinâmico agudo em pacientes com choque distributivo
Choques neurogênicos.
Choques sépticos - vasodilatatórios
Ex: sepse por bactérias gram-positivas. 
Choques anafiláticos graves.
o volume sangüíneo é anormalmente deslocado no sistema vascular, esse deslocamento  hipovolemia . 
CHOQUE NEUROGÊNICO: diminuição do tônus vascular; CHOQUE ANAFILÁTICO: reação alérgica a substâncias CHOQUE SÉPTICO: produção de endotoxinas que causam vasodilatação em todos os vasos
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Efeitos adversos da Noradrenalina
Hipertensão.
Vasoconstrição exacerbada.
Taquicardia.
Arritmias. 
Uma menina de 12 anos de idade procura atendimento farmacêutico com uma prescrição de penicilina IM, devido a um diagnóstico de faringite estreptocócica do grupo A. Minutos após a administração, apresenta dispneia, taquicardia, hipotensão e sibilos. É encaminhada ao serviço de emergência, onde recebe Adrenalina (epinefrina) IM em decorrência a possível reação anafilática provocada pela administração da penicilina. 
Discussão caso clínico 1
Discussão – caso clínico 1
O que é anafilaxia?
Por que a penicilina causou reação anafilática?
Por que a adrenalina é o fármaco de escolha?
Qual efeito da adrenalina no sistema cardiovascular da paciente? 
Qual receptor adrenérgico medeia a resposta vascular?
Que efeito a adrenalina tem no sistema respiratório?
Qual receptor adrenérgico medeia a resposta no sistema respiratório?
Reação aguda imunomediada a um alérgeno caracterizada por broncoespasmo, sibilo, taquicardia e hipotensão. 
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Discussão – caso 1
Qual receptor adrenérgico medeia a resposta vascular?
Que efeito a epinefrina tem no sistema respiratório?
Qual receptor adrenérgico medeia a resposta no sistema respiratório?
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Discussão – caso 1
Dose apropriada:
Crianças: 0,01 mg/kg ou uma dose máxima de 0,5 mg/kg. Pode ser adm por via IM e pode ser repetida a cada 5 a 25 min conforme necessário.
Adultos: 0,3 a 0,5 mg/kg.
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A.T.S., sexo feminino 75 anos de idade com insuficiência cardíaca congestiva leve é admitida na unidade de terapia intensiva (UTI) com sepse causada por infecção urinária. Ela está hipotensa, pressão arterial 80/40 mmHg, frequência cardíaca elevada (taquicardia) e redução de diurese. O médico residente de plantão consulta o serviço de assistência farmacêutica em dúvida se administra epinefrina ou noradrenalina. O farmacêutico orienta que a melhor opção nesse caso é uma infusão IV de noradrenalina. 
Caso clínico 2
Por que a noradrenalina foi a primeira opção nesse caso?
Quais efeitos podem ser esperados com a noradrenalina?
Que receptores medeiam os efeitos da noradrenalina?
Perguntas e discussão referentes ao caso 2
J.A.R., sexo masculino 70 anos de idade vai até uma farmácia com uma prescrição de propranolol, sinvastatina e ácido acetilsalicílico. Em conversa com o farmacêutico, diz que recentemente esteve hospitalizado devido a um infarto agudo do miocárdio (IAM). O farmacêutico faz a aferição da pressão arterial para posterior acompanhamento e, durante a aferição, nota que o paciente apresenta tosse produtiva. Ao ser questionado sobre a tosse, o paciente diz que naquele momento está sofrendo de uma exacerbação da asma. O farmacêutico entra em contato com o médico e explica que no caso desse paciente, o medicamento prescrito não era o mais adequado e sugere uma substituição por atenolol. 
Caso 3
Qual mecanismo de ação do propranolol?
Por que o atenolol foi indicado nesse caso?
Quais os efeitos do atenolol no sistema cardiovascular?
Quais os efeitos adversos do propranolol? 
Por que o paciente recebeu prescrição de sinvastatina e ácido acetilsalicílico?
Perguntas referentes ao caso 3	
Abordagem aos anti-hipertensivos que modulam o SNAS
Hipertensão arterial sistêmica
7ª Diretrizes Brasileiras de Hipertensão (2016):
Condição clínica multifatorial caracterizada por elevação sustentada dos níveis pressóricos ≥ 140 e/ou 90 mmHg.
Associada a:
Distúrbios metabólicos
Alterações funcionais e/ou estruturais de órgãos –alvo
Agravada pela presença de fatores de risco como: dislipidemias, obesidade abdominal, intolerância à glicose, diabetes melito, ingestão excessiva de sódio, ingestão de álcool, sedentarismo e hereditariedade. 
Pré-hipertensão (PH): condição caracterizada por PA diastólica entre 121 e 139 e/ou PA diastólica entre 81 e 89 mmHg. 
Pressão arterial normal: 120/80 mmHg
Regulação normal da pressão arterial
PA = DC x RVP
A pressão arterial (PA) é diretamente proporcional ao fluxo sanguíneo (DC) pela passagem do sangue através das arteríolas (RVP). 
Frequência
cardíaca
Contratilidade
Pressão de enchimento
Regulação normal da pressão arterial
Tratamento farmacológico da HAS
 Principal objetivo do tratamento da HAS:
REDUÇÃO na pressão arterial para níveis na faixa de 120 mmHg (pressão sistólica) e 80 mmHg (pressão diástólica). 
REDUÇÃO da morbidade e mortalidade cardiovascular. 
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Características importantes de um anti-hipertensivo ideal
Eficaz pela via oral
Ser seguro e bem tolerado
Administração em menor nº de tomadas
Iniciado com menores doses efetivas – evita EA
Ser utilizado por um período mínimo de 4 semanas
7ª Diretrizes Brasileiras de Hipertensão, 2016. 
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Agentes simpaticolíticos
Fármacos anti-hipertensivos que tem capacidade de modular a atividade SNAS
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Recordando os tipos de receptores adrenérgicos e localização
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Agentes simpaticolíticos
Inibidores do tônus (atividade) simpático.
Classificação:
Ação central:
Alfametildopa (metildopa)
Clonidina
Guanabenzo
Alfa-1 bloqueadores:
Prazozina
Doxazozina
Beta-bloqueadores:
Propranolol
Atenolol
Naldolol
Pindolol
Agentes simpaticolíticos de ação central 
Agonistas seletivos alfa-2 adrenérgicos – anti-hipertensivos de ação central
Clonidina
Metildopa
Guanabenzo
Atuam estimulando os receptores alfa-2-adrenérgicos pré-sinápticos no sistema nervoso central, reduzindo o tônus simpático.
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 Consequências decorrentes do mecanismo de ação:
Diminuição do tônus adrenérgico central
Diminuição da FC ;
Relaxamento dos vasos sanguíneos (diminuição da RVP). 
Agentes simpaticolíticos de ação central 
Fluxo sanguíneo renal é mantido – pode ser usado em pacientes com insuficiência renal;
Produz retenção de sódio e água – associar com diurético. 
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 Efeitos adversos
Por causarem redução da NA no SNC causam:
Sonolência;
Sedação;
Hipotensão postural;
Disfunção sexual. 
Agentes simpaticolíticos de ação central 
Fluxo sanguíneo renal é mantido – pode ser usado em pacientes com insuficiência renal;
Produz retenção de sódio e água – associar com diurético. 
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 Efeitos adversos específicos:
Metildopa: galactorreia, anemia hemolítica, lesão hepática.
Clonidina: hipertensão de rebote (retirada abrupta) e boca seca. 
Agentes simpaticolíticos de ação central 
Fluxo sanguíneo renal é mantido – pode ser usado em pacientes com insuficiência renal;
Produz retenção de sódio e água – associar com diurético. 
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Agentes simpaticolíticos – antagonistas alfa-adrenérgicos seletivos
Bloqueio seletivo de receptores alfa-1 nos vasos sanguíneos. 
Prazozina
Terazozina
Doxazozina
Consequências decorrentes do mecanismo de ação: 
Efeito hipotensor – discreto.
Exige associações.
Indução a tolerância – infra-regulação; aumento de doses (EA).
Antagonistas alfa-adrenérgicos
seletivos
Efeitos adversos:
Efeito de primeira dose – hipotensão postural;
Taquicardia reflexa;
Retenção de líquidos – associar com diuréticos;
Impotência sexual;
Obstrução nasal;
Diarreia. 
Antagonistas alfa-adrenérgicos seletivos
Antagonistas beta-adrenérgicos
Eficácia e usos:
Redução da morbidade e mortalidade cardiovascular - IAM;
1ª escolha em HAS com arritmias;
Cefaleias de origem vascular;
Hipotireoidismo; 
Tremores. 
Antagonistas beta-adrenérgicos não-seletivos
Propanolol
Naldolol
Timolol
Antagonistas beta-adrenérgicos não-seletivos
Efeitos adversos: 
Depressão
Insônia
Astenia
Disfunção sexual
Bradicardia
Vasoconstrição – bloqueio beta-2 nos vasos
Broncoconstrição – bloqueio beta-2 na árvore brônquica
Intolerância a glicose, hipertrigliceridemia
Suspensão brusca – hiperatividade simpática. 
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Antagonistas beta-adrenérgicos seletivos
Ações: redução no débito cardíaco (ligação seletiva a beta-1);
Efeitos adversos: pouco risco de broncoconstrição (doses terapêuticas), fadiga e hipoglicemia. 
Atenolol
Metoprolol
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Qual mecanismo de ação do propranolol?
Por que o atenolol foi indicado nesse caso?
Quais os efeitos do atenolol no sistema cardiovascular?
Quais os efeitos adversos do propranolol? 
Por que o paciente recebeu prescrição de sinvastatina e ácido acetilsalicílico?
Discussão – caso clínico 3
C.H.B., 8 anos de idade é levado ao consultório devido a uma tosse crônica. Isso tem sido um problema há cerca de um ano. Também tosse quando anda de biscicleta ou joga futebol. Foi tratado duas vezes ano passado como bronquite, mas nunca parece melhorar. Seu exame é normal, exceto os pulmões que revelam sibilo à expiração. O médico faz a prescrição de salbutamol e a mãe de C.H.B. vai até a farmácia comprar o medicamento e pedir orientações ao farmacêutico quanto ao uso adequado. 
Caso clínico 4
O que a asma provoca nas vias aéreas?
Qual o mecanismo de ação do salbutamol?
Quais são os efeitos adversos comuns do salbutamol?
Existe outro fármaco que pode oferecer controle a longo prazo dos sintomas da asma?
Perguntas referentes ao caso 4
Farmacologia dos broncodilatadores adrenérgicos
 Agonistas beta-adrenérgicos – fármacos broncodilatadores mais eficientes no tratamento da crise de broncoespasmo.
São divididos em: 
Catecolaminas: isoproterenol e epinefrina. 
2. Resorcinóis: terbutalina, salbutamol, salmeterol e formeterol. 
Catecolaminas
Agem nos receptores alfa-1 (vasos), beta-1 (cardíacos) e beta-2 (respiratórios).
Podem resultar em efeitos cardiovasculares. 
Obs: são mais indicados em casos de crises graves de broncoespasmo com risco de parada cardiorrespiratória. 
Resorcinóis
São seletivos para receptores beta-2.
Minimiza os efeitos cardiovasculares. 
Obs: utilizados para o alívio do broncoespasmo.
Beta-adrenérgicos não-seletivos
Epinefrina
Agente broncodilatador de eficaz ação – inalado ou injetado pela via subcutânea;
Broncodilatação ocorre 15 min depois e persiste por 60 a 90 min.
Estimula receptores α1, β1 e β2 – efeitos adversos indesejáveis: taquicardia, arritmias, taquicardia, hipertensão.
Uso em casos especiais: broncoespasmo associado a anafilaxia;
Broncoespasmo com risco de parada cardiorespiraória.
Beta-adrenérgicos não-seletivos
Efedrina
Agente broncodilatador de eficaz ação – ação mais prolongada do que epinefrina.
Menores efeitos adversos centrais quando comparado a epinefrina.
Pode ser utilizado de forma inalada e oral.
Beta-adrenérgicos não-seletivos
Isoproterenol
Agente broncodilatador potente – inalado na forma de microaerossóis
Efeitos adversos associados: taquicardia e arritmias cardíacas
Início de ação em 5 min - efeito de broncodilatação persiste por 60 a 90 min.
Desuso – mortalidade em altas dosagens. 
Mecanismo de ação dos beta-adrenérgicos seletivos (beta-2 seletivos)
Receptor beta-2 adrenérgico
Beta-2 seletivo
Broncoespasmo
Receptor beta-2 adrenérgico
Broncodilatação
Beta-2 seletivo
Mecanismo de ação dos beta-adrenérgicos seletivos (beta-2 seletivos)
Outras ações dos beta-2 adrenérgicos:
Incremento do batimento mucociliar.
Inibição da neurotransmissão colinérgica.
Otimização da integridade vascular.
Leve efeito anti-inflamatório.
Inibição da desgranulação de mastócitos. 
Facilita a expulsão da secreção;
Neurotransmissão colinérgica: 
Leve efeito anti-inflamatório;
Desgranulação dos mastócitos: diminui a reação alérgica. 
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Beta-adrenérgicos seletivos 
(beta-2 seletivos)
Mais amplamente utilizados no tratamento da asma.
Administração oral ou inalatória (inalador dosimetrado ou nebulização*).
Beta-adrenérgicos seletivos 
(beta-2 seletivos)
1ª geração: salbutamol, terbutalina, metaproterenol e pirbuterol – ação em 15 min e efeito broncodilatador de 3 a 4 horas – curta duração.
2ª geração: salmeterol e formeterol – ação prolongada devido a sua alta lipossolubilidade – 12 horas ou mais – longa duração. 
Curta duração vs. Longa duração
Beta-2 adrenérgico de ação curta: melhor opção nos momentos de crise de broncoespasmo, para alívio dos sintomas.
Beta-2 adrenérgico de ação longa: combinado com corticoide inalado, deve ser usado no tratamento de manutenção em pacientes com asma moderada a grave. 
Beta-2 adrenérgico de ação curta – mas pode ser usado em crises graves (doses repetidas e elevadas). 
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Efeitos adversos: beta-adrenérgicos seletivos (beta-2 seletivos)
Relacionados com a disponibilidade sistêmica
Mais comuns quando administrados por via oral ou parenteral. 
Principal: tremor.
 Sintomas cardíacos: taquicardia e palpitações (pouco frequentes).
Alterações metabólicas: hiperglicemia, hipocalemia e hipomagnesemia.
Uso crônico: alguns pacientes podem desenvolver tolerância. 
Efeitos adversos: beta-adrenérgicos seletivos (beta-2 seletivos)
Discussão – caso clínico 4
O que a asma provoca nas vias aéreas?
Qual o mecanismo de ação do salbutamol?
Quais são os efeitos adversos comuns do salbutamol?
Existe outro fármaco que pode oferecer controle a longo prazo dos sintomas da asma?
Farmacologia do Sistema Nervoso Autônomo Parassimpático
Divisões do Sistema Nervoso
Sistema Nervoso Periférico
Aferente ou sensorial
Neurônio motor 
Somático
SNA parassimpático;
SNA simpático.
Eferente ou motor
Controla a atividade dos órgãos viscerais
Autônomo
Visceral
Somático: via efetora é formada por 1 neurônio colinérgico que inverva o músculo esquelético.
Autônomo: via efetora é composta por 2 neurônios (pré e pós ganglionar) que fazem sinapse em um gânglio autonômico e inervam: glândulas exócrinas, músculo liso visceral, músculo liso vascular e músculo cardíaco. 
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Anatomia
Abordagem ao Sistema Nervoso Autônomo Parassimpático
Crânio sacral
Medula
Neurônios pré-ganglionares
ACh
N
Gânglio
ACh
Neurônios pós-ganglionares
TECIDO
Receptores 
cólinérgicos
O SNP apresenta origem na medula, na porção crânio sacral e de la emergem neurônios pré-glanglionares. Os neurônios pré, são secretores de Ach a Ach é secretada numa porção denominada gânglio que interage com neurônios pos glanglionares que apresentam receptores nicotínicos.
Estimulam esses neurônios excretando Ach diretamente nos tecidos. Esses tecidos apresentam receptores muscarínicos que quando ligados a Ach desempenham uma determinada resposta. 
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Transmissão colinérgica
Síntese da acetilcolina
COLINA + Acetil Coenzima A
ACETILCOLINA + Coenzima A
Colina acetiltransferase (ChAT)
Armazenamento em vesículas sinápticas
Com auxílio de bombas de prótons ACh-H+-ATPase
Liberação e metabolismo da acetilcolina
Entrada da colina via canal iônico para síntese
Síntese de ACh
Impulso 
nervoso
Liberação de ACh na fenda sináptica
Receptor nicotínico de ACh
Respostas biológicas nas células pós-sinápticas
Degradação/metabolismode ACh pela acetilcolinesterase
Liberação: exocitose pela entrada de Ca+ na terminação nervosa.
Metabolismo: Parte da Ach “se perde” no caminho e é hidrolisada pela AChE (acetilcolinesterase) – depende do tipo de transmissão. 
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Receptores de acetilcolina
Muscarínicos- Acoplados a proteína G (M1 a M5)
Nicotínicos
- Canais iônicos (Nm e Nn)
85
Receptores muscarínicos
M1, M3 e M5
M2 e M4
Excitatório
Aumenta atividade de fosfolipase C
Inibitório
Aumenta abertura dos canais de K+ 
HIPERPOLARIZAÇÃO
PLC – apresenta papel de segundo mensageiro: Fosforila inositol bifosfato em DAG e inositol trifosfato. Estimulam a saída de Ca2+ do retículo endoplasmático e isso ativo ptn cinase c que promove a fosforilação de determinados substratos celulares, gerando respostas biologicas. 
86
Receptores muscarínicos
Localização dos receptores muscarínicos
M1
Neurônios corticais e gânglios autônomos
M2
Músculo cardíaco
M3
Músculo liso e tecido glandular
M4
SNC ???
M5
SNC
Receptores muscarínicos
Respostas da ligação da ACh aos receptores muscarínicos
Receptores nicotínicos 
Transmissão colinérgica nicotínica
Condutância regulada por ligante
Alteração na conformação do receptor – cria um poro para passagem de íons – Na+
Ligação da ACh ao receptor nicotínico
DESPOLARIZAÇÃO DA CÉLULA
Receptores nicotínicos 
Transmissão colinérgica nicotínica
Local de ligação da ACh na célula pós-sináptica
ACh
ACh
ACh
Na+
Na+
---------------------------
+++++++++++++++++++++++++++
Canal de Ca2+ dependente de voltagem
Ca2+
DESPOLARIZAÇÃO DA CÉLULA
++++++++
--------
MC
ME
MI
Receptores nicotínicos 
Transmissão colinérgica nicotínica
ACh apresenta baixa afinidade pelo receptor nicotínico e logo se desprende
ACh
ACh
Na+
ACh
ACh
Degradação pela acetilcolinesterase
Mas se o receptor, é exposto a quantidades contínuas de Ach, ele assume o estado “dessensibilizado” aumentando sua afinidade pela Ach e consequentemente as respostas biológicas. 
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Receptores nicotínicos
N1 ou Nm
N2 e Nn
Músculo esquelético na junção neuromuscular (JNM)
Gânglios autônomos
Supra-renal
SNC
Despolarização na placa terminal:
 contração do músculo esquelético
Despolarização dos gânglios
Secreção de catecolaminas
Ações complexas no SNC
Localização e respostas biológicas dos receptores nicotínicos
Efeitos fisiológicos da transmissão colinérgica
Efeitos fisiológicos da transmissão colinérgica
Junção neuromuscular
Neurônio motor
Terminação nervosa do neurônio motor
Receptores Nm
Inibidores da acetilcolinesterase
Agonistas de receptores muscarínicos
Agonistas de receptores nicotínicos
Classes e agente farmacológicos
 São divididos estruturalmente como:
Ésteres de colina
Alcalóides
Agonistas de receptores muscarínicos
Características:
Altamente hidrofílicos
Pouco absorvidos pela via oral
Distribuição inadequada no SNC
Representantes
Ésteres de colina
Acetilcolina
Metacolina
Carbacol
Betanecol
A acetilcolina
não é administrada no contexto clínico, em virtude de suas amplas ações e hidrólise extremamente rápida pela AChE e pseudocolinesterase.
97
 3x mais resistente a hidrólise do que ACh;
 Seletivo para receptores muscarínicos cardiovasculares:
Vasodilatação
Efeito vagomimético cardíaco: bradicardia, redução de contratilidade e velocidade de condução.
Metilcolina
Pouca atividade em receptores nicotinicos
98
 Uso clínico da metacolina: diagnóstico da asma.
Metilcolina
Nessa aplicação a hiper-reatividade brônquica que é característica da asma produz uma resposta de broncoconstrição exagerada a parassimpaticomiméticos
99
 Resistente as AChE:
Aumento da duração de ação
Tempo necessário para distribuição em áreas de menor fluxo sanguíneo
Carbacol
Possui ação nicotínica – respostas imprevisíveis nos gânglios autônomos
NÃO DEVE SER UTILIZADO DE MODO SISTÊMICO
Uso: agente miotópico para o tratamento do glaucoma.
Aplicação tópica na cornea resulta em constrição da pupila (miose) e diminuição da pressão intra-ocular. 
100
 Resistente as AChE:
Aumento da duração de ação
Tempo necessário para distribuição em áreas de menor fluxo sanguíneo
Betanecol
Seletivo para receptores muscarínicos
Usos: promoção de motilidade no TGI e no trato urinário.
Retenção urinária no pós-operatório e pós-parto
Bexiga neurogênica hipotônica
Íleo paralítico
Aplicação tópica na cornea resulta em constrição da pupila (miose) e diminuição da pressão intra-ocular. 
101
 Diarreia.
Salivação.
Lacrimejamento.
Redução leve na frequência cardíaca.
Não causam efeitos significativos no SNC.
Efeitos adversos dos ésteres de colina
Aplicação tópica na cornea resulta em constrição da pupila (miose) e diminuição da pressão intra-ocular. 
102
 São estruturalmente diferentes:
Aminas terciárias ou quaternárias
Anfipáticos ou altamente carregados
Alcalóides
Natureza anfipática
Natureza carregada
Permite absorção pela mucosa do TGI e penetração no SNC
Absorção precária
 Agentes alcalóides utilizados na clínica: 
Pilocarpina
Cevimelina
Alcalóides
 Sem atividade nicotínica ou hidrólise pela AChE.
Importante atividade sobre glândulas – sudorese e salivação.
Baixa atividade cardiovascular.
Pilocarpina
Usos:
Indução de saliva – tratamento da xerostomia.
Contração do músculo liso ciliar e regulação da pressão intra-ocular.
 Efeitos adversos:
- Efeitos ligados à atividade parassimpática em geral:
Rubor.
Sudorese.
Cólicas abdominais.
Dificuldade na visão.
Cefaléia e salivação.
Em excesso pode causar vasodilatação.
Pilocarpina
Uma mulher de 30 anos queixa-se de problemas de visão. Relata ter dificuldades de manter olhos abertos e tem “visão dupla”. Sua ptose é mais comum no olho esquerdo, mas também alcança o olho direito. Ela faz exercícios regularmente e notou que nos últimos meses tem dificuldade em completar sua corrida noturna. A suspeita é miastenia grave e realiza-se o teste com edrofônio. O teste é positivo e inicia-se o tratamento com neostigmina. 
Caso 5
Como o teste de edrofônio auxilia no diagnóstico de miastenia grave?
Qual mecanismo de ação do edrofônio?
Qual mecanismo de ação da neostigmina?
Perguntas referentes ao caso 5
 Inibem acetilcolinesterase:
Aumento do aporte de ACh na fenda sináptica.
 Representantes:
Neostigmina
Fisostigmina
Carbaril
Edrofônio
Anticolinesterásicos – 
“agonistas indiretos”
 Principal local de ação: JNM.
Duração de ação: média.
Usos:
Reversão de bloqueio neuromuscular.
Utilizado por via oral no tratamento de miastenia grave
Neostigmina
Efeitos adversos viscerais
Duração de ação: média.
Usos:
Preparação oftámica no tratamento do glaucoma.
Fisostigmina
Principal local de ação: JNM
Duração de ação: curta
Usos:
Utilizado no diagnóstico de miastenia grave
Edrofônio
Pré-teste
Pós-teste
Ação muito curta para aplicação terapeutica. 
112
Como o teste de edrofônio auxilia no dignóstico de miastenia grave?
Qual mecanismo de ação do edrofônio?
Qual mecanismo de ação da neostigmina?
Discussão - caso 5
R.M.B., 53 anos, sexo feminino, procura um farmacêutico para tirar uma dúvida. Ela tem uma viagem marcada para o Caribe em duas semanas, mas está preocupada com os enjoos do mar. Já viajou de barco antes e é muito sensível a cinetose. Um amigo disse que há um adesivo que resolve esse problema. O farmacêutico indica um adesivo transdérmico de escopolamina. 
Caso 6
O que é cinetose?
Qual mecanismo de ação da escopolamina?
Qual a vantagem da via de administração transdérmica em relação a via oral?
Quais os efeitos adversos comuns desse tipo de medicação?
Perguntas referentes ao caso 6
Utilizados para promover um efeito parassimpaticolítico sobre órgãos-alvo.
Bloqueio do tônus colinérgico – predomínio de respostas simpáticas. 
Representantes:
Agentes antimuscarínicos
Atropina
Escopolamina (hioscina)
Brometo de ipratrópio
Ação muito curta para aplicação terapeutica. 
116
Ações farmacológicas da atropina:
- Inibição das secreções: lacrimais, salivares, brônquicas e sudoríparas. 
Atropina
Efeitos sobre o TGI
Antiespasmódico – reduz motilidade do TGI.
Não afeta a secreção ácida.
Ação muito curta para aplicação terapeutica. 
117
Ações farmacológicas da atropina:
Atropina
Efeitos oculares
Midríase.
Paralisia da acomodação do olho (cicloplegia).
Pode ocorrer aumento da pressão ocular. 
Ação muito curta para aplicação terapeutica. 
118
Ações farmacológicas da atropina:
Taquicardia (bloqueio de M2).
Relaxamento da musculatura lisa brônquica, urinária e biliar.
Efeitos excitatórios.
Altas doses: agitação e desorientação.
Atropina
Efeitos cardiovasculares:
Efeitos sobre o músculo liso
Efeitos sobre o músculo liso
Ação muito curta para aplicação terapeutica. 
119
Escopolamina
Bloqueio dos receptores muscarínicos no centro do vômito e núcleos vestibulares:
Uso: anti-emético na cinetose.
Preparações disponíveis: oral, transdérmico, IM e SC. 
 
120
Escopolamina
Bloqueio da motilidade do TGI
Uso: antiespasmódico
Preparações disponíveis: oral, IM e IV.
 
121
Principais efeitos adversos:
Boca seca.
Visão turva.
Sonolência. 
Efeitos adversos da escopolamina
Brometo de ipratrópio – Atrovent®
Ação em M2 e M3.
Preparções: aerossol dosimetrado ou nebulização. 
Início de ação: 3 a 30 min.
Efeito broncodilatador: máx 1 a 2 horas (duração: 6 horas);
Alternativa para pacientes que não toleram beta-2 adrenérgicos. 
 Brometo de ipratrópio – má absorção – não apresenta efeitos colaterais significativos.
Em altas doses, pode alterar a secreção salivar (boca seca). 
123
Efeitos adversos do brometo de ipratrópio – Atrovent®
Brometo de ipratrópio – má absorção – não apresenta efeitos colaterais significativos.
Em altas doses, pode alterar a secreção salivar (boca seca). 
 Brometo de ipratrópio – má absorção – não apresenta efeitos colaterais significativos.
Em altas doses, pode alterar a secreção salivar (boca seca). 
124
O que é cinetose?
Qual mecanismo de ação da escopolamina? 
Qual a vantagem da via de administração transdérmica em relação a via oral? 
Quais são os efeitos adversos comuns desse tipo de medicação?
Discussão - caso 6
Um homem de 25 anos de idade, saudável, passou por um procedimento cirúrgico breve que exigiu anestesia geral. Em uma ida à farmácia para comprar os medicamentos do pós operatório, comentou com o farmacêutico responsável que em sua cirurgia fez uso de um anestésico e desenvolveu muita rigidez muscular e redução dos batimentos cardíacos, além de aumento de temperatura corporal.
Caso 7
126
Qual poderia ser esse anestésico?
Qual classificação farmacológica do anestésico em questão?
Qual reação ocorreu com este paciente?
De acordo com seus conhecimentos, qual fármaco deve ser imediatamente administrado para reverter essa condição? Qual seu mecanismo de ação?
Perguntas referentes ao caso
127
Recordando a estrutura da placa motora
Bloqueadores neuromusculares
Neurônio motor
Terminação nervosa do neurônio motor
Receptores Nm
Placa motora
A placa motora é a invervação do neurônio que vem do SNC somático e termina no músculo.
A terminação do neurônio é alargada para que sejam liberadas grandes quantidades de Ach em diversas regiões do musculo de modo que as contrações sejam realizadas de forma ritmica e sincronizada. 
128
São fármacos capazes de bloquear a contração muscular através da ação na JNM.
Bloqueadores neuromusculares
HISTÓRICO
Séc. XVI: índios da bacia amazônica utilizavam um “veneno” em flexas – CURARE.
Ação do curare: paralisia dos músculos e morte da caça. 
Despolarizantes:
Promovem a despolarização excessiva da da placa motora até a perda de excitabilidade e bloqueio.
Não-despolarizantes:
- Antagonistas do receptor nicotínico de ACh – impede a despolarização. 
Classificação dos bloqueadores neuromusculares
Classificação dos bloqueadores neuromusculares
	Despolarizantes	Não-despolarizantes
	Succinilcolina	Tubocurarina
	Suxametônio	Pancurônio
	Decametônio	Atracúrio
		Galamina
		Vecurônio
		Mivacúrio
Bloqueadores neuromusculares – duração de ação
	Despolarizantes	Não-despolarizantes
	Curta ação (5-10 min): Succinilcolina	Curta ação (15-21 min):
Mivacúrio
	Curta ação (6-11 min):
Suxametônio
Decametônio	Ação intermediária:
Atracúrio (45 min)
Vecurônio (40-45 min)
		Ação prolongada:
Pancurônio (80-100 min)
Tubocurarina (80 min)
Despolarizantes: sofrem ação da AChE – são degradados rapidamente por serem bastante semelhantes a ACh.
132
 Bloqueio através de duas fases:
Fase 1: age como ACh – liga-se o receptor e promove uma despolarização inicial – fasciculações (contrações rápidas). 
Mecanismo de ação – bloqueadores despolarizantes
 Bloqueio através de duas fases:
Fase 2: o fármaco promove uma dessensibilização do receptor.
Mecanismo de ação – bloqueadores despolarizantes
Repolarizado
ACh
ACh se liga, mas não é “reconhecida”
Ach se liga mas não é reconehcida. 
134
Mecanismo de ação – bloqueadores não-despolarizantes
Competição pelo sítio de ligação da ACh.
Não há despolarização de membrana. 
Relaxamento da musculatura
Cirurgias abdominais.
Relaxamento suficiente para intubação endotraqueal.
Manter o paciente imóvel durante procedimentos cirúrgicos.
Co-adjuvantes em anestesiologia.
Situações de espasticidade (músculo muito contraído).
Importância farmacológica dos bloqueadores neuromusculares
Usos terapêuticos: 
Facilita intubação endotraqueal.
Farmacocinética: 
Possui rápida e curta duração de ação – semelhança a ACh.
Rapidamente hidrolisados pela AChE plasmática;
Não atravessam BHE. 
Particularidades dos bloqueadores despolarizantes
Bradicardia.
Aumento da pressão intra-ocular.
Paralisia prolongada em indivíduos com variações de AChE.
Hipertermia maligna: rigidez muscular e aumento de temperatura corporal – antídoto: dantroleno. 
Efeitos adversos bloqueadores despolarizantes
Hipertemia mailigna- liberação de cálcio reticulo sarcoplsamático em cpeluas musculares causando os sintomas 
Dantroleno – impede liberação de calcio. 
138
Efeitos dos bloqueadores não-despolarizantes: 
Paralisia motora.
Ação nos músculos: olhos, face, membros. Faringe e músculos respiratórios.
A consciência e percepção da dor permanecem normais. 
Particularidades dos
bloqueadores não-despolarizantes
Particularidades dos bloqueadores não-despolarizantes
Mais seguros quando comparados aos anestésicos gerais, pois não tem efeitos imediatos nos músculos respiratórios.
Particularidades dos bloqueadores não-despolarizantes
Usos terapêuticos: adjuvantes anestésicos
Permitem menor dose do anestésico.
Chance de parada respiratória menor.
Farmacocinética:
Via intravenosa;
Diferem na velocidade de início e duração de ação;
Não atravessam BHE;
Não são absorvidos no TGI. 
Reversão do bloqueio por um bloqueador não-despolarizante
Bloqueador competitivo – compete pelo sítio de ligação da ACh.
Solução? 
- Aumentar a concentração do neurotransmissor na fenda sináptica – INIBIDORES DA COLINESTERASE.
Mais ACh disponível na fenda sináptica – competição pelo sítio de ligação (receptor nicotínico); 
142
Efeitos adversos dos bloqueadores não-despolarizantes 
Relacionados a falta de seletividade aos receptores nicotínicos
Tubocurarina
Bloqueio ganglionar – redução da atividade simpática – redução na pressão arterial – taquicardia reflexa;
Liberação de histamina – liberação direta (ação direta sobre mastócitos: hipotensão/broncoconstrição/aumento da secreção brônquica/salivação excessiva).
Efeitos adversos dos bloqueadores não-despolarizantes
Galamina
Não é totalmente seletiva a receptores nicotínicos – bloqueio muscarínico – taquicardia e hipertensão.
Pancurônio
Bloqueio ganglionar – redução da atividade simpática – redução na pressão arterial – taquicardia reflexa.
A escolha do fármaco depende dos seus efeitos adversos e sua farmacocinética;
Dependendo do procedimento cirúrgico, faz-se a escolha de um fármaco. 
144
Qual poderia ser esse anestésico?
Qual classificação farmacológica do anestésico em questão?
Qual reação ocorreu com este paciente?
De acordo com seus conhecimentos, qual fármaco deve ser imediatamente administrado para reverter essa condição? Qual seu mecanismo de ação?
Discussão – caso 7 
145
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