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DEFINIÇÃO DE OSSEOINTEGRAÇÃO Conexão estrutural direta e funcional entre o osso vivo e superfície de um implante suportando carga (Branemark 1985). O principal objetivo na colocação de implantes é alcançar e manter um contato profundo entre o osso e o implante. Este conceito é conhecido como osseointegração. Histologicamente definida, a osseointegração é o contato direto estrutural e funcional entre o osso vivo, organizado, e a superfície de um implante que esteja recebendo a carga funcional sem a interposição de tecido mole entre o implante e o osso. A osseointegração é definida clinicamente como a fixação rígida assintomática de um material aloplástico (o implante) no osso com a capacidade para resistir às forças oclusais. Para a osseointegração ocorrer de forma previsível, são necessários diversos fatores importantes: 1. Um material biocompatível (o implante). 2. Cirurgia atraumática para minimizar os danos ao tecido. 3. Colocação do implante em contato profundo com o osso. 4. Imobilidade do implante, relativa ao osso, durante a fase de cicatrização. ( O titânio é o material escolhido para os implantes dentários. O titânio é biologicamente inerte, e deste modo não desencadeia uma reação de rejeição ao corpo estranho a partir do tecido hospedeiro. Para o implante ter um contato profundo com o osso, é necessário que o local deste implante seja preparado com uma técnica precisa. Todos os sistemas de implantes apresentam brocas especialmente projetadas, as quais são usadas em uma sequência específica para remover o osso da forma menos traumática possível. Os tamanhos das brocas são compatíveis com o tamanho e o modelo do implante a ser colocado, produzindo a precisão necessária para o desenvolvimento inicial do contato ósseo. A técnica cirúrgica atraumática, em um ambiente asséptico, é fundamental para minimizar as lesões térmicas e mecânicas nos ossos. Este procedimento envolve o uso de brocas de precisão para osteotomia, afiadas, funcionando em velocidade lenta com torque elevado, mantendo uma pressão intermitente, branda, enquanto proporciona uma irrigação abundante. A irrigação pode ser realizada interna ou externamente, usando brocas e peças de mão especiais com compartimentos internos. O objetivo é manter as temperaturas dos ossos abaixo de 47 graus Celsius (°C) durante a preparação do local do implante. Qualquer variação que eleve as temperaturas acima de 47 °C, pode causar a necrose óssea e falha na osseointegração. A estabilidade inicial do implante deve ser alcançada e mantida para a formação óssea na superfície do implante. A estabilidade no momento da colocação é baseada no volume e na qualidade óssea que entra em contato profundo com o implante, bem como o comprimento e o diâmetro do mesmo (Fig. 13-2). O melhor cenário seria um implante longo, de amplo diâmetro que envolvesse uma placa cortical superior, espessa, circundada por osso esponjoso denso, e que na parte terminal envolvesse uma placa cortical inferior espessa (ou seja, a região mandibular anterior) (Fig. 13-3). Um implante curto, de diâmetro estreito colocado em uma área que apresenta uma placa cortical superior fina e osso esponjoso pouco denso, e que não envolve o osso cortical inferior, ofereceria uma estabilidade consideravelmente menor e resistência para a imobilidade (ou seja, a maxila posterior) A estrutura do osso é descrita em termos de qualidade ou densidade, o que reflete a resistência do osso. A densidade óssea está diretamente relacionada com a força e o módulo de elasticidade do osso. Em ossos mais densos, há menos estiramento sob determinada carga, comparados àqueles mais moles: como resultado, há menos remodelação óssea, nessa comparação, em ossos mais densos, sob condições semelhantes de carga. Uma diminuição na remodelação óssea funcional pode resultar em uma redução da perda óssea. Em um estudo prospectivo em seres humanos, Manz observou que a quantidade de perda óssea marginal ao redor de implantes estava relacionada com a densidade óssea. Seis meses após o implante ser exposto, verificou-se que a perda óssea marginal radiográfica era gradualmente maior, já que, na escala de qualidade de osso (1 a 4), foi avaliado como de pior qualidade. No entanto, o design do implante pode superar algumas das influências biomecânicas da densidade do osso • Tipos de ossos Osso tipo 1 apresenta grande quantidade de cortical óssea, geralmente localizado na região anterior de mandíbula. Não é melhor osso, pois se não irrigar muito bem pode perder o implante. É muito bom mas tem que ter muito cuidado ao trabalhar. O osso tipo 2 você tem uma cortical óssea grande e uma medular densa. É um osso muito legal para colocar implante. O osso tipo 3 tem uma cortical fina mas uma medular densa. O osso tipo 4 tem uma medular que possui espaços muito grandes, então não vai ter muita estabilidade. • Classificação quantos as mandíbulas edentulas Tipo A: Quantidade ossea boa, não vai precisar de enxerto. Tipo B: Quantidade ossea também boa, só as vezes precisa de enxerto. Tipo C: Obrigatoriamente vai precisar de enxerto. Tipo D: Obrigatoriamente faz enxerto em grandes blocos. Tipo E: Não tem condições nem de fazer enxerto, pois não tem quantidade ossea suficiente para fixar esse enxerto. • Implante convencional: O implante tem que ficar a nível osso, tem o tempo de espera que é o período de osseointegração (de 3 meses para mandíbula e 6 para maxila +-, hoje em dia já não é mais isso). Esse periodo de osseointegração é para o osso “abraçar” esse implante. O conector vai permitir que coloquemos uma peça que é onde vai colocar a coroa (pode ser de cerâmica e etc). sempre que possível o implante deve envolver duas placas ósseas corticais. • Terminologia parafuso externo, ou são cilíndricos verdadeiras (paredes paralelas) ou são mais cônicos. Pode ou não ter espiras. “Paraimplante” Parte interna - Hexágono interno, hexágono externo e cone morse. A vantagem do cone morse é o vedamento de entrada de microrganismos, porém tem maior dificuldade de instalação e alto custo. Cicatrizador Material dos implantes – livro A biocompatibilidade superior do titânio – ligada às propriedades de seus óxidos superficiais quando exposto ao ar, formando uma densa camada de 4 nm de óxido – tem feito desse material a opção preferida em terapia moderna da implantodontia. O dióxido de titânio (TiO2), o óxido superficial mais comum, é quimicamente estável e muito resistente à corrosão. Perda óssea marginal Algum grau de perda óssea marginal após a colocação do implante dentário é observado em todos os implantes dentários endosteais. Embora a quantidade de perda de crista óssea precoce possa variar, ela geralmente se estabiliza após o primeiro ano. Adell et al. 120 foram os primeiros a quantificar e informar sobre a perda óssea marginal ao redor de implantes osseointegrados. Seu estudo clínico retrospectivo observou uma maior amplitude de perda óssea durante o 1º ano de carregamento, em média 1,5 mm (escala 0 a 3 mm), e perda de osso marginal anual, depois desse período, muito menor, entre 0,05 e 0,1 mm. A perda precoce de osso é uma ocorrência tão comum que muitos critérios de sucesso do implante sequer quantificam a perda óssea no primeiro ano de função. 121124 Na sequência da remodelação óssea inicial ao redor do implante, há um estado estável, com níveis de osso marginal estável em sítios saudáveis. Há várias teorias sobre a razão pela qual a perda óssea inicial ocorre, como o trauma cirúrgico, a resposta biomecânica às tensões e o microgap entre implante-pilar. Outros fatores contribuintes incluem os distúrbios da inserção dos tecidos moles, a infecção bacteriana e o design dos implantes. →Trauma cirúrgico O grupo de Brånemark teorizou que a perda precoce do osso marginal ao redor dos implantesdentários se daria em virtude de trauma cirúrgico, o que inclui as interferências na vascularização periosteal decorrentes do rebatimento do retalho e do preparo do osso marginal. Assim, consideravam que, com o refinamento da técnica de corte do osso marginal, a perda óssea poderia ser reduzida. Há uma pequena quantidade de perda óssea marginal relatada com o rebatimento do retalho em torno dos dentes naturais. Pode ser tentador aplicar esse conceito para explicar a perda óssea da cirurgia para colocação de implantes. Embora algumas células da crista óssea possam morrer por causa do trauma inicial decorrente do rebatimento do periósteo, o suprimento de sangue é restabelecido conforme o periósteo se regenera. Se houvesse perda óssea pelo rebatimento do retalho, isso afetaria todo o rebordo exposto em um padrão horizontal generalizado e a remodelação óssea vertical não se localizaria ao redor do colo do implante. Além disso, a perda óssea seria observada após a inserção do implante até a cirurgia de segundo estágio, o que é raro. O calor gerado a partir do preparo do osso durante a perfuração com broca era uma preocupação durante o desenvolvimento de implantes ósseo-integrados. Defendia-se uma série graduada de brocas afiadas, irrigação salina profusa e uma velocidade máxima de rotação da broca de 2.000 rpm para evitar superaquecimento. As pesquisas demostraram que a temperatura limite para lesão óssea era de 47°C por 1 minuto. Como questionado anteriormente, se o trauma cirúrgico da perfuração causasse perda precoce da crista óssea, esta deveria ser evidente até a cirurgia de segundo estágio (Figura 10.27). Existem sistemas que usam brocas escareadoras que preparam a crista de osso cortical densa para os implantes, o que poderia causar lesões térmicas. No entanto, essa teoria não explica as alterações do osso marginal observadas após a conexão do pilar e a carga →Resposta biomecânica Uma teoria amplamente aceita na formação óssea vem da lei clássica de Wolff, que propôs que o osso reage às forças aplicadas sobre ele. Qualquer alteração na função de um osso leva a mudanças em sua arquitetura interna e externa. A teoria dele originou uma relação de carga de formação para o osso, em que a carga é definida como tensão (força/unidade de área) e a deformação, como estiramento (mudança de comprimento). Uma curva de tensão/estiramento foi desenvolvida para determinar quanta tensão e quanto estiramento seriam benéficos para um osso e quanto seria prejudicial, resultando em perda óssea. As complicações dos implantes dentários São muitas vezes relacionadas com problemas mecânicos. A sobrecarga e a tensão elevada podem causar perda de integração, fratura do implante, afrouxamento do parafuso e fratura ou danos à prótese sobre o implante. Como tal, o plano de tratamento para próteses sobre implantes deve centrar-se na redução de eventuais desvantagens mecânicas indesejáveis. As estratégias precisam ser incorporadas para minimizar as tensões e promover a função a longo prazo. Os fatores de risco ligados aos pacientes, como os hábitos parafuncionais e a forte dinâmica mastigatória, devem ser identificados no período préoperatório. Ampliadores da força mecânica, como as extremidades livres e a maior altura da coroa, podem influenciar as tensões do sistema. Vários outros parâmetros estão sob o controle do clínico no manejo da tensão e ao evitar a sobrecarga. PLANEJAMENTO EM IMPLANTODONTIA • PLANEJAMENTI DE MAIOR LONGEVIDADE • OS IMPLANTES SÃO SUPERIORES NO TOCANTE: FUNÇÃO (ou seja, tem uma mastigação melhor do que os dentes da prótese), ESTÉTICA, CONFORTO • MODELO DE ESTUDO →Planejamento: • Enceramento e diagnostico Numero de dentes; Largura dos dentes; Comprimento dos dentes; Necessidade de agregar “gengiva” na prótese; Relação com o arco antagonista; Numero de implantes (Rx); Posição dos implantes →Estudo protético com avaliação clínica: • Extra oral: Alteração na dimensão vertical em relação cêntrica; Ausência de patologia da A.T.M; Tonicidade muscular; Linha do sorriso (alta, média, baixa). • Intra oral: Condições dos tecidos moles; Quantidade e qualidade do rebordo ósseo remanescente; Estado de saúde dos elementos remanescentes; Presença de migrações dentais; Necessidade de correção ortodôntica →Posição dos implantes: • Plano vertical: Condições cirúrgicas; Cabeça do implante (2 a 4mm); Componentes angulados (4 a 5mm); Componentes procera. Se o implante for angulado, tem que colocar esse implante mais profundo, pode colocar até a baixo do nível ósseo para ter um resultado melhor na estética. • Plano horizontal: Guia cirúrgico; Distancia entre implantes (3mm ou 7mm entre os centros); 8 a 9mm para implantes de maiores diâmetros (5 a 6mm); Porção cervical das coroas (7mm para unitários). • Número de implantes: Comprimento dos implantes utilizados; Tamanho de espaço protético; Densidade do osso receptor; Localização da prótese (posterior/anterior). Braço de alavanca; Potência muscular; Tipo de antagonista; Parafunção →Desdentados parciais: • Mandibula 1 implante para cada 1 ½ dentes ausentes; • Maxila Aproximar de 1:1 para cada dente ausente →Diâmetro médio dos dentes na regiao cervical →Região anterior – ausencia de 1 elemento Para a osseointegração ocorrer de forma previsível, são necessários diversos fatores importantes: 1. Um material biocompatível (o implante). 2. Cirurgia atraumática para minimizar os danos ao tecido. 3. Colocação do implante em contato profundo com o osso. 4. Imobilidade do implante, relativa ao osso, durante a fase de cicatrização. O titânio é o material escolhido para os implantes dentários. O titânio é biologicamente inerte, e deste modo não desencadeia uma reação de rejeição ao corpo estranho a partir do tecido hospedeiro. Para o implante ter um contato profundo com o osso, é necessário que o local deste implante seja preparado com uma técnica precisa. Todos os sistemas de implantes apresentam brocas especialmente projetadas, as quais são usadas em uma sequência específica para remover o osso da forma menos traumática possível. Os tamanhos das brocas são compatíveis com o tamanho e o modelo do implante a ser colocado, produzindo a precisão necessária para o desenvolvimento inicial do contato ósseo. A técnica cirúrgica atraumática, em um ambiente asséptico, é fundamental para minimizar as lesões térmicas e mecânicas nos ossos. Este procedimento envolve o uso de brocas de precisão para osteotomia, afiadas, funcionando em velocidade lenta com torque elevado, mantendo uma pressão intermitente, branda, enquanto proporciona uma irrigação abundante. A irrigação pode ser realizada interna ou externamente, usando brocas e peças de mão especiais com compartimentos internos. O objetivo é manter as temperaturas dos ossos abaixo de 47 graus Celsius (°C) durante a preparação do local do implante. Qualquer variação que eleve as temperaturas acima de 47 °C, pode causar a necrose óssea e falha na osseointegração. A estabilidade inicial do implante deve ser alcançada e mantida para a formação óssea na superfície do implante. A estabilidade no momento da colocação é baseada no volume e na qualidade óssea que entra em contato profundo com o implante, bem como o comprimento e o diâmetro do mesmo (Fig. 13-2). O melhor cenário seria um implante longo, de amplo diâmetro que envolvesse uma placa cortical superior, espessa, circundada por osso esponjoso denso, e que na parte terminal envolvesse uma placa cortical inferior espessa (ou seja, a região mandibular anterior) (Fig. 13-3). Um implante curto, de diâmetro estreito colocado em uma área que apresenta uma placa cortical superior fina e osso esponjoso pouco denso, e que não envolve o osso cortical inferior, ofereceriauma estabilidade consideravelmente menor e resistência para a imobilidade (ou seja, a maxila posterior) Durante o período necessário para ocorrer a osseointegração, é imprescindível que seja mantida a imobilidade do implante. Entretanto, nas áreas onde a estabilidade primária do implante pode ser menor, seria necessário um período de cicatrização deste implante não carregado, submerso, seguido pelo descobrimento cirúrgico do mesmo (segundo estágio da cirurgia) (Fig. 13-4). Em uma situação clínica em que a estabilidade primária adequada é alcançada, seria adequado um estágio único do implante não submerso. Neste caso, o implante pode ser carregado imediatamente após a cirurgia